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Marketing Criando valor para os clientes www. saraivauni.com.br iniciais h.indd 1 15.07.10 13:48:47 iniciais h.indd 2 15.07.10 13:48:47 GILBERT A. CHURCHILL, JR. Universidade de Wisconsin J. PAUL PETER Universidade de Wisconsin Marketing Criando valor para os clientes Tradução: Cecília C. Bartalotti (Capítulos l a 15) Cid Knipel Moreira �Capítulos �� ao final 6evisno 8qcnica: Prof. Dr. Rubens da Costa Santos 4L�D� em MarOetinK pela 9niversit] oJ 8e\as 4roJessor de MarOetinK da *E%�974 e da E%E74�*+: Tradução da 2a edição iniciais h.indd 3 15.07.10 13:48:48 4ara nossas esposas� ,elen e 6ose� e nossos filLos por criarem tanto valor em nossas vidas� iniciais h.indd 5 15.07.10 13:48:49 % Editora 7araiva considerou que sz conseKuiria criar valor para o leitor Frasileiro ° estudantes� proJessores e profissionais de marOetinK ° se conseKuisse oJerecer um livro adequado à nossa realidade� 2esse sentido� todos os casos� e\emplos� mapas ou dados do livro Joram atuali^ados ou adaptados� Ja^endo com que o leitor se depare tanto com casos internacionais� ocorridos em países tno distintos quanto Estados 9nidos� CLina e 6ssia� como com e\emplos específicos ao &rasil� como o da decisno da M8: Frasileira entre o rock e o a\q ou a Kuerra dos acaraNqs na &aLia� %lqm disso� para ilustrar e Jacilitar o entendimento dos conceitos apresenta� dos� Joram tamFqm incluídas vjrias Jotos e propaKandas criadas por alKumas das melLores aKsncias de puFlicidade Frasileiras: D483� 4uFlicis 2orton� Colucci� -nteKrada� +reat e 4roNeto� Muitas delas ser�lLe�no Fastante Jamiliares� 4or fim� para tornar ainda mais aKradjvel o aprendi^ado de marOetinK� contamos com a colaForapno do maior cartunista na jrea de marOetinK no &rasil: DorinLo� ou ,eliodoro 8ei\eira &astos *ilLo� proJessor�doutor no curso de 4ropaKanda da Escola de Comunicapno e %rtes da 974 �EC%�974 � arquiteto e comunicador visual� %s Fem�Lumoradas cLarKes da Dona >e^q e dos outros memFros da aKsncia :alsncia :alsncia� puFlicadas na 6evista 4ropaKanda da Editora 6eJersncia� captam situap~es ímpares da realidade de marOetinK no &rasil e no mundo� proporcionando alKuns momentos de descontrapno nesta lonKa e constante FatalLa� que q a vida de um Juturo profissional de marOetinK� CR IA ND O VA LO R PA RA O LE IT OR BR AS IL EI RO iniciais h.indd 6 15.07.10 13:48:49 9M 8E<83 DE M%6/E8-2+ 4%6% *989637 463*-77-32%-7 DE M%6/E8-2+ 3s Juturos Kerentes de marOetinK vno precisar de uma Fase szlida em princípios de marOetinK e um Fom entendimento do rjpido mundo empresarial em que estarno traFalLando� 3 livro contou com uma revisno aFranKente para captar as mudanpas dinlmicas que ocorrem no marOetinK e no mundo� 3 te\to enJati^a a transmissno de uma e\plicapno clara e concisa dos princípios Fjsicos do marOetinK e do impacto da KloFali^apno� diversidade� qtica e pequenas empresas soFre o marOetinK� destacando o completo desenvolvimento e inteKrapno da ideia de criapno de valor para os clientes como a meta primjria do marOetinK� 4rofissionais de marOetinK Fem�sucedidos criam um valor superior para seus clientes� 4or valor� reJerimo�nos à diJerenpa entre as percepp~es dos clientes quanto aos FeneJícios e os custos das trocas comerciais� 4or valor superior� queremos di^er que os clientes perceFem os FeneJícios em relapno aos custos da compra e uso de um produto ou serviço como maiores do que os oJerecidos pelos concorrentes� Desenvolvemos o que cLamamos de marOetinK voltado para o valor no Capítulo l e inteKramos o tema do valor ao lonKo de todo o livro� Esse tema aNuda os estudantes a compreenderem melLor os princípios de marOetinK e como os elementos do composto de marOetinK sno usados para criar valor superior para os clientes e alcanpar os oFNetivos orKani^acionais� 36+%2->%e«3 D3 0-:63 Com Fase em e\tensas pesquisas de marOetinK e em nosso przprio NulKamento� quatro importantes princípios reKem a orKani^apno do livro� 4rimeiro� em ve^ de um capítulo sz soFre quest~es sociais e qticas� essas inJormap~es estno inteKradas ao lonKo do livro� %ssim� pudemos realpar as quest~es qticas em marOetinK relativas a tzpicos específicos� evitando uma discussno muito Kenqrica soFre elas� *oi Jeita tamFqm porque um capítulo separado soFre qtica leva alKuns alunos a acreditarem que os proFlemas qticos sno e\clusivos do marOetinK em ve^ de ser uma preocupapno para todas as Junp~es numa orKani^apno� 7eKundo� o capítulo soFre implementapno e controle de atividades de marOetinK encontra�se no final do livro para dar aos estudantes uma Fase mais szlida soFre princípios de marOetinK antes de discutir como as estratqKias de marOetinK deveriam ser implementadas e controladas� %lqm disso� a posipno desse capítulo aNuda os estudantes a cLeKar mais depressa aos princípios críticos de marOetinK envolvendo clientes e o composto mercadolzKico� 8erceiro� o capítulo soFre a administrapno de produtos Nj e\istentes vem antes do capítulo soFre novos produtos� EmFora� em certo sentido� possa parecer que as quest~es soFre novos produtos deveriam ser e\aminadas primeiro� os estudantes parecem entender melLor esse material se primeiro tiverem uma Fase soFre quest~es de Kerenciamento de produtos e\istentes� 5uarto� Lj um capítulo sz soFre vareNo� 3 crescente poder de vareNistas nos canais de marOetinK e as mudanpas dinlmicas que vsm ocorrendo na jrea indicaram claramente a necessidade de um capítulo específico para esse importante tzpico� PR EF ÁC IO iniciais h.indd 7 15.07.10 13:48:50 :--- 23:-D%DE 3s proJessores apoiaram em peso a ideia de que a criapno de valor era um tema e\celente para nosso livro� 4orqm� sua opinino era que deveríamos e\plicar e inteKrar muito Fem essa ideia ao te\to� EmFora o retorno dos estudantes tenLa sido muito positivo� eles tamFqm queriam aprender mais soFre a criapno de valor� 9ma meta Jundamental no nosso traFalLo Joi delinear precisamente nosso conceito de valor e inteKrj�lo totalmente ao livro� EsJorpamo�nos muito para Ja^er isso e esperamos que este livro crie um valor superior tanto para os proJessores como para os alunos� 4ED%+3+-% D3 0-:63 ,j uma variedade de elementos pedaKzKicos para aumentar o interesse dos alunos e melLorar a e\perisncia de aprendi^ado: oFNetivos do capítulo; casos de aFertura dos capítulos; quadros intitulados “Agitadores de marketing”, “Você decide” e “Na prática”; fiKuras e taFelas; resumos dos capítulos; termos e conceitos importantes; Klossjrio; quest~es para revisno e discussno; elaForando um proNeto; casos e apsndices� 8odos esses recursos Joram aperJeipoados da maneira a seKuir� Objetivos do capítulo. 3s oFNetivos de aprendi^ado de cada capítulo re¾etem o contedo e atuali^ap~es dos capítulos� Casos de abertura dos capítulos. 8odos os casos de aFertura envolveram uma Krande quantidade de pesquisa� que os tornou Fastante atuais e relevantes� Quadros. % maioria dos quadros inclui o suFtítulo “Explore mais...” para incentivar os alunos a aprender mais soFre o assunto pela -nternet� “Agitadores de marketing” conta a Listzria real de um profissional de marOetinK� coFrindo um Krupo diversificado de pessoas que traFalLam em Krandes ou pequenas orKani^ap~es� “Você decide” discute uma questno de marOetinK atual e convida os alunos a e\ercitarem suas LaFilidades de pensamento crítico respondendo perKuntas soFre o assunto� onde muitas delas tsm implicap~es qticas� “Na prática” oJerece aplicap~es para que os alunos e\perimentem os princípios de marOetinK discutidos no capítulo� Figuras e tabelas. 8odas as fiKuras e taFelas Joram revistas� Resumos dos capítulos. 3s resumos de cada capítulo re¾etem o mais importante do contedo dos capítulos� Termos e conceitos importantes eglossário. %s definip~es Joram revistas e atuali^adas de acordo com as mudanpas no contedo dos capítulos� incluindo vjrios termos de desenvolvimento recente� Questões para revisão e discussão. &astante atuais� re¾etem o contedo dos capítulos� Elaborando um projeto. %tividades para o aluno aplicar o que aprendeu� -ncentivam a discussno em classe� Estudo de caso. 8odos os capítulos do livro contam com casos para ilustrar os conceitos aprendidos na prjtica� 7no Fastante atuais e aFranKem empresas de vjrios tamanLos� setores e países� Apêndices. 7no trss apsndices: planos de desenvolvimento de marOetinK� conLecimentos de matemjtica necessjrios em marOetinK e carreiras em marOetinK� 8odos Fastante atuais� 4reJjcio iniciais h.indd 8 15.07.10 13:48:50 -< 6EC96737 7940EME28%6E7 ,j uma sqrie de suplementos disponíveis para aumentar o valor oJerecido pelo uso desta oFra� 8ivemos participapno� como colaForadores e supervisores� na produpno de todo o material suplementar que aKora acompanLa nosso te\to� Cada um dos suplementos Joi proNetado para oJerecer FeneJícios a proJessores de marOetinK e\perientes ou nno� Muito tempo e esJorpo Joram Kastos para asseKurar que o pacote de suplementos Josse da melLor qualidade possível� Manual do Professor. 3 Manual do 4roJessor possiFilita que proJessores novos ministrem o curso com seKuranpa e que os instrutores mais e\perientes tenLam acesso a uma variedade de novos recursos para complementar as aulas� Ele inclui anotap~es de aula padrno e suplementares� e\ercícios e\perimentais� perKuntas�respostas para discussno� implicap~es do proNeto do capítulo e suKest~es para proNetos adicionais� resumos dos quadros �“No prática”, “Você decide”, “Agitadores de marketing” e� em cada capítulo� um caso e mais um minicaso adicional� 8amFqm Lj uma sepno recomendando recursos e\ternos apropriados ° tudo vinculado de Jorma a proporcionar a seus alunos um entendimento mais claro soFre marOetinK� Sistema de Testes. 2osso Fanco de testes visa proporcionar uma Jonte de testes precisa e e\austiva para uma ampla variedade de estilos de e\ames� Contqm milLares de quest~es �cerca de ����� � cateKori^adas por tzpico e nível de aprendi^ado �definipno� conceito ou aplicapno � e muitas das respostas tamFqm incluem e\plicap~es� 2ossa meta q Karantir que seus alunos compreendam a aplicapno de conceitos de marOetinK� Em cada capítulo Lj quase ��� quest~es de verdadeiro�Jalso� mltipla escolLa� respostas curtas�preencLa as lacunas e dissertativas. Slides eletrônicos. %companLam esta edipno ��� slides� com fiKuras e taFelas e mais itens adicionais de dentro e Jora do te\to� 3s proJessores que tiverem o 4o[er4oint podem personali^ar esta valiosa Jerramenta de apresentapno e Ja^er acrqscimos a ela� Homepage. % homepage visa a acrescentar valor continuamente à sua aula a cada semestre com as inJormap~es mais atuais disponíveis�8odos os recursos descritos anteriormente estarno na homepage da jrea universitjria da 7araiva (http://www.saraivauni.com.br)� Como ela q Jrequentemente atuali^ada� vocs estj convidado a visitar sempre nossa homepage em Fusca de novidades� %+6%DEC-ME2837 Muitas pessoas contriFuíram para este livro� Certamente� os muitos estudiosos que desenvolveram o campo acadsmico do marOetinK merecem reconLecimento por seus esJorpos� contriFuip~es� conceitos e pesquisas� %lqm disso� os muitos profissionais que aplicaram os princípios de marOetinK para criar valor superior para os clientes e e\emplos de prjticas de marOetinK szlidas para este livro merecem nosso aKradecimento� 5uanto a isso� um aKradecimento especial vai para &oF Drane da 3scar Ma]er *oods Corporation por suas ideias soFre valor para o cliente� 2ossa equipe de desenvolvimento de produto� particularmente 6oF >[ettler� 4atrice 7cLmitt e Coleen 7ulNic� colaForou com e\celentes pesquisas de marOetinK� assistsncia no desenvolvimento de produtos e inJormap~es soFre marOetinK� 8amFqm aKradecemos o Fom traFalLo de /aren 7cLenOenJelder e 0inda &ucLanan� que aNudaram o livro a tomar Jorma com e\emplos criativos e uma pedaKoKia 4reJjcio iniciais h.indd 9 15.07.10 13:48:51 < aproJundada� /aren e 0inda deram uma aNuda inestimjvel� /aren ,ill� do Krupo Elm 7treet 4uFlisLinK� Je^ um e\celente traFalLo de coordenapno dos esJorpos da equipe e controle da situapno� % preparapno eficiente e oportuna dos oriKinais Jeita por .anet CLristopLer tamFqm merece ser aqui reconLecida� Estendemos nossa Kratidno à equipe de autores do material suplementar e au\iliar� comepando com 7� .� +arner� Eastern /entucO] 9niversit]� que cLefiou a equipe do 7istema de 8estes� que incluiu /im DonaLue� -ndiana 9niversit] ° -ndianjpolis� e 6osemar] 6amse]� Eastern /entucO] 9niversit]; .oLn 6oncLetto� 9niversit] oJ 7an DieKo� que compilou o e\tenso Manual do 4roJessor; 8om %inscouKL� 9niversit] oJ MassacLusetts� DartmoutL� por desenvolver o +uia de 6ecursos de Mídia e coordenar o desenvolvimento do 4o[er4oint e das transparsncias; David &loomFerK e Mandep 7inKL� da ;estern --linois 9niversit]� por criarem o +uia de Estudo Eletr|nico e proNetarem a homepage. :jrios acadsmicos de marOetinK desempenLaram papqis importantes no desenvolvimento do livro e estamos Kratos por sua contriFuipno� DeseNamos aKradecer às seKuintes pessoas que participaram das sess~es de Krupo de Joco destinadas a determinar� primeiro� o nível de satisJapno com os livros atualmente presentes no mercado e� seKundo� como melLorar este livro e seu pacote de suplementos para proporcionarem o maior valor possível para aqueles que os adotarem. ,uKL DauFeOd Purdue University, Calumet /im DonaLue Indiana University, Indianápolis MiOe DraJOe College of DuPage .ill /inK South Suburbon College 0ee Meado[ Northern Illinois University &oF 3´/eeJe DePaul University 6odKer 7inKle] Illinois State University &ill &ecOer Oregon State University /err] Curtis Golden Gate University Tom DeCarlo Iowa State University &arnett +reenFerK Florida International University 6ussell 0ac^niaO Iowa State University 6a] 6od] Loyola Marymount University .oLn 6oncLetto University of San Diego &rian van der ;estLui^en California State University, Nothridge David ;Leeler Suffolk University Em seKuida� Kostaríamos de aKradecer ao Krupo de proJessores que se dispuseram a dedicar parte de seu tempo na discussno das muitas quest~es específicas da revisno durante entrevistas por teleJone e reuni~es� .oLn &arnes University of Texas, El Paso 7cott +reene California State University, Fullerton 0aurence .acoFs University of Hawaii &ill &ro[ne Oregon State University &rian van der ;estLui^en California State University, Northridge Robert Roe University of Wyoming 7andra +oodinK Loyola College %lqm disso� queremos aKradecer aos revisores que Joram Jundamentais para as mudanpas reali^adas nesta seKunda edipno� :ocs verj muitas de suas suKest~es aplicadas ao lonKo desta revisno e este livro certamente q melLor por causa deles� 4reJjcio iniciais h.indd 10 15.07.10 13:48:51 <- 7amm] %min Frostburg State University 4Lil &erKer Weber State University ;illiam +� &ro[ne Oregon State University Paul Chao University of Northern Iowa CatLerine Cole University of Iowa 7uresL DivaOar State University of NewYork em Buffalo /� ,� 4admanaFLan The University of Michigan — Dearborn 6icLard E� 4esta Frostburg State University %llen 7cLaeJer Southwest Missouri State University MurpL] %� 7e[all University of Connecticut .ames :� 7piers Arizona State University MicLael DraJOe College of DuPage %� .� +arner Eastern Kentucky University 0ola 0acOe] Hawaii Pacific University 7tepLen 0eMa] Mississippi State University 6oFert D� 3´/eeJe DePaul University 4eKK] 3sFourne Morehead State University MarO 7priKKs University of Oregon 8imotL] ;� 7[eene]Bucknell University David ;Leeler Suffolk University .err] ;� ;ilson Georgia Southern University E àqueles que dedicaram seu tempo para revisar especificamente os suplementos: /aren &o[man� Morgan State University +ar] MelFerK� University of Illinois em Chicago .osepL Mc%loon� Fitchburg State University ;illiam 7ann[ald� San Diego State University 7andra +oodinK� Loyola College de Maryland .ames 7piers� Arizona State University 8Lomas E� DeCarlo� -o[a 7tate 9niversit] DeForaL 0averie� Texas Tech University &rian van der ;estLui^en� California State University — Northridge 4or fim� queremos estender uma ve^ mais nossos aKradecimentos às seKuintes pessoas que participaram do desenvolvimento da primeira edipno deste livro� 7ua contriFuipno continua a FrilLar nesta edipno revista� 6oKer %FsLire� Sam Houston State University *ranO %cito� Indiana University 8om %inscouKL� University of Massachusetts, Dartmouth 4amela %lrecO� Salisbury State College 6icO %mFrose� College of San Mateo 7amm] %min� Frostburg State ,erFert %mster� Elizabeth Seton School — Iona College *red %nderson� Indiana University of Pennsylvania 0arr] %nderson� Long Island University 0inda %nKlin� Mankato State University 7Lelda %ultman� Caldwell Community College 4Lillip &alsmeier� Nicholls State University +ilFert &arcus� North Brunswick, New Jersey .oLn &arnes� The University of Texas em El Paso 0]sFetL &arnett� Ashland Community College .oLn &ass� Commonwealth College /aren &o[man� Morgan State University Duane &ricOner� South Mountain Community College &urton &rodo� Wharton School /ent &rooOs� Wayland Baptist University &arFara &ro[n� San Jose State University ;illiam &ro[ne� Oregon State University 6oFert &ucOle]� North Adams State College 8om &urns� Long Lake, Minnesota .im &utts� American University CLarles Caravello� Tidewater Community College &ill Carens� Geneseo, Nova Iorque 4aul CLao� University of Northern Iowa +erri CLaplin� Joliet Junior College Don CLatman� University of Wisconsin — Stout 6eid CLristopLerson� Saint Ambrose University Maurice Cla]FauKL� University of Montevallo CatLerine Cole� University of Iowa 4reJjcio iniciais h.indd 11 15.07.10 13:48:52 <-- /evin Coulson� University of Nebraska 6oFert Co\� Salt Lake City Community College 6icLard &ecLerer� Wayne State University &ill &ecOer� Oregon State University /aren &erKer� Pace University 4Lil &erKer� Weber State University .enniJer &err]� Parks Junior College 6oKer &lacO[ell� Ohio State University %nKela &loomfield� Montgomery, Alabama .oe &oelter� BASF Corporation 6oFert &oe[adt� Georgia College em Milledgeville .oLn &oos� Ohio Wesleyan University +eorKe &oul[are� David Lipscomb College 8om DeCarlo� Iowa State University 8� DiecO� Thomas Nelson Community College 7uresL DivaOar� SUNY — Buffalo /im DonaLue� Indiana University — Indianapolis MicLael DraJOe� College of DuPage 6onald Dro^denOo� West Connecticut State University 6onald Dro^denOo� West Connecticut State University +ar] Ernst� Naperville, Illinois ;illiam E[ald� Concordia University 6oland E]ears� Central Ohio Technical College &arr] *arFer� University of Maine — Augusta .oLn *elt� Northern Virginia Community College Ed[ard *elton� Samford University .err] *ield� Northeastern Illinois University CLarles *ord� Arkansas State University %nn *o\� Erie Community College /aren *rit^� Pellissippi State Technical College 7� .� +arner� Eastern Kentucky University ,erFert +edicOs� Liberty University Mar] +erlo[� Ohio State University .oLn +euFtner� Tacoma Community College MicLael +eurts� Brigham Young University ;illiam +ittler� Fort Washington, Pensilvânia .oLn +odJre]� 7pringfield Technical Community College 0arr] +oldstein� Iona College David +ood� Central Missouri State University 7andra +oodinK� Loyola College .oLn +rant� Southern Illinois University /ent +ran^in� University of Utah &arnett +reenFerK� Florida International University 7cott +reene� California State University, Fullerton &arFara +ulle]� Royal Oak, Michigan &� ,amm� Oklahoma City University 6oKer Cro[e� Pellissippi State Technical College .ames Cro[ell� University of Colorado — Denver 6icLard CumminKs� College of Lake County /err] Curtis� Golden Gate University 2anc] D´%lFerKana� University of Northern Colorado ,uKL DauFeO� Purdue University, Calumet 4ierre David� Baldwin Wallace College &rian Davis� Weber State University 6oFert -ronside� North Lake College -rvinK .acoFs� SUNY — Fredonia 0aurence .acoFs� University of Hawaii DeF .ansO]� Milwaukee Area Technical College +reKor] .oLnson� City University .ames .oLnson� Saint Cloud State University %nn .ones� Lamar University %nnamma .o]� Concordia University .acOie /acen� University of Illinois -ra /alF� University of Southern California 7ue /eavene]� University of Colorado — Denver +eorKe /elle]� Erie Community College .� 7teven /ell]� DePaul University 4Lilip /elman� Fashion Institute of Technology %� &� /inK� Towson State University .ill /inK� South Suburban College CLarles /inK� University of Illinois, Chicago ;a]ne /irOlin� Heidelberg College 4at /isLel� Cypress College +reK /it^miller� Indiana University %rno /leimenLaKen� University of Wisconsin — Whitewater %rtLur /naus� Hartwick College 5uentin /orte� Our Lady of the Lake University .ulie /otLapa� Kennesaw, Geórgia /ar- /otteman� University of Missouri — St. Louis 4eter /raus� Clark College 0ola 0acOe]� Hawaii Pacific University 6ussell 0ac^niaO� Iowa State University 6osemar] 0aKace� University of South Florida *red 0anKreLr� Valparaiso University +eoJJre] 0antos� Stonehill College Candace 0arson� Rolfe, Iowa .oLn 0avin� Waukesha County Technical College ;illiam 0eaL]� St. Joseph’s University 7tepLen 0eMa]� Mississippi State University 4reJjcio iniciais h.indd 12 15.07.10 13:48:53 <--- Dean 0e[is� Sam Houston State University +� 0incoln� Westchester Community College Donald 0indKren� San Diego State University Ed ,and� Lamar University .ud] ,anson� Las Positas College Mar] ,arms� Iowa State University .oLn ,aveneO� JJH International DouKlas ,a[es� University of Wyoming 7usan ,ecOler� University of Arizona /ennetL ,eiscLmidt� Southeast Missouri State University 0e[is ,ersLe]� Northeast Missouri State University 6oFert ,ilton� University of the Ozarks %lJred ,olden� Fordham University 7andra ,ortman� Columbus College 6onald ,overstad� University of the Pacific .ane ,udson� Muscatine Community College .oane McManam]� Middlesex Community College Ed Mc5uarrie� Santa Clara University ,� 0ee Meado[� Eastern Illinois University +ar] MelFerK� University of Illinois, Chicago MicLael Met^Ker� Tiffin University ;illiam Me]er� Trinity College 6eFecca MiLelcic� Howard Community College Ed[ard Miller� EnKlisLto[n� New Jersey .ames Miller� Lynn University 0ee Miller� Indiana Business College DeForaL MitcLell� Temple University -ris MoLr�.acOson� Saint John’s University 6oFert Moore� University of Colorado — Denver ;a]ne MooreLead� Brown Mackie College 6oFert MorKan� Southeast Community College 8om Morit^� Hardin Simmons University &ill Moser� Ball State University 6e^a Motameni� California State University — Fresno .oLn Mo[� Bethel College +urramOonda 2aidu� University of Wisconsin — Whitewater 7etLuramon 2ara]andas� Purdue University Don 2orman� Pleasanton, California &rad 3´,ara� Southeast Louisiana State University Eva 3´/eeJe� Massachusetts College of Pharmacy and Allied Health Sciences 6oFert 3´/eeJe� DePaul University 0a[rence 3´2eal� Stephen F. Austin State University 4eKK] 3sFourne� Morehead State University /� ,� 4admanFLan� University of Michigan, Dearborn MicLael 0ittman� College of Buffalo %nnie0iu� Transylvania University DouK 0ivermore� Morningside College %licia 0upinacci� Arlington, Texas 6icLard 0ut^� University of Florida 6icO 0]tle� Abilene Christian University 6icLard MarsL� Greenville Technical College 4at Mar^oJOa� Loras College .oLn McDo[ell� Davenport College C� McElro]� Bucks County Community College 0]dia Mc/inle]�*lo]d� Clark Atlanta University .oLn 6oncLetto� University of San Diego 0eon 6osenJeld� Little Silver, New Jersey Daniel 6ountree� Midwestern State University Carol 6o[e]� Community College of Rhode Island .uanita 6o\as� California State Polytechnic University &en 6udolJ� Grand Valley State University ;illiam 7ann[ald� San Diego State University %llen 7cLaeJer� SW Missouri State University 6eKina 7cLlee� 7eattle Pacific University Darrell 7cott� Idaho State University .ames 7ears� Rutgers University — Newark Campus ,arold 7eOiKucLi� University of Nevada MurpL] 7e[all� University of Connecticut ,enr] 7La[� Saint Thomas Aquinas College 0eonard 7LeJfield� Tri-State University 7ara 7Lr]ocO� Biola University 6odKer 7inKle]� Illinois State University 0eo 7loan� Daniel Webster College Madeline 7lutsO]� Ray College of Design 6oFFie Mullins� Oklahoma Baptist University 0ois 7mitL� University of Wisconsin — Whitewater .ames 7piers� Arizona State University 6icLard 7piller� California State University — Long Beach MarO 7priKKs� University of Oregon David 7tarr� Shoreline Community College 7Lerri 7tevens� University of Utah .eJJre] 7toltman� Wayne State University CLarles 7tranK� Western New Mexico University ,arr] 7tricOland� La Roche College +ail 7tricOler� Michigan Christian College 0]nn 7uOsdorJ� Salt Lake City Community College 6� 7uOumar� University of Houston %l 4aKe� University of IIlinois — Chicago Richard Pesta� Frostburg State 4reJjcio iniciais h.indd 13 15.07.10 13:48:53 <-: 4Lillip 4eters� Keene State College DouK 4eterson� Southeast Community College — Lincoln 8im 4Lillips� College em Cortland CLarles 4in^on� University of Kansas Eric 4ratt� New Mexico State University 7Lane 4remeau\� McNeese State University ,anO 4rudent� Golden Gate University 6osemar] 6amse]� Eastern Kentucky University %llan 6edd]� Valdosta State College Delores 6eLa� Fullerton College 0]nne 6icLardson� University of Alabama 6a] 6od]� Loyola Marymount University 6oFert 6oe� University of Wyoming Donald 6oKers� Rollins College Maril]n 6omine� Northeast Missouri State University 6andall :oorn� Trinity Christian College +ar];alO� Lima Technical College /ell];ason� Texas Tech University 4aul ;ellen� Roosevelt University .err] ;Leat� Indiana University Southeast David ;Leeler� Suffolk University CLarles ;Lite� Edison Community College 6oland ;LiteLall� Volunteer State Community College 4atti ;ilFur� Northwestern Oklahoma State University EstLer ;illiams� Western IowaTech Community College 8errence ;illiamson� University of South Dakota 8im ;ilson� Clarion State College 6a[lie 7ullivan� University of Saint Thomas 8im 7[eene]� Bucknell University %lFert 8a]lor� Austin Peay State University .anice 8a]lor� Miami University -ra8eicL� Yeshiva University 4aul 8ListletL[aite� Western Illinois University &� 8Lornton� Darton College %ntLon] 8iFerini� Delaware Tech & Community College *ranO 8itlo[� Saint Petersburg Junior College 2anc] 8orrence� Liberty University Donna 8read[ell� Johnson County Community College &rian van der ;estLui^en� California State — Northridge .oLn :ann� Ball State University 7cott :itell� University of Mississippi 6onald :olpe� Capital University .err] ;ilson, Georgia State University 0eon ;iner� Pace University 7tepLen ;inter� Orange County Community College 0inda ;itLro[� Saint Ambrose University +ene ;under� Columbus College Cl]de ;]nn� Bellevue College 0aurie =ale� Fort Lewis College Donna =ance]� University of Northern Alabama .ere =ates� Pepperdine University +� &ernard =evin� Lindenwood College MarO =ounK� Winona State University Murra] =ounK� University of Denver 7Leril]n >eiKler� University of Hawaii — Manoa 4or fim� Kostaríamos de aKradecer a nossos proJessores� alunos e coleKas por sua contriFuipno para o nosso entendimento de marOetinK� EmFora todas essas pessoas merepam crqdito pelos pontos Jortes do livro� permanecemos com a total responsaFilidade por qualquer erro ou omissno� Comentjrios ou críticas soFre o te\to serno Fem�vindos� para que possamos melLorar seu valor no Juturo� Gilbert A. Churchill, Jr. J. Paul Peter 4reJjcio iniciais h.indd 14 15.07.10 13:48:54 +-0&E68 %� C,96C,-00� .6� Doutor em administrapno pela 9niversidade de -ndiana em ����� entrou para o corpo docente da 9niversidade de ;isconsin em ����� 6eceFeu o título de Eminente Educador em MarOetinK da %merican MarOetinK %ssociation �%M% em ���� ° a seKunda pessoa a receFer tal Lonraria� 3 prsmio reconLece e LomenaKeia um proJessor de marOetinK por servipos e contriFuip~es destacadas no campo da educapno em marOetinK� +anLou um prsmio semelLante da %cademia de MarOetinK em ���� por suas siKnificativas contriFuip~es acadsmicas� 6eceFeu tamFqm o 4rsmio 4aul D� Converse� que q concedido aos mais in¾uentes acadsmicos na jrea de marOetinK� conJorme avaliapno de um Nri composto por memFros de universidades� empresas e Koverno e o 4rsmio 0a[rence .� 0arson de E\celsncia em Ensino� Em ����� o +rupo de 4esquisa de MarOetinK da %M% criou o 4rsmio +ilFert %� CLurcLill .r�� que q dado anualmente a uma pessoa que tenLa Jeito contriFuip~es siKnificativas para a pesquisa de marOetinK� 4or um artiKo de Krande destaque puFlicado no Journal of Marketing Research� Joi aKraciado com o 4rsmio ;illiam 3´Dell ° mas Nj tinLa sido finalista para esse prsmio outras cinco ve^es� Em ����� receFeu o título de 4rofissional de MarOetinK do %no da %M%� .j Joi vice�presidente de puFlicap~es� diretor e memFro do Comits Consultivo do Departamento de Estatísticas da %M%� %lqm disso� prestou servipos de consultoria para inmeras empresas� entre elas a 3scar Ma]er� ;estern 4uFlisLinK Compan] e 4arOer 4en� %rtiKos do 4roJessor CLurcLill apareceram em puFlicap~es como Journal of Marketing Research� Journal of Marketing� Journal of Consumer Research� Journal of Retailing� Journal of Business Research� Decision Sciences� Technometrics e Organizational Behavior and Human Performance� entre outros� f autor de vjrios livros na jrea de pesquisa de marOetinK� administrapno de vendas e marOetinK Fjsico� f e\� �editor do Journal of Marketing Research e Je^ parte da equipe editorial do Journal of Marketing Research� Journal of Marketing� Journal of Business Research� Journal of Health Care Marketing e Asian Journal of Marketing. .� 4%90 4E8E6 4roJessor de MarOetinK na 9niversidade de ;isconsin� Madison� Nj lecionou uma sqrie de cursos e KanLou vjrios prsmios como o de 4roJessor Eminente de MarOetinK e o 4rsmio .oLn 6� 0arson� 6eceFeu o prestiKioso 4rsmio ;illiam 3´Dell do Journal of Marketing Research e Joi finalista em duas outras ocasi~es� %s pesquisas do 4roJessor 4eter apareceram em puFlicap~es como Journal of Marketing� Journal of Marketing Research� Journal of Consumer Research� Journal of Retailing e Academy of Management Journal� entre outros� *oi autor ou coautor de uma sqrie de livros� principalmente na jrea de comportamento do consumidor� estratqKia� administrapno de marOetinK� *oi editor das puFlicap~es voltadas para profissionais da %M% e da 7epno de Mensurapno do JMR� *e^ parte da equipe editorial do Journal of Marketing� Journal of Marketing Research� Journal of Consumer Research e Journal of Business Research. *oi consultor de vjrias empresas e da Comissno 2acional de Comqrcio dos Estados 9nidos� AU TO RE S iniciais h.indd 15 15.07.10 13:48:55 SU M ÁR IO 1 DESENVOLVENDOESTRATÉGIAS E PLANOS DE MARKETING CAPÍTULO 1 • MARKETING: CRIANDO VALOR PARA OS CLIENTES 2 O que é marketing? 4 Tipos de marketing 5 Níveis de análise de marketing 6 Quais são as orientações tradicionais de marketing? 6 Orientação para a produção 6 Orientação para vendas 7 Agitadores de marketing: Cesta de três � Na prática: Como organizações sem fins lucrativos tentam criar valor � Orientação para marketing � O que é marketing voltado para valor? �� 4rincípios do marOetinK voltado para o valor �� :isno dos clientes no marOetinK voltado para o valor �� Você decide: Conflitos de marketing da China 15 O que é administração de marketing? �� Desenvolvendo planos e estratégias de marketing �� Compreendendo clientes e mercados �� Desenvolvendo compostos de marketing �� Implementando e controlando as atividades de marketing 21 Resumo 21 CAPÍTULO 2 • ANÁLISE AMBIENTAL 24 Analisando o ambiente 26 Conteúdo da análise ambiental 27 Âmbito da análise ambiental 27 O ambiente econômico �� Ciclos de negócios e padrões de gastos �� Renda do consumidor �� O ambiente político e legal �� Leis que afetam o marketing �� Regulamentação do marketing �� In¾uências sobre leis e regulamentaç~es �� Na prática: Use seus direitos de consumidor �� Ações judiciais �� Fatores políticos e legais no ambiente global �� Você decide: Falsificação de produtos �� O ambiente social �� Tendências demográficas �� Agitadores de marketing: BET, a TV negra �� Responsabilidade social e ética �� O ambiente natural �� Disponibilidade de recursos 44 Responsabilidade com o ambiente natural 44 O ambiente tecnológico 45 Tecnologia de informações 46 Fatores tecnológicos no ambiente global 47 Tecnologia e valor �� O ambiente competitivo �� Tipos de concorrência �� Forças competitivas �� Concorrência no ambiente global 51 Resumo 51 iniciais h.indd 16 15.07.10 13:48:57 <:--7umjrio CAPÍTULO 3 • OS DESAFIOS DO MARKETING GLOBAL 54 O ambiente global em mutação 56 América do Norte 57 União Europeia �� Japão �� América Latina �� Outras nações 61 Análise ambiental em mercados globais 64 Ambiente econômico 64 Ambiente político e legal 66 Ambiente social 69 Você decide: De quem é a melhor galinha? 74 Ambiente natural 75 Ambiente tecnológico 75 Na prática: Quantos produtos globais você possui ou usa? 75 Agitadores de marketing: Fervendo o mercado de chá 76 Ambiente competitivo 77 Modos de entrada em mercados globais 77 Exportação 77 Licenciamento �� Joint ventures �� Propriedade direta �� Resumo �� CAPÍTULO 4 • PLANEJAMENTO DE MARKETING E ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL �� Planejando a estratégia organizacional �� Missão �� Agitadores de marketing: Mordendo a maçã �� Objetivos �� Estratégias �� Portfólio �� Analisando o portfólio organizacional �� Matriz de crescimento/participação do Boston Consulting Group �� Matriz de atratividade do setor/força comercial da General Electric �� Marketing e outras áreas funcionais no processo de planejamento estratégico �� Papel tradicional do marketing no processo de planejamento �� Equipes interfuncionais �� Administração da atividade de marketing ��� Desenvolvendo um plano de marketing ��� Na prática: Crie seu próprio plano de marketing ��� Estimando a demanda ��� Você decide: Prever e satisfazer a demanda é o melhor valor para os clientes? ��� Estimando a demanda atual ��� Prevendo as vendas ��� Avaliando a previsão ��� Resumo ��� 2 COMPREENDENDO CLIENTES E MERCADOS CAPÍTULO 5 • PESQUISA DE MARKETING: INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA 114 Informação para um marketing eficiente 116 iniciais h.indd 17 15.07.10 13:48:58 <:--- 7umjrio Informações versus dados 117 Sistemas de informação de marketing ��� Fontes de informação ��� Dados primários e secundários 122 O processo de pesquisa de marketing 125 Formulando o problema 125 Planejando um projeto de pesquisa 126 Coletando dados ��� Agitadores de marketing: Mercados, mercados, mercados… Pesquisa, pesquisa, pesquisa ��� Analisando e interpretando os dados ��� Preparando o relatório de pesquisa ��� Aplicando as novas tecnologias ��� 7istemas de informaç~es geográficas ��� Realidade virtual ��� A Internet ��� Considerações éticas ��� Na prática: Surfando pela Internet ��� Trapaça e fraude em pesquisas de marketing ��� Você decide: Quanta informação os profissionais de marketing deveriam ter sobre os consumidores? ��� Invasão de privacidade ��� Pesquisa de marketing global 141 Resumo 141 CAPÍTULO 6 • COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 144 O processo de compra do consumidor 146 Reconhecendo necessidades 146 Buscando informações ��� Avaliando alternativas ��� Decidindo a compra ��� Avaliando a compra 151 Tipos de tomadas de decisão dos consumidores 152 Tomada de decisões rotineira 152 Tomada de decisões limitada ��� Tomada de decisões extensiva ��� Influências sociais 154 Cultura 154 Subculturas 156 Classe social ��� Grupos de referência ��� Família 161 Na prática: Quem toma as decisões de compra em sua família? 162 Influências de marketing 164 Produto 164 Preço 164 Você decide: Computadores deveriam ser mais baratos? 165 Praça (canais de distribuição) 165 Promoção (comunicação de marketing) 166 Influências situacionais 166 Ambiente físico 167 Ambiente social 167 Agitadores de marketing: Um café bom pra cachorro! ��� Tempo ��� Tarefa ��� Condições momentâneas ��� Resumo ��� iniciais h.indd 18 15.07.10 13:48:58 <-<7umjrio CAPÍTULO 7 • COMPORTAMENTO DO COMPRADOR ORGANIZACIONAL 172 Mercados organizacionais 174 Características de mercados organizacionais 174 Categorias de compradores organizacionais 175 Classificando as empresas ��� Comércio internacional ��� Principais forças em mercados organizacionais ��� Demanda ��� Concorrência ��� Agitadores de marketing: Negócios via rede ��� Tecnologia ��� Você decide: A Rússia poderia tornar-se a nova capital mundial da informática? ��� O processo de compra organizacional ��� Tipos de compras ��� Critérios de compras ��� Características das compras organizacionais ��� A natureza das trocas organizacionais ��� Interações com compradores organizacionais ��� Interações comprador-vendedor ��� O centro de compra ��� Na prática: Quem participa do centro de compra em sua organização? ��� Resumo ��� CAPÍTULO 8 • SEGMENTANDO O MERCADO ��� A necessidade de segmentação de mercado ��� O que é segmentação de mercado? ��� Abordagens gerais para os mercados servidos ��� Na prática: Encontre seu próprio nicho ��� Agitadores de marketing: A família Beretta ��� Segmentando mercados de consumo ��� 7egmentação demográfica ��� Você decide: O que é o mercado de usados? 211 Segmentação geográfica ��� 7egmentação psicográfica 214 Segmentação baseada em pensamentos e sentimentos 215 Segmentação baseada em comportamento de compra 216 Bases múltiplas para segmentação 217 Segmentando mercados organizacionais ��� Segmentação geográfica ��� Segmentação por tipo de cliente ��� Segmentação baseada no comportamento do comprador organizacional ��� O processo de segmentação de mercado 221 Analisando as relações cliente-produto 221 Investigando as bases de segmentação 221 Desenvolvendo o posicionamento do produto 222 Selecionando a estratégia de segmentação 224 Implicações globais 226 Resumo 227 3 ADMINISTRANDO E DESENVOLVENDO PRODUTOS E SERVIÇOS CAPÍTULO 9 • ADMINISTRANDO PRODUTOS EXISTENTES ��� Classificando os produtos ��� Produtos de consumo e industriais ��� Duráveis e não-duráveis ��� iniciais h.indd 19 15.07.10 13:48:59 << 7umjrio O ciclo de vida do produto ��� Introdução ��� Crescimento ��� Maturidade ��� Declínio ��� Avaliação do ciclo de vida do produto ��� Difusão e adoção de produtos 242 Estabelecendo marcas e valor da marca ��� Na prática:Que tipo de compradores você conhece? ��� Você decide: Sub-Zero cria valor superior? 245 Benefícios de marcas 245 Tipos de marcas 245 Seleção de uma marca ��� Proteção de marcas registradas ��� Desenvolvendo e administrando o valor da marca ��� Compostos de produtos e linhas de produtos 251 Administrando compostos e linhas de produtos ��� Agitadores de marketing: Um brinquedo bom “pra diabo” 254 Resumo 256 CAPÍTULO 10 • DESENVOLVENDO NOVOS PRODUTOS ��� Tipos de novos produtos 262 O processo de desenvolvimento de novos produtos ��� Gerando ideias 264 Na prática: Gere suas próprias ideias para um novo produto 266 Avaliando e selecionando ideias 267 Analisando as ideias comercialmente ��� Desenvolvendo o produto ��� Testando o produto ��� Comercializando o produto 271 Selecionando as características dos novos produtos 272 Nível de qualidade 272 Características do produto ��� Design do produto 274 Segurança do produto 274 Embalagem e rótulo de novos produtos 275 Embalagem 275 Rótulo 277 Implicações globais ��� Reduzindo os fracassos dos novos produtos ��� Você decide: Os rótulos ecológicos realmente criam valor para os consumidores? ��� Por que novos produtos fracassam? ��� Organizando-se para o sucesso ��� Agitadores de marketing: Bill Gates ��� Encurtando o tempo de desenvolvimento ��� Resumo ��� CAPÍTULO 11 • MARKETING DE SERVIÇOS ��� A economia de serviços ��� Razões para o crescimento ��� A natureza do marketing de serviços ��� Caracterizando os serviços ��� Você decide: Serviços de alta velocidade ��� Classificando os serviços ��� O ambiente de marketing para serviços ��� O composto de marketing para serviços ��� Desenvolvendo serviços ��� iniciais h.indd 20 15.07.10 13:49:00 <<-7umjrio Na prática: Avaliando as alternativas para um serviço ��� Precificando os serviços ��� Distribuindo serviços ��� Promovendo serviços ��� Marketing de serviços não-comerciais ��� Organizaç~es sem fins lucrativos ��� Agitadores de marketing: Boas notícias ��� Agências governamentais ��� Grupos políticos ��� Resumo ��� 4 PRINCÍPIOS E ESTRATÉGIAS DE PREÇOS CAPÍTULO 12 • FUNDAMENTOS DA FORMAÇÃO DE PREÇOS ��� Conceitos econômicos por trás da formação de preços ��� Curvas de demanda ��� Na prática: Considerando os fatores psicológicos dos preços sob a ótica do consumidor ��� Análise marginal ��� Tipos de abordagens ��� Preços baseados no custo ��� Preços baseados na concorrência ��� Preços baseados no valor para o cliente ��� Agitadores de marketing: Os novos fabricantes de bicicletas ��� Questões legais e éticas ��� Regulamentações governamentais de preços ��� Você decide: As mulheres estão sendo exploradas? ��� Ética da formação de preços ��� Resumo ��� CAPÍTULO 13 • PRECIFICANDO PRODUTOS E SERVIÇOS ��� Objetivos dos preços ��� Segmentação e posicionamento ��� Vendas e lucros ��� Competitividade ��� Sobrevivência ��� Você decide: A estratégia de preços de uma empresa de crédito ao consumidor de baixa renda é socialmente responsável? ��� Responsabilidade social ��� Estratégias de precificação ��� O processo de precificação ��� Precificando novos produtos ��� Precificando produtos existentes ��� Precificando linhas de produtos ��� Ajustes de preços ��� Descontos ��� Agitadores de marketing: Centavos que geram milhões ��� Preços psicológicos ��� Na prática: Avalie sua própria resposta a preços psicológicos ��� Preços geográficos ��� Estratégias globais ��� Você decide: Você é a favor ou contra a guerra de preços? ��� Avaliação e controle de preços ��� Respostas da concorrência ��� Respostas dos clientes ��� Controlando o nível de preços ��� Resumo ��� iniciais h.indd 21 15.07.10 13:49:00 <<-- 7umjrio 5 DISTRIBUINDO PRODUTOS E SERVIÇOS CAPÍTULO 14 • ADMINISTRANDO OS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO ��� Introdução ��� Funções da distribuição ��� Intermediários e custos ��� Opções de canais ��� Canais para bens de consumo ��� Na prática: Descubra como os produtos chegam à prateleira da loja ��� Canais para bens organizacionais ��� Canais para serviços ��� Canais de distribuição múltiplos ��� Canais reversos ��� Sistemas verticais de marketing ��� SVM administrados ��� SVM empresariais ��� SVM contratuais ��� Administrando os canais de distribuição ��� Selecionando os canais ��� Agitadores de marketing: Disque-Computador ��� Administrando as relações no canal ��� Você decide: Quando uma mudança nos canais cria conflito ��� Administrando canais globais ��� Regulamentação de canais ��� Questões legais ��� Questões políticas ��� Questões éticas ��� Resumo ��� CAPÍTULO 15 • ATACADO E DISTRIBUIÇÃO FÍSICA ��� O papel do atacado na distribuição ��� Principais tipos de atacadistas ��� Negociantes atacadistas ��� Agentes e corretores ��� Agitadores de marketing: Movida a gás ��� Estratégias de marketing para atacadistas ��� Atraindo produtores ��� Atraindo varejistas ��� Tendências no atacado ��� Distribuição física ��� Na prática: Ajude um atacadista a sobreviver ��� O processo de distribuição física ��� Você decide: Motoristas de caminhão e atacadistas podem estabelecer uma relação melhor? ��� Administrando a distribuição física ��� Tendências na distribuição física ��� Resumo 411 CAPÍTULO 16 • O VAREJO 414 O papel do varejo na distribuição 416 Os principais tipos de varejistas ��� O varejo com loja ��� O varejo sem loja ��� iniciais h.indd 22 15.07.10 13:49:01 <<---7umjrio Decisões de estratégia de marketing para varejistas ��� Decisões de produto 424 Decisões de preço 426 Decisões de distribuição do produto 426 Decisões de promoção ��� Na prática: Até que ponto seu shopping local é conveniente? ��� Imagem e atmosfera da loja ��� Você decide: O Wal-Mart precisa de uma nova cara? ��� Mudanças ambientais no varejo ��� Mudanças nos tipos de varejistas ��� Agitadores de marketing: Vendendo o peixe ��� Mudanças tecnológicas no varejo ��� Globalização do varejo ��� Questões legais e éticas no varejo ��� Resumo ��� 6 PROMOÇÃO: COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING CAPÍTULO 17 • ADMINISTRANDO A COMUNICAÇÃO DE MARKETING 444 Metas da comunicação de marketing 446 Criando consciência 447 Formando imagens positivas 447 Identificando possíveis clientes 447 Na prática: Observe como é criada a imagem de um produto ��� Formando relacionamentos no canal ��� Retendo clientes ��� Compreendendo a comunicação de marketing ��� O processo de comunicação ��� O modelo AIDA ��� Comunicando-se com o público-alvo 451 Elementos do composto de comunicação 452 Propaganda 452 Venda pessoal 452 Agitadores de marketing: O som do sucesso em marketing ��� Promoção de vendas ��� Publicidade 454 Comunicação integrada de marketing 455 Administrando a estratégia de comunicação 456 (efinindo os objetivos da comunicação 456 Escolhendo o composto de comunicação 457 (efinindo o orçamento de comunicação ��� Implementando e controlando a estratégia de comunicação 462 Implicações de uma comunicação de marketing global ��� Questões legais e éticas na comunicação de marketing 464 Você decide: Como você se comunica na nova cultura internauta? 465 Regulamentação da comunicação 465 Comunicação socialmente responsável 466 Resumo 467 CAPÍTULO 18 • PROPAGANDA, PROMOÇÃO DE VENDAS E PUBLICIDADE ��� Propaganda 472 Tipos de propaganda 472 Criando e administrando campanhas de propaganda 474 Agitadores de marketing: Como o primo pobre tornou-se rico 476 Revendo metas e orçamentos de propaganda 477 iniciais h.indd 23 15.07.10 13:49:02 <<-: 7umjrio Criando mensagens ��� Na prática: De quantos slogans você se lembra? ��� Escolhendo mídias ��� Testando anúncios ��� Avaliando a eficácia da propaganda ��� Ajustando a propaganda ��� Questões legais e éticasna propaganda ��� Promoção de vendas ��� Promoções ao consumidor ��� Promoções ao comércio ��� Questões legais e éticas na promoção de vendas ��� Publicidade ��� Tipos de publicidade ��� Administrando a publicidade negativa ��� Questões éticas na publicidade ��� Você decide: O que seria de Yeltsin sem os americanos? ��� Resumo ��� CAPÍTULO 19 • VENDA PESSOAL E ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ��� A natureza da venda pessoal ��� O papel da venda pessoal ��� Atividades dos vendedores ��� O relacionamento de vendas 511 Etapas do processo de vendas 511 Agitadores de marketing: Vendendo para vendedores 512 Prospectando clientes 512 Na prática: Identifique sua própria experiência de venda pessoal ��� Preparando a visita de vendas 514 Abordando clientes potenciais qualificados 514 Apresentações de vendas 514 Controlando as objeções 517 Fechando a venda 517 Formando um relacionamento de longo prazo ��� Administrando as vendas ��� Organizando a força de vendas ��� Recrutando vendedores ��� Treinando e supervisionando vendedores 522 Motivando e remunerando vendedores ��� Avaliando e controlando vendedores 526 Você decide: Qual o melhor método para motivar o pessoal de apoio às vendas? 