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Direito Constitucional Aulas 01 e 02

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1	
	
Papa Concursos – GE TRT Brasil 2017 – Direito Constitucional – Aulas 01 e 02 (08.04.2017) 
1.		DIREITOS	INDIVIDUAIS	(ART.	5º)		
TÍTULO II 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Súmula 227 STJ 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:	
 I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;	
 II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;	
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;	
 IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;	
 V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, 
moral ou à imagem;	
 VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;	
 VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares 
de internação coletiva;	
 VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei;	
 IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença;	
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;	
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)	
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)	
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais 
que a lei estabelecer;	
 XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário 
ao exercício profissional;	
2	
	
 XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos 
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;	
 XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o 
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;	
 XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;	
 XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo 
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;	
 XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas 
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;	
 XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;	
 XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar 
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;	
 XXII - é garantido o direito de propriedade;	
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;	
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou 
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição;	
 XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;	
 XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será 
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre 
os meios de financiar o seu desenvolvimento;	
 XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, 
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;	
 XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:	
 a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, 
inclusive nas atividades desportivas;	
 b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem 
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;	
 XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem 
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos 
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;	
 XXX - é garantido o direito de herança;	
 XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em 
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de 
cujus";	
3	
	
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;	
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide 
Lei nº 12.527, de 2011)	
 XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:	
 a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de 
poder;	
 b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de 
situações de interesse pessoal;	
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;	
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;	
 XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;	
 XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:	
 a) a plenitude de defesa;	
 b) o sigilo das votações;	
 c) a soberania dos veredictos;	
 d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;	
 XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;	
 XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;	
 XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;	
 XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos 
termos da lei;	
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento)	
 XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra 
a ordem constitucional e o Estado Democrático;	
XLV - nenhuma penapassará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;	
 XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:	
 a) privação ou restrição da liberdade;	
 b) perda de bens;	
4	
	
 c) multa;	
 d) prestação social alternativa;	
 e) suspensão ou interdição de direitos;	
 XLVII - não haverá penas:	
 a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;	
 b) de caráter perpétuo;	
 c) de trabalhos forçados;	
 d) de banimento;	
 e) cruéis;	
 XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a 
idade e o sexo do apenado;	
 XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;	
 L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante 
o período de amamentação;	
 LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes 
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na 
forma da lei;	
 LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;	
 LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;	
 LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;	
 LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;	
 LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;	
 LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;	
 LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses 
previstas em lei; (Regulamento).	
 LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;	
 LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem;	
 LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade 
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em 
lei;	
5	
	
 LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz 
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;	
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado;	
 LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório 
policial;	
 LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;	
 LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com 
ou sem fiança;	
 LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;	
 LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;	
 LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por 
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;	
 LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:	
 a) partido político com representação no Congresso Nacional;	
 b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento 
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;	
 LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável 
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania;	
 LXXII - conceder-se-á habeas data:	
 a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;	
 b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo;	
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente 
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do 
ônus da sucumbência;	
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de 
recursos;	
 LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do 
tempo fixado na sentença;	
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)	
6	
	
 a) o registro civil de nascimento;	
 b) a certidão de óbito;	
 LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários 
ao exercício da cidadania. (Regulamento)	
 LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo 
e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004)	
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.	
 § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e 
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte.	
 § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
(Atos aprovados na forma deste parágrafo)	
 § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado 
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)	
	
Lei	9.507/1997	-	HABEAS	DATA	
Art. 7° Conceder-se-á habeas data:	
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou 
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;	
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;	
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro 
mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.	
	
Lei	12.016/2009	-	MANDADO	DE	SEGURANÇA	
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por 
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física 
ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria 
for e sejam quais forem as funções que exerça. 	
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos 
políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as 
pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público,somente no que disser respeito a essas 
atribuições. 	
7	
	
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço 
público. 	
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer 
o mandado de segurança. 	
Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do 
ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela 
controlada. 	
Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro 
poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 
30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente. 	
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no 
art. 23 desta Lei, contado da notificação. 	
Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de 
segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada. 	
§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama, radiograma ou outro 
meio que assegure a autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade. 	
§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis seguintes. 	
§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão observadas as regras 
da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. 	
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 	
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 	
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 	
III - de decisão judicial transitada em julgado. 	
Parágrafo único. (VETADO) 	
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será 
apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e 
indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual 
exerce atribuições. 	
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou 
estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, 
o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica 
e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento 
para juntá-las à segunda via da petição. 	
§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no 
próprio instrumento da notificação. 	
8	
	
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane 
a ordem para a sua prática. 	
§ 4o (VETADO)	
§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 	
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a 
decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 	
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 	
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada 
com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; 	
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, 
enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito; 	
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato 
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do 
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 	
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de 
instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 	
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, 
a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores 
públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 	
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da 
sentença. 	
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. 	
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à 
tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de 
Processo Civil. 	
Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento 
do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do 
processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. 	
Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da notificação da medida 
liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou 
a quem tiver a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como 
coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários 
às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como 
ilegal ou abusivo de poder. 	
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado 
de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração. 	
9	
	
