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A IMPORTANCIA DO EXERCÍCIO RESISTIDO NA SARCOPENIA EM IDOSOS: Revisão bibliográfica

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1 
 
Luisa Helena de Souza Santos 
Mariane Marques Luiz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTANCIA DO EXERCÍCIO RESISTIDO NA 
SARCOPENIA EM IDOSOS: Revisão bibliográfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pindamonhangaba- SP 
2015 
2 
 
Luisa Helena de Souza Santos 
Mariane Marques Luiz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTANCIA DO EXERCÍCIO RESISTIDO NA 
SARCOPENIA EM IDOSOS: Revisão bibliográfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pindamonhangaba 
2015 
Monografia apresentada como parte dos requisitos 
para obtenção do Diploma de Fisioterapeuta pelo 
Curso de Fisioterapia da Fundação Universitária 
Vida Cristã, Faculdade de Pindamonhangaba 
 
Orientadora: Profª Drª Wendry Maria Paixão 
Pereira 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos esta monografia aos nossos familiares pela fé e confiança depositada em 
nós; a todas as pessoas que amamos, pelo incentivo nos momentos em que mais precisamos; 
aos professores por estarem sempre dispostos a nos ensinar e auxiliar; e à nossa orientadora 
Wendry, pela paciência, companheirismo e pelas palavras amigas, demonstradas no decorrer 
do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradecemos primeiramente à Deus por nos dar sabedoria, oportunidade de viver, 
paciência e fôlego de vida a cada amanhecer. Aos nossos familiares, em especial aos nossos 
pais pela força e incentivo a lutar pelos nossos ideais, carinho e muito amor que nos deram 
durante toda vida pessoal e acadêmica. 
Agradecemos aos nossos amigos de estágio, por todo o ensinamento e motivação que 
nos deram e pela amizade de todos esses anos. 
E principalmente, nosso agradecimento à nossa amiga Adriele que iniciou este 
trabalho junto conosco, dando auxílio durante a primeira fase da pesquisa; e a todos os 
professores, em especial a nossa orientadora Wendry, por exigir sempre o máximo e o melhor 
de nós, e nos provar que somos capazes de chegar muito além do que pensamos. 
Agradecemos por nos transmitir seus conhecimentos e por fazer da nossa monografia uma 
experiência positiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A mente que se abre a uma nova ideia, jamais 
 voltará ao seu tamanho original.” 
Albert Einstein 
6 
 
RESUMO 
 
 
Introdução: A Sarcopenia é um processo caracterizado pela diminuição de massa e força 
muscular, assim como da velocidade de contração muscular, a partir do avanço da idade, no 
qual ocorre a substituição do tecido muscular por tecido gorduroso, deste modo a 
preocupação com a reabilitação e prevenção se tornam preponderante para uma melhor 
qualidade de vida. Objetivo: Descrever a importância dos exercícios resistidos bem como 
discorrer sobre os principais protocolos de exercícios resistidos existentes na literatura como 
foco de prevenção e reabilitação da sarcopenia em idosos. Método: Trata-se de um estudo 
de revisão bibliográfica, no qual foram utilizados artigos científicos em português, inglês e 
espanhol de revistas nacionais e internacionais indexadas nos bancos de dados PubMed e 
Bireme, publicados entre julho de 2000 a agosto de 2015. Resultados: Foram encontrados 
seis protocolos de exercício resistido para idosos, onde quatro são nacionais e dois 
internacionais. Os protocolos são aplicados para: membros superiores, membros inferiores, 
tronco, associados ao exercício aeróbico, à suplementação nutricional, e à outras 
modalidades de exercício físico, como por exemplo, exercícios multissensoriais. Conclusão: 
O exercício resistido é importante no tratamento e prevenção da sarcopenia, e seus 
benefícios são potencializados se for associado a outras modalidades de exercícios e opções 
terapêuticas, como por exemplo, a suplementação nutricional, o que evidencia a importância 
da equipe multiprofissional, com destaque ao fisioterapeuta. 
 
 
Descritores: Sarcopenia. Envelhecimento. Idoso. Treinamento de resistência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
ABSTRACT 
 
 
Introduction: Sarcopenia is a process characterized by a decrease in muscle mass and 
strength as well as muscle contraction velocity, from the advancement of age, which is the 
replacement of muscle tissue by fatty tissue, so the concern for rehabilitation and prevention 
become predominant for a better quality of life. Objective: To describe the importance of 
resistive exercise and discuss the main protocols of existing resistance exercises in the 
literature with focus on prevention and rehabilitation of sarcopenia in the elderly. Method: 
This is a bibliographic review, in which we used scientific articles in Portuguese, English and 
Spanish national and international journals indexed in the databases PubMed and Bireme, 
published between July 2000 and August 2015. Results: Six resistance exercise protocols 
were found for the elderly, from which four were national and two international. The 
protocols are applied to: upper limbs, lower limbs, trunk associated with aerobic exercise, 
nutritional supplementation, and other forms of exercise, such as multisensory exercises. 
Conclusion: Resistance exercise is important in the treatment and prevention of sarcopenia, 
and its benefits are enhanced if it is associated with other forms of exercises and treatment 
options, such as nutritional supplementation, which highlights the importance of the 
multidisciplinary team, especially the physiotherapist. 
 
 
Keywords: Sarcopenia. Aging. Elderly. Training resistance. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11 
2 MÉTODO ............................................................................................................................. 13 
3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 14 
3.1 Envelhecimento ................................................................................................................. 14 
3.1.1 Aspectos demográficos do envelhecimento .................................................................... 14 
3.1.2 Envelhecimento fisiológico ............................................................................................. 14 
3.1.3 Envelhecimento do Sistema Muscular ............................................................................ 16 
3.2 Sarcopenia ......................................................................................................................... 17 
3.2.1 Definição ......................................................................................................................... 17 
3.2.2 Fisiopatologia .................................................................................................................. 18 
3.2.3 Epidemiologia .................................................................................................................. 23 
3.2.4. Síndromes associadas à Sarcopenia ................................................................................ 24 
3.2.5 Complicações Clínicas da Sarcopenia ............................................................................. 25 
3.2.6 Diagnóstico da Sarcopenia ..............................................................................................26 
3.2.7 Classificação da Sarcopenia ............................................................................................ 26 
3.2.8 Opções terapêuticas da Sarcopenia ................................................................................. 27 
3.3 Exercícios resistidos .......................................................................................................... 29 
3.3.1 Exercícios resistidos na Sarcopenia ................................................................................. 29 
3.3.2 Benefícios dos exercícios resistidos ................................................................................ 29 
3.3.3 Tipos dos exercícios resistidos ........................................................................................ 30 
2.3.4. Princípios do Treinamento Resistido..............................................................................30 
2.3.5 Modalidades do Exercício Resistido. .............................................................................. 31 
2.3.6 Contraindicações dos exercícios resistidos no idoso ....................................................... 32 
2.3.7 Diretrizes dos exercícios resistidos no idoso ................................................................... 32 
2.3.8 Recomendações e Prescrição ........................................................................................... 33 
2.3.9 Protocolos de Exercícios Resistidos em idosos. .............................................................. 34 
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 35 
5 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 40 
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 54 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 55 
9 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1: Representação esquemática da área muscular ......................................................... 16 
Figura 2: Corte de ressonância magnética da coxa, evidenciando o músculo quadríceps ...... 17 
Figura 3: Complexo actina-miosina e enzimas ....................................................................... 21 
Figura 4: Sistema ubiquitina-proteossomo .............................................................................. 21 
Figura 5: Desequilíbrio no metabolismo celular ..................................................................... 22 
Figura 6: Diagrama Adaptado de Dohety ............................................................................... 23 
Figura 7: Protocolos de estudos internacionais de exercícios resistidos. ................................ 38 
Figura 8: Protocolos de estudos nacionais de exercícios resistidos. ....................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
1-RM= 1 Repetição Máxima 
ASTA= Área de Secção Transversa Anatômica 
ASTF= Área de Secção Transversa Fisiológica 
ATP= Adenosina-tri-fosfato 
AVD= Atividades de Vida Diária 
CTSIB= Clinical Test of Sensory Interaction and Balance 
DP= Desenvolvimento em pé 
EEB= Escala de Berg 
EWGSOP= European Working Group on Sarcopenia in Older People 
FC= Frequência cardíaca 
GH = Hormônio de crescimento ou Growth Hormone 
GMS= Exercícios multissensoriais 
GR= Exercícios resistidos 
IL-6= Interleucina 6 
IMC= Índice de massa corporal 
IME= Índice de músculo esquelético 
MMII= membros Inferiores 
MMSS= Membros Superiores 
OMS= Organização Mundial da Saúde 
PE= Pés enfileirados 
PNF= Facilitação neuromuscular proprioceptiva 
PS= Equilíbrio com pés seguidos 
S/L= Sentar e levantar 
SABE = Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento 
SH= Supino Horizontal 
SNC=Sistema Nervoso Central 
SPPB= Teste de Guralnik ou Short Physical Performance Battery 
TC6= Teste de caminhada de seis minutos 
TNF= Fator de necrose tumoral 
TNF-α = Fator de necrose tumoral alfa 
TP= Tríceps no Pulley 
TUGT= Teste Timed Up & Go 
VO2máx= Consumo máximo de oxigênio 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A população brasileira está envelhecendo de forma rápida, concomitante as taxas de 
fecundidade estão diminuindo, assim, estreitando a base da pirâmide populacional, fenômeno 
esse conhecido como transição demográfica. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que no ano de 2025 a população de 
idosos seja de aproximadamente 1,2 bilhões, sendo que o Brasil figura como o sexto país do 
mundo em números de idosos.
1
 Dessa maneira, surge uma preocupação com a qualidade de 
vida desses indivíduos ao longo desses anos. 
O conceito de envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual há 
modificações morfológicas, funcionais e psicológicas que fazem com que o indivíduo perca a 
capacidade de adaptação ao meio ambiente, com maior vulnerabilidade a processos 
patológicos que culmina no óbito.
2 
Um dos sistemas orgânicos mais acometidos pelo avanço 
da idade é o musculoesquelético, que envolve importantes funções corporais como capacidade 
de realizar movimentos, contração muscular e a locomoção.
3 
Dentre as principais alterações musculoesqueléticas presente nos idosos, a sarcopenia é 
uma das mais frequentes; sendo caracterizada pela diminuição da massa, força e velocidade de 
contração muscular. Ocorre aproximadamente uma diminuição de massa muscular de 50% 
dos 20 aos 90 anos, com substituição de massa muscular por tecido gorduroso.
4 
Este processo possui como desfecho a atrofia muscular, que gera uma perda gradativa 
e seletiva das fibras esqueléticas. O número de fibras musculares no idoso é aproximadamente 
20% menor do que no adulto, sendo o declínio mais acentuado em fibras musculares do tipo 
II, pois possuem maior capacidade de gerar tensão e velocidade de encurtamento.
4 
Fisiologicamente, essa atrofia tem seu início por volta dos 50 anos e diminui 
acentuadamente após os 70 anos, levando à redução na força muscular em torno de 15% por 
década até os 70 anos, e cerca de 30% a partir dos 80 anos.
2,4 
 