527 Questões éticas na venda pessoal ��� Manipulação de clientes potenciais ��� Suborno ��� Precisão dos relatórios ��� Resumo ��� 7 AVALIANDO A EFICÁCIA DO MARKETING CAPÍTULO 20 • IMPLEMENTANDO E CONTROLANDO AS ATIVIDADES DE MARKETING ��� Organizando as atividades de marketing ��� O marketing dentro da organização ��� O marketing entre organizações ��� iniciais h.indd 24 15.07.10 13:49:02 <<:7umjrio Implementando planos e estratégias de marketing 541 Preenchendo cargos de marketing 541 Coordenando as atividades de marketing 542 Comunicando ideias e informações 544 Motivando os funcionários 545 Agitadores de marketing: Consultoria de marketing para pequenas empresas 546 Controlando planos e estratégias de marketing 547 O processo de controle 547 Você decide: As empresas podem controlar a direção da tecnologia? ��� Analisando as vendas ��� Analisando a lucratividade 552 Analisando a satisfação do cliente 554 Na prática: Dê seu feedback de cliente 555 A auditoria de marketing 555 Resumo ��� Apêndice A: Criando um plano de marketing 562 Apêndice B: Oportunidades de carreira em marketing 572 Apêndice C: Finanças aplicadas ao marketing ��� Glossário ��� Notas ��� Índice onomástico ��� Índice de assuntos 621 Índice de propagandas 627 iniciais h.indd 25 15.07.10 13:49:03 Desenvolvendo estratégias e planos de marketing iniciais h.indd 26 15.07.10 13:49:03 1 Estou neste ramo há 33 anos e parece que, a cada década, somos lembrados do que constitui de fato este negócio: proporcionar um valor melhor para os consumidores. John Pepper, ex-presidente da Procter & Gamble CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental CAPÍTULO 3 3s Desafios do MarOetinK +loFal CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional EXPLORE MAIS http://www.editorasaraiva.com.br/uni capitulo1e.indd 1 21.06.10 16:16:41 Marketing: Criando Valor para os Clientes ESQUEMA DO CAPÍTULO O que é marketing? Tipos de marketing Níveis de análise de marketing Quais são as orientações tradicionais de marketing? Orientação para a produção Orientação para vendas Orientação para marketing O que é marketing voltado para o valor? Princípios do marketing voltado para o valor Visão dos clientes no marketing voltado para o valor O que é administração de marketing? Desenvolvendo planos e estratégias de marketing Compreendendo clientes e mercados Desenvolvendo compostos de marketing Implementando e controlando as atividades de marketing Resumo OBJETIVOS DO CAPÍTULO Depois de concluir este capítulo, você deve ser capaz de: �� Defi nir marOetinK e conLecer seus principais tipos� 2. Distinguir os níveis de análise de marketing. �� -dentifi car as orientap~es tradicionais de marOetinK� 4. Discutir o marketing voltado para o valor e seus princípios. 5. Explicar os tipos de benefícios e custos para o cliente. 6. Descrever o processo de administração de marketing. 7. Listar os elementos de um composto de marketing. r os elementos de um composto de ma • CA PÍ TU LO 1 capitulo1e.indd 2 21.06.10 16:16:44 Pendurado numa corda no Monte Hunter em pleno Alasca, Pete Metcalf aprendeu alKumas lip~es� ±%tq LoNe eu acredito que os alpinistas, como os empreendedores, não são pessoas que assumem correr riscos”, escreve ele. ±% Kente treina� planeNa e se prepara para essa atividade e lida com as con- tingências quando elas aparecem.” Me- tcalf e seus amigos alpinistas, todos ex- perientes e conhecedores da atividade, haviam planejado a escalada do difícil pico meticulosamente. Porém, quando o vento forte e o frio extremo os se- guraram na montanha por mais tempo do que haviam previsto e a comida se esgotou, eles tiveram de planejar uma nova estratégia para sair daquela situação. Metcalf compara as dificuldades e o sucesso final de sua equipe de alpinis- mo na montanha com a construção de sua empresa, a Black Diamond Equip- ment Ltd., com sede em Salt Lake City, 9taL� ±2no se saFe como serj uma escalada desse tipo sem realizá-la de fato... Se você decide que não há alter- nativas e se compromete de verdade com alguma coisa, é impressionante como pode convencer a si mesmo e aos outros que é capaz de fazer qual- quer coisa²� conta� ±%quelas lip~es me foram muito úteis durante os cinco anos de escalada da ‘montanha’ Black Diamond, hoje uma empresa com 200 Juncionjrios e mais de �� milL~es de dólares de receita.” A nova Black Diamond surgiu do fracasso de uma empresa de equipa- mentos de alpinismo fundada pelo fa- moso alpinista Yvon Chouinard. Talvez a mais importante tarefa de Metcalf como presidente da nova empresa tenha sido criar valor para seus parceiros: funcionários, revendedores, clientes (varejistas, comerciantes de artigos esportivos etc.) e consumidores (que compram e usam equipamentos de alpinismo). Ele teve de fazê-los acre- ditar na qualidade dos produtos da empresa� ±8ivemos de asseKurar aos clientes e parceiros fiéis que a nova empresa seria tão forte quanto a an- tiga e que os novos produtos seriam comparáveis aos anteriores. Foi preci- so construir uma nova marca.” Talvez o valor mais óbvio de um pro- duto para alpinismo seja o fato de ele poder salvar a vida de um alpinista, e a Black Diamond enfatiza a segurança em todos os seus produtos. Ao descrever suas cordas� o catjloKo di^: ±ª primeira vista, poderia parecer que o número de pontos UIAA/CEN [uma classifica- ção de segurança] que uma corda ob- tém determina seu valor. A verdade é mais complexa”. O catálogo prossegue explicando que, para muitos alpinistas, o valor da corda está em como ela é capaz de resistir à abrasão no contato com as arestas de pedras. Como profissional de marketing e alpinista, Metcalf sabe que a confiança que as pessoas depositam em seus pro- dutos também é uma parte importante de seu valor. A confiança e a segurança influenciam os alpinistas a comprarem equipamentos da Black Diamond e usá-los em escaladas perigosas. Ele escreve: ±8alve^ a mais crucial ?lipnoA seNa que� como no alpinismo, quando se está di- rigindo um negócio, desenvolve-se um sentido de determinação que nos im- pulsiona para a frente”. Ou para cima. Quando você começar este curso de marketing, pense nas maneiras como os produtos e serviços que compra e usa criam valor para você. Depois, pense em maneiras como você, um profissional de marketing, pode criar valor para outras pessoas. Quem sabe os produtos que comercializa podem até impedirque alguém caia de uma montanha! *ontes: 4eter MetcalJ� ±0essons 0earned²� Inc., abril de 1995, pp. 35 e 36; Catálogo Black Diamond Equipment, primavera de 1996, pp. 50 e 51. EXPLORE MAIS ±Equipamento de alpinismo² ou ±Climbing Equipment” na Web. Escalando o sucesso CRIANDO VALOR PARA OS CLIENTES capitulo1e.indd 3 21.06.10 16:16:45 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing4 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes VISÃO GERAL DO CAPÍTULO Organizações como a Black Diamond conseguem sucesso por- que oferecem valor para os clientes, neste caso, equipamentos de al- pinismo de qualidade superior por um preço aceitável. As empresas podem oferecer valor superior fornecendo melhores serviços, crian- do marcas signi�cativas ou estabelecendo preços mais baixos que os dos concorrentes. Dentro dessa proposta de criar valor, este capítulo apresenta uma visão geral do marketing e do marketing voltado para o valor. Explicamos o que é marketing, para que ele é usado e em que níveis a análise de marketing pode ser empregada. Depois, expomos três orientações de marketing tradicionais e apresentamos de forma de- talhada nossa abordagem voltada para o valor. Por fim, enfocamos a administração de marketing e as tarefas envolvidas nessa função. O que é marketing? Você liga a TV e um comercial do sabão em pó Omo aparece na tela, seguido por outro que incentiva você a não dirigir depois de beber. Você caminha por um corredor de supermercado e pega um cupom de desconto para o molho de salada da Hellmann’s numa promoção. No �nal do corredor, experimenta uma amostra da ba- tata frita sem gordura Pringles. De volta para casa, você atende a um telefonema con- vidando-o a participar de uma pesquisa sobre audiência de rádio. Na faculdade, você visita a seção de estágios para veri�car as oportunidades de emprego. Em seu traba- lho, você mantém o controle dos suprimentos do escritório e encomenda reposições quando necessário, enquanto um amigo lhe pede conselhos sobre como comercializar um novo programa de so�ware. Todas essas situações envolvem marketing. De acordo com a American Marke- ting Association, marketing é “o processo de planejar e executar a concepção, esta- belecimento de preços, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços a �m de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”1. A essência do marketing é o desenvolvimento de trocas em que organizações e clientes participam voluntariamente de transações destinadas a trazer benefícios para ambos. Por exem- plo, ao comprar um Chicabon, clientes e empresa recebem benefícios: os clientes por desfrutarem do sorvete e a Kibon pelo dinheiro ganho. Há dois tipos de clientes que participam de trocas comerciais. Primeiro, há os compradores organizacionais, que compram bens e serviços para empresas, ór- gãos governamentais e outras instituições, como hospitais e escolas. Os compra- dores organizacionais compram produtos para o funcionamento de suas próprias empresas (como suprimentos de escritório, máquinas, redes de computador) ou para vender a outras organizações ou consumidores. Em segundo lugar, há os consumidores, que compram bens e serviços para seu próprio uso ou para pre- sentear outras pessoas. Os consumidores incluem indivíduos e famílias que fazem compras para satisfazer suas necessidades e desejos, resolver seus problemas ou melhorar sua vida. As necessidades de consumidores ou compradores organizacionais são as coisas necessárias para sua sobrevivência. Por exemplo, os consumidores preci- sam de comida e abrigo para sobreviver, enquanto organizações podem precisar • marketing O processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de ideias, bens e servipos a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais. troca Uma transação voluntária entre uma organização e um cliente, destinada a Feneficiar amFos� compradores organizacionais Pessoas que compram bens e serviços para empresas, órgãos governamentais e outras instituip~es� consumidores Pessoas que compram bens e serviços para seu próprio uso ou para presentear outras pessoas. necessidades Referem-se bens ou serviços que os consumidores ou compradores organizacionais requerem para sobreviver. desejos Referem-se bens e servipos específicos que satisfazem necessidades adicionais que vão além da necessidade de sobrevivência. p p p p p p capitulo1e.indd 4 21.06.10 16:16:46 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 5 de computadores para continuar funcionando. Os desejos incluem bens e serviços específicos — para satisfazer necessidades — e outros adicionais que vão além da sobrevivência. Por exemplo, embora os consumidores precisem de alimento, o tipo específico de alimento pode ser um desejo, como um Big Mac. Os consu- midores não precisam de um relógio para sobreviver, mas um Timex Ironman é um produto que 500.000 consumidores por ano compram e, aparentemente, desejam. Tipos de marketing O marketing é usado para desenvolver trocas que visam ou não lucros. A maior parte dos tipos de marketing mostrados na Tabela l.l pode ser realizada para ambos os �ns. Trocas visando lucros são a meta de negócios que buscam gerar receitas acima dos custos. Por exemplo, lojas de roupas costumam vender produtos pelo menos pelo dobro do que pagaram por eles. O dinheiro adicional cobre seus custos e lhes dá um lucro. Uma organização sem �ns lucrativos, por outro lado, pode vender os produtos com um lucro e, depois, usá-lo apenas para cobrir seus custos. Por exemplo, os esco- teiros podem vender rifas para ajudar a cobrir os custos operacionais de sua organi- zação. Além disso, pessoas podem ser “vendidas” para obter lucros (veja Agitadores de marketing: Cesta de três) ou não (por exemplo, candidatos políticos buscando doações ou votos). Lugares podem ser comercializados para obter lucros, como o Playcenter, ou sem visar lucros, como os parques nacionais promovidos por uma agência de turismo governamental. Organizações sem �ns lucrativos também buscam outras metas, como doações de sangue, votos para candidatos políticos, redução do consumo de cigarros, uso de embalagens recicláveis ou dedicação de trabalho voluntário junto a crianças neces- sitadas ou pessoas idosas (veja Na prática: Como organizações sem �ns lucrativos tentam criar valor). Em geral, o marketing visando lucros é um campo de conhecimento mais desen- volvido do que o marketing não lucrativo. Porém, as estratégias de marketing para obter lucros geralmente são aplicáveis a organizações sem �ns lucrativos e podem ajudá-las a alcançar seus objetivos. Embora o enfoque principal deste livro seja o marketing • Tipo Descrição Exemplo Produto Marketing destinado a criar trocas para produtos tangíveis • Estratégias para vender os computadores Infoway • Serviço Marketing destinado a criar trocas para produtos intangíveis • Estratégias da Hertz para alugar carros para viajantes • Pessoa MarOetinK destinado a criar ap~es favoráveis em relação a pessoas • Estratégias para obter votos para Fernando Henrique Cardoso • Lugar Marketing destinado a atrair pessoas para lugares • Estratégias para levar pessoas a passar férias na Bahia • Causa Marketing destinado a criar apoio para ideias e quest~es ou a levar as pessoas a mudar comportamentos socialmente indesejáveis • Estratégias para coibir o uso de drogas ilícitas ou para aumentar o número de doap~es de sanKue • Organização Marketing destinado a atrair doadores, membros, participantes ou voluntários • Estratégias para aumentar o número de associados do fã-clube do Roberto Carlos • Tipo Descrição Exemplo Produto Marketingdestinado a criar trocas para produtos tangíveis • Estratégias para vender os computadores Infoway • Serviço Marketing destinado a criar trocas para produtos intangíveis • Estratégias da Hertz para alugar carros para viajantes • Pessoa MarOetinK destinado a criar ap~es favoráveis em relação a pessoas • Estratégias para obter votos para Fernando Henrique Cardoso • Lugar Marketing destinado a atrair pessoas para lugares • Estratégias para levar pessoas a passar férias na Bahia • Causa Marketing destinado a criar apoio para ideias e quest~es ou a levar as pessoas a mudar comportamentos socialmente indesejáveis • Estratégias para coibir o uso de drogas ilícitas ou para aumentar o número de doap~es de sanKue • Organização Marketing destinado a atrair doadores, membros, participantes ou voluntários • Estratégias para aumentar o número de associados do fã-clube do Roberto Carlos • A Fundação Pró-Sangue, o maior hemocentro da América Latina, é uma instituição sem fins lucrati- vos responsável pelo fornecimen- to de sangue para 300 hospitais da rede pública da Grande São Paulo. Este anúncio objetivava a criação de uma cultura de doa- ção de sangue no Brasil, sensibili- zando as pessoas por meio da solidariedade. A campanha, de- senvolvida voluntariamente pela Publicis® Norton, foi programa- da para atingir seu pico de divul- gação entre dezembro e feverei- ro, período em que a falta de doadores, em função das férias, normalmente faz cair os esto- ques, comprometendo o forneci- mento de sangue para os hospi- tais da rede pública. EXPLORE MAIS Explore mais em www.prosangue. com.br TABELA I.I Principais tipos de marketing capitulo1e.indd 5 21.06.10 16:16:47 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing6 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes com �ns lucrativos orientado para empresas, ele também pode ser usado como um guia para estratégias de marketing sem a �nalidade de obter lucros. Níveis de análise de marketing Embora a essência do marketing seja desenvolver estratégias para empresas do- mésticas e globais, os analistas também usam o marketing para descrever e avaliar atividades econômicas em outros níveis. A Tabela 1.2 lista uma série de níveis em que análises de marketing são úteis. Em geral, questões e análises nos níveis global e nacional são chamadas de macromarketing, enquanto aquelas abaixo do nível global e nacional são chamadas de micromarketing. O principal foco deste livro é o micro- marketing, embora questões de macromarketing, como responsabilidade social e ética, estejam integradas ao longo do texto. Quais são as orientações tradicionais de marketing? O marketing pode ser orientado de várias maneiras nas organizações. Os mo- dos tradicionais, resumidos na Tabela 1.3, são orientação para a produção, vendas e marketing. A Tabela 1.3 inclui uma visão geral da orientação para o valor, que é a abordagem que defendemos e discutimos na próxima seção. Orientação para a produção A orientação para a produção centra-se nos produtos e em como fabricá-los com e�ciência. Pressupõe-se que, se os produtos forem melhores, os clientes irão comprá-los. O papel do marketing orientado para a produção é, essencialmente, en- tregar produtos em locais onde possam ser comprados. • • Níveis Exemplos de questões de marketing Global Qual a venda global de automóveis? Como as emiss~es do escapamento dos automzveis aJetam o aquecimento KloFal# Os consumidores devem ser incentivados a usar meios de transporte menos poluentes? Nacional Quais são as vendas totais de automóveis no Brasil? Como a poluição pode ser reduzida nas principais cidades brasileiras? As cidades brasileiras devem oferecer pistas especiais para carros de passageiros com mais de dois ocupantes em avenidas com muito tráfego? Organizacional Quais são as vendas totais de veículos General Motors no mercado doméstico e global? Como a +M pode redu^ir as emiss~es e melLorar o consumo de comFustível de seus veículos? A GM deve ser proibida de vender veículos que consumam combustível em excesso? Produtos 5uais sno as vendas da linLa de caminL~es da +M no mercado domqstico e global? Como a GM pode vender mais veículos utilitários esportivos? A GM deve receber permissão para posicionar tanques de gasolina no lado e\terno da estrutura dos caminL~es# Marcas Quais são as vendas de carros Vectra no mercado doméstico e global? Como a GM pode vender mais Vectras? Deve-se exigir que o Vectra tenha para-choques mais fortes para reduzir os ferimentos em acidentes? Níveis Exemplos de questões de marketing Global Qual a venda global de automóveis? Como as emiss~es do escapamento dos automzveis aJetam o aquecimento KloFal# Os consumidores devem ser incentivados a usar meios de transporte menos poluentes? Nacional Quais são as vendas totais de automóveis no Brasil? Como a poluição pode ser reduzida nas principais cidades brasileiras? As cidades brasileiras devem oferecer pistas especiais para carros de passageiros com mais de dois ocupantes em avenidas com muito tráfego? Organizacional Quais são as vendas totais de veículos General Motors no mercado doméstico e global? Como a +M pode redu^ir as emiss~es e melLorar o consumo de comFustível de seus veículos? A GM deve ser proibida de vender veículos que consumam combustível em excesso? Produtos 5uais sno as vendas da linLa de caminL~es da +M no mercado domqstico e global? Como a GM pode vender mais veículos utilitários esportivos? A GM deve receber permissão para posicionar tanques de gasolina no lado e\terno da estrutura dos caminL~es# Marcas Quais são as vendas de carros Vectra no mercado doméstico e global? Como a GM pode vender mais Vectras? Deve-se exigir que o Vectra tenha para-choques mais fortes para reduzir os ferimentos em acidentes? macromarketing O estudo de processos, atividades� instituip~es e resultados de marketing no nível da sociedade. micromarketing O estudo de processos e atividades de marketing nos níveis organizacional, de produto ou de marca. TABELA 1.2 Níveis de análise de marketing p p orientação para a produção 9ma filosofia de neKzcios que enfatiza a produção e entrega de produtos. p capitulo1e.indd 6 21.06.10 16:16:48 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 7 Embora a orientação para a produção seja muito criticada por vários pro�ssio- nais de marketing, há situações em que ela é apropriada. Por exemplo, em mercados de alta tecnologia com mudanças rápidas, muitas vezes não há tempo su�ciente para realizar pesquisas de marketing a �m de perguntar aos clientes o que eles que- rem. Em vez disso, tenta-se fabricar produtos superiores aos dos concorrentes e, depois, informar os clientes sobre os benefícios decorrentes de comprar tais produ- tos. Muitos produtos de sucesso surgem como resultado de atividades de pesquisa e desenvolvimento que não re�etem contribuições diretas de clientes. De maneira similar, no caso de remédios para câncer ou AIDS, por exemplo, não há necessidade de realizar pesquisas de marketing para saber se os clientes desejam ou precisam desses produtos. Por �m, quando a demanda por produtos e serviços é bem maior do que a oferta, uma orientação para produção pode ser adequada. Por exemplo, embora a Harley-Davidson realize consideráveis pesquisas de marketing, uma das metas principais da empresa é criar instalações de produção de forma a atender melhor à enorme demanda. Como outro exemplo, quando Laurie Baron fundou a Baron Messenger Service em Miami, a economia estava crescendo e não havia outro ser- viço de mensageiros na área. Ela concentrou-se em fazer entregas com e�ciência. Informava os clientes sobre seus serviços pedindo que seu marido oferecesse o seu cartãocomercial quando �zesse suas visitas de vendas das copiadoras Minolta, para quem ele trabalhava2. Orientação para vendas Uma orientação para vendas envolve a concentração das atividades de marke- ting na venda dos produtos disponíveis. Ela normalmente é usada quando a oferta de produtos e serviços é maior do que a demanda. Conta uma velha história que um cliente entrou numa loja e viu que todas as prateleiras estavam cheias de caixas de sal. Ele comentou com o proprietário que a loja devia vender muito sal. O proprietário respondeu que a loja não vendia muito, mas o vendedor de sal, sim. O vendedor de sal claramente usava uma abordagem de marketing voltada para vendas, o que não era adequado naquela situação. • Orientação Enfoque Descrição Produção Produtos Produzir bens e serviços, informar os clientes sobre eles, deixar que os clientes venham até você. Vendas Vendas Produzir bens e serviços, ir até os clientes e levá-los a comprar. Marketing Clientes Descobrir o que os clientes precisam e desejam, produzir bens e serviços que eles dizem precisar ou desejar, oferecê-los aos clientes. Valor Valor para o cliente Entender os clientes, concorrentes e ambientes, criar valor para eles, considerar outros públicos (stakeholders). Orientação Enfoque Descrição Produção Produtos Produzir bens e serviços, informar os clientes sobre eles, deixar que os clientes venham até você. Vendas Vendas Produzir bens e serviços, ir até os clientes e levá-los a comprar. Marketing Clientes Descobrir o que os clientes precisam e desejam, produzir bens e serviços que eles dizem precisar ou desejar, oferecê-los aos clientes. Valor Valor para o cliente Entender os clientes, concorrentes e ambientes, criar valor para eles, considerar outros públicos (stakeholders). TABELA 1.3 Uma comparação das quatro orientap~es orientação para vendas 9ma filosofia de negócios que concentra as atividades de marketing na venda dos produtos disponíveis. p capitulo1e.indd 7 21.06.10 16:16:49 Agitadores de Marketing CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes Cesta de três A ideia de que atletas individuais são fundamentais para a estratégia de marketing de uma equipe ou de um esporte é tão popular quanto o futebol no Brasil ou o basquete nos Estados Unidos. Jerry Stackhouse, um caso recente baseado em jovens cujo papel no marke- ting provavelmente é mais importante do que sua habi- lidade em controlar a bola, ilustra bem esse fenômeno. Stackhouse, um jogador talentoso da Universidade da Carolina do Sul, foi contratado pelo Philadelphia 76ers por cerca de dois milL~es de dzlares por ano� &em mais complexo — e também mais lucrativo — foi o contrato que ele assinou com uma empresa de marketing espor- tivo, a Advantage Internacional. A Advantage propôs-se a criar valor para Stackhou- se com uma estratégia de divulgação de slogans que faziam uso da sonoridade de seu nome, criavam uma imagem de primeira classe e promoviam-no como o melhor joga- dor da equipe dos 76ers. A agência conseguiu um incrível conjunto de patrocínios comerciais, com empresas que vendiam desde tênis até refrigerantes. Apenas o contrato com a *ila vale �� milL~es de dzlares� 7tacOLouse podia não ter necessidade dessas oportunidades além de seu salário como jogador, mas certamente as queria. Agora vinha a parte de Stackhouse na estratégia de marketing: criar valor para os clientes, para a equipe e para as empresas que ele representava. A Advantage cuidou disso também, numa proposta para as empresas identificada pelo slogan ±8Le 4o[er to Move² �3 4oder de %Kitar � ±Ele transmite uma dupla mensaKem²� di^ 8om +eorKe� aKente de 7tacOLouse� ±3 poder de aKitar as pessoas com seu jogo em quadra e também o poder de agitar os negócios da empresa e dos produtos da empresa�² +eorKe prosseKue: ±3 pFlico que vs .err] num comercial de tênis é maior do que o público que o vê nas quadras. E essa notoriedade representa mais negócios... Ajuda a impulsionar novos contratos”. Durante seu primeiro ano na equipe, a imagem de Stackhouse foi cuidadosamente cultivada. A mando da Fila, ele fez palestras em clubes infantis e apresentou seu programa de excelência atlética e acadêmica em escolas. Esse proKrama Joi cLamado de 7tacODs 7tarts� ±7e estamos apresentando Jerry como um avalista”, diz um porta-voz da *ila� ±precisamos apresentj�lo como um Fom cidadno e modelo”. A boa imagem de Stackhouse foi projetada de forma a traduzir-se numa boa imagem para a Fila e, em última instância, em mais vendas dos produtos Fila. A promoção de Stackhouse cria valor para os fãs e para o público em geral? Os defensores dizem que sim, se ela aumenta o pra^er que sentem com o NoKo e in¾uencia a vida dos jovens de uma maneira positiva. Os críticos podem contra-argumentar que esse tipo de marketing nno Feneficia os Jns por meio de� diKamos� uma redupno no prepo dos inKressos; eles tamFqm podem afirmar que transap~es de quantias tno Krandes de dinLeiro por ati- vidades que não estão diretamente relacionadas à habili- dade de Stackhouse para jogar basquete podem tornar o público em geral negativamente predisposto em relação a ele e às empresas que ele representa. Seja como for, Jerry Stackhouse é uma força de marketing a ser reconhecida — tanto dentro como fora das quadras. *onte: 6oKer 8Luro[� ±8Le ��ers are lo[l]� Fut .err] 7tacOLouse sco- res big in marketing”, in The Wall Street Journal, 9.12.96, pp. A1 e A6, reimpresso com autorização do The Wall Street Journal, 1996, Dow Jo- nes & Company, Inc. Todos os direitos reservados. EXPLORE MAIS www.nba.com/sixers/index.html A Reiplas, uma das principais empresas fabricantes de fios e cabos elétricos do Brasil, tem no marketing esportivo um de seus principais instrumentos de marketing. Assim, desde 1993, ela patrocina, por exemplo, o programa “Mesa Redonda”, apresentado por Avalone Jr., na CNT Gazeta, com comerciais e testemunhos ao vivo, e, desde 1997, os times de futsal do São Pauto F. C. e do E. C. Corinthians, além dos jogos de futsal da TV Manchete, com veiculação de filmes publicitários dos produtos Reiplas. EXPLORE MAIS Explora mais em www.reiplas.com.br capitulo1e.indd 8 21.06.10 16:16:50 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 9 Há ocasiões, porém, em que uma orientação para vendas é adequada. Por exem- plo, as lojas às vezes têm um excesso de oferta de mercadorias antigas. Para vendê-las, elas baixam o preço a �m de criar demanda. Um médico pode tentar vender a seus pa- cientes a ideia de exercitarem-se regularmente e comerem alimentos mais nutritivos para �carem mais saudáveis. Os pacientes podem não querer fazer isso ou achar que não precisam disso para sobreviver. Porém, o médico pode acreditar que isso seria bom e tentar convencê-los a mudar suas atitudes. Quando a Baron expandiu-se a ponto de contratar 20 motoristas independentes, precisou aumentar a demanda para cobrir seus custos. O marido de Laurie largou seu emprego na Minolta e concentrou seus esforços em vender serviços de entregas para os clientes3. Orientação para marketing Embora haja situações em que abordagens de produção e venda são apropriadas, na maioria dos casos as chances de sucesso no longo prazo são ampliadas com uma orientação para marketing. Essa abordagem depende de compreender as necessida- des e desejos dos clientes e construir produtos e serviços para satisfazê-los. Dessa for- ma, os pro�ssionais de marketing podem criar lealdade e competir de forma e�ciente com outros pro�ssionais. Quando a Baron prosperou, concorrentes entraram no mercado. Ela respondeu encontrando alternativas para atender melhor às necessidades e aos desejos dos clientes: inovou sua tecnologia e aumentou a velocidade e a con�abilidadede seus serviços. Passou a fazer uso de um sistema de computadores para que o despachante da entrega pudesse comunicar-se diretamente com os motoristas, que utilizavam pagers. Conhecendo os pa- drões de tráfego e as localizações dos motoristas, os despachantes podiam agilizar as reti- radas e entregas. A reputação de velocidade e con�abilidade da Baron fez dela a preferida por empresas como a AT&T e Kodak, que precisam realizar entregas de peças críticas4. • orientação para marketing 9ma filosofia de negócios que se concentra em compreender as necessidades e desejos dos clientes e construir produtos e serviços para satisfazê-los. p N A P RÁ TI CA Como organizações sem fins lucrativos tentam criar valor 3rKani^ap~es sem fins lucrativos e Krupos com interesses especiais� como a %%CD (Associação de Assistência à Criança Defeituosa) ou o UNICEF também fazem uso das Jerramentas de marOetinK� 3 marOetinK sem fins lucrativos pode incluir pes- soas� luKares� causas ou orKani^ap~es quando suas metas nno sno KanLar receitas maiores do que os custos. Em ano de eleição, vemos comerciais políticos que são exemplos de marketing pessoal. Os anúncios de lugares tentam atrair turistas para locais como Europa, Caribe ou Estados Unidos. O marketing de causas é evidente em anúncios de serviços públicos e mesmo como parte de campanhas políticas. 7olicitap~es de donativos ou de associapno a determinada entidade aparecem com frequência em nossa correspondência. Todos eles tentam criar valor para nós de alguma maneira. Tente listar dez exemplos de marketing que não visam lucros, como as correspon- dsncias ou comerciais de 8: de orKani^ap~es sem fins lucrativos pedindo donativos ou sua associapno� De que Jormas essas orKani^ap~es tentam criar valor em troca de sua doação, associação ou serviço voluntário? Algumas dessas tentativas tiveram sucesso com você? Você fez uma doação ou se inscreveu como associado? Quais foram as que tiveram menos sucesso e por quê? capitulo1e.indd 9 21.06.10 16:16:51 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing10 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes Em suma, a orientação para marketing enfatiza a importância de desenvolver e comercializar produtos e serviços com base no que os clientes precisam e desejam. Uma formulação concisa dessa visão é chamada de conceito de marketing, que a�r- ma que as organizações devem satisfazer as necessidades e desejos dos clientes como meio de alcançar seus próprios objetivos, como lucros, por exemplo. Limitações da orientação para marketing. Embora uma orientação para marke- ting seja valiosa, tem suas limitações. Primeiro, como foi observado, ela não é apro- priada em algumas situações. Em segundo lugar, ao centrar-se apenas nos clientes, ela pode incentivar as organizações a dar atenção insu�ciente a outros grupos impor- tantes, como empregados e fornecedores. Além disso, ela ignora a capacidade de os concorrentes satisfazerem necessidades e desejos de forma mais efetiva e e�ciente. Por �m, ela dá às organizações pouca orientação sobre como satisfazer os clientes, como competir com outras empresas e como executar atividades de marketing coerentes com essas organizações. uma extensão da orientação para marketing que procura su- perar esses problemas é o marketing voltado para o valor. O que é marketing voltado para o valor? Marketing voltado para o valor é uma orientação para se alcançar objetivos de- senvolvendo valor superior para os clientes. Ele é uma extensão da orientação para marketing que se apoia em vários princípios e pressupostos sobre os clientes. Princípios do marketing voltado para o valor Princípios são regras fundamentais e abrangentes para a ação. Há seis prin- cípios do marketing voltado para o valor que, juntos, formam a essência dessa abordagem. Princípio do cliente: concentre-se nas atividades de marketing que criam e for- necem valor para o cliente. O marketing voltado para o valor tem o cliente como foco principal do negócio. Isso signi�ca que os pro�ssionais de marketing devem reco- nhecer que as trocas com os clientes são a vida das organizações. As empresas devem compreender os seus clientes, saber o que eles pensam, o que sentem e como com- pram e usam produtos e serviços. Porém, o marketing voltado para o valor centra-se não só nos clientes, mas, mais especi�camente, nas maneiras de criar valor para eles. Os pro�ssionais de marketing podem alcançar seus objetivos fornecendo um valor superior aos clientes. Em muitos casos, os pro�ssionais de marketing constroem relacionamentos de longo prazo com seus clientes. Claro que a receita e os lucros potenciais da construção de relacionamentos de longo prazo devem compensar o aumento dos custos. Dentro dessa visão, há pelo menos dois tipos de relações que as empresas podem ter com os clientes. Nos relacionamentos diretos, os pro�ssionais de marketing conhecem o nome e outras informações dos clientes, como endereço, número de telefone e prefe- rências. Eles podem comunicar-se diretamente com eles por correio, telefone, e-mail, fax ou pessoalmente. Isso é possível quando os produtos ou serviços são comprados com frequência (suprimentos industriais, lavanderia a seco), têm alto preço unitário (edifícios, automóveis) ou alta margem de lucro (joias, máquinas). Os relacionamen- tos diretos permitem que as empresas conheçam e atendam melhor os clientes, criem valores superiores para eles e aumentem os lucros. • conceito de marketing A visão de que uma organização deve procurar satisfazer as necessidades e desejos de seus clientes enquanto busca alcançar suas próprias metas. p marketing voltado para o valor 9ma filosofia empresarial que se concentra em desenvolver e entregar um valor superior para os clientes como modo de alcançar os objetivos da organização. p relacionamentos diretos 6elap~es em que os profissionais de marOetinK conhecem seus clientes pelo nome e podem comunicar-se diretamente com eles. p capitulo1e.indd 10 21.06.10 16:16:51 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 11 Os relacionamentos diretos não são comuns para empresas e comerciantes de produtos baratos, embora algumas delas mantenham dados em computador sobre seus clientes individuais. O motivo é que, mesmo quando comprados com frequência, os custos deste tipo de relacionamento costumam ser muito altos. Quando os custos dos relacionamentos diretos são elevados demais, os pro�ssionais de marketing po- dem recorrer a relacionamentos indiretos com os clientes. Nessas relações, produtos e marcas têm signi�cado para os clientes por um período prolongado, mesmo pela vida toda, mas os pro�ssionais de marketing podem não conhecer pelo nome quem são os seus clientes. Por exemplo, Coca-Cola, Omo e Kibon são marcas que muitos clientes conhecem, consideram con�áveis e têm comprado há anos, mas essas empresas po- dem não conhecer os compradores individuais pelo nome. Princípio do concorrente: ofereça um valor superior aos clientes em relação às opções da concorrência. O marketing voltado para o valor reconhece que as estraté- gias competitivas têm in�uências importantes sobre os clientes. Para muitos produtos e serviços, os clientes poderiam �car satisfeitos com as opções da concorrência. Assim, os pro�ssionais de marketing devem considerar não só o valor que seus produtos e ser- viços oferecem, mas também se eles oferecem valor superior em relação aos produtos e serviços dos concorrentes. Se isso não acontecer, e não houver nenhuma estratégia disponível para corrigir a situação, a empresa e o pro�ssional de marketing podem ter di�culdade para sobreviver no longo prazo. Por exemplo, a Apple pode oferecer um bom valor para os clientes, mas seus concorrentes, como a IBM, talvez ofereçam um valor superior. Uma estratégiapossível para aumentar o valor é formar parcerias com os concorrentes e criar joint ventures, como a que existe entre a Apple e a IBM. Princípio proativo: mude o ambiente para melhorar as chances de sucesso. Os pro- �ssionais de marketing voltados para o valor não �cam simplesmente sentados esperando as mudanças nos mercados e no ambiente para, então, reagir a elas. Embora reagir ao am- biente costume ser uma estratégia sensata, os pro�ssionais de marketing também devem ser proativos e mudar mercados e ambientes para melhorar sua posição competitiva5. O marketing voltado para o valor não a�rma que os pro�ssionais de marketing de- vem “manipular” os clientes para atingir suas próprias metas. Ele não defende a prática de atividades ilegais, antiéticas ou que não sejam socialmente responsáveis. Ele não compac- tua com as atividades de pro�ssionais de marketing que violam suas responsabilidades. No entanto, o marketing voltado para o valor reconhece que a sociedade dá às organizações e aos pro�ssionais de marketing o direito e a responsabilidade de sobre- viver e alcançar sucesso alterando relações ambientais. As organizações não podem servir os clientes e criar valor para eles se não sobreviverem. Assim, elas podem e devem in�uenciar acionistas e proprietários a investir dinheiro nelas; bancos a lhes emprestar dinheiro; fornecedores a lhes oferecer componentes de melhor qualida- de ou preços mais baixos; revendedores a fazer um bom trabalho para elas; órgãos governamentais a regulamentá-las de maneira justa e aprovar seus produtos, como conseguir que o governo aprove a venda de novas drogas seguras e importantes para salvar vidas; grupos de interesse especiais a apoiá-las; funcionários a trabalhar com mais empenho, oferecendo-lhes mais benefícios ou melhores salários; clientes a com- prar seus produtos, oferecendo-lhes um valor superior; concorrentes a mudar suas estratégias ou trabalhar junto em joint ventures; ou comunidades locais a apoiá-las com terras, mão de obra e capital. Em suma, o marketing voltado para o valor reconhece que as organizações são e devem ser tanto reativas como proativas em suas atividades de marketing. relacionamentos indiretos 6elap~es em que os profissionais de marOetinK não conhecem os clientes individuais pelo nome, mas os produtos desses profissionais tsm siKnificado para os clientes� p capitulo1e.indd 11 21.06.10 16:16:52 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing12 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes Os pro�ssionais de marketing tentam claramente in�uenciar os clientes a comprar seus produtos e serviços novos ou já existentes, trocar marcas concorrentes por suas próprias marcas, assistir a seus comerciais, visitar suas lojas, doar dinheiro para suas causas, usar seus cartões de crédito e ser clientes �éis. A prática dessas atividades de forma ética e de modo a criar valor superior para os clientes faz do marketing uma força positiva na sociedade. Princípio interfuncional: use equipes interfuncionais quando elas melhora- rem a e�ciência e a e�cácia das atividades de marketing. O marketing não é a única função numa organização e não é tudo o que ela faz. Por exemplo, embora o marke- ting e a pesquisa de marketing muitas vezes tenham papéis importantes a desempe- nhar no desenvolvimento de novos produtos, outras funções, incluindo pesquisa e desenvolvimento, engenharia, �nanças e produção, também desempenham papéis fundamentais. A Tabela 1.4 lista fontes comuns de con�ito entre o marketing e outras áreas funcionais. O marketing voltado para o valor reconhece a necessidade de que o pessoal de marketing interaja continuamente com outros grupos funcionais. Muitas organiza- ções fazem uso de equipes e comitês interfuncionais para realizar tarefas de planeja- mento, implementação e controle. O marketing voltado para o valor reconhece que fazer com que os setores funcionais executem independentemente suas próprias tare- fas leva muitas vezes a estratégias de marketing mais caras e de menos sucesso. Princípio da melhoria contínua: melhore continuamente o planejamento, a implementação e o controle de marketing. O marketing voltado para o valor reco- nhece a necessidade de que as organizações trabalhem continuamente para melhorar suas operações, processos, estratégias e produtos ou serviços. Embora controlar as Funções O que elas podem oferecer O que os profissionais de marOeting querem que elas ofereçam Pesquisa e desenvolvimento Projetos básicos de pesquisa Características de produtos Poucos projetos Produtos que criem valor para os clientes Benefícios para os clientes Muitos produtos novos Produção/ operap~es Longos períodos de produção Produtos padronizados Nenhuma mudança nos modelos Longo tempo de espera Pedidos padronizados Nenhum novo produto Curtos períodos de produção Produtos personalizados Mudanças frequentes nos modelos Curto tempo de espera Pedidos personalizados Muitos novos produtos Finanças Orçamentos rígidos Orçamentos baseados em retorno sobre os investimentos &ai\as comiss~es soFre vendas 3rpamentos ¾e\íveis Orçamentos baseados na necessidade de aumentar vendas %ltas comiss~es soFre vendas Contabilidade Faturas padronizadas Condip~es de paKamento ríKidas 6íKidos padr~es de crqdito Faturas personalizadas Condip~es de paKamento ¾e\íveis 4adr~es de crqdito ¾e\íveis Recursos humanos Funcionários passíveis de treinamento Baixos salários Funcionários capacitados Altos salários Funções O que elas podem oferecer O que os profissionais de marOeting querem que elas ofereçam Pesquisa e desenvolvimento Projetos básicos de pesquisa Características de produtos Poucos projetos Produtos que criem valor para os clientes Benefícios para os clientes Muitos produtos novos Produção/ operap~es Longos períodos de produção Produtos padronizados Nenhuma mudança nos modelos Longo tempo de espera Pedidos padronizados Nenhum novo produto Curtos períodos de produção Produtos personalizados Mudanças frequentes nos modelos Curto tempo de espera Pedidos personalizados Muitos novos produtos Finanças Orçamentos rígidos Orçamentos baseados em retorno sobre os investimentos &ai\as comiss~es soFre vendas 3rpamentos ¾e\íveis Orçamentos baseados na necessidade de aumentar vendas %ltas comiss~es soFre vendas Contabilidade Faturas padronizadas Condip~es de paKamento ríKidas 6íKidos padr~es de crqdito Faturas personalizadas Condip~es de paKamento ¾e\íveis 4adr~es de crqdito ¾e\íveis Recursos humanos Funcionários passíveis de treinamento Baixos salários Funcionários capacitados Altos salários TABELA 1.4 Fontes potenciais de con¾ito entre marOetinK e outras áreas funcionais capitulo1e.indd 12 21.06.10 16:16:53 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 13 stakeholders Indivíduos e grupos que podem in¾uenciar decis~es de marketing e ser in¾uenciados por elas� p FIGURA 1.1 Stakeholders em atividades de marketing valor para o cliente A diferença entre as percepp~es do cliente quanto aos benefícios e quanto aos custos da compra e uso de produtos e serviços. p atividades de marketing com revisões e auditorias periodicas seja um recurso valioso, também é útil que constantemente todo o pessoal de marketing e de outras áreas bus- que melhores maneiras de criar valor para os clientes. Princípio do stakeholder: considere o impacto das atividades de marketing so- bre outros públicos interessados na organização. Embora o marketing voltado para o valor seja centrado no cliente, ele não ignora as obrigações e relações importantes com os outros públicos de uma organização. Stakeholders são indivíduos e grupos que também têm um interesse nas consequências das decisões de marketingdas orga- nizações e podem in�uenciá-las. Incluem tanto clientes como concorrentes e devem ser tratados lealmente. Incluem também proprietários, fornecedores, �nanciadores, órgãos governamentais, grupos de pressão, funcionários, comunidades locais e a so- ciedade em geral, como mostrado na Figura 1.1. Há problemas inerentes em centrar-se apenas nos clientes e ignorar outros stakeholders. Por exemplo, os clientes podem querer tacos de golfe feitos com uma liga de berílio e cobre, mas trabalhar com esse material pode causar doenças fatais nos funcionários. Os clientes podem querer preços extremamente baixos, mas oferecê-los pode levar a perdas para os proprietários e seus �nanciadores. Os clientes podem querer linhas completas de produtos com entrega imediata, mas isso pode não ser economicamente viável para os fornecedores e revendedores. O marketing voltado para o valor reconhece a necessidade de considerar todos os stakeholders ao projetar e implementar estratégias de marketing (veja Você decide: Con�itos de marketing da China). Visão dos clientes no marketing voltado para o valor O marketing voltado para o valor é baseado numa visão simples do motivo que leva clientes a comprar produtos e serviços. Como mostrado na Figura 1.2, o valor para o cliente é a diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios da compra e uso dos produtos e serviços e os custos em que eles incorrem para obtê-los. O marketing voltado para o valor pressupõe que os clientes que estejam dispostos e • Sociedade em geral At ividades d e marketi ng organizacion ais Clie ntes Concorrentes Fornecedores R evend e d o res Atividades Fi na nc ia d or es P ro pr ie tá rio s G rupos de Comunidades Funcio nár ios Ór gã os do pressão locais go ve rn o Sociedade em geral At ividades d e marketi ng organizacion ais Clie ntes Concorrentes Fornecedores R evend e d o res Atividades Fi na nc ia d or es P ro pr ie tá rio s G rupos de Comunidades Funcio nár ios Ór gã os do pressão locais go ve rn o capitulo1e.indd 13 21.06.10 16:16:55 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing14 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes sejam capazes de realizar trocas o farão quando (l) os benefícios das trocas excederem os custos e (2) os produtos ou serviços oferecerem um valor superior em comparação com outras opções. As outras opções podem ser produtos ou serviços usados atualmente ou ante- riormente. Os clientes podem perceber que a compra de um produto novo no mer- cado pode resolver um problema ou melhorar sua situação. Por exemplo, a Duracell informou a seus clientes que suas pilhas ofereciam um valor superior às outras quan- do veiculou uma série de anúncios a� rmando que as novas pilhas eram as de maior duração já fabricadas. Assim, a Duracell estava incentivando os clientes a perceber maiores benefícios em suas novas pilhas e comprá-las. As outras opções também podem ser produtos e serviços concorrentes. Por exemplo, uma rede de lanchonetes tentou in� uenciar as percepções de valor dos clien- tes anunciando que seus hambúrgueres eram maiores do que os do McDonald’s. Por � m, as outras opções podem ser diferentes maneiras de os clientes lidarem com seus problemas. Por exemplo, os clientes podem comprar serviços de jardinagem ou alugar ou comprar equipamentos e cuidar eles próprios de seus jardins. O marketing voltado para o valor não vê os clientes como máquinas que calculam precisamente a soma de todos os benefícios e subtraem desse número a soma de todos os custos de uma transação. A equação de va- lor é simplesmente uma representação útil da ideia de que benefícios têm efeitos positivos e custos têm efeitos negativos sobre o valor. O marketing voltado para o valor sugere que os clientes muitas vezes consideram vá- rios benefícios e custos ao tomar decisões de compras, provavelmente de uma maneira pouco estruturada. Em algumas situações, como as compras importantes ou as organizacionais, os clientes podem avaliar atentamente uma série de benefícios e custos em suas decisões. Em muitos casos, os clientes baseiam suas compras em satisfação com produtos e serviços comprados anteriormente e fazem pouca ou nenhuma avaliação do valor das outras opções possíveis. Por isso, muitas vezes é difí- cil e caro para os pro� ssionais de marketing atrair novos clientes, e por isso é tão importante manter os clientes atuais. Em outros casos, é provável que os clientes baseiem suas decisões de compra em generalizações amplas, como “o presunto Sadia é uma boa compra”, ou “o Paes Mendonça vende bons produtos e tem preços baixos”. O marketing voltado para o valor pressupõe que os clientes variam em suas percepções de valor: diferentes clientes podem avaliar o mesmo produto de maneiras diferentes. Alguns clientes veem um Fiat Palio como um bom valor porque ele oferece um transporte con� ável por um custo relativamente baixo, enquanto outros veem um Mercedes S320 como um bom valor por ser um carro de alto status e muito durável. Assim, o marketing voltado para o valor enfatiza a importância de compreender bem os clientes. = – Valor para o cliente benefícios percebidos custos percebidos = – Valor para Valor para o clienteo cliente Valor para o cliente benefícios percebidos benefícios percebidos custos percebidos custos percebidos FIGURA 1.2 A equação do valor Com temas como “Você que é feliz. No spa o pessoal só come a folhinha.”, “Sim, o fotógrafo comeu o modelo depois da sessão.”, “Para quem tem um fogão com quatro bocas e um marido com seis.” e “Avó agora em saquinhos.”, foi lançado o “Quase Pronto”, risotos da Camil em sabores como arroz à grega, com champignons ou lentilhas, e arroz-doce para sobremesa, que fi cam prontos em apenas 20 minutos. O público-alvo dessa campanha ousada, engraçada e “direto ao ponto” foi a mulher que trabalha fora e não tem muito tempo para perder na cozinha. EXPLORE MAIS Explore mais em www.camil.com.br capitulo1e.indd 14 21.06.10 16:16:57 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 15 Por �m, o marketing voltado para o valor pressupõe que as avaliações de valor dos clientes podem mudar ao longo do tempo e em diferentes situações. Os clientes podem achar que os tênis Reebok são um bom valor e comprá-los, mas podem ver os tênis Nike como um valor melhor na próxima compra. Na verdade, um dos maiores desa�os do marketing é fazer os clientes mudarem entre marcas concorrentes. Simi- larmente, o valor de produtos e serviços muda em diferentes situações. Uma lancho- nete fast-food pode ser considerada uma boa alternativa de valor quando se procura uma refeição rápida, mas um restaurante francês pode ser considerado um bom valor para um jantar mais elaborado. Como é mostrado na Figura 1.3, há quatro tipos comuns de benefícios que os clientes podem receber da compra e uso de produtos e serviços e quatro tipos de cus- tos que podem tentar reduzir. Tipos de benefícios. Os benefícios que os clientes podem receber da compra de produtos e serviços são: 1. Benefícios funcionais. Estes são os benefícios tangíveis de se obter produtos e serviços. Usar chinelos Rider proporciona liberdade aos pés ao chegar em casa depois do trabalho. Comer uma feijoada sacia a fome e dá energia. Serviços de saúde podem curar doenças e deixar o corpo são. Os benefícios funcionais são com frequência pro- movidos pelos pro�ssionais de marketing. Compradores organizacionais citam os be- nefícios funcionais como sua principal preocupação e os clientes compram ou alugam produtos, como carros e equipamentos, basicamente por seus benefícios funcionais. 