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Algubra Linear

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1 
 
INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE - CAMPUS PELOTAS 
ENGENHARIA ELÉTRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁLGEBRA LINEAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
DAVI FERREIRA 
JAIR VIGNOLLE DA SILVA 
LISIANE MENESES 
MARIA DA GRAÇA PERAÇA 
ODAIR ANTONIO NOSKOSKI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PELOTAS 
2010 
 
 
2 
 
EMENTA 
Matrizes, determinantes e sistemas lineares. Espaços vetoriais. Espaços 
vetoriais Euclidianos. Transformações Lineares. Autovalores e autovetores. 
Diagonalização de operadores. Forma canônica de Jordan. 
 
 
 
 
 
PROGRAMA 
UNIDADE I: MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES 
UNIDADE II: ESPAÇOS VETORIAIS 
UNIDADE III: ESPAÇOS VETORIAIS EUCLIDIANOS 
UNIDADE IV: TRANSFORMAÇÕS LINEARES 
UNIDADE V: AUTOVALORES A AUTOVETORES 
UNIDADE VI: DIAGONALIZAÇÃO DE OPERADORES 
UNIDADE VII: POLINÔMIO MINIMAL E FORMA CANÔNICA DE JORDAN 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
STEINBRUCH, A. e WINTERLE, p., Álgebra Linear. 
HOFFMAN, K., Álgebra Linear. 
POOLE, D., Álgebra Linear. 
LIPSCHUTZ, S., Álgebra Linear. São Paulo: Makron Books, 1994. - (Coleção 
Schaum) 
ANTON, H., Álgebra Linear. 
CALLIOLI, C. A., Álgebra Linear. 
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/index.html 
 
 
 
 
3 
 
1 – Matrizes, Determinantes e Sistemas 
1.1 MATRIZES 
Definição: Uma matriz é um agrupamento retangular de números. Os números 
neste agrupamento são chamados elementos ou entradas da matriz. 
Chama-se matriz do tipo m x n (m linhas e n colunas) a qualquer tabela de m.n 
elementos dispostos. 
 
As linhas de uma matriz são enumeradas de cima para baixo, e as colunas são 
enumeradas da esquerda para a direita. 
 
Um elemento genérico de uma matriz A é denotado por aij, onde i representa a 
linha e o j representa a coluna no qual esse elemento pertence. 
 
A = 












mnmm
n
n
aaa
aaa
aaa
...
......
...
...
21
22221
11211
 ou A = aij, onde 1 i m e 1  j  n 
 
Exercícios: 
1) Represente a matriz Amxn de acordo com o elemento genérico aij. 
(a) m = 2, n = 4, sabendo que aij = 3i + j. 
(b) m = 3, n = 3, sabendo que aij = 





jiseij
jiseji
,2
, 
(c) m = 3, n = 3, sabendo que aij = 








jiseji
jiseij
jisei
,
,
,
 
4 
 
1.1.1 Classificação de Matrizes: 
 
Matriz Linha: é uma matriz formada por uma única linha. 
Ex: A =
 963
, matriz 1x3 
Matriz Coluna: é a matriz formada por uma única coluna. 
Ex: A = 













4
0
1
2
, matriz 4x1 
Matriz Zero (Nula): é a matriz com todas suas entradas nulas. Uma matriz 
zero sempre será denotada por 0. 
Ex: 02x2 = 






00
00 
Matriz Quadrada: é aquela que possui o número de linhas igual ao número 
de colunas. Uma matriz quadrada nxn é chamada de matriz de ordem n. 
Ex: A = 








74
32 , matriz de ordem 2 
Matriz Diagonal: é toda matriz quadrada em que todos os elementos que não 
pertencem à diagonal principal são nulos. 
Ex: A = 










 200
070
002
, aij não nulo, se i = j, e aij = 0, se i  j. 
Matriz Identidade: é toda matriz diagonal em que seus elementos da diagonal 
principal são todos iguais a 1. 
Ex: I3 = 










100
010
001
, aij = 1, se i = j, e aij = 0, se i  j. 
5 
 
Matriz Transposta: é a matriz que se obtém transformando ordenadamente 
cada linha de A em coluna. Denota-se At. 
Ex: A = 










795
486
321
, At = 










743
982
561
 
Obs: 
(At)t = A , ou seja, a transposta da transposta de uma matriz é ela mesma. 
(A 

B)t = At 

Bt 
 
Matriz Triangular Superior: é a matriz quadrada onde todos os elementos 
abaixo da diagonal principal são nulos, ou seja, aij = 0, para i > j 
Matriz Triangular Inferior: aij = 0, para i < j 
Exemplos: 
S = 










f
ed
cba
00
0 é uma matriz triangular superior e 
F = 










srw
zy
x
0
00
 uma matriz triangular inferior 
Matriz Simétrica: matriz quadrada onde aij = aji. 
 
Obs: Neste caso, a parte superior é uma “reflexão” da parte inferior, em relação 
à diagonal principal 
Exemplo: 












071
753
134
 
Propriedade: Uma matriz M é simétrica 

 M = Mt 
6 
 
Igualdade de Matrizes: Duas matrizes do mesmo tipo m x n são iguais, se e 
somente se, os elementos correspondentes são iguais. 
Exemplo: Se 






dc
ba = 





 
74
32 então, 
 a =2, b = -3, c = 4, d = 7 
---------------------------------------------------------------------------------------
Exercícios: 
1. Se A3x2, com aij = 
2
2 ji  , determine as matrizes A e A
t. 
2. Dadas as matrizes A = 











5
2
3
 e B = 










2
4
1
, calcular a matriz: 
(2.1) M, tal que M – 2A + 3B = 0. Obs: Neste caso 0 é a matriz 
nula 3x1. 
(2.2) N, tal que N = At - 2Bt 
(2.3) X que seja solução da equação matricial 2X – A + 
2
1
B = 0. 
3. Determine os números a e b tais que W = aX + bY, onde 
(3.1) W = 






0
8 , X = 






4
2 , Y = 






2
3 
(3.2) W = 
 149 
, X = 
 21
, Y = 
 53
 
4. Determine os números a, b, c e d tais que W = aX + bY + cZ + dR, onde 
W =






 76
40 , X= 






00
21 , Y= 






13
00 , Z=






30
02 , R= 






02
00 , 
Resposta: (3.1) a=-1, b=2, (3.2) a=3, b=-4; (4) a=2, b=-4, c=1, d=3 
--------------------------------------------------------------------------------------- 
 
7 
 
Produto de Matriz por Matriz 
Condição para o produto entre matrizes: 
O número de colunas da primeira matriz tem que ser igual ao número de linhas 
da segunda matriz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.2 Propriedades Matriciais 
Supondo que os tamanhos das matrizes A, B, C são tais que as operações 
indicadas podem ser efetuadas, valem as seguintes propriedades. 
Considere a, b, c números reais. 
 
(a) A + B = B + A Comutatividade da adição 
(b) A + (B + C) = (A + B) + C Associatividade da adição 
(c) A(BC) = (AB)C Associatividade da multiplicação 
(d) A(B 

 C) = AB 

 AC Distributividade à esquerda 
(e) (A 

 B)C = AC 

 BC Distributividade à direita 
(f) a(B 

 C) = aB 

 aC 
(g) (a 

 b)C = aC 

 bC 
(h) a(bC) = a(bC) 
(i) a(BC) = (aB)C = B(aC) 
 
Cuidado! Em geral AB 

 BA 
 
 
8 
 
Exercício 5: Sejam A = 













012
123
111
, B = 










321
642
321
 
(5.1) Calcule AB e BA. (5.2) Determine (AB)t, AtBt e BtAt. Compare os 
resultados. Resposta: (5.1)AB = 0, BA =













1611
21222
1611
 
 
Outras propriedades: 
(j) (At)t = A , ou seja, a transposta da transposta de uma matriz é ela 
mesma. 
(k) (A 

B)t = At 

Bt 
(l) (AB)t = BtAt (Observem a ordem!!!) 
(m) AI = IA = A 
(n) A.0 = 0.A = 0 
 
Matriz Inversa 
Uma matriz quadrada A de ordem n é inversível se, e somente se, existir uma 
matriz B tal que 
 AB = BA = In, onde In é a matriz identidade de ordem n. 
Desta forma para a matriz B utiliza-se a seguinte notação: B = A-1 (lê-se B é 
igual à inversa de A). 
 
Exercicio: Verifique que as matrizes A = 








31
21 e B =






11
23 são 
inversíveis entre si. 
Importante: Nem sempre uma matriz é inversível. Uma matriz A é inversível 
se, e somente se, o determinante de A for diferente de zero. 
9 
 
Propriedades da Matriz Inversa: 
Sejam A e B matrizes inversíveis. Então valem as propriedades: 
(i) (A-1)-1 = A 
(ii) (AB)-1 = B-1A-1 
(iii) (At)-1 = (A-1)t A inversa da transposta é a transposta da inversa 
Exemplo: Determine a inversa da matriz A = 






411
26 
Esta matriz tem inversa pois det A 

0. Procuremos sua inversa tal que 
A.B = I e B.A = I 
Impondo a primeira condição temos, 






411
26 .






dc
ba = 






10
01 








dbca
dbca
411411
2626 = 






10
01 . Portanto, 





0411
126
ca
ca e 





1411
026
db
db 
 
Resolvendo os sistemas, temos 
a = 2, b = -1, c = -11/ 2, d = 3 
 
Teremos então, A.B = 






411
26 .










3
2
11
12 = 






10
01 , ou seja, A.B = I. 
Também vale B.A = I. 
Portanto, B = 










3
2
11
12 é a matriz inversa de A. 
 