Perante este quadro, os membros inferiores (MMII) são as estruturas mais acometidas 
e as consequências são os prejuízos no equilíbrio, ortostatismo e marcha, visto que a 
diminuição de massa e força muscular na cintura pélvica e na musculatura extensora de 
quadril gera grande dificuldade para impulsão dos MMII e o levantar-se, caracterizando a 
dificuldade de execução de atividades cotidianas e o declínio funcional.
3,4 
Sendo assim, existem atualmente opções terapêuticas sob a forma de prevenção e 
tratamento da sarcopenia, que minimizam a incapacidade e otimizam a independência dos 
12 
 
idosos. Dentre elas destacam-se a reposição de esteroides sexuais; exercícios físicos e 
suplementação nutricional. 
Nesse caso, a fisioterapia também atua como opção terapêutica, pois faz uso dos 
exercícios físicos como forma de tratamento. Estudos com atividade física têm os mais 
promissores resultados, tanto na prevenção quanto no tratamento da sarcopenia e apontam que 
a atividade física pode ser usada como um procedimento capaz de retardar ou reverter um 
processo patológico em andamento.
1,5
 
Desse modo, os exercícios trabalhados são de diversos tipos, como por exemplo, os 
exercícios aeróbicos e resistidos. Os exercícios aeróbicos são atividades que envolvem 
grandes grupos musculares, em um período de tempo prolongado, de modo contínuo e que 
melhoram o desempenho motor. Além disso, eles estãoassociados às melhorias na aptidão 
cardiovascular e capacidade de resistência e também podem reduzir a gordura corporal, 
incluindo a gordura intramuscular.
6
 
Porquanto os exercícios resistidos, são definidos como qualquer forma de exercício 
ativo no qual uma contração muscular dinâmica ou estática é resistida por uma força externa, 
aplicada manual ou mecanicamente.
7 
As principais modalidades de exercícios resistidos são: 
isométricos ou estáticos; dinâmicos concêntricos e excêntricos; isocinéticos e exercícios em 
cadeia cinética aberta e fechada. É importante destacar que existem muitas variações das 
formas de aplicar esses exercícios resistidos. Independente da modalidade, os benefícios do 
exercício resistido são promover aumento de massa e força muscular e apresentam como 
resultado, maior capacidade para realizar as atividades de vida diária, impedindo o declínio 
funcional e incapacidade.
6
 
Diante do crescente envelhecimento populacional e do aumento da expectativa de vida 
dos idosos, é necessário conhecer as estratégias alternativas de tratamento e prevenção da 
sarcopenia em idosos, pois esse é um problema que se torna cada vez mais prevalente nessa 
população. Portanto, no presente estudo é apresentado o exercício resistido como uma 
estratégia alternativa no tratamento da sarcopenia, pois este recurso apresenta resultados 
significativos na melhora do desempenho muscular. 
Contudo, diante da necessidade de intervenções em nível primário com os idosos, 
acerca da sarcopenia, o objetivo deste estudo é descrever a importância dos exercícios 
resistidos bem como discorrer sobre os principais protocolos de exercícios resistidos 
existentes na literatura como foco de prevenção e reabilitação da sarcopenia em idosos. 
 
13 
 
2 MÉTODO 
 
 
Foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos indexados nas bases MedLine e 
Scielo, com levantamento realizado por meio dos bancos de dados da PubMed e Bireme por 
meio de uma busca por relevância dos descritores em ciências da saúde. 
Foram analisados artigos publicados em revistas nacionais e internacionais 
correspondentes as áreas de fisioterapia, enfermagem, reumatologia, saúde pública, 
epidemiologia, geriatria e gerontologia, fisiologia do exercício, ciências e medicina do 
esporte, nutrição, fisiatria, medicina, educação física, cardiologia e fisiologia. 
Os artigos publicados no período de julho de 2000 até agosto de 2015, em inglês 
espanhol e português foram incluídos nesta revisão. 
 Os descritores utilizados foram: sarcopenia, envelhecimento, idoso, fisioterapia, 
contração muscular, treinamento de resistência, sarcopenia, aging, aged, physical therapy 
specialty, muscle contraction. resistance training, sarcopenia, envejecimiento, anciano, 
fisioterapia, contracción muscular, entrenamiento de resistência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
3.1 Envelhecimento 
 
 
3.1.1 Aspectos demográficos do envelhecimento 
 
 
 Entre as décadas de 40 e 60, a população brasileira apresentou um declínio 
significativo na taxa de mortalidade e uma leve queda na taxa de fecundidade. A partir do ano 
2000 ocorreram declínios profundos na taxa de fecundidade, o que fortaleceu o processo de 
envelhecimento da população.
8 
Consequentemente, a pirâmide populacional brasileira passou 
a apresentar um formato retangular.
9 
 
A transição demográfica brasileira é elucidada pela redução da mortalidade de doenças 
infecciosas e aumento das doenças crônicas-degenerativas, com o acesso a rede gerais de água 
e ações de Saúde Pública, que contribuíram para a redução da mortalidade e aumento da 
expectativa de vida da população.
10
 Outro fator a ser considerado são as transformações 
socioeconômicas, marcados pela urbanização, industrialização, escolarização e inserção das 
mulheres no mercado de trabalho, cujas consequências influenciaram o papel da mulher na 
sociedade produzindo importantes impactos à população.
10
 
 Atualmente, de acordo com o Estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE), 
em São Paulo, o número de pessoas idosas aumentou, porquanto a expectativa de vida de 
mulheres que atingem 60 anos tem uma esperança de mais 22 anos e as que atingem 75 anos a 
expectativa de 12 anos. Para os homens que atingem os 60 anos há uma esperança de vida de 
16 anos, e para os com 75 anos a expectativa é de nove anos.
11 
Diante deste quadro, o Brasil 
apresenta 8,6% de idosos e este número passará para 13% em 2020.
12 
 
 
3.1.2 Envelhecimento fisiológico 
 
 
O ato de envelhecer inicia uma vez que o indivíduo nasce, e desencadeia diversas 
alterações que causam danos aos diferentes sistemas do organismo. O envelhecimento 
15 
 
ocorre de maneira diferente em cada indivíduo, dependendo do sexo, lugar onde vive, 
família e experiências vivenciadas. Para se determinar a qualidade do envelhecimento é 
preciso verificar fatores que contribuem, como a nutrição, falta de exercício, estresse e o 
tabagismo
13
. 
Segundo Weineck
14
, o envelhecimento é a incapacidade de manter o equilíbrio 
homeostático, e deficiências no organismo que podem ser de ordem fisiológica ou 
patológica. Neste processo ocorrem múltiplas alterações nos sistemas, dentre os principais 
estão o somatossensorial, que juntamente com o sistema vestibular, apresentam as principais 
funções de fornecer ao Sistema Nervoso Central (SNC) a posição do corpo em relação à 
gravidade, mantendo o controle postural e o equilíbrio corporal. Com o passar dos anos o 
idoso apresentará movimentos compensatórios e respostas posturais anormais a fim de 
manter o alinhamento da massa corporal em uma base de suporte.
15 
 
No sistema circulatório ocorrem alterações estruturais e funcionais por mecanismo 
adaptativo e compensatório, sendo a hipertrofia ventricular, rigidez arterial e a disfunção 
diastólica as mais frequentes. Já no sistema neurológico, ocorre o envelhecimento neuronal, 
caracterizado por deficiência no controle de proteínas e de enzimas, que repercute em função 
negativa das células da glia, o que dificulta a plasticidade, a condução e transmissão nervosa, 
fatos estes que geram um déficit no equilíbrio estático e dinâmico.
15,16 
O sistema muscular tem grande importância no envelhecimento e merece destaque, 
pois apresenta, com o passar dos anos, o declínio de 10 a 15% da força muscular até os 70 
anos e a partir de então se tem a diminuição da força muscular para 50% a cada década.
16 
Durante o processo de declínio, haverá uma perda de motoneurônios causando tremor e 
fraqueza além de diminuição da coordenação dos movimentos. Como implicação destes fatos, 
tem-se o desuso da musculatura esquelética que resulta em hipotrofia muscular, afetando a 
qualidade de vida do idoso.
17
 
Todos estes sistemas interferem diretamente na capacidade funcional dos idosos, que 
pode ser definida como o desempenho do indivíduo para realizar atividades cotidianas. 
Todavia, com o prejuízo da função motora com o decorrer do envelhecimento, ocorrerá a 
diminuição das habilidades e da qualidade de vida, tornando-o dependente de dispositivos 
de auxilio ou da ajuda de outras pessoas.
18
 
Além da redução da capacidade funcional, principalmente dos membros inferiores, 
apresentará diminuição da densidade mineral óssea, com aumento das chances de quedas 
16 
 
e/ou fraturas,
3 
o que favorece o surgimento de problemas psicossociais, baixa autoestima e 
depressão, acentuando o processo de envelhecimento. 
 