2. Benefíciossociais. São as respostas positivas que os clientes obtêm das ou- tras pessoas por comprar e usar determinados produtos e serviços. Os amigos podem benefícios funcionais Os benefícios tangíveis recebidos em bens e serviços. p benefícios sociais As respostas positivas que os clientes recebem de outras pessoas por comprar e usar determinados produtos e serviços. p Fundada por um ex-puxador de riquixá, a China Motor Bus tinha grande poder por ser o único serviço de ônibus em Hong Kong. Tendo como proprietários e admi- nistradores uma única família, os Ngans, a empresa desfrutava grandes lucros e nunca pensou em oferecer nenhum tipo de valor adicional para os clientes. Afinal, seus ônibus cumpriam a função de levar os clientes de um lugar para outro. Conforme os ônibus começaram a se desgastar pelo uso, porém, passaram a subir ladeiras mais lentamente do que uma pessoa, em média, podia fazer andando. Sem ar-condicionado, eles eram sufocantes no calor. Os passageiros começaram a reclamar, insistindo em melhores condições, e o governo de Hong Kong entrou na questão. Em um ano, o governo concedeu 26 das 100 rotas da ilha para uma nova empre- sa, chamada CityBus. A nova empresa ofe- receu imediatamente um valor maior para os clientes na forma de ônibus novos e recém-pintados. todos com ar-condiciona- do. A ação do governo e a concorrência gerada pela CityBus, porém, não incenti- varam a China Motor Bus a melhorar seus ônibus e serviços. Em vez disso, quando o governo pressionou a empresa durante as negociações de renovação das franquias, a China Motor Bus ameaçou interromper de vez seus serviços de ônibus. Embora isso pudesse parecer uma solução para os pro- blemas enfrentados com a China Motor Bus, a interrupção dos serviços teria isola- do áreas de Hong Kong que são completa- mente dependentes do serviço de ônibus da empresa. Para piorar as coisas, nem o governo nem a CityBus poderiam ter arrumado ônibus e paradas adicionais, uma vez que todas as estações de ônibus per tencem à família Ngan. No fim, o governo de Hong /ong renovou o contrato de franquia da China Motor Bus, mas deu outras 14 rotas para a CityBus. A China Motor Bus reclamou que seus lucros haviam diminuído, mas acabou encomendando novos ônibus. Que stakeholders estão envolvidos na questão da China Motor Bus? Como o problema deveria ser resolvido para atender a todos? Você se lembra de algum caso em que a pres- são do governo sobre uma empresa ou setor criou valor para os clientes no Brasil? Fonte: “Why the buses don’t run on time”, in The Eco- nomist, 9 de março de 1996, p. 66. Copyright 1996 The Economist Newspaper Group, Inc., reimpresso com au- torização. Reprodução subsequente proibida. EXPLORE MAIS Explore mais em htpp://come.to/cmbsite Conàitos de marOeting da CLina VOCÊ DECIDE capitulo1e.indd 15 21.06.10 16:16:58 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing16 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes gostar da música tocada numa festa e elogiar o an� trião pelo bom gosto na escolha dos CDs. Os clientes também podem procurar benefícios sociais quando compram marcas de alto status, como automóveis Mercedes ou camisas Ralph Lauren. Compra- dores organizacionais podem obter benefícios sociais dos elogios que recebem de seus chefes por comprar produtos excepcionais. 3. Benefícios pessoais. São os bons sentimentos que os clientes experimen- tam pela compra, propriedade e uso de produtos, ou pelo recebimento de servi- ços. Colecionadores gostam de possuir selos raros mesmo que eles nunca venham a ser usados para postar cartas. Ambientalistas podem ficar satisfeitos com o uso de uma bicicleta como meio de transporte, porque se sentem bem por não poluir o ambiente com os gases do escapamento dos automóveis. Compradores organi- zacionais podem obter benefícios pessoais de suas compras ao sentir-se bem por estar realizando um bom trabalho. 4. Benefícios experimentais. Estes refletem o prazer sensorial que os clien- tes obtêm de produtos e serviços. Os clientes podem gostar de jogar futebol ou de receber uma massagem. Produtos como motocicletas e lanchas a motor oferecem benefícios experimentais por meio da descarga de adrenalina obtida quando são usados. Comidas saborosas, perfumes agradáveis, roupas confortá- veis, belas obras de arte e música empolgante podem oferecer esses benefícios experimentais6. Muitos produtos têm o potencial de proporcionar os quatro tipos de benefícios. Por exemplo, a pasta de dentes oferece o benefício funcional de deixar os dentes lim- pos, o benefício social de ter um sorriso atraente, o benefício pessoal de ter certeza de sua saúde bucal e o benefício experimental de um sabor agradável de menta na boca. Os pro� ssionais de marketing de pastas de dentes têm enfatizado todos esses benefí- cios em diferentes campanhas publicitárias. Os pro� ssionais de marketing voltados para o valor podem aumentar os bene- fícios para os clientes a � m de criar um valor superior. Por exemplo, a Zane’s Cycles tornou-se uma grande revendedora independente de bicicletas, centrando-se em ofe- recer benefícios superiores para os clientes. Enquanto as grandes cadeias de varejo estavam esmagando outros revendedores independentes, a Zane’s oferecia garantia permanente para as peças e serviços comprados no local. Chris Zane, o proprietário benefícios pessoais Os bons sentimentos que os clientes experimentam pela compra, propriedade e uso de produtos, ou pelo recebimento de serviços. p FIGURA 1.3 Criando valor para os clientes MARKETING VOLTADO PARA O VALOR VALOR SUPERIOR VALOR INFERIOR MONETÁRIOS TEMPORAIS PSICOLÓGICOS COMPORTAMENTAISFUNCIONAIS SOCIAIS PESSOAIS EXPERIMENTAIS BENEFÍCIOS CUSTOS benefícios experimentais O prazer sensorial que os clientes obtêm com produtos e serviços. p capitulo1e.indd 16 21.06.10 16:17:00 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 17 da loja, a�rmava que as compras feitas pelos clientes ao longo da vida superavam em muito os custos de substituir algumas peças. A Zane’s também oferecia dentro da loja um co�ee bar e uma área de lazer para manter as crianças entretidas enquanto seus pais compravam produtos ou esperavam por consertos. Como resultado da orienta- ção voltada para o valor da Zane’s, as vendas cresceram 25% ao ano7. Tipos de custos. Como é mostrado na Figura 1.3, há também pelo menos quatro categorias de custos que podem in�uenciar o valor percebido pelos clientes. 1. Custos monetários. Referem-se à quantidade de dinheiro que os clientes devem pagar para receber produtos e serviços. Incluem o preço do produto ou serviço, taxas de transporte e instalação, pagamentos por consertos e juros pagos por compras a crédito. Os custos monetários também incluem os riscos de perda financeira por falha ou mau desempenho do produto. Os compradores organiza- cionais muitas vezes consideram os custos monetários como um critério primário de decisão. Em alguns casos, porém, altos custos monetários na verdade aumentam o valor dos produtos e serviços. Isso acontece quando o pagamento de altos preços dá ao cliente benefícios sociais e experimentais. Similarmente, alguns clientes veem produ- tos de preço elevado como tendo qualidade superior. Comprando os produtos mais caros, eles reduzem seus custos de compra. 2. Custos temporais. O tempo é valioso para a maioria das pessoas. O tempo gasto comprando produtos e, se necessário, esperando que eles sejam alterados ou consertados poderia ser usado para atividades mais agradáveis ou lucrativas. A espera numa longa �la para passar pelo caixa pode ser considerada uma perda de tempo, assim como aguardar a entrega de uma pizza pode ser desagradável se os clientes estiverem famintos. Paraos compradores organizacionais, o tempo gasto avaliando produtos alternativos e a espera por sua entrega podem ser um custo signi�cativo se ele reduzir a produtividade ou e�ciência da empresa. Entretanto, o tempo gasto fazendo compras ou esperando que um pedido seja entregue nem sempre é um custo. Em situações especiais, alguns clientes gostam de gastar tempo fazendo compras e apreciam a expectativa de aguardar que um produto especial seja entregue. 3. Custos psicológicos. Estes envolvem a energia mental e a tensão incorridas na realização de compras importantes e na aceitação dos riscos de que os produtos e serviços podem não ter o desempenho esperado. A compra de produtos complexos ou caros pode envolver investigação e avaliação de muitas informações e preocupação quanto a fazer as escolhas certas. A espera de um ônibus ou táxi para ir fazer compras também pode ser frustrante. Para alguns clientes, esses esforços são psicologicamente desgastantes, embora, para outros, tomar decisões de compra seja empolgante. Os revendedores de carros que oferecem vendas “sem pechinchas” agradam a clientes que desejam baixar seus custos psicológicos. Ressalte-se também que os comprado- res organizacionais podem �car sob grande pressão para comprar os produtos certos pelos preços certos. 4. Custos comportamentais. A compra de produtos e serviços geralmente re- quer algum nível de atividade física. Os custos dessas atividades são aumentados se os clientes tiverem de se deslocar por um longo caminho para ir a shopping centers, estacionar em lugares afastados e caminhar grandes distâncias, andar por muitos cor- redores à procura de produtos e �car de pé por longos períodos esperando para pagar custos monetários A quantidade de dinheiro que os clientes pagam para receber produtos e serviços. p custos temporais O tempo gasto comprando produtos e serviços. p custos psicológicos A energia e a tensão mentais envolvidas em fazer compras e aceitar os riscos dos produtos. p custos comportamentais A energia física que os clientes despendem para comprar produtos e serviços. p capitulo1e.indd 17 21.06.10 16:17:00 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing18 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes pelas compras. Os compradores organizacionais que precisam viajar pelo mundo para inspecionar várias fábricas e produtos podem despender uma energia considerável apenas entrando e saindo de aeroportos. Claro que a energia física usada nas compras nem sempre é um custo, uma vez que alguns clientes gostam de caminhar em shoppings ou em lojas e fazem isso por prazer ou até mesmo para se exercitar. Os custos temporais, psicológicos e de atividade física podem ser considerados coletivamente como custos de transação ou custos da compra. Os pro� ssionais de marketing podem aumentar o valor para os clientes tra- balhando em um, no outro ou em ambos os lados da equação de valor. Como há vários benefícios e custos diferentes, existem muitas combinações de estratégias para criar um valor superior para o cliente. Por exemplo, os benefícios funcio- nais podem ser melhorados em relação a produtos existentes ou concorrentes pela oferta de qualidade superior, características adicionais ou uma embalagem mais conveniente. Os benefícios sociais podem ser aumentados criando imagens posi- tivas para os produtos. Os benefícios pessoais podem ser aumentados enfatizando o prazer que outros obtêm com o produto e sugerindo que os clientes que com- prarem terão as mesmas boas sensações. Os benefícios experimentais podem ser aumentados melhorando as experiências sensoriais envolvidas no uso de produtos e recebimento de serviços. Os pro� ssionais de marketing também podem melhorar o valor baixando os custos dos produtos para os clientes. Os custos monetários podem ser diminuídos pela redução de preços, diminuição das taxas de juros em compras a crédito ou oferta de entrega ou instalação gratuita. Empresas de cereais matinais, por exemplo, baixaram seus preços para aumentar o valor para o cliente em relação aos preços e alternativas anteriores de alimentos matinais. Os custos de compra podem ser reduzidos tornando-se os produtos e serviços mais fáceis de comprar. Isso pode ser conseguido, por exemplo, comercializando por catálogos ou pela Internet; reduzin- do o número de marcas e tamanhos diferentes disponíveis, como fez a Procter & Gamble; localizando as lojas de maneira conveniente; aceitando cartões de crédito; tendo mais caixas registradoras em funcionamento; e tornando os produtos e servi- ços amplamente disponíveis. Como é mostrado na Figura 1.4, a oferta de um valor superior para os clientes pode deixá-los satisfeitos ou mesmo encantados. Isso pode conduzir à � delidade, o que é desejável, uma vez que manter os clientes atuais é muito mais e� ciente do que atrair novos clientes. Por � m, a � delidade dos clientes leva a relações duradouras e lucrativas entre clientes e empresas. Em suma, o marketing voltado para o valor é projetado para oferecer uma melhor orientação para as organizações alcançarem seus objetivos. Quais são as orientações tradicionais de marketing? Embora outros tipos de marketing estejam sendo discutidos, o foco principal deste livro é o marketing organizacional visando a lucros, no nível do micromarketing. Como tal, seu foco primário é sobre a administração de marketing, envolvendo o que as empresas fazem e devem fazer para criar valor para os clientes e alcançar Valor superior para o cliente Satisfação e prazer do cliente Fidelidade do cliente Relações duradouras e lucrativas Valor superior para o cliente Valor superior para o cliente SatisfaçSatisfaçãoão e prazer e prazer do clientedo cliente Satisfação e prazer do cliente Fidelidade do cliente Fidelidade do cliente RelaçRelaçõesões duradouras duradouras e lucrativase lucrativas Relações duradouras e lucrativas custos de transação (compra) A combinação de custos temporais, psicológicos e comportamentais. p FIGURA 1.4 As consequências de um valor superior para os clientes administração de marketing O processo de estabelecer metas de marketing para uma organização e planejar, implementar e controlar as estratégias para alcançá-las. p capitulo1e.indd 18 21.06.10 16:17:03 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 19 seus objetivos. Em geral, essas tarefas incluem (l) desenvolver planos e estratégias de marketing e (2) executar atividades de marketing para implementá-los e con- trolá-los. A Figura 1.5 oferece uma visão geral do processo de administração de marketing e mostra os capítulos deste texto dedicados à discussão de cada tópico. Desenvolvendo planos e estratégias de marketing Planos de marketing são documentos criados por organizações para registrar os resultados e conclusões das análises ambientais e detalhar estratégias de marketing e os resultados pretendidos por elas. A parte de estratégia de marketing dos planos inclui formulações de objetivos de marketing, análises de clientes e mercados e com- postos de marketing sugeridos para atingir os objetivos. Compostos de marketing são combinações de ferramentas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar metas organizacionais. Os planos de marketing também devem incluir or- çamentos, previsões de vendas e lucros e qualquer outro objetivo que possa ser usado para avaliar o sucesso ou fracasso. A Parte 1 deste livro discute o marketing voltado para o valor e as abordagens para a análise de ambientes e oportunidades globais. O planejamento de marketing e seu papel na estratégia empresarial também são examinados. Compreendendo clientes e mercados O marketing voltado para o valor enfatiza a importância de compreender clientes emercados. Para isso, os pro�ssionais de marketing precisam pesquisar os clientes, • • Desenvolvendo Compostos de Marketing Produto (Capítulos 9-11) Preço (Capítulos 12-13) Distribuição (Capítulos 14-16) Promoção (Capítulos 17-19) Ententendo Clientes e Mercados (Capítulos 5-8) Implementando e Controlando as Atividades de Marketing (Capítulos 20) Desenvolvendo Planos e Estratégias de Marketing (Capítulos 1-4) Desenvolvendo Compostos de Marketing Produto (Capítulos 9-11) Preço (Capítulos 12-13) Distribuição (Capítulos 14-16) Promoção (Capítulos 17-19) Ententendo Clientes e Mercados (Capítulos 5-8) Implementando e Controlando as Atividades de Marketing (Capítulos 20) Desenvolvendo Planos e Estratégias de Marketing (Capítulos 1-4) plano de marketing Um documento criado por uma organização para registrar os resultados e conclus~es da anjlise ambiental e detalhar a estratégia de marketing planejada e os resultados pretendidos por ela. p FIGURA 1.5 Uma visão geral da administração de marketing capitulo1e.indd 19 21.06.10 16:17:05 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing20 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes dividi-los em segmentos e selecionar os grupos que serão atendidos. Os grupos sele- cionados são chamados de mercados-alvo. A Parte 2 do livro descreve as ferramentas e técnicas de pesquisa de marketing e oferece discussões sobre o comportamento do consumidor e de compradores organi- zacionais. Conclui com uma discussão sobre as maneiras de segmentar mercados para criar valor para os clientes. Desenvolvendo compostos de marketing Como foi observado, um composto de marketing é uma combinação de fer- ramentas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar os obje- tivos da organização. Há quatro ferramentas ou elementos primários no compos- to de marketing: produto, preço, [ponto de] distribuição e promoção. Como é mostrado na Figura 1.6, esses elementos, também chamados de “quatro Ps”, de- vem ser combinados de forma coerente para obter a máxima eficácia. Sua impor- tância é evidenciada pelo fato de que mais da metade do livro (Partes 3 a 6) é dedicada a eles. O elemento produto refere-se ao que os pro�ssionais de marketing oferecem ao cliente. Essa parte do livro é dividida em três áreas: a administração de produtos exis- tentes, de novos produtos e de serviços. O elemento preço refere-se à quantidade de dinheiro ou outros recursos que os pro�ssionais de marketing pedem por aquilo que oferecem. Essa parte do livro discu- te os fundamentos sobre preços e gerenciamento de preços. O elemento distribuição, ou canais de distribuição, refere-se a como produtos e serviços são entregues aos mercados para se tornarem disponíveis para trocas. Essa parte do livro discute a administração de canais de distribuição e atacado e distribui- ção física e varejo. O elemento promoção, ou comunicação, refere-se a como os pro�ssionais de marketing informam, convencem e lembram os clientes sobre produtos e serviços. Essa parte do livro discute a comunicação integrada de marketing, propaganda, promoção de vendas e publicidade. Também oferece uma visão geral de vendas pessoais e administração de vendas. • Mercado- -Alvo Produto Pr om oç ão Pr eç o Ponto de distribuição Mercado- -Alvo Produto Pr om oç ão Pr eç o Ponto de distribuição composto de marketing As ferramentas estratégicas que uma empresa utiliza para criar valor para os clientes e alcançar os objetivos organizacionais. p produto Algo oferecido por profissionais de marOetinK para clientes com propósito de troca. preço A quantidade de dinheiro ou outros recursos que deve ser dada em troca de produtos e serviços. distribuição Os canais de distribuição usados para levar produtos e serviços ao mercado. promoção Os meios pessoais e impessoais usados para informar, convencer e lembrar os clientes sobre produtos e serviços. p p p p FIGURA 1.6 Os quatro Ps capitulo1e.indd 20 21.06.10 16:17:07 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 21 Implementando e controlando as atividades de marketing Os planos de marketing devem ser implementados a �m de ser e�cazes e pre- cisam ser avaliados para ver como estão funcionando. Embora o marketing voltado para o valor enfatize a melhoria contínua, ele também reconhece a necessidade de revisar periodicamente o sucesso geral de planos e estratégias. A Parte 7 deste livro discute maneiras para avaliar a e�cácia das atividades de marketing. Isso é feito pela execução de estratégias, comparação de seus resultados com os objetivos e previsões e realização de mudanças para melhorá-las. • Marketing é o processo de planejar e executar a concep- ção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços a �m de criar trocas que satisfaçam me- tas individuais e organizacionais. Há vários tipos de marketing com ou sem �ns lucrativos, tais como marketing de produtos, serviços, pessoas, lugares, causas e organizações. A análise de marketing pode ser feita com bons resultados nos níveis global, nacional, organizacional, de produto e de marca. As orientações tradicionais do marketing são no sentido da produção, vendas e marketing. A orientação para a produ- ção centra-se em produzir bens e serviços e�cientemente, in- formando os clientes sobre eles e esperando que os clientes os comprem. A orientação para vendas concentra-se em produzir bens e serviços e levar os clientes a comprá-los. A orientação para marketing preocupa-se em descobrir o que os clientes precisam e desejam, produzir os bens e serviços que eles dizem precisar e desejar e oferecê-los a eles. O marketing voltado para o valor centra-se em compreender os clientes e ambientes, criar um valor superior para os clientes e, quando apropriado, construir relacionamentos duradouros. O marketing voltado para o valor baseia-se em seis princípios que incentivam os pro�ssionais de marketing a (l) concentrar- se na criação e entrega de valor para o cliente; (2) oferecer aos clientes um valor maior do que os concorrentes oferecem; (3) mudar ambientes, quando necessário, para melhorar as chan- ces de sucesso; (4) usar equipes interfuncionais quando elas melhoram a e�ciência e e�cácia das atividades de marketing; (5) melhorar continuamente o planejamento, implementação e controle de marketing; e (6) considerar o impacto das ativida- des de marketing sobre outros stakeholders. O valor para o cliente é a diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios e quanto aos custos de comprar e usar produtos e serviços. Os benefícios típicos para o cliente são funcionais, sociais, pessoais e experimentais. Os custos tí- picos para o cliente são monetários, temporais, psicológicos e comportamentais. Administração de marketing é o que as empresas fazem e devem fazer para criar valor para os clientes e alcançar seus objetivos. Inclui o desenvolvimento de planos e estratégias de marketing, o entendimento dos clientes e mercados, o desen- volvimento de compostos de marketing e a implementação e controle de atividades de marketing. marketing (p. 4) troca (p. 4) compradores organizacionais (p. 4) consumidores (p. 4) necessidades (p. 4) desejos (p. 4) macromarketing (p. 6) micromarketing (p. 6) orientação para produção (p. 6) orientação para vendas (p. 7) orientação para marketing (p. 9) conceito de marketing (p. 9) marketing voltado para o valor (p. 10) relacionamentos diretos (p. 10) relacionamentos indiretos (p. 10) stakeholders (p. 13) valor para o cliente (p. 13) benefícios funcionais (p. 15) benefícios sociais (p. 15) benefícios pessoais (p. 16) benefícios experimentais (p.16) custos monetários (p. 17) custos temporais (p. 17) custos psicológicos (p. 17) custos comportamentais (p. 17) custos de transação (compra) (p. 18) administração de marketing (p. 18) plano de marketing (p. 19) composto de marketing (p. 20) produto (p. 20) preço (p. 20) distribuição (p. 20) promoção (p. 20) Resumo Termos e conceitos importantes capitulo1e.indd 21 21.06.10 16:17:07 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing22 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 1. Reveja a de�nição de marketing da American Marketing Association e explique com suas próprias palavras o que ela signi�ca. 2. Descreva os seis tipos de marketing e ofereça um exemplo de cada. 3. Explique as três orientações tradicionais do marketing e ofereça um exemplo de empresa que utilize cada uma delas. 4. Como uma loja de patins poderia criar valor superior para seus clientes em relação a outras lojas? 5. Quais são os seis princípios do marketing voltado para o valor? 6. Identi�que e descreva os quatro tipos de benefícios que os clientes podem procurar ao comprar produtos e serviços. Dê exemplos desses benefícios para vários produtos e ser- viços. 7. Identi�que e descreva os quatro tipos de custos que os clientes podem procurar reduzir ao comprar produtos e serviços. Como esses custos poderiam ser reduzidos na compra de um computador pessoal? 8. Como um comerciante de material de papelaria de alta qualidade poderia criar valor superior para os clientes? 9. Dê dois exemplos de situações de compra em que você te- nha levado em consideração vários tipos de benefícios e custos ao fazer sua seleção. 10. Descreva sucintamente os quatro elementos do composto de marketing. Questões para revisão e discussão Para re�etir sobre o marketing voltado para o valor, primeiro comece a pensar no que você valoriza. Em sua próxima ida ao supermercado, observe como a loja tenta criar valor para você e anote suas observações. Essas tenta- tivas podem incluir cartazes de boas-vindas na porta, insta- lação de leitores de barras para ajudá-lo a conferir o preço de determinado produto, oferta de serviços de confeitaria por encomenda, informações sobre reduções de preços etc. Quando você anotar essas iniciativas, anote também sua reação a elas. Você acha que elas acrescentam valor a essa loja ou não? Anote as táticas que criam valor para você e faça recomendações por escrito sobre outras maneiras com que o supermercado poderia oferecer valor para você como um cliente frequente. Elaborando um projeto Estudo de caso — Criando valor para shoppings Em muitos lugares do mundo, os shopping centers enfren- tam uma fase ruim por não conseguir atrair novos negócios — lojas desejando alugar espaços — ou os consumidores de que precisam para sobreviver e ter lucros. Um shopping que enfrentou esse problema foi o Methuen Mall em Massachu- setts, onde as lojas de departamentos �caram vazias e as lojas menores mal podiam se manter. Nessas circunstâncias, o pro- prietário do shopping, Metlife, decidiu adotar uma abordagem diferente para oferecer valor aos varejistas e consumidores. Metlife alugou para Marvin Getman — presidente de uma or- ganização que cria exposições comerciais e promoções — um espaço de 13.940 metros quadrados, que foi chamado de Valley Expo Center. O Expo Center começou a promover eventos como expo- sições de barcos, utilidades domésticas, carros de passeio, ar- tigos para noivas, feiras de artesanato e, até mesmo, um bazar. Em vez de ter de viajar para cidades maiores para participar de tais eventos, os residentes das comunidades circunvizinhas poderiam chegar com facilidade ao shopping, desfrutar o es- tacionamento grátis, ter fácil acesso à praça de alimentação e descansar. Todos esses fatores criaram valor para as lojas do shopping, atraindo compradores potenciais. Esse tipo de atenção ao que os compradores querem e ao que os varejistas precisam foi utilizado em outros shoppings também. Alguns atraíram locatários inusitados, como biblio- tecas, bancos, centros médicos, museus e centros de atendi- mento infantil. Outros chegaram, até mesmo, a formar clubes de caminhadas diárias para cidadãos idosos, que desejam se exercitar em um ambiente seguro e controlado e aumentar seu círculo social. O fato de esses shoppings estarem assumin- do características do antes esquecido centro comercial não é acidental: os desenvolvedores de shopping centers perceberam que muitos compradores sentem falta da conveniência e do as- pecto social de fazer compras em seu próprio centro comercial municipal. “O verdadeiro ganhador nesse tipo de situação é o consumidor”, diz Mark Schoifet, porta-voz do Conselho Inter- nacional de Shopping Centers. Varejistas e desenvolvedores de shoppings também ganham. Ao adotar a abordagem do valor para o marketing do estabelecimento, criam trocas que se traduzem em lucros. capitulo1e.indd 22 21.06.10 16:17:08 CAPÍTULO 1 • Marketing: Criando Valor para os Clientes 23 Você acha que a instalação de um centro de exposições acrescentaria valor a qualquer shopping center? Justi�que. Além dos tipos de eventos mencionados acima, que outros você acha que poderiam acrescentar valor ao shopping? Você gosta de fazer compras em shopping centers? Por quê? As lojas oferecem produtos ou serviços que você deseja ou precisa? Os custos temporais são muito altos (isto é, você tem de se deslocar por uma distância muito grande)? Você obtém algum tipo de benefício pessoal ou experimental ao fazer compras num shopping center? 1. 2. 3. *onte: 8ina Cassid]� ±8rouFled Mall turns to event�t]pe tenant²� in The Boston Globe, p. 65, reimpresso por cortesia de The Boston Globe. EXPLORE MAIS E\plore mais procurando ±Shoppings, Valor² ou ±Malls, Value” na Internet. Perguntas capitulo1e.indd 23 21.06.10 16:17:09 Análise Ambiental ESQUEMA DO CAPÍTULO Analisando o ambiente Conteúdo da análise ambiental Âmbito da análise ambiental O ambiente econômico Ciclos de negócios e padrões de gastos Renda do consumidor O ambiente político e legal Leis que afetam o marketing Regulamentação do marketing -n¾ usncias soFre leis e reKulamentap~es Ações judiciais Fatores políticos e legais no ambiente global O ambiente social 8endsncias demoKrjfi cas Responsabilidade social e ética O ambiente natural Disponibilidade de recursos Responsabilidade com o ambiente natural O ambiente tecnológico Tecnologia de informações Fatores tecnológicos no ambiente global Tecnologia e valor O ambiente competitivo 8ipos de concorrsncia Forças competitivas Concorrsncia no ambiente global Resumo OBJETIVOS DO CAPÍTULO Depois de concluir este capítulo� vocs deve ser capa^ de: E\plicar como os profi ssionais de marOetinK e\aminam e analisam o ambiente. Descrever o ambiente econômico em termos de ciclos de negócios, padrões de gastos e renda dos consumidores. Descrever o ambiente político e legal, incluindo leis e regulamentações que afetam o marketing. 6esumir as principais tendsncias demoKrjfi cas de interesse para os profi ssionais de marOetinK� Discutir o efeito de valores culturais sobre o marketing. -dentifi car e avaliar quest~es qticas e de responsaFilidade social em marketing. Defi nir o amFiente natural e identifi car maneiras como os profi ssionais de marOetinK podem lidar com as preocupações com esse ambiente. Avaliar como a tecnologia afeta o marketing. -dentifi car as dimens~es competitivas e sua importlncia para os profi ssionais de marOeting. • 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. CA PÍ TU LO 2 capitulo2f.indd 24 21.06.10 16:31:07 Serviços de saúde: atendendo pacientes em casa Duas americanas viram uma oportu- nidade: oJerecer serviposde sade em domicílio, por um custo menor do que uma estada num hospital. Na Califórnia, Mary Jane Stumpf fundou a M. J. Nur- sinK 6eKistr] porque� di^ ela� ±quanto mais aprendemos soFre assistsncia em casa, mais percebemos como ela é me- lhor para os pacientes e seus familia- res”. Em Ohio, Chris Morley fundou o Tender Care Doula Service, um ser- vipo que oJerece assistsncia pzs�par- to em casa para as novas mães. Com mais hospitais e companhias de segu- ros exigindo a dispensa rápida de mães e FeFss� Morle] viu a oportunidade de preencher uma lacuna nos serviços de saú- de. Morley pode oferecer 20 horas de assistsncia domqstica personali^ada para uma nova mãe (quatro horas por dia durante cinco dias) por menos do que custaria apenas um dia no hospital. Isso é valor não só para a paciente, mas também para as companhias de seguro. Morley espera que, no futuro próximo, seu tipo de assistsncia venLa a se tor- nar ±a norma no setor de seKuros²� Stumpf e Morley construíram seus negócios no mercado mutável da as- sistsncia de sade� um dos setores que mais vsm crescendo no mundo todo (só nos Estados Unidos, em pouco mais de de^ anos� seu Jaturamento passou de 10 bilhões para 60 bilhões de dóla- res). Maior disponibilidade de serviços de saúde domésticos, tecnologia mais avançada, baixo custo e, em muitos ca- sos� melLor assistsncia Joram Jatores que influenciaram o crescimento do setor� %lqm disso� a assistsncia mqdica é um assunto político quente — todos concordam que o sistema está doente, mas ninguém chega a um acordo sobre como curá-lo. Os empreendedores levaram em conta todos esses fatores — que for- mam o ambiente — ao desenvolver serviços destinados a proporcionar o maior valor para seus clientes� ±8e- mos que nos preocupar mais com os pacientes do que com o dinheiro”, co- menta Stumpf. Kaye Daniels, diretora de uma associação e presidente de uma aKsncia para trata- mento médico domiciliar, aconselha os profissionais de marketing interessa- dos em entrar nesse negócio a perma- necer atuali^ados em relapno a todas as forças externas que podem afetar o modo como eles Jornecem servipos: ±Monte seu neKzcio tendo a comuni- dade em mente e altere seus serviços conforme os ciclos na comunidade ou no setor e\iKirem²� Enquanto ls este capítulo, pense em como fatores am- bientais influenciam planos, estratégias e atividades de marketing. *onte: +a]le 7ato 7todder� ±;Lat s´ Lot²� in Entrepre- neur fevereiro de 1996, pp. 102,106 e 107. EXPLORE MAIS Explore mais em www.nahc.org CRIANDO VALOR PARA OS CLIENTES capitulo2f.indd 25 21.06.10 16:31:09 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing26 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental VISÃO GERAL DO CAPÍTULO Fatores externos como os encontrados pelas empresas de tratamento médico em domicílio são importantes para todos os tipos de organizações. Juntos, eles cons- tituem o ambiente externo do marketing: os fatores econômicos, políticos e legais, sociais, naturais, tecnológicos e competitivos que afetam os esforços de marketing globais e domésticos de uma organização. Este capítulo discute várias dimensões do ambiente externo. No ambiente eco- nômico, as condições de negócios in�uenciam padrões de gastos e produção, assim como a quantidade de dinheiro que os consumidores têm para gastar. No ambiente político e legal, leis, regulamentações e pressões dos clientes in�uenciam as ativi- dades dos pro�ssionais de marketing. O ambiente social inclui as características das pessoas no mercado, como seus valores e crenças, além de suas expectativas quanto a um comportamento ético e socialmente responsável. O ambiente natural inclui os recursos exigidos e afetados pelas organizações. O ambiente tecnológico compõe-se do conhecimento e ferramentas disponíveis para executar atividades or- ganizacionais e de marketing. Por �m, o ambiente competitivo consiste em outras organizações que podem satisfazer a demanda do mercado. Identi�caremos, assim, os tipos de informação de que os pro�ssionais de marketing precisam para analisar cada uma dessas dimensões. Analisando o ambiente Numa entrevista à Newsweek, Tom Magliozzi, co-apresentador de um programa sobre carros, disse sobre a General Motors: “Eles podem fazer um bom carro se qui- serem. Só que eles não sabem o que fazer... Eles perderam de vista quem os clientes são”. Seu colega e irmão, Ray Magliozzi, continuou: “Eles acham que todos os clientes vivem em Michigan. A hierarquia da GM é composta basicamente de homens”. Tom interveio: “Simplesmente não há tantas pessoas que possam comprar um Cadillac. Então para que eles estão perdendo tempo, fabricando um maravilhoso Cadillac? Que façam um maravilhoso Cavalier”1. A forte crítica de Tom e Ray sugeria que os gerentes da GM não estavam cientes do que os clientes queriam. Para os irmãos Magliozzi, a GM havia falhado em seus esforços para compreender os clientes e como eles mudam. Para fazer isso, a GM e outras empresas precisam examinar o ambiente. Análise ambiental é a prática de ras- trear as mudanças no ambiente que possam afetar uma organização e seus mercados. Essas mudanças ocorrem em todas as dimensões do ambiente externo — econômica, política e legal, social, natural, tecnológica e competitiva —, como é mostrado na Figura 2.1. Os pro�ssionais de marketing devem examinar todas as dimensões do ambiente externo. As informações resultantes podem ajudá-los a identi�car as oportunidades para servir melhor seus mercados, criando valor superior. A análise também pode ajudar a identi�car ameaças à capacidade de uma organização em manter sua vanta- gem competitiva, sobreviver e prosperar. O ambiente externo afeta não só o que as organizações podem ou devem fazer, mas também o comportamento de consumido- res e compradores organizacionais. O ambiente externo in�uencia como esses com- pradores avaliam o valor das trocas que realizam. • A m biente Ambiente A m bi en tetecnológico natural so ci al A m bi en te Ambiente Am biente político co m p et iti vo e conômico e legal Estratégia de marketing Comporta- mento e valor para o cliente A m biente Ambiente A m bi en tetecnológico natural so ci al A m bi en te Ambiente Am biente político co m p et iti vo e conômico e legal Estratégia de marketing Comporta- mento e valor para o cliente análise ambiental A prática de rastrear as mudanças externas que podem afetar o mercado, incluindo demanda por bens e serviços. p capitulo2f.indd 26 21.06.10 16:31:11 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 27 VISÃO GERAL DO CAPÍTULO Fatores externos como os encontrados pelas empresas de tratamento médico em domicílio são importantes para todos os tipos de organizações. Juntos, eles cons- tituem o ambiente externo do marketing: os fatores econômicos, políticos e legais, sociais, naturais, tecnológicos e competitivos que afetam os esforços de marketing globais e domésticos de uma organização. Este capítulo discute várias dimensões do ambiente externo. No ambiente eco- nômico, as condições de negócios in�uenciam padrões de gastos e produção, assim como a quantidade de dinheiro que os consumidores têm para gastar. No ambiente político e legal, leis, regulamentações e pressões dos clientes in�uenciam as ativi- dades dos pro�ssionais de marketing. O ambiente social inclui as características das pessoas no mercado, como seus valores e crenças, alémde suas expectativas quanto a um comportamento ético e socialmente responsável. O ambiente natural inclui os recursos exigidos e afetados pelas organizações. O ambiente tecnológico compõe-se do conhecimento e ferramentas disponíveis para executar atividades or- ganizacionais e de marketing. Por �m, o ambiente competitivo consiste em outras organizações que podem satisfazer a demanda do mercado. Identi�caremos, assim, os tipos de informação de que os pro�ssionais de marketing precisam para analisar cada uma dessas dimensões. Analisando o ambiente Numa entrevista à Newsweek, Tom Magliozzi, co-apresentador de um programa sobre carros, disse sobre a General Motors: “Eles podem fazer um bom carro se qui- serem. Só que eles não sabem o que fazer... Eles perderam de vista quem os clientes são”. Seu colega e irmão, Ray Magliozzi, continuou: “Eles acham que todos os clientes vivem em Michigan. A hierarquia da GM é composta basicamente de homens”. Tom interveio: “Simplesmente não há tantas pessoas que possam comprar um Cadillac. Então para que eles estão perdendo tempo, fabricando um maravilhoso Cadillac? Que façam um maravilhoso Cavalier”1. A forte crítica de Tom e Ray sugeria que os gerentes da GM não estavam cientes do que os clientes queriam. Para os irmãos Magliozzi, a GM havia falhado em seus esforços para compreender os clientes e como eles mudam. Para fazer isso, a GM e outras empresas precisam examinar o ambiente. Análise ambiental é a prática de ras- trear as mudanças no ambiente que possam afetar uma organização e seus mercados. Essas mudanças ocorrem em todas as dimensões do ambiente externo — econômica, política e legal, social, natural, tecnológica e competitiva —, como é mostrado na Figura 2.1. Os pro�ssionais de marketing devem examinar todas as dimensões do ambiente externo. As informações resultantes podem ajudá-los a identi�car as oportunidades para servir melhor seus mercados, criando valor superior. A análise também pode ajudar a identi�car ameaças à capacidade de uma organização em manter sua vanta- gem competitiva, sobreviver e prosperar. O ambiente externo afeta não só o que as organizações podem ou devem fazer, mas também o comportamento de consumido- res e compradores organizacionais. O ambiente externo in�uencia como esses com- pradores avaliam o valor das trocas que realizam. • A m biente Ambiente A m bi en tetecnológico natural so ci al A m bi en te Ambiente Am biente político co m p et iti vo e conômico e legal Estratégia de marketing Comporta- mento e valor para o cliente A m biente Ambiente A m bi en tetecnológico natural so ci al A m bi en te Ambiente Am biente político co m p et iti vo e conômico e legal Estratégia de marketing Comporta- mento e valor para o cliente No setor dinâmico das telecomunicações, por exemplo, a análise ambiental é essencial para a sobrevivência. Assim, algumas empresas utilizam-se de relatórios diários, feitos por empresas terceirizadas, baseados em todos os jornais e comer- ciais de TV da região desejada, à procura de indícios de que um concorrente tenha lançado um novo serviço. Todas as manhãs, Ron Serrano, vice-presidente sênior da SNET (Southern New England Telephone Company), combina essas informações com estatísticas recentes sobre participação no mercado e relató- rios de funcionários. O objetivo da SNET é contrapor-se a qualquer investida da concorrência dentro de um período de 24 horas e, em última instância, ser ela a fornecedora de todas as necessidades de comunicação e lazer das famílias de Connecticut — não apenas telefonemas, mas TV, video games, telefones celulares, serviços de Internet, aluguel de filmes e qualquer outra coisa que possa trafegar por linhas telefônicas2. Conteúdo da análise ambiental A análise ambiental envolve a busca de mudanças que levem a oportuni- dades ou ameaças a uma organização. Ela responde perguntas como: com que frequência a família média janta ou almoça fora? Que leis podem afetar a escolha de determinada embalagem? A demanda por espaço em escritórios tende a au- mentar? Os concorrentes estão planejando introduzir um aparelho de fax com mais recursos ou qualidade superior? A Tabela 2.1 traz algumas das perguntas que poderiam fazer parte da análise ambiental de uma cadeia de lojas de cópias impressas rápidas. Âmbito da análise ambiental Poucas organizações podem se dar ao luxo de limitar sua visão do ambiente ao país em que estão sediadas. Grande parte do crescimento econômico de muitos países nos anos recentes resulta de exportações (nos Estados Unidos esse valor correspon- de a cerca de 70%)3. Até mesmo organizações que comercializam apenas localmente podem ter concorrentes globais. Os pro�ssionais modernos de marketing precisam adotar uma visão global do ambiente externo. • • *-+96% ��- Dimensões do ambiente de marketing capitulo2f.indd 27 21.06.10 16:31:13 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing28 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental TABELA 2.1 Algumas perguntas de análise ambiental para uma cadeia de lojas de cópias impressas rápidas O crescimento econômico mais rápido do mundo está ocorrendo em partes da Ásia e da América Latina, enquanto Estados Unidos, Alemanha e Japão apresentam um cres- cimento mais lento. Além disso, o mundo está se tornando mais uniformemente desen- volvido, criando uma economia global caracterizada por maior diversidade e mudanças mais rápidas4. Os pro�ssionais de marketing não podem mais negligenciar a China, por exemplo. E preciso perguntar, como fez um comentarista recentemente: “O que acontece- rá quando um quinto da humanidade — já os maiores fabricantes de grande número de produtos industriais e alimentícios — realmente começar a industrializar-se e exportar? Quando eles começarem a produzir bens que atinjam o grande público e a infra-estrutura, como carros e sistemas de telecomunicações?”5. Os pro�ssionais de marketing que não �zerem essas perguntas podem se ver alijados de uma enorme fatia do mercado e incons- cientes de alguns de seus mais novos e maiores concorrentes no futuro. O ambiente econômico A economia “amadureceu”. O crescimento rápido que se seguiu à Segunda Guer- ra Mundial não deve se repetir logo. Numa economia de crescimento mais lento, os pro�ssionais de marketing podem ter de conhecer melhor seus clientes para criar valor. Em geral, o ambiente econômico para o marketing envolve a economia como um todo, incluindo ciclos de negócios e padrões de gastos, além de questões referentes à renda do consumidor. Ciclos de negócios e padrões de gastos Aprender sobre o ambiente econômico