 
 
10 
 
Exercícios: 
1) Sejam B = 






63
42 , A =






51
23 e C = 





 
23
11 
(a) Justifique que B é uma matriz não inversível e A é inversível. 
(b) Calcule (AC)-1 , A-1C-1 e C-1A-1. Compare os resultados. 
(c) Determine (At)-1 e (A-1)t 
 
02) Calcule os valores de m e n para que as matrizes A e B sejam iguais: 
a) 














36
758
Be
3n12
n158
A
 
b) 














 

36
1341
Be
36
42n402m
A
 
c) 














25x104
87
Be2x4
87
A
 
03) Dadas as matrizes 














































3235
0914
3113
8371
De
53
42
C,
3826
7531
B,
95
47
13
21
A , calcular: 
a) AB b) (AB)D c) A(BD) d) BA e) (BA)C f) B(AC) 
04) Sejam as matrizes 








614
832
A
, 





 

140
975
B
 







641
890
C
, calcular: 
a) A+B b) B+C c) A+C d) A – B e) A- C f) B-C 
g) X= 4A – 3B + 5C h) X = 2B – 3A – 6C 
05) Verifique se a matriz B é a inversa da matriz A nos seguintes casos: 
11 
 
a) 




























422
202
14412
Be
125,0
5,05,25,0
15,15,0
A
 
b) 




























5,011
5,15,22
5,125,1
Be
244
664
642
A
 
c) 




























5,35,65,5
125,1
5,011
Be
4810
262
024
A
 
06) Sejam as matrizes 
















511
722
308
605
A , 













8360
9587
4231
B
, 











453
811
032
C
 e 















2010
5123
4218
2305
D , calcule: 
a) (AB)T b) (AB)DT c) A(BDT) d) 2(ATBT)+3CT 
07) Dadas as matrizes 





















 














918
721
534
137
184
390
,
695
243
172
CeBA
, 
efetuar e classificar a matriz resultante: 
a) A + AT b) B + BT c) AAT d) B - BT e) C - CT 
08) Efetue as operações indicadas e classifique as seguintes matrizes: 







01
10
A
 














3
1
3
22
3
22
3
1
B 
12 
 














5
1
5
62
5
62
5
1
C 









sencos
cossen
D
 




















2
2
2
2
0
6
6
6
6
3
6
3
3
3
3
3
3
E
 








64
96
F
 








129
1612
G
 




















2
3
3
2
3
2
1
1
2
1
1
2
5
2
1
H
 








42
105
J
 








53
106
L
 














302
923
621
M
 
a) AAT f) F2 l) M2 
b) BBT g) G2 
c) CCT h) H3 
d) DDT i) J2 
e) EET j) L2 
09) Sejam as matrizes triangulares superiores (A e B) e inferiores (C e D) 
a) calcular e classificar a matriz E = AB 
b) calcular e classificar a matriz F = CD 
10) Dadas as matrizes 











687
925
143
A
, 













427
103
314
B
 












321
1293
862
C
, 
Calcular, pelo processo da triangularização ou por Laplace ou por Sarrus: 
a) det A b) det B c) det (2A-3B+4C) d) det (ACT) e) det (CB)A 
13 
 
11) Calcular o determinante da matriz 
















1534
2111
3210
1132
H , usando o processo 
de triangularização e por Laplace (desenvolvendo-o pela 2ª linha.) 
12) Sendo U = IR, resolver as seguintes equações: 
a) 
128
x247
x25
x64

 b) 
7
7109
354
4x1x3x


 c) 
0
10x215
23x218
11x12




 
13) Determinar, se existir, a matriz inversa de cada uma das seguintes 
matrizes: 
a)







21
53
A
 b) 













453
210
543
B
 c) 














203
222
201
C
 
d) 













1234
0123
0012
0001
D e) 











521
743
222
E
 f) 











009
060
500
F
 
14) Resolver e classificar os seguintes sistemas: 
a) 




50y16x10
34y8x5 Rta: Sistema Incompatível  S 
b) 








7z4y3x2
7z5y2x3
15z3yx4
 Rta: S.L.C.D 
  2,3,3S 
 
c) 








24z7y2x
5z4y5x3
2z2y3x2
 Rta: S.L.C.D. 
  3,2,1S 
 
d) 






0z9y6x
2
3
0z6y4x Rta: S.L.C.I. 
  IRz,y,z,y,z6y4S 
 
14 
 
e) 








0z3y2x
8z5y2
18y3x4
 Rta: S.L.C.D. 
 )4,6,0(S 
 
f) 








7z2y2x3
9z4y3x2
11z6y4x
 Rta: S.L.C.I. 











 
 IRz,z,
5
z813
,
5
z23
S
 
g) 








6z4yx
6z4y2
0yx
 Rta: S.L.C.I. 
  IRzz,z23,z23S 
 
h) 








8zy4x
0z3y3x9
15z4y2x7
 Rta: S.L.C.D. 
  1,2,1S 
 
15) Estabelecer a condição que deve ser satisfeita pelos termos independentes 
para que os seguintes sistemas sejam compatíveis: 
a) 








cz4y4
bz3y5x2
az8y12x4
 b) 








czy
bz2x
azyx
 
Rta: 2a – 4b + c = 0 Rta: a + b –c = 0 
 
1.2 Determinante 
A toda matriz quadrada A está associado um número chamado 
determinante de A e simbolizado por det A. 
 
1.2.1 Cálculo do determinante 
 
a) Determinante de matrizes de 2a Ordem 
 A= 






yx
ba
det A = ay - bx 
15 
 
Exemplo: 
1) Se A = 








45
83
 então, det A = (- 3) . ( 4) – (- 5) . (8) det A = - 12 + 
40 det A = 28 
 
 b) Determinante de matrizes de 3a Ordem (regra de Sarrus) 
 A = 










zyx
rqp
cba 
 det(A) = 
yxzyx
qprqp
bacba = ( aqz + brx + cpy) - ( cqx + ary + bpx ). 
 
Exemplo: 
 Se B = 













025
733
011 então, det B = 
2
3
1
5
3
1
025
733
011





 
 
det B = (1)(3)(0)+(-1)(7)(5)+(0)(3)(-2)–(0)(-3)(5)–(1)(7)(-2)–(-1)(3)(0) 
det B = 0 – 35 + 0 – 0 + 14 – 0 det B = - 21 
 
1.3 EQUAÇÃO LINEAR 
É uma equação da forma 
a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 + ... + a1n xn = b1 
onde 
 x1, x2, ..., xn são as incógnitas; 
 a11, a12, ...,a1n são os coeficientes (reais ou complexos); 
 b1 é o termo independente (número real ou complexo). 
16 
 
Exemplos de equações lineares 
1. 4 x + 3 y - 2 z = 0 
2. 2 x - 3 y + 0 z - w = -3 
3. x1 - 2 x2 + 5 x3 = 1 
4. 4i x + 3 y - 2 z = 2-5i 
Exemplos de equações não-lineares 
1. 3x + 3y = -4 
2. x2 + y2 = 9 
3. x + 2 y - 3 z w = 0 
4. x2 + y2 = -9 
 
SOLUÇÃO DE UMA EQUAÇÃO LINEAR 
Uma sequência de números reais (r1,r2,r3,r4) é solução da equação linear 
a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 + a14 x4 = b1 
se trocarmos cada xi por ri na equação e este fato implicar que o membro da 
esquerda é identicamente igual ao membro da direita, isto é: 
a11 r1 + a12 r2 + a13 r3 + a14 r4 = b1 
Exemplo: A sequência (5,6,7) é uma solução da equação 2x+3y-2z=14 pois, 
tomando x=5, y=6 e z=7 na equação dada, teremos: 
2×5 + 3×6 - 2×7 = 14 
 
1.3.1 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 
Um sistema de equações lineares ou sistema linear é um conjunto formado por 
duas ou mais equações lineares. Um sistema linear pode ser representado na 
forma: 
 
 
 
 
 
17 
 
onde 
 x1, x2, ..., xn são as incógnitas; 
 a11, a12, ..., amn são os coeficientes; 
 b1, b2, ..., bm são os termos independentes. 
 
SOLUÇÕES DE UM SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES 
Uma sequência de números (r1,r2,...,rn) é solução do sistema linear: 
a11 x1 + a12 x2 +...+ a1n xn = b1 
a21 x1 + a22 x2 +...+ a2n xn = b2 
... ... ... ... 
am1 x1 + am2 x2 +...+ amn xn = bn 
se satisfaz identicamente a todas as equações desse sistema linear. 
Exemplo: O par ordenado (2,0) é uma solução do sistema linear: 
2x + y = 4 
x + 3y = 2 
x + 5y = 2 
pois satisfaz identicamente a todas as equações do mesmo, isto é, se 
substituirmos x=2 e y=0, os dois membros de cada igualdade serão iguais em 
todas as equações. 
 
Consistência de sistemas lineares 
O número de soluções de um sistema linear determina a sua classificação de 
duas maneiras com relação à sua consistência: 
Sistema possível ou consistente: Quando tem pelo menos uma solução. 
a. Se tem uma única solução, o sistema é determinado. 
b. Se tem mais que uma solução, o sistema é indeterminado. 
Sistema impossível ou inconsistente: Se não admite qualquer solução. 
18 
 
EXEMPLOS 
Sistema com uma única solução: As equações lineares abaixo representam 
duas retas no plano cartesiano que têm o ponto (3,-2) como interseção. 
x + 2y = -1 
2x - y = 8 
Sistema com infinitas soluções: As equações lineares representam retas 
paralelas sobrepostas no plano cartesiano, logo existem infinitos pontos que 
satisfazem a ambas as equações (pertencem a ambas as retas). 
4x + 2y = 100 
8x + 4y = 200 
Sistema que não tem solução: As equações lineares representam retas 
paralelas no plano cartesiano, logo, não existem pontos que pertençam às duas 
retas. 
x + 3y = 4 
x + 3y = 5 
Sistemas equivalentes 
Dois sistemas são equivalentes se admitem a mesma solução. 
Exemplo: São equivalentes os sistemas S1 e S2 indicados abaixo: 
S1 
3x + 6y = 42 
2x - 4y = 12 
 
S2 
1x + 2y = 14 
1x - 2y = 6 
 
pois eles admitem a mesma solução x=10 e y=2. 
Notação: Quando dois sistemas S1 e S2 são equivalentes, usamos a notação 
S1~S2. 
 