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência 
para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator 
caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre. 	
§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição inicial. 	
Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará aos autos cópia 
autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica 
interessada, bem como a prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso 
do art. 4o desta Lei, a comprovação da remessa. 	
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o 
representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias. 	
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para 
a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias. 	
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo 
correio, mediante correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade 
coatora e à pessoa jurídica interessada. 	
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4o desta Lei. 	
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. 	
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição. 	
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. 	
§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurançapode ser executada provisoriamente, salvo 
nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar. 	
§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva 
de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e 
municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do 
ajuizamento da inicial. 	
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério 
Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do 
tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a 
execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 
(cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 	
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, 
caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso 
especial ou extraordinário. 	
§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo, quando negado 
provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. 	
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o 
poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se 
refere este artigo. 	
10	
	
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em 
juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. 	
§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o 
presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples 
aditamento do pedido original. 	
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, 
sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento. 	
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar caberá agravo ao 
órgão competente do tribunal que integre. 	
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respectivos recursos, quando não 
publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas 
respectivas notas taquigráficas, independentemente de revisão. 	
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe 
recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for 
denegada. 	
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não 
impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. 	
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre 
todos os atos judiciais, salvo habeas corpus. 	
§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data 
em que forem conclusos ao relator. 	
§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias. 	
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação 
no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade 
partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de 
parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 	
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 	
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de 
que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação 
jurídica básica; 	
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum 
e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 	
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos 
membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 	
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os 
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de 
11	
	
seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da 
segurança coletiva. 	
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do 
representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta 
e duas) horas. 	
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) 
dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 	
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 
1973 - Código de Processo Civil. 	
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes 
e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso 
de litigância de má-fé. 	
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo 
das sanções administrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis. 	
Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organização judiciária deverão ser 
adaptados às disposições desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da sua publicação. 	
	
Lei	13.300/2016	-	MANDADO	DE	INJUNÇÃO	
Art. 1o Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, 
nos termos do inciso LXXI do art. 5o da Constituição Federal.	
Art. 2o Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.	
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas 
editadas pelo órgão legislador competente.	
Art. 3o São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou 
jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2o e, 
como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora.	
Art. 4o A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará, 
além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado.	
§ 1o Quando não for transmitida por meio eletrônico, a petição inicial e os documentos que a instruem 
serão acompanhados de tantas vias quantos forem os impetrados.	
§ 2o Quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se em repartição ou 
estabelecimento público, em poder de autoridade ou de terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, 
no original, ou em cópia autêntica, será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento no 
prazo de 10 (dez) dias, devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda viada petição.	
12	
	
§ 3o Se a recusa em fornecer o documento for do impetrado, a ordem será feita no próprio instrumento 
da notificação.	
Art. 5o Recebida a petição inicial, será ordenada:	
I - a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a segunda 
via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações;	
II - a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, 
devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito.	
Art. 6o A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração for manifestamente incabível 
ou manifestamente improcedente.	
Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 (cinco) dias, 
para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.	
Art. 7o Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que opinará 
em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão.	
Art. 8o Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:	
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;	
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação 
própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.	
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando 
comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido 
para a edição da norma.	
Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma 
regulamentadora.	
§ 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou 
indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.	
§ 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por 
decisão monocrática do relator.	
§ 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração 
fundada em outros elementos probatórios.	
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer 
interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito.	
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido nesta Lei.	
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos 
beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais 
favorável.	
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada antes da 
decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito.	
13	
	
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:	
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;	
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de 
direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;	
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas 
em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde 
que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;	
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção 
dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma doinciso 
LXXIV do art. 5o da Constituição Federal.	
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção 
coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada 
por grupo, classe ou categoria.	
Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas 
integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo 
do disposto nos §§ 1o e 2o do art. 9o.	
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, 
mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda 
individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.	
Art. 14. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do mandado de segurança, 
disciplinado pela Lei no 12.016, de 7 de agosto de 2009, e do Código de Processo Civil, instituído pela Lei 
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e pela Lei no 13.105, de 16 de março de 2015, observado o disposto em 
seus arts. 1.045 e 1.046.	
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.	
	
JURISPRUDÊNCIA	
STF	
A	Turma	entendeu	que	acarreta	prejuízo	da	impetração	o	superveniente	julgamento	do	mérito	de	“habeas	corpus”	
pelo	STJ,	a	determinar	o	conhecimento	da	apelação,	assim	como	a	mudança	no	título	prisional.	Além	disso,	consignou	
que	a	ordem	não	poderia	ser	concedida	de	ofício	porquanto	a	jurisprudência	do	STF	é	no	sentido	da	exequibilidade	
da	pena	depois	das	decisões	de	segunda	instância.	(...)	HC	129295/SC,	rel.	orig.	Min.	Marco	Aurélio,	red.	p/	o	ac.	Min.	
Roberto	Barroso,	julgamento	em	21.2.2017.	(HC-129295)	(Informativo	855,1ª	Turma)	
	