ajuda os pro�ssionais de marketing a determinar se os clientes estarão dispostos e terão condições de gastar dinheiro em produtos e serviços. Os padrões de gastos estão vinculados ao ciclo de negócios, ou o padrão do nível de atividade econômica, que passa pelas etapas de prosperidade, de recessão e de recuperação. A Figura 2.2 mostra o padrão básico de um ciclo de negó- cios. Em geral, os ciclos de negócios das nações industrializadas tendem a ser parale- los. Porém, grandes convulsões políticas podem ter fortes efeitos sobre as economias de países em desenvolvimento e seus ciclos de negócios. • Ambientes Exemplos de perguntas Econômico Em que estágio do ciclo de negócios estamos? Quais setores com grandes necessidades de cópias impressas estão indo bem no clima econômico atual? Político e legal5ue leis de ^oneamento aJetam nossa possiFilidade de aFrir loNas em jreas de crescimento potencialmente alto? As promessas contidas em nossas propagandas são legais e éticas? Social Conforme a população de nossa comunidade envelhecer, a demanda por serviços de cópias impressas rápidas irá declinar? Nesse caso, que necessidades irão substituí-la? Como podemos incentivar boas relações com a comunidade? Natural Quais são os custos e benefícios de vender produtos que não prejudiquem o meio ambiente, como papel reciclado e cópias com impressão dos dois lados do papel? Tecnológico Que desenvolvimentos tecnológicos podem vir a afetar o setor de cópias impressas e editoração eletrônica? Competitivo Que outras empresas oferecem serviços de cópias impressas dentro de um raio de oito quilômetros? Qual é sua tabela de preços? Que clientes potenciais cuidam de suas próprias necessidades de cópias impressas? Ambientes Exemplos de perguntas Econômico Em que estágio do ciclo de negócios estamos? Quais setores com grandes necessidades de cópias impressas estão indo bem no clima econômico atual? Político e legal 5ue leis de ^oneamento aJetam nossa possiFilidade de aFrir loNas em jreas de crescimento potencialmente alto? As promessas contidas em nossas propagandas são legais e éticas? Social Conforme a população de nossa comunidade envelhecer, a demanda por serviços de cópias impressas rápidas irá declinar? Nesse caso, que necessidades irão substituí-la? Como podemos incentivar boas relações com a comunidade? Natural Quais são os custos e benefícios de vender produtos que não prejudiquem o meio ambiente, como papel reciclado e cópias com impressão dos dois lados do papel? Tecnológico Que desenvolvimentos tecnológicos podem vir a afetar o setor de cópias impressas e editoração eletrônica? Competitivo Que outras empresas oferecem serviços de cópias impressas dentro de um raio de oito quilômetros? Qual é sua tabela de preços? Que clientes potenciais cuidam de suas próprias necessidades de cópias impressas? ambiente econômico A economia em geral, incluindo ciclos de negócios, renda do consumidor e padrões de gastos. p ciclo de negócios O padrão do nível de atividade comercial, que atravessa as etapas de prosperidade, recessão e recuperação. p capitulo2f.indd 28 21.06.10 16:31:14 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 29 Prosperidade. Durante tempos de prosperidade, a produção e o emprego atin- gem níveis altos. Muitos consumidores demandam mais bens e serviços e gastam li- vremente não só em produtos básicos, mas também em artigos de luxo como férias, roupas de grife e lazer. Além disso, eles podem passar para níveis melhores em itens como casas e carros. Muitos consumidores em tempos prósperos querem o “me- lhor” de tudo e estão dispostos a pagar por isso, assim os pro�ssionais de marketing introduzem novas versões de luxo de seus produtos. A in�ação — uma elevação no nível geral de preços — pode ocorrer em qual- quer estágio do ciclo de negócios, mas costuma ser mais pronunciada em períodos de prosperidade. Durante a in�ação, os preços em elevação reduzem a quantidade de bens e serviços que podem ser comprados com cada unidade monetária. Esse é um problema para os clientes se sua renda não acompanhar a taxa de in�ação. Recessão. Durante uma recessão, os consumidores “trancam” suas carteiras (cuidam das suas reservas �nanceiras); a produção diminui e, geralmente, o desemprego aumenta. A demanda de consumo reduzida leva os compradores organizacionais a tam- bém diminuir seus gastos. Ambos os tipos de compradores po- dem limitar-se a comprar o básico e procurar o melhor negócio. Os pro�ssionais de marketing de produtos de marcas pró- prias (marcas de loja) e genéricas podem obter lucros ao criar valor oferecendo boa qualidade por um preço menor que o das marcas tradicionais. Algumas empresas chegam a oferecer “volta ao preço antigo” — reduções de preços que retomam preços an- teriores, mais baixos, para produtos individuais — ou anunciam que não realizaram aumentos de preços ao longo de certo número de anos. Dessa forma, os pro�ssionais de marketing mais enge- nhosos e criativos podem prosperar durante uma recessão. Recuperação. Enquanto a economia se encontra no estágio de recuperação, progredindo da recessão para a prosperidade, os níveis de produção e de empre- go aumentam. Os consumidores e compradores organizacionais podem ter mais dinheiro para gastar, mas normalmente estão ainda relutantes em aumentar suas compras. Certamente lembrando-se da recessão recente e com receio de outra que- da, muitos empenham-se mais ainda em poupar dinheiro e comprar poucos itens a crédito. Conforme a economia torna-se mais forte, os compradores começam a relaxar e a gastar mais livremente, e a prosperidade pode retornar. Nível de atividade comercial Prosperidade Prosperidade Recuperação Recessão Recessão Tempo Nível de atividade comercial Prosperidade Prosperidade Recuperação Recessão Recessão Tempo *-+96% ��� Padrão básico de um ciclo de negócios inflação Uma elevação no nível geral de preços. p capitulo2f.indd 29 21.06.10 16:31:17 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing30 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental Renda do consumidor Embora os ciclos de negócios re�itam a saúde geral da economia, a renda indivi- dual das famílias in�uencia a probabilidade de os consumidores comprarem produtos ou não. Tendo isso em vista, os pro�ssionais de marketing interessam-se por três me- didas da renda do consumidor: renda bruta, renda disponível e renda discricionária. Renda bruta. A quantia total de moeda ganha em um ano por um indivíduo ou fa- mília é a renda bruta dessa pessoa ou família. A Figura 2.3 mostra a renda bruta média de famílias brasileiras a partir da década de 1970. O parâmetro “reais correntes” signi�ca os reais efetivos que a família brasileira média ganhou a cada ano. Essa medida da renda não faz muito sentido no Brasil devido às grandes in�ações que tivemos; como mostra a �gura, valores anteriores a 1993 são praticamente iguais a zero. Em contraste, o parâmetro “reais constantes” mede o poder de compra real da família brasileira média; é a renda ajustada de acordo com a in�ação, e permite comparação entre períodos. Em outras palavras, hoje as famílias brasileiras estão ganhando mais e têm um poder de compra maior. *onte: &anco Central do &rasil e -&+E� Além de mostrar tendências ao longo do tempo, medidas da renda bruta ajudam os pro�ssionais de marketing a dividir o mercado em vários grupos de renda. Eles po- dem estar interessados em direcionar-se para consumidores em determinados níveis de renda, por exemplo. Renda disponível. Como todo pagador de impostos sabe, a renda bruta nos con- fere um poder de compra acima do real. Antes de gastarmos, o governo tributa nossa renda. A renda disponível é o dinheiro que sobra para um indivíduo ou família depois do pagamento dos impostos. Esse é o dinheiro que os consumidores podem poupar, ou gastar com aluguel ou prestação de casa própria, produtos alimentícios, roupas e outros bens essenciais ou de luxo. As alíquotas do imposto afetam diretamente a ren- da disponível: impostos mais baixos representam uma renda disponível maior. Quando algumas despesas aumentam ou diminuem, as pessoas mudam o modo como gastam sua renda disponível restante. Por exemplo, quando o preço da energia sobe, as pessoas precisam gastar uma proporção maior de sua renda dispo- nível em gasolina, gás ou eletricidade. Isso deixa menos renda para outras compras. Os consumidores podem tentar reduzir o efeito de preços mais altos da energia comprando, por exemplo, carros que façam mais quilômetros por litro de gasolina e outros produtos mais e�cientes em termos de energia, o que inclui desde lâmpadas de menorpotência a janelas mais amplas. • Ano R en d a p er c ap it a Reais correntes Reais constantes 7000 5000 4000 3000 2000 1000 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 6000 Ano R en d a p er c ap it a Reais correntes Reais constantes 7000 5000 4000 3000 2000 1000 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 6000 renda bruta A quantia total de moeda ganha em um ano por um indivíduo ou família. p *-+96% ��� 8endsncias da renda familiar média no Brasil renda disponível O dinheiro que sobra para um indivíduo ou família depois do pagamento de impostos. p capitulo2f.indd 30 21.06.10 16:31:18 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 31 Renda discricionária. O dinheiro que sobra para os consumidores gastarem depois do pagamento de impostos e das despesas essenciais é chamado de renda discricionária. Nos Estados Unidos, por exemplo, embora quase dois terços de to- das as famílias tenham alguma renda discricionária, aqueles que ganham menos de 50 mil dólares por ano têm uma sobra de menos de 10 mil dólares6. Em geral, a renda discricionária paga férias, hobbies, lazer, roupas de grife, joias, televisão e música, decoração e móveis domésticos, presentes etc. — os extras que tornam a vida mais divertida. A distinção entre renda disponível e renda discricionária é um tanto arbitrária, porque o que uma pessoa vê como necessidade pode ser um luxo para outra. Na dé- cada de 1970, quando apenas 6% das famílias chinesas urbanas possuíam máquina de lavar roupas, esse eletrodoméstico provavelmente era visto como um luxo. Atualmente, esse número subiu para mais de 80% e, portanto, a maioria dos chineses urbanos provavelmente considera uma máquina de lavar roupa como necessidade7. O ambiente político e legal Uma organização não funciona estritamente de acordo com seu próprio conjun- to de regras. Ela tem de servir seus clientes e atender aos governos federal, estaduais e municipais, assim como a grupos de interesses especiais; juntos, estes componentes constituem o ambiente político-legal. Esse ambiente in�uencia as estratégias de marke- ting por meio de leis, regulamentações e pressões políticas. As leis e regulamentações cobrem muitas atividades de marketing, entre elas teste de produtos, embalagem, política de preços, propaganda e vendas para meno- res. Essa submissão ao sistema legal pode tanto limitar as atividades de marketing como ser uma fonte de oportunidades para as organizações que fornecem bens e serviços. A�nal de contas, manter-se dentro das leis não só ajuda as organizações a evitar multas e processos, como também promove a con�ança entre os clientes. Os pro�ssionais de marketing precisam estar familiarizados com as leis e regulamen- tações internacionais, nacionais, estaduais e municipais em áreas onde procuram fazer negócios. Leis que afetam o marketing Embora o governo brasileiro exerça menos controle sobre as atividades empre- sariais do que o de algumas outras nações, ele de�ne limites em muitas áreas. As leis governamentais podem tentar impedir, por exemplo, que o poder da indústria se concentre nas mãos de algumas poucas empresas gigantes. As leis podem também se destinar a proteger os consumidores. A Tabela 2.2 traz algumas leis que governam o marketing no Brasil. A ideia de que os consumidores se bene�ciariam com a desregulamentação da indústria tornou-se popular no �nal da década de 1970 e início de 1980. A desre- gulamentação altera o ambiente externo das empresas. As empresas que conseguem concessões para oferecer serviços telefônicos têm vantagens sobre as outras que não têm autorização para atuar nessa área. Mas mesmo essas empresas têm de estar sem- pre realizando análises ambientais para ajustar sua estratégia de marketing, pois o ambiente muda constantemente. Por exemplo, as operadoras de TV a cabo, com seus próprios cabos e linhas de �bra óptica, podem se tornar um novo concorrente para as companhias telefônicas no ramo de serviços telefônicos8. • renda discricionária O dinheiro que sobra para um indivíduo ou família depois do pagamento de impostos e despesas essenciais. p ambiente político-legal As leis, regulamentações e pressões políticas que afetam as decisões dos profissionais de marOetinK� p capitulo2f.indd 31 21.06.10 16:31:18 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing32 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental TABELA 2.2 Como as leis federais afetam o marketing Promoção da concorrência leal Constituem infrações da ordem econ|mica: (Lei n. 8.884/94, artigo 21, incisos IV, VIII, XX e XIII) • limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado; • combinar preços previamente; interromper ou redu^ir em Krande escala a produpno� sem Nusta causa comprovada; suFordinar a venda de um Fem à aquisipno de outro ou à utili^apno de um serviço. Limitações a estratégia de produto Embalagens de bebidas alcoólicas (Lei n. 9.294/96, artigo 4, § 2º) 3s rztulos das emFalaKens devem tra^er a seKuinte advertsncia: ±Evite o consumo excessivo de álcool”. Oferta de componentes e peças de reposição de um produto (Lei n. 8.078/90, artigo 32) Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. Produtos ou serviços não solicitados (Lei n. 8.078/90, artigo 39, inciso III) É proibido enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto ou fornecer qualquer serviço. Limitações a estratégia de preços Reajuste de preços (Lei n. 8.078/90, artigo 39, inciso X) É proibido elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. Crédito ou concessão de financiamento ao consumidor (Lei n. 8.078/90, artigo 52) O fornecedor deverá informar prévia e adequadamente sobre preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; acréscimos legalmente previstos; número e periodicidade das prestap~es e soma total a paKar� com e sem financiamento� Índice de reajuste (Lei n. 8.078/90, artigo 39, inciso XI) É proibido aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. Limitações a estratégia de distribuição Exibição do preço nos estabelecimentos (Lei n. 8.078/90, artigo 37, § 1º e artigo 52, inciso l) Constituem inJrap~es letras cuNo tamanLo dificultem a perceppno da inJormapno� considerada a distlncia normal de visuali^apno do consumidor; cores de letras e de Jundo em contraste insuficiente; caracteres apaKados� rasurados� Forrados ou ilegíveis; preços apenas em parcelas, obrigando o consumidor ao cálculo do total; preços em moeda estrangeira desacompanhados de sua conversão em moeda corrente nacional; indicativos que deixem dúvidas quanto a quais produtos se referem; indicativos de preços diferentes para o mesmo produto; redapno na vertical ou outro lnKulo que dificulte a perceppno� Venda por telefone ou reembolso postal (Lei n. 8.078/90, artigos 33 e 49) Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utili^ados na transapno comercial� %lqm disso� o consumidor tem sete dias para analisar o produto e, caso não satisfaça suas expectativas, pode devolvs�lo sem qualquer preNuí^o da quantia eventualmente Nj paKa� Produtos impróprios ao uso e consumo (Lei n. 8.078/90, artigos 18 e 64) 7no imprzprios os produtos cuNos pra^os de validade esteNam vencidos� deteriorados� alterados� adulterados� avariados� Jalsificados� corrompidos� fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos; ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentaresde fabricação, distribuição ou apresentapno ou que se revelem inadequados ao fim a que se destinam� Representantes autônomos (Lei n. 8.078/90, artigo 34) O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus propostos ou representantes autônomos. capitulo2f.indd 32 21.06.10 16:31:19 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 33 Limitações à estratégia de promoção Propaganda de produtos fumígeros, bebidas, alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas (Lei n. 9.294/96, artigo 3, § 1º, incisos l, III, IV, VI) 2no suKerir o consumo e\aKerado ou irresponsjvel� 2no Ja^er associapno com celeFrap~es cívicas ou reliKiosas; com maior s\ito na se\ualidade das pessoas; com a prática de esportes olímpicos. Não incluir sons ou imagens com a participação de crianças ou adolescentes ou dirigidas a eles. Propaganda de bebidas alcoólicas (Lei 9.294/96, artigo 4, caput) Só é permitida a propaganda de bebidas alcoólicas nas emissoras de rádio e televisão das 21 h às 6h. Propaganda de medicamentos (Lei 9.294/96, artigo 7, §2º) % propaKanda de medicamentos nno pode conter afirmap~es que nno seNam passíveis de comprovapno científica� nem poderj utili^ar depoimentos de profissionais que nno seNam leKalmente qualificados para Ja^s�los� Propaganda abusiva (Lei n.8.078/90, artigo 37, § 2º) f aFusiva� dentre outras� a puFlicidade discriminatzria de qualquer nature^a� a que incite a violsncia� e\plore o medo ou a superstipno� aproveite�se da deficisncia de NulKamento e e\perisncia da crianpa� desrespeite valores amFientais� ou que seNa capa^ de indu^ir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança. Além das leis federais, os pro�ssionais de marketing precisam estar cientes das leis estaduais e municipais relevantes. Varia de Estado para Estado no Brasil, por exemplo, o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais como shop- pings e bancos; em alguns lugares, como São Paulo, há rodízio de carros e restrição quanto ao horário de circulação de caminhões. Nos Estados Unidos, o Estado do Mai- ne proibiu a venda de caixas individuais de sucos e, em New Hampshire, somente os consumidores que não residem lá podem comprar fogos de artifício. As pessoas também podem fazer pressão para aprovar ou rejeitar leis que afetarão os pro�ssionais de marketing, em assuntos como quando e onde bebidas alcoólicas podem ser vendidas, se as lojas podem permanecer abertas em domingos ou feriados, se devem ser cobrados impostos especiais sobre cigarros e gasolina e se é permitida ou não a colocação de outdoors. Regulamentação do marketing Quando o Legislativo aprova uma lei, os deputados podem estabelecer um ór- gão para aplicar essa lei. O órgão, então, estabelece regulamentações, que são regras com força de lei. Assim, embora as regulamentações sejam preparadas pelo Executi- vo e não pelo Legislativo, os pro�ssionais de marketing estão legalmente obrigados a cumpri-las. Essas regulamentações podem aplicar-se a áreas como propaganda, fabricação, distribuição, preços e vendas de produtos. Regulamentações federais, estaduais e municipais. No nível federal, muitos ór- gãos regulam as operações comerciais. Por exemplo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) procura impedir métodos desleais de concorrência e atos ou práticas desleais ou enganosos, e a Secretaria de Vigilância Sanitária regula a distri- buição e venda de alimentos para assegurar que eles sejam seguros e comercializados honestamente. Regulamentações também são aplicadas nos níveis estadual e municipal. Por exem- plo, leis de zoneamento limitam as localizações em que lojas podem ser construídas. As vezes, as regulamentações federais e estaduais entram em con�ito. Quando, por exem- • regulamentações Regras elaboradas por órgãos do governo que tsm Jorpa de lei� p capitulo2f.indd 33 21.06.10 16:31:20 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing34 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental plo, a de�nição estadual do que é uma área protegida difere das orientações federais, �ca difícil determinar com segurança se uma área pode ser desenvolvida comercialmente. Muitas organizações reclamam que regulamentações extensivas são onerosas. Para que a Quaker tivesse permissão para imprimir em suas embalagens de aveia que o produto podia reduzir o risco de doenças cardíacas quando consumido como parte de uma dieta pobre em gorduras, ela teve de comprovar mais de duas décadas de pesquisas, incluindo 36 estudos em seres humanos9. Será que todo esse processo para ganhar a aprovação de um órgão governamental vale mesmo a pena? Talvez não, uma vez que os concorrentes podem usar a mesma a�rmação caso comercializem o produto, tenham ou não contribuído para a pesquisa. Auto-regulamentação. Em muitos setores, as empresas reconheceram que têm mais controle sobre suas operações se regulamentarem a si mesmas de forma a que cidadãos e legisladores não intervenham e de�nam limites. Para regulamentar a si mesmas, as organizações usam grupos setoriais para de�nir e aplicar padrões de comportamento ético e tratamento aos clientes. Associações como a FEBRABAN (Federação Brasileira das Associações de Bancos) e o CONAR (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) não têm autoridade legal, mas são, mesmo assim, poderosos regulamentadores. Uma organização ou setor pode trabalhar sozinho ou em conjunto com outros grupos para estabelecer auto-regulamentações e promover uma imagem positiva e responsável. Exemplo disso é a Anheuser-Busch, companhia que comercializa a cer- veja Budweiser e que, juntamente com algumas associações, patrocina anúncios a fa- vor do consumo responsável de bebidas alcoólicas. Algumas pessoas argumentam que autorizar a auto-regulamentação é como pe- dir a uma raposa para proteger um galinheiro e, sem dúvida, alguns abusos realmente ocorrem. Porém, a auto-regulamentação realizada por aqueles que conhecem o setor a fundo pode ser e�ciente. Um setor que monitore de perto a si próprio pode promo- ver a qualidade de seus produtos, processos e pessoal. No Brasil, a televisão é um setor em que a auto-regulamentação e a legislação são bastante discutidas. As crianças passam mais tempo olhando para uma tela de TV do que frequentando a escola, portanto o setor tem uma enorme capacidade de ensiná-las, informá-las, inspirá-las e entretê-las. Nos Estados Unidos, há uma lei que obriga as emissoras a oferecer pelo menos três horas por semana de programas educacionais. In�uências sobre leis e regulamentações As pessoas que desenvolvem leis e regulamentações também são in�uenciadas por forças externas. Por exemplo, a pressão da população pode incentivar os legisla- dores a cortar os gastos com a construção de edifícios públicos suntuosos, o que, por sua vez, pode forçar as empreiteiras a redirecionar seus compostos de marketing para o setor privado. As fontes primárias de in�uência na esfera política/legal são lobistas e grupos de interesses do consumidor. Lobistas. Como as leis e regulamentações podem ter um grande alcance, in- divíduos e organizações muitas vezes tentam influenciar membros do governo. No entanto, não é prático entrar em contato com o governo toda vez que um pro- jeto importante aparece para ser votado. Em vez disso, as organizações utilizam lobistas para representar suas opiniões. Esses profissionais representam grandes corporações, grupos industriais e organizações de interesse público de todos os tipos, como os das lotações e ônibus clandestinos, dos funcionários públicos ou das empresas de plano de saúde. • capitulo2f.indd 34 21.06.10 16:31:20 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 35 Grupos de interesse do consumidor. Consumidores e grupos de interesse do consumidor são forças importantes no ambiente político-legal.O consumerismo engloba uma série de atividades, como pressões econômicas, legais e morais sobre empresas, visando proteger os consumidores. O consumerismo ganhou força a par- tir da década de 1960. Em 1962, John F. Kennedy, presidente dos Estados Unidos, formulou quatro direitos do consumidor: 1. O direito de escolher livremente — Os consumidores devem ter a liberdade de escolher entre uma variedade de bens e serviços. 2. O direito de ser informado — Os consumidores devem ser informados sobre os produtos para que possam ser compradores responsáveis. 3. O direito de ser ouvido — Os consumidores devem ter a oportunidade de expressar suas reclamações para os vendedores e para os órgãos reguladores do governo. 4. O direito de estar seguro — Os consumidores devem estar seguros de que os bens e serviços que eles compram, dentro do seu uso normal, não são prejudiciais. Os produtos devem ser projetados para serem usados de forma segura e fácil. Os consumidores muitas vezes consideram esses direitos um padrão mínimo de atividades de marketing aceitáveis (veja Na prática: Use seus direitos de consumidor). Uma das pessoas que mais influenciou o marketing na defesa dos direitos do consumidor foi Ralph Nader. Fundador ou apoiador de mais de 30 grupos de defesa dos interesses do consumidor, Nader fez campanhas ativas por legis- lações regulamentando segurança de automóveis e estradas, cobranças de se- guros, segurança da água, direitos de pensão, genética responsável e segurança ocupacional10. Embora Nader defendesse os consumidores, ele não se viu livre de controvérsias, uma vez que advogados que ganham uma renda considerável com processos por danos pessoais estão entre seus mais fortes apoiadores. De qualquer modo, Nader elevou o nível de conscientização de consumidores e profissionais de marketing. consumerismo Uma ação social que se destina a proteger os consumidores, exercendo pressões legais, morais e econômicas sobre a comunidade empresarial. p N A P RÁ TI CA Use seus direitos de consumidor Faça um passeio de compras (mesmo que não tenha de comprar nada). Antes de sair, escolha um item para comprar — pode ser um computador, uma lata de tinta, uma caixa de sabão em pó, um CD player, qualquer coisa. Enquanto pesquisa para comprar o item� oFserve o seKuinte: Lj opp~es suficientes de escolLa que atendam a suas necessidades# E\istem instrup~es ou especificap~es disponíveis para vocs ler ou um vendedor com Fons conLecimentos por perto para respon- der perguntas sobre o produto? Há um número de telefone para reclamações impresso na embalagem, ou a loja ou o vendedor dispõem-se a receber e encami- nLar reclamap~es# :ocs pode ter certe^a de que produto q seKuro quando usado adequadamente? Essas perguntas não só o ajudam a se tornar um melhor consumidor, como tam- Fqm um melLor profissional de marOetinK� 7e vocs� como profissional de marOe- ting, pensar em termos de atender os desejos e necessidades dos consumidores, estará pensando em termos de criação de valor. capitulo2f.indd 35 21.06.10 16:31:22 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing36 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental VOCÊ DECIDE O consumerismo harmoniza-se bem com o compromisso de criar valor para os clientes. A criação de valor requer que os pro�ssionais de marketing comuniquem-se com sinceridade e ofereçam produtos que sejam seguros, nutritivos, não-poluidores ou bené�cos em qualquer outro aspecto. Os pro�ssionais de marketing com uma orientação para o valor escutam os clientes com atenção para poder antecipar e satis- fazer desejos e necessidades. Ações judiciais Não apenas os Poderes Legislativo e Executivo do governo afetam o marketing, mas o Judiciário também tem sua participação. Seu impacto ocorre por meio da inter- pretação dada pelos juízes a leis e regulamentações. Por exemplo, nos Estados Unidos, a Suprema Corte manteve uma lei federal que proíbe anúncios de loterias nos Estados em que estas são consideradas ilegais11. Se o tribunal, em vez disso, tivesse con�rmado a decisão da corte de instância inferior contra essa lei, os administradores de loterias teriam conseguido mais liberdade de propaganda. Fatores políticos e legais no ambiente global Os pro�ssionais de marketing globais são afetados por acordos entre países e pelas leis do local onde operam (veja Você decide: Falsi�cação de produtos). Alguns dos fatores políticos e legais mais importantes no ambiente global são os acordos comerciais interna- cionais. Por exemplo, o Mercosul foi projetado para derrubar as barreiras comerciais entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai através de processos como a eliminação de tarifas. Similarmente, a União Europeia (UE) e o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) destinam-se a reduzir barreiras comerciais entre os países-membros. • • Falsificações — cópias �razoáveis ou não de produtos, desde roupas e brinquedos a chee- seburgers — provavelmente existem desde que os produtos existem. Por isso, há marcas regis- tradas, copyrights e leis de patentes protegendo criadores e inventores de produtos. Essas pro- teções são parte do ambiente legal do profis- sional de marketing e também podem ser parte do ambiente político e econômico. Muitos viajantes podem confirmar ter visto falsificações de produtos populares por todo o mundo. Em Bangkok e Nairóbi, vendedores de rua oferecem bolsas Gucci e camisas 0acoste falsificadas; no centro de São Paulo ou de Nova Iorque, qualquer um pode comprar um relógio Rolex falso por I� ou 2� dólares; em Belize, os clientes podem desfru- tar uma noite no Hard Rock Cafe, se não se importarem com a falta de autenticidade do estabelecimento. Os governos da China e da Èndia levaram as falsificações um passo k frente: ambos têm indústrias estatais de produtos falsificados — produção musical na China e medicamentos genéricos na Èndia. É desnecessário dizer que nenhum dos criadores, inventores ou produ- tores originais desses produtos �protegidos por lei em seus próprios países recebe direi- tos autorais ou qualquer outra remuneração pelas falsificações. Até recentemente, uma exceção importan- te era o México. Em seu desejo de entrar para o Acordo de 0ivre Comércio da América do Norte �NAFTA , o governo mexicano instituiu leis rígidas proibindo o contrabando e a falsifica- ção e realizou inspeções bastante divulgadas de grupos ou locais suspeitos. Mas a grave recessão no México resultou num aumento do número de produtos — e de empresas anteriormente legitimas — que se tornaram parte do mercado negro mexicano. Agentes do governo apreen- deram desde software de computador falsifica- dos até fitas de vídeo de filmes como”Batman Forever” e”Apollo 13”. Atualmente algumas das empresas que se arriscam a perder receita com as falsificações — como a Disney e a 0ouisVuit- ton — deram início a uma campanha chamada “Operação Amigo”, em que seus próprios dete- tives procuram os culpados por todo o México. Você acha que esse tipo de investigação das empresas é uma parte necessária do marke- ting, ou os profissionais de marketing deveriam simplesmente considerar as falsificações como parte de sua análise ambiental? Por quê? Você acha que leis de copyright, patentes e marcas registradas deveriam ser mantidas de um país para outro? Por quê? Fonte “False friends”, in The Economist, 13 de janeiro de 1996, p. 66. EXPLORE MAIS E\plore mais procurando ±*alsificap~es² ou ±/nocOoJJs² na Internet. *alsificação de produtos capitulo2f.indd 36 21.06.10 16:31:22 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 37 Em alguns casos, há vários países que podem ser atraentes por apresentar menos leis e regulamentações restritivas. Por exemplo, enquanto alguns países permitem e até incentivam alegações relativas à saúde, outros limitam rigidamenteo que os pro�ssio- nais de marketing podem dizer a respeito dos alimentos que comercializam. O governo japonês incentiva o desenvolvimento de alimentos que proporcionam benefícios espe- ciais à saúde e criou um símbolo para rotular esses produtos como Alimentos para Uso Especial em Saúde. Esses chamados alimentos funcionais incluem “bebidas vitamina- das” engarrafadas e uma goma de mascar que contém compostos que se presume serem capazes de evitar cáries12. O ambiente social O ambiente social do marketing é constituído pelas pessoas de uma sociedade e seus valores, crenças e comportamentos. Os pro�ssionais de marketing descrevem esse ambiente de acordo com quem são as pessoas (idade, renda, cidade natal etc.) e com as características de sua cultura. Mudanças no ambiente social, sejam elas sutis ou drásti- cas, podem apresentar aos pro�ssionais de marketing novas oportunidades e desa�os. Tendências demográ�cas Para descrever o ambiente social, os pro�ssionais de marketing partem de dados demográ�cos básicos. E o que vem a ser a demogra�a? A demogra�a é o estudo das características de uma população humana, o que inclui, por exemplo, idade, índice de natalidade, índice de mortalidade, estado civil, instrução, crença religiosa, etnia, imi- gração ou distribuição geográ�ca. Geralmente os pro�ssionais de marketing combi- nam dados sobre diversas características demográ�cas. Assim, não é su�ciente saber apenas quantas pessoas se mudaram para São Paulo num determinado ano. Os pro�s- sionais de marketing terão melhores condições de identi�car e atender aos mercados-alvo se souberem quantas dessas pessoas são aposentadas, são pais/mães solteiros ou têm situação �nanceira estável o su�ciente para fazer refeições em restaurantes. Os pro�ssionais de marketing utilizam dados demográ�cos de uma série de fon- tes. No Brasil, por exemplo, órgãos do governo, como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística), o Ministério do Trabalho e do Emprego, o MEC (Ministério da Educação e Cultura) e o Ministério da Previdência e Assistência Social, são impor- tantes fornecedores de dados sobre a população brasileira. Publicações e organizações privadas, como o Instituto Gallup, também proporcionam estatísticas demográ�cas valiosas. Uma grande organização pode empregar seus próprios demógrafos para aju- dar a analisar seus mercados. Os pro�ssionais de marketing usam a demogra�a para analisar mercados, apren- der sobre os clientes e criar valor para eles. A identi�cação de mudanças e tendências numa população é essencial para a estratégia de marketing. Diversidade da população. A população brasileira é bem variada. Mesmo antes da chegada dos primeiros europeus, a terra era povoada por diferentes tribos. Hoje, porém, a diversidade da população é maior do que nunca. Muitos imigrantes, falando diferentes línguas e trazendo diferentes valores, vieram para o Brasil por causa das guerras mundiais e da oferta de trabalho, e ainda hoje continuam a vir. A localização geográ�ca, idade, raça, sexo e níveis de renda e de instrução são apenas algumas das diferenças entre as pessoas. O número de idosos no Brasil é um dos maiores do mundo em termos absolutos: 13,5 milhões, representando 8,7% da população brasi- leira. Projeção do IBGE aponta que, em 2020, o número de pessoas com 60 anos ou mais • demografia O estudo das características de uma população humana. p ambiente social As pessoas de uma sociedade e seus valores, crenças e comportamentos. p capitulo2f.indd 37 21.06.10 16:31:23 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental Agitadores de Marketing deve dobrar, chegando a 27 milhões. Assim, pro�ssionais de marketing que pensam apenas em termos de adultos podem vir a perder espaço em outros mercados em grande crescimento como o dos idosos. Nos Estados Unidos, espera-se que o número de famílias negras cresça cinco vezes mais rápido do que o de famílias brancas13. Veja Agitadores de marketing: BET, a TV negra. As mudanças na composição da família também interessam aos pro�ssionais de marketing. Antigamente, as famílias eram compostas de uma mãe que permanecia em casa, um pai que saía para trabalhar e vários �lhos. Atualmente pouquíssimas famílias se encaixam nesse modelo14. As famílias de hoje incluem famílias compostas (a fusão de duas famílias por meio de um segundo casamento ou união), famílias de pai/mãe solteiros, famílias de pais adotivos e famílias homossexuais. Até mesmo a composição de famílias de apenas pai ou mãe está mudando: embora a maioria dos �lhos de casais separados morem com a mãe, os homens estão recebendo a custódia dos �lhos com mais frequência. Além disso, embora muitos dos pais nessa situação sejam divorcia- dos, outros nunca se casaram, o que cria mais uma categoria de família15. Um caso clássico de mudança na distribuição de idades da população ocorreu nos Estados Unidos com a geração baby boom (pessoas nascidas entre 1946 e 1964). Ela é tão grande que praticamente metade da população americana tinha menos de BET, a TV negra A diversidade entre os clientes é uma das coisas mais importantes que um profissional de marOetinK deve levar em conta quando examina o ambiente. Mais de uma década atrás, Robert Johnson, fundador e chefe da Black Entertainment Television (BET) percebeu que o incipiente setor de 8: a caFo nno possuía proKramapno diversifica- da o suficiente para atender aos mercados urFanos e de- cidiu oJerecer isso� % Jalta de concorrsncia no momento tornou sua entrada no mercado relativamente fácil. Desde o início, a BET teve grande sucesso. Tornou-se a segunda empresa sob controle de um empresário negro a entrar no mercado de ações e, hoje, seu valor de merca- do ultrapassa 500 milhões de dólares. Johnson conseguiu investir parte dos lucros da &E8 em novos neKzcios: um canal a cabo de jazz, um empreendimento com a Micro- soJt� revistas �entre elas um novo Kuia de la^er para fins de semana) e um serviço pay-per-view. A nova meta de .oLnson q o cinema� Ele Nj produ^iu um curta�metraKem� ±3nce 9pon a 8ime��� ;Len ;e ;ere Colored²� aclama- do pela crítica; agora, quer ir atrás do enorme público negro frequentador de cinemas numa escala maior. Para se ter uma ideia, só nos Estados Unidos os negros consti- tuem 25% de todo o público das salas de cinema. Johnson também quer construir o primeiro estúdio cinematográ- fico diriKido por neKros� mas� nesse ponto� Lj alKuns oFs- táculos para sua entrada no mercado. Primeiro, ele não Ja^ parte de ,oll][ood� o que nno o intimida� 7eKundo� Krandes astros como Den^el ;asLinKton e ;Loopi +old- berg não aceitaram participar da empresa de Johnson, em parte por temer que as produções sejam de baixo orça- mento e em parte porque Johnson não conseguiu lhes explicar exatamente que projetos pretende desenvolver. E a BET não construiu seu sucesso — ou sua reputação ° com Fase em proKramapno dramjtica oriKinal; em ve^ disso, ela tem seu forte em videoclipes, informes publici- tjrios e coisas do Ksnero� 8alve^ uma situapno como essa e\iNa um pouco de ±dar�e�receFer²� .oLnson poderia aFrir um pouco mais a carteira para atrair os astros; os astros� por sua ve^� poderiam emprestar seu talento, nome e reputação a um empreendimento (por um pouco menos de dinheiro) que, se tiver sucesso, poderia criar valor não só para os consumidores, mas também para os acionistas. E quanto a Hollywood? Os magnatas do cinema fariam bem em e\aminar seu amFiente� % concorrsncia na Jorma da &E8� como a przpria diversidade� Nj estj aí e cLeKou para ficar� *ontes: .oLnnie 0� 6oFerts� ±8rials oJ a FlacO moKul²� in Newsweek, l° de aFril de ����� pp� �� e ��� Caroline;a\ler� ±&oF .oLnson s´ Frain- child”, in Forbes, 22 de abril de 1996, pp. 98-100. Rich Brown e Don ;est� ±&oF .oLnson on tLe inJormation revolution: all aLead slo[²� in Broadcasting and Cable,3 de julho de 1995, pp. 16-19. EXPLORE MAIS Explore mais em www.bet.com capitulo2f.indd 38 21.06.10 16:31:25 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 39 28 anos em 1970 e quase metade deve ter 40 ou mais no ano 201016. Conforme esse grupo envelhece, a demanda por vários produtos, como casas, assistência infantil e fundos de pensão, muda. Além disso, muitos pro�ssionais de marketing centraram-se na geração mais jovem — às vezes chamada de baby busters ou Geração X — porque o membro típico desse grupo etário ainda não sacri�cou a renda discricionária com pagamentos de moradia ou com as despesas de criar �lhos. No Brasil, estima-se em 28 milhões o número de jovens entre 18 e 25 anos em 2005. A Figura 2.4 ilustra a distribuição geográ�ca da população brasileira, segundo o cen- so de 1996. Essa distribuição muda muito, tanto pelo fato de a população de uma região crescer mais rápido do que de outras, tanto pelas migrações. Peguemos o caso de São Paulo: dos seus cerca de 34 milhões de habitantes, 2,76 milhões não residiam mais no mesmo município que haviam declarado no censo anterior; destacando-se os 1,58 milhão que mudaram de cidade dentro do próprio Estado de São Paulo e os 264,4 mil que vieram da Bahia, os 163,05 mil de Minas Gerais e os 123,8 mil de Pernambuco. Alguns pro�ssionais de marketing usam esses dados para realizar marketing regional, que se concentra nos gostos, necessidades e interesses especí�cos de residentes de uma determinada área. O marketing regional pode visar uma região ampla, como a Tailândia ou o sul do Brasil, ou pode ser mais concentrado, envolvendo, digamos, apenas residentes do Rio de Janeiro ou mesmo de um determinado bairro ou distrito, como Copacabana. *onte: -&+E� censo de ����� A demogra�a ajuda a identi�car padrões de diversidade, para que os pro�ssionais de marketing possam direcionar seus bens e serviços de forma apropriada. Eles também precisam avaliar questões de diversidade para trabalhar e�cazmente com seus clientes. Regiões Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Amazonas 2.389.279 Rondônia 1.229.306 Mato Grosso 2.235.832 Mato Grosso do Sul 1.927.834 Pará 5.510.849 Amapá 379.459 Tocantins 1.048.642 Maranhão 5.222.183 Piauí 2.673.085 Bahia 12.541.675 Minas Gerais 16.672.613 São Paulo 34.119.110 Paraná 9.003.804 Santa Catarina 4.875.244 Rio Grande do Sul 9.634.688 Goiás 4.514.967 Dist. Federal 1.821.946 Ceará 6.809.290 Paraíba 3.305.616 Pernambuco 7.399.071 Alagoas 2.633.251 Sergipe 1.624.020 Espiríto Santo 2.802.707 Rio de Janeiro 13.406.308 Rio Grande do Norte 2.558.660 Acre 483.593 Roraima 247.131 *-+96% ��� População Brasileira capitulo2f.indd 39 21.06.10 16:31:29 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing40 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental Em especial no caso de empresas que comercializam serviços, uma base de clientes diversi�cada pode querer receber serviços de pessoas com quem eles se identi�quem. Dois poderosos clientes da MacTemps, que fornece funcionários temporários, trabalham com ela apenas pelo fato de a empresa dispor de um gerente �uente em espanhol17. Tendências globais. As características demográ�cas dos países são importantes para os pro�ssionais de marketing globais. Por exemplo, o tamanho da população da Orla do Pací�co — Ásia e Austrália — faz dela um mercado atraente para muitas empre- sas. Cerca de dois bilhões de pessoas vivem na Ásia e, embora muitas delas pertençam à faixa de pobreza, estima-se que mais de 110 milhões (excluindo os habitantes do Japão) tenham renda familiar anual superior a 10.000 dólares18. Essa renda é baixa se compa- rada à de muitos países industrializados, mas bem superior à de outros países asiáticos, como o Nepal, cuja renda familiar anual média é de menos de 200 dólares19. Responsabilidade social e ética Embora o ambiente social in�uencie o sucesso de estratégias de marketing, estas também podem ter um impacto sobre ele. Por exemplo, os pro�ssionais de marke- ting que incentivaram os consumidores a comprar computadores pessoais e modems para uso doméstico ajudaram a criar um ambiente social em que as pessoas conside- ram normal ter “conversas” eletrônicas com indivíduos que elas não podem ver e que nunca encontraram pessoalmente. Algumas pessoas obtêm informações e entram em contato com outras às quais não teriam tido acesso de maneiras mais tradicionais. Pelo lado negativo, crianças podem participar de conversas inadequadas para elas e pessoas de todas as idades arriscam-se a ser enganadas por indivíduos que tiram pro- veito de seu anonimato. Os pro�ssionais de marketing que vendem computadores e so�ware têm obri- gação de proteger quem compra e usa seus produtos? Uma organização é obrigada a se comportar apenas de maneira que estejam de acordo com os valores das culturas com as quais interagem? Essas perguntas levantam questões de responsabilidade social e ética. Responsabilidade social. Muitos economistas a�rmam que a responsabilidade primária de uma empresa é obter lucros para seus proprietários. O marketing vol- tado para o valor acrescenta que uma empresa deve fazer isso criando valor para os clientes e interagindo adequadamente com outros stakeholders. Responsabilidade social é o termo usado para descrever as obrigações de uma empresa para com a sociedade. Joseph Crilley é um pro�ssional de marketing que atua de maneira socialmente res- ponsável. Crilley queria oferecer a seus clientes a opção de não ter de dirigir de volta para casa depois de beber em seu bar; para isso, comprou e adaptou um ônibus velho para proporcionar serviços gratuitos de transporte. O ônibus encontra-se disponível para pegar os clientes, se eles quiserem, e levá-los aonde desejarem depois de sair do bar. Isso protege não apenas os clientes, mas também outras pessoas que estejam na rua e que assim �cam a salvo dos eventuais motoristas alcoolizados. Um benefício adicional é que o ônibus, que traz o nome do bar, gera muita publicidade quando está estacionado na frente do estabe- lecimento ou circulando pelas ruas. Ele é usado até mesmo durante o dia, levando ocasio- nalmente crianças e pessoas idosas para atividades dentro da cidade20. A longo prazo, a responsabilidade social é interessante para a organização, pois é mais provável que os clientes potenciais venham comprar de uma organização se ela demonstrar preocupação com o bem-estar deles. Clientes potenciais que encontram • responsabilidade social Preocupação com as consequsncias sociais dos atos de uma pessoa ou instituição na medida em que eles podem afetar os interesses de outros. p capitulo2f.indd 40 21.06.10 16:31:29 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 41 di�culdade para escolher entre produtos concorrentes podem muito bem decidir com- prar da empresa pela qual tenham mais respeito. A Ben & Jerry’s assume uma ligação entre responsabilidade social e desempenho comercial quando de�ne sua “ênfase de marketing” como “um enfoque da empresa como um todo em envolvimento com a comunidade e em sua condição de uma organização socialmente responsável”21. A responsabilidade social pode envolver uma cessação de atividades negativas ou uma tomada de ações positivas, como informações aos clientes, parcerias com órgãos de serviços comunitários ou �nanciamento de projetos especiais. As ações positivas não só bene�ciam a comunidade, como também podem melhorar as relações com ela e refor- çar uma imagem positiva. E mais provável que os esforços da organização levem a boas relações com a comunidade quando estiverem relacionados com seus pontos fortes. As Organizações Globo, por meio da Fundação Roberto Marinho, centram suas doações organizacionais em programas comunitários especí�cos, como o desenvolvimento cul- tural de crianças carentes. Alémde contribuir com dinheiro, a empresa pode incenti- var seus funcionários a dedicar tempo como voluntários a esses projetos. A americana Home Depot concentra suas doações em programas comunitários destinados a cons- truir e renovar casas populares. Além de contribuir com dinheiro, a empresa incentiva seus funcionários a dedicar tempo como voluntários a esses projetos22. Algumas organizações fazem uso de marketing relacionado a causas nas comu- nidades a que servem. Assim, doações de caridade podem ser ligadas diretamente às vendas de produtos especí�cos. Por exemplo, a loja do Pão de Açúcar da Rua Teodoro Sampaio, em São Paulo, foi a pioneira em realizar ações comunitárias com o público idoso da região. Funcionários idosos contratados mostraram-se assíduos, responsá- veis e atenciosos e amáveis com os clientes. Os clientes receberam tão bem a iniciativa que ela foi ampliada para o