Operações elementares sobre sistemas lineares 
Existem três tipos de operações elementares que podem ser realizadas sobre 
um sistema linear de equações de forma a transformá-lo em um outro sistema 
19 
 
equivalente mais simples que o anterior. Na sequência trabalharemos com um 
exemplo para mostrar como funcionam essas operações elementares sobre 
linhas. O segundo sistema (o que aparece à direita) já mostra o resultado da 
ação da operação elementar. Nas linhas iniciais de cada tabela, você encontra a 
operação que foi realizada. 
1. Troca de posição de duas equações do sistema 
Troca a Linha 1 com a Linha 3 
x + 2y - z = 2 
2x-3y+2z=0 
4x + y - 5z = 9 
~ 
4x + y - 5z = 9 
2x-3y+2z=0 
x + 2y - z = 2 
2. Multiplicação de uma equação por um número não nulo 
Multiplica a Linha 1 pelo número 3 
x + 2y - z = 2 
2x-3y+2z=0 
4x+y-5z=9 
~ 
3x + 6y - 3z = 6 
2x-3y+2z=0 
4x+y-5z=9 
A equação resultante fica na linha 1 
3. Adição de duas equações do sistema 
Adição da Linha 2 com a Linha 3 
x+2y-z=2 
2x -3y + 2z = 0 
4x + y - 5z = 9 
~ 
3x+6y-3z=6 
2x-3y+2z=0 
6x - 2y - 3z = 9 
A equação resultante fica na linha 3 
 
Resolução de sistemas lineares por escalonamento 
Com o auxílio das três Operações Elementares sobre linhas, podemos resolver 
sistemas lineares. Vamos mostrar como funciona este processo através de um 
exemplo. 
20 
 
Exemplo: Consideremos o sistema com 3 equações e 3 incógnitas. 
3x + y + z = 20 
2x - y - z = -15 
-4x + y -5z = -41 
Observação: Usamos Li+Lj->Lj para indicar a soma da linha i com a linha j 
com o resultado na linha j. Usamos k Li->Li, para indicar que multiplicamos a 
linha i pela constante k e o resultado ficou na linha i. 
Passo 1: L1-L2->L1 
3x + 1y + 1z = 202x - 1y - 1z = -15 
-4x+1y-5z=-41 
~ 
1x + 2y + 2z = 35 
2x-1y-1z=-15 
-4x+1y-5z=-41 
 
Passo 2: L2-2.L1->L2 
1x + 2y + 2z = 35 
2x - 1y - 1z = -15 
-4x+1y-5z=-41 
~ 
1x+2y+2z=35 
0x - 5y - 5z = -85 
-4x+1y-5z=-41 
 
Passo 3: L3+4.L1->L3 
1x + 2y + 2z = 35 
0x-5y-5z=-85 
-4x + 1y - 5z = -41 
~ 
1x+2y+2z=35 
0x-5y-5z=-85 
0x + 9y + 3z = 99 
 
Passo 4:(-1/5)L2->L2,(1/3)L3->L3 
1x+2y+2z=35 
0x - 5y - 5z = -85 
0x + 9y + 3z = 99 
~ 
1x+2y+2z=35 
0x + 1y + 1z = 17 
0x + 3y + 1z = 33 
 
21 
 
Passo 5: L3-3.L2->L3 
1x+2y+2z=35 
0x + 1y + 1z = 17 
0x + 3y + 1z = 33 
~ 
1x+2y+2z=35 
0x+1y+1z=17 
0x + 0y - 2z = -18 
 
Passo 6: (-1/2)L3->L3 
1x+2y+2z=35 
0x+1y+1z=17 
0x + 0y - 2z = -18 
~ 
1x+2y+2z=35 
0x+1y+1z=17 
0x + 0y + 1z = 9 
 
Passo 7: L2-L3->L2 
1x+2y+2z=35 
0x + 1y + 1z = 17 
0x + 0y + 1z = 9 
~ 
1x+2y+2z=35 
0x + 1y + 0z = 8 
0x+0y+1z=9 
 
Passo 8: L1-2.L2-2.L3->L1 
1x + 2y + 2z = 35 
0x + 1y + 0z = 8 
0x + 0y + 1z = 9 
~ 
1x + 0y + 0z = 1 
0x+1y+0z=8 
0x+0y+1z=9 
 
Passo 9: Simplificar coeficientes 
1x + 0y + 0z = 1 
0x + 1y + 0z = 8 
0x + 0y + 1z = 9 
~ 
x = 1 
y = 8 
z = 9 
Após o escalonamento, observamos que a solução obtida é exatamente 
fornecida pelo último sistema. 
 
22 
 
Sistemas lineares homogêneos 
Um sistema linear é homogêneo quando os termos independentes de todas as 
equações são nulos. Todo sistema linear homogêneo admite pelo menos a 
solução trivial, que é a solução identicamente nula. Assim, todo sistema linear 
homogêneo é possível. Este tipo de sistema poderá ser determinado se admitir 
somente a solução trivial ou indeterminado se admitir outras soluções além da 
trivial. 
Exemplo: O sistema 
2x - y + 3z = 0 
4x + 2y - z = 0 
 x - y + 2z = 0 
é determinado, pois possui a solução x=0, y=0 e z=0. 
 
Regra de Cramer 
Esta regra depende basicamente sobre o uso de determinantes. Para indicar o 
determinante de uma matriz X, escreveremos det(X). 
Seja um sistema linear com n equações e n incógnitas: 
a11 x1 + a12 x2 +...+ a1j xj +...+ a1n xn = b1 
a21 x1 + a22 x2 +...+ a2j xj +...+ a2n xn = b2 
... ... ... ... 
an1 xn + an2 xn +...+ anj xj +...+ ann xn = bn 
A este sistema podemos associar algumas matrizes: 
 Matriz dos coeficientes: Formada pelos coeficientes das incógnitas 
do sistema, aqui indicada pela letra A. 
Matriz dos coeficientes 
a11 a12 ... a1j ... a1n 
a21 a22 ... a2j ... a2n 
... ... ... ... ... ... 
23 
 
an1 an2 ... anj ... ann 
 Matriz Aumentada do sistema: Formada todos os coeficientes das 
incógnitas do sistema e também pelos termos independentes. 
Matriz Aumentada 
a11 a12 ... a1j ... a1n b1 
a21 a22 ... a2j ... a2n b2 
... ... ... ... ... ... 
an1 an2 ... anj ... ann bn 
 Matriz da incógnita xj: É a matriz Aj obtida ao substituirmos a coluna 
j (1<j<n) da matriz A, pelos termos independentes das equações do 
sistema. 
Matriz da incógnita xj 
a11 a12 ... b1 ... a1n 
a21 a22 ... b2 ... a2n 
... ... ... ... ... ... 
an1 an2 ... bn ... ann 
Quando as posições j=1,2,3 estão relacionadas com x1, x2 e x3 e substituídas 
pelas incógnitas x, y e z, é comum escrever Ax, Ay e Az. 
Se det(A) é diferente de zero, é possível obter cada solução xj (j=1,...,n), 
dividindo det(Aj) por det(A), isto é: 
xj = det(Aj) / det(A) 
Se det(A)=0, o sistema ainda poderá ser consistente, se todos os 
determinantes nxn da matriz aumentada do sistema forem iguais a zero. 
Um sistema impossível: Seja o sistema 
2x + 3y + 4z = 27 
1x - 2y + 3z = 15 
3x + 1y + 7z = 40 
A matriz A e a matriz aumentada Au do sistema estão mostradas abaixo. 
24 
 
2 3 4 
1 -2 3 
3 1 7 
 
2 3 4 27 
1 -2 3 15 
3 1 7 40 
 
Como det(A)=0, devemos verificar se todos os determinantes das sub-matrizes 
3×3 da matriz aumentada são nulos. Se existir pelo menos um deles não nulo, 
o sistema será impossível e este é o caso pois é não nulo o determinante da 
sub-matriz 3x3 formada pelas colunas 1, 2 e 4 da matriz aumentada: 
2 3 27 
1 -2 15 
3 1 40 
Um sistema indeterminado: Consideremos agora o sistema (Quase igual ao 
anterior: trocamos 40 por 42 na última linha!) 
2x + 3y + 4z = 27 
1x - 2y + 3z = 15 
3x + 1y + 7z = 42 
A matriz A e a matriz aumentada Au do sistema, estão abaixo: 
2 3 4 
1 -2 3 
3 1 7 
 
2 3 4 27 
1 -2 3 15 
3 1 7 42 
 
Aqui, tanto det(A)=0 como todos os determinantes das sub-matrizes 3×3 da 
matriz aumentada são nulos, então o sistema é possível e indeterminado. Neste 
caso, observamos que a última linha é a soma das duas primeiras e como estas 
duas primeiras dependem de x, y e z, você poderá encontrar as soluções, por 
exemplo, de x e y em função de z. 
Um sistema com solução única: Seja o sistema 
25 
 
2x + 3y + 4z = 27 
1x - 2y + 3z = 15 
3x + 1y + 6z = 40 
A matriz A e a matriz dos termos independentes do sistema estão indicados 
abaixo. 
2 3 4 
1 -2 3 
3 1 6 
 
27 
15 
40 
 
Como det(A)=7, o sistema admite uma única solução que depende dos 
determinantes das matrizes Ax, Ay e Az, e tais matrizes são obtidas pela 
substituição 1a., 2a. e 3a. colunas da matriz A pelos termos independentes das 
três equações, temos: 
Ax= 
27 3 4 
15 -2 3 
40 1 6 
 
Ay= 
2 27 4 
1 15 3 
3 40 6 
 
Az= 
2 3 27 
1 -2 15 
3 1 40 
 
Como det(Ax)=65, det(Ay)=1 e det(Az)=14, a solução do sistema é dada por: 
x = det(Ax)/det(A) = 65/7 
y = det(Ay)/det(A) = 1/7 
z = det(Az)/det(A) = 14/7 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
2 - Espaços Vetoriais 
 
Definição: Seja V um conjunto não vazio, sobre o qual estão definidas as 
operações adição e multiplicação por escalar, isto é, 
 

 A, B 

 V temos: A + B 

 V e, 
 

 A 

 V e 
 
 

 temos: 

A 

 V 
V com essas operações é chamado espaço vetorial real se forem verificados 8 
axiomas: 
Em relação à adição: Sejam A, B, C 

 V e 

, 


 

 
(A1) (A + B) + C = A + (B + C) 
(A2) A + B = B + A 
(A3) Existe um único elemento neutro neutro O V tal que 
 A + O = O + A = A 
(A4) Existe um único elemento simétrico -A  V tal que A + (-A) = O 
 
(M1) ( .  )A =  (  A) 
(M2) ( +  )A =  A +  A 
(M3)  (A + B) =  A +  B 
(M4) 1A = A 
 
Obs: Os elementos de um espaço vetorial V podem ser polinômios, matrizes, 
números, funções, desde que as operações definidas neste conjunto satisfaçam 
os 8 Axiomas. Mas independente de sua natureza os elementos de um Espaço 
Vetorial V serão chamados vetores. 
 
