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ESTRUTURA DE MEMBRANA A membrana celular separa o meio intracelular do meio extracelular; É a principal responsável pelo controle da penetração e saída de substâncias da célula; As membranas celulares servem como barreiras entre dois compartimentos – ou entre o interior e o exterior de uma célula. A membrana plasmática somente pode ser vista ao microscópio eletrônico (estrutura trilaminar variando de 7 a 10 nm de espessura); No entanto a observação de que o volume das células se altera de acordo com a concentração das soluções foi um dos primeiros indícios da existência da membrana plasmática; Responsável pela manutenção da constância do meio intracelular, que é diferente do meio extracelular; Possuem receptores específicos que tem a capacidade de reconhecer outras células e outros tipos de moléculas (ex: hormônios); Através de sua membrana células podem se prender firmemente umas as outras, formando camadas que delimitam compartimentos diferentes (ex: camada de tecido epitelial que separa o tubo digestivo interno e externo); Estabelece canais de comunicação entre as células por onde ocorrem trocas de moléculas e íons; As bactérias têm apenas uma única membrana – a membrana plasmática; Muitos sistemas enzimáticos estão aderidos as membranas; As células eucarióticas contêm uma quantidade de membranas internas que envolvem compartimentos intracelulares; Peroxissomo Todas as membranas celulares são compostas de lipídios e proteínas e têm uma estrutura geral comum (mosaico fluido); O componente lipídico consiste de muitos milhões de moléculas lipídicas arranjadas em duas camadas intimamente sobrepostas, formando a bicamada lipídica; A bicamada lipídica fornece a estrutura básica e serve como barreira de permeabilidade; LIPÍDIOS DAS MEMBRANAS Os lipídios de membranas são moléculas longas com uma extremidade hidrofílica e duas caudas hidrofóbicas (são anfipáticas) que formam bicamadas em água; As moléculas anfipáticas desempenham um papel importante na formação das bicamadas lipídicas. Entre os lipídios mais freqüentes nas membranas celulares encontram-se: - Fosfoglicerídeos: fosfatidilcolina, fosfatidiletanolamina, fosfatidilserina, fosfatidilinositol e fosfatidiltreonina; (à parte fosfatidil = a porção fosfato- glicerol-ácido graxo da molécula dos fosfolipídios). - Esfingolipídios OBS: os fosfoglicerídeos e os esfingolipídios contêm o radical fosfato e são chamados de fosfolipídios. - Colesterol. O tipo mais comum de fosfolipídio na maioria das membranas celulares é a fosfatidilcolina: A composição dos componentes de membrana varia muito, conforme o tipo de membrana: - membranas da bainha de mielina das células nervosas contêm 80% de lipídios; - membranas internas das mitocôndrias contêm 25% de lipídios apresentando uma predominância de proteínas; Por serem desprovidos de organelas, os eritrócitos são um material adequado para o isolamento de membrana plasmática. Meio hipotônico Bicamadas lipídicas fecham-se sobre si mesmas de modo a formarem compartimentos selados estáveis evitando a exposição das caudas hidrocarbonadas (derivadas dos ácidos graxos) hidrofóbicas à água, o que seria energeticamente desfavorável; O ambiente aquoso dentro e fora da célula impede os lipídios de escaparem da bicamada, formando um fluido bidimensional o que é crucial para a função da membrana. Energeticamente desfavorável Os lipídios de membrana podem se movimentar dentro da bicamada. Flip-flop (ocorre raramente) A MEMBRANA É UMA ESTRUTURA LIPOPROTÉICA FLUÍDA As proteínas da membrana possuem resíduos hidrofílicos e hidrofóbicos, e ficam mergulhadas na camada lipídica, de tal modo que: - os resíduos hidrofóbicos estão no mesmo nível das cadeias hidrofóbicas dos lipídios; - os resíduos hidrofílicos das proteínas ficam na altura das cabeças polares dos lipídios, em contato com o meio extracelular ou com o citoplasma. Flexão Portanto, a membrana é constituída por uma camada hidrofóbica média e duas camadas hidrofílicas, uma interna (lado citoplasmático) e outra externa, formada por proteínas e lipídios. A FLUIDEZ DA