Brasil inteiro. O marketing relacionado a causas é popular entre os pro�ssionais de marketing porque estabelece uma situação em que todos saem ganhando: os produtos são promovidos e as vendas frequentemente aumentam, enquanto os clientes recebem valor, os membros da comunidade bene�ciam-se com as doações e as relações com a comunidade são melhoradas. Ser um membro responsável da comunidade pode ser mais complexo para orga- nizações que operam em mais de um país, pois elas precisam saber o que as comuni- dades globais esperam ou desejam e encontrar maneiras de lhes oferecer valor. A crescente globalização das empresas levou-as a fazer contribuições de caridade em vários países. Por exemplo, a Alcoa trabalhou com membros do governo local no sul do Brasil para construir uma estação de tratamento de esgoto e a IBM doou as- sistência e equipamentos de computador para o National Parks Foundation da Costa Rica, a �m de desenvolver estratégias para preservar as �orestas tropicais23. Questões éticas em marketing. A aceitação de responsabilidade social baseia-se, em parte, na visão de que ela interessa para a empresa, mas é também uma questão ética. Ética são os princípios e valores morais que governam o modo como um indiví- duo ou grupo conduz suas atividades. A ética de marketing são os princípios, valores e padrões de conduta considerados apropriados para pro�ssionais de marketing. Os pro�ssionais de marketing e os empresários muitas vezes têm di�culdade para encontrar soluções para problemas éticos, principalmente porque os padrões éticos variam de acordo com cada pessoa e cada cultura. A operação num mercado global, assim, torna as questões éticas ainda mais complicadas. Além disso, os cursos de ação disponíveis muitas vezes contêm atividades que podem prejudicar alguns stakeholders marketing relacionado a causas Marketing projetado para promover uma causa ou um proFlema específico� p ética de marketing Princípios, valores e padrões de conduta considerados apropriados para os profissionais de marketing. p ética Princípios e valores morais que governam a forma como um indivíduo ou Krupo condu^ suas atividades. p capitulo2f.indd 41 21.06.10 16:31:30 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing42 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental e ajudar outros. Mesmo quando as pessoas concordam sobre qual é o curso de ação mais ético, essa alternativa pode ter um custo excessivo — especialmente para o pro- prietário de uma empresa em fase inicial, com pouco dinheiro em caixa, ou para um funcionário que esteja tentando se manter num emprego. A percepção pública dos pro�ssionais de marketing é, às vezes, negativa. Quando eles se desviam das regras, favorecendo vendas rápidas em prejuízo de relacionamen- tos de longo prazo, essa percepção é mais reforçada. Ao obedecer à lei, os pro�ssionais de marketing podem evitar ações legais, mas isso às vezes não é su�ciente para esca- par de ações antiéticas. De modo inverso, ações que alguns pro�ssionais de marketing poderiam considerar éticas, como fazer acordos com concorrentes para evitar um grande aumento nos preços, talvez violem a lei. De maneira geral, porém, a maioria dos comportamentos éticos é legal. Os princípios éticos são importantes para pro�ssionais de marketing tanto do ponto de vista moral como do comercial. Pinchas Fleischman exempli�ca isso ao contar sobre uma visita de vendas que ele fez no início de sua carreira. Ele estava demonstrando um caminhão de recolhimento de lixo para um possível cliente, um empreiteiro de remoção de lixo. O empreiteiro fez várias perguntas para as quais Fleischman não tinha resposta; apesar de sua convicção cada vez mais forte de que estava perdendo a venda, Fleischman simplesmente respondia que não sabia, mas iria se informar a respeito. Quando se preparava para ir embora, o empreiteiro o segurou, dizendo: “Seu concorrente também não sabia as respostas para minhas perguntas, mas tentou inventar alguma coisa. Você foi honesto. Depois de me telefonar com as respostas para as minhas perguntas, pode me encomendar exatamente este modelo que você demonstrou”24. Questões éticas surgem ao longo de todo o processo de marketing, da pesquisa ao controle das estratégias. Em relação à pesquisa de marketing, é particularmente necessário que as organizações evitem situações enganosas. Táticas antiéticas incluem disfarçar ten- tativas de venda como pesquisas e não proteger a privacidade das pessoas que participam de um estudo. Questões éticas também podem surgir em relação a todos os elementos do composto de marketing: o produto em si, seu preço, sua distribuição e sua promoção. Questões de produto. Uma questão ética importante relacionada a produtos é sua qualidade. Nesse campo, a obsolescência planejada é uma das reclamações mais comuns. Obsolescência é o estado dos produtos que se desgastam ou tornam-se desa- tualizados. Já a obsolescência planejada signi�ca que a empresa construiu os produ- tos para que não durassem, pelo menos não tanto quanto os compradores gostariam de usá-los. Os computadores são um exemplo notável de produtos que se tornam obsoletos rapidamente, porque modelos mais potentes aparecem no mercado. Para satisfazer os clientes, os pro�ssionais de marketing devem oferecer computadores que se desgastam no curto tempo que levam para se tornar tecnologicamente obsoletos, baixando assim o custo de forma que os clientes tenham condições de substituí-los? As empresas de computadores devem fabricar produtos que durem mais tempo e pro- porcionar maneiras de atualizá-los continuamente? Essas são apenas duas alternativas que os pro�ssionais de marketing levam em conta ao tentar criar valor e evitar críticas de obsolescência planejada. Outra questão relacionada ao produto é se os que oferecem algum perigo de- vem ou não ser comercializados. Claro que há maneiras perigosas ou arriscadas de usar praticamente todos os produtos — a�nal, comer verduras demais pode lhe dar dor de estômago. Mas alguns produtos podem oferecer risco mesmo quando usados capitulo2f.indd 42 21.06.10 16:31:30 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 43 da forma adequada. Um livro assustador chamado Our Stolen Future (Nosso Futuro Roubado) a�rmava que uma variedade de produtos químicos usados em produtos que vão de transformadores elétricos a plásticos e fungicidas imitam hormônios, in- terferem com as funções hormonais e podem causar problemas na reprodução e no desenvolvimento cerebral25. Como os pro�ssionais de marketing podem considerar os benefícios de tais produtos em relação a seus custos potenciais? E se os comprado- res quiserem os produtos apesar dos danos que eles talvez possam causar? Decisões sobre embalagens também têm implicações éticas. Num mercado alta- mente competitivo, pode ser tentador oferecer embalagens que parecem conter mais do que as dos concorrentes, mesmo que isso não seja verdade. As embalagens grandes ocupam mais espaçona prateleira e, assim, podem chamar mais atenção e dar a im- pressão de oferecer uma quantidade maior do produto. O rótulo na embalagem tam- bém pode ser enganoso. Imprimir fotos ou desenhos de frutas junto com as palavras “totalmente natural” em um rótulo não transforma água açucarada dentro de uma embalagem de papelão em suco de frutas. E ético associar tal produto com frutas? Questões de preço. Em muitos casos, os preços são regulados por lei. O conluio de preços assim como a formação de cartel são ilegais e objetivam fazer um acordo com os concorrentes sobre o preço que deve ser cobrado. Questões de distribuição. O relacionamento entre um fabricante e seus revende- dores é essencial e altos padrões de conduta ética são importantes. O modo como as empresas num canal de distribuição de marketing exercem o controle umas sobre as outras pode ter implicações éticas. Por exemplo, é ético um supermercado exigir que um fornecedor pague pelo espaço na prateleira? E ético que o fabricante exija que um varejista leve toda a linha de produtos da empresa para ter acesso a um determinado item que ele deseja? Questões de promoção. A ética da estratégia de promoção está muitas vezes li- gada à ética da estratégia de produto, em particular no caso de a�rmações falsas ou exageradas a respeito de um produto. Outras práticas não-éticas incluem “agrados” dados por vendedores para que seu produto seja o escolhido e propaganda do tipo “isca-e-troca” — anunciar que um produto está à venda por um preço baixo e, depois, a�rmar que ele não se encontra disponível e oferecer um item de preço mais alto em troca quando os clientes aparecem para comprá-lo. Anúncios voltados para crianças — em particular comerciais de televisão — têm estado sob intenso debate nas duas últimas décadas. Acreditando que elas são mui- to in�uenciadas pela propaganda, grupos de defesa da criança têm reivindicado leis que reduzam o tempo de propagandas durante programas infantis na televisão e têm lutado contra programas claramente vinculados a produtos comerciais. Em geral, as mensagens de marketing pouco éticas podem resultar em vendas, mas é menos pro- vável que venham a construir relacionamentos duradouros. O ambiente natural Na perspectiva do pro�ssional de marketing, o ambiente natural envolve os recursos naturais disponíveis para a organização ou afetados por ela. O ar, a água, os minerais, as plantas e os animais podem ser parte do ambiente natural de uma empresa, sendo ou não utilizados por ela para produzir seus bens ou serviços. A capacidade de forne- cer bens e serviços pode ser in�uenciada também pelo clima. Além disso, as ativida- conluio de preços Estabelecer um acordo com os concorrentes sobre o preço que deve ser cobrado. p ambiente natural Os recursos naturais disponíveis para a orKani^apno ou por ela afetados. p capitulo2f.indd 43 21.06.10 16:31:31 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing44 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental des da organização podem afetar o ambiente natural gastando ou repondo recursos ou aumentando ou reduzindo a poluição. Disponibilidade de recursos Para comercializar jornais, os editores têm utilizado tradicionalmente papel e tinta; para comercializar cheeseburgers, são necessários carne, queijo e pão. Todos esses produtos requerem recursos naturais para ser produzidos. A disponibilidade de um produto pelo preço que a organização cobra está relacionada à disponibilidade de determinados recursos naturais, que podem estar escassos porque a demanda por eles excede a capacidade de produzi-los. A organização pode sofrer uma falta de produtos simplesmente porque a oferta de um recurso natural está se esgotando ou por ser difí- cil obtê-lo devido a um embargo, uma guerra ou sanções políticas ou econômicas. Quando a oferta de recursos é limitada, os pro�ssionais de marketing podem respon- der de várias maneiras. Eles podem desenvolver um composto de marketing para vender uma quantidade menor do produto, mas por um preço mais alto. Em alguns casos, podem até fazer uso do demarketing, um esforço para reduzir a demanda por um produto. Um uso comum do demarketing é a tentativa feita por muitas empresas de fornecimento de energia elétrica de oferecer a seus clientes dicas sobre como poupar energia: evitar usar muito o chuveiro elétrico, não abrir muitas vezes a porta da geladeira, usar ventiladores em vez de ar-condicionado ou instalar lâmpadas mais e�cientes. Esses esforços de demarketing não só ajudam a reduzir a demanda, como também podem melhorar a imagem pública da empresa como uma organização preocupada com o ambiente natural. Em alguns casos, o marketing e outras atividades da organização podem in�uenciar a disponibilidade de recursos no longo prazo. Por exemplo, uma madeireira pode plantar novas árvores, uma empresa que produz catálogos pode utilizar papel reciclado, enquan- to uma organização qualquer pode poupar despesas e consumo de combustível fazendo com que sua equipe de vendas trabalhe por telefone em vez de atuar pessoalmente. Responsabilidade com o ambiente natural Os pro�ssionais de marketing descobriram que a consciência ambiental é muitas vezes não só necessária como lucrativa. Em muitas organizações, essa consciência inclui o marketing verde, ou seja, atividades de marketing destinadas a atender ao desejo dos clientes de proteger o ambiente. O marketing verde pode bene�ciar uma organização de várias maneiras. Pri- meiro, ele é simpático aos valores de muitas pessoas. Alguns consumidores sen- tem-se melhor comprando um detergente ou ar-condicionado que não prejudique o meio ambiente. Os clientes organizacionais podem comprar produtos ecologica- mente corretos por outras razões também, como economizar o dinheiro que seria gasto para tratar o lixo, enviar catálogos ou folhetos a pessoas não interessadas e despachar embalagens volumosas. Outra motivação é a necessidade de obedecer a leis ambientais. • • demarketing Uma estratégia de marketing usada para redu^ir o consumo de um produto. p marketing verde Atividades de marketing destinadas a minimi^ar os efeitos negativos sobre o ambiente físico ou melhorar sua qualidade. p MARKETING EM AÇÃO Muitas orKani^ap~es que praticam o marOetinK verde usam mate- riais reciclados em seus produtos� % *ord Joi a primeira a utili^ar 25% de material reciclado em todos os seus produtos de plástico. Materiais como KarraJas� pljsticos e Jardos de alKodno produ^em� depois de reciclados, cerca de 65 peças diferentes. capitulo2f.indd 44 21.06.10 16:31:32 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 45 As organizações que praticam o marketing verde tentam assegurar que seus produ- tos sejam bons para o ambiente ou, pelo menos, causem pouco ou nenhum dano a ele. Para tanto, elas podem produzir bens recicláveis ou utilizar materiais reciclados em seus produtos. Fabricantes de automóveis, por exemplo, estão cada vez mais fazendo ambas as coisas. A Ford a�rmou que mais de três quartos de alguns de seus modelos de carros foram feitos de componentes facilmente recicláveis. Além disso, as capas protetoras de assentos usadas nas linhas de montagem do Taurus são feitas de 40% de plástico reci- clado; quando os carros chegam aos revendedores, as capas de assentos são enviadas de volta às fábricas para serem reutilizadas. O sedã Volvo S-40 de fabricação holandesa é 90% reciclável e projetado para fácil desmontagem e separação das peças26. Os pro�ssionais do marketing verde também procuram embalar seus bens de maneira que tenham menos impacto sobre o ambiente, usando embalagens reciclá- veis ou simplesmente menos embalagem. A escolha, porém, nem sempre é simples. Os recipientes feitos de plástico reciclado, por exemplo, são menos resistentes à que- bra, portanto os fabricantes precisam usar mais material, tornando osrecipientes mais pesados e exigindo mais energia para transportá-los27. Um produto que não prejudica o ambiente não envolve necessariamente um preço mais alto. Em um estudo, 93% dos adultos disseram que o impacto ambiental de um produto era importante para eles ao tomar decisões de compras, mas dois terços a�r- maram que produtos não-prejudiciais ao ambiente não deveriam custar mais28. O marketing verde procura despachar produtos com um gasto mínimo de energia e reutilizar materiais de embalagem. Nos Estados Unidos, a fábrica de móveis Herman Mil- ler usou uma equipe de prevenção de desperdício para avaliar suas práticas de despacho da produção. A equipe determinou que 80% dos produtos poderiam ser despachados em cobertores de transporte em lugar de uma embalagem completa de papelão e plástico29. Muitos consumidores preocupam-se com a quantidade de papel destinada à posta- gem de catálogos e propagandas. Assim, os pro�ssionais de marketing verde procuram maneiras de limitar sua correspondência sem sacri�car as vendas. A Hanna Andersson, fornecedora de roupas infantis de algodão que vende pelo correio, ofereceu um brinde para os clientes que avisassem que estavam recebendo catálogos em duplicata. Uma outra empresa, a Patagonia, limita o número de remessas de catálogos por ano. Dada a demanda por produtos “verdes”, é tentador anunciar que nossos produtos são bené�cos ao meio ambiente, porém alegações exageradas ou vagas podem confundir os clientes. Além disso, tal comportamento pode violar leis e regulamentações30. Manter as a�rmações a respeito de um produto dentro de um limite modesto não só evita decepcio- nar os clientes, como mantém baixa a ânsia de nossos concorrentes por nos superar. O ambiente tecnológico O conhecimento cientí�co, a pesquisa, as invenções e as inovações que resultem em bens e serviços novos ou aperfeiçoados constituem o ambiente tecnológico do marketing. Os desenvolvimentos tecnológicos proporcionam oportunidades impor- tantes para melhorar o valor oferecido aos clientes. Quando as organizações não acompanham as mudanças, a tecnologia torna-se uma ameaça. O domínio pela IBM do mercado de computadores de grande porte não a poupou de sofrer uma enorme perda quando os clientes descobriram que podiam obter toda a potência de computação de que necessitavam com computadores pessoais31. Para ter sucesso nesse setor volátil, os fabricantes de computadores inovam continuamente. ambiente tecnológico 3 conLecimento científico� inovações e invenções que resultam de pesquisa. p capitulo2f.indd 45 21.06.10 16:31:32 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing46 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental Manter-se em compasso com os desenvolvimentos tecno- lógicos é especialmente importante para pro�ssionais de marke- ting que servem a clientes empresariais. Os compradores orga- nizacionais podem depender de inovações tecnológicas para sua própria sobrevivência em mercados competitivos. Tecnologia de informações Em anos recentes, muitos dos avanços tecnológicos mais notáveis envolveram a troca de informações, a ponto de se poder dizer que vivemos na era da informação. Várias em- presas de computação, telecomunicações e outras estão cons- truindo uma espécie de supervia de informações. “Viajando” nessa supervia com computadores, conexões telefônicas, transmissões por satélite e dispositivos celulares, consumido- res e organizações podem enviar e receber textos, imagens, vídeo, dados e sons. A Internet. Poucos anos atrás, julgava-se que o futuro da supervia de informações era a televisão interativa, mas os consumidores decidiram desde então que podem obter mais por seu dinheiro em um computador. Muitos deles estão usando seus modems para conectar-se à Inter- net, uma extensa rede global de computadores que reúne órgãos do governo, uni- versidades, empresas e provedores de acesso, todos ligados por linhas telefônicas. Essa rede era anteriormente limitada a acadêmicos e funcionários do governo que compartilhavam informações tecnológicas, mas cresceu de forma explosiva com relação ao número de usuários e aos tipos de informações disponíveis: em 2005, a Internet deve ligar cerca de 720 milhões de pessoas em mais de 150 países32. Sua popularidade deve-se em parte ao fato de que o acesso exige apenas um computador pessoal com o so�ware e o modem corretos e um provedor de acesso, que pode ser um serviço comercial on-line como o Universo Online, Terra ou Microso� Network, ou um provedor direto como a Netcom. Muitos usuários da Internet navegam pela World Wide Web, um sistema de hipertexto que permite aos usuários receber textos, imagens grá�cas, vídeo e som. “Hipertexto” é um método de exibir textos e grá�cos pelo qual pode-se clicar em determinadas palavras e imagens, pulando assim para documentos ou imagens rela- cionados. As ligações por hipertexto da Web podem enviar documentos de usuários de uma organização para os de outra — talvez originados do outro lado do mundo. Num período de menos de dois anos, o número de sites na Web cresceu de menos de l.300 para mais de 15.000 e continua a aumentar numa proporção de mais de 200 por semana33. Na verdade, a velocidade de crescimento dessa tecnologia excedeu a de qualquer outro meio de comunicação ou tecnologia eletrônica de consumo, incluindo o computador pessoal34. A Internet é potencialmente útil em todo o processo de marketing. Ela oferece acesso a uma grande quantidade de dados demográ�cos e outras informações sobre o ambiente externo. Os sites da Web também são um meio de comunicação com clien- tes existentes e potenciais, uma vez que as organizações podem fornecer informações sobre si mesmas e seus produtos, cultivar relacionamentos comerciais de longo prazo e oferecer produtos para venda. A Procter & Gamble usa a Internet para acrescentar valor em suas trocas oferecendo informações sobre o uso apropriado de produtos. Por • Internet Uma rede global de computadores ligada a órgãos do governo, universidades, empresas e provedores de acesso. p World Wide Web Um sistema que permite que os usuários recebam te\tos� imaKens Krjficas� vídeo e som clicando em determinadas palavras ou imagens. p capitulo2f.indd 46 21.06.10 16:31:34 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 47 Com diversos públicos-alvo e um produto sem diferenciais nítidos, a Reiplas resolveu reformular sua estratégia de marketing e reposi- cionar-se no mercado. Assim, veiculou companhas no mídia de massa e em revistas dirigidas, participou de eventos e compa- nhas promocionais e, por fim, montou seu site na Internet no qual pode ser acessado o catálo- go da empresa, com informações sobre construção do produto, sua identificação, aplicação, especifi- cação, acondicionamento e ou- tras de caráter mais técnico, além do histórico da empresa e um manual que responde as dúvidas mais frequentes com relação a seus produtos. O resultado foi excepcional: a produção passou de 250 t para 1.200 t por mês, seus produtos foram homologa- dos em mais de 300 grandes empresas e houve crescimento do nível de recall em todas as pesquisas feitas. EXPLORE MAIS Explore mais em www.reiplas. com.br exemplo, no site da Procter os consumidores descobrem rapidamente como se livrar de manchas problemáticas35. Muitas organizações, como a Livraria Saraiva, o Grupo Pão de Açúcar ou a Reiplas, oferecem catálogos interativos na World Wide Web. Um grupo de bandeirantes conseguiu dinheiro para suas atividades vendendo biscoitos pela Internet: o pagamento era pelo cartão de crédito e a entrega por correio36. Além disso, os pro�ssionais de marketing podem, pela Internet, receber retorno direto so- bre seus produtos, suas promoções e outras atividades. Eles também podem usá-la para construir relacionamentos com os mercados e membros de seuscanais de distri- buição por um baixo custo. Benefícios e desa�os. A tecnologia da informação é especialmente bené�ca para os pro�ssionais de marketing cujos produtos e serviços baseiam-se em informações, o que inclui serviços de investimentos, distribuição e pesquisa. A tecnologia da infor- mação pode melhorar a oferta desses produtos ou torná-la mais prontamente acessí- vel. Uma organização que vende informações na forma de, digamos, consultoria ou so�ware pode transferi-las diretamente para os clientes pela Internet. A tecnologia da informação também pode ajudar na adequação de produtos a clientes individuais. Quando os pro�ssionais de marketing apoiam-se fortemente em informações sobre clientes, os produtos tendem a ter ciclos de vida mais curtos, remodelando-se conforme as respostas dos clientes37. Esses pro�ssionais de marketing precisam ter processos �exíveis para desenvolvimento, distribuição e promoção de produtos. Além disso, a natureza global da tecnologia da informação moderna cria desa�os de comunicação, pois, conforme o uso da Internet cresce nos mais variados países e idiomas, os pro�ssionais de marketing precisam identi�car maneiras de enviar e receber mensagens em mais de uma língua. A IBM é líder em enfrentar esse desa�o. Seu site na Web permite que os usuários obtenham informações sobre a empresa e seus produtos em qualquer país numa série de línguas38. Por fim, a manutenção da privacidade pode ser difícil quando se disseminam informações eletronicamente. Muitos consumidores têm receio de enviar o nú- mero de seu cartão de crédito pela Internet com medo de que os números sejam copiados por ladrões da rede. Além disso, mensagens que deviam ser privadas podem ser interceptadas ou encaminhadas para lugares errados. Vladimir Edel- man, da revista Inc., certa vez recebeu uma mensagem enviada erroneamente por um gerente da IBM sobre desenvolvimentos do mercado euro- peu; Edelman observou que a mensagem poderia ter acabado em qualquer lugar do mundo — e não necessariamente no com- putador de alguém que adotou a abordagem ética de avisar o remetente sobre o engano (como ele fez)39. Fatores tecnológicos no ambiente global Graças aos avanços na tecnologia da informação, os pro- fissionais de marketing estão ligados mais intimamente do que nunca a seus fornecedores e clientes no mundo todo. Tais mu- danças são providenciais para os profissionais de marketing que dependem cada vez mais de clientes em outros países para aumentar suas vendas. O nível de tecnologia disponível em cada país afeta os pro�ssionais de marketing. Por exemplo, a comunicação com clientes pela Internet requer uma base adequada de clientes com hardware, • capitulo2f.indd 47 21.06.10 16:31:36 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing48 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental so�ware e conhecimentos necessários para conectar-se on-line. O número per capita de computadores ligados à Internet é maior na Finlândia, seguido pelos Estados Unidos e Austrália; ressalte-se que a maior parte desses países localiza-se na América do Norte e na Europa Ocidental40. Tecnologia e valor As organizações podem usar a tecnologia para criar valor para seus clientes. A Pitney Bowes, uma empresa americana de comunicações, usou-a para desenvolver um medidor de postagem de alta tecnologia chamado Paragon, que ajuda a transformar o cliente “de um fornecedor comum de equipamentos de escritório num fabricante tecnologicamente so�sti- cado com suas vistas voltadas para o crescimento”41. O Paragon sela cartas automaticamente, pesa-as, imprime o valor de postagem apropriado no canto e classi�ca-as na velocidade as- sombrosa de 240 cartas por minuto, poupando ao correio até três horas de trabalho por dia. O ambiente competitivo É raro que uma organização seja a única fornecedora de um determinado pro- duto ou serviço. Em vez disso, os pro�ssionais de marketing precisam descobrir o que seus concorrentes estão fazendo e prever o que eles podem fazer no futuro. Essas atividades referem-se ao ambiente competitivo, ou seja, todas as organizações que poderiam potencialmente criar valor para os clientes de uma organização. O objetivo último da análise do ambiente competitivo é ajudar as organizações a desenvolver uma vantagem competitiva — a capacidade de ter um desempenho melhor que o dos concorrentes na oferta de algo que o mercado valorize. As organizações fazem isso entregando um valor maior, seja baixando os custos de compra e uso, seja oferecendo maiores benefícios42. Por exemplo, o Head & Shoulders da Procter & Gamble tornou-se o xampu mais vendido na China, apesar de seu preço muito alto, porque oferecia algo desejado naquele mercado: um controle para caspa43. Ao examinar o ambiente competitivo, os pro�ssionais de marketing devem se lembrar de levar em conta a concorrência existente ou potencial de empresas locais e globais. O Bank of America conseguiu manter uma posição forte ao reconhecer que seus maiores concorrentes não eram os bancos locais, mas bancos maiores e mais fortes sediados no Japão e na Europa. Tipos de concorrência A natureza do ambiente competitivo depende em parte do tipo de concorrên- cia. Os economistas descrevem quatro tipos principais de concorrência: concorrência pura, concorrência monopolista, oligopólio e monopólio. A concorrência pura ocorre quando produtos similares são oferecidos, compra- dores e vendedores estão familiarizados com os produtos e tanto compradores como vendedores podem entrar facilmente no mercado. São exemplos disso os mercados de hortifrutigranjeiros ou produtos de madeira. Nessa forma de concorrência, os pro�s- sionais de marketing competem principalmente com base em preços. A concorrência monopolista ocorre quando há muitos vendedores de produtos ou serviços similares, mas com alguma diferenciação, e cada um tem participação relativamente pequena no mercado. Por exemplo, os bancos competem com outros bancos, cooperativas de crédito e instituições de poupança e empréstimos para for- necer serviços �nanceiros a indivíduos e empresas. A concorrência monopolista é a • •concorrência pura 9m tipo de concorrsncia que ocorre quando há muitos vendedores de produtos idsnticos e cada vendedor tem uma participação relativamente pequena no mercado. p concorrência monopolista 9m tipo de concorrsncia que ocorre quando há muitos vendedores de produtos similares, mas com alguma diferenciação, e cada vendedor tem uma participação relativamente pequena no mercado. p ambiente competitivo 8odas as orKani^ap~es que poderiam potencialmente criar valor para os clientes de uma orKani^apno� p vantagem competitiva A capacidade de ter um desempenho melhor que o dos concorrentes na oferta de algo que o mercado valori^e� p capitulo2f.indd 48 21.06.10 16:31:36 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 49 forma mais comum de concorrência e força os pro�ssionais de marketing a encontrar maneiras de distinguir seus produtos. Os bancos usam suas instalações, funcionários, taxas de juros e outras características para diferenciar-se dos concorrentes. O oligopólio ocorre quando os produtos são similares e poucos vendedores controlam a maior parte do mercado. Exemplos são as viagens aéreas e o serviço te- lefônico de longa distância. Esses são setores com altos custos iniciais, o que é uma razão importante para a existência de um pequeno número de concorrentes. Em alguns casos, uma única empresa mantém um monopólio sobre um produ- to — ela é a única organização que vende em uma determinada área, possuindo grande controle sobre os preços que cobra. Os monopólios, porém, estão diminuin- do bastante na economia brasileira. As empresas telefônicas já foram monopólios nas regiões a que atendiam, mas a privatização e leis federais estimularam a concor- rênciano setor. Isso favorece o aparecimento de empresas independentes oferecen- do produtos e serviços mais baratos. Alguns produtos desfrutam monopólios tem- porários (como no caso de uma droga farmacêutica com proteção de patente) ou conseguem abocanhar a maior parte do mercado e mantê-la, como fez a Gatorade, que já deteve quase 90% do mercado de bebidas esportivas44. Num mercado com poucos concorrentes, o desen- volvimento de uma vantagem competitiva pode pare- cer mais simples, mas os profissionais de marketing nesses ambientes ainda assim precisam manter-se em guarda. As mudanças das condições podem incentivar novos concorrentes a entrar no mercado. Além disso, se organizações com grande participação de mercado tornarem-se complacentes, outras empresas podem conseguir oferecer aos clientes um valor superior. Isso aconteceu com a fabricante de aeronaves europeia Air- bus. Desfrutando auxílio governamental e liderança do mercado de aeronaves comerciais, a Airbus descuidou de sua eficiência de produção, enquanto a Boeing acu- mulava ganhos. Os custos mais baixos da Boeing possi- bilitaram que ela colhesse grandes lucros com seu 747 e usasse-os para oferecer pacotes atraentes em relação a vários modelos de aeronaves, diminuindo a participa- ção da Airbus no mercado45. Forças competitivas Dado que a maioria das organizações tem concorrentes, o profissional de marketing deve levar em conta como eles podem afetar o setor e a organização. Por exemplo, talvez uma nova empresa comece a comercializar um produto con- corrente, como no caso de um novo fabricante de computadores pessoais compa- tíveis com os IBM. Talvez uma organização comece a comercializar novos bens ou serviços que tirem vendas de um produto já existente, como os CD players reduziram as vendas de toca-fitas. Uma maneira de avaliar as forças competitivas que afetam as organizações é categorizá-las em cinco tipos como ilustrado na Fi- gura 2.5: rivalidade entre concorrentes existentes, ameaça de novos ingressantes, ameaça de produtos substitutos, poder de barganha dos fornecedores e poder de barganha dos compradores46. • oligopólio 9m tipo de concorrsncia que ocorre quando poucos vendedores de produtos muito semelhantes controlam a maior parte do mercado. p monopólio Uma situação em que uma nica orKani^apno vende um produto numa área de mercado. p capitulo2f.indd 49 21.06.10 16:31:38 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing50 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental *onte: %daptado com autori^apno de MicLael *� 4orter� ±-ndustr] structure and competitive strateK]: Oe]s to productivity”, in Financial Analysts Journal, julho-agosto de 1980, Copyright l980, The Financial Analysts Federation, Charlottesville, VA. Todos os direitos reservados. Rivalidade entre concorrentes existentes. Para desenvolver estratégias de marketing de sucesso, os pro� ssionais de marketing precisam estar atentos para os concorrentes existentes. Quem são os principais concorrentes? Qual seu volume de vendas? Quanto do mercado eles controlam? Quais são seus pontos fortes e fracos? Quais são suas estratégias de marketing? Com respostas para essas perguntas, os pro� ssionais de marketing podem atrair clientes da concorrência oferecendo um valor superior ao dela. Ameaça de novos ingressantes. Geralmente existe a possibilidade de que no- vos concorrentes venham a entrar num mercado. Em alguns casos, os governos de fato incentivam novos ingressantes. Em Hong Kong, a frustração com os maus serviços de ônibus prestados pela China Motor Bus (CMB) levou o governo a aca- bar com o status de monopólio da CMB, concedendo algumas de suas rotas para a CityBus47. Além dos casos de mau desempenho, a ameaça de novos ingressantes é particularmente grande quando o sucesso de uma empresa anterior indica deman- da por determinados produtos. É mais fácil entrar em alguns mercados do que em outros. As barreiras à entrada podem incluir a necessidade de um alto investimento � nanceiro ou anos de experiên- cia para reduzir o custo de produção. Por exemplo, o custo inicial para um novo fabri- cante de automóveis é bem mais alto que o de um restaurante. Os setores com baixas barreiras à entrada têm maior probabilidade de contar com novos ingressantes. Ameaça de produtos substitutos. Os pro� ssionais de marketing de um setor competem com outros que oferecem produtos substitutos. Os supermercados, por exemplo, preocupam-se com a possibilidade de que fornecedores de refeições para viagem atraiam seus clientes com a promessa de refeições saborosas a baixo custo48. Outro exemplo é a videoconferência, que pode substituir as viagens aéreas para reu- niões de negócios realizadas pessoalmente. A disponibilidade de substitutos ajuda a contornar os preços de alguns produtos. Um preço alto demais em comparação com o substituto pode levar a perda de vendas. Assim, se uma empresa perceber que comprar so� ware de contabilidade e contratar um contador em tempo parcial é mais barato do que pagar honorários para uma � r- ma, a � rma de contabilidade pode perder o cliente. Rivalidade entre concorrentes existentes Poder de barganha dos fornecedores Poder de barganha dos compradores Ameaça de novos ingressantes Ameaça de produtos substitutos Rivalidade Rivalidade entre entre concorrentesconcorrentes existentesexistentes Rivalidade entre concorrentes existentes Poder de Poder de barganha dos barganha dos fornecedoresfornecedores Poder de barganha dos fornecedores Poder de Poder de barganha dos barganha dos compradorescompradores Poder de barganha dos compradores Ameaça Ameaça de novos de novos ingressantesingressantes Ameaça de novos ingressantes Ameaça de Ameaça de produtos produtos substitutossubstitutos Ameaça de produtos substitutos *-+96% ��� Tipos de forças competitivas capitulo2f.indd 50 21.06.10 16:31:42 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 51 Poder de barganha dos fornecedores. Os fornecedores são uma força competi- tiva importante, porque podem determinar o preço ou a qualidade de peças ou maté- rias-primas. Quando poucos fornecedores controlam uma grande fatia do mercado, como no caso de um oligopólio, os compradores podem ter de aceitar um aumento de preço ou uma redução do nível de qualidade. Porém, cada vez mais os fabricantes procuram fornecedores dispostos a trabalhar em cooperação com eles para ajudá-los a criar valor. Poder de barganha dos compradores. Os compradores podem forçar uma re- dução de preços, barganhar por maior qualidade e mais serviços e jogar os concor- rentes uns contra os outros. Enquanto um pequeno comprador pode ter de aceitar um aumento de preço por parte de um fornecedor, um grande comprador pode ter in�uência su�ciente para exigir um preço mais baixo, como fez o Wal-Mart quando um fornecedor de utensílios plásticos para cozinha tentou aumentar os preços de seus produtos. Os compradores também podem comprar uma empresa que lhes fornece produtos ou comprar outra empresa dentro do setor do fornecedor. Concorrência no ambiente global Muitas empresas decidem se globalizar quando veem que o mercado externo crescerá mais rápido que o interno. Os pro�ssionais de marketing de refrigerantes veem potencial de crescimento nos padrões de consumo chineses: em média, um chi- nês bebe 15 refrigerantes tipo cola por ano, em comparação com o americano médio, que consegue tomar anualmente 800 desses refrigerantes49. Ao mesmo tempo em que empresas estão entrando no mercado global de forma agressiva, empresas estrangeiras estão criando uma intensa concorrência no mercado doméstico. Por exemplo, dado o tamanho relativamente pequeno da maioria dos países europeus, organizações sediadas nesses locais precisam atender a mercados globais para conseguirum crescimento das vendas50. • Resumo Para reconhecer e responder às oportunidades e ameaças que uma organização enfrenta, os pro�ssionais de marketing examinam o ambiente externo. A análise ambiental inclui a re- visão das dimensões econômica, política e legal, social, natural, tecnológica e competitiva do ambiente. O ambiente econômico inclui os padrões de atividades de negócios, renda dos consumidores e padrões de gastos. As atividades de negócios seguem um ciclo de prosperidade, recessão e recuperação. A renda dos consumidores pode ser medida como renda bruta (a renda anual total de uma família), renda disponível (o dinheiro que sobra depois do pagamento dos impostos) e renda discricionária (a renda bruta menos os impostos e as despesas essenciais normais). O ambiente político e legal inclui leis e regulamentações federais, estaduais e municipais relevantes para as atividades de marketing, além de pressões políticas. Os lobistas e grupos de interesses do consumidor in�uenciam as leis que são aprova- das. Além disso, muitas decisões judiciais referentes a inter- pretações dessas leis e regulamentações afetam os pro�ssionais de marketing. No nível global, os pro�ssionais de marketing devem estar familiarizados com acordos internacionais que afetem suas atividades e com as leis relevantes dos países em que eles operam. O ambiente social descreve as pessoas na sociedade e seus valores, crenças e comportamentos. A demogra�a inclui dados sobre características populacionais como idade, raça, sexo, dis- tribuição geográ�ca, instrução, renda e estado civil. Os valores, crenças e comportamentos das pessoas, mesmo dentro de um país, são diversos. Os pro�ssionais de marketing que operam em mais de um país também precisam levar em conta diferen- ças entre valores, crenças e comportamentos. O ambiente natural consiste nos recursos naturais dispo- níveis para a organização ou afetados por ela. Alguns recursos podem se esgotar, por isso a organização precisa tomar deci- sões sobre como conservá-los ou mesmo usar demarketing para limitar a demanda por produtos que os utilizem. As prá- ticas de marketing que demonstrem cuidado com o ambiente natural podem melhorar a imagem da organização aos olhos dos clientes, regulamentadores e do público em geral. Esse marketing, chamado de marketing verde, pode incluir estratégias capitulo2f.indd 51 21.06.10 16:31:42 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing52 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental não-agressivas ao ambiente para cada elemento do composto de marketing. O ambiente tecnológico compreende conhecimento cientí�co, pesquisa, invenções e inovações que resultam em bens e serviços novos ou aperfeiçoados. O desenvolvimento tecnológico pode trazer oportunidades para as organizações criarem valor para os clientes ou ameaças para organizações que estejam despreparadas para as mudanças. De particular interesse para os pro�ssionais de marketing atuais é a Internet, uma rede global de computadores que proporciona uma varie- dade de oportunidades para os pro�ssionais de marketing se comunicarem com clientes e outros públicos importantes. Na Internet, a World Wide Web pode enviar uma combinação de textos, imagens, vídeos e sons. Os sites da Web estão se tornan- do rapidamente um meio para as organizações informarem os usuários de computador sobre si próprias e seus produtos. O ambiente competitivo é composto por todas as orga- nizações que poderiam potencialmente criar valor para um determinado mercado. A concorrência em vários setores assu- me a forma de concorrência pura, concorrência monopolista, oligopólio ou monopólio. Os pro�ssionais de marketing pre- cisam prever a disputa de concorrentes existentes, novos in- gressantes, produtos substitutos, fornecedores e compradores numa base global. Termos e conceitos importantes análise ambiental (p. 26) ambiente econômico (p. 28) ciclo de negócios (p. 28) in�ação (p. 29) renda bruta (p. 30) renda disponível (p. 30) renda discricionária (p. 31) ambiente político-legal (p. 31) regulamentações (p. 33) consumerismo (p. 35) ambiente social (p. 37) demogra�a (p. 37) responsabilidade social (p. 40) marketing relacionado a causas (p. 41) ética (p. 41) ética de marketing (p. 41) conluio de preços (p. 43) ambiente natural (p. 43) demarketing (p. 44) marketing verde (p. 44) ambiente tecnológico (p. 45) Internet (p. 46) World Wide Web (p. 46) ambiente competitivo (p. 48) vantagem competitiva (p. 48) concorrência pura (p. 48) concorrência monopolista (p. 48) oligopólio (p. 49) monopólio (p. 49) Questões para revisão e discussão 1. Cite e descreva sucintamente as seis dimensões do am- biente de marketing. 2. Que medidas o proprietário de uma loja de roupas poderia adotar para prosperar durante uma economia recessiva? 3. Imagine que você queira abrir um restaurante italiano que venderá certa variedade de massas, água mineral, cerveja e vinho. Quais leis e regulamentações você deverá ter de respeitar? 4. Você acha que a autorregulamentação na propaganda é e�caz? Por quê? 5. Se você fosse um pro�ssional de marketing de uma agência de turismo centrada em viagens de aventuras internacio- nais, que tendências demográ�cas você pesquisaria antes de introduzir novas viagens ou excursões? 6. Por que é importante ter consciência da diversidade entre mercados e pro�ssionais de marketing? 7. Com base no que você pode aprender ou deduzir sobre a demogra�a e os valores de seus colegas, você acha que sua classe seria um bom mercado-alvo para CD players de última linha? E para seguros de vida? Explique. 8. Como o produtor de um �lme baseado numa história de maus-tratos a crianças poderia se engajar no marketing relacionado a causas? 9. Descreva a diferença entre comportamento ético e legal. 10. Apesar do grande risco para a saúde, milhares de pessoas compram e fumam cigarros todos os anos. Você acha que é ético comercializar produtos fumígeros? Por quê? 11. Por que a propaganda direcionada para crianças é conside- rada uma questão ética? 12. De que forma uma empresa que vende cosméticos por meio de catálogos e vendas pessoais, como a Avon, poderia pre- servar recursos naturais? capitulo2f.indd 52 21.06.10 16:31:43 CAPÍTULO 2 • Análise Ambiental 53 13. Identi�que três medidas que um fabricante de sorvetes poderia adotar para praticar marketing verde. 14. Os avanços tecnológicos em informações eletrônicas e em medicina evocaram muitas novas questões de ética em marke- ting. Em que outras áreas desenvolvimentos tecnoló- gicos poderiam dar origem a novas questões éticas? 15. De que forma a instalação de uma tecnologia que permite videoconferências num centro médico poderia criar valor para os pacientes? 16. Cite e de�na os quatro tipos de concorrência. Qual você acha que seria enfrentado por uma empresa que comercializa ser- viços de contabilidade para pequenas empresas? Explique. Elaborando um projeto — Responsabilidade social em marketing Muitos pro�ssionais de marketing aceitam hoje a visão de que suas organizações são responsáveis perante a sociedade como um todo — adotando altos padrões nos ambientes eco- nômico, legal e ético, social, natural, tecnológico e competi- tivo de maneira que essas organizações proporcionem algo à sociedade. Para esse projeto, ponha-se no lugar do pro�ssional de marketing. Escolha um setor grande que lhe interesse (como cigarros, automóveis, brinquedos, fast-food, telecomunica- ções etc.). Imagine que você é um pro�ssional de marketing numa empresa desse setor. Planeje como você analisaria um aspecto do ambiente para sua empresa — econômico, políti- co-legal, social, natural, tecnológico ou competitivo. Depois determine como você usaria essas informações para lançaruma ação de marketing socialmente responsável. Descreva ambos os passos por escrito. Estudo de caso — Vai um cafezinho? Café do Ponto, Fran’s Café e mesmo a Kopenhagen vêm batalhando pelos clientes desde que a popularidade do café, em especial cafés preparados de maneiras especiais, voltou a crescer. Nos Estados Unidos, a Chock Full o’ Nuts voltou para a guerra dos cafés com uma nova subsidiária, a Qui- kava. As lojas Quikava são cafés drive-through, “que servem pessoas apressadas”, de acordo com Gerry Pelissier, cofun- dador e vice-presidente da Quikava. A Chock Full o’ Nuts fechou sua cadeia original de lo- jas durante a década de 1980, quando os padrões de gastos dos consumidores e as tendências demográ�cas traduziam-se em poucas vendas. Mas vários aspectos do ambiente mu- daram e a nova cadeia Quikava pretende responder a essas mudanças, trazendo valor para os consumidores ao lhes oferecer o que querem. “Nosso conceito volta-se para o que as pessoas querem na era do computador”, diz Pelissier. “As pessoas estão procurando serviço rápido e conveniência.” Assim, as lojas Quikava estão localizadas em ruas de muito tráfego em áreas densamente povoadas. A empresa também espera abrir lojas em postos de gasolina ou adjacentes a eles. As lojas Quikava oferecem não só cafés especiais, mas tam- bém pães doces, bolinhos e sanduíches fáceis de comer para quem está com pressa. A Quikava faz uso de marketing regional nos lugares onde enfrenta muita concorrência. Os especialistas dizem que níveis de instrução mais elevados e gostos mais sofisti- cados fazem um lugar ser bom para o comércio de produtos como cafés especiais. Um desses lugares é Boston. “Há gran- des bebedores de café em Boston”, diz Jim Clarke, vice-pre- sidente de marketing do concorrente Seattle’s Best Coffee. “Do ponto de vista socioeconômico, Boston é um lugar bom e fundamental. O clima também ajuda. E um bom lugar para se degustar café. “Assim, não só os ambientes econômico e social desempenham um papel no marketing regional, como também o ambiente natural. Os concorrentes da Quikava adotaram diferentes abor- dagens para chegar ao consumidor. Muitos estão oferecendo cafés aromatizados e mais caros para aqueles que se con- sideram connoisseurs da bebida. A Dunkin’ Donuts lançou novos sabores de cafés especiais para que os clientes com- prem dois de seus produtos — rosquinhas e cafés — em suas lojas. A Quikava pretende saturar rapidamente o mercado vendendo franquias. A Associação de Cafés Especiais dos Estados Unidos estima um crescimento de 7 a 10% no mercado de cafés para os próximos anos. Os profissionais de marketing da Quika- va provavelmente podem acompanhar o ritmo examinando continuamente seu ambiente. Como disse Steven Buckley, vice-presidente do grupo Chock Full o’ Nuts: “Estamos vol- tando a nossas raízes. Os riscos são altos e a concorrência está aí, mas estamos expandindo de forma única, dirigida a um nicho específico”. Perguntas Que fatores ambientais a Quikava teria de levar em conta se decidisse utilizar marketing regional no nordeste do Brasil? Como a Quikava poderia adotar o marketing verde? Conforme a concorrência se intensi�ca, que medidas a Quikava pode adotar para criar maior valor para seus clientes? 