 
27 
 
Exemplos: 
1) V = conjunto das matrizes 2x2 ou V = M(2x2) = 












wzyx
wz
yx
,,,:
. 
Em V é definido as operações: 
Sejam A, B 

 V onde A =












43
21
aa
aa , B =












43
21
bb
bb e    
Operações: A + B = 














4433
2211
baba
baba e  A = 












43
21
..
..
aa
aa

 
Obs: Essas são as operações usuais de adição e multiplicação por escalar no 
conjunto das matrizes 2x2. 
Para essas operações assim definidas, podem ser verificadas facilmente que 
valem os 8 axiomas. Portanto, neste exemplo,V = M(2x2) é um espaço 
vetorial. 
 
2) V = 
  cbacba ,,:
 = conj. das matrizes linha M(1x3) 
Operações definidas: 
 321 aaa
 + 
 321 bbb
 = 
 321 aaa
 (Cuidado, adição não usual) 
  321 aaa
 = 
 321 ... aaa 
 (Multiplicação usual) 
Com estas operações, V é um espaço vetorial ? 
Verificando os axiomas: 
Sejam A = 
 321 aaa
, B = 
 321 bbb
, C = 
 321 ccc
 
A1) (A + B) + C = A + (B + C) ? 
(A + B) + C = (
 321 aaa
 + 
 321 bbb
) + 
 321 ccc
 
 = 
 321 aaa
 + 
 321 ccc
 
 = 
 321 aaa
 
28 
 
A + (B + C) = 
 321 aaa
 + (
 321 bbb
 + 
 321 ccc
 ) 
 = 
 321 aaa
 + 
 321 bbb
 
 = 
 321 aaa
 
O Axioma A1 é satisfeito. 
 
A2) A + B = B + A ? 
A + B = 
 321 aaa
 + 
 321 bbb
 = 
 321 aaa
 
B + A = 
 321 bbb
 + 
 321 aaa
 = 
 321 bbb
, portanto A + B 

 B + A. 
Como o axioma A2 falha, V não é um espaço vetorial. 
 
Atenção !!! Basta que um dos axiomas falhe, para que o conjunto (com as 
oper. definidas) não seja um espaço vetorial. 
 
3) V ={(x,y)

2}, conjunto dos vetores em 
2
. 
Operações definidas, (a, b) + (c, d) = (a +c, b + d) e 

(a,b)= (

2a,

2b) 
Como a adição é uma operação usual, vamos verificar se falha algum axioma 
em relação à multiplicação por escalar. 
Sejam u = (a, b) e v = (c, d) em 
2
, 

 e 

 números reais. 
M1) ( .

)u = 

(

u) ? 
(

.

)u = (

.

)(a, b) = (
22
a, 
22
b) 

(

u) = 

(

(a,b)) = 

(
2
a, 
2
b) = (
22
a, 
22
b), logo (

.

)u = 

(

u). 
O Axioma M1 é satisfeito. 
 
M2) ( +  )u =  u +  u ? 
29 
 
(

+

)u = (

+

)(a,b) = ((

+

)2.a, (

+

)2.b) 

u +

u = 

(a,b) +

(a,b) = (
2
a,
2
b) + (
2
a, 
2
b) = 
=((
2
+
2
)a, (
2
+
2
)b) 
O Axioma M2 não é satisfeito pois (

+

)u 
 
u +

u. 
Então, V ={(x,y)

2} com as operações definidas, não é um espaço vetorial. 
 
Exercícios: Verificar se os conjuntos abaixo são espaços vetoriais reais em 
relação às operações definidas. Para aqueles que não são, citar os axiomas que 
não se verificam. (Justiticando) 
(a) V1 = {(x,y) 
2}, (a, b) + (c, d) = (a +c, b + d) 
 e 

(a,b)= (

a, 0) 
(b) V2 = {(x,y) 
2 / y = 5x} = {(x, 5x)} com as operações usuais, 
(a, b) + (c, d) = (a +c, b + d) e 

(a,b)= (

a, 

b ) 
(c) V3 = {(x,y) 
2}, (a, b) + (c, d) = (a +c, b + d) 
 e 

(a,b)= (

a, b) 
 
Observações: Para V1 e V3, como a adição é uma operação usual e a 
multiplicação por escalar não é usual, basta verificar quais axiomas de M1 à M4 
falham. 
Já para V2, todos os axiomas devem ser verificados para ser um espaço vetorial. 
Respostas: (a) Falha M4, (c) Falha M2. 
 
Outros exemplos: 
4) V = conjunto das matrizes mxn = M(m,n) com as operações usuais (de 
adição e de multiplicação por escalar) definem um espaço vetorial. 
30 
 
Obs: Se A 

 M(mxn) então A = 












mnmm
n
n
aaa
aaa
aaa
...
......
...
...
21
22221
11211
 
5) V = 
n
 = {(x1, x2, x3, ... , xn): xi  }, 1  i  n 
com as operações de adição e de multiplicação por escalar usuais definem um 
espaço vetorial. 
 
6) V = P3 = conjunto dos polinômios com coeficientes reais de grau menor ou 
igual a 3 (incluindo os polinômios de grau zero) 
ou P3 = { a0 + a1x + a2x
2 + a3x
3: ai  } 
Elementos de P3, exemplos: 3, 6 + 5x, 6x
2, 1 + 4x3, -3 + 5x – 4x2 + 
+7x3. 
 
Se p1(x) e p2(x) pertencem a P3 então: 
p1(x) = a0 + a1x + a2x
2 + a3x
3 e p2(x) = b0 + b1x + b2x
2 + b3x
3 
Operações usuais em P3: 
p1(x) + p2(x) = (a0 + b0)+ (a1 + b1)x + (a2 + b2)x
2 + (a3 + b3)x
3 
Se 
 
 temos 

.p1(x) =  a0 +  a1x +  a2x
2 + 

a3x
3 
Com estas operações pode-se verificar que V = P3 é um espaço vetorial. 
----------------------------------------------------------------------------------------- 
Observações: Matrizes, vetores, polinômios podem estar associados da 
seguinte maneira. 
Por exemplo, 
A = 



d
a 
e
b
 



f
c , v = (a, b, c, d, e, f), 
p(x) = a + bx + cx2 + dx3 + ex4 + fx5 
31 
 
A 

 M(2,3), v 

 
6
 , p(x)

 P5 
Pode-se dizer que a, b, c, d, e, f são as coordenadas de A, v e p(x). Por isto, 
matrizes, vetores, polinômios são chamados de maneira geral vetores. 
 
2.1 - Subespaços Vetoriais 
 
Deseja-se dentro de um espaço vetorial V, detectar se um subconjunto S de V é 
também espaço vetorial. Tais conjuntos serão chamados subespaços de V. 
 
Exemplo: 
V = 2 com as operações usuais de adição e multiplicação por escalar é um 
espaço vetorial. 
S é uma reta que passa pela origem. Neste caso, S é um subconjunto de V. 
 
 
 
 
 
u = (2,1), v = (3, 3/2), u + v = (5, 5/2) 
 
Definição: Seja V um espaço vetorial e S um subconjunto não vazio de V. 
S é um subespaço vetorial de V se: 
(i) 0 

 S 
(ii) 

 u, v 

 S 

 u + v 

 S 
(iii) 

 

 e 

 u 

 S 

 

u 

 S 
S 

 V = 2 
S = 






 xyyx
2
1
:),(
= 






x);
2
x
,x(
 
Observa-se que ao somarmos 2 vetores de 
S, obtemos outro vetor em S. E se 
multiplicarmos um vetor de S por um 
número, o vetor resultante estará em S. 
32 
 
OBSERVAÇÕES: 
 Qualquer subespaço S de V deve conter o vetor nulo 0 (devido ao Axioma A3 do 
Espaço Vetorial). Caso contrário S não é um subespaço vetorial. 
 
 Todo espaço vetorial V admite pelo menos 2 subespaços (chamados subespaços 
triviais), o conjunto 

0 

 e o próprio espaço vetorial V. 
 
Exemplos: 
(1) V = 2 com as operações usuais. S =   ttt :),( 1 
S pode ser representada por uma reta que passa pelos pontos (-1,0) e (0,1). 
O vetor nulo ( 0,0 ) 

 S 

 S não é um subespaço vetorial de V. 
 
 
 
 
 
(2) V = 2 com as operações usuais. 
S = 
 xxx :),(

2
 
S não é vazio pois (0,0) 2 . 
Mas existem 2 vetores u e v de S tais que (u + v) 

 S. 
Por exemplo, u = (1,1), v = (-1,1) pertencem a S e u + v = (0,2) 

 S. 
Portanto, S não um subespaço de V = 2 . 
 
 u+v 
v u 
S S 
(-1,0) 
(0,1) 
S 
33 
 
(3) V = 3 (com as operações usuais). 
S = 
 0 czbyaxzyx :),,(
. Obs: S é um plano que passa pela origem. 
S é um subespaço de V ? 
 
Solução: 
Vamos verificar se em S satisfazem as condições (i), (ii) e (iii). 
( i ) (0,0,0) 

 S pois a0 + b0 + c0 = 0. 
( ii ) Sejam u = (u1, u2, u3), v = (v1, v2, v3) elementos de S. 
Então, 
 





0 3cv 2bv 1av
0 3cu 2bu 1au
 
Logo, a(u1 + v1)+b(u2 + v2)+c(u3 + v3) = 0. E portanto, (u1 + v1, u2 + v2, u3 + 
v3) S. 
Daí, u +v 

S. 
(iii) Seja 

 

 e u = (u1, u2, u3) 3 . 
Se u 

 S, então au1 + bu2 + cu3 = 0. 
Portanto, 

( au1 + bu2 + cu3) = 0   u1 +  u2 +  u3 = 0   u  S. 
Como as 3 condiçõesforam satisfeitas, S é um subespaço de V = 3 . 
 
Exercícios: 
(a) V = 5 (com as operações usuais) e S = { (0, x2, x3, x4, x5) 5 }. 
Verifique que S é um subespaço vetorial. 
(b) V = 2 (com as operações usuais) e S = { (x, x
2); x

} 
Verifique que S não é um subespaço vetorial. 
 