Direito	fundamental	discutido:	Art.	5°,	VI	e	VIII	(liberdade	religiosa)	
14	
	
				A	Primeira	Turma,	por	maioria,	deu	provimento	a	recurso	ordinário	em	“habeas	corpus”	para	trancar	ação	penal	em	
que	se	imputa	ao	recorrente	a	suposta	prática	de	crime	de	racismo,	por	meio	de	incitação	à	discriminação	religiosa	
(Lei	 7.716/1989,	 art.	 20,	 §	 2º).	No	 caso,	 sacerdote	 da	 Igreja	 Católica	Apostólica	 Romana	publicou	 livro	 no	 qual,	
segundo	a	acusação,	explicitou	conteúdo	discriminatório	a	atingir	a	doutrina	espírita.		
				O	Colegiado	equacionou	que,	em	um	cenário	permeado	por	dogmas	com	fundamentos	emocionais,	os	indivíduos	
tendem	a	crer	que	professam	sua	fé	dentro	da	religião	correta	e	que	aquela	é	a	melhor,	e	78	essa	certeza	contém	
intrínseca	hierarquização.	Nesse	ambiente,	é	necessário	avaliar	a	observância	dos	limites	do	exercício	das	liberdades	
constitucionais.	 Por	 sua	 vez,	 não	 cabe	 ao	 Judiciário	 censurar	 manifestações	 de	 pensamento.	 Assim,	 eventual	
infelicidade	de	declarações	e	explicitações	escapa	do	espectro	de	atuação	estatal.					Ponderou	que	a	liberdade	religiosa	
possui	expressa	proteção	constitucional	(CF,	art.	5º,	VI	e	VIII)	e	abrange	o	livre	exercício	de	consciência,	crença	e	culto.	
Além	disso,	alcança	a	escolha	de	convicções,	de	optar	por	determinada	religião	ou	por	nenhuma	delas,	de	empreender	
proselitismo	e	de	explicitar	atos	próprios	de	religiosidade.		
				Assim,	a	liberdade	de	expressão	funciona	como	condição	de	tutela	efetiva	da	liberdade	religiosa,	assegurando-se	
a	 explicitação	de	 compreensões	 religiosas	 do	 indivíduo	e	 atuações	 conforme	a	 crença.	 Caso	 contrário,	 em	vez	 de	
liberdade,	haveria	mera	indiferença	religiosa.		
				Por	 outro	 lado,	 a	 liberdade	 religiosa	 não	 ostenta	 caráter	 absoluto	 e	 deve	 ser	 exercitada	 de	 acordo	 com	 a	
delimitação	constitucional,	segundo	o	princípio	da	convivência	das	liberdades	públicas.	Nessaperspectiva,	o	repúdio	
ao	racismo	figura	como	um	dos	princípios	que	regem	o	País	em	suas	relações	internacionais	(CF,	art.	4º,	VIII).	Ademais,	
o	tipo	penal	em	debate	decorre	de	mandamento	de	criminalização	expresso	no	art.	5º,	XLII,	da	CF.	No	caso,	cumpre	
perquirir	se	as	opiniões	explicitadas	pelo	recorrente	estão	em	conformidade	com	a	Constituição	ou	se	desbordam	dos	
limites	do	exercício	das	liberdades	constitucionalmente	asseguradas.		
				A	Turma	assinalou	que	a	característica	plural	da	Constituição	impõe	que	determinados	interesses,	na	hipótese	
em	que	 colidentes,	 sejam	 contrastados	 a	 fim	 de	 alcançar	 a	máxima	 efetividade	 de	 ambos.	 É	 necessário	 que	 as	
posições	divergentes	sejam	mutuamente	respeitadas,	reclamando-se	tolerância	em	relação	ao	diferente.		
				Por	 sua	vez,	os	 limites	de	discursos	 religiosos	não	 coincidem,	necessariamente,	 com	explicitações	atinentes	aos	
demais	elementos	normativos	do	tipo	em	questão,	quais	sejam,	raça,	cor,	etnia	ou	procedência	nacional.	A	mensagem	
religiosa	não	pode	ser	tratada	exatamente	da	mesma	forma	que	a	não	religiosa.	Sob	esse	aspecto,	diversas	religiões	
ostentam	 caráter	 universalista,	 ou	 seja,	 almejam	 converter	 o	 maior	 número	 possível	 de	 pessoas.	 Em	 especial,	 o	
catolicismo	e	o	cristianismo	perseguem	esse	objetivo.	Nessa	medida,	tolher	o	proselitismo	indispensável	à	consecução	
das	finalidades	de	religiões	universalistas	configura	ataque	ao	núcleo	essencial	da	liberdade	de	expressão	religiosa.		
				O	proselitismo	religioso,	em	diversas	oportunidades,	é	implementado	à	luz	de	um	contraste	entre	as	mais	diversas	
religiões.	O	indivíduo	que	busca	a	conversão	de	outrem	geralmente	o	faz	sob	argumentos	de	hierarquização	entre	
religiões,	 almejando	 demonstrar	 a	 superioridade	 de	 suas	 próprias	 crenças,	 de	 modo	 que,	 corriqueiramente,	 as	
religiões	pretendem	assumir	contornos	de	doutrinas	de	primeira	ordem.		
				Esse	proselitismo,	portanto,	ainda	que	acarrete	incômodas	comparações	religiosas,	não	materializa,	por	si	só,	o	
espaço	 normativo	 dedicado	 à	 incriminação	 de	 condutas	 preconceituosas.	 Essa	 ação	 constitui	 não	 apenas	
desdobramento	da	liberdade	de	expressão	religiosa,	mas	figura	como	núcleo	essencial	desse	direito,	de	modo	que	
negar	sua	prática	configuraria	excessiva	restrição	às	liberdades	constitucionais.		
(...)	
15	
	