1. 2. 3. *onte: /atL] McCaFe� ±8Le ne[est muK in to[n²� in The Boston Globe, 13 de março de 1996, pp.45 e 48. Reimpresso por cortesia de The Boston Globe. EXPLORE MAIS Explore mais em www.franchise-update.com, www.abf.com.br, www.cafedoponto.com.br e www.abic.com.br capitulo2f.indd 53 21.06.10 16:31:44 3s Desafi os do MarOetinK +loFal ESQUEMA DO CAPÍTULO O ambiente global em mutação %mqrica do 2orte 9nino Europeia .apno %mqrica 0atina 3utras nap~es Análise ambiental em mercados globais %mFiente econ|mico %mFiente político e leKal %mFiente social %mFiente natural %mFiente tecnolzKico %mFiente competitivo Modos de entrada em mercados globais E\portapno 0icenciamento Joint ventures 4ropriedade direta Resumo OBJETIVOS DO CAPÍTULO Depois de concluir este capítulo� vocs deve ser capa^ de: -dentifi car as características importantes dos principais parceiros comerciais do &rasil� Defi nir as medidas Fjsicas da condipno econ|mica de uma napno� Discutir as considerap~es políticas e leKais que os profi ssionais de marOetinK pesam ao decidir se devem entrar em mercados KloFais� Descrever o impacto de características culturais soFre o sucesso de uma atividade de marOetinK� -dentifi car as tendsncias demoKrjfi cas e de estilo de vida importantes para profi ssionais de marOetinK que atuem em mercados KloFais� Discutir as quest~es KloFais reJerentes ao amFiente natural� 6esumir as quest~es que os profi ssionais de marOetinK levam em considerapno quando e\aminam o amFiente tecnolzKico numa escala KloFal� Contrastar os modos Fjsicos de entrada em mercados KloFais� • �� �� �� �� �� �� �� �� CA PÍ TU LO 3 capitulo3f.indd 54 21.06.10 16:37:39 Ajudando as empresas a fazer negócios num mundo globalizado ª medida que as Jronteiras políticas tornaram�se imprecisas ou desapare� ceram totalmente� o mundo transJor� mou�se numa sqrie de Krandes merca� dos� Mas esse mundo sem Jronteiras q complicado: as diJerenpas em ter� mos de cultura� línKua� economia� leis e recursos naturais podem Ja^er com que ele parepa um laFirinto� 9m casal americano perceFeu isso alKuns anos atrjs e� para aproveitar a oportunida� de� decidiu aFrir uma empresa dedica� da a aNudar as companLias a condu^ir seus neKzcios no e\terior� ±%cLei que empresas estranKeiras precisavam de aNuda para estaFelecer escritzrios e Ja^er neKzcios neste país²� lemFra a presidente da 80-� 0]ric ,uKLes� Jalan� do de seus esJorpos iniciais� Mais tarde� ,uKLes e seu marido .ames 0ieFlinK� descoFriram que a maior parte dos clientes que voltavam a procurj�los era Jormada por empresas que queriam se estaFelecer no e\terior� % 80- �oriKinalmente cLamada 8rans� 0inKual Communications -nc�� atq que ,uKLes e 0ieFlinK descoFriram que os clientes Naponeses nno conseKuiam pronunciar o nome procura criar valor para seus clientes de todas as maneiras conceFíveis� % 2alco CLemical contratou a 80- para treinar seus Juncionjrios em línKua� cultura e outras diJerenpas que eles poderiam encontrar ao traFalLar no e\terior� % 80- e o People’s Daily da CLina� o maior Nornal do mundo� Jormaram uma alianpa para aNudar alKumas empresas estranKeiras a condu^ir atividades de marOetinK por meio dos escritzrios do Nornal cLinss� Em consequsncia� a 80- LoNe tem um escritzrio em 4equim� % 80- tamFqm produ^ vídeos e materiais impressos� oJerece servipos de tradupno e proporciona praticamente qualquer tipo de consultoria que um cliente possa deseNar� f preciso certo Krau de conLecimento para oJerecer tanto valor a tantos tipos diJerentes de clientes ° e ,uKLes e 0ieFlinK estno Fem preparados para isso� ,uKLes Jala seis línKuas Jluentemente e morou em vjrios países� enquanto seu marido tem mestrado em relap~es internacionais� ±Muitas empresas acLam que o mercado asijtico q um nico setor LomoKsneo� mas nno q²� di^ ,uKLes� ±,j enormes diJerenpas entre Ja^er neKzcios no .apno e na CLina� 3 .apno tem um padrno de vida mais alto� Kasta mais em Fens de consumo e propaKanda� % CLina tem um padrno de vida mais Fai\o� menos e\pectativas quanto a Fens de consumo e a jrea de propaKanda e os custos sno menores� emFora isso esteNa mudando�² Enquanto vocs estiver lendo este capítulo� pense em como q importante considerar Jatores como economia� atmosJera política� cultura e línKua� estilo de vida e qtica ao Ja^er neKzcios no cenjrio KloFal� *onte: &arFara &� &ucLLol^� ±>appinK a[a] culture sLocO²� in Croin’s Small Business�Jevereiro de ����� p� ��� � ,oNe a 80- q conLecida mundialmente por CLina 3nline� -nc� E<4036E M%-7 [[[�cLinaonline�com CRIANDO VALOR PARA OS CLIENTES capitulo3f.indd 55 21.06.10 16:37:40 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing56 VISÃO GERAL DO CAPÍTULO Analogamente à TLI International Corp., muitas organizações bene� ciaram-se fazendo negócios fora das fronteiras de seu país de origem. Como foi observado no Capítulo 2, muitas empresas lançam-se no mercado global porque as economias dos outros países estão crescendo mais rapidamente que a economia local, em que essas empresas estão inseridas. Por exemplo, o crescimento nas vendas de automóveis de 25% ao ano faz da Índia um mercado importante para a indústria automobilística1. Em outros casos, as organizações precisam servir mercados globais simplesmente porque a demanda em seus próprios países é pequena em relação ao mercado internacional. Este capítulo introduz fatores que os pro� ssionais de marketing devem levar em con- sideração ao decidir se atenderão clientes globalmente e como farão isso. Tendo em vista que as principais diferenças entre o marketing global e o doméstico são mudanças no ambiente, resumiremos as tendências importantes observadas nas regiões geográ� cas e discutiremos as questões relacionadas às dimensões do ambiente global. Também descre- vemos os arranjos ou modos de entrada básicos que as empresas estabelecem para operar em mercados globais. Avaliando as características do mercado externo e sua própria capa- cidade de servir esse mercado por meio dos vários modos de entrada, uma organização pode decidir se deve entrar em mercados globais e como fazê-lo (veja a Figura 3.1). *onte: &ett] .ane 4unnett e David %� 6icOs� International Business� &oston� 4;7�/ent 4uFlisLinK Co� ����� p� ���� O ambiente global em mutação A ideia de que os pro� ssionais de marketing podem dar-se ao luxo de ver seus mercados em termos puramente locais está terrivelmente ultrapassada. Após a Se- gunda Guerra Mundial, muitas das economias mundiais � caram devastadas, havia demanda reprimida por muitos bens, a população havia começado a aumentar e as distâncias geográ� cas eram mais difíceis de ser superadas do que hoje. Naquela época, a área de marketing pôde crescer rápida e lucrativamente servindo o mercado domés- tico sem medo de concorrência externa. Agora, porém, as organizações no mundo todo têm os conhecimentos e os meios � nanceiros para competir por compradores globais, numa concorrência formidável. • Início Precisamos? Podemos? Devemos? Concentrar-se domesticamente Identificar as oportunidades específicas Selecionar a opção de entrada Aumentar a capacidade Sim Sim Sim Não Não Não opção de opção de entradaentrada Início Precisamos? Podemos? Devemos? Concentrar-se domesticamente Identificar as oportunidades específicas Selecionar a opção de entrada Aumentar a capacidade Sim Sim Sim Não Não Não *-+96% ��- 4rocesso para decidir entrar ou nno em mercados KloFais capitulo3f.indd 56 21.06.10 16:37:43 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 57 infraestrutura econômica %s condip~es internas disponíveis em um país para a condupno de atividades comerciais� especialmente comunicap~es� transporte� distriFuipno e sistemas financeiros� p Outra tendência importante que ligou ainda mais estreitamente as economias mundiais são os avanços e melhorias na infraestrutura econômica de muitas nações. Infraestrutura econômica refere-se às “condições internas... disponíveis para a con- dução de atividades comerciais, especialmente comunicações, transporte, distribui- ção e sistemas �nanceiros”2. Assim, alguns componentes da infraestrutura de uma nação são sistemas telefônicos, estradas, ferrovias, sistemas elétricos, bancos e bolsas de valores. Muitas nações melhoraram sua infraestrutura por meio de avanços como �bras ópticas, redes de computadores, satélites e outras tecnologias. Como resultado, os pro�ssionais de marketing podem transportar bens, entregar serviços, transferir fundos e transmitir mensagens mais depressa e mais amplamente do que nunca. A distância tornou-se uma barreira muito menor para a realização de negócios. Embora uma in�nidade de fatores in�uenciem o marketing global, nossa discus- são estará centrada nas tendências mais importantes que afetam os principais parcei- ros comerciais do Brasil (veja a Figura 3.2). *onte: &anco Central do &rasil� – 6elatzrio anual ����� América do Norte O maior parceiro comercial brasileiro, como país, encontra-se na América do Nor- te. Os Estados Unidos são responsáveis sozinhos por cerca de 17,7% de todas as expor- tações brasileiras e 23,4% das importações. Além de ocupar posição preponderante no mercado global, os Estados Unidos desempenham um papel regional importantíssimo: dois terços dos produtos importados pelo Canadá vêm dos Estados Unidos e três quar- tos das exportações do Canadá destinam-se aos Estados Unidos3, sendo os serviços o componente de crescimento mais rápido4. As importações e exportações com os Esta- dos Unidos constituem uma parcela ainda maior do comércio do México5. O intercâmbio comercial do Brasil com o Canadá é bem mais modesto do que com os Estados Unidos, mas ainda assim o Canadá é um parceiro muito importante para o Brasil. A província de Quebec, onde a maioria das pessoas fala francês, é um pouco diferente das demais em termos de marketing. Muitas empresas, como a Integrated Computer Solutions, uma �rma de consul- toria de informática, têm políticas do tipo: “o Canadá é simplesmente uma extensão dos Estados Unidos para nossa propaganda por mala direta”6. Entretanto, a Unilever descobriu que não pode utilizar as mesmas fórmulas dos cremes dentais Close-Up e • Estados Unidos Argentina Japão Alemanha Brasil Estados Unidos Argentina Japão Alemanha Brasil *-+96% ��� 4rincipais parceiros comerciais do &rasil �importap~es e e\portap~es em FilL~es de dzlares capitulo3f.indd 57 21.06.10 16:37:51 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing58 Aim nesses dois países: o Canadá permite o uso de ciclamatos, mas proíbe a sacarina, enquanto a lei americana permite sacarina, mas não ciclamatos7. O México destaca-se no comércio internacional por seu forte vínculo com em- presas americanas. Salários relativamente baixos e regulamentações de controle de poluição historicamente menos rígidas �zeram do México uma localização atraente para as empresas estabelecerem suas unidades de produção. Ao longo da fronteira Es- tados Unidos-México há cerca de 2.000 maquiladoras, ou seja, fábricas que montam componentes americanos para exportação. O que talvez seja menos amplamente conhecido é que o México é um mer- cado cada vez mais atraente. A demanda por bens de consumo aumentou junta- mente com o rápido crescimento populacional (de 30 milhões para 81 milhões de habitantes em duas décadas). De acordo com um relatório, os consumidores mexicanos impressionam-se bastante com coisas feitas nos Estados Unidos8. No setor empresarial, o governo mexicano privatizou, ou vendeu para investidores, quase 1.000 organizações que antes se encontravam sob controle governamen- tal9. Quando essas empresas mexicanas prosperaram, mostraram-se ansiosas por importar bens e serviços. Hoje, quase 70% das importações vendidas no México provem dos Estados Unidos10. As empresas que apreenderem a cultura mexicana — bastante diferente da cul- tura predominante nos outros países da América do Norte — têm mais facilidade em construir �delidade à marca nesse mercado em expansão. Acordo de Livre Comércio da América do Norte. As atividades de marketing entre Canadá, México e Estados Unidos foram encorajadaspelo Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA). Esse acordo entre as três nações da América do Norte, que entrou em vigor no início de 1994, reduziu tarifas e outras barreiras comerciais, criando um dos maiores mercados comuns do mundo. Além de remover barreiras comerciais para produtos, o NAFTA ajudou os provedores de serviços ao eliminar a exigência de que os profissionais sejam cidadãos do país em que trabalham. Os profissionais, porém, devem continuar se submetendo a qualquer lei que regulamente a forma de trabalho. Hoje, bancos e empresas de valores canadenses podem operar subsidiárias mexicanas e empresas americanas de transporte terrestre podem transportar cargas internacionais para o México. Os debates sobre o NAFTA centraram-se em como o acordo afetaria o nível de emprego, pois os críticos previam aumento do desemprego nos Estados Unidos e Canadá quando cada vez mais empresas mudassem suas operações para o Méxi- co. De fato, as estimativas para os dois primeiros anos de comércio sob o NAFTA mostraram perdas líquidas para os americanos de pelo menos 25.000 empregos11. Obviamente, muitas empresas — incluindo gigantes como a Procter & Gamble, PepsiCo, Ford, Chrysler e General Motors — já vinham operando no México há décadas, portanto alguns empregos provavelmente acabariam se transferindo para o México mesmo sem o NAFTA. Além disso, o comércio entre as nações continuou a se expandir rapidamente, apesar da grave recessão mexicana que levou o país a aumentar as tarifas sobre importações de outros países12. As relações comerciais do México não só mantiveram o país aberto durante a recessão, como as exporta- ções proporcionaram uma base de empregos para muitos trabalhadores mexicanos, contribuindo assim para o fortalecimento econômico desse país — como cliente potencial e produtor. Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) 9m acordo entre Canadj� Mq\ico e Estados 9nidos para redu^ir tariJas e outras Farreiras comerciais entre eles� p capitulo3f.indd 58 21.06.10 16:37:53 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global �� União Europeia Num esforço para melhorar suas economias por meio do incentivo ao comércio mú- tuo, 12 nações da Europa Ocidental assinaram o Tratado de Maastricht em 1991, forman- do um grupo comercial chamado União Europeia (UE). Como é mostrado na Figura 3.3, aos países originais da UE — Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Holanda, Luxemburgo, Portugal, Espanha e Reino Unido — juntaram-se mais três membros em 1995: Áustria, Finlândia e Suécia. Os acordos que criaram a UE destinam-se a reduzir barreiras comerciais en- tre as nações-membros. As pessoas e os produtos podem cruzar livremente as fronteiras nacionais dentro da União e estão sujeitos a tarifas uniformes. A UE também buscou uma união econômica e monetária pela criação de uma moeda comum, o euro, e de um banco central, tornando-se uma grande força no merca- do mundial. Juntos, os produtos nacionais brutos e as populações das nações da UE supe- ram os dos Estados Unidos. Como bloco econômico, a UE é o principal parceiro econômico do Brasil, já que mais de um quarto de todas as exportações e importa- ções brasileiras são feitas com a UE. O comércio fortalecido entre as nações-membros provavelmente fez das empre- sas europeias concorrentes globais mais poderosos. Em contrapartida, os membros da UE tornaram-se clientes mais fáceis de serem servidos, pois o uso de padrões uniformes desobriga os fornecedores de modi�car seus produtos para obedecer às leis de cada nação europeia. Por exemplo, todos os veículos motorizados vendidos na UE devem satisfazer os mesmos padrões referentes à poluição e emissão de ruído. A par disso, a eliminação de inspeções nas fronteiras entre as nações-membros também facilitou o transporte de bens pela Europa. Ao servir a UE, os profissionais de marketing precisam lembrar que a co- munidade ainda é constituída de nações individuais cujos cidadãos muitas ve- zes sentem um forte orgulho de sua identidade nacional. Muitos membros da UE diferem em termos de sistemas jurídicos, língua, religião, costumes etc. Apesar dos esforços feitos, nem tudo que se refere a comércio foi padronizado. • Bélgica Alemanha Luxemburgo França Áustria Portugal Finlândia Suécia Reino Unido Dinamarca Holanda Espanha Itália Grécia Irlanda Bélgica Alemanha Luxemburgo França Áustria Portugal Finlândia Suécia Reino Unido Dinamarca Holanda Espanha Itália Grécia Irlanda *-+96% ��� %s nap~es da 9nino Europeia União Europeia (UE) 9m acordo entre �� países da Europa 3cidental para redu^ir as Farreiras comerciais entre eles� p capitulo3f.indd 59 21.06.10 16:37:54 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing�� Por exemplo, as tomadas elétricas e telefônicas diferem de uma nação para outra13. A crença errada de que a União Europeia iria se tornar um único mercado homo- gêneo esteve por trás do fracasso da Federal Express, que tentou estabelecer uma rede europeia de entregas semelhante a seu sistema americano. Em contraste, a UPS (United Parcel Service) prosperou ao estabelecer uma rede de alianças com empre- sas locais em várias nações europeias14. Japão O Japão é um importante parceiro comercial do Brasil, o quarto maior expor- tador e importador de produtos brasileiros. Consequentemente, os pro�ssionais de marketing pensam nos japoneses como concorrentes e clientes. Nas décadas após a Segunda Guerra Mundial, o povo japonês trabalhou duro para reconstruir sua economia e o resultado foi um enorme crescimento. Os fabri- cantes investiram pesadamente na tecnologia mais moderna e as empresas prome- tiam empregos vitalícios. No início da década de 1990, porém, esse padrão mudou quando a nação entrou em recessão. Uma razão foi que a família japonesa típica já possuía muitos bens de consumo. Além disso, os parceiros comerciais haviam eri- gido barreiras comerciais porque viam o Japão ávido por exportar seus bens, mas não por comprar produtos importados. Alguns anos mais tarde, no entanto, o Japão começou a abrir um pouco seus mercados, e mais bens importados, como produtos agrícolas e equipamentos de telecomunicações, começaram a entrar15. O Japão tem a reputação de ser uma nação em que é difícil estrangeiros fazerem negócios. Alguns sentem-se incomodados com a tendência japonesa de adiar tran- sações comerciais até terem desenvolvido um relacionamento e ganhado con�ança em seu parceiro potencial. Outra fonte de frustração é a distribuição no Japão. O país tem 13 lojas de varejo (muitas delas pequenas) para cada 1.000 habitantes (nos Estados Unidos esse número é de seis lojas para cada 1.000 habitantes). Até recentemente, as pequenas lojas japonesas eram fortes o su�ciente para impedir que grandes varejistas se instalassem nas proximidades, pois muitas vezes eram contro- ladas por um grande fabricante, que determinava o composto de produtos com base em seus próprios objetivos. Esse sistema fazia com que empresas que não controla- vam lojas tivessem di�culdade para introduzir seus produtos nos estoques. Porém, na década de 1990, o Japão reformou sua lei para que um número maior de grandes varejistas pudesse se estabelecer. O resultado foi uma maior concorrência no varejo por parte de redes como a 7-Eleven16. América Latina A Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil no Mercosul e o segun- do país em ordem de importância quanto ao intercâmbio comercial. As economias brasileira e argentina são bastante interligadas: por exemplo, o que acontece no Brasil — como uma desvalorização do real — afeta bastante a Argentina, mexendo profunda- mente com a balança comercial, produção interna, en�m, com a economia como um todo. O Mercosul é um acordoregional entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai para eliminar tarifas e incentivar o comércio entre esses países. Como bloco, o Mercosul, que atualmente responde por aproximadamente um sexto de tudo que é importado e expor- tado pelo Brasil, tem uma função vital na região e enorme potencial de crescimento. No passado, a instabilidade política e o lento crescimento econômico de sin- centivavam o interesse dos pro�ssionais de marketing pela América Latina e pelas • • Mercosul %cordo entre &rasil� %rKentina� 9ruKuai e 4araKuai para eliminar tariJas e incentivar o comqrcio entre eles� p capitulo3f.indd 60 21.06.10 16:37:55 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 61 nações do Caribe. Porém, esses países tornaram-se mercados mais atraentes. Muitas restrições comerciais foram removidas e diversas empresas governamentais foram privatizadas. A dívida do governo e as taxas de in�ação declinaram, ajudando as organizações locais a se tornarem mais competitivas. As empresas recentemente privatizadas melhoraram seu desempenho �nanceiro, introduzindo tecnologia moderna e dispensando funcionários ociosos. Tais mudanças �zeram da América Latina e do Caribe um mercado de exportação cada vez mais importante para as organizações. Mais de 40% dos bens importados pelos países da América Latina vêm dos Estados Unidos17. Infelizmente, o crescimento dessas economias não foi su�ciente para gerar em- pregos bem pagos para os trabalhadores demitidos e para os novos ingressantes na força de trabalho. Muitos consumidores apenas sobrevivem com subempregos. A porcentagem de trabalhadores informais (que vendem produtos em bancas nas ruas ou que recebem salários sem benefícios) é de 43% na Argentina e 80% no Peru (no Brasil é de 66%)18. O Chile tem sido uma das nações sul-americanas mais atraentes, graças a duas décadas como economia de livre mercado e uma década de crescimento econômico19. O alto desemprego foi uma consequência de sua transformação numa economia mais aberta, mas, num período recente de cinco anos, um quarto dos pobres do Chile teve uma elevação em sua renda que os fez subir acima da linha de pobreza20. Outras nações As nações discutidas até aqui são, atualmente, os principais parceiros comerciais de vários países. Todavia, os pro�ssionais de marketing e outros observadores empre- sariais sabem que o ambiente muda constantemente e, portanto, é preciso estar atento ao mundo inteiro para ver onde a demanda está crescendo e onde os concorrentes estão se desenvolvendo. Ásia/Orla do Pací�co. Como cada vez mais os pro�ssionais de marketing de massa já reconheceram, o continente mais populoso do mundo é a Ásia. Além do Ja- pão, as nações com o maior potencial de poder de compra são a China e outros países asiáticos como Indonésia, Malásia, Cingapura e Coreia (veja a Figura 3.4). A Ásia corresponde a cerca de um sexto de todas as exportações e importações brasileiras. *onte: 1999 Information Please Almanac, apud U.S. Census Bureau, International Database e The World Factbook, 2000. • Cingapura Indonésia Hong Kong Taiwan China Coréia do Sul Japão Malásia Taxa média de crescimento (em %) 8,0 ou mais 6,0 - 7,9 4,0 - 5,9 0 - 1,9 Cingapura Indonésia Hong Kong Taiwan China Coréia do Sul Japão Malásia Taxa média de crescimento (em %) 8,0 ou mais 6,0 - 7,9 4,0 - 5,9 0 - 1,9 *-+96% ��� Crescimento das economias asijticas capitulo3f.indd 61 21.06.10 16:37:56 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing62 Algumas dessas nações de crescimento rápido são membros do grupo comer- cial asiático conhecido como Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que busca cooperação econômica e redução das barreiras comerciais entre seus participantes. As nações da ASEAN são Brunei, Indonésia, Malásia, Cingapura, Fi- lipinas e Tailândia, que, juntas, têm uma população de 400 milhões de pessoas. Os acordos entre os membros da ASEAN incluem planos para eliminar tarifas sobre a maioria dos produtos até 2003 e incentivar o comércio de serviços21. Com 21% da população mundial, a China não pode ser ignorada pelos pro�s- sionais de marketing do mundo. Esse país não só conta com bem mais de um bilhão de habitantes, como com 200 milhões de moradores urbanos de classe média22 e uma renda que vem se acelerando num passo que pode vir a fazer da China a maior economia do mundo por volta de 201023. Esse poder é especialmente impressionan- te à luz dos laços econômicos cada vez mais fortes do país com Hong Kong e Taiwan — laços que fazem com que os três, juntos, sejam conhecidos como a “Grande China”. No entanto, a China enfrenta um enorme desa�o: nenhum país jamais deixou para trás simultaneamente a pobreza do Terceiro Mundo e o governo comunista. Essa dupla tarefa terá de incluir a reti�cação de uma infraestrutura negligenciada, como, por exemplo, um dos menores sistemas ferroviários do mundo em relação à popula- ção24. A China também participa do ambiente competitivo das organizações globais — prova disso é o fato de que os Estados Unidos são o maior mercado de expor- tação da China25. Embora o tamanho e o crescimento da economia chinesa sejam impressio- nantes, outros países asiáticos também estão se expandindo. Boa parte desse cres- cimento está centralizada na Indonésia, Malásia e Cingapura. A Indonésia, um arquipélago de mais de 13.000 ilhas, rico em recursos naturais, é a quarta nação mais populosa do mundo. De acordo com o empresário indonésio Augusto P. Niko, “nossa população é tão grande que qualquer coisa que não conseguirmos exportar pode ser vendida localmente”26. A Malásia, um país menor, está tentando se tornar totalmente industrializada até 2020. Os baixos custos da mão de obra e dos imóveis fazem da Malásia uma localização atraente para unidades de fabricação. Cingapura, por sua vez, ostenta não só uma economia avançada e experiência em administração, como o porto mais movimentado do mundo. Como Cingapura, a Coreia do Sul busca liderança tecnológica. Antes isso era feito por meio de práticas em estilo ja- ponês, como investir somas consideráveis para ganhar uma posição de liderança em setores especí�cos. Mais recentemente, as empresas coreanas estão procurando parcerias com empresas estrangeiras que possam ensinar tecnologias úteis27. África. Outra região signi�cativa em termos de população é a África, o segundo continente mais populoso. Todavia, apenas cerca de 2,5% das exportações brasileiras destinam-se à África28. Os empresários mostram-se relutantes em investir no continente africano por causa de sua imagem habitual de um lugar de pobreza e agitação política. Esses problemas existem e o crescimento econômico do continente tem sido lento. Porém, alguns países na África também têm residentes de classe média e cidades grandes e modernas. De acordo com o consultor Michael Sudarkasa, “há 18 ou 19 países que tiveram eleições democráticas... Acho que os americanos não saberiam citar dois deles”29. Até agora, empresas europeias e japonesas têm identi�cado e atuado mais ativamente em relação a oportunidades de marketing na África. Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) 9m acordo entre nap~es asijticas para eliminar tariJas e incentivar o comqrcio entre elas� p A Glasurit (tintas e vernizes para pintura e repintura automobilística, de eletrodomésticos, de eletroele- trônicos, de móveis, de plásticos etc.) e a Suvinil (setor imobiliário) fazem ambas parte do grupo BASF, empresa com sede em Ludwigshafen, Alemanha, com fábricas em quase 40 países e conduzindo negócios com clientes em mais de 170 nações. Composto de 114 companhias e 106 mil colaboradores, que faturam mais de 30 bilhões de dólares, obteve 60% do total de suas vendas na Europa, dos quais 25% na Alemanha.Do restante, 23% vieram da região do NAFTA, 11% da Åsia, área do Pacífico e Åfrica, e 6% da América do Sul. E<4036E M%-7 E\plore mais em [[[�FasJ�com�Fr capitulo3f.indd 62 21.06.10 16:37:57 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 63 Leste europeu. As nações da ex-União Soviética e seus aliados europeus rece- beram muita atenção do marketing em anos recentes. À medida que essas nações moveram-se para o capitalismo, os pro�ssionais de marketing criaram a esperança de que os europeus orientais fossem aumentar sua demanda por bens e serviços. E, de fato, muitas empresas tiveram o prazer de encontrar um mercado de braços aber- tos para seus produtos e serviços, incluindo bens de consumo básicos, consertos de carros e gerenciamento ambiental30. Os sistemas políticos e econômicos instáveis do Leste Europeu, porém, podem tornar o marketing difícil. Por exemplo, uma empresa perdeu um carregamento de couro que viajava da Rússia para a Polônia quando as autoridades portuárias de am- bos os países entraram numa discussão sobre jurisdição. Quando a disputa chegou ao �m, os couros já tinham apodrecido31. Ambiente Questões para análise Econ|mico EstjKio de desenvolvimento 4oder de compra dos consumidores 8ipo de moeda; ta\a de clmFio 4olítico e leKal EstaFilidade política 0eis que limitam o comqrcio internacional 0eis locais %cordo +eral de 8ariJas e Comqrcio �+%88 7ocial -n¾usncias culturais soFre o comportamento de compra DiJerenpas de línKua 8amanLo e distriFuipno da populapno Condipno socioecon|mica -mpacto do marOetinK na cultura Considerap~es qticas como suForno e direitos Lumanos 2atural 6ecursos disponíveis -mpacto do marOetinK soFre os recursos naturais 8ecnolzKico 2íveis de desenvolvimento tecnolzKico -nJraestrutura disponível Competitivo +rau de participapno do Koverno na concorrsncia 8ipo de concorrentes ° locais� KloFais ou Kovernamentais *onte: &ett] .ane 4unnett e David %� 6icOs� International Business� �a ed� &lacO[ell &usiness� ���� de &ett] .ane 4unnett e David %� 6icOs� 6eimpresso com autori^apno dos autores� Ambiente Questões para análise Econ|mico EstjKio de desenvolvimento 4oder de compra dos consumidores 8ipo de moeda; ta\a de clmFio 4olítico e leKal EstaFilidade política 0eis que limitam o comqrcio internacional 0eis locais %cordo +eral de 8ariJas e Comqrcio �+%88 7ocial -n¾usncias culturais soFre o comportamento de compra DiJerenpas de línKua 8amanLo e distriFuipno da populapno Condipno socioecon|mica -mpacto do marOetinK na cultura Considerap~es qticas como suForno e direitos Lumanos 2atural 6ecursos disponíveis -mpacto do marOetinK soFre os recursos naturais 8ecnolzKico 2íveis de desenvolvimento tecnolzKico -nJraestrutura disponível Competitivo +rau de participapno do Koverno na concorrsncia 8ipo de concorrentes ° locais� KloFais ou Kovernamentais *onte: &ett] .ane 4unnett e David %� 6icOs� International Business� �a ed� &lacO[ell &usiness� ���� de &ett] .ane 4unnett e David %� 6icOs� 6eimpresso com autori^apno dos autores� MARKETING eM AÇÃO Desde que KanLou a posipno dominante no mercado de reJri� Kerantes no 0este Europeu� alKuns anos atrjs� a Coca�Cola tem proporcionado oportunidades para empreendedores locais� %s receitas Keradas pelas vendas da Coca�Cola financiaram o esta� Felecimento ou a soFrevivsncia de ������ a ������ quiosques e outras pequenas loNas na reKino� %lqm disso� a empresa di^ que cada empreKo no sistema de marOetinK da Coca�Cola Kerou� direta ou indiretamente� outros de^ empreKos� %ssim� a entrada da Coca�Cola no 0este Europeu aNudou a impulsionar o przprio crescimento econ|mico que atraiu a empresa para lj� Presente em cerca de 200 países, como 50 da África, quase todos da Europa, como a Bélgica, que com seu pequeno tamanho está entre os 20 maiores consumidores per capita de Coca no mundo, e países da Ásia, onde o Coca concorre com mais de 7.000 marcas de refrigerantes (a cada ano mais 1.000 são lançadas) e 50% das suas vendas são realizadas em vending machines. E<4036E M%-7 E\plore mais em [[[�coOe�com e [[[�coca�cola�com�Fr 8%&E0% ��� %s quest~es da anjlise amFiental em mercados KloFais capitulo3f.indd 63 21.06.10 16:37:59 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing64 Análise ambiental em mercados globais À medida que o desenvolvimento do mercado internacional continua a criar oportunidades, os pro�ssionais de marketing devem ser capazes de avaliar o ambien- te externo numa escala global. O exame ambiental de mercados globais geralmente envolve diversas questões, resumidas na Tabela 3.1. Essas questões complicam a tarefa de compreender e responder ao ambiente externo, mas, quando os pro�ssionais de marketing compreendem as diferenças em condições econômicas, leis e cultura, eles podem identi�car quando e como adequar seus compostos de marketing para criar valor para os clientes de outros países. Ambiente econômico As economias de muitos países estão cada vez mais entrelaçadas e os ciclos de negócios tendem a seguir padrões semelhantes. No entanto, há diferenças que podem ser signi�cativas. Ao aprender sobre países especí�cos, os pro�ssionais de marketing precisam descobrir aspectos básicos como o estágio de desenvolvimento econômico do país, o poder de compra de seu povo e a força de sua moeda. Estágio de desenvolvimento. Para começar a comparar o estágio de desenvolvi- mento econômico de países, os pro�ssionais de marketing podem classi�cá-los como países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Os chamados países desenvolvidos têm economias em que a tecnologia moderna permite às organizações comercializar uma ampla variedade de produtos e serviços. Os principais países desenvolvidos são Estados Unidos, Canadá, Japão e a maioria dos países da Europa Ocidental. Em con- traste, os países em desenvolvimento ainda não passaram totalmente de economias agrícolas para economias industriais, embora possam estar no processo de fazê-lo ou mesmo na fase �nal desse processo. Claro que essas são classi�cações amplas demais, que mascaram muitas das diferenças entre as nações. Em geral, o poder de compra dos consumidores é maior nos países desenvol- vidos, portanto esses países interessam mais aos pro�ssionais de marketing. Porém, uma nação em desenvolvimento que esteja fazendo avanços econômicos signi�ca- tivos pode ter uma demanda muito forte por produtos já disseminados nos países desenvolvidos. Por exemplo: você preferiria vender telefones na China, que a cada ano instala linhas telefônicas su�cientes para servir um país do tamanho da Espanha, ou nos Estados Unidos32? Além disso, pequenas empresas podem encontrar num país em desenvolvimento um lugar atraente para atuar. Uma empresa pequena pode cuidar das necessidades do mercado enquanto ele ainda está crescendo e antes que grandes concorrentes sejam atraídos para ele. Poder de compra. Ao examinar o poder de compra, os pro�ssionais de marke- ting começam por medidas gerais como o produto nacional bruto, a renda por pessoa e a distribuição de renda. O produto nacional bruto (PNB) é o valor total dos bens e serviços produzidos num determinado país. E uma medida básica da quantidade de atividade econômica que acontece no país. Para ter uma ideia do poder de compra dos consumidores, os pro�ssionais de marketing examinam a renda por pessoa, ou renda per capita. A renda per capita varia muito de um país para outro, conforme a Figura 3.5 exempli�ca. Almanaques, revistas, guias turísticos e órgãos governamentais publicam com frequência esses dados. Além dos números atuais, os pro�ssionais de marketing de- vem examinar dados históricos e previsões para ver se a tendência é de que o PNB e a renda cresçam num ritmo aceitável. • países desenvolvidos4aíses em que a tecnoloKia moderna permite que as orKani^ap~es comerciali^em uma ampla variedade de produtos e servipos� p países em desenvolvimento 4aíses que ainda nno passaram totalmente de economias aKrícolas para economias industriais� p produto nacional bruto (PNB) 3 valor total dos Fens e servipos produ^idos em um determinado país p renda per capita % renda por pessoa num determinado país� p capitulo3f.indd 64 21.06.10 16:38:00 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 65 Esses números, porém, são apenas médias. Como tal, eles mascaram a varie- dade de rendas dentro de um único país. O estudo da distribuição da renda dentro de países revela que mesmo países com uma baixa renda per capita muitas vezes têm um segmento da sociedade com ganhos muito mais altos. Por exemplo, quase metade da população de Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan pertence à classe média, da qual também fazem parte dezenas de milhões de pessoas na Argentina, Chile e México33. Dependendo da estrutura da economia, mesmo uma renda pequena pode dar aos consumidores um poder de compra relativamente grande. Assim, embora os salá- rios chineses sejam baixos, o custo da moradia também é baixo — em geral, menos de 5% da renda familiar. Como resultado, muitos consumidores chineses têm muita ren- da disponível34. Além disso, pessoas de baixa renda tendem a comprar mais de alguns produtos, como serviços de ônibus em vez de automóveis. A Amparts International, uma distribuidora de peças para caminhões e ônibus, descobriu que “o mercado de ônibus apenas na Cidade do México é muito maior do que todo o mercado de ônibus dos Estados Unidos”35. Moedas. A maioria das nações tem sua própria moeda — o dinheiro que está em uso geral naquele país. Os compradores no Brasil usam reais, nos Estados Unidos usam dóla- res, no Japão, ienes e, no México, pesos. Organizações que lidam com mais de um tipo de moeda entendem e acompanham as taxas de câmbio. Essencialmente, a taxa de câmbio é o preço de uma moeda. Ela diz quanto de uma moeda você pode conseguir em troca de outro tipo de moeda — por exemplo, quantos euros ou rublos você pode conseguir por um real. As taxas de câmbio mudam continuamente, o que cria riscos signi�cativos para os pro�ssionais de marketing global. Suponha que um fabricante concorde em vender uma ferramenta por 1,5 milhão de libras esterlinas num momento em que a taxa de câmbio era de 0,5 libra para cada real. Depois, a taxa de câmbio sobe para 0,6; em reais, o preço caiu de $3,0 milhões para $2,5 milhões: Preço original = £1,5 milhão x $1/£0,5 = $3,0 milhões Novo preço = £1,5 milhão x $1/£0,6 = $2,5 milhões 5.000 0 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 Renda País Brasil $7.037 Colômbia $5.749 México $8.297 Sri Lanka $3.279 Egito $3.420 Indonésia $2.857 Rep. Democrática do Congo $801 Canadá $26.251 França $22.897 Cingapura $20.767 Reino Unido $22.093 Estados Unidos $31.873 5.000 0 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 Renda País Brasil $7.037 Colômbia $5.749 México $8.297 Sri Lanka $3.279 Egito $3.420 Indonésia $2.857 Rep. Democrática do Congo $801 Canadá $26.251 França $22.897 Cingapura $20.767 Reino Unido $22.093 Estados Unidos $31.873 taxas de câmbio 3 prepo de uma moeda com relapno a outra moeda� p *-+96% ��� 6enda per capita em alKuns países� � 4roduto interno Fruto per capita seKundo o 6elatzrio de Desenvolvimento ,umano ���� do 4roKrama das 2ap~es 9nidas para o Desenvolvimento capitulo3f.indd 65 21.06.10 16:38:04 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing66 Nesse caso, o risco é de que o vendedor receba menos reais do que o esperado. Outro risco inerente à variação das taxas de câmbio é a demanda dos clientes mudar juntamente com seu poder de compra. Assim, um iene japonês forte (isto é, um iene que valha uma quantia relativamente grande de dólares), associado à recessão, moti- vou os clientes japoneses a verem os produtos importados de forma mais favorável, desde que o preço fosse acessível. Isso foi uma boa notícia para pro�ssionais de marketing global, em detrimento das empresas japonesas36. Para administrar esses riscos, muitas organizações globais, incluindo bancos, têm funcionários dedicados a acompanhar as taxas de câmbio e negociar moedas estran- geiras pelo melhor preço possível. Organizações globais também podem contratar um banco que as ajude a lidar com moedas estrangeiras e taxas de câmbio. Como as taxas de câmbio mutáveis tornam o comércio internacional mais arris- cado e complexo, a União Europeia, para incentivar o comércio entre as nações-mem- bros, desenvolveu uma moeda comum, o euro, e uma taxa de câmbio permanente para a moeda de cada nação em relação ao euro, a �m de substituir as antigas moedas nacionais. Todavia, o sucesso do euro ainda é incerto37. Ambiente político e legal O ambiente político e legal de uma nação pode afetar as estratégias de marketing de várias maneiras. Ao avaliar se devem ou não entrar num novo mercado, os pro�s- sionais de marketing precisam considerar se o sistema político desse país cria uma atmosfera comercial aceitável. Já as questões relevantes quanto ao ambiente legal in- cluem leis que limitam o comércio internacional, as próprias leis que regem o comér- cio nos países an�triões e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio. Sistemas políticos. Alguns sistemas políticos favorecem o controle governamental sobre a liberdade de indivíduos e orga- nizações privadas. Por exemplo, qualquer um que deseje inves- tir em operações na Indonésia precisa primeiro obter uma carta de aprovação assinada pelo presidente desse país, num processo que demora cerca de nove meses38. Além disso, alguns governos acham politicamente vantajoso desestimular a entrada de multinacionais. O governo chinês cer- ta vez sobrecarregou um fabricante estrangeiro em Pequim com uma frustrante série de ordens: não venda seus produtos fora de Pequim; seus preços devem ser �xados; seus preços devem ser os mais baixos desses preços �xados ou o custo de produção mais 5%. Quando a empresa ameaçou deixar o país, as partes chegaram a um acordo segundo o qual o governo administraria a fábrica e dividiria os lucros com ela39. A pressão para desestimular os investimentos externos pode derivar de vários grupos de interesse. Na Índia, por exemplo, uma associação de fazendeiros de Karnataka escolheu a fábrica de proces- samento de sementes da Cargill como alvo de violentos protestos, alegando que ela havia removido o controle dos fazendeiros sobre as sementes. A associação também liderou um ataque a um restaurante da cadeia Kentucky Fried Chicken na cidade de Bangalore, a�rmando que a promoção de frangos da KFC desvia os grãos do consumo humano40. • capitulo3f.indd 66 21.06.10 16:38:06 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 67 Outra questão política é a estabilidade do país. Nos países em que a presidên- cia pode mudar de mãos a cada quatro anos, políticas referentes ao comércio global podem ser alteradas frequentemente. Entretanto, embora líderes políticos entrem e saiam, o sistema em si tem resistido às mudanças em vários desses países. Em con- traste, outros sistemas políticos, como os da Somália, Camboja e Haiti, encontram-se sob terreno muito mais instável. Quando um país com um sistema político instável é, em outros aspectos, um lugar desejável para fazer negócios, os pro�ssionais de marketing procuram maneiras de proteger seus recursos. Eles podem insistir em ser pagos rapidamente e converter de imediato o pagamento para suas próprias moedas, ou podem limitar a extensão de suas operações no país. Claro que um país que representeriscos inaceitáveis para uma empresa pode ser uma fonte de oportunidade para outra. Exemplo disso é a O’Gara-Hess & Eisenhardt, uma blindadora de automóveis que vende mais da metade de sua produção para o Oriente Médio41. Leis que limitam o comércio internacional. Algumas nações, na tentativa de proteger os interesses de empresas domésticas, limitam as atividades de empresas multinacionais dentro de suas fronteiras. Um exemplo desse expediente são as leis antidumping, projetadas para impedir que empresas de fora vendam produtos abaixo do custo a �m de conquistar participação no mercado. Outras leis comuns relaciona- das ao comércio internacional incluem restrições à importação, controles de câmbio, limites quanto a quem pode ser proprietário ou trabalhar na organização e restrições baseadas na segurança nacional. As restrições à importação muitas vezes assumem a forma de tarifas e quotas. Uma tarifa é um imposto cobrado sobre bens e serviços importados ou exportados. O governo pode de�nir tarifas para um tipo de produto com uma mesma alíquota para todos os países, ou pode cobrar diferentes alíquotas de diferentes países. Quota é a quantidade de um produto que pode ser trazida para um país ou retirada dele. Em alguns casos, as nações proíbem produtos para controlar as importações. Quando as importações de frangos americanos começaram a subir demais na Rússia em mea- dos da década de 1990, o governo russo ameaçou proibir o produto alegando que os frangos importados estavam contaminados com substâncias químicas, hormônios e bactérias42. Do mesmo modo, a União Europeia proíbe a importação de carne ameri- cana por causa dos hormônios de crescimento usados pelos criadores de gado ame- ricanos43. Além de proteger os consumidores de produtos considerados nocivos, as restrições à importação visam favorecer os produtos domésticos dentro do mercado local, embora geralmente tendam a elevar seus preços. Controles de câmbio. São leis que de�nem um teto para a quantia de moeda que pode ser trocada por outra moeda. De particular interesse é a possibilidade de trocar a moeda de um país por moeda forte, ou seja, uma moeda garantida por reservas de ouro e facilmente conversível em outras moedas. Os detentores de moeda forte podem gastá-la em outros países — digamos, para investir em outro lugar ou pagar dividendos para os proprietários da empresa. Para regular essas trocas, os controles de câmbio de�nem um limite à quantia que pode ser trocada, ou limitam as trocas estabelecendo uma taxa de câmbio baixa. A China, por exemplo, controla o câmbio limitando a quantidade de moeda forte disponível44. quota 9m limite da quantidade de um produto que pode ser tra^ida para um país ou retirada dele� p tarifa 9m imposto coFrado soFre Fens e servipos importados ou e\portados p moeda forte Moeda Karantida por reservas de ouro e prontamente conversível em outras moedas� p controles de câmbio 0eis que fi\am um teto para a quantia de moeda que pode ser trocada por outra moeda� p capitulo3f.indd 67 21.06.10 16:38:06 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing68 Outro tipo de limitação ao comércio internacional são as restrições de proprie- dade. Nesse aspecto, a legislação de determinado país pode exigir que a maior parte da empresa seja de propriedade de nacionais, ou que a maioria dos empregados seja formada por cidadãos do país. Neste último caso, a organização tem de restringir suas operações a países com pessoal quali�cado su�ciente, ou criar condições para treinar os trabalhadores locais. Alguns pro�ssionais de marketing também enfrentam restrições relacionadas à segurança nacional. Se um governo decide que a venda de um determinado produto para compradores em certos países representa uma ameaça à segurança nacional, ele pode proibir a venda. Esse tipo de restrição afeta as vendas de produtos de alta tecno- logia, como computadores e equipamento de comunicação, além de armas militares. Embora barreiras comerciais sejam impostas, como vimos, para proteger produ- tores domésticos, consumidores ou a segurança nacional, elas podem acabar