BICAMADA LIPÍDICA DEPENDE DE SUA COMPOSIÇÃO A fluidez de uma membrana celular – a facilidade com a qual as moléculas lipídicas movem-se no plano da bicamada – é importante para a função da membrana e tem que ser mantida dentro de certos limites; A fluidez depende da composição de fosfolipídios e, principalmente, da natureza das caudas de ácidos graxos. Duas causas influenciam no empacotamento das caudas de ácidos graxos na bicamada: - o seu comprimento e a sua insaturação. Caudas mais curtas e insaturadas aumentam a fluidez de membrana. Bactérias e leveduras têm que se adaptarem a temperaturas variáveis. A fluidez de membrana é importante para as células por muitas razões: Capacita as proteínas da membrana a difundirem-se no plano da bicamada e a interagirem uma com a outra; Fornece um meio simples de distribuição dos lipídios e proteínas da membrana por difusão desde os locais onde eles foram inseridos na bicamada após a sua síntese até outras regiões da célula; Permite às membranas fundirem-se umas com as outras e misturar suas moléculas; Garante que as moléculas da membrana sejam igualmente distribuídas entre as células filhas quando a célula se divide. Em células animais, a fluidez da membrana é modulada pela presença do esterol colesterol tornando-a mais rígida e menos permeável, ou seja, diminuindo a sua fluidez. A BICAMADA LIPÍDICA É ASSIMÉTRICA Os glicolipídios também contribuem muito para a assimetria das bicamadas lipídicas; Nas células eucarióticas, a síntese de membrana nova ocorre no retículo endoplasmático. BICAMADAS LIPÍDICAS SÃO IMPERMEÁVEIS A SOLUTOS E ÍONS PROTEÍNAS DE MEMBRANA Podem ser divididas em dois grupos: - Integrais ou intrínsecas (70%), tais como: enzimas de membrana, glicoproteínas, proteínas transportadoras, receptores de hormônios e lectinas. Só podem ser isoladas com o uso de detergentes. As proteínas integrais podem atravessar inteiramente a bicamada lipídica, sendo chamadas de proteínas transmembrana, podendo atravessar a membrana uma única vez ou várias vezes, recebendo o nome de proteínas transmembrana de passagem múltipla. - Periféricas ou extrínsecas: se prende a superfície interna e externa da membrana celular freqüentemente fixadas a moléculas de fosfatidilinositol. Podem ser isoladas com solução salina. Algumas funções das proteínas da membrana plasmática Modos pelos quais as proteínas de membrana associam-se com a bicamada lipídica Âncoras Glicoproteínas e glicolipídios são dentre outras funções marcadores da superfície celular. Por exemplo, os grupos ABO estão na dependência de pequena variações na estrutura dos hidratos de carbono presentes nos glicolipídios e glicoproteínas da membrana dos eritrócitos. Glicoproteínas e glicolipídios constituem o glicocálice que consiste na extensão da própria membrana que ajuda a proteger a célula contra lesões mecânicas e químicas, reconhecimento célula-célula e adesão. TRANSPORTE DE MEMBRANA Proteínas transportadoras da membrana são responsáveis pela transferência de moléculas hidrossolúveis através das membranas. Soluto Íon Duas classes de proteínas transportadoras da membrana. Proteína carreadora: sofre mudanças conformacionais para transferir moléculas hidrossolúveis através da bicamada lipídica. Proteína canal: forma um poro hidrofílico através da bicamada, através do qual íons inorgânicos podemdifundir- se. Cada proteína carreadora é altamente seletiva, geralmente transportando apenas um tipo de molécula. TIPOS DE TRANSPORTE PELA MEMBRANA Difusão simples: é o movimento de solutos sem carga ao longo da bicamada lipídica (etanol, dióxido de carbono e oxigênio). Difusão facilitada: é o transporte que requer proteína canal ou carreadora específica e ocorre a favor de um gradiente de concentração. Transporte ativo: é o transporte que ocorre contra um gradiente de concentração e requer proteína carreadora e um aporte de energia. Forças elétricas e gradientes de concentração podem impulsionar o transporte passivo. Modelo esquemático mostrando como uma mudança conformacional em uma proteína carreadora poderia mediar o transporte passivo de um soluto como a glicose. Gradiente