				Assim,	 a	 explicitação	 de	 aspectos	 de	 desigualação,	 bem	 como	da	 suposta	 inferioridade	 decorrente	 de	 aspectos	
religiosos	não	perfaz,	por	si,	o	elemento	típico.	É	indispensável	que	se	verifique	o	especial	fim	de	supressão	ou	redução	
da	 dignidade	 do	 diferente.	 Sendo	 assim,	 a	 afirmação	 de	 superioridade	 direcionada	 à	 realização	 de	 um	 suposto	
resgate	 ou	 salvação,	 apesar	 de	 indiscutivelmente	 preconceituosa,	 intolerante,	 pedante	 e	 prepotente,	 encontra	
guarida	na	liberdade	de	expressão	religiosa,	e	não	preenche	o	âmbito	proibitivo	da	norma.	Vencido	o	ministro	Luiz	
Fux,	que	não	trancava	a	ação	penal	por	entender	não	haver	elementos	suficientes	para	tanto.	RHC	134682/BA,	rel.	
Min.	Edson	Fachin,	29.11.2016.	(RHC-134682)	(Informativo	849,	1ª	Turma)	
	
Direito	 fundamental	 discutido:	 Direitos	 fundamentais	 da	 mulher	 (aborto	 voluntário	 até	 o	 terceiro	 trimestre	 da	
gestação).	
				A	Primeira	Turma,	por	maioria,	não	 conheceu	de	 “habeas	 corpus”,	por	entendê-lo	 incabível	na	espécie.	Porém,	
concedeu	a	ordem	de	ofício	em	 favor	de	pacientes	presos	 cautelarmente	 em	 razão	do	 suposto	 cometimento	dos	
crimes	descritos	nos	arts.	126	e	288	do	Código	Penal	(CP)	(aborto	consentido	e	formação	de	quadrilha),	para	afastar	a	
custódia	preventiva.		
				Assentou	não	estarem	presentes	os	requisitos	que	legitimam	a	prisão	cautelar	(Código	de	Processo	Penal,	art.	312).	
Afinal,	os	pacientes	são	primários	e	com	bons	antecedentes,	têm	trabalho	e	residência	fixa,	têm	comparecido	aos	atos	
de	instrução	e	cumprirão	pena	em	regime	aberto,	na	hipótese	de	condenação.	
				Reputou	ser	preciso	conferir	interpretação	conforme	à	Constituição	aos	arts.	124	a	126	do	CP,	que	tipificam	o	crime	
de	aborto,	para	excluir	do	seu	âmbito	de	 incidência	a	 interrupção	voluntária	da	gestação	efetivada	no	primeiro	
trimestre.	A	criminalização,	nessa	hipótese,	viola	diversos	direitos	fundamentais	da	mulher,	bem	como	o	princípio	
da	proporcionalidade.	Vencido	o	ministro	Marco	Aurélio,	que	concedia	a	ordem.	HC	124306/RJ,	rel.	orig.	Min.	Marco	
Aurélio,	red.	p/	o	ac.	Min.	Roberto	Barroso,	29.11.2016.	(HC-124306)	(Informativo	849,	1ª	Turma).	
8	-	Presunção	de	inocência	e	execução	provisória	de	condenação	criminal		
		
Direito	fundamental	discutido:	Presunção	de	inocência.	
					A	execução	provisória	de	acórdão	penal	condenatório	proferido	em	julgamento	de	apelação,	ainda	que	sujeito	a	
recurso	 especial	 ou	 extraordinário,	 não	 compromete	 o	 princípio	 constitucional	 da	 presunção	 de	 inocência.	 HC	
126292/SP,	rel.	Min.	Teori	Zavascki,	17.2.2016.	(HC-126292)	
	
Ao	proferir	decisão	pelo	não	conhecimento	do	“writ”,	o	Tribunal,	por	maioria,	reafirmou	sua	jurisprudência	no	sentido	
de	não	ser	cabível	“habeas	corpus”	impetrado	contra	decisão	monocrática	de	ministro	da	Corte.	(...)	HC	105959/DF,	
rel.	orig.Min.Marco	Aurélio,	red.	p/	o	acórdãoMin.	Edson	Fachin,	17.2.2016.	(HC-105959)	(Informativo	814,	Plenário)	
	
“Habeas	corpus”	não	é	o	instrumento	adequado	para	pleitear	trancamento	de	processo	de	“impeachment”.		Com	
base	nessa	orientação,	o	Plenário,	por	maioria,	negou	provimento	a	agravo	regimental	em	que	se	pretendia	trancar	o	
aludido	processo	movido	em	face	da	Presidente	da	República	(...)		(RISTF,	art.	21;	e	CPC,	art.	557).	HC	134315	AgR/DF,	
rel.	Min.	Teori	Zavascki,	16.6.2016.	(HC-134315)	(Informativo	829,	Plenário)	
16	
	
	
Em	conclusão	de	julgamento,	a	Segunda	Turma,	por	maioria,	não	conheceu	de	mandado	de	segurança	impetrado	
pelo	Procurador-Geral	da	República,	em	face	de	ato	do	CNJ,	que	arquivara	procedimento	disciplinar	instaurado	por	
tribunal,	em	razão	da	prescrição	da	pretensão	punitiva	administrativa	—	v.	Informativo	829.	
O	Colegiado	afirmou	que	o	Procurador-Geral	da	República	não	tem	legitimidade	para	a	impetração,	pois	não	é	o	
titular	do	direito	líquido	e	certo	que	afirmara	ultrajado.	Ressaltou	que	não	basta	a	demonstração	do	simples	interesse	
ou	 atuação	 como	 “custos	 legis”,	 uma	 vez	 que	 os	 direitos	 à	 ordem	 democrática	 e	 à	 ordem	 jurídica	 não	 são	 de	
titularidade	do	Ministério	Público,	mas	de	toda	a	sociedade.	Vencidos	os	Ministros	Dias	Toffoli	e	Gilmar	Mendes,	que	
conheciam	da	impetração.	MS	33736/DF,	rel.	Min.	Cármen	Lúcia,	21.6.2016.	(MS-33736)		(Informativo	831,	1ª	Turma).		
	