servindo como incentivo para que outras nações, em retaliação, estabeleçam suas próprias bar- reiras. Essa consequência é particularmente temida por Ronald Schwarcz, presidente da Bird-X, que comercializa “espantalhos” modernos, como balões com a cabeça de uma ave feroz impressa para repelir aves e animais indesejados. Schwarcz comenta que a retaliação devida a barreiras comerciais rígidas “poderia ser devastadora para uma em- presa pequena como a nossa, que está tentando entrar em novos mercados globais”45. Leis locais. Os pro�ssionais de marketing devem observar as leis de cada país. Em alguns casos, as empresas são mais reguladas em outros países do que no seu próprio. Por exemplo, muitas nações europeias especi�cam os dias e horas durante os quais as empresas podem operar. Na Holanda, as empresas precisam registrar-se na câmara de comércio e fornecer informações que ajudarão os fornecedores a conhecer melhor seus clientes. O registro na câmara de comércio também possibilita que os concorrentes controlem-se entre si46. Em outros casos, os pro�ssionais de marketing são desa�ados a operar num am- biente que é menos regulamentado do que eles gostariam que fosse. Muitos países per- mitem a formação de cartéis e monopólios, ou não protegem bem patentes e copyrights. Talvez o país que mais tenha gerado problemas nesse aspecto seja a China, que foi acu- sada de vender so�ware, música e �lmes pirateados no valor de mais de um bilhão de dólares ao ano. Os produtores chineses copiam os produtos sem autorização, suposta- mente protegidos por vínculos com membros do governo e militares47. O México tem leis mais rígidas, mas nem sempre tem conseguido aplicá-las48. Mesmo em países como os Estados Unidos, a proteção legal é criticada como inadequada em algumas áreas: a lei estabelece penalidades para roubo de produtos, mas não cobre o roubo de propriedade intelectual, como código de so�ware49. Nesta era de informação, essa proteção deixa de incluir os produtos de muitas empresas de alta tecnologia. Os pro�ssionais de marketing também devem estar familiarizados com as leis lo- cais que regulamentam a atividade empresarial. No Canadá, por exemplo, as empresas precisam seguir as leis das províncias em que operam. Assim, na província de Quebec, todas as faturas, catálogos e rótulos de produtos devem estar em francês (a tradução para o inglês é opcional). Às vezes, uma organização percebe que as leis de um país di�cultam a penetração em seu mercado. Como exemplo disso, podemos citar o caso da Coca-Cola, que se manteve fora da Índia por 16 anos devido à exigência de que a empresa divulgasse a fórmula de seu concentrado. Em vez de revelar esse segredo tão bem guardado, a Coca-Cola preferiu �car fora do país até que a exigência fosse removida50. capitulo3f.indd 68 21.06.10 16:38:07 C%4È8903 � Os Desafi os do Marketing Global �� Acordo Geral de Tarifas e Comércio. As leis e regulamentações que governam o comércio internacional podem tornar o marketing global mais difícil. No entanto, a maior parte dos governos também reconhece que, quando o comércio internacio- nal é fácil e difundido, os consumidores locais podem bene� ciar-se de uma maior variedade de opções e as empresas domésticas têm acesso a mais clientes. Com vis- tas a esses benefícios, os governos promovem o livre comércio por meio de acordos internacionais como o Mercosul, a União Europeia, a ASEAN e o NAFTA. Um dos esforços mais importantes para facilitar o comércio internacional é o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT). O GATT é um conjunto de regras e princípios internacionais para a abertura do comércio entre as nações-membros, com o apoio de um órgão que serve como fórum paranegociações. Mais de 110 nações são membros do GATT e outras vêm procurando se associar. Desde que o primeiro tratado do GATT foi assinado, depois da Segunda Guerra Mundial, novas negociações ocorreram diversas vezes e o valor médio das tarifas desabou (veja a Figura 3.6). As mais recentes negociações começaram no Uruguai, em 1986, e resultaram na redução ou eliminação de uma série de barreiras comerciais. Além de diminuir ainda mais as tarifas, elas estenderam o livre comércio para áreas que antes estavam fora das regras do GATT, como os setores agrícola e de serviços. Além disso, direitos de propriedade intelectual, como os que envolvem marcas registradas e copyrights, receberam maior proteção. As negociações do Uruguai também re- sultaram na formação da Organização Mundial do Comércio (OMC), criada para incentivar futuras negociações e supervisionar a resolução de conflitos relacionados ao GATT. Ambiente social Vista globalmente, a dimensão social do ambiente de marketing é imensamen- te mais complexa do que em seu nível doméstico. O mundo contém uma enorme variedade de culturas, que incluem diferenças de língua e costumes amplamente di- vergentes. Os padrões demográ� cos também variam dentro de nações e entre elas. Em consequência de todos esses fatores, questões éticas podem ser interpretadas de maneiras diversas em diferentes partes do mundo. • 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000* (Ano) 40 Tarifa média (porcentagem) * Projetada 30 20 10 0 *-+96% ��� 8ariJas mqdias de nap~es industriali^adas Organização Mundial do Comércio (OMC) 3rKani^apno destinada a promover neKociap~es e supervisionar a resolupno de con¾ itos relacionados ao +%88� p Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) 9m conNunto de reKras e princípios internacionais para a aFertura do comqrcio entre as nap~es� �memFros� p capitulo3f.indd 69 21.06.10 16:38:09 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing�� Fatores culturais. Os pro�ssionais de marketing precisam compreender a cultura das nações em que pretendem fazer negócios. Compreender uma cultura não signi�ca entender alguns estereótipos e aplicá-los ao acaso, mas sim desenvolver uma per- cepção dos valores e estilos de comportamento comuns em vários países, para poder então respeitar diferenças culturais e trabalhar de forma construtiva com pessoas de ou- tras culturas. Os pro�ssionais de marketing precisam saber, principalmente, sobre os costumes, a etiqueta e a religião dominantes. A par disso, algumas áreas de diferença potenciais a que se deve estar atento são papéis familiares, espaço pessoal, percepção do tempo, individualidade versus identidade de grupo e o grau em que a cultura enfatiza realizações ou relacionamentos. O conhecimento de diferenças culturais e a sensibilidade em relação a elas podem ajudar a construir relações com parceiros e clientes potenciais de outros países. Isso é especialmente importante quando se comercializa serviços, porque os profissionais de marketing de serviços geralmente entram em contato dire- to com seus clientes. Assim, um consultor que viole repetidamente as regras de etiqueta de uma cultura provavelmente não conseguirá boas referências nem o retorno dos clientes. O aprendizado sobre uma cultura pode revelar oportunidades de marketing. Por exemplo, o funcionário alemão médio tem seis semanas de férias e mais de um feriado por mês51. Isso sugere um mercado fértil para, de um lado, produtos de consumo relacionados a lazer e, de outro, produtos empresariais destinados a aumentar a produtividade. De forma semelhante, a prática dos varejistas alemães de fechar o seu comércio à uma hora da tarde aos sábados e durante todo o domingo criou uma oportunidade para franquias, como o McDonald’s, que abrem sete dias por semana52. Cultura e comportamento de compra. Os pro�ssionais de marketing precisam compreender as in�uências culturais sobre o comportamento dos consumidores. Por exemplo, o fato de um produto ser fabricado nos Estados Unidos impressiona con- sumidores húngaros, mas não os franceses ou alemães53. No cenário do fast-food na Ásia, o KFC bene�cia-se do fato de que o frango é consumido no mundo inteiro e não é proibido por certas religiões, como acontece com a carne de porco (proibida pelos muçulmanos) e a de vaca (pelos hindus)54. As diferenças culturais aplicam-se não só aos consumidores, mas às práticas e às pessoas de negócios. Vendedores que desejem seguir uma etiqueta adequada na Ásia devem evitar fazer piadas, usar roupas vistosas, dar presentes generosos ou manter contato físico além do aperto de mãos55. Ao tomar decisões de compras, os homens (ou mulheres) de negócios japoneses tendem a dar mais importância a seu relaciona- mento com o vendedor do que às características técnicas do produto56. Eles também pesam o impacto sobre outras relações, como veremos no exemplo seguinte. Quando Susan Green�eld Merdinger, uma corretora imobiliária americana, tentou ajudar um grupo de gerentes japoneses a encontrar moradias, ela lhes mostrou casas durante dias; os gerentes pareciam satisfeitos, no entanto nenhum deles fazia uma proposta. Então, o chefe deles chegou e selecionou uma casa. No dia seguinte, todos os ou- tros gerentes �zeram propostas — eles haviam esperado para não constranger o chefe comprando uma casa melhor do que a dele57. capitulo3f.indd 70 21.06.10 16:38:09 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 71 No México, muitas pessoas valorizam os relacionamentos, em especial os laços familiares. Eles também tendem a prestigiar a harmonização acima do sentimento de vitória. Assim, para tratar com homens de negócios mexicanos, os pro�ssionais de marketing precisam construir relacionamentos e dedicar algum tempo a conversar sobre a família58. A Tabela 3.2 descreve algumas outras diferenças culturais que po- dem levar a problemas de marketing. Língua. Diferenças linguísticas afetam muitas decisões de marketing. Pro�ssio- nais de marketing na França ou no Japão, por exemplo, precisam superar o proble- ma de aprender uma língua diferente. Além disso, as divergências linguísticas podem ocorrer dentro de um mesmo país, como no caso da China, que, embora possua uma língua escrita comum (o mandarim), conta com muitos dialetos falados diferentes, ou a Indonésia, que tem mais de 300 grupos linguísticos distintos. Mesmo entre os países de língua portuguesa há diferenças linguísticas importantes. No inglês há o mesmo problema: a BBC tentou abolir americanismos como trailer truck (caminhão articula- do), que na Grã-Bretanha é articulated lorry; custom made (feito sob medida), que em inglês britânico é bespoke e period (ponto �nal), que para os britânicos é full stop59. Linguagem corporal *icar em pq com as mnos nos quadris q um Kesto de desafio na -ndonqsia� Manter uma conversa com as mnos nos Folsos causa uma impressno ruim na *ranpa� &qlKica� *inllndia e 7uqcia� 5uando vocs Falanpa a caFepa de um lado para o outro� estj di^endo ±sim² na &ulKjria e em 7ri 0anOa� Cru^ar as pernas e e\por a sola do sapato q totalmente vedado em países mupulmanos� onde cLamar uma pessoa de ±sapato² q um Krande insulto� • • • • Contato físico Dar um tapinLa na caFepa de uma crianpa q uma Krave oJensa na 8aillndia ou em CinKapura� uma ve^ que a caFepa q reverenciada como a locali^apno da alma� Em uma cultura oriental� tocar outra pessoa q considerado uma invasno de privacidade� enquanto no &rasil� no sul da Europa e em países jraFes q um sinal de cordialidade e ami^ade� • • Pontualidade CLeKue no Lorjrio quando convidado para Nantar na Dinamarca ou na CLina� 2a maioria dos países latinos� seu anfitrino ou associado comercial ficaria surpreso se vocs cLeKasse e\atamente na Lora marcada� • • Comida e cozinha f indelicado dei\ar qualquercoisa no prato quando estiver comendo na 2orueKa� Maljsia ou CinKapura� 2o EKito� q indelicado não dei\ar alKuma coisa� 2a -tjlia e na EspanLa� co^inLa�se usando a^eite� 2a %lemanLa e na +rn�&retanLa� sno usadas marKarina e manteiKa� • • • • Outros costumes sociais 2a EspanLa� Lj uma atitude muito neKativa em relapno a seKuros de vida� %o receFer FeneJícios de seKuros� a viva sente que estj lucrando com a morte do marido� 2a 7uqcia� nude^ e permissividade se\ual sno aceitjveis� mas o LjFito de FeFer q condenado� Em países da Europa 3cidental� muitos consumidores ainda mostram�se relutantes em comprar qualquer coisa �alqm de uma casa a crqdito� Mesmo para carros� eles costumam paKar à vista depois de ter poupado por alKum tempo� • • • *onte: ;illiam .� 7tanton� MicLael .� Et^el e &ruce .� ;a-Oer� Fundamentals of Marketing� �a ed�� 2ova -orque� Mc+ra[�,ill� ����� p� ���� ���� de 8Le Mc+ra[�,ill Companies� -nc�� reprodu^ido com autori^apno do editor� 8%&E0% ��� E\emplos de diJerenpas culturais que poderiam levar a proFlemas de marOetinK capitulo3f.indd 71 21.06.10 16:38:10 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing72 Os pro� ssionais de marketing devem re� etir sobre como os clientes de outras na- ções interpretarão mensagens promocionais e outras comunicações, incluindo nomes de marcas. Exemplo de nomes de marcas problemáticas incluem o banco holandês Rabo Bank, que, ao se instalar no Brasil, teve que mudar seu nome para Raibo Bank. O salame japonês Homo também teria problemas, assim como o refrigerante francês Pschitt se quisesse utilizar esse nome num país de língua inglesa60. Demogra� a e estilo de vida. Se disponíveis, dados demográ� cos podem ajudar os pro� ssionais de marketing global a compreender diferentes países. Um bom ponto de partida é o tamanho da população. A população mundial é de aproximadamente 5,9 bilhões, com menos de 3% desse total vivendo no Brasil. Os líderes mundiais disparados em população são a China (1,2 bilhão) e a Índia (997,5 milhões), seguidos por Estados Unidos, Indonésia, Brasil e Rússia. A Figura 3.7 mostra a população relativa dos dez países mais populosos. *onte: Relatório de Desenvolvimento Mundial 200012001� &anco Mundial� Um número cada vez maior de pessoas está vivendo em áreas urbanas, a ponto de, hoje, quase metade da população mundial viver em grandes cidades. Os profissionais de marketing que desejam servir as maiores cidades devem � car atentos à situação mostrada na Figura 3.8, onde, cinco, das dez maiores cidades do mundo, situam-se na Ásia e quatro na América Latina. Idade. A análise das distribuições de idades em diferentes regiões e países pode levar a constatações valiosas. Por exemplo, dados sobre nascimentos mostram que há provavelmente mais de dois bilhões de adolescentes no mundo, a maioria deles na Ásia e na América Latina. Isso é 500 vezes mais adolescentes do que havia nos Estados Unidos nos anos de pico do baby boom61. Dados sobre distribuição por idades mostram também que há hoje muitas crian- ças no planeta. Na China, as crianças de três a dezesseis anos constituem cerca de um terço da população e, graças a políticas governamentais, encontram-se tipicamente em famílias de um só � lho. Esses dados indicaram, por exemplo, que a China era um mercado desejável para fabricantes de brinquedos62. China 1.249,7 997,5 272,9 207 168,1 146,5 134,8 127,7 123,9 126,6 Índia Estados Unidos Indonésia Brasil Rússia Paquistão Bangladesh Japão Nigéria China 1.249,7 997,5 272,9 207 168,1 146,5 134,8 127,7 123,9 126,6 Índia Estados Unidos Indonésia Brasil Rússia Paquistão Bangladesh Japão Nigéria Nova Iorque Rio de Janeiro Bombaim Calcutá Seul Osaka - Kobe - Kyoto Tóquio-Yokohama São Paulo Buenos Aires Cidade do México Nova Iorque Rio de Janeiro Bombaim Calcutá Seul Osaka - Kobe - Kyoto Tóquio-Yokohama São Paulo Buenos Aires Cidade do México *-+96% ��� 4opulapno dos de^ países mais populosos do mundo �em milL~es capitulo3f.indd 72 21.06.10 16:38:14 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 73 Os pro�ssionais de marketing devem re�etir sobre como os clientes de outras na- ções interpretarão mensagens promocionais e outras comunicações, incluindo nomes de marcas. Exemplo de nomes de marcas problemáticas incluem o banco holandês Rabo Bank, que, ao se instalar no Brasil, teve que mudar seu nome para Raibo Bank. O salame japonês Homo também teria problemas, assim como o refrigerante francês Pschitt se quisesse utilizar esse nome num país de língua inglesa60. Demogra�a e estilo de vida. Se disponíveis, dados demográ�cos podem ajudar os pro�ssionais de marketing global a compreender diferentes países. Um bom ponto de partida é o tamanho da população. A população mundial é de aproximadamente 5,9 bilhões, com menos de 3% desse total vivendo no Brasil. Os líderes mundiais disparados em população são a China (1,2 bilhão) e a Índia (997,5 milhões), seguidos por Estados Unidos, Indonésia, Brasil e Rússia. A Figura 3.7 mostra a população relativa dos dez países mais populosos. *onte: Relatório de Desenvolvimento Mundial 200012001� &anco Mundial� Um número cada vez maior de pessoas está vivendo em áreas urbanas, a ponto de, hoje, quase metade da população mundial viver em grandes cidades. Os profissionais de marketing que desejam servir as maiores cidades devem �car atentos à situação mostrada na Figura 3.8, onde, cinco, das dez maiores cidades do mundo, situam-se na Ásia e quatro na América Latina. Idade. A análise das distribuições de idades em diferentes regiões e países pode levar a constatações valiosas. Por exemplo, dados sobre nascimentos mostram que há provavelmente mais de dois bilhões de adolescentes no mundo, a maioria deles na Ásia e na América Latina. Isso é 500 vezes mais adolescentes do que havia nos Estados Unidos nos anos de pico do baby boom61. Dados sobre distribuição por idades mostram também que há hoje muitas crian- ças no planeta. Na China, as crianças de três a dezesseis anos constituem cerca de um terço da população e, graças a políticas governamentais, encontram-se tipicamente em famílias de um só �lho. Esses dados indicaram, por exemplo, que a China era um mercado desejável para fabricantes de brinquedos62. China 1.249,7 997,5 272,9 207 168,1 146,5 134,8 127,7 123,9 126,6 Índia Estados Unidos Indonésia Brasil Rússia Paquistão Bangladesh Japão Nigéria China 1.249,7 997,5 272,9 207 168,1 146,5 134,8 127,7 123,9 126,6 Índia Estados Unidos Indonésia Brasil Rússia Paquistão Bangladesh Japão Nigéria Nova Iorque Rio de Janeiro Bombaim Calcutá Seul Osaka - Kobe - Kyoto Tóquio-Yokohama São Paulo Buenos Aires Cidade do México Nova Iorque Rio de Janeiro Bombaim Calcutá Seul Osaka - Kobe - Kyoto Tóquio-Yokohama São Paulo Buenos Aires Cidade do México *onte: 6eimpresso com autori^apno do World Almanac and Book of Facts 1995� Cop]riKLt ���� /�--- 6eJerence Corporation� 8odos os direitos reservados� Condição socioeconômica. A análise da condição socioeconômica pode ajudar os pro�ssionais de marketing a compreenderem um país. Por exemplo, a população não-branca da África do Sul vem levando para casa uma fatia maior da renda pessoal total da nação, por isso os pro�ssionais de marketing voltaram sua atenção para esse segmento63. Os pro�ssionais de marketing podem usar níveis de renda, tipos de ocupação e classe social declarada para examinar a condição socioeconômica. No entanto, as au- toatribuições a classes sociais podem re�etir visões culturais. Num levantamento como povo britânico, 65% considerou-se classe operária e apenas 29% disse ser de classe média. Curiosamente, a maioria dos americanos considera-se de classe média, in- cluindo muitos que seriam classi�cados como de classe operária na Grã-Bretanha64. Ética. A ética exige honestidade no trato com os clientes, qualquer que seja sua origem. Enquanto nos Estados Unidos o governo e os consumidores estabelecem pa- drões altos e rígidos para a exatidão das alegações feitas pelos pro�ssionais de marke- ting sobre seus produtos, os consumidores de alguns países parecem mais dispostos a aceitar asserções um tanto exageradas. Uma empresa sediada em Wuzhou, China, comercializa um sabonete à base de algas chamado So� com a alegação de que se banhar com So� deixa a pessoa, além de mais limpa, mais magra. Os consumidores japoneses compraram 30 milhões de unidades do sabonete65. Para muitos pro�ssionais de marketing, abordagem ética é aplicar no exterior os pa- drões éticos que eles seguem em seu país de origem. A fabricante de roupas Levi Strauss, por exemplo, de�ne padrões para seus fornecedores, como exigir que eles paguem pelo menos o salário médio local66. De outro modo, num país onde subornar funcionários públicos é rotina, uma empresa pequena pode não ter muito peso para recusar tal comportamento67. Impacto do marketing. A comercialização de produtos em outros países pode ocasionar mudanças prejudiciais (veja Você decide: De quem é a melhor galinha?). As culturas asiáticas são historicamente elogiadas por praticarem dietas pobres em gor- dura, mas as redes globais de fast-food estão apresentando aos povos locais os prazeres dos hambúrgueres e frangos fritos. Em outras partes do mundo, os fabricantes de fórmulas de produtos para bebês foram criticados por usarem práticas promocionais que incentivam as mães, especialmente em países menos desenvolvidos, a optarem por mamadeira em lugar da amamentação, embora esta última esteja associada a bebês *-+96% ��� %s de^ maiores cidades do mundo O mercado de no-breaks, equipa- mentos que protegem aparelhos eletrônicos contra oscilações e que- das de energia, está intimamente re- lacionado com a posse de computa- dores. Assim, o mercado americano é muito maior que o brasileiro. Entre- tanto, o potencial de crescimento do nível de renda e de produtos ligados à informática no Brasil é enorme. A Exide, líder nacional e mundial no mercado de no-breaks, trocou sua marca para Powerware, já utilizada em países da Europa e Ásia, para estabelecer uma nova identidade corporativa global e reduzir custos com a promoção de marcas diferen- tes em diversos países. E<4036E M%-7 E\plore mais em [[[�po[er[are� com�Fr capitulo3f.indd 73 21.06.10 16:38:17 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing74 mais saudáveis. As empresas de cigarros têm sido muito criticadas por táticas de marketing agressivas na Ásia, onde os cigarros são vistos hoje como glamourosos e onde há pouca consciência de seus riscos à saúde68. Suborno. Outro dilema ético comum no marketing global refere-se ao suborno de funcionários públicos. Em muitos países, é uma prática comum subornar funcio- nários para contornar a burocracia e assegurar as vendas. Por exemplo, uma empresa americana passou semanas negociando para vender várias centenas de equipamentos de fax para uma empresa do governo russo por 300 dólares a unidade. O diretor russo depois pediu que a empresa faturasse cada unidade por 350 dólares, esperando que a empresa depositasse os 50 dólares extras por unidade em sua conta bancária pessoal. Quando a empresa se recusou a fazê-lo, o contrato foi desfeito69. Por mais tentador que possa ser seguir o costume local, o suborno não deve ser praticado mesmo em países onde ele seja comum. Se uma empresa praticar suborno, ainda que chame o suborno de “comissão de venda”, pode estar sujeita a multas e os indivíduos responsáveis pelo suborno podem ser presos. Direitos humanos. Os pro�ssionais de marketing também precisam considerar se é ético operar em países que não oferecem direitos humanos básicos. Por exemplo, a recusa em fazer negócios com a África do Sul foi vista como uma maneira de acelerar o �m do apartheid. Depois que o governo chinês reprimiu protestos políticos na Praça da Paz Celes- tial em 1989, muitas pessoas acharam que as empresas multinacionais deveriam recusar-se a operar ou investir na China. Argumentos similares são levantados em relação a países que fazem uso de trabalho infantil ou operam em condições de exploração de trabalhadores. Às vezes é difícil separar ética, política e o impacto do marketing. Esse emaranhado tem dificultado a expor tação de galinha dos Es- tados 9nidos para a Rússia. Alguns membros do governo local querem banir as galinhas americanas dos mercados russos porque, segundo afirmam, as aves contêm produtos químicos nocivos e também são por tadoras de bactérias causadoras de doenças. É ver- dade que, recentemente, um estudo do De- par tamento de Agricultura dos Estados Uni- dos determinou que os micro-organismos Salmonella e Campylobacter em carne e aves causam cerca de quatro milhões de casos de doenças e três mil mortes por ano. Com base apenas nessas informações, poderíamos decidir que a atitude ética para os profissio- nais americanos de marketing de aves seria abster-se de expor tar as aves, devido ao im- pacto negativo que elas poderiam ter sobre a saúde dos consumidores russos. Mas aí é que as coisas começam a se complicar : os frangos russos, com os quais os frangos americanos competem, não são mais “limpos” do que os americanos. Na verdade, os frangos russos podem ser ainda mais conta- minados. Frequentemente com uma cor azu- lada, as aves russas são muitas vezes vendidas em feiras ao ar livre que podem ser qualquer coisa, menos estéreis. 0udmilla Grinyova, co- zinheira em Moscou, admite que os padrões sanitários na Rússia para atividades como cozimento de aves são muito baixos. Assim, o impacto das galinhas russas pode ser mais prejudicial para a saúde dos consumidores do que o impacto das galinhas americanas. E há outro problema: os consumidores russos afirmam que preferem os frangos russos. “Os frangos russos têm um sabor melhor que os americanos”, diz a escultora Elena Preobrezhenskaya. “Eles são mais naturais. Quando a gente cozinha um frango ameri- cano, chega a sentir o cheiro de produtos químicos.” Você acha que os frangos russos ou os frangos americanos dão maior valor para os consumidores russos? Por quê? Você acha que os consumidores russos deveriam ter liberdade de escolha em relação a es- ses produtos ou o governo deveria decidir quanto a proibi-los ou não? Por quê? Qual você acha que seria o curso de ação ético adequado para os produtores de frangos americanos? Por quê! Fontes: Neela Benerjee e Helene Cooper, “Are Russians playing a game of chicken [ith... chickens?” in The Wall Street Journal, 18 de março de 1996, p. C 15; Stephanie Anderson Forest e Patricia Kranz, “Yankee chicken, go home”, in Busi- ness Week, 11 de março de 1996, p. 36: “Poultry exports to Russia back to normal, for no[”; in Frozen Food Age, vol. 44, junho de l996, p. 43; “International: Russian poultry imports forecast to rise 10% in 96”, in The Wall Street Journal, 21 de agosto de 1996, p. A10. E<4036E M%-7 E\plore mais procurando ±%ves: 6ussas² e ±4oultr]: 6ussian² na -nternet� De quem é a melhor galinha? VOCÊ DECIDE capitulo3f.indd 74 21.06.10 16:38:18 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 75 Os defensores da ideia de �car fora desses países a�rmam que essa é uma maneira im- portante de pressionar governos injustos. Outros acreditam que as empresas que operam nesses países podem ajudar a mudá-los. Ambiente natural Organizações podem achar determinadas partes domundo atraentes com base em sua geogra�a ou nos recursos naturais que elas oferecem. Nesse aspecto, grandes rios ou terrenos planos podem ajudar atividades de distribuição, enquanto montanhas, desertos ou clima hostil podem impor desa�os. Além disso, o clima ou os padrões atmosféricos de uma região podem in�uenciar os tipos de produtos que interessam a compradores potenciais. Quando a necessidade ou a possibilidade de fornecer um produto depende de certos recursos naturais, a estratégia mais prática pode ser localizar-se perto desses recursos. A localização da organização em relação aos recursos, assim como a di�culda- de de distribuição também podem in�uenciar as decisões de preços. As organizações também precisam considerar seu impacto sobre o ambiente natural. Em alguns casos, há leis que exigem proteção do meio ambiente. Por exemplo, a União Europeia de�niu padrões para a reciclagem de componentes de embalagens, de automó- veis e de aparelhos elétricos70. Do mesmo modo, a importância que os compradores e o público conferem à preocupação da organização com o meio ambiente varia de um local para outro. Além disso, o tratamento dispensado no passado ao ambiente natural pode in�uenciar desejos e necessidades numa determinada área. Se uma área tiver sido devas- tada por poluição ou desmatamento, por exemplo, as pessoas dessa região podem estar interessadas em produtos e serviços que ajudem a corrigir esses problemas. Ambiente tecnológico O desejo e a capacidade de adquirir tecnologia variam consideravelmente pelo mundo, mesmo entre nações em estágios de desenvolvimento similares. Pessoas altamente instruídas e com renda discricionária têm maior probabilidade de inves- tir em tecnologia. O desejo por tecnologia moderna exige também que as pessoas • • N a Pr át ic a Quantos produtos globais você possui ou usa? 2uma era em que as Farreiras comerciais estno caindo com uma Jrequsncia cada ve^ maior� as empresas mostram�se ansiosas por entrar em mercados KloFais� Como consumidor� vocs Ja^ parte do mercado KloFal e� provavelmente� possui ou usa muitos produtos importados� 4rovavelmente tamFqm possui ou usa produtos JaFricados no &rasil por empresas com sedes locali^adas em outro país e produtos que sno JaFrica� dos e vendidos por empresas associadas em joint ventures que atravessam Jronteiras� Durante um dia� reKistre sua propriedade �ou uso de tantos desses produtos quanto puder� 4or e\emplo� vocs diriKe um carro de JaFricapno Naponesa ou alemn# Em que país sua Naqueta Joi Jeita# ªs ve^es� o nome do JaFricante lLe dirj alKo soFre o país de oriKem do produto� ou um rztulo pode inJormar onde o produto Joi JaFricado� 9se todas as pistas que puder para determinar se o produto Ja^ parte do mercado KloFal� Depois que tiver reunido os dados� compare suas anotap~es com as de seus coleKas e discuta�as em classe� capitulo3f.indd 75 21.06.10 16:38:18 deem valor ao ato de experimentar coisas novas e mesmo que gostem de correr riscos. Na Europa, por exemplo, as organizações são mais cautelosas quanto a criar sites na Internet. Em particular, empresas pequenas e médias costumam unir-se a projetos regionais de promoção liderados por organizações governamentais. Tal abordagem faz uma empresa entrar on-line, mas não necessariamente num forma- to que seja compatível com a estratégia da organização ou que faça uso pleno das capacidades da rede71. Outras nações não contam com conexões telefônicas e elétricas con�áveis ne- cessárias para proporcionar acesso à Internet. E claro que, para aplicar tecnologia moderna, os pro�ssionais de marketing dependem da infraestrutura e das condi- ções técnicas existentes numa área geográ�ca. Diferenças nesses aspectos podem afetar os pro�ssionais de marketing em todos os estágios do processo de marketing — da qualidade e disponibilidade de dados de pesquisa de mercado à capacidade de entregar produtos com rapidez. Fervendo o mercado de chá Entrar no mercado KloFal nem sempre siKnifica aFrir loNas em outros países� ªs ve^es� siKnifica importar produtos do e\terior a fim de vends�los localmente� *oi isso que Je^ 8Lomas EcO� Jundador da 9pton8ea Com� pan]� quando decidiu aFandonar uma carreira em alta tecnoloKia numa empresa de inJormjtica americana�² Eu simplesmente nno via mais um Juturo para mim naquela jrea²� lemFra EcO� 4orqm� sua e\perisncia com tecnoloKia de computadores aNudou�o muito na construpno de um neKzcio de ������� dzlares anuais na encomenda de cLjs pelo correio� % outra ra^no que levou EcO a Jundar a 9pton 8ea Compan] Joi que ele adora cLj� Ele Joi Fuscar seus produtos no e\terior porque ±nno conseKuia encontrar Foas Jontes no meu país para os cLjs de que eu Kosta� va²� %ssim� os produtos de EcO vsm da CLina� Èndia� 2e� pal� .apno� 8ai[an e ÅJrica� ostentando nomes e\zticos e evocativos como ±8emplo do 4araíso² ou ±Depois da 2eve²� 3 modo de entrada de EcO no mercado KloFal de cLj ° importapno ° Joi crucial para seu sucesso� 7eus Jornecedores sno outros importadores de cLj e\perientes� como ,alssen 0]on em ,amFurKo� na %lemanLa� e +� 7� ,al] em 7no *rancisco� Esses Jornece� dores tsm representantes em vjrios países produtores de cLj e podem enviar a EcO amostras para que ele escolLa os melLores produtos para seus clientes� EcO e\plica: ±3s melLores cLjs vno para o importador com os Folsos mais recLeados²� 7e EcO estivesse operando so^inLo� tentando Ja^er suas przprias e\portap~es� pro� vavelmente nno conseKuiria oFter os cLjs de qualidade que seus clientes deseNam� 2a versno moderna de um neKzcio com sqculos de idade� como a importapno e e\portapno de cLj� a tec� noloKia desempenLa papel Jundamental� 3s computado� res da 9pton 8ea Compan] processam os pedidos que cLeKam enquanto os clientes ainda estno no teleJone e mantsm reKistros de pedidos anteriores e preJersncias dos clientes�² 7no os Jrequentes neKzcios com FeFedores LaFituais de cLj que constituem a cLave de nosso suces� so²� di^ EcO� % criapno de valor para os clientes ° entreKa rjpida de produtos de alta qualidade ° tradu^�se nos neKzcios repetidos que mantsm a 9pton 8ea Compan] crescendo� *onte: MicLael /enne]� ±7teeped in romance²� in The Boston Globe� �� de marpo de ����� pp� �� e ��� 6eimpresso por cortesia do The Boston Globe. E<4036E M%-7 E\plore mais em [[[�uptontea�com Agitadores de Marketing capitulo3f.indd 76 21.06.10 16:38:20 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 77 Ambiente competitivo Em algumas nações, o governo é um participante importante do ambiente com- petitivo. Por exemplo, o governo pode administrar ou permitir monopólios em deter- minados setores ou pode dar preferência a empresas com sede no país. Na China e na Índia, conglomerados gigantes de propriedade do governo são oponentes formidáveis; mesmo os que são de�citários conseguem empréstimos de instituições controladas pelo governo, deixando menos capital para empresas menores, mas potencialmente mais produtivas72. Mesmo na União Europeia, companhias aéreas estatais, entre elas a Air France, a Sabena na Bélgica e a Aer Lingus na Irlanda, recebem subsídios, justi�cados sob o argumento de que eles são comparáveis a injeções de fundos que investidores privados teriam feito em condições semelhantes73. Uma organização pode preferir não competir num país em que o cenário comercial é desigual, ou pode ajustar sua estra- tégia, por exemplo, entrando em algum tipo de parceria com organizações favorecidas pelo governo. Houve uma época em que a concorrência global vinha principalmente de enti- dades patrocinadas pelo governo ou de grandes empresas, mas hoje a tecnologia da informação dá às pequenas empresas o potencial de entrar no marketing global. Por exemplo, um pequeno varejista pode atingir um público internacional por um custo relativamente baixo com umsite na Internet74. Se o varejista oferecer maior valor para os clientes do que os grandes concorrentes, ele pode roubar negócios destes últimos. Modos de entrada em mercados globais Pro�ssionais de marketing voltados para o valor avaliam mercados globais e buscam compreender seus compradores. Depois, decidem se e como podem criar valor para es- ses mercados. Os mecanismos que eles escolhem — chamados de modos de entrada — geralmente envolvem indivíduos ou organizações nos países an�triões. Embora os detalhes variem, os modos de entrada geralmente são na forma de exportação, licencia- mento joint venture ou propriedade direta. A Tabela 3.3 resume alguns prós e contras de cada possibilidade. Exportação O modo menos arriscado de servir mercados globais é exportar os produtos da organização. A exportação envolve a produção no país de origem da orga- nização e, depois, seu transporte para outro país com fins de venda. Como essa abordagem envolve pouca mudança no modo de operação da empresa, ela é um mecanismo comum para a primeira tentativa de entrada em mercados globais. A americana Admiral Screw, por exemplo, tornou-se global vendendo seus parafu- sos para as filiais de seus clientes domésticos localizadas em outros países75. A versão mais simples de exportação é a exportação indireta, em que o profissional de marketing utiliza um intermediário para transportar o produto para o exterior e vendê-lo lá. Um exemplo desse intermediário é uma empresa de trading, que compra uma variedade de produtos em um país e assume os riscos de re- vendê-los em outros, pagando um preço garantido ao produtor. Em contraste, um agente de exportação não compra o produto, mas simplesmente cuida das vendas no outro país. Nas duas opções, os pro�ssionais de marketing podem bene�ciar-se do fato de o intermediário ter familiaridade com o país e contatos com indivíduos e empresas locais. • • modos de entrada Maneiras pelas quais uma orKani^apno pode entrar em mercados KloFais� incluem e\portapno� licenciamento� joint ventures e propriedade direta� p exportação Modo de entrada no mercado que envolve a JaFricapno de um produto em um país e seu transporte para outros país com fins de venda� p capitulo3f.indd 77 21.06.10 16:38:20 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing78 Uma organização que deseje assumir um pouco mais de controle sobre a expor- tação pode usar a exportação direta por meio de um departamento de exportação ou uma �lial para vendas no exterior. Uma variação da exportação direta que está se tornando mais popular são as vendas internacionais pelo correio. Entregas rápidas porta a porta por serviços como Federal Express e DHL facilitam para os varejistas o despacho de bens para o mundo inteiro. Revistas de computadores no Japão trazem propagandas com informações sobre como fazer encomendas. As empresas que se voltam para o mercado japonês dispõem de funcionários que podem se comunicar em japonês por fax ou telefone76. A Internet também torna possível vender direta- mente pelo computador. Finalmente, as organizações podem ainda usar uma via in- termediária entre a exportação direta e indireta, trabalhando com intermediários nos países para os quais exportam. licenciamento %cordo em que uma orKani^apno concede a outra o direito de usar uma marca reKistrada� um produto patenteado ou um processo� p 8%&E0% ��� Mecanismos para servir mercados KloFais: przs e contras Mecanismo Vantagens Desvantagens E\portapno �direta ou indireta� por meio de uma empresa de trading ou aKente de e\portapno 7imples; risco financeiro mínimo 4ode ser menos lucrativa do que outros mecanismos 0icenciamento �incluindo Jranquias DesemFolso de capital q mínimo; til para servir países com restrip~es a importap~es DiJícil de controlar licenciados; quando o contrato de licenciamento termina� o licenciado pode tornar�se um concorrente; pode ser menos lucrativo do que outros mecanismos Joint venture �JaFricapno por contrato� contratapno de administrapno ou propriedade conNunta 6isco limitado à quota de participapno da empresa no empreendimento; o parceiro contriFui com a e\perisncia que Jalta à orKani^apno; til quando o país anfitrino limita a propriedade estranKeira Divide o controle com o parceiro no empreendimento; o parceiro pode aprender tecnoloKia ou seKredos e usj�los para competir com a orKani^apno 4ropriedade direta Controle mj\imo soFre as operap~es; possiFilidade de estar perto dos clientes %lto custo inicial; requer conLecimentos amplos dos mercados e\ternos e contatos no e\terior *onte: &aseado em parte em inJormap~es de 4Lilip 6� Cateora� International Marketing� �a ed�� &urr 6idKe� ---�� -r[in� ����� Capítulo ��� Licenciamento Empresas pequenas muitas vezes optam por acordos de licenciamento para entrar em mercados globais. O licenciamento é uma concessão a outra organização dos direitos de usar uma marca registrada, um produto patenteado ou um processo. Em troca desses direitos, o licenciado paga uma taxa. A Kidsports, por exemplo, concedeu ao Desenvolvi- mento de Planejamento Urbano de Tóquio licença para construir um centro de esportes e lazer em Tóquio usando o nome dela77. A concessão de licenças envolve risco, porque o licenciador cede o controle sobre como o produto é feito e como o cliente é tratado. Quando o contrato de licenciamento termina, o licenciado pode usar os novos conhecimentos adquiridos e tornar-se um sério concorrente. Além disso, o licenciamento é com frequência o modo menos lucrativo de uma organização entrar num mercado. • capitulo3f.indd 78 21.06.10 16:38:21 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global �� Ainda assim, os benefícios do licenciamento superam os custos para alguns pro- �ssionais de marketing, pois ele é menos dispendioso do que o desenvolvimento dos conhecimentos e recursos necessários para planejar e implementar uma estratégia de marketing global. Além disso, ele possibilita que os pro�ssionais de marketing adap- tem produtos para servir mercados com diferentes gostos e necessidades. Assim, as revistas em quadrinhos Marvel, por exemplo, são produzidas por licenciados de vá- rios países em 22 línguas diferentes78. Uma forma popular de licenciamento é a franquia, em que um franqueado opera um negócio sob um acordo contratual com um franqueador. Muitas franquias têm sede nos Estados Unidos. No Reino Unido, por exemplo, mais de 100 das 755 cadeias são sediadas nos Estados Unidos79. A Baskin-Robbins, o quinto maior franqueador do mundo, serve sorvetes em mais de 3.500 lojas localizadas em mais de 45 países80. Joint ventures Uma joint venture é um acordo empresarial em que duas ou mais organizações compartilham a direção de um empreendimento. Uma organização que queira entrar no mercado global pode, por exemplo, fazer uma joint venture com uma organização sediada no país-alvo ou com experiência de trabalho lá. Joint ventures podem bene- �ciar organizações que sejam fortes em algumas áreas, mas não em outras, na medi- da em que seus parceiros supram as capacidades que lhes faltam. Assim, uma joint venture entre a americana Lockheed e a russa Khrunichev Enterprise para fornecer serviços de lançamento de foguetes combina a experiência em foguetes da Rússia com as habilidades de marketing dos Estados Unidos81. Uma joint venture pode assumir muitas formas. Algumas organizações cuidam das funções de marketing e �nanças de um empreendimento em outro país e deixam o parceiro cuidar da fabricação — um arranjo chamado fabricacação por contrato. Outras contratam a administração, ou seja, uma organização fornece talento adminis- trativo, enquanto o parceiro da joint venture no país fornece os outros recursos para o empreendimento. Na propriedade conjunta,os dois parceiros combinam recursos para criar um empreendimento que ambos possuem e controlam conjuntamente. Alguns países exigem propriedade conjunta como modo de entrada. Uma joint venture dá à organização mais controle do que ela teria com um con- trato de licenciamento, ao passo que ela não precisa acumular tantos recursos ou tanta experiência quanto seriam necessários sem o parceiro. Além disso, alguns países, en- tre eles a Índia e a Tailândia, incentivam o uso de joint ventures exigindo que a pro- priedade seja compartilhada por empresas locais. Mesmo depois que a China deixou de fazer restrições à propriedade estrangeira, muitos empreendimentos lançados lá continuaram a ser joint ventures. A americana Conveyant Systems, fabricante de equi- pamento de telecomunicações, descobriu que seus parceiros chineses tinham as cone- xões necessárias para manter o negócio, incluindo a obtenção de água e combustível para aquecimento82. Joint ventures também apresentam desvantagens, entre elas a possibilidade de a organização ter de comprometer seus próprios objetivos quando estes entram em con�ito com os de seu parceiro. Além disso, a organização pode compartilhar tantas informações a ponto de tornar seu parceiro um concorrente de peso. James A. Norling, executivo da Motorola, aconselha as empresas que estejam pensando em formar uma joint venture a estabelecer quais tecnologias são con�denciais e a controlar as comu- nicações de forma que informações sobre essas tecnologias não vazem83. • joint venture %cordo empresarial em que duas ou mais orKani^ap~es compartilLam a direpno de um empreendimento� p capitulo3f.indd 79 21.06.10 16:38:21 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing�� Propriedade direta Uma organização também pode ser proprietária das operações de produção e marketing nos países em que atua. Tais arranjos, chamados de propriedade direta, po- dem envolver o estabelecimento de novas instalações ou a aquisição de uma empre- sa estrangeira que atue na mesma linha de negócios. A Loctite Corporation, fabri- cante de adesivos e selantes industriais, usa propriedade direta sempre que possível, incluindo subsidiárias no Brasil, Argentina e Venezuela, onde os gerentes locais controlam decisões como preços e promoções84. A propriedade direta dá à organização o controle máximo sobre as atividades no exterior. Além disso, estabelecer operações perto dos mercados globais pode ser uma oportunidade de fazer negócios com clientes que desejem serviços rápidos, o que pode ajudar uma organização a superar obstáculos econômicos e políticos. Empresas japonesas estabeleceram instalações de produção na China, Tailândia e Estados Unidos em parte para evitar a perda de uma vantagem de custo (por causa de mudanças nas taxas de câmbio) e em parte para contornar os limites a importa- ções de produtos japoneses estabelecidos por esses países85. No lado negativo, a propriedade direta é cara, além de requerer a capacidade de lidar com diferenças linguísticas e culturais e superar barreiras a investimentos externos. Para se tornar a primeira empresa a estabelecer uma instalação de pro- dução de automóveis de propriedade estrangeira na Índia, a Hyundai teve de fazer uma série de concessões, entre elas a promessa de comprar 80% dos componentes necessários na Índia86. Devido a seus inconvenientes, a propriedade direta tende a ser mais atraente para grandes empresas que já tenham experiência global. Ainda assim, apesar dos pontos negativos a propriedade direta está crescendo. Os pro�ssionais de marketing mais bem-sucedidos no futuro serão aqueles com �e- xibilidade, sensibilidade e recursos necessários para oferecer um valor superior aos clientes de todo o mundo. • Resumo Os maiores parceiros comerciais brasileiros são Estados Unidos, União Europeia, Mercosul e Japão. Além disso, há um potencial de crescimento signi�cativo na Ásia, África, Leste Europeu e na própria América Latina. Na verdade, o comércio entre nações no mundo todo vem se acelerando, incentivado especialmente por acordos como o Mercosul e o NAFTA. A União Europeia (UE) é constituída por 15 nações da Europa Ocidental. Em conjunto, o produto nacional bruto total dessas nações é o maior do mundo, superando o dos Estados Unidos. O Japão é o quarto maior exportador e im- portador de produtos brasileiros. A Ásia em geral, aliás, é de interesse para os profissionais de marketing devido a seu ta- manho e a seu crescimento explosivo, em especial na China, Indonésia, Malásia, Cingapura e Coreia. A África é o segun- do continente mais populoso depois da Ásia e as empresas estão encontrando cada vez mais oportunidades lá. Além disso, as reformas de mercado nos países do Leste Europeu e América do Sul colocaram-nos no centro das atenções dos investidores internacionais. Quando os profissionais de marketing estudam a ideia de entrar em mercados globais, devem examinar o ambiente externo e usar as informações resultantes para identificar se devem ou não servir mercados globais, quais devem ser ser- vidos e como criar valor nessas nações. As principais consi- derações econômicas incluem o estágio de desenvolvimento econômico do país, o poder de compra de seus consumidores, o produto nacional bruto, a renda per capita e a força da moeda. Sistemas políticos e leis que limitem o comércio internacio- nal também são importantes; os pro�ssionais de marketing precisam estar familiarizados com restrições como tarifas, taxas, quotas, controles de câmbio e regulamentações de propriedade. Eles também precisam conhecer as variações culturais (entre elas língua e padrões éticos) e as diferenças demográficas. propriedade direta Modo de entrada no mercado em que uma orKani^apno se estaFelece num local com novas instalap~es ou adquire uma empresa estranKeira que atue na mesma linLa de neKzcios� p capitulo3f.indd 80 21.06.10 16:38:22 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 81 As questões referentes ao ambiente natural incluem os tipos de recursos disponíveis em cada parte do mundo e as expectativas das diferentes nações quanto à proteção do meio ambiente. No ambiente tecnológico, os pro�ssionais de marketing consideram o grau em que diferentes países têm acesso à tecnologia moderna e o conhecimento para usá-la. Também é necessário saber se alguns governos estabeleceram monopólios ou dão apoio a organizações domésticas em de- trimento da concorrência global. Ao decidir como servir clientes globais, os pro�ssionais de marketing podem escolher entre diversos modos de entra- da. Eles podem simplesmente produzir no país de origem e exportar seus produtos direta ou indiretamente para outros países; podem fazer contratos de licenciamento com produ- tores locais; ou, ainda, podem entrar em joint ventures, nas quais compartilham responsabilidades de comercialização com um parceiro do outro país. Por �m, podem ter proprie- dade direta de operações no exterior. Termos e conceitos importantes infraestrutura econômica (p. 57) Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) (p. 58) União Europeia (UE) (p. 59) Mercosul (p. 60) Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) (p. 62) países desenvolvidos (p. 64) países em desenvolvimento (p. 64) produto nacional bruto (PNB) (p. 64) renda per capita (p. 64) taxas de câmbio (p. 65) tarifa (p. 67) quota (p. 67) controles de câmbio (p. 67) moeda forte (p. 67) Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) (p. 68) Organização Mundial do Comércio (OMC) (p. 69) modos de entrada (p. 77) exportação (p. 77) licenciamento (p. 78) joint venture (p. 78) propriedade direta (p. 79) Questões para revisão e discussão 1. Com base nos dados fornecidos e em qualquer leitura exter- na que você tenha feito, você acha que o Mercosul oferecerá maioresoportunidades para os pro�ssionais de marketing brasileiros? Por quê? 2. Por que a União Europeia seria um mercado atraente para um fabricante de telefones ou outros equipamen- tos de telecomunicações? Que dificuldades a empresa poderia encontrar? 