34 
 
Intersecção e Soma de Subespaços 
Teorema: S1, S2 subespaços vetorias de V (espaço vetorial). 
Então, 
(i) S1  S2 é um subespaço de V. 
(ii) S1 + S2 é um subespaço de V. 
OBS: 
S1  S2 = {v V : v  S1 e v  S2} 
S1 + S2 = { v = u + w / u  S1 e w  S2}. 
Todo elemento de S1 + S2 é um vetor soma de 2 vetores, um vetor de S1 e o 
outro de S2. 
Exemplos: 
(a) V = M(3 x 3) 
 S1 = 










900
650
321
a
aa
aaa
; ai  S2 = 










987
054
001
aaa
aa
a
; ai  
S1 e S2 são subespaços de V = M(3 x 3) 
S1 = {matrizes triangulares superiores} 
S2 = {matrizes triangulares inferiores} 
Logo, S1  S2 = 




















900
050
001
a
a
a
 é um subespaço de V = M(3 x 3) 
(b) V = 3 
S1 = {(0, 0, x): x  } Reta no eixo z 
S2 = {(a, a, 0): a  } Reta no plano xy 
S1 + S2 = {(a,a,x)} plano que contém as retas S1 e S2. 
S1 + S2 é um subespaço de V = 3 . 
S1 + S2 
S2 
S1 
35 
 
SOMA DIRETA DE SUBESPAÇOS 
Definição: 
Sejam S1 e S2 subespaços vetoriais de V. 
V é a soma direta de S1 e S2 (Representado por V = S1  S2 ) 
Se V = S1 + S2 e S1  S2 = { 0 }. 
 
Exemplo: V = M(2 x 2) 
S1 = 












00
ba e S2 = 












dc
00 onde a, b, c, d  . 
S1 + S2 = 












dc
ba = M(2 x 2) e S1  S2 = 












00
00 . 
Logo, V = S1  S2 e portanto V é soma direta de S1 e S2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
3. ESPAÇOS VETORIAIS EUCLIDIANOS 
3.1 Produto Interno em Espaços Vetoriais 
Chama-se produto interno no espaço vetorial V uma aplicação de VxV em R que 
a todo par de vetores (u,v) VxV associa um número real, indicado por u.v ou 
<u,v>, tal que os axiomas seguintes sejam verificados: 
P1) u.v = v.u 
P2) u.(v+w) = u.v + u.w 
P3) ( u).v = (u.v), 
P4) u.u e além disso u.u = 0 u = 0 
O número real u.v é chamado produto interno dos vetores u e v. 
 
EXEMPLOS 
1) No espaço vetorial V=R2, a aplicação (função) que associa cada par de 
vetores u=(x1,y1) e v=(x2,y2), o número real u.v = 2x1x2 + 5y1y2, é um produto 
interno. 
Mostrar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O produto interno examinado neste exemplo é diferente do produto interno 
usual do R2 que é definido por: u. v = x1x2 + y1y2 
Logo, é possível a existência de mais de um produto interno no mesmo espaço 
vetorial. 
37 
 
2) Se u=(x1,y1,z1) e v=(x2,y2,z2) são vetores quaisquer do R
3, o número real 
u.v=x1x2+y1y2+z1z2 define o produto interno usual do R
3. 
 De forma análoga, se u=(x1,x2,...,xn) e v=(y1,y2,...,yn), o número real 
u.v=x1y1+x2y2+...+xnyn define o produto interno usual no R
n. 
 
3.1.1 Problemas para resolver em aula 
 
1. Em relação ao produto interno usual do R2, calcular u.v, sendo: 
a) u=(-2,6) e v=(3,-4) 
 
b) u=(4,8) e v=(0,0) 
 
2. Em relação ao produto interno u.v=2x1x2+5y1y2, calcular u.v para u=(2,1) e 
v=(3,-2) 
3. Sejam v1=(1,2,-3), v2=(3,-1,-1) e v3=(2,-2,0) do R
3. Considerando esse 
espaço munido do produto interno usual, determinar o vetor u, tal que u.v1=4, 
u.v2=6 e u.v3=2. 
 
 
 
 
 
 
3.2 ESPAÇO VETORIAL EUCLIDIANO 
 Um espaço vetorial real, de dimensão finita, no qual está definido um 
produto interno, é um espaço vetorial euclidiano. 
 
3.3 MÓDULO DE UM VETOR 
 Dado um vetor v de um espaço vetorial euclidiano V, chama-se módulo, 
norma ou comprimento de v, o número real não-negativo, indicado por |v|, 
definido por ||v||= ou ||v||= 
Assim, se v=(x1,y1,z1) R
3, com produto interno usual, tem-se: 
38 
 
||v||= 
 
 
 
Se ||v||=1, isto é, v.v=1, o vetor é chamado vetor unitário. 
O vetor 
 
 
 é unitário, de mesma direção e sentido de v (versor de v). Diz-se, 
nesse caso, que o vetor v foi normalizado. 
 
3.3.1 EXERCÍCIOS PARA AULA 
1. Dado o vetor v=(-2,1,2) R3, calcular o módulo de v e normalizar v, 
considerando que: 
a) R3 está munido do produto interno usual 
 
b) Em R3 está definido o produto interno v1.v2=3x1x2+2y1y2+z1z2, sendo 
v1=(x1,y1,z1) e v2=(x2,y2,z2) 
 
 
 
É importante observar que o módulo de v depende do produto interno utilizado: 
se o produto interno muda, o módulo se modifica. 
Por outro lado, os vetores 
 
 
, obtidos de a) e b) são unitários em relação ao 
respectivo produto interno. 
 
2. Dado o espaço vetorial V=R3, munido do produto interno usual, calcular “m” 
do vetor v=(6,-3,m) de modo que ||v||=7 
 
 
 
3. Dado o espaço das funções contínuas no intervalo [0,1] (C[0,1]) em que o 
produto interno é <f.g>= 
 
 
. 
a) Determine o produto interno de f(x)=x+1 e g(x)=2x 
b) Calcular a norma de f(x)=x+1 
c) Normalizar a função f(x)=x+1 
 
39 
 
3.3.2 PROPRIEDADES DO MÓDULO DE UM VETOR 
 
Seja V um espaço vetorial euclidiano. 
I) ||v|| 
II) 
Dem.: 
III) ||u+v|| ||u||+||v||, (Desigualdade de Shwarz ou Inequação de 
Cauchy-Schwarz ou Desigualdade triangular) 
 
Interpretação Geométrica no R2 ou R3 
 “A soma das medidas de dois lados de um triângulo é 
 maior do que a medida do terceiro lado.” 
 
 
 
 
3.4 ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS PARA AULA 
Nos exercícios 1 e 2, considerando o produto interno usual no R3 e no R4 
respectivamente, calcular o ângulo entre os vetores dados em cada um deles. 
1. u=(2,1,-5) e v=(5,0,2) 2. u=(1,-1,2,3) e v=(2,0,1,-2) 
 
 
 
3. Sendo V um espaço vetorial euclidiano e u,v , calcular o cosseno do ângulo 
entre os vetores u e v, sabendo que ||u||=3, ||v||=7 e ||u+v||= 
 
||u+v|| 
||u|| 
||v|| 
40 
 
4. No espaço vetorial das matrizes quadradas V=M(2x2), dadas duas matrizes 
quaisquer, 
 
 
 
 
 
 , o número real 
u.v=a1a2+b1b2+c1c2+d1d2 define um produto interno em M(2x2). 
Sabendo que 
 
 
 
 
 
 . Calcular: 
a) ||u+v|| b) O ângulo entre u e v 
 
 
 
 
 
 
 
3.5 DISTÂNCIA ENTRE DOIS VETORES 
Chama-se distância entre dois vetores (ou pontos) u e v, o número real, 
representado por d(u,v), definido por: d(u,v)=||u-v|| 
Se u=(x1,y1) e v=(x2,y2) são vetores (ou pontos) do R
2, com produto interno 
usual, tem-se: 
d(u,v)=|u-v|=|(x1-x2, y1-y2)|= 
EXEMPLO: Calcular a distância entre os vetores u=(9,5) e v=(4,2) 
 
 
 
 
 
3.6 VETORES ORTOGONAIS 
Dado um espaço vetorial euclidiano V, diz-se que dois vetores u e v de V são 
ortogonais e se representa por , se e somente se, u.v=0 
 o vetor 0 é ortogonal a qualquer outro vetor v V pois 0.v=0 
 se , então 
 Se u1 v e u2 v, então (u1+u2) v 
41 
 
EXEMPLOS: 
1) Os vetores u=(2,7) e v=(-7,2) de R2, munido do produto interno usual, sãoortogonais: (2,7).(-7,2)=-14+14=0 
2) Os vetores u=(-3,2) e v=(4,3) são ortogonais no espaço vetorial V=R2 em 
relação ao produto interno (x1,y1).(x2,y2)=x1.x2+2y1y2 
 
 
 
 
3.7 CONJUNTO ORTOGONAL DE VETORES 
 
Dado um espaço vetorial euclidiano V, diz-se que um conjunto de vetores 
{v1,v2,...,vn} V é ortogonal, se dois vetores quaisquer, distintos, são 
ortogonais, isto é, vi.vj=0 para . 
 
EXEMPLO: 
No R3, o conjunto {(1,2-3),(3,0,1),(1,-5,-3)} é ortogonal em relação ao produto 
interno usual. 
 
 
 
 
3.7.1 CONJUNTO ORTOGONAL E INDEPENDÊNCIA LINEAR 
Um conjunto ortogonal de vetores não-nulos A={v1,v2,...,vn} de um espaço 
vetorial euclidiano V é linearmente independente – LI. 
 
3.8 BASE ORTOGONAL 
Uma base B={v1,v2,...,vn}de um espaço vetorial euclidiano V é ortogonal se os 
seus vetores são dois a dois ortogonais. 
42 
 
Se dim V = n, qualquer conjunto de n vetores não-nulos e dois a dois 
ortogonais, constitui uma base ortogonal. O conjunto B={(1,2-3),(3,0,1),(1,-5,-
3)}, é uma base ortogonal de R3. 
 
3.8.1 BASE ORTONORMAL 
Uma base B={v1,v2,...,vn}de um espaço vetorial euclidiano V é ortonormal se B 
é ortogonal e todos os seus vetores são unitários, isto é: 
 
 
 
 
EXEMPLOS: 
1) As bases canônicas do R2, R3, ... Rn são bases ortonormais em relação ao 
produto interno usual. 
2) A base 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 é ortonormal em relação ao produto 
interno usual. 
 