O	 “habeas	 corpus”,	 cuja	 finalidade	 é	 a	 tutela	 da	 liberdade	 de	 locomoção,	 não	 é	 cabível	 para	 o	 reexame	 de	
pressupostos	de	admissibilidade	de	recursos.	 (...)	HC	114293/MG,	rel.	orig.	Min.	Marco	Aurélio,	red.	p/	o	acórdão	
Min.	Edson	Fachin,	1º.12.2015.	(HC-114293)	(Informativo	810,	1ª	Turma)	
	
Fornecimento de informações financeiras ao fisco sem autorização judicial - 5 
O art. 6º da LC 105/2001 não ofende o direito ao sigilo bancário, porque realiza a igualdade em relação aos cidadãos, por 
meio do princípio da capacidade contributiva, bem como estabelece requisitos objetivos e o translado do dever de sigilo da 
esfera bancária para a fiscal. 
(...) 
Na verdade, o tema ora em debate não seria quebra de sigilo, mas transferência de sigilo para finalidades de natureza 
eminentemente fiscal. A legislação aplicável garantiria fosse preservada a confidencialidade dos dados, vedado seu repasse 
a terceiros, estranhos ao próprio Estado, sob pena de responsabilização dos agentes que eventualmente praticassem essa 
infração. (Informativo 815, Plenário) 
 
*** LC 105/2001 
Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somentepoderão 
examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações 
financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados 
indispensáveis pela autoridade administrativa competente. 
 
 
O “habeas data” é a garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados 
concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos 
órgãos da administração fazendária dos entes estatais. (...) O Plenário destacou que o Estado não poderia deter 
em seus registros ou bancos de dados informações dos contribuintes e se negar a fornecê-los a quem de direito. As 
informações fiscais relativas ao próprio contribuinte, se sigilosas, deveriam ser protegidas da sociedade em geral, 
mas não de quem elas se referissem (CF, art. 5º, XXXIII). RE 673707/MG, rel. Min. Luiz Fux, 17.6.2015. (RE-
673707) (Informativo 790, Plenário, Repercussão Geral)	
 
Biografias: autorização prévia e liberdade de expressão - 1 
É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por 
igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou 
ausentes. (Informativo 789, Plenário).	
 
17	
	
O	 Plenário,	 em	 conclusão	 de	 julgamento	 e	 por	 maioria,	 denegou	 a	 ordem	 em	 mandado	 de	 injunção	 coletivo	
impetrado	contra	alegada	omissão	quanto	à	regulamentação	do	art.	40,	§	4º,	da	CF,	para	fins	de	aposentadoria	
especial	de	ocupantes	do	cargo	de	oficial	de	justiça	avaliador	federal.	(...)	
O	Plenário	asseverou	que	não	se	estaria	a	defender,	entretanto,	a	impossibilidade	jurídica	de	a	lei	prever	critérios	para	
aferição	de	situações	concretas	de	risco	no	serviço	público,	para	fins	de	concessão	de	aposentadoria	especial.	Seria	
uma	 questão	 de	 constatar	 que	 somente	 se	 enquadrariam	 no	 conceito	 de	 “atividade	 de	 risco”	 aquelas	 atividades	
perigosas	por	sua	própria	natureza.	Portanto,	somente	em	relação	a	essas	atividades	existiria	um	estado	de	omissão	
inconstitucional,	salvo	no	caso	das	“estritamente	policiais”,	já	contempladas	pela	LC	51/1985.	No	tocante	às	demais,	
o	reconhecimento	do	direito	à	aposentadoria	especial	dependeria	da	discricionariedade	legislativa,	respeitadas	as	
disposições	da	Constituição.MI	833/DF,	rel.	Min.	Cármen	Lúcia,	red.	p/	o	acórdão	Min.	Roberto	Barroso,	11.6.2015.	
(MI-833)	(Informativo	789,	Plenário)	
	
A	Defensoria	Pública	tem	legitimidade	para	propor	ação	civil	pública,	na	defesa	de	interesses	difusos,	coletivos	ou	
individuais	 homogêneos.	 (...)	 No	 mérito,	 o	 Plenário	 assentou	 que	 a	 discussão	 sobre	 a	 validade	 da	 norma	 que	
reconhecera	 a	 legitimidade	 da	 Defensoria	 Pública	 para	 ajuizar	 ação	 civil	 pública,	 em	 típica	 tutela	 dos	 direitos	
transindividuais	e	 individuais	homogêneos,	ultrapassaria	os	 interesses	de	ordem	subjetiva	e	 teria	 fundamento	em	
definições	 de	 natureza	 constitucional-processual,	 afetos	 à	 tutela	 dos	 cidadãos	 social	 e	 economicamente	 menos	
favorecidos	da	sociedade.	(...)Se	não	fosse	suficiente	a	ausência	de	vedação	constitucional	da	atuação	da	Defensoria	
Pública	na	tutela	coletiva	de	direitos,	inexistiria	também,	na	Constituição,	norma	a	assegurar	exclusividade,	em	favor	
do	Ministério	Público,	para	o	ajuizamento	de	ação	civil	pública.	ADI	3943/DF,	rel.	Min.	Cármen	Lúcia,	6	e	7.5.2015.	
(ADI-3943)	(Informativo	784,	Plenário)	
	