3. O Japão é um grande parceiro comercial do Brasil e de vá- rios outros países, sendo, por exemplo, o segundo maior exportador e importador de produtos americanos. Quais são alguns dos obstáculos que pro�ssionais de marketing costumam encontrar ao fazer negócios no Japão? 4. Por que a Ásia e a orla do Pací�co são regiões tão importan- tes para os pro�ssionais de marketing? 5. Como pro�ssional de marketing de um fabricante de um CD player portátil de preço médio, você preferiria vender seu produto no Japão (um país desenvolvido) ou na China (um país em desenvolvimento)? Explique sua resposta. 6. O que é o GATT e por que ele é importante? 7. Que aspectos culturais um pro�ssional de marketing de uma cadeia de restaurantes de massas deve levar em conta ao tentar abrir �liais no exterior? 8. Por que você acha que a Levi Strauss de�ne padrões para o comportamento ético de seus fornecedores? 9. Algumas pessoas acreditam que se recusar a fazer negócios com países que não oferecem direitos humanos básicos é a me- lhor maneira de pressionar esses países a mudar; outras acham que manter presença nesses países é uma força mais e�ciente em favor da mudança. Qual é a sua opinião e por quê? 10. Quais são os quatro principais modos de entrada no merca- do global? a. Que modo de entrada é considerado o mais caro? b. Que modo costuma ser a opção preferida de empresas que fazem sua primeira tentativa de entrar no mercado global? c. Que modo de entrada costuma ser o menos caro, mas também o menos lucrativo? d. Que modo de entrada geralmente bene�cia organizações que sejam fortes em algumas áreas mas fracas em ou- tras? 11. Suponha que você fosse o fundador de uma pequena em- presa que fabricasse um brinquedo constituído de uma série de peças dobráveis de diferentes tamanhos, diferen- tes cores e diferentes formas, que pudessem ser encaixa- das umas nas outras para criar “esculturas”, similarmente aos tijolinhos Lego, por exemplo. Que modo de entrada você poderia selecionar para a União Europeia? Por quê? Como você poderia usar seu modo de entrada para criar valor para clientes (como varejistas) e consumidores? capitulo3f.indd 81 21.06.10 16:38:23 4%68E � Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing82 12. Como um profissional de marketing da empresa Kikkoman Corporation (fabricante de molho de soja), sediada no Japão, que medidas você tomaria para tornar o produto atraente para o brasileiro médio? Que informações você acha que poderia fornecer à administração japonesa da Kikkoman para ajudar no sucesso de suas atividades de marketing no Brasil? Elaborando um projeto De acordo com estimativas, há cerca de dois bilhões de adolescentes no mundo, a maioria deles vivendo na Ásia e na América Latina. Imagine então que você seja um pro�ssional de marketing que deseja atrair negócios com alguns desses adolescentes. Para começar seu projeto, pense nos fatores que você deve levar em conta antes de selecionar um mercado es- pecí�co para vender seu produto. Depois, tente combinar sua ideia de produto com o mercado, considerando fatores que poderiam ampliar ou inibir suas chances de sucesso (como barreiras econômicas ou culturais). Por �m, escolha um modo de entrada (exportação? Internet?) para levar seu produto ao mercado selecionado. Apresente suas ideias e descobertas por escrito e/ou para a classe. Estudo de caso — A “vaca louca” As imagens eram assustadoras: vacas tremendo incon- trolavelmente e caindo ao chão quase mortas. As palavras eram igualmente assustadoras: encefalopatia espongiforme bovina e seu equivalente humano, a doença de Creutzfeldt-Jakob, ambas fatais. As estatísticas eram impressionantes: um mi- lhão (ou mais) de vacas talvez teriam de ser sacrificadas; a indústria de carne bovina perderia cerca de 30 bilhões de dólares; o tempo de incubação da doença em seres humanos podia ser de até dez anos; e talvez já houvesse até 50.000 pessoas infectadas. Todas essas informações e especulações concentravam-se numa única crise: o pânico da “vaca louca” na Grã-Bretanha, em que se temia que seres humanos pu- dessem contrair uma doença fatal ao comer produtos de carne bovina. O pânico da carne bovina britânica começou na verda- de cerca de oito anos antes de atingir seu ápice em meados da década de 1990; de fato, naquela ocasião alguns países já haviam interrompido a importação de carne britânica. A indústria de carne bovina americana afirmava estar auto- regulamentando medidas de segurança para seus próprios produtos e a União Europeia, da qual a Grã-Bretanha é membro, havia proibido a carne bovina americana por ou- tras razões sanitárias. Quando a crise atingiu seu pico, muitos efeitos foram sentidos tanto por consumidores como por profissionais de marketing. A princípio, o governo britânico afirmou que tinha como responsabilidade para com os membros de um setor importante para a economia como um todo não fazer declarações alarmistas. Os críticos, entre eles defensores da saúde pública, revidaram dizendo que a maior responsa- bilidade ética era para com os consumidores e que todo — ou a maior parte do — gado bovino para corte deveria ser destruído. Grandes cadeias de restaurantes com pontos de venda por toda a Europa, entre eles o McDonald’s (que compra cerca de 35 milhões de dólares de carne britânica por ano e tem 660 pontos de venda só na Grã-Bretanha) e o Burger King, pararam de servir carne britânica. Paul Preston, presidente e principal executivo do McDonald’s na Grã-Bretanha, disse: “Alimentamos quase dois milhões de pessoas por dia e nossa principal preocupação é a confiança delas”. Muitos participantes do setor alimentício voltaram- se para outros mercados, mesmo os mais distantes como Nova Zelândia, Argentina e Austrália, para a exportação de carne. A própria União Europeia baniu a carne bovina britânica, recomendando que uma grande parte do gado fosse sacrificada. Aliás, a União Europeia, ao mesmo tempo em que des- feria um golpe contra a indústria de carne bovina britânica, curiosamente também veio em seu auxílio, oferecendo-se para reembolsar o país por parte de suas perdas. Embora alguns pro�ssionais de marketing tenham especulado que a indústria de laticínios americana poderia se bene�ciar com a crise, outros reduziram a importância desse efeito, dizendo que o preço do leite americano era muito alto para o mercado europeu e que os consumidores europeus recorreriam mais facilmente à Irlanda para obter laticínios. Além disso, normas internas da União Europeia restringem a entrada de laticínios americanos no mercado. capitulo3f.indd 82 21.06.10 16:38:24 C%4È8903 � Os Desafios do Marketing Global 83 Perguntas Você acha que lanchonetes como McDonald’s e Burger King criaram maior valor para os consumidores ao remo- ver a carne britânica de seus cardápios? Por quê? Manobras políticas frequentemente estão por trás de res- trições a importações e exportações. Como tais restrições poderiam criar maior ou menor valor para os consumido- res num caso como o descrito acima? A União Europeia foi uma força poderosa tanto na proi- bição à carne britânica como na proteção aos fazendeiros e outros membros da indústria dessa mesma carne. O que poderia ter acontecido à Grã-Bretanha se não existisse essa organização? 1. 2. 3. *ontes: 6a] Mosele]� ±More tLan meat at risO in FeeJ crisis²� in Chicago Tribune� �� de marpo de ����� sepno l� pp� l� ��; 8ara +ru^en� ±9�7� never Fanned suspect Jeed²� in Chicago Tribune� �� de marpo de����� sepno l� p� ��; 6onald E� =ates� ±&ritisL consumers consider ne[ FeeJ� dair] suppliers²� in Chicago Tribune� �� de marpo de ����� sepno �� pp� l� �; 6a] Mosele]� ±&ritain ma] slauKLter Lerds in mad co[ crisis²� in Chicago Tribune� �� de marpo de ����� sepno l� p� �; ±&ans spreadinK on &ritisL FeeJ²� in Chicago Tribune� �� de marpo de ����� sepno �� p� l� E<4036E M%-7 E\plore mais procurando ±vaca louca²� carne Fritlnica² e ±&ritisL FeeJ scare² na -nternet� capitulo3f.indd 83 21.06.10 16:38:24 Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional ESQUEMA DO CAPÍTULO Planejando a estratégia organizacional Missão Objetivos Estratégias Portfólio Analisando o portfólio organizacional Matriz de crescimento/participação do Boston Consulting Group Matriz de atratividade do setor/força comercial da General Electric Marketing e outras áreas funcionais no processo de planejamento estratégico Papel tradicional do marketing no processo de planejamento Equipes interfuncionais Administração da atividade de marketing Desenvolvendo um plano de marketing Estimando a demanda Estimando a demanda atual Prevendo as vendas Avaliando a previsão Resumo OBJETIVOS DO CAPÍTULO Depois de concluir este capítulo, você deve ser capaz de: Descrever o processo de planejamento estratégico. Resumir os princípios da análise do portfólio da empresa. Discutir o papel do marketing no planejamento estratégico da forma como este é realizado tradicionalmente e com equipes interfuncionais. -dentifi car as tareJas da administrapno de marOetinK� Descrever como os profi ssionais de marOetinK desenvolvem e avaliam planos de marketing. Explicar como as previsões dão suporte ao processo de criação de um plano de marketing. Descrever os principais tipos de previsão. • 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. CA PÍ TU LO 4 capitulo4e.indd 84 21.06.10 16:41:53 Tom Patrevito e John Z. Kosowski iniciaram seu negócio, a Booklet Bin- ding, 25 anos atrás, com 20.000 dólares de capital e muitas boas ideias. “Éramos homens de negócios num setor for- mado por artesãos”, lembra Kosowski. Eles compraram as máquinas de en- cadernação de livros mais modernas e ofereceram serviços em que seus con- correntes mais antiquados sequer ha- viam pensado. “Eles eram avançados”, diz William Mead, um ex-vendedor da Booklet. “Eles vendiam qualidade, ven- diam serviços e desenvolveram uma sólida reputação por ambos.” Sua abor- dagem foi compensadora: as vendas e lucros subiam num ritmo constante. Com o tempo, os lucros estabili- zaram-se e depois começaram a cair. Chegou-se a um ponto em que os representantes da Booklet gastavam a maior parte do tempo negociando preços com os clientes. Patrevito e Ko- sowski pensaram então em tomar algu- mas medidas de corte de custos, como o downsizing, para acabar com a queda nos lucros. Antes, porém, fizeram uma última tentativa: contrataram um es- pecialista em vendas, Mark N. Landiak. Com Landiak, aprenderam que nunca haviam realmente articulado sua visão para a empresa, nunca haviam expres- sado com clareza por que estavam no negócio ou o que pretendiam realizar. Não tinham uma estratégia ou plano criativo — além de políticas de preços e serviços — para obter vantagem sobre a concorrência. Nem sequer sabiam o que seus clientes queriam. Com a ajuda de Landiak, Patrevito e Kosowski descobriram que os clientes queriam representantes de vendas que fossem verdadeiros especialistas em orientá-los nos negócios. “O conheci- mento é a melhor ratoeira”, diz Max Carey, fundador e superintendente da Corporate Resource Development. “Em vez de procurá-lo pelo que você vende, os clientes o procuram pelo que você sabe.” Jim Morrissey, presi- dente da Market Share Catalysts, ex- plica ainda melhor: “O valor acrescen- tado não está jamais no produto; está na relação entre o representante de vendas e o cliente”. Com o treinamento de Landiak, a equipe de vendas desenvolveu maneiras de aumentar seus conhecimentos e conhecer melhor seus clientes. Foi criado um perfil de conta, com o máxi- mo de informação possível sobre o ne- gócio do cliente como um todo; uma agenda, a fim de planejar previamente as visitas; e um programa de “alerta vermelho” destinado a atrair negócios durante o tradicional período de baixa no setor de encadernação. “O que se está fazendo é identificar os clientes com o maior potencial e ter conhe- cimentos extraordinariamente altos sobre os negócios que eles realizam”, dizia Landiak. Hoje, a Booklet Binding está acer- tando os passos. Quando estiver lendo este capítulo, pense em como plane- jamento e estratégia são importantes para todos os níveis organizacionais. Todos os que trabalham para uma em- presa precisam saber por que estão ali e o que a empresa deseja realizar. Fonte: Joshua Hyatt, “Hot Commodity”, Inc., fevereiro de 1996, pp. 50-61. Adaptado com autorização, revista Inc., fevereiro de 1996. Copyright 1996 de Goldhirsh Group, Inc., 38 Commercial Wharf, Boston, MA 02110. EXPLORE MAIS Explore mais em www.corpdyn.com ou procurando “Booklet Binding Inc.” na Internet. CRIANDO VALOR PARA OS CLIENTES Encadernando livros capitulo4e.indd 85 21.06.10 16:41:54 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing86 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional VISÃO GERAL DO CAPÍTULO Num mundo que muda tão rápido, os pro�ssionais de marketing precisam pen- sar ininterruptamente no futuro se quiserem continuar criando valor para seus clien- tes. Para que possam estar prontos para agir quando as mudanças criarem problemas e oportunidades, eles devem decidir quais estratégias deverão ser adotadas caso de- terminado fato ocorra. Em outras palavras, os pro�ssionais de marketing precisam planejar, precisam de�nir metas e determinar como alcançá-las. A análise ambiental e o planejamento bene�ciam os pro�ssionais de marketing e a empresa como um todo, ajudando os gerentes e funcionários de todos os níveis a estabelecer prioridades sobre como investir tempo e dinheiro. Ao forçar os pro�ssionais de marketing a se concentrar no futuro, o planejamento também reduz as chances de que eles sejam surpreendidos por uma nova lei, um novo produto concorrente ou outras mudanças. Além disso, o planejamento diminui as chances de cometer erros dispendiosos. Um plano de marketing cuidadosamente estudado tem maiores proba- bilidades de alcançar os resultados desejados. Enquanto os dois capítulos anteriores voltaram-se para as forças do ambiente externo que afetam o sucesso das atividades de marketing, este capítulo focaliza fa- tores do ambiente interno: estratégias e planos de marketing. Abordamos os tipos de planejamento importantes para a atividade de marketing; descrevemos como as organizações usam o planejamento estratégico para de�nir seu curso geral e como os pro�ssionais de marketing participam do processo de planejamento; discutimos o planejamento estratégico como uma das funções da administração de marketing, en- fatizando a criação de um plano de marketing (o esquema para direcionar um deter- minado composto de marketing a um determinado mercado-alvo); e, por �m, apre- sentamos na última seção do capítulo as técnicas de previsão comumente usadas, uma vez que o planejamento de marketing requer previsões corretas da demanda futura. Planejando a estratégia organizacional Esforços de marketing e�cazes são aqueles que possibilitam às empresas alcançar seus objetivos de�nidos por meio do processo de planejamento estratégico. O plane- jamento estratégico centra-se em objetivos de longo prazo, concentrando-se em ati- vidades que resultem no desenvolvimento de uma missão organizacional clara, bem como de objetivos organizacionais e de estratégias quepermitam à empresa alcançar tais objetivos1. O planejamento estratégico forma a base para outros tipos de planejamento na empresa, como o planejamento tático e o operacional. O planejamento tático é a criação de objetivos e estratégias destinados a alcançar metas de divisões e departamentos especí�cos ao longo de um intervalo de tempo mé- dio, entre um e cinco anos. Normalmente, ele é responsabilidade da média gerência. A criação de planos de marketing é, muitas vezes, um tipo de planejamento tático. Planejamento operacional é a criação de objetivos e estratégias para unidades operacionais individuais ao longo de um curto intervalo de tempo, em geral um ano ou menos. São responsáveis por ele supervisores e, às vezes, gerentes de nível médio. Além disso, quando os trabalhadores participam do planejamento, na maioria das vezes entram no planejamento operacional — por exemplo, de�nindo metas anuais para si mesmos ou para suas equipes. • planejamento estratégico Atividades que levam ao desenvolvimento de uma missão organizacional clara, bem como de objetivos e de estratégias que possibilitem o alcance desses objetivos. planejamento tático Criação de objetivos e estratégias destinados a alcançar metas de departamentos específicos ao lonKo de um intervalo de tempo médio. planejamento operacional Criação de objetivos e estratégias para unidades operacionais individuais ao longo de um curto intervalo de tempo. p p p capitulo4e.indd 86 21.06.10 16:41:55 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional 87 missão 3 propzsito específi co da organização. p O planejamento estratégico começa quando a administração usa informações sobre o ambiente externo e os pontos fortes e fracos da própria empresa para desen- volver uma visão de longo prazo dos rumos que a organização deve tomar — a missão. A partir daí, o processo de planejamento avança para a especi� cação de como realizar essa missão. Como é mostrado na Figura 4.1, esse processo envolve a cria- ção de uma declaração de missão, depois objetivos organizacionais, estratégias or- ganizacionais e um plano de portfólio organizacional que descreva as relações entre os vários produtos e linhas de produtos. Juntos, esses elementos formam o plano estratégico da organização. Fonte: J. Paul Peter e James H. Donnelly, Jr., A Preface to Marketing Management, 7ª ed., Burr Ridge, III., Irwin, 1997, p. 10. A implementação do plano organizacional pode levar a mudanças no ambiente, como modi� cações nas estratégias dos concorrentes. Essas mudanças são monitora- das pelos gerentes e podem conduzir à alteração dos planos estratégicos. Assim, o pla- nejamento estratégico é um processo dinâmico de ações, feedback e reações devendo incluir movimentos proativos e reativos. Missão A missão de uma organização é seu propósito, sua razão de ser (veja Agi- tadores de marketing: Mordendo a maçã). Em muitas empresas, em especial nas relativamente novas, a administração ainda não refletiu formalmente sobre qual é ou deveria ser a missão da organização. Talvez a pessoa que deu início à empre- sa tivesse uma ideia para um produto ou serviço e a organização simplesmente cresceu a partir daí. Muitas vezes, quando a empresa cresce, a visão do fundador não é mais suficiente para guiá-la. Talvez a organização acumule recursos para investir, mas não saiba claramente escolher uma oportunidade em lugar de outra. Nas palavras de Guy Kawasaki, da Apple, essa omissão é arriscada: “Se você não souber o que está procurando, então a ânsia por enlouquecer a concorrência pode acabar virando um fim em si mesmo — o que geralmente é destrutivo porque você se esquece do cliente”2. Quando a administração sentir a necessidade de um senso de direção e es- tiver pronta para beneficiar-se do planejamento estratégico, ela precisará refletir sobre o propósito da organização. A consideração formal do que representa a or- ganização resulta no desenvolvimento de uma declaração de missão, o propósito específico da organização. Com efeito, a missão responde às perguntas: por que a organização existe? Qual é o seu propósito e qual ele deveria ser? • O Ambiente ImplementaçãoInformação Missão organizacional Objetivos organizacionais Estratégias organizacionais Plano de portfólio organizacional O plano estratégico da organização O AmbienteO Ambiente O plano estratégico da organização Plano de Plano de portfportfólioólio organizacionalorganizacional EstratégiasEstratégias organizacionaisorganizacionais ObjetivosObjetivos organizacionaisorganizacionais MissMissãoão organizacionalorganizacional O Ambiente ImplementaçãoInformação Missão organizacional Objetivos organizacionais Estratégias organizacionais Plano de portfólio organizacional O plano estratégico da organização FIGURA 4.I O processo de planejamento estratégico capitulo4e.indd 87 21.06.10 16:41:58 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional Mordendo a maçã +u] /a[asaOi� um profissional de marOetinK atrevi- do e agressivo, escreveu um livro sobre como “enlouque- cer a concorrência”. Depois de um longo período como gerente de produtos de software da AppIe, ele retornou à empresa para ajudá-la a concorrer com a Microsoft. Kawasaki acredita na força de uma missão, em par- ticular para empresas pequenas ou que estão apenas co- meçando. “É preciso saber o que a sua empresa realmente faz ou você só vai enlouquecer a si próprio... Ter uma percepção melhor de si mesmo é um processo simples. Primeiro, tire o fone do gancho, feche a porta e desligue o computador. Depois, responda a estas três perguntas: l) Em que negócio realmente estamos? 2) Onde quere- mos estar em cinco, dez, vinte e cinquenta anos? 3) Se um cliente não compra de nós, de quem ele compra?”. Kawasaki diz que, além de conhecer sua própria em- presa� os profissionais de marOetinK precisam ser capa^es de analisar os pontos fortes e fracos dos concorrentes. “Uma empresa pequena deve atacar sua concorrência nos pontos de vulnerabilidade, fraquezas e indiferença, e não de força... Mas, onde quer que você ataque, é bom que sua empresa tenha uma vantagem diferencial.” Em outras palavras� os profissionais de marOetinK devem estar completamente familiarizados com os pontos fortes e fracos de sua própria empresa para se sair bem em áreas onde os concorrentes são fracos. Depois que uma orKani^apno identifica suas przprias Jorpas e as deficisncias dos concorrentes� ela deve procu- rar maneiras de ser a melhor naquilo que faz. “As empresas precisam encontrar áreas onde são capazes de oferecer com exclusividade algo de alto valor para os clientes”, ob- serva Kawasaki. Uma estratégia para isso é fornecer ser- viços extras e suporte para os produtos, transformando os clientes no que Kawasaki chama de “evangelizadores” dos seus produtos. “Meu sucesso deve-se ao fato de que as outras empresas são muito apressadas, preguiçosas ou desanimadas para percorrer a distância extra que torna os clientes parte de sua empresa. As organizações que criam causas percorrem essa distância extra.” Kawasaki, apesar de seu estilo pitoresco, tem os pés nos pontos básicos do marketing: saber em que negócio você está (e não está); conhecer sua concorrência; satisfazer seus clientes. Isso é o necessário para “enlouquecer a concorrência”. Fonte: Robert McGarvey, “Mad about marketing”, in Entrepreneur, abril de 1996, pp.133-7. EXPLORE MAIS Explore mais em www.evangelist.macaddict.com Agitadores de Marketing Conteúdo. A declaração de missão de uma empresa deve ser su�cientemente espe- cí�ca para orientar seus membros quanto à decisão de quais atividades devem ser prio- rizadas. Além disso, ela deve descrever o propósito da empresa deforma a diferenciá-la de outras similares. Uma editora de livros e revistas sobre jardinagem, vida saudável e esportes como corrida, ciclismo e excursionismo tem como missão “mostrar às pessoas como elas podem usar o poder de seu corpo e mente para melhorar sua vida”3. Atualmente um número cada vez maior de empresas concentra-se apenas no que elas fazem melhor — suas competências básicas — e cria alianças com outros indivíduos ou organizações para fazer o resto4. Na França, por exemplo, é uma prática comum os governos locais �carem fora dos negócios de construção e manutenção da infraestrutura, como estradas e sistemas de distribuição de água. Em vez disso, eles estabelecem relações com empresas privadas especializadas nessas atividades5. Se uma organização tiver uma orientação para o valor, a missão deve centrar-se em criar valor para o cliente, e não em seus produtos. No desenvolvimento dessa, os gerentes levam em conta quem são os clientes atuais e os desejados pela empresa e o que eles valorizam. Assim, em vez de apenas vender recipientes de plástico e cestos de lixo, a Rubbermaid de�ne como sua missão uma maneira de oferecer “soluções simples para problemas domésticos”6. capitulo4e.indd 88 21.06.10 16:41:59 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional 89 Desenvolvimento. O desenvolvimento de uma missão costuma � car a cargo dos altos executivos da empresa. Numa organização de estrutura tradicional, por exemplo, o vice-presidente de marketing participaria desse processo. Já empresas que adotam trabalho em equipe e participação dos funcionários podem incluir vá- rios níveis hierárquicos no processo. Objetivos Uma declaração de missão formal permite à empresa desenvolver objetivos organizacionais claros. Esses objeti- vos descrevem os resultados pretendidos com a realização da missão, como o nível de lucro desejado para a empresa, posi- ção no mercado, reputação, responsabilidade social ou nível de qualidade. Por exemplo, uma empresa pode procurar ob- ter lucros que representem uma taxa de retorno anual de pelo menos 15%. Ela pode procurar, ainda, ser conhecida como a fornecedora de trocas de óleo e outros serviços para automó- veis mais atenta ao meio ambiente. No caso de uma empresa chamada Ameritech, cuja missão é proporcionar “acesso uni- versal avançado” à tecnologia de comunicação, os objetivos da empresa incluem tornar-se um fornecedor de serviços de vídeo, como ligações por vídeo entre lar e escola7. Os objetivos devem ter certas características. Como é mostrado na Figura 4.2, eles devem ser formulados por es- crito, mensuráveis, claros, especí� cos e desa� adores, porém alcançáveis. Cada uma dessas características contribui para tornar os objetivos e� cazes: Formular os objetivos por escrito força a administração a re� etir atentamente sobre eles e classi� cá-los em ordem de importância, além de ajudar os empregados a se lembrar deles. Tornar os objetivos mensuráveis — formulando-os, por exemplo, em termos de ní- vel de lucros ou de participação de mercado em unidades monetárias — permite que os planejadores avaliem se a empresa os está cumprindo. Também faz parte disso incluir um período de tempo para a realização dos objetivos. Para ser claros, os objetivos devem ser formulados em linguagem simples. Isso pos- sibilita que todos os funcionários os compreendam. Objetivos especí� cos de� nem o que deve ser feito e por quem. Por exemplo, um objetivo pode exigir que a divisão de robótica aumente as vendas em 6% durante os próximos cinco anos. • • • • • Mensuráveis Específicos Escritos Claros Desafiadores porém alcançáveis Objetivos eficazes ObjetivosObjetivos eficazeseficazes Mensuráveis Específicos Escritos Claros Desafiadores porém alcançáveis Objetivos eficazes FIGURA 4.2 Características dos oFNetivos efi ca^es capitulo4e.indd 89 21.06.10 16:42:03 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing90 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional Objetivos desa� adores — se forem vistos como alcançáveis — têm maior probabilidade de estimular os funcionários a dar o melhor de si do que objetivos fáceis. As características de objetivos e� cazes aplicam-se a objetivos em todos os níveis do processo de planejamento, não apenas aos objetivos gerais da organização. Estratégias Depois que os gerentes sabem para onde desejam ir, é preciso decidir como chegar lá. As estratégias organizacionais envolvem planos centrados em alcançar objetivos. Elas podem incluir quanto dinheiro deve ser alocado para várias linhas de negócios ou quais atividades requerem um parceiro com determinada compe- tência. No caso de uma empresa como a Ameritech, as estratégias podem incluir lobbies por regulamentações que tornem os novos empreendimentos da empresa � nanceiramente viáveis8. Estratégias têm sucesso quando levam a empresa a alcançar seus objetivos. Em resposta à redução de caixa resultante de uma economia recessiva, a American Standard, que fabrica peças para banheiro, unidades de ar-condicionado e sistemas de freios auto- motivos, de� niu como objetivo a redução dos estoques de matérias- -primas e produtos acabados. A estratégia primária da empresa para alcançar esse objetivo foi adotar processos de fabricação voltados para o cliente. Em outras palavras, a empresa preparou suas ins- talações para fabricar rapidamente os produtos que fossem enco- mendados, em vez de tentar prever vendas e fabricar o su� ciente para satisfazer a demanda esperada. Como resultado do uso dessa “fabricação segundo o � uxo de demanda”, ela não só reduziu os estoques como tam- bém aumentou a e� ciência, a qualidade e a interação com seus clientes9. Estratégias de crescimento. As empresas cujos objetivos incluem crescimento das vendas e lucros podem usar uma das estratégias identi� cadas na matriz da Figura 4.3. Essa matriz produto/mercado mostra que a empresa pode crescer vendendo para no- vos clientes; vendendo mais para seus clientes atuais; vendendo novos produtos ou vendendo mais de seus produtos atuais. Resumindo as quatro estratégias: 1. Estratégias de penetração no mercado são estratégias de crescimento pela venda de uma maior quantidade dos produtos existentes para os clientes existentes. Por exemplo, a Nestlé inclui sempre novas receitas na lata de Neston, que, junta- mente com campanhas publicitárias (“Existem mil maneiras de preparar Neston. Invente uma.”), incentivam os compradores a descobrir novas formas de usar o pro- duto. Essa estratégia leva muitas pessoas a comprar Neston para usá-lo não apenas como mingau, mas para fazer vitaminas, sucos, bolos e doces. • • Produtos Produtos atuais Novos produtos Clientes atuais Mercados Penetração no mercado Desenvolvimento do produto Novos clientes Desenvolvimento do mercado Diversificação Produtos Produtos atuais Novos produtos Clientes atuais Mercados Penetração no mercado Desenvolvimento do produto Novos clientes Desenvolvimento do mercado Diversificação estratégias de penetração no mercado Estratégias de crescimento pela venda de uma maior quantidade dos produtos existentes da empresa para seus clientes existentes. p FIGURA 4.3 Estratégias de crescimento: matriz produto/mercado capitulo4e.indd 90 21.06.10 16:42:07 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional 91 2. Estratégias de desenvolvimento do mercado são estratégias de crescimento pela venda de produtos existentes a novos clientes. Empresas que procuram mercados globais para seus produtos estão usando uma estratégia de desenvolvimento do mer- cado. Por exemplo, produtos de última tecnologia ou de grifes famosas são lançados primeiramente nos países industrializados.Quando o interesse por eles diminui, a empresa normalmente abre-se para outros mercados, como o Brasil e o resto da Amé- rica Latina10. 3. Estratégias de desenvolvimento de produtos são estratégias de crescimento pelo desenvolvimento de novos produtos para servir clientes já existentes. Por exem- plo, as estratégias de crescimento da Duracell incluem o desenvolvimento de uma pilha recarregável de longa duração, especialmente útil para uso em computadores laptop11. 4. Diversi�cação envolve crescimento pelo atendimento a novos clientes por meio da oferta de novos produtos. Quando Joanna Lau assumiu a empresa que depois levaria seu nome, concluiu que, para crescer, a companhia teria de usar sua experiência em equipamentos eletrônicos para desenvolver novos produtos para o mercado civil. Depois de dois anos de grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a Lau começou a comercializar sistemas de cartões de identi�cação digitais. Quando esse sistema foi adotado nos Estados Unidos para a produção de carteiras de motorista, a Lau transformou-se de uma perdedora de dinheiro numa empresa lucrativa12. Análise PFOA. Para selecionar as estratégias adequadas, os gerentes precisam analisar os ambientes interno e externo. Uma maneira de fazer isso é pelo uso da análise PFOA que vem a ser a avaliação sistemática das forças e de�ciências internas de uma organização e de oportunidades e ameaças externas. PFOA — ou SWOT, em inglês — signi�ca potencialidades (pontos fortes), fragilidades (pontos fracos), oportunidades e ameaças. A Tabela 4.1 mostra alguns exemplos dos tipos de questões consideradas numa análise PFOA. Ambiente interno Forças Deficisncias 6ecursos financeiros Marcas bem conhecidas Habilidades tecnológicas Falta de direção estratégica Altos custos Instalações obsoletas Ambiente externo Oportunidades Ameaças Novos mercados potenciais Novos produtos potenciais Queda de barreiras comerciais internacionais Nova concorrência Crescimento lento do mercado Novas regulamentações Forças e de�ciências. Para conduzir uma análise PFOA, os gerentes avaliam as forças e de�ciências de suas empresas. As forças incluem fatores como patentes, lealdade dos clientes, capacidade de produzir bens ou serviços a um custo relativa- mente baixo e recursos �nanceiros disponíveis para perseguir novas oportunidades. Algumas de�ciências possíveis são custos altos, falta de �nanciamento e marcas que não sejam bem conhecidas ou respeitadas. estratégias de desenvolvimento do mercado Estratégias de crescimento pela venda de produtos existentes a novos clientes. estratégias de desenvolvimento de produtos Estratégias de crescimento pelo desenvolvimento de novos produtos para servir clientes já existentes. diversificação Estratégias de crescimento pelo atendimento a novos clientes por meio da oferta de novos produtos. análise PFOA Avaliação sistemática dos pontos fortes e fracos internos de uma empresa p p p p TABELA 4.1 Exemplos de questões PFOA capitulo4e.indd 91 21.06.10 16:42:08 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing92 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional competsncias básicas As coisas que uma empresa faz melhor do que as outras. p Uma força da GNC, uma cadeia de lojas de alimentos saudáveis, é a capacidade de agir depressa quando a demanda por um determinado suplemento nutricional au- menta ou diminui. Quando a publicidade favorável gerou um grande aumento na demanda por melatonina, por exemplo, a empresa ampliou seu estoque em sete vezes no espaço de duas semanas. Quando estudos concluíram que o benefício à saúde de suplementos de betacaroteno eram inferiores ao esperado, ela soube das descobertas por meio de suas associações comerciais antes do público em geral e enviou instru- ções por e-mail para suas lojas sobre como responder às perguntas dos clientes. Uma de�ciência é que sua reputação pode ser prejudicada pela descoberta de que no pas- sado ela fez a�rmações publicitárias falsas13. Ao avaliar as forças e de�ciências, os gerentes procuram as coisas que a empresa faz melhor do que as outras, as competências básicas da organização. Competências especialmente signi�cativas aumentam o valor para os clientes, encurtam o tempo ne- cessário para levar um novo produto ao mercado e constroem relações fortes com os membros do canal de distribuição e os usuários �nais14. A TAM �cou famosa por ter a competência básica de investir em serviços aos clientes, não importando que isso sig- ni�casse fretar um avião para trazer uma encomenda urgente, por exemplo. A Fuller Medical, que vende equipamentos e suprimentos médicos, tem a competência básica de localizar rapidamente, por meio de CD-ROMs constantemente atualizados, itens pouco comuns, como uma fralda geriátrica para obesos. Ao armazenar e acessar os dados no sistema de CD-ROM, os funcionários podem descobrir rapidamente o que o equipa- mento faz, quem o vende e quanto ele custa — tudo isso em menos de meia hora15. Oportunidades e ameaças. Os gerentes também avaliam as oportunidades e ameaças descobertas na análise ambiental. As oportunidades podem incluir demanda não atendida, novos conceitos ou tecnologias de produtos, ou empresas concorrentes que possam ser adquiridas. As ameaças podem incluir concorrentes novos ou mais fortes, novas leis limitando as atividades da empresa ou uma mudança nos desejos e preferências dos clientes que os afaste dos produtos da empresa. Para empresas como a já citada GNC, as oportunidades incluem o interesse crescente dos consumidores por suplementos nutricionais e as ameaças incluem o aumento da disponibilidade desses produtos em outros pontos de venda, como su- permercados e drogarias. Além disso, há o aspecto legal. No Brasil, por exemplo, são proibidas a�rmações que não sejam passíveis de comprovação cientí�ca e depoimentos de pro�ssionais que não sejam legalmente quali�cados para fazê-los. Tal fato poderia parecer uma ameaça, mas a empresa competitiva é aquela que transforma ameaças em oportunidades. A GNC conseguiu isso agregando maior valor na forma de informações: terminais de computador nas lojas exibem a�rmações con�rmadas por fortes evidências em verde, a�rmações questionáveis em amarelo e a�rmações não comprovadas em laranja16. Os gerentes que avaliam oportunidades e ameaças devem concentrar-se em mu- danças, tanto no mercado local, como no externo — mudanças essas que levam, mui- tas vezes, às oportunidades mais signi�cativas. Objetivo da análise PFOA. Um dos propósitos de identi�car forças, de�ciências, oportunidades e ameaças é ajudar os gerentes a encontrar os pontos fortes da empresa e combiná-los com as oportunidades do ambiente, de preferência em áreas em que os concorrentes não tenham capacidade similar. Assim, um produtor de kits para modi�car capitulo4e.indd 92 21.06.10 16:42:09 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional 93 maçanetas de portas de forma que elas sejam fáceis de abrir, vê uma combinação entre os requisitos da Lei n° 7.405, de 12.11.85 (que exige que as instalações privadas e públicas sejam acessíveis a pessoas com de�ciências), e sua própria capacidade de projetar e produzir produtos simples, mas funcionais, para cumprir essa exigência. Outra empresa vê seus recursos �nanceiros como uma força que lhe possibilita investir numa nova linha de produtos com altos custos iniciais, mas grandes potenciais de lucros. A empresa também pode rejeitar opções que não combinem oportunidades e pontos fortes. Quando a Arrow tinha poucos anos de existência, recebeu a proposta de um contrato que geraria 500.000 dólares — uma oportunidade signi�cativa para a pequena empresa. Porém, na época ela não dispunha dos recursos necessários para cumprir as obrigaçõescontratuais, por isso seu presidente, Phyllis Apelbaum, recusou a proposta. Entretanto, alguns poucos anos depois, quando já era maior, ela pôde conseguir um grande contrato, com base principalmente no seu histórico de comprometimento com o valor da empresa17. De modo geral, uma organização deve centrar suas estratégias em aumentar seus pontos fortes, diminuir os pontos fracos, explorar suas oportunidades e reduzir suas ameaças. Janelas estratégicas. O momento adequado para as estratégias pode ser tão importante quanto o seu conteúdo. Uma empresa que se move com lentidão excessiva pode permitir que os concorrentes passem a sua frente no mercado. No outro extremo, uma empresa pode estar desperdiçando recursos valiosos se introduz um produto antes que os clientes estejam prontos para experimentá-lo. Muitas vezes os pontos fortes de uma organização combinam com uma oportuni- dade apenas por um período limitado de tempo. Esse período de tempo é conhe- cido como janela estratégica; logo, o momento certo para agir é quando as janelas estratégicas estão abertas. A escolha do tempo certo foi um dos maiores desa�os enfrentados por Allen Breed, que desenvolveu air bags para carros anos antes de os fabricantes de auto- móveis estarem interessados em instalá-los, apesar das pesquisas que indicavam o desejo dos clientes por esses equipamentos de segurança. Breed teve de man- ter sua empresa, a Breed Technologies, à deriva por mais de uma década até que os primeiros air bags fossem instalados nos carros novos. Durante esse tempo, a maior parte dos possíveis concorrentes já havia desistido da disputa e assim Breed conseguiu obter contratos importantes. Ao expandir-se depressa, manter os custos baixos e construir uma reputação de entregas com pontualidade, a empresa acabou abocanhando 80% do mercado de air bags com sensores eletromecânicos. Chegou um momento, porém, em que as indústrias automobilísticas decidiram voltar seu interesse para air bags com sensores eletrônicos mais novos, que Allen Breed havia descartado como inferiores. Outras empresas começaram a ganhar contratos para os modelos mais novos... e alguns observadores questionaram se a Breed Technolo- gies havia escolhido a janela estratégica errada pela segunda vez18. Portfólio As empresas muitas vezes estão em mais de uma linha de negócio. O Grupo Votorantim, por exemplo, atua nas áreas de cimento, energia, metalurgia, papel e celulose, química, agrobusiness e �nanceira. Assim, a empresa tem um grupo ou “portfólio” de unidades de negócios, mais ou menos como um investidor pode ter um portfólio de ações. • janela estratégica Período de tempo em que os pontos fortes de uma organização combinam com uma oportunidade de mercado. p capitulo4e.indd 93 21.06.10 16:42:09 PARTE 1 • Desenvolvendo Estratégias e Planos de Marketing94 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional Prosseguindo na analogia, consideremos que os investidores reexaminam con- tinuamente várias ações e redistribuem seus fundos com base em seu desempenho passado e esperado. Por exemplo, eles podem comprar ações com altos dividen- dos e vender outras cujo preço esteja caindo. Da mesma forma, executivos de uma empresa com um portfólio de unidades estratégicas de negócios precisam avaliar continuamente como está sendo o desempenho dessas unidades e alocar recursos a elas de acordo com as informações. Um bom exemplo é a W. W. Grainger, que vende suprimentos de manutenção, reparos e operação para máquinas. Ao criar um plano estratégico, os gerentes determinaram que a vantagem competitiva da empresa estava em seu sistema de distribuição rápido e orientado para serviços. Assim, a Grainger deixou de lado seu negócio de fabricação, que produzia itens como motores elétricos, hélices e bombas, e adquiriu outras empresas de distribuição. Hoje, o catálogo da Grainger ocupa bem mais de 2.500 páginas e contém mais de 42.000 itens19. As unidades de negócios de uma empresa são os elementos de seu portfólio e recebem o nome de unidades estratégicas de negócios. Uma unidade estratégica de negócios (UEN) é uma parte da empresa que tem uma missão distinta, seus próprios concorrentes, vende um produto ou um grupo de produtos similares e pode ter um planejamento independente de outras unidades da empresa. As decisões referentes à distribuição de recursos entre as UEN de uma empresa formam o plano de portfólio da organização. Esse plano detalha quais unidades estratégicas a empresa deseja ampliar, manter ou eliminar. Na próxima seção vere- mos técnicas para desenvolver planos de portfólio. Analisando o portfólio organizacional O processo básico para criar um plano de portfólio é avaliar unidades estraté- gicas de negócios no portfólio da organização e, depois, determinar o que deve ser feito com elas. Duas técnicas para avaliar as UEN no portfólio de uma empresa são a matriz de crescimento/participação do Boston Consulting Group e a matriz de atrati- vidade do setor/força comercial da General Electric. Matriz de crescimento/participação do Boston Consulting Group O Boston Consulting Group (BCG) desenvolveu uma matriz que classi� ca UENs, produtos ou marcas de acordo com duas medidas: taxa de crescimento do mercado (baixa ou alta) e participação relativa no mercado (baixa ou alta), conforme mostrado na Figura 4.420. Na matriz BCG, as unidades estratégicas de negócios, produtos ou marcas podem ser de quatro tipos: • Alta Participação relativa no mercado Taxa de crescimento do mercado Alta Baixa Baixa Estrelas Pontos de interrogação Vacas leiteiras Abacaxis Alta Participação relativa no mercado Taxa de crescimento do mercado Alta Baixa Baixa Estrelas Pontos de interrogação Vacas leiteiras Abacaxis unidade estratégica de negócios (UEN) Parte de uma organização que tem uma missão distinta, seus próprios concorrentes, vende um produto ou um grupo de produtos similares e pode ter um planejamento independente de outras unidades da empresa. p plano de portfólio Decisões referentes à distribuição de recursos entre as unidades estratégicas de negócios de uma empresa. p FIGURA 4.4 Matriz de crescimento/ participação do Boston Consulting Group capitulo4e.indd 94 21.06.10 16:42:11 CAPÍTULO 4 • Planejamento de Marketing e Estratégia Organizacional 95 1. Estrelas. Alta participação num mercado com alta taxa de crescimento. Merca- dos com crescimento rápido tendem a atrair muita concorrência, fazendo com que a empresa gaste muito para proteger e ampliar a participação de mercado de suas estrelas. O ideal é que as estrelas transformem-se em vacas leiteiras. 2. Vacas leiteiras. Alta participação num mercado de crescimento mais lento. A concorrência menos intensa associada a uma liderança no mercado geram as vacas leiteiras, ou seja, unidades cujas receitas podem ir para outros negócios ou para pesquisa e desenvolvimento. 3. Abacaxis. Baixa participação num mercado de crescimento lento. Às vezes, os abacaxis servem um grupo leal de clientes e são lucrativos, porém tendem a não ser uma fonte importante de receita para a empresa e, se não gerarem lucros, geralmente são eliminados. 4. Pontos de interrogação. Baixa participação num mercado de alto crescimento. Conseguir participação de mercado pode ser dispendioso, mas, se os pontos de interrogação tiverem potencial de longo prazo para tornarem-se estrelas ou vacas leiteiras, vale a pena investir neles. Os gerentes que utilizam a matriz BCG de crescimento/participação primeiro classificam as unidades estratégicas de negócios, produtos ou marcas da empresa. Esse passo envolve certa subjetividade, uma vez que o modelo não proporciona critérios específicos para a classificação das taxas de crescimento como altas ou baixas.