3) Uma base ortonormal sempre pode ser obtida de uma base ortogonal, 
normalizando cada um de seus vetores. Assim, da base ortogonal 
B={(1,2-3),(3,0,1),(1,-5,-3)} do R3, relativamente ao produto interno usual, 
pode-se obter a base ortonormal B’={u1,u2,u3}. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.9 PROCESSO DE ORTOGONALIZAÇÃO DE GRAM-SCHMIDT 
Dado um espaço vetorial euclidiano V e uma base qualquer B={v1,v2,...,vn} 
desse espaço, é possível, a partir dessa base, determinar uma base ortogonal 
de V. 
43 
 
A base ortogonal {w1,w2,...,wn} é assim obtida: 
w1 = v1 
w2 = v2 - <v2,v1>.u1 onde 
 
 
 
w3 = v3 - <v3,u2>.u2 - <v3,u1>.u1 onde 
 
 
 
 
wn = vn - <vn,un-1>.un-1 - ... - <vn,u2>.u2 - <vn,u1>.u1 
 
EXEMPLO: 
Sejam v1=(1,1,1), v2=(0,1,1) e v3=(0,0,1) vetores do R3. Esses vetores 
constituem uma base B={v1,v2,v3} não ortogonal em relação ao produto interno 
usual. Agora vamos obter uma base B’ que seja ortonormal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
4. TRANSFORMAÇÕES LINEARES 
4.1 FUNÇÕES VETORIAIS 
São funções onde o domínio e o contradomínio são espaços vetoriais reais. 
Assim, tanto a variável dependente quanto a independente são vetores. 
Para dizer que T é uma transformação do espaço vetorial V no espaço vetorial 
W, escreve-se T:V W. Sendo T uma função, cada vetor v V tem um só vetor 
imagem w W, que será indicado por w=T(v). 
 
EXEMPLO 
Uma transformação T:R2 R3 associa vetores v=(x,y) R2 com vetores w=(a,b,c) 
do R3. Se a lei que define T é tal que a=3x, b=-2y e c=x-y, a imagem de cada 
vetor (x,y) será representada por T(x,y)=(3x,-2y,x-y) 
 
 
 
 
 
 
 
No caso de ser v=(2,1), tem-se: w=T(2,1)=(3(2),-2(1),2-1)=(6,-2,1) 
 
4.2 TRANSFORMAÇÕES LINEARES 
Sejam V e W espaços vetoriais. Uma aplicação T: V W é chamada 
transformação linear de V em W, se: 
I) T(u+v) = T(u) + T(v) 
II) T( u) = T(u) 
 
“Uma transformação linear de V em V (é o caso de V=W) é chamada operador 
linear sobre V.” 
 
z 
y x 
y 
x 
45 
 
EXEMPLOS 
1) T:R2 R3 , T(x,y)=(3x,-2y,x-y) é linear: 
 
 
2) A transformação identidade I: V V , v v, I(v)=v , é linear. 
 
 
 
 
 
 
3) A transformação nula é linear, T: V W, T(v)=0 
 
 
 
 
 
4.2.1 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA 
Uma transformação geométrica do significado de uma transformação linear pode 
ser dada considerando, por exemplo, o operador linear. 
T: R2 R2, T(x,y)=(-3x+y,2x+3y) 
Se u=(-1,1) e v=(0,1), tem-se u+v=(-1,2) 
T(u)=(4,1) e T(v)=(1,3) T(u)+T(v)=(5,4) 
 
 
 
 
Sendo u+v a diagonal do paralelogramo determinado por u e v, sua imagem 
T(u+v) representa a diagonal do paralelogramo determinado por T(u) e T(v), 
46 
 
isto é, T(u+v)=T(u)+T(v). Diz-se, nesse caso, que T representa a adição de 
vetores. 
A figura a seguir, mostra que, ao se multiplicar o vetor u por 2, por exemplo, 
sua imagem T(u) também fica multiplicada por 2, isto é, T( u)= T(u). Diz-se 
que nesse caso, que T preserva a multiplicação de um vetor por um escalar. 
 
 
 
 
PROPRIEDADES DAS TRANSFORMAÇÕES LINEARES 
I) Se T:V W é uma transformação linear, a imagem do vetor 0 V é o vetor 0
W. 
Esta propriedade decorre da condição II da definição de transformação linear, 
para =0. 
T( u)= T(u) 
T(0)=0.T(u) 
T(0)=0 
 
EXEMPLO 
T:R2 R3 T(x,y)=(3x, -2y, x-y) 
T(0,0)=(0,0,0) 
Conclusão: Se T(0) 0, a transformação não é linear. 
É o caso da transformação T:R3 R2 T(x,y,z)=(2x+3, 3x+4z) 
T(0,0,0)=(3,0) 0 
II) Se T:V W é uma transformação linear, tem-se: 
T(a1v1+a2v2)=a1T(v1)+a2T(v2), v1,v2 de V e a1,a2 de R 
47 
 
Isto é, a imagem de uma combinação linear de vetores v1 e v2 é uma 
combinação linear das imagens T(v1) e T(v2) com os mesmos coeficientes a1 e 
a2. 
T(a1v1+a2v2+...+ anvn)=a1T(v1)+a2T(v2) +...+anT(vn) 
Se B={v1,v2,...,vn} é uma base de V, para todo v de V, a1,a2,...,an tal que 
v=a1v1+a2v2+...+ anvn e, por tanto, T(v)= a1T(v1)+a2T(v2) +...+anT(vn), isto é, 
dado v de V, o vetor T(v) estará determinado se forem conhecidas as imagens 
dos vetores de B. Em outras palavras, sempre que forem dados 
T(v1),T(v2),...,T(vn), onde v1,v2,...,vn é a base do domínio de V, a transformação 
linear T está perfeitamente definida. 
 
Resolver em aula: 
1) Seja T :R3 R2 uma transformação linear e B={v1=(0,1,0), v2=(1,0,1) e 
v3=(1,1,0)} uma base do R
3. Sabendo que T(v1)=(1,-2), T(v2)=(3,1) e 
T(v3)=(0,2), determinar: 
a) T(5,3,-2) 
 
 
b) T(x,y,z) 
 
 
 
2) Seja o operador linear no R3 definido por: T(x,y,z)=(x+2y+2z, x+2y-z, -
x+y+4z) 
a) Determinar o vetor u de R3 tal que T(u)=(-1,8,-11) 
 
 
 
 
b) Determinar o vetor v de R3 tais que T(v)=v 
 
48 
 
4.3 NÚCLEO DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR 
Chama-se núcleo de uma transformação linear T: V W ao conjunto de todos os 
vetores v de V que são transformados em 0 W. Indica-se por N(T) ou Ker(T). 
N(T)={v V|T(v)=0} 
 
 N(T) V 
Todos os seus vetores têm uma única imagem que 
é o vetor zero de W. 
OBS.: pois uma vez que T(0)=0. 
 
EXEMPLOS: 
1) O núcleo da transformação linear 
 
 
2) Seja a transformação linear 
 
 
 
4.4 IMAGEM DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR 
Chama-se de imagem de uma transformação linear T:V W ao conjunto de 
vetores w W que são imagens de vetores v V. Indica-se esse conjunto por 
Im(T) ou T(v). 
 
 
 pois T(0)=0 Im(T) 
Se Im(T)=w, T diz-se sobrejetora: existe 
pelo menos um tal que T(v)=w. 
 
49 
 
EXEMPLOS: 
1) Seja a projeção ortogonal do sobre o plano 
xoy. A imagem de T é o próprio plano xoy. 
 
 
 
2) A imagem da transformação identidade I: V V , definida por I(v)=v, , 
é todo o espaço V. O núcleo, nesse caso é N(I)={0}. 
3) A imagem da transformação nula, T: V W, T(v)=0 , é o conjunto 
Im(T)={0}. O núcleo nesse caso é todoo espaço V. 
 
4.5 PROPRIEDADES DO NÚCLEO E DA IMAGEM 
1. O núcleo de uma transformação linear T:V W é um subespaço vetorial de V. 
De fato, sejam v1 e v2 N(T) e : 
I) T(v1)=0 T(v2)=0 
II) T(v1+v2)=T(v1)+T(v2)=0+0, v1+v2 N(T) 
III) T( v1)= T(v1)= .0=0, v1 N(T) 
 
2. A imagem de uma transformação linear T:V W é um subespaço vetorial de 
W. De fato, sejam w1 e w2 Im(T) e : 
I) 0 Im(T) 
II) w1+w2 Im(T) 
III) 1 Im(T) 
Como w1 e w2 Im(T), existem vetores v1 e v2 tais que T(v1)=w1 e T(v2)=w2 
Fazendo v= v1+v2 e u= v1 
T(v)= T(v1+v2)=T(v1)+T(v2)= w1+w2 
50 
 
T(u)= T( v1)= T(v1)= w1 
 
3. Se V é um espaço vetorial de dimensão finita e T:V W uma transformação 
linear, dimN(T)+dimIm(T)=dimV 
a) No exemplo 1, o núcleo (eixo dos z) tem dimensão 1 e a imagem (plano xoy) 
tem dimensão 2, enquanto que o domínio R3, tem dimensão 3. 
b) No exemplo 2, da transformação identidade, tem-se dim(N(T))=0, logo, 
dim(Im(T))=dimV. 
 
Para resolver. 
1. Dado o operador linear 
a) Determinar o núcleo de T, a dimensão do núcleo e uma de suas bases. 
 
 
 
 
 
b) Determinar a imagem de T, a dimensão da imagem e uma de suas bases. 
 
 
 
 
 
 
c) Verificar as propriedades da dimensão. 
 
 
 
 
 
 
51 
 
COROLÁRIOS 
 
Seja T:V→W uma transformação linear. 
 
1. Se dim V= dim W, então T é injetora se, e somente se, é sobrejetora. 
2. Se dim V = dim W e T é injetora, então T transforma base em base, isto 
é, se B={v1, ..., vn} é base de V, então T(B)={T(v1),...,T(vn)} 
 
4.6 ISOMORFISMO 
 
Chama-se isomorfismo do espaço vetorial V no espaço vetorial W a uma 
transformação linear T: V→W, que é bijetora. 
 