A	Defensoria	Pública	tem	legitimidade	para	a	propositura	de	ação	civil	pública	em	ordem	a	promover	a	tutela	judicial	
de	direitos	difusos	e	coletivos	de	que	sejam	titulares,	em	tese,	as	pessoas	necessitadas.	(Informativo	806,	Plenário,	
Repercussão	Geral	
	
Associações: legitimidade processual e autorização expressa - 5 
A autorização estatutária genérica conferida a associação não é suficiente para legitimar a sua atuação em juízo na defesa 
de direitos de seus filiados, sendo indispensável que a declaração expressa exigida no inciso XXI do art. 5º da CF (“as 
entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou 
extrajudicialmente”) seja manifestada por ato individual do associado ou por assembleia geral da entidade. Por conseguinte, 
somente os associados que apresentaram, na data da propositura da ação de conhecimento, autorizações individuais 
expressas à associação, podem executar título judicial proferido em ação coletiva. Com base nessa orientação, o Plenário, em 
conclusão de julgamento, e por votação majoritária, proveu recurso extraordinário no qual se discutia a legitimidade ativa de 
associados que, embora não tivessem autorizado explicitamente a associação a ajuizar a demanda coletiva, promoveram a execução 
de sentença prolatada em favor de outros associados que, de modo individual e expresso, teriam fornecido autorização para a 
entidade atuar na fase de conhecimento — v. Informativos 569 e 722. Em preliminar, ante a ausência de prequestionamento quanto 
aos artigos 5º, XXXVI, e 8º, III, da CF, o Tribunal conheceu em parte do recurso. No mérito, reafirmou a jurisprudência da Corte 
quanto ao alcance da expressão “quando expressamente autorizados”, constante da cláusula inscrita no mencionado inciso XXI do 
art. 5º da CF. Asseverou que esse requisito específico acarretaria a distinção entre a legitimidade das entidades associativas para 
promover demandas em favor de seus associados (CF, art. 5º, XXI) e a legitimidade das entidades sindicais (CF, art. 8º, III). O 
Colegiado reputou não ser possível, na fase de execução do título judicial, alterá-lo para que fossem incluídas pessoas não apontadas 
como beneficiárias na inicial da ação de conhecimento e que não autorizaram a atuação da associação, como exigido no preceito 
constitucional em debate. Ademais, a simples previsão estatutária de autorização geral para a associação seria insuficiente para lhe 
conferir legitimidade. Por essa razão, ela própria tivera a cautela de munir-se de autorizações individuais. Vencidos os Ministros 
Ricardo Lewandowski (relator), Joaquim Barbosa (Presidente) e Cármen Lúcia, que negavam provimento ao recurso. 
RE 573232/SC, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 14.5.2014. (RE-573232) 
18	
	
(Informativo	746,	Plenário,	Repercussão	Geral)	
 
Busca e apreensão e autorização judicial - 3 
Em conclusão de julgamento, a 2ª Turma concedeu a ordem em “habeas corpus” para determinar a imediata devolução de material 
apreendido em procedimento de busca e apreensão realizado no bojo de persecução penal — v. Informativo 771. Na espécie, em 
cumprimento a mandado de busca e apreensão que teria como alvo o endereço profissional do paciente, localizado no 28º andar de 
determinado edifício, teriam sido apreendidos equipamentos de informática no endereço de instituição financeira localizada no 3º 
andar do mesmo edifício, porém, sem que houvesse mandado judicial para esse endereço. O Colegiado, inicialmente, reconheceu a 
legitimidade do “habeas corpus” para aferir procedimentos de feição penal ou processual penal, inclusive para o reconhecimento de 
eventual ilicitude de provas obtidas em inquérito policial. Quanto ao mérito, destacou que a busca e apreensão de documentos e 
objetos realizados por autoridade pública no domicílio de alguém, sem autorização judicial fundamentada, revelar-se-ia ilegítima, e 
o material eventualmente apreendido configuraria prova ilicitamente obtida. Assim, não seria procedente o argumento de que o 
mandado de busca e apreensão não precisaria indicar endereço determinado. A legislação processual determinaria que os mandados 
judiciais de busca e apreensão — notadamente de busca e apreensão domiciliar — não poderiam revestir-se de conteúdogenérico, 
nem poderiam mostrar-se omissos quanto à indicação, o mais precisamente possível, do local objeto dessa medida extraordinária, 
em conformidade com o art. 243 do CPP. 
 
HC 106566/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 16.12.2014. (HC-106566) 
(Informativo	772,	2ª	Turma)	
Trechos	do	HC	106.566:	
Habeas	 corpus.	 2.	 Inviolabilidade	 de	 domicílio	 (art.	 5º,	 IX,	 CF).	 Busca	 e	 apreensão	 em	 estabelecimento	 empresarial.	
Estabelecimentos	empresariais	estão	sujeitos	à	proteção	contra	o	ingresso	não	consentido.	3.	Não	verificação	das	hipóteses	que	
dispensam	o	consentimento.	4.	Mandado	de	busca	e	apreensão	perfeitamente	delimitado.	Diligência	estendida	para	endereço	
ulterior	sem	nova	autorização	judicial.	Ilicitude	do	resultado	da	diligência.	5.	Ordem	concedida,	para	determinar	a	inutilização	das	
provas	
(...)	
Muito	embora	a	Constituição	empregue	o	termo	“casa”,	a	proteção	contra	a	busca	domiciliar	não	autorizada	vai	além	do	
ambiente	doméstico.	
O	art.	150,	§	4º,	do	Código	Penal,	ao	definir	“casa”	para	fins	do	crime	de	violação	de	domicílio,	traz	conceito	abrangente	do	termo:	
“§	4º	-	A	expressão	“casa”	compreende:	
I	-	qualquer	compartimento	habitado;	
II	-	aposento	ocupado	de	habitação	coletiva;	
III	-	compartimento	não	aberto	ao	público,	onde	alguém	exerce	profissão	ou	atividade”.	
	