 
3.1.3 Envelhecimento do Sistema Muscular 
 
 
A maturação do sistema musculoesquelético se dá entre 20 e 30 anos de idadecom 
diferentes tipos de fibras musculares. A partir dos 30 anos ocorre a diminuição de densidade 
das fibras esqueléticas que começam a dar lugar ao tecido adiposo e colágeno. Diante do 
envelhecimento, este sistema apresenta alterações biomecânicas com consequências negativas 
na função locomotora e na flexibilidade.
15
 
A explicação para a diminuição da força muscular em idosos se dá pela perda de 
neurônios motores que inervam as fibras musculares do tipo II (rápidas) e pela tendência à 
atrofia do tecido muscular. Entretanto, as fibras do tipo I (lentas) também sofrem com o 
processo de envelhecimento, porém, com menor amplitude se comparado com a fibra tipo II.
19
 
De fato, observamos na arquitetura e na mecânica muscular, uma redução do 
comprimento das fibras musculares, do ângulo do fascículo das fibras muscular e da espessura 
deste tecido. Na Figura 1 podemos observar a redução da área de Secção Transversa 
Anatômica (ASTA) e Secção Transversa Fisiológica (ASTF). Devido a essas alterações na 
propriedade muscular, há a dificuldade na capacidade de produzir força, velocidade e o tempo 
de contração.
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Representação esquemática da área muscular 
Fonte: Adaptado de Lemos
19
 
 
17 
 
3.2 Sarcopenia 
 
 
3.2.1 Definição 
 
 
A Sarcopenia é um processo caracterizado pela diminuição de massa e força muscular, 
assim como da velocidade de contração muscular, a partir do avanço da idade, onde ocorre a 
substituição do tecido muscular por tecido gorduroso.
19,20
 
Este processo acarreta o declínio do desempenho muscular, ou seja, da massa, força, 
potência e resistência, que causam impacto direto na autonomia e qualidade de vida da pessoa 
idosa, diminuindo a força muscular.
20 
A Figura 2 representa um corte de ressonância 
magnética do músculo quadríceps, de um adulto e de um idoso, a qual revela o processo de 
sarcopenia. 
 
 
 
 
 
Figura 2: Corte de ressonância magnética da coxa, evidenciando o músculo quadríceps. 
 Fonte: Imagem adaptada de Roubenoff.
21 
 
 
Devido este processo foram propostos os termos Sarcopenia e Dinapenia para 
diferenciar esses eventos de perda muscular na terceira idade, onde a Dinapenia passa a ser a 
diminuição da força muscular relacionada à idade. Apesar de serem eventos distintos, mas 
inter-relacionados, ambos comprometem a funcionalidade do idoso.
22 
 
 
Imagem mostrando um corte de 
ressonância magnética da coxa, 
evidenciando o músculo quadríceps, de 
um adulto de 21 anos, fisicamente ativo 
(imagem de cima) e idoso de 63 anos, 
sedentário (imagem de baixo). A massa 
muscular (cinza) está diminuída no 
idoso; a gordura (branco) subcutânea e 
intramuscular está aumentada. 
18 
 
3.2.2 Fisiopatologia 
 
 
A perda de massa muscular associado ao declínio funcional é decorrente de múltiplas 
causas e cada fator relacionado com a etiologia e patogênese da sarcopenia, contribui de 
maneira diferente para a perda de massa e força muscular, assim como da qualidade da 
contração muscular.
23,24 
Assim, pode-se dividir a fisiopatologia da sarcopenia em fatores. Roubenoff 
classificou esses fatores em classes 
25
: 
a) Fatores relacionados com SNC: Compreende a perda de unidades motoras devido à 
atrofia muscular, assim como a denervação seletiva. Como supracitado, a perda de unidades 
motoras é decorrente do próprio processo de envelhecimento, que prejudica sua integridade e 
a qualidade da contração muscular, fatos estes que levam a quadros de atrofia muscular, onde 
as fibras mais comumente afetadas são as fibras do tipo II.
 26
 
É comprovado também que a sarcopenia é acompanhada não só de perda de unidade 
motora, mas também de um desarranjo dessas estruturas, pois a denervação seletiva de fibras 
musculares do tipo II com reinervação de algumas fibras musculares do tipo I, geram um 
aumento do número de unidades motoras lentas, assim, tem-se a perda e atrofia das fibras do 
tipo II por meio da perda de unidades motores rápidas, levando à redução de massa 
muscular.
26 
b) Fatores relacionados com o envelhecimento do sistema muscular: Ressalta-se que no 
envelhecimento do sistema musculoesquelético ocorrem mudanças na arquitetura muscular, 
que é definida como o arranjo das fibras dentro do ventre muscular em relação à linha de ação 
da força do tendão. Esse desarranjo da arquitetura muscular é decorrente da diminuição da 
ASTA, ASTF e ângulo de penação, que também participam do processo de sarcopenia.
19
 
ASTF é a soma total de todas as secções transversas de fibras musculares presentes em 
um músculo, medindo a área perpendicular na direção das fibras. A ASTA é a secção 
transversa em ângulo reto com o eixo longitudinal do músculo. Já o ângulo de penação é o 
ângulo entre o arranjo das fibras musculares e o eixo longitudinal do músculo. É comprovado 
que o desarranjo dessas estruturas influencia o desempenho muscular, comprometendo 
principalmente a qualidade da contração muscular, repercutindo não somente na força, mas na 
massa muscular.
19
 
 
19 
 
c) Fatores hormonais: A diminuição dos níveis do hormônio de crescimento ou Growth 
Hormone (GH), testosterona, estrógenos e o aumentado de inflamação crônica, influenciam 
diretamente no trofismo muscular. Com o avanço da idade tem-se uma condição de 
inflamações recorrentes que aumentem os níveis de fator de necrose tumoral (TNF) e 
interleucina, onde ambos estimulam a perda de aminoácidos no músculo.
27
 
 Insulina: A Sarcopenia é acompanhada do aumento da deposição de tecido adiposo 
intramiocelular, fato este que se associa ao risco de aumentar a resistência à insulina. O papel 
da insulina na sarcopenia é explicado diante do fato de que a insulina estimula o músculo 
esquelético a sintetizar proteínas mitocondriais. O aumento normal na síntese de proteínas em 
resposta à insulina parece prejudicar a célula muscular durante o envelhecimento, devido a 
alterações nos sistemas de sinalização para a iniciação da tradução. O ganho de peso que 
ocorre com frequência a partir da meia-idade, gera um declínio na ação anabólica de insulina, 
predispondo à sarcopenia, mas a presença de aminoácidos pode estimular o efeito anabólico 
da insulina.
24
 
 Estrogênio: Existem alguns estudos recentes que sugerem que o estrogênio previne a 
perda de massa muscular. Durante o avanço da idade, ocorre declínio dos níveis de 
estrogênio.
23,24
 
 GH: Exerce um efeito anabólico sobre o músculo e indiretamente estimula a produção 
de insulina (IGF-1) no fígado. Os Níveis IGF-1 são diminuídos nos idosos.
28
 
 Testosterona: Os níveis de testosterona diminuem gradualmente nos idosos do sexo 
masculino, em torno de 1% ao ano, e este declínio apresenta relação com a perda de massa 
muscular, força e função, que acompanham a sarcopenia. Isso ocorre porque a testosterona 
induz o aumento do número de células satélite, que são células com grande capacidade de 
mitose, e diante disso, elas estimulam o crescimento muscular ao longo da vida, o reparo de 
fibras musculares danificadas e a manutenção do pleno funcionamento do músculo 
esquelético adulto.
24
 A relação da testosterona com a sarcopenia, justifica o motivo pelo qual 
os homens têm maior perda muscular.
29
 
 A inflamação crônica: As doenças inflamatórias crônicas podem estar associadas 
com a atrofia muscular, pois estimulam uma rápida degradação de proteínas de células do 
músculo, e diminuem a síntese de proteínas dos músculos. A via ubiquitina-proteossomo é o 
mecanismo mais importante para a degradação de proteínas em células do músculoesquelético, e esta via é ativada por meio de citocinas liberadas durante os processos 
inflamatórios. Um exemplo destas citocinas são o necrose tumoral alfa (TNF-α) e a 
interleucina 6 (IL-6).
28,30
 