4.7 MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR 
 
Sejam T: V→W uma transformação linear, A uma base de V e B uma base de W. 
Sem prejuízo da generalização, consideremos o caso em que dim V=2 e dim 
W=3. 
Sejam A={v1,v2} e B={w1,w2,w3} bases de V e W, respectivamente. 
Um vetor v 

V pode ser expresso por: 
V= x1v1+x2v2 ou VA=(x1,x2) 
E a imagem T(v) por: 
T(v)= y1w1+y2w2+y3w3 ou T(v)B=(y1,y2,y3) 
 
Por outro lado: 
T(v)=T(x1v1+x2v2)=x1T(v1)+x2T(v2) 
52 
 
Sendo T(v1) e T(v2) vetores de W, eles são combinação lineares dos vetores de 
B: 
 
T(v)=T(x1v1+x2v2)=x1(a11w1+a21w2+a31w3)+x2(a12w1+a22w2+a32w3) 
 
Ou na forma matricial: 
 




























2
1
3231
2221
1211
3
2
1
x
x
aa
aa
aa
y
y
y
 
 
Ou, simbolicamente: 
 
     A
A
BB vTvT )(
 
 
Sendo a matriz 
 ABT
 denominada matriz de T em relação às bases A e B. 
 
Observações: 
a) A matriz 
 é de ordem 3x2 quando dimV=2 e dimW=3 
b) As colunas da matriz 
 são as componentes das imagens dos vetores da 
base A em relação à base. 
c) A matriz 
 depende das bases A e B consideradas, isto é, a cada dupla de 
bases corresponde uma particular matriz. Assim, uma transformação linear 
poderá ter uma infinidade de matrizes para representá-la. No entanto, fixadas 
as bases, a matriz é única. 
53 
 
d) No caso de A e B serem as bases canônicas, representa-se a matriz 
simplesmente por [T], que é chamada matriz canônica de T, e tem-se: 
[T(v)]=[T].[v] 
e) Calcular T(v) pela matriz [T] é o mesmo que fazê-lo pela fórmula que define 
T. 
 
4.8 OPERAÇÕES COM TRANSFORMAÇÕES LINEARES 
ADIÇÃO 
Sejam T1:V→W e T2:V→W transformações lineares. Chama-se soma das 
transformações lineares T1 e T2 à transformação linear 
T1+T2:V→W; v (T1+T2)(v) = T1(v)+T2(v), 
Se A e B são bases de V e W, tem-se: 
 
 
 
 
 
MULTIPLICAÇÃO POR ESCALAR 
Sejam T:V→W uma transformação linear e . Chama-se produto de T pelo 
escalar à transformação linear 
 
Se A e B são bases de V e W, tem-se: 
   AB
A
TT
B
 
 
 
COMPOSIÇÃO 
Sejam T1:V→W e T2:W→U transformações lineares. Chama-se aplicação 
composta de T1 com T2, e se representa por T2oT1, à transformação linear 
T2oT1:V→U; v (T2oT1)(v) = T2(T1(v)), 
54 
 
Se A e B e C são bases de V, W e U, tem-se: 
 
 
 
 
 
Problemas do livro. 
 
4.9 TRANSFORMAÇÕES LINEARES PLANAS 
Entende-se por transformações lineares planas as transformações de R2 em R2. 
Veremos algumas de especial importância e suas interpretações. 
 
REFLEXÕES: 
a) Reflexão em torno do eixo dos x 
Essa transformação linear leva cada ponto (x,y) para sua imagem (x,-y), 
simétrica em relação ao eixo dos x. 
Gráfico: 
T: R2 R2; (x,y) (x,-y) 
 
 
 
 
b) Reflexão em torno do eixo dos y 
Gráfico: 
T: R2 R2; (x,y) (-x,y) 
 
 
 
55 
 
c) Reflexão na origem 
Gráfico: 
T: R2 R2; (x,y) (-x,-y) 
 
 
 
 
 
d) Reflexão em torno da reta y=x 
Gráfico: 
T: R2 R2; (x,y) (y,x) 
 
 
 
 
 
e) Reflexão em torno da reta y=-x 
Gráfico: 
T: R2 R2; (x,y) (-y,-x) 
 
 
 
 
 
56 
 
DILATAÇÕES E CONTRAÇÕES 
a) Dilatação ou contração na direção do vetor 
T: R2 R2; (x,y) (x,y), 
Observação: 
se | |>1, T dilata o vetor 
se | |<1, T contrai o vetor 
se , T é a identidade I 
se <0, T troca o sentido do vetor 
 
b) Dilatação ou contração na direção do eixo dos x 
T: R2 R2; (x,y) x,y), 
se >1, T dilata o vetor 
se <1, T contrai o vetor 
 
 
c) Dilatação ou contração na direção do eixo dos y 
T: R2 R2; (x,y) x, y), 
Se fizéssemos , teríamos (x,y) x,0) e T seria a projeção ortogonal do 
plano sobre o eixo dos x. 
 
 
 
 
 
57 
 
CISALHAMENTO 
a) Cisalhamento na direção do eixo dos x 
T: R2 R2; (x,y) x+ y,y) 
 
 
 
 
 
O efeito do cisalhamento é transformar o retângulo OAPB no paralelogramo 
OAP’B’, de mesma base e mesma altura. No cisalhamento, cada ponto (x,y) se 
desloca paralelamente ao eixo dos x até chegar em x+ y,y), com exceção dos 
pontos do próprio eixo dos x, que permanecem em sua posição, pois para eles 
y=0. Com isso está explicado porque o retângulo e o paralelogramo da figura 
têm mesma base AO. 
 
 
 
 
 
 
 
b) Cisalhamento na direção do eixo dos y 
T: R2 R2; (x,y) x,y+ ) 
 
 
58 
 
ROTAÇÃO 
A rotação do plano em torno da origem, que faz cada ponto descrever um 
ângulo , determina uma transformação T : R2 R2 cuja matriz canônica é: 
 
 
 
 
Essa matriz chama-se matriz de rotação de um ângulo , , e é a 
matriz canônica da transformação linear T : R2 R2, (x,y)=( x -y , 
x +y ) 
 
5. AUTOVALORES E AUTOVETORES 
 
 Dada uma transformação linear, T: V 

 V estamos interessados em 
saber que vetores (não nulos) são levados em um múltiplo de si mesmo; isto é, 
procuramos um vetor v 

 V e um escalar 

 real tais que 
 
 T(v) = 

.v 
 
Neste caso T(v) será um vetor de mesma “direção” que v. 
O escalar 

 será chamado autovalor e o vetor v um autovetor. Vamos 
formalizar este conceito. 
 
Definição: 
Seja T: V 

 V uma transformação linear. 
Se existirem v

V, v

0, e 
 
 

 tais que Tv = 

.v, então 

 é um autovalor de T e v um autovetor de T associados a 

. 
Observe que 

 pode ser o número 0,embora v não possa ser o vetor nulo. 
v 
T(v) 
59 
 
Exemplos: 
1) Seja T: 22  dado por T(x,y) = 2.(x,y). 
Neste caso 

 = 2 é o autovalor de T 
E qualquer vetor (x, y) 

(0, 0) é um autovetor de T associado a 

=2. 
2) T: 22  onde T(x,y) = (x, -y) 
Note que T(0, -y)=(0,-y)=-1(0, y) 
Portanto, 
1
=-1 é o autovalor de T e todo vetor v1=(0,y) tal que y  0 é um 
autovetor de T. 
Observe também que T(x,0)=(x,0)=1(x,0) 
Então, 
2
=1 é o autovalor de T e todo vetor v2=(x,0) tal que x  0 é um 
autovetor de T. 
 
Exercício: Quais são as matrizes A1 e A2 associadas às Transformações 
Lineares em relação à base canônica, nos exemplos 1 e 2 ? 
________________________________________________________ 
As noções de autovetor e autovalor de uma transformação linear (ou 
matriz) são fundamentais, por exemplo, em Física Atômica porque os níveis de 
energia dos átomos e moléculas são dados por autovalores de determinadas 
matrizes. Também o estudo dos fenômenos de vibração, análise de estabilidade 
de um avião e muitos outros problemas de Física levam à procura de 
autovalores e autovetores de matrizes. 
 
 
 
 
 
60 
 
5.1 Autovalores e Autovetores de uma matriz 
 
Lembre-se que toda transf. Linear T: nn  está associada a uma matriz A(n 
x n) em relação à base canônica, isto é, T(v) = A .v. 
 
Logo, o autovalor e autovetor de A é o autovalor e autovetor de T. 
Portanto, o autovalor 

 e o autovetor v, são soluções das equações da 
seguinte equação 
 T(v) = 

.v, isto é , A.v=

.v, v

0 (v vetor não nulo) 
 
5.2 Polinômio Característico 
Método prático para encontrar autovalores e autovetores de uma matriz. 
 
Exemplo: 
Dado A=








21
43 , vamos procurar vetores v=(x,y) não nulo e escalares  tais 
que 
Observe que, se I for a matriz identidade de ordem 2, então a equação acima 
pode ser escrita na forma 
 
 
Ou ainda, 
 
 
 
 
A.v =

.v 
A.v =(

I)v 
(A-

I)v = 0 
Matriz nula 
61 
 
Explicitamente temos: 




































0
0
y
x
0
0
21
43 ou 




















0
0
y
x
21
43 
Se escrevermos explicitamente o sistema de equações lineares equivalente a 
esta equação matricial, iremos obter um sistema de 2 equações e 2 incógnitas. 
Se o determinante da matriz dos coeficientes for diferente de zero, saberemos 
que este sistema tem uma única solução, que é a solução nula, ou seja, x=y=0. 
Mas estamos interessados em calcular os autovetores de A, isto é, vetores v

0, 
ou seja, 
0
21
43
det 






 
Portanto, -(3+

).(2-

)+4=0 

 
022 
. 
Denominamos de 
2)(p 2 
 de polinômio característico de A. 
 
Obs: 
)I.Adet()(p 
 
Continuando a resolução, temos 
1e2 21 
, que são as raízes do 
polinômio característico, e portanto os autovalores da matriz A são -2 e 1. 
 
Através dos autovalores encontramos os autovetores. 
(i) Substituindo 
21 
 em 




















0
0
y
x
21
43
1
1 temos: 




















0
0
y
x
41
41 

 





0y4x
0y4x 

 x=4y 
62 
 
O autovetor associado a 
1
 é v1=(4y,y), y  0, ou 
v1=(x,x/4), x  0 
(ii) Substituindo 
12 
 em 




















0
0
y
x
21
43
2
2 temos: 




















0
0
y
x
11
44 

 





0yx
0y4x4 

 x=y 
O autovetor associado a 
2
 é v2=(x,x), x  0. 
 