O	conceito	do	Código	Penal	serve	de	ponto	de	partida	para	a	regra	constitucional	de	proteção	contra	a	busca	não	autorizada.	
Assim,	o	conceito	de	“casa”	estende-se:	
“(...)	a	qualquer	compartimento	privado	não	aberto	ao	público,	onde	alguém	exerce	profissão	ou	atividade	(CP,	art.	150,	§	4º,	III),	
compreende,	observada	essa	específica	limitação	espacial	(área	interna	não	acessível	ao	público),	os	escritórios	
profissionais”.	(HC	82788,	relator	min.	CELSO	DE	MELLO,	Segunda	Turma,	julgado	em	12.4.2005).	
Ou	seja,	não	há	dúvida	de	que	o	“compartimento	não	aberto	ao	público,	onde	alguém	exerce	profissão	ou	atividade”,	isto	é,	
ambientes	profissionais	privados	em	geral	(escritórios,	salas,	lojas,	oficinas,	restaurantes,	consultórios	etc.)	estão	sujeitos	à	
proteção	constitucional.	
A	busca	e	apreensão	domiciliar	dependem,	imprescindivelmente,	de	ordem	judicial	devidamente	fundamentada,	indicando,	
da	forma	mais	precisa	possível,	o	local	em	que	serão	realizadas,	assim	como	motivos	e	fins	da	diligência.	
19	
	
--//--	
STJ	
STJ	–	Sobre	o	sigilo	de	comunicações	em	dados	armazenados	em	celulares	
2017	
quinta	turma	-	DIREITO	DIREITO	PROCESSUAL	PENAL	.	Crime	de	tráfico	de	drogas.	Situação	de	flagrância.	Extração	de	
provas	 advindas	 de	 troca	 de	 mensagens	 por	 aparelho	 de	 telefone	 celular.	 Ausência	 de	 autorização	 judicial.	
Desconsideração	das	provas	obtidas	
Destaque:	 Na	 ocorrência	 de	 autuação	 de	 crime	 em	 flagrante,	 ainda	 que	 seja	 dispensável	 ordem	 judicial	 para	 a	
apreensão	de	telefone	celular,	as	mensagens	armazenadas	no	aparelho	estão	protegidas	pelo	sigilo	telefônico,	que	
compreende	igualmente	a	transmissão,	recepção	ou	emissão	de	símbolos,	caracteres,	sinais,	escritos,	imagens,	sons	
ou	 informações	 de	 qualquer	 natureza,	 por	 meio	 de	 telefonia	 fixa	 ou	móvel	 ou,	 ainda,	 por	 meio	 de	 sistemas	 de	
informática	e	telemática.	
Informações	do	Inteiro	Teor:	A	temática	do	especial,	entre	outras	questões,	cuidou	de	avaliar	a	licitude	do	acesso	pela	
autoridade	policial,	por	ocasião	da	prisão	em	flagrante,	dos	dados	armazenados	no	aparelho	celular	da	pessoa	detida,	
sem	a	obtenção	de	autorização	judicial	prévia.	O	art.	6º	do	CPP	estabelece	que	a	autoridade	policial,	logo	que	tiver	
conhecimento	da	prática	da	infração	penal,	deve	apreender	os	objetos	que	tiverem	relação	com	o	fato,	após	liberados	
pelos	peritos	criminais	e	colher	todas	as	provas	que	servirem	para	o	esclarecimento	do	fato	e	suas	circunstâncias.	Por	
outro	 lado,	 a	 Lei	 n.	 9.294/1996	 preleciona:	 "Art.	 1º	 A	 interceptação	 de	 comunicações	 telefônicas,	 de	 qualquer	
natureza,	 para	 prova	 em	 investigação	 criminal	 e	 em	 instrução	 processual	 penal,	 observará	 o	 disposto	 nesta	 lei	 e	
dependerá	de	ordem	do	juiz	competente	da	ação	principal,	sob	segredo	de	justiça.	Parágrafo	único.	O	disposto	nesta	
Lei	aplica-se	à	interceptação	do	fluxo	de	comunicações	em	sistemas	de	informática	e	telemática”.	Por	seu	turno,	a	Lei	
n.	9.472/1997,	que	versa	sobre	a	organização	dos	serviços	de	telecomunicações,	dispõe:	"Art.	3º	O	usuário	de	serviços	
de	telecomunicações	tem	direito:	[...]	V	-	à	inviolabilidade	e	ao	segredo	de	sua	comunicação,	salvo	nas	hipóteses	e	
condições	 constitucional	 e	 legalmente	 previstas".	 A	 Lei	 n.	 12.965/2014,	 ao	 estabelecer	 os	 princípios,	 garantias	 e	
deveres	para	o	uso	da	internet	no	Brasil,	prevê:	"Art.	7º	O	acesso	à	internet	é	essencial	ao	exercício	da	cidadania,	e	ao	
usuário	 são	 assegurados	 os	 seguintes	 direitos:	 I	 -	 inviolabilidade	 da	 intimidade	 e	 da	 vida	 privada,	 sua	 proteção	 e	
indenização	pelo	 dano	material	 ou	moral	 decorrente	 de	 sua	 violação;	 II	 -	 inviolabilidade	 e	 sigilo	 do	 fluxo	 de	 suas	
comunicações	pela	internet,	salvo	por	ordem	judicial,	na	forma	da	lei;	III	-	inviolabilidade	e	sigilo	de	suas	comunicações	
privadas	 armazenadas,	 salvo	 por	 134	 ordem	 judicial.”	 Ademais,	 o	 art.	 5º	 da	 Constituição	 Federal	 garante	 a	
inviolabilidade	 do	 sigilo	 telefônico,	 da	 correspondência,	 das	 comunicações	 telegráficas	 e	 telemáticas	 e	 de	 dados	
bancários	e	fiscais,	devendo	a	mitigação	de	tal	preceito,	para	fins	de	investigação	ou	instrução	criminal,	ser	precedida	
de	autorização	judicial,	em	decisão	motivada	e	emanada	por	juízo	competente	(Teoria	do	Juízo	Aparente),	sob	pena	
de	 nulidade.	 Nesse	 contexto,	 embora	 seja	 despicienda	 ordem	 judicial	 para	 a	 apreensão	 dos	 celulares,	 ainda	 que	
verificada	a	situação	de	flagrância,	as	mensagens	armazenadas	no	aparelho	estão	protegidas	pelo	sigilo	telefônico,	
que	deve	abranger	igualmente	a	transmissão,	recepção	ou	emissão	de	símbolos,	caracteres,	sinais,	escritos,	imagens,	
sons	ou	 informações	de	qualquer	natureza,	por	meio	de	telefonia	 fixa	ou	móvel	ou,	ainda,	através	de	sistemas	de	
informática	e	 telemática.	 Logo,	a	 fim	de	proteger	 tanto	o	direito	 individual	à	 intimidade	quanto	o	direito	difuso	à	
segurança	pública,	deve	a	autoridade	policial,	após	a	apreensão	do	telefone,	requerer	judicialmente	a	quebra	do	sigilo	
dos	dados	nele	armazenados.	Além	disso,	somente	é	admitida	a	quebra	do	sigilo	quando	houve	indício	razoável	da	
autoria	ou	participação	em	infração	penal;	se	a	prova	não	puder	ser	obtida	por	outro	meio	disponível,	em	atendimento	
ao	princípio	da	proibição	de	excesso;	e	se	o	fato	investigado	constituir	infração	penal	punido	com	pena	de	reclusão.(	
20	
	