20 
 
d) Fatores relacionados com os hábitos de vida diários: Como hábitos de vida diários 
define-se a prática de atividade física e os hábitos alimentares. A inatividade física oferece 
grande influência na perda muscular. A diminuição da força muscular precede a diminuição 
na massa muscular. Por ordem, a inatividade resulta na fraqueza muscular, o que leva à perda 
de massa muscular.
22,24
 
Já em relação aos hábitos alimentares, sabe-se que um bom suporte nutricional é 
essencial para a manutenção do desempenho muscular. Devido ao alto catabolismo proteico 
presente no organismo dos indivíduos idosos, a necessidade proteica destes é muito maior.
30
 
A maioria dos indivíduos idosos não consomem as quantidades necessárias de proteína 
na dieta, dentro dos valores recomendados, o que leva a uma redução da massa corporal 
magra. A ingestão diária recomendada de proteína é de 0,8 g/kg/dia, uma média de 40% dos 
idosos acima de 70 anos não consomem essa quantidade. Quantidades de proteína abaixo do 
recomendado levam a um declínio significativo na massa muscular.
31
 
e) Fatores relacionados aos desequilíbrios proteicos: Um desequilíbrio entre a degradação e 
a síntese de alguns sistemas de proteínas são identificados como participantes do processo de 
degradação muscular, como o processo de autofagia, calpaína e caspases e o sistema 
ubiquitina-proteossomo.
23 
 Perda de massa celular: A perda de massa celular na sarcopenia pode ser explicada 
diante do processo de apoptose, que é um processo essencial para a manutenção da 
homeostase tecidual e é caracterizada por uma morte celular programada. No início da atrofia 
muscular característica da sarcopenia é possível verificar a ocorrência de apoptose.
23
 
No início da apoptose há um desequilíbrio na regulação de cálcio livre e alteração na 
composição de algumas famílias de proteínas.
16 
Como o cálcio desenvolve um papel 
fundamental na ativação da contração muscular, esse processo sofre alterações levando ao 
declínio da qualidade da contração muscular, assim como a atrofia das fibras musculares. 
 Autofagia: A autofagia é um mecanismo caracterizado pelo auto-consumo das células, 
na tentativa de sobrevivência diante de situações onde exista uma carência de nutrição. Esse 
processo é executado pelos lisossomos, que passam a consumir os componentes 
citoplasmáticos como o citosol e as organelas celulares.
23 
 Calpaína e Caspases: O sistema calpaína é uma via de degradação de proteínas de 
células eucarióticas compostas de enzimas calpaínas e calpastatina. Essas duas proteases são 
ativadas pelo cálcio.
32
 Elas não degradam diretamente as proteínas contráteis dos músculos, 
entretanto separam as proteínas responsáveis por manter a junção do complexo actina-miosina 
e liberam os componentes proteicos do sarcômero para serem degradados por outros sistemas 
21 
 
de proteólise celular. A ativação desse sistema pode ser encontrada nos processos de atrofia 
muscular, nos períodos prolongados de inatividade e patologias que desencadeiam a perda de 
massa muscular, como se pode observar na figura 3.
23
 
 
 
 Figura 3: Complexo actina-miosina e enzimas. 
 Fonte: Teixeira e colaboradores
23
 
 
 
 Sistema ubiquitina-proteossomo: Um dos sistemas proteolíticos mais importantes 
relacionados com a sarcopenia é o Sistema ubiquitina-proteossomo, que faz a degradação 
protéica de células eucarióticas, sem participação dos lisossomos. Esse sistema processa e 
degrada proteínas celulares importantes para a regulação do desenvolvimento, diferenciação, 
proliferação, apoptose, transdução de sinal, resposta imune e infamatória; coordenando, 
portanto, processos celulares básicos.
23 
A Figura 4 demostra o Sistema ubiquitina-
proteossomo em ação no organismo. 
 
 
 
 Figura 4: Sistema ubiquitina-proteossomo 
 Fonte: Teixeira e colaboradores
23
 
22 
 
f) Fatores relacionados ao desequilíbrio no metabolismo celular: Além da degradação 
proteica, existe também, como causa da sarcopenia, os déficits no processo de regeneração 
muscular, que envolve as células-satélites.
33
A ativação destas células se dá por resposta a um 
estímulo de crescimento, remodelamento ou lesão muscular. Quando são ativadas, as células 
satélites se dividem, se diferenciam em mioblastos e se fundem para formar os miotubos que 
dão origem à uma nova fibra muscular, que posteriormente se liga a uma fibra muscular já 
existente, possibilitando a regeneração ou a hipertrofia da fibra muscular.
23 
Com o 
envelhecimento, há uma diminuição do número de células satélites, e diante disto, há a 
diminuição da capacidade de formação de novas fibras musculares, assim como a regeneração 
de fibras lesionadas, o que aumenta a hipotrofia muscular, ou o processo de atrofia 
característico da sarcopenia 
23,25
. 
 Estresse oxidativo: Definido como o excesso de radicais livres em comparação com o 
sistema protetor intrínseco de cada célula. O sistema protetor protege a estrutura celular dos 
efeitos negativos da presença do oxigênio no organismo. Os radicais livres são os elétrons 
livres presentes na molécula de oxigênio, e quando são produzidos em excesso, desencadeiam 
efeitos prejudiciais ao organismo.
29 
 
O estresse oxidativo é gerado por um desequilíbrio entre pró-oxidantes e antioxidantes, 
e desempenha um papel significativo na sarcopenia, triplicando o processo de 
envelhecimento, por estimular a apoptose celular e alterar o funcionamento do Cálcio no 
organismo, que possui papel fundamental na contração e relaxamento das miofibrilas 
presentes no musculo esquelético.
29
 A figura 5 demonstra o desequilíbrio do metabolismo 
celular.
 
 
 
 
 Figura 5: Desequilíbrio no metabolismo celular 
 Fonte: Teixeira e colaboradores
23
 
 
23 
 
O estresse oxidativo, a disfunção mitocondrial e a inflamação crônica já estão se 
consolidando na literatura como fatores que desempenham papéis importantes na atrofia 
muscular relacionados à idade.
30 
Todos esses fatores que caracterizam a fisiopatologia da 
sarcopenia, de forma resumida, são apresentados na figura 6 - Diagrama Adaptado de 
Dohety
31
: 
 
 
 
 Figura 6: Diagrama Adaptado de Dohety. 
 Fonte: Doherty
31
 
 
 
 Neste diagrama, o autor ratifica que a sarcopenia é influenciada e desencadeada por 
diversos fatores, assim como também atua como um agente influenciador podendo 
desencadear a inatividade física, fraqueza, imobilidade, incapacidade e perda da 
independência.
31
 
 
 
3.2.3 Epidemiologia 
 
 
 Os dados sobre a incidência e prevalência da sarcopenia no Brasil ainda são escassos 
devido aos poucos estudos publicados na área. Diante disso, utilizam-se como base os dados 
epidemiológicos publicados em estudos internacionais, que mostram que a prevalência da 
sarcopenia é ajustada de acordo com a faixa etária e com o gênero.
29-32
 
24 
 
Em relação à faixa etária, estudos mostram que a prevalência da sarcopenia é maior 
com o avanço da idade, com uma porcentagem de sete a doze por cento em idosos entre 60 a 
70 anos e de 30 a 50% em idosos com idade acima de 50 anos.
32-35
 
Em relação aogênero, os homens sofrem um declínio na massa muscular, muito maior 
do que o das mulheres, indicando que a sarcopenia é mais prevalente em idosos do sexo 
masculino. Esse fato é apresentado por Iannuzzi-Sucich e colaboradores
32
, onde a prevalência 
de sarcopenia nas mulheres foi de 1,5% e de 11,3% para os homens.
29
 
 
 
3.2.4. Síndromes associadas à Sarcopenia 
 
 
Síndromes geriátricas são condições clínicas caracterizadas por gerar um quadro de 
declínio funcional e diminuição da qualidade de vida.
4
 O acometimento de múltiplos sistemas, 
desencadeia uma série de sinais e sintomas.
5,11 
Assim a presença da sarcopenia pode ser 
identificada em muitas dessas síndromes.
36
 
 A Caquexia: É uma síndrome metabólica desencadeada por uma doença de base e 
caracterizada por intensa perda de massa muscular, que pode ou não levar a perda de massa 
“gorda”. Devido a esse fato, muitos dos idosos com quadro de caquexia, também apresentam 
o quadro de sarcopenia.
37 
 A Obesidade Sarcopênica: Definida como o aumento de massa “gorda” durante o 
processo de envelhecimento, e se associa ao declínio no desempenho muscular dos idosos.
37 
Diante disso, gera uma situação onde o idoso apresenta uma condição de baixa massa livre de 
gordura, em contrapartida, apresenta condição de alta massa “gorda”.36,38 
 A Fragilidade: A síndrome da fragilidade leva à diminuição da capacidade de 
resistência aos estresses externos, tornando o idoso, vulnerável, sendo caracterizada por um 
conjunto de cinco fenótipos: Perda de peso não-intencional; Exaustão; Diminuição da força de 
preensão; Baixo nível de atividade física; Lentidão.
38
 