Teorema 
Se a equação polinomial 
0cc...c n1n
1n
1
n  
 , onde c1, ... , cn são 
inteiros. 
Todas as soluções inteiras (se houver) desta equação são divisores do termo cn. 
 
Exemplo: As possíveis raízes inteiras da equação 
0632 23 
 são os 
divisores de -6 que são, 
6,3,2,1 
. 
Se 
632 23  )(p , então 20  é uma das raízes do polinômio 
)(p
, pois p(2)=0. 
Para as outras possibilidades, não encontramos raízes. 
Mas, dividindo p(

) por 
0
, onde 
0
 é uma raiz de p(

), temos, 
 
)3).(2()(p 2 
 
Logo, as outras raízes serão soluções da equação 032  . 
 
3
 
63 
 
Considerando raízes no campo complexo, temos 
3i
. 
Então, as raízes de p(

) são: 2, 
3i
,
3i
. 
 
6. Semelhança e Diagonalização 
 
As matrizes triangulares e matrizes diagonais são interessantes pois seus 
autovalores são determinados diretamente. Portanto, seria agradável se 
pudéssemos relacionar uma matriz a outra matriz triangular ou diagonal de 
forma que ambas tivessem os mesmos autovalores. 
 
6.1 Matrizes Semelhantes 
Definição: Sejam A e B matrizes nxn. Dizemos que A é semelhante a B se 
existir uma matriz nxn invertível P tal que P-1AP=B. Se A é semelhante a B, 
escrevemos A~B. 
Obs: Se A~B, podemos escrever que A=PBP-1 ou AP=PB. 
 
Exemplo: As matrizes 








10
21
A
 e 








12
01
B
 são semelhantes. 
Tome 





 

11
11
P
. Então, AP=PB=






 11
13 . 
Teorema 
Sejam A e B matrizes semelhantes. Então: 
a) det A = det B. 
b) A é invertível 

 B é invertível. 
c) A e B têm o mesmo posto. 
d) A e B têm o mesmo polinômio característico. 
64 
 
Definição: O posto de uma matriz é o número de linhas não nulas de qualquer 
uma de suas formas escalonadas por linhas. 
 
6.2 Diagonalização 
Temos a melhor situação possível quando uma matriz quadrada é semelhante a 
uma matriz diagonal. Como veremos logo a seguir, a possibilidade de isso 
ocorrer está relacionada estreitamente com os autovalores e autovetores da 
matriz. 
 
Definição: Uma matriz A (nxn) é diagonalizável se existe uma matriz 
diagonal D tal que A~D, ou seja, se existe P (nxn) invertível tal que 
P-1AP=D. 
 
Exemplo: A matriz 







22
31
A
 é diagonalizável, pois, se 








21
31
P
 e 








10
04
D
, então AP=PD=





 
24
34 . 
Teorema 
A matriz A(nxn) é diagonalizável 

A tiver n autovetores LI. 
Em outras palavras: 
Existem P invertível e uma matriz diagonal D tal que P-1AP=D se, e somente se, 
as colunas de P forem n autovetores de A, LI, e os elementos da diagonal de D 
forem os autovalores correspondentes aos autovetores. 
Exemplos: Se possível, determine a matriz P que diagonaliza 
a)












452
100
010
A
 b) 














101
303
101
A
 
 
65 
 
Soluções: 
a) det(A-

I)=0 

 
0254 23        021 2   
Os autovalores são 
121  
 e 
23 
. 
Para 
121  
 tem como autovetoros múltiplos de (1,1,1). 
Para 
23 
 tem como autovetor os múltiplos de (1,2,4). 
Como não é possível existir 3 autovetores LI, pelo teorema anterior, A não é 
diagonalizável. 
 
Obs: 
1
 tem multiplicidade algébrica igual a 2 e 
2
 tem multiplicidade 
algébrica igual a 1. Cada autovalor gera somente um autovetor, portanto a 
multiplicidade geométrica é 1, para qualquer autovalor. 
 
b) det(A-

I)=0 

 
  022 
 
Para 
021  
 temos autovetores da forma (x,y,x), x,y

0, que são gerados 
pelos vetores v1=(0,1,0) e v2=(1,0,1). 
Para 
23 
 tem como autovetor v3=(-1,3,1). 
É fácil verificar que estes 3 vetores são LI. Pelo teorema, 
 









 

110
301
110
321 vvvP
 é invertível. Além disso, P-1AP=D=










 200
000
000
, ou que, 
AP=PD. 
Obs: Se 
 213 vvvP 
 então P-1AP=D=










2
1
3
00
00
00



 
 
66 
 
Obs: 
01 
 tem multiplicidade algébrica igual a 2 e 
23 
 tem 
multiplicidade algébrica igual a 1. 
01 
 geral dois autovetores e 
23 
 gera um autovetor, portanto 
1
 tem 
multiplicidade geométrica igual a 2 e 
3
 tem multiplicidade geométrica 
igual a 1. 
 
Teorema 
Se A (nxn) têm n autovalores distintos entre si, então A é diagonalizável. 
 
Teorema da Diagonalização 
Seja A(nxn) com n autovalores distintos (não necessariamente distintos entre 
si). São equivalentes os enunciados: 
i) A é diagonalizável. 
ii) A união de todos os autovetores gerados pelos autovalores contém n vetores 
LI. 
iii) A multiplicidade algébrica de cada autovalor é igual à sua multiplicidade 
geométrica. 
 
Exemplos 
a) 
121  
 tem multiplicidade algébrica igual a 2 mas multiplicidade 
geométrica igual a 1, logo 












452
100
010
A
 não é diagonalizável, de acordo com 
com o Teorema da Diagonalização. 
 
67 
 
b) A matriz 














101
303
101
A
 tem dois autovalores distintos 
021  
e 
23 
. 
O autovalor 
0
tem multiplicidades algébrica e geométrica iguais a 2, e para 
o autovalor 
2 as multiplicidades são iguais a 1. Portanto, de acordo com 
o Teorema da Diagonalização, A é diagonalizável. 
 
Exercícios resolvidos: 
1) Determine se A é diagonalizável e, quando for, encontre uma matriz 
invertível P e uma matriz diagonal D tais que 
P-1AP=D, ou, AP=PD. 
 
a) 







52
25
A
 b) 









11
43
A
 
c) 











300
130
013
A
 d) 











011
110
101
A
 e) 











103
122
001
A
 
f) 











011
101
121
A
 g) 













1000
0300
1230
2002
A h)















2000
0200
0020
4002
A 
Gabarito: 
a) 








11
11
P
, 







70
03
D
 
 
b) 
121 
. Com apenas o autovetor (2,1) não é possível determinar P. 
Logo, A não é diagonalizável. 
 
68 
 
c) Para
3
 temos apenas o autovetor (1,0,0). Como não é possível 
determinar P com 1 vetor então A não é diagonalizável. 
 
d) 













021
111
111
P
,











100
010
002
D
 
 
e) O polinômio característico de A é 
    21 2
=0. Autovalores: 1 e 2. 
Para 
1
, a multiplicidade algébrica vale 2 e tem como autovetor 
(0,1,-1), portanto a multiplicidade geométrica vale 1. Logo, A não é 
diagonalizável. 
 
f) O polinômio característico de A é 
  012 
. 
Para 
0
, a multiplicidade algébrica vale 2 e tem como autovetor 
(1,-1,1), portanto a multiplicidade geométrica vale 1. Logo, A não é 
diagonalizável. 
g) O polinômio característico de A é 
     0132 2 
. 
Para 
3
, a multiplicidade algébrica vale 2 e tem como autovetor 
(0,1,0,0), portanto a multiplicidade geométrica vale 1. Logo, A não é 
diagonalizável. 
 
h) 











 

1000
0100
0010
1001
P , 















2000
0200
0020
0002
D 
Fonte: Álgebra Linear, Editora Thomson - David Poole 
69 
 
Exercícios: 
1) Ache a matriz associada à transformação linear T: nn  em relação à 
base canônica 
de n . 
 
(a) Em 2 , T(x,y) = (3x, x+y) 
(b) Em 2 , T(x,y) = (x-y, 2y) 
(c) Em 2 , T(x,y) = (x, 2x + 3y) 
(d) Em 3 , T(x,y,z) = (2x, 3y, z) 
(e) Em 3 , T(x,y,z) = (4x+y, -5z, y) 
(f) Em 3 , T(x,y,z) = (0, x+y, y+z) 
 
2) Ache os autovalores e autovetores correspondente das transf. lineares dadas: 
(a) T(x, y)= (2y, x) R: 
21 
 v1 = ( 2 y, y), y  0 
 
22 
 v2 = (- 2 y, y), y  0 
(b) T(x, y) = (x + y, 2x + y) R: 
211 
 v1 = (x, 2 x), x  0 
 
212 
 v2 = (x, - 2 x), x  0 
3) Ache os autovalores e autovetores correspondentes das matrizes: 
(a) A = 






10
21 R: 11  v1 = (x, 0), x  0 
 
12 
 v2 = (-y, y), y  0 
(b) A = 






11
11 R: 01  v1 = (x, -x), x  0 
 
22 
 v2 = (x, x), x  0 
70 
 
4) Encontre as equações características e os autovalores. 
(a) A = 





 
12
41 R: 1 1 2 2 i 
(b) A = 






 12
42 R: 
2
i313 

 
(c) A = 





 
23
21 R: 
2
i233 

 
 (d) A = 





 
24
43 R: 
2
i735 

 
 
5) Encontre as equações características, os autovalores e os autovetores das 
matrizes: 
(a) A = 






18
03 R: 31  v1 = (x, 2x), x  0 
 
12 
 v2 = (0, y), y  0 
(b) A = 








24
910 R:  = 4 v = (3x, 2x), x  0 
(c) A = 






04
30 R: 321  v1 = (3x, 2 3 x), x  0 
 
321 
 v1 = (-3x, 2 3 x), x  0 
(d) A = 






10
01 R:  = 1, autovetor qualquer v = (x,y) tal que x, y  0 
 
6) Dado a matriz A, determine: 
 6.1) a transformação linear T: 33  em relação à base canônica de 3 . 
 6.2) os autovalores e os autovetores da matriz A 
71 
 
a) A = 











420
110
012
 b) A = 












100
530
403

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