eletroquímico O transporte ativo move solutos contra seus gradientes eletroquímicos. As células fazem transporte ativo por três modos principais. As células animais usam a energia da hidrólise do ATP para bombear Na+ para fora. A bomba de Na+ - K+ é impulsionada pela ação transitória de um grupo fosfato. Tipos de transporte por proteínas carreadoras: Uniportes, simportes e antiportes são usados tanto para o transporte passivo quanto para o ativo. Bomba de glicose sendo impulsionada por um gradiente de Na+, é importante que o Na+ e a glicose se liguem a proteína. Simporte (ativo) e uniporte (passivo) de glicose no lado apical da luz intestinal e basal respectivamente que são separados pela junção compacta. K+ Bomba de Na+/K+ Transporte de solutos mediado por carreadores em células animais. Estrutura de um canal iônico, nas células musculares permeáveis ao Na+ e ao K+. ESTRUTURAS JUNCIONAIS Estruturas juncionais asseguram a junção celular, a vedação do espaço intercelular e a comunicação entre células. As estruturas juncionais podem ser divididas em três grupos: Desmossomos e junções aderentes: estruturas cuja função principal é unir fortemente a célula umas as outras e a matriz extracelular. Zônula oclusiva ou junção oclusiva: estrutura que promove a vedação entre as células. Junção comunicante, nexos ou gap junction: estrutura que estabelece comunicação entre uma célula e outra. Desmossomo: Cada desmossomo tem forma de placa arredondada e é constituído pelas membranas de células vizinhas. O citoesqueleto (filamentos intermediários de queratina nas células epiteliais e vimentina nas células musculares do coração) se prendem aos desmossomos formando um elo de ligação entre o citoesqueleto de células vizinhas chamada de placa do desmossomo. A capacidade dos desmossomos de prender células vizinhas é dependente da presença de caderinas (proteínas transmembrana) dependentes de cálcio extracelular para manter essa adesividade. Hemidesmossomo: As células dos epitélios apóiam-se em uma mebrana não celular, chamada lâmina basal, que separa o epitélio do tecido conjuntivo. As faces das células epiteliais em contato com a lâmina basal apresentam estruturas parecidas como os demossomos, porém denominadas hemidesmossomos por não possuírem a metade correspondente à outra célula epitelial. Junção aderente: muito desenvolvida no epitélio do intestino sendo muito semelhante aos desmossomos e fazem contato com os filamentos de actina, são também dependentes de cálcio. Em certos epitélios de revestimento, circunda a parte apical das células, como um cinto contínuo (zônula aderente). Zônula oclusiva ou junção oclusiva: veda total ou parcialmente o trânsito de íons ou moléculas por entre as células. Desse modo, as substâncias que passam pela camada epitelial o fazem através das células sendo submetidas ao controle celular. Permite a célula gerar potenciais elétricos diferentes entre as membranas (diferentes concentrações de íons). Complexo juncional: Está presente em vários epitélios próximo a extremidade celular livre, sendo constituído dos seguintes elementos: (desmossomo + junção ou zônula aderente + zônula oclusiva) é uma estrutura de adesão e vedação. Ex: Nas células do epitélio colunar simples com borda estriada do intestino, existe, na altura do complexo juncional, uma condensação de filamentos contendo actina, miosina e outras proteínas, que recebe o nome de trama terminal. Junção comunicante: também chamada de nexos, junção em hiato ou gap junction. As junções comunicantes podem passar de célula para célula substâncias naturais como nucleotídeos, aminoácidos e íons. Foi demonstrado que o AMP cíclico (um mensageiro intracelular) produzido numa célula em resposta à ação hormonal passa pelas junções comunicantes, promovendo respostas nas células vizinhas. Isso evidencia que as junções podem coordenar e ampliar a resposta de grupos celulares a estímulos fisiológicos. As junções comunicantes podem passar de um estado de pouca permeabilidade a um estado de grande permeabilidade e, desse modo, abrem ou fecham a comunicação entre as células. Junções