A fragilidade apresenta um ciclo caracterizado pela perda energética, que inclui uma 
ingestão alimentar inadequada, perda de massa e força muscular. Sendo um ciclo composto 
por uma tríade: A sarcopenia, disfunção no sistema imune, e desregulação neuro-endócrina. 
38
 
 
 
25 
 
3.2.5 Complicações Clínicas da Sarcopenia 
 
 
Como a sarcopenia é um processo progressivo, ao longo dos anos todo o seu quadro 
clínico é manifestado, e diante dele, tem-se as complicações nas quais se destacam: 
* Quedas: A diminuição da força muscular oferece impactos diretos na capacidade contrátil 
das fibras musculares. O declínio ocorre em ambos os sexos, e os grupos musculares mais 
afetados são os da região inferior do corpo, ou seja, músculos dos MMII. Diante disto a 
diminuição de força nos MMII confere maiores fatores de risco para quedas.
28 
* Diminuição da mobilidade: Como a qualidade da contração muscular é prejudicada, a 
musculatura produz menos força adotando um padrão mais lento, ou seja, a contração 
muscular passa a durar mais tempo, assim como o relaxamento muscular, facilitando a 
fatigabilidade. Diante desse fato, a mobilidade fica prejudicada. O grande fator de risco dos 
prejuízos à mobilidade é a possibilidade do idoso desenvolver Síndrome da Imobilidade.
29
 
* Incapacidade funcional: A sarcopenia se associa à incapacidade funcional, na qual o idoso 
perde a sua autonomia, ou seja, a capacidade de executar qualquer tipo de atividade.
26,39
 A 
probabilidade de comprometimento funcional em idosos sarcopênicos é aproximadamente 
duas vezes maior em homens 
35 
Além da diminuição do desempenho muscular, outro fator 
relacionado com a diminuição da capacidade funcional é a adiposidade corporal.
26
 Os 
indivíduos idosos com obesidade sarcopênica apresentam o triplo de chances de desenvolver a 
incapacidade física.
33 
* Comorbidades: As alterações geradas pela sarcopenia e pelo próprio processo de 
envelhecimento causam o que é chamado de comorbidades.
35
 Esse fato pode ser explicado por 
inúmeros fatores, como por exemplo as quedas, fraturas, institucionalização e/ou 
hospitalização, ocasionando repercussões e comprometimento musculoesquelético, renal, 
gastro-intestinal, cardiovascular e pulmonar.
33 
* 
Hospitalizações e Institucionalização: Diante da progressividade da sarcopenia e 
complicações em diversos sistemas, a institucionalização torna-se uma estratégia de cuidado 
utilizada pelos familiares; assim como a hospitalização, quando os problemas de saúde desse 
idoso já se tornaram de extrema gravidade.
32-36
 
 
 
 
26 
 
3.2.6 Diagnóstico da Sarcopenia 
 
 
A sarcopenia necessita de um diagnóstico precoce e rápido devido o seu quadro 
progressivo, e para isso, existem diversos exames, como a ressonância nuclear magnética, 
tomografia computadorizada, bioimpedância, ultrassonografia, densitometria óssea corporal 
total e as medidas antropométricas por meio da relação cintura-quadril e panturrilha.
23
 
Os exames de imagem são um recurso importante para o acompanhamento do idoso 
com sarcopenia, pois além de serem fundamentais para o diagnóstico, também são 
imprescindíveis para o acompanhamento da regressão, estagnação ou evolução do quadro de 
perda de massa muscular. Dentre todos os possíveis exames a serem realizados, dois deles são 
de extrema importância, a Densitometria e a Bioimpedância.
23,25
 
Esses exames permitem o diagnóstico da sarcopenia no meio clínico. Já no meio 
científico, os pesquisados mensuram a sarcopenia de uma maneira alternativa, por meio do 
índice músculo-esquelético (IME), criada por Janssen e colaboradores.
34
 Esse índice é 
definido por meio da massa muscular esquelética obtida pela bioimpedância, dividido pelo 
valor da massa corporal. O resultado é multiplicado por 100 para representar a porcentagem 
de massa muscular sobre a massa corporal do indivíduo.
20,35
 
 
 
3.2.7 Classificação da Sarcopenia 
 
 
A classificação se dá em primária e secundária, onde a sarcopenia primária se 
relaciona com a idade, ou seja, com o próprio processo de envelhecimento sem o 
conhecimento de uma causa específica. Em contrapartida, a secundária é caracterizada com a 
identificação de uma ou diversas causas. Entretanto, mesmo com essa classificação, às vezes 
se torna difícil classificar clinicamente a sarcopenia em primária ou secundária, devido a 
tantos fatores envolvidos no idoso.
37
 
O grupo European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) 
classificou a sarcopenia em três estágios, sendo eles pré-sarcopenia, sarcopenia, e sarcopenia 
grave. Esses estágios permitem uma avaliação da evolução, do tratamento e até mesmo 
permitem a escolha do tratamento adequado.
37
 
27 
 
A pré-sarcopenia é definida quando o idoso apresenta diminuição da massa muscular, 
porém sem influência na sua força muscular ou desempenho físico. A sarcopenia é definida 
quando o idoso apresenta a diminuição da massa muscular, associado com influência na sua 
força muscular ou desempenho físico. Já a Sarcopenia Grave é quando o idoso apresenta 
déficit nos três critérios, ou seja, diminuição da massa e força muscular, assim como 
comprometimento do seu desempenho físico. A classificação da sarcopenia segundo a 
EWGSOP é mais utilizada atualmente.
37,38
 
 
 
3.2.8 Opções terapêuticas da Sarcopenia 
 
 
Diante da extensa etiopatogenia da sarcopenia, o tratamento deve constituir de ações 
que intervenham em cada um dos fatores desencadeantes. Diante disso, o tratamento completo 
constitui de intervenções hormonais, nutricionais e de exercícios físicos. 
*Reposição hormonal: Os hormônios sexuais (progesterona e testosterona) podem suprimir 
citocinas inflamatórias que exercem efeitos catabólicos no músculo, com a diminuição dos 
seus níveis, não é possível suprimir essas citocinas prejudiciais. Diante disso, a reposição 
hormonal recebe considerável atenção como forma de tratamento da sarcopenia.
28
 
Além dos hormônios sexuais,o hormônio GH também tem sido foco de intervenções, 
pois exerce um efeito anabólico indireto sobre o músculo, estimulando a produção de IGF-1 
no fígado, no entanto, a maioria dos estudos tem mostrado que o tratamento com GH é 
ineficaz em idosos, do ponto de vista da massa muscular, mas, eficiente na promoção da 
sensação de bem-estar e melhora da composição corporal e perfil lipídico.
1,28,31
 
* Suplementação nutricional: A suplementação nutricional pode elevar os níveis 
energéticos, de força e também de massa muscular. Segundo os estudos recentes, a 
suplementação nutricional associada ao treinamento de resistência pode aumentar os ganhos 
de força e massa muscular em idosos.
31 
O uso da creatina é um recurso que apresenta a 
possibilidade de elevar o depósito de fosfocreatina no músculo, além de poder aumentar 
níveis de adenosina-tri-fosfato (ATP) e fosfocreatina durante o exercício. A potencialidade 
dessa intervenção é alcançada quando a suplementação nutricional é associada ao exercício 
físico, na busca de alcançar a capacidade máxima da função muscular.
1,38
 
28 
 
 * Exercícios Físicos: A atividade física desempenha um papel protetor para todos os 
sistemas do organismo, diante dos inúmeros benefícios que proporciona, e por esse motivo, a 
atividade física torna-se uma alternativa bem sucedida para o tratamento da sarcopenia.
24,28 
Além dos benefícios promovidos para os órgãos e sistemas do organismo, em longo prazo os 
exercícios promovem diminuição do número de quedas, aumento da mobilidade e 
independência, caracterizando a melhora da capacidade funcional do idoso.
1,4-8
 
A proposta dos exercícios físicos abrange tanto a atividade aeróbica quanto 
anaeróbica.
24 
As atividades aeróbicas, como caminhada, corrida, ciclismo ou natação 
aumentam o consumo máximo de oxigênio (VO2máx), melhoram o desempenho muscular, 
promovem adaptação neuromusculares, diminuem a morbidade e mortalidade, e reduzem a 
porcentagem de gordura corporal. O exercício aeróbico não contribui tanto para hipertrofia 
muscular, como os exercícios resistidos, mas estimulam a síntese proteica muscular, a 
ativação de células satélite e aumento da área das fibras musculares.
24
 
Os exercícios aeróbicos promovem resultados significativos na redução de gordura 
corporal, incluindo a gordura intramuscular, que aumenta durante o processo de sarcopenia, e 
diante dessa redução, o impacto não está somente no desempenho muscular, mas na 
capacidade funcional.
22,24
 
Em contrapartida, a massa, resistência e potência muscular são aperfeiçoadas diante da 
prática de atividades anaeróbicas, como o treinamento de resistência. Esse fato ocorre por que 
o exercício resistido aumenta a síntese proteica miofibrilar, com repercussões de ganho de 
massa muscular e força, independentemente da idade do praticante. Diante disso o exercício 
físico resistido demonstra-se ser bem tolerado em idosos.
24,28
 
É importante ressaltar que os benefícios da atividade física não são produzidos nas 
atividades de lazer, pois estas não são capazes de impedir o declínio da massa muscular, mas 
sim, as atividades aeróbicas e de resistência, realizadas respeitando uma determinada 
frequência. Diante disso se faz importante adotar um estilo de vida ativo, para evitar os efeitos 
da sarcopenia.
24,28 
Assim, os tratamentos baseados na atividade física têm os mais promissores 
resultados, tanto na prevenção quanto no tratamento da sarcopenia.
1
 
 
 
 
 
 
29 
 
3.3 Exercícios resistidos 
 
 
3.3.1 Exercícios resistidos na Sarcopenia 
 
 
Em se tratando de qualquer forma de exercício, que vise prevenir ou tratar a 
sarcopenia, não existe até o momento na literatura, uma afirmação categórica de qual é a 
melhor atividade física recomendada. Existe a comprovação da importância da prática de 
atividade física, independente de qual seja, para prevenir e/ou retardar as mudanças que 
acompanham o processo fisiológico de envelhecimento, todavia, nada que identifique a 
estratégia ideal de tratamento para a sarcopenia.
24,28
 
Segundo Rolland e colaboradores
24
 e Lang e colaboradores
28
, ao se analisar os fatores 
desencadeantes da sarcopenia, a fisiopatologia e a sua evolução ao longo dos anos, o exercício 
resistido torna-se o tipo de exercício que melhor se enquadra na ação da reversão dos fatores 
associados. Assim, todo quadro pode ser amenizado ou evitado por meio da prescrição de um 
treinamento resistido, pois é a atividade, dentre as várias opções, que mais promove mudanças 
significativas nas respostas neuromusculares, como hipertrofia e aumento da força. Portanto, 
tem-se o aumento da capacidade contrátil dos músculos esqueléticos, interferindo diretamente 
na interrupção do processo, ou na diminuição.
39
 
 
 
3.3.2 Benefícios dos exercícios resistidos 
 
 
Um programa de treinamento resistido promove grandes benefícios como melhora do 
desempenho muscular, representado pela força, potência e resistência muscular; aumento da 
força dos componentes do tecido conjuntivo, como tendões, ligamentos e fáscia muscular; 
aumento da densidade mineral óssea; auxilio na capacidade funcional e desempenho físico 
durante a realização de suas Atividades de Vida Diária (AVD); melhora do equilíbrio; redução 
da gordura corporal, e acima de tudo, melhora da qualidade de vida.
7,38,40 
 
 
30 
 
3.3.3 Tipo exercícios resistidos 
 
 
O exercício resistido pode envolver a movimentação da articulação, sendo classificado 
como exercício dinâmico e pode ser aplicado de forma concêntrica ou excêntrica. O exercício 
pode também, não envolver a movimentação da articulação, classificado assim, como 
exercício isométrico.
7
 
Independentemente do tipo de exercício aplicado, o objetivo é recrutar um grupo 
muscular específico. A escolha do tipo de exercício depende da capacidade de gerar força dos 
grupos musculares do indivíduo e também das suas necessidades funcionais.
7,41
 
O treinamento resistido pode envolver também, um conjunto de exercícios isotônicos 
concêntricos e excêntricos ou exercícios isométricos, que caracterizam uma repetição e 
envolve também conjuntos de repetições que são denominadas séries. Também é necessário 
que exista um período de repouso entre cada série para não criar uma condição de fadiga 
muscular.
40
 
 
 
2.3.4. Princípios do Treinamento Resistido: 
 
 
Diante das inúmeras condições necessárias para aplicar de forma eficiente os 
exercícios físicos, foram estabelecidos alguns princípios para o programa de treinamento, e 
estes mesmos princípios podem ser direcionados para a aplicação do treinamento resistido
40
: 
a) Princípio da sobrecarga: Este princípio afirma que somente com a aplicação de uma 
sobrecarga ao exercício, de forma individual e progressiva, é possível promover adaptações 
biológicas aos diversos órgãos e sistemas.
39-41
 
b) Princípio da Especificidade: Afirma que o treinamento deve ser elaborado levando em 
consideração as individualidades biológicas de cada indivíduo, no qual consiste em definir 
qual a modalidade de atividade física específica, a fim de atingir os objetivos desejados.
40
 
c) Princípio da Individualidade: Este princípio defende a idéia de que o treinamento deverá 
atender as necessidades individuais e as capacidades dos indivíduos, ou seja, os programas 
devem respeitar a individualidade. Portanto, esse princípio leva em conta o nível de aptidão 
física antes de propor o treinamento.
40
 
31 
 
d) Princípio da Reversibilidade: Este princípio afirma que todos os benefícios obtidos com o 
programa de treinamento são reversíveis, ou seja, podem ser perdidosa partir do momento em 
que o indivíduo abandona o treinamento. A conservação dos benefícios obtidos, se dá por 
meio da manutenção do programa de treinamento.
40 
 
 
2.3.5. Modalidades do Exercício Resistido. 
 
 
Os princípios do treinamento resistido podem ser aplicados em diversas modalidades 
de exercícios, como por exemplo, hidroterapia, facilitação neuromuscular proprioceptiva 
(PNF), exercícios com resistência manual e mecânica. Na hidroterapia a resistência é 
oferecida pela turbulência e flutuação e é influenciada pela área da superfície, pela velocidade 
do movimento e pelo arrasto. O ambiente aquático também pode ser utilizado quando o 
exercício resistido possui contraindicações para realização em solo.
38,41,42 
A técnica de PNF consiste na aplicação de resistência manual para facilitar as 
contrações musculares, que são do tipo concêntricas, excêntricas e isométricas. Utilizando 
padrões de movimentos diagonais, estímulo sensorial, auditivo, visual e proprioceptivo. Sendo 
que o PNF promove o movimento funcional, por meio da facilitação, inibição, fortalecimento 
e relaxamento de grupos musculares.
42 
Os exercícios com resistência manual tem a carga imposta através das mãos do 
fisioterapeuta, essa resistência não pode ser medida quantitativamente, entretanto, é útil para 
programas iniciais, onde os músculos encontram-se com grande prejuízo de força e controle 
da amplitude do movimento. Em contrapartida, os exercícios com resistência mecânica tem a 
carga aplicada por meio de aparelhos ou equipamentos mecânicos, sendo assim, essa carga 
pode ser quantificada, o que permite avaliar a evolução da capacidade de gerar força, por parte 
do indivíduo, assim como o aumento da sua resistência às cargas impostas.
7,43
 
Ambas as modalidades do exercício resistido, respeitam os princípios do treinamento, 
portanto, permitem a melhora do desempenho muscular, com aprimoramento da massa, força 
e resistência.
44
 
 
 
 
32 
 
2.3.6 Contraindicações dos exercícios resistidos no idoso 
 
 
 As situações em que os exercícios resistidos são contraindicados são poucas, como por 
exemplo, dor articular ou muscular intensa em movimentos ativos livres; doença 
neuromuscular inflamatória ou inflamação aguda de uma articulação; e doença cardiovascular 
e pulmonar grave; déficits proprioceptivos, alterações sensoriais e declínio cognitivos, podem 
tornar difícil a compreensão e execução do exercício por parte dos idosos.
7,43
 
 
 
2.3.7 Diretrizes dos exercícios resistidos no idoso 
 
 
Para que se inicie um treinamento resistido em idosos, devem-se seguir algumas 
diretrizes. 
 Orientação médica: Antes de iniciar qualquer programa de exercícios independente 
da modalidade é necessária a existência da aprovação médica. A escolha do programa ideal 
deve surgir de uma concordância entre as opiniões do médico, terapeuta e idoso.
7,43
 
 Encorajamento e Estímulos: O programa de treinamento deve ser minuciosamente 
supervisionado, com a devida explicação e demonstração dos exercícios. Essa atenção 
dedicada ao idoso e ao tratamento promove uma imagem de dedicação por parte do terapeuta, 
e cria uma união entre terapeuta e paciente. É fundamental que o terapeuta desenvolva no dia-
a-dia o encorajamento e motivação para com o idoso, por meio de comandos verbais, elogios 
e incentivos, para garantir aderência e satisfação.
7,43
 
 Elaboração do programa: O programa deve ser planejado pelo fisioterapeuta, com 
objetivos traçados a curto, médio e longo prazo. Esses objetivos devem ser individuais e 
progressivos, porém, dentro das suas limitações com o menor risco possível para lesões. É 
importante que seja individual, pois se preconiza atender também as necessidades impostas 
pela doença de base.
7,43
 
 
 
 
 
33 
 
2.3.8 Recomendações e Prescrição dos exercícios resistidos 
 
 
Antes de iniciar o treinamento resistido, é necessário mensurar a força muscular do 
idoso e encontrar as cargas ideais para a realização do exercício. Diante disso, existe a técnica 
chamada de 1 Repetição Máxima (1-RM), que mensura a força de grupos musculares únicos 
ou múltiplos, e permite encontrar a carga ideal para o treinamento.
44
 
O valor de 1-RM se refere a quantidade máxima de peso levantado uma única vez pelo 
indivíduo, que realiza uma força de forma correta durante o exercício de levantamento de 
peso. Esse método deve ser iniciado com um peso baixo, contudo, próximo da capacidade 
máxima de levantamento do indivíduo. Em seguida, deve-se aumentar o peso 
progressivamente durante as tentativas subsequentes até que alcance a capacidade máxima 
realizando uma repetição, sem compensações corporais.
44 
Depois de mensurado a força 
muscular, é necessário encontrar a carga de treinamento, o ideal é que o idoso se exercite com 
uma carga entre 40 a 60% da 1-RM. Se o idoso apresentar condições de elevar a porcentagem 
da carga, pode-se trabalhar com 80% da 1-RM.
45
 