intercelulares Zônula de oclusão Junção aderente Desmossomo hemidesmossomo Junção comunicante Fotomicrografia Estruturas juncionais MATRIZ EXTRACELULAR Os componentes da matriz são secretados principalmente por células do tecido conjuntivo e dividem-se em dois tipos: 1) Aqueles constituídos por moléculas proteicas alongadas, que se agregam formando estruturas fibrosas como o colágeno e a elastina que são responsáveis pelo arcabouço estrutural e elástico de vários tecidos. O colágeno constitui uma família de proteínas alongadas, que compreende mais de 20 tipos, dos quais quatro são os mais conhecidos. As moléculas de colágeno são constituídas por três polipeptídeos dispostos em tripla hélice. Características dos 4 tipos principais de colágeno Tipo Distribuição Células produtoras Grau de polimerização Função I Derme, tendão, osso (fibras de colágeno) Fibroblastos Máxima – fibras e feixes de fibras. Resistir à tensão. II Cartilagens Condrócitos Pequena – só forma fibrilas. Resistir à pressão. III Músculo liso, órgão hemopoético, nervos (fibras reticulares). Músculo liso, células reticulares. Média – só forma fibras finas. Resistir à tensão com elasticidade. IV Lâminas basais. Células epiteliais, endoteliais, musculares. Nenhuma – as moléculas se associam formando uma malha submicroscópica .Não se associam paralelamente. Suporte, filtração, barreira. Processo de polimerização gradual do colágeno nas fibras colágenas As fibras elásticas são abundantes em estruturas como a pele, artérias e pulmões, o que proporciona elasticidade a esses órgãos. As principais células produtoras de elastina são os fibroblastos e o músculo liso dos vasos sanguíneos. 2) SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL: São constituintes que se agregam, mas não formam fibras, preenche os espaços entre as células e fibras do tecido conjuntivo e, sendo viscosa, atua ao mesmo tempo como lubrificante e como barreira à penetração de micro-organismos invasores. Por sua vez, podem ter dois subtipos: a) glicoproteínas multiadesivas: fibronectina (responsável pela adesão das células à matriz extracelular) e a laminina (responsável pela adesão das células epiteliais à lâmina basal). responsável pela adesão das células à matriz extracelular. responsável pela adesão das células epiteliais à lâmina basal. SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL: glicoproteínas multiadesivas As integrinas são proteínas transmembrana, com uma extremidade externa quese prende a componentes da matriz e à porção do citoesqueleto constituído de actina. As integrinas podem se ligar e desligar-se da matriz extracelular, permitindo que a célula possa explorar seu ambiente sem perder a interação nem ficarem permanentemente aderidas a ele. Membrana basal: constituída pela lâmina basal e pela lâmina reticular b) glicosaminoglicanas e proteoglicanas que formam um gel hidrofílico, semifluido, que permite a circulação, nos tecidos conjuntivos, de nutrientes, hormônios e outros mensageiros químicos. Glicosaminoglicanas são polímeros lineares não-ramificados de dissacarídeos (mucopolissacarídeos ácidos), um dos quais tem sempre um radical amino (uma hexosamina – glicosamina ou galactosamina), sendo o outro um ácido urônico (ácido glicurônico ou ácido idurônico). Constituem uma família complexa da qual o ácido hialurônico, o dermatam sulfatado, o condroitim sulfatado e o heparam sulfatado são os principais componentes. São carregados negativamente o que atrai os íons sódio e juntamente a água o que explica a alta hidrofilia desses compostos e a formação de um gel na matriz extracelular. Sabe-se que os grupamentos ácidos desses compostos interagem com os radicais básicos do colágeno, contribuindo para a firmeza da matriz extracelular. Com exceção do ácido hialurônico (não-sulfatado), as outras glicosaminoglicanas citadas se prendem por covalência a cadeias protéicas, formando as proteoglicanas. Proteoglicanas e Glicoproteínas Proteoglicana da superfície celular (sindecam) Matriz da cartilagemOrganização molecular da matriz da cartilagem hialina
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