A prescrição da atividade física, deve respeitar a quantidade de série, volume, 
frequência, tempo de duração, e intensidade.
43 
A correta prescrição do exercício resistido, 
deve seguir alguns padrões, onde a frequência, é de duas a três vezes na semana, com período 
de 48 horas de repouso. As séries devem ser únicas, com volumes de 10 a 15 repetições, com 
8 a 10 exercícios diferentes, que envolvam os principais grupos musculares (MMSS e 
MMII).
43,46
 
Deve-se iniciar o treinamento com baixa resistência e poucas repetições e permitir o 
tempo de adaptação para os músculos e tecido conjuntivo. A progressão dos exercícios deve 
ser realizada no momento ideal, com o aumento da resistência e das repetições.
7 
A realização do exercício deve ser feita de forma lenta, com movimentos rítmicos e 
controlados, respeitando a biomecânica corporal, assim como as alterações posturais já 
presentes e devem evitar acentuar essas alterações. A respiração também deve ser feita de 
forma adequada, para evitar a manobra de valsalva, que pode produzir efeitos rebote na 
elevação da pressão arterial. A posição do exercício merece devida atenção, para evitar 
mudanças bruscas de posição, para prevenir quadros de perda de equilíbrio ou hipotensão 
postural.Todo o programa de treinamento deve ser reavaliado quando o paciente apresentar 
melhoras, assim como qualquer mudança no seu estado de saúde.
7,43,44 
 
34 
 
2.3.9. Protocolos de Exercícios Resistidos em idosos. 
 
 
 Existe uma grande dificuldade em se montar um protocolo padronizado, para aplicação 
de um programa de exercício resistido nos idosos.
45
 
 Esse paradigma se dá por inúmeros motivos, como: os números reduzidos de artigos 
que formulem um protocolo, ou que compreendam esse assunto; as necessidades individuais 
dos idosos; as doenças de base de cada idoso, que por não serem as mesmas em toda a 
população, muitas vezes o exercício necessita inicialmente atender às alterações causadas pela 
doença base, antes de pensar num programa que inclua o idoso de forma global.
7,31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
4 RESULTADOS 
 
 
 Na literatura foram encontrados seis tipos de protocolos assim descriminados: 
 
 
a) Protocolo para Membros Superiores (MMSS): 
Silva e colaboradores
45
 apresentaram um protocolo de exercícios resistidos para 
MMSS, com o intuito de comparar o número máximo de repetições para uma dada carga e a 
percepção subjetiva de esforço, em mulheres jovens e idosas, após séries múltiplas de 
exercícios para membros superiores organizados em ordem inversa. 
Os exercícios realizadosforam Supino Horizontal (SH), Desenvolvimento em pé (DP), 
e Tríceps no Pulley (TP). Para chegar ao objetivo os autores dividiram dois grupos, onde cada 
um realizou os mesmos exercícios, porém em ordem diferente. Sendo assim, um grupo 
realizou a sequência A (SEQA) na ordem SH, DP e TP; e outro grupo realizou a sequência B 
(SEQB) na ordem TP, DP e SH. 
 
 
b) Protocolo para MMII 
O estudo de Schlicht
 
e colaboradores
46
 traz um protocolo de exercícios resistidos para 
os MMII, e tem como objetivo, examinar o efeito do treinamento de força intensa na parte 
inferior do corpo, além de outros modos de treinamento físico. A avaliação dos benefícios foi 
realizada por meio de três testes funcionais relacionados com o risco de queda. 
O protocolo apresentado neste estudo abrange os exercíos: Leg extension; Inner thigh 
press; Outer thigh press; Glute press; Leg press; Ankle press. 
 
 
c) Protocolo para MMSS, MMII e tronco 
Lima
 
e colaboradores
47
 avaliaram e compararam os ganhos de força muscular obtidos 
com o treinamento de força em idosas, por meio dos instrumentos de avaliação conhecidos 
como 1-RM e avaliação isocinética. Para concretizar o estudo, os autores forneceram um 
protocolo de treinamento de força composto por: supino sentado, cadeira extensora, puxada 
latpulldown, cadeira flexora, abdução de ombros com halteres, abdução de quadril e leg press 
sentado. 
36 
 
Adicionalmente, foram prescritos e realizados exercícios para fortalecimento dos 
músculos abdominais e eretores da espinha, bem como flexão plantar na posição em pé. Cada 
sessão foi precedida de cinco minutos de aquecimento e seguida de dez minutos de 
resfriamento. 
 
 
d) Protocolo de Exercício resistido associado à suplementação 
Já Candow e colaboradores
48
 tiveram como objetivo, determinar se a baixa dose de 
creatina e a suplementação proteica durante o treinamento de resistência, em homens mais 
velhos, são eficazes para melhorar a força e massa muscular, sem produzir metabólitos 
potencialmente citotóxicos. 
O protocolo apresentado neste estudo abrange os exercícios como supino, leg press, 
puxada pela frente, extensão de perna, showder pres, flexão do joelho, rosca bíceps, 
panturrilha e tríceps. Este protocolo foi realizado após o aquecimento em uma bicicleta 
estacionaria por cinco a dez minutos e alongamentos leves, e foi associado à suplementação 
com dose de creatina de 0,1 g
.
kg
-1
 e dose de proteína com 0,3 g
.
kg
-1
. 
Os participantes foram divididos em três grupos, sendo que o exercício resistido foi 
realizado nos três grupos. Sendo assim, um grupo recebeu doses de creatina e proteína (CP), 
outro recebeu apenas doses de creatina (C) e o terceiro realizou somente o exercício resistido, 
recebendo doses de placebo (PLA). 
Cada sessão de treinamento resistido foi procedida de três séries de dez repetições com 
descanso de dois minutos entre elas, com intensidade de 70% de 1-RM, sendo que antes de 
cada treino foi utilizado a suplementação. 
 
 
e) Protocolo de Exercício resistido associado ao exercício aeróbico 
Roma e colaboradores
49
 compararam os efeitos do treinamento resistido e aeróbica 
frente aptidão física e funcionalidade do idoso. Para concretizar o estudo, os autores fornecem 
um protocolo de treinamento para exercício resistido, contendo os seguintes exercícios: chest 
press, remada, leg press, panturrilhas, abdominais e lombares. Para exercícios aeróbicos foi 
realizada apenas uma caminhada. 
Foi realizado durante 12 meses. Os treinos de exercícios resistidos duraram uma hora e 
foram realizados duas vezes por semana, sendo realizados em aparelhos com sistema de 
alavanca, pesos, cabos e roldanas, a carga foi aumentada progressivamente em series de 12, 
37 
 
10 e 8 repetições. Já os treinos aeróbicos duraram 30 minutos e foram realizados duas vezes 
por semana, sendo controlado a frequência cardíaca (FC) em torno de 60% da FC máxima, 
aferida a cada cinco minutos. 
 
 
f) Protocolo de Exercício resistido associado a outras modalidades de exercícios 
Alfieri e colaboradores
50
 analisaram o uso de testes clínicos e de medidas indiretas 
para verificar as alterações sobre o controle postural em idosos submetidos a programas de 
exercícios multissensoriais. Para concretizar o estudo, os autores fornecem um protocolo de 
treinamento multissensoriais, composto por períodos de aquecimento, flexibilidade, exercícios 
ativos livres, equilíbrio e relaxamento. Com frequência de duas sessões semanais de 
aproximadamente uma hora de atividades, durante 12 semanas. 
O programa de exercícios de fortalecimento muscular foi realizado utilizando pesos 
em seis aparelhos: Press Peitoral, Remada, Leg Press, Panturrilha, Abdominal, Extensão 
Lombar, com resistência variável em sistema de alavancas, tais aparelhos trabalham os 
principais grupos musculares. Foram realizadas três séries: a primeira com doze repetições, a 
segunda com dez e a terceira com oito. O aumento da carga ocorreu de acordo com a resposta 
individual de cada participante, porém este aumento foi de forma lenta e gradual, a fim de 
evitar eventuais riscos. 
 Foram encontrados seis artigos com protocolos fisioterapêuticos detalhados. 
 Na figura 7 podem-se observar os dois artigos internacionais inclusos neste estudo e na figura 
8 encontram-se os quatro artigos nacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Protocolos de estudos internacionais de exercícios resistidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTIGO ANO PAÍS OBJETIVOS PROTOCOLO DURAÇÃO 
Effect of Intense 
Strength Training 
on Standing 
Balance, Walking 
Speed, and Sit-to-
Stand Performance 
in Older Adults 
2001 EUA Examinar o 
efeito do 
treinamento de 
força, além de 
outros 
treinamentos 
físicos 
funcionais. 
Exercícios de 
fortalecimento perna, 
tornozelo, glúteos e 
outros 
3 X na 
semana, por 8 
semanas. 
Low-Dose Creatine 
Combined with 
Protein during 
Resistance 
Training in Older 
Men 
2015 Canadá Determinar a 
efeitos da 
creatina em 
marcadores de 
proteína 
miofibrilar 
degradação e 
reabsorção óssea 
em indivíduos 
mais velhos. 
SUPLEMENTAÇÃO 
A dose de creatina de 
0,1 g
.
kg
-1 
Treinamento resisitido: 
aquecido em uma 
bicicleta estacionária, 
alongamentos leves. 
Os exercícios resistidos 
supino, leg 
press,puxada perna, e 
extensão,ombro, 
perna,rosca panturrilha 
3 X 10 
repetições com 
descanso de 2 
min. 
 
Suplementaçã
o 
antes de cada 
sessão de 
treinamento 
 
39 
 
Figura 8: Protocolos de estudos nacionais de exercícios resistidos. 
 
ARTIGO ANO OBJETIVOS PROTOCOLO DURAÇÃO 
Influência da 
ordem dos 
Exercícios Sobre o 
número de 
Repetições e 
Percepção 
Subjetiva do 
Esforço em 
Mulheres Jovens e 
idosas 
2009 Comparar o número 
máximo de 
repetições para uma 
dada carga e a 
percepção subjetiva 
de esforço, em 
mulheres jovens e 
idosas. 
Supino Horizontal 
Desenvolvimento em 
pé , e Tríceps no 
Pulley . 
3 séries de cada 
exercício eram 
realizadas com cargas 
de 10RM até a falha 
concêntrica. 
Uso de testes 
clínicos para 
verificação do 
controle postural 
em idosos 
saudáveis 
submetidos a 
programas de 
exercícios físicos 
2010 Analisar ouso de 
testes clínicos e de 
medidas indiretas 
para verificar as 
alterações sobre o 
controle postural de 
idosos saudáveis 
submetidos a 
programas de 
exercícios físicos. 
exercícios 
multissensoriais 
aquecimento e 
flexibilidade; 
exercícios e 
dissociação de 
cinturas, exercícios 
ativos de 
fortalecimento. 
 
 
 
 
2 de duas sessões 
semanais, de 
aproximadamente 1 
hora de atividades, 
ambos durante 12 
semanas. 
Efeitos do 
treinamento 
resistido sobre a 
força muscular de 
idosas: uma 
comparação entre 
métodos 
2012 comparar os ganhos 
de força obtidos com 
o TF em idosas 
avaliadas 
isoinercialmente 
(1RM) com aquelas 
avaliadas por meio 
da avaliação 
isocinética. 
supino sentado, cadeira 
extensora, puxada 
(latpulldown), cadeira 
flexora, abdução de 
quadril e leg press 
sentado. Exercícios 
para fortalecimento 
dos músculos 
abdominais e eretores 
da espinha, flexão 
plantar. 
 
6 meses, realizado 3 
vezes na semana Os 
exercícios foram 
realizados em 3 séries 
de 8 a 12 repetições, 
1min de descanso entre 
séries e entre 
exercícios. 
Efeitos das 
atividades físicas 
resistida e aeróbia 
em idosos em 
relação à aptidão 
física e à 
funcionalidade: 
ensaio clínico 
prospectivo 
2013 Comparar os efeitos 
sobre aptidão física 
(força muscular, 
equilíbrio e 
flexibilidade) e 
funcionalidade de 
idosos 
GR: Exercícios 
realizados: chest press, 
remada, leg press, 
panturrilhas, 
abdominais e 
lombares. 
GA: A atividade 
aeróbia foi realizada 
em uma pista de 
caminhada. 
GR: 12 meses, treinos 
de 1 hora, 2x semana. 
Em cada exercício, as 
cargas foram 
aumentadas 
progressivamente em 
séries de 12, 10 e 8 
repetições. 
GA: 12 meses, treinos 
com duração de 30 
minutos, 2x semana. 
 
40 
 
5 DISCUSSÃO 
 
 
A Sarcopenia é um processo caracterizado pela diminuição de massa e força muscular, 
onde ocorre a substituição do tecido muscular por tecido gorduroso comprometendo a 
qualidade de vida da pessoa idosa. Para Silva e colaboradores
1
, a sarcopenia necessita ser 
detectada precocemente, pois contribui para a definição da síndrome de fragilidade, 
morbidade altamente prevalente entre os idosos, além de acarretar inúmeras comorbidades. 
Alguns autores, afirmam que a sarcopenia é um dos componentes do envelhecimento e 
só passa a ser considerada uma doença, quando associada à alguma limitação funcional.
19-21 
Atualmente é preconizado que seja identificada, mesmo que dentro dos parâmetros ainda 
fisiológicos, para evitar prejuízos funcionais, pois são estes os responsáveis pela diminuição 
da capacidade funcional e autonomia dos idosos.
18,24
 
A incapacidade funcional dos idosos é resultante de um envelhecimento 
musculoesquelético inadequado, no qual culminam características da sarcopenia como: 
quedas que podem ocasionar fraturas, ou muitas vezes fraturas que levam à queda; 
incapacidade, dependência, hospitalização recorrente ou a institucionalização e por fim a 
morte.
25 
De forma simplificada, a sarcopenia torna o idoso mais vulnerável aos próprios 
eventos fisiológicos do envelhecimento. 
Como já citado, os grandes grupos musculares dos MMII são os primeiros a sofrer 
com o início da sarcopenia.
19,24
 Esse fato tem grande impacto na manutenção da capacidade 
funcional do idoso, pois a maior parte de suas AVD’S necessita da integridade das estruturas 
musculares dos MMII como exemplo, a marcha, função limitada nos idosos sarcopênicos, 
bem como o ortostatismo, equilíbrio e transferências.
22,49
 
É sabido que as atividades que envolvem os MMSS são prejudicadas, diante disso, o 
idoso deixa de realizar funções básicas como comer, cuidados com higiene pessoal, atividades 
relacionadas a casa, cozinha, e muitas vezes, deixa de lado atividades como artesanato ou 
atividades de movimentos mais finos, que podem ser uma fonte de renda para sua família.
29
 
Isso mostra o amplo contexto onde a sarcopenia se insere, que altera não somente a condição 
de saúde de um idoso, mas, gera desestruturação de todo o seu ambiente familiar. 
A importância de tratar a sarcopenia se dá em intervir nos eventos posteriores, de 
modo a evitar os impactos na funcionalidade do idoso e na qualidade de vida. Manter as suas 
funções preservadas é uma forma de assegurar um envelhecimento mais saudável, 
independente e confortável para o idoso. 
41 
 
Diante disso, por apresentar um caráter reversível, a sarcopenia precisa ser tratada, 
pois, por meio da reabilitação do desempenho musculoesquelético do idoso, é possível 
restaurar sua capacidade funcional e seu nível de aptidão física. 
 Por se tratar de um fenômeno complexo, e envolver diversos fatores causais, o 
tratamento para a sarcopenia não é único, ou seja, não existe uma terapêutica específica. O 
que existe é a interferência nos fatores que a desenvolvem. Sendo assim, as principais opções 
são os programas de exercícios físicos, a suplementação nutricional e hormonal.
46-50
 
A literatura nacional e internacional tem mostrado a importância da terapêutica da 
aplicação de exercícios físicos como forma de intervenção na sarcopenia, seja na forma de 
prevenção ou de tratamento, entretanto, ratifica-se que não existe até o momento na literatura, 
uma afirmação categórica de qual é a melhor atividade recomendada.
51
 Existe somente a 
comprovação da importância da prática de atividades, independente de qual seja, para 
prevenir e/ou retardar as mudanças que acompanham o processo fisiológico de 
envelhecimento.
24,28;44-52 
De todas as modalidades de exercícios físicos, os estudos mais recentes mostram que o 
exercício resistido, é o que melhores resultados promove tanto a nível da prevenção quanto de 
reabilitação da sarcopenia, por intervir diretamente na reversão ou interrupção da doença. Fato 
este que ocorre porque o exercício resistido promove adaptações morfológicas, como aumento 
da massa e força muscular, assim como redução da gordura corporal, que são os principais 
sinais da doença.
51
 
 Deste modo, como resultado do levantamento de protocolos realizado, foi evidenciado 
seis tipos de protocolo para treinamento resistido em idosos. 
 Silva e colaboradores
45
 promoveram um protocolo para MMSS, com objetivo de 
comparar o número máximo de repetições para uma dada carga e percepção subjetiva de 
esforço em jovens e idosas. Para isso, foram realizados séries de exercícios para os MMSS. 
No protocolo contava de exercícios SH (peitoral maior e menor, tríceps braquial); DP (tríceps 
braquial, deltóide fibras médias); e TP (tríceps braquial). 
 Os autores utilizaram duas sequências para aplicar o protocolo: A sequência A 
(SEQA): SH, DP e TP; e a sequência B (SEQB): TP, DP e SH. Os autores constataram que o 
número de repetições permaneceu estável na SEQA para o grupo de idosas, com declínio 
significativo na sequência iniciada pelo menor grupo muscular (SEQB). Não houve diferenças 
para a percepção de esforço ao final das sequências no grupo de jovens, mas no grupo de 
idosas tendeu a ser maior para a SEQB em comparação com a SEQA.
45
 
42 
 
 Ao confrontar os dados do protocolo com a fisiologia e biomecânica, é possível 
perceber que a ordem dos exercícios, nos idosos, causa importantes impactos no 
desenvolvimento do exercício. Esses impactos são verificados tanto no esforço quanto no 
desempenho. Quando se finaliza o programa com exercícios que envolvam os maiores grupos 
musculares, o desempenho acaba prejudicado, ao final do programa, ou seja, as repetições

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