RHC	67.379-RN,	Rel.	Min.	Ribeiro	Dantas,	por	unanimidade,	julgado	em	20/10/2016,	DJe	9/11/2016.	Informativo	n.	
593.)	
		
2)	2016	
		
Direito	fundamental	discutido:	sigilo	das	comunicações	de	dados.	
	Quinta	Turma	-	DIREITO	CONSTITUCIONAL	E	PROCESSUAL	PENAL.	ACESSO	A	DADOS	ARMAZENADOS	EM	TELEFONE	
CELULAR	APREENDIDO	COM	BASE	EM	AUTORIZAÇÃO	JUDICIAL.		
				Determinada	 judicialmente	a	busca	e	apreensão	de	 telefone	celular	ou	smartphone,	é	 lícito	o	acesso	aos	dados	
armazenados	no	aparelho	apreendido,	notadamente	quando	a	referida	decisão	o	tenha	expressamente	autorizado.	A	
Lei	n.	9.296/1996	foi	enfática,	em	seu	art.	1º,	parágrafo	único,	ao	dispor	especificamente	sobre	a	proteção	ao	fluxo	
das	comunicações	em	sistemas	de	 informática	e	 telemática.	Nessa	ordem	de	 ideias,	depreende-se	da	mencionada	
norma,	ao	regulamentar	o	art.	5º,	XII,	da	Carta	Magna,	que	houve	uma	preocupação	do	legislador	em	distinguir	o	que	
é	a	fluência	da	comunicação	em	andamento,	daquilo	que	corresponde	aos	dados	obtidos	como	consequência	desse	
diálogo.		
				Optou-se,	em	relação	aos	sistemas	de	informática	e	telemática,	pela	proteção	à	integridade	do	curso	da	conversadesenvolvida	pelos	interlocutores.	Não	há,	portanto,	vedação	ao	conhecimento	do	conteúdo	dessa	interação,	já	que	
cada	interlocutor	poderia	excluir	a	informação	a	qualquer	momento	e	de	acordo	com	sua	vontade.	Logo,	a	obtenção	
do	 conteúdo	 de	 conversas	 e	 mensagens	 armazenadas	 em	 aparelho	 de	 telefone	 celular	 ou	 smartphones	 não	 se	
subordina	aos	ditames	da	Lei	n.	9.296/1996.	Necessário	dizer,	ainda,	que	a	Lei	n.	12.965/2014,	que	regulamenta	os	
direitos	e	deveres	para	o	uso	da	internet	no	Brasil,	dispõe,	em	seu	art.	7º,	III,	o	seguinte:	“Art.	7º	O	acesso	à	internet	
é	essencial	ao	exercício	da	cidadania,	e	ao	usuário	são	assegurados	os	seguintes	direitos:	III	-	inviolabilidade	e	sigilo	de	
suas	comunicações	privadas	armazenadas,	salvo	por	ordem	judicial”.	Na	espécie,	contudo,	existe	a	autorização	judicial	
a	 que	 se	 remete	 a	 legislação,	 inclusive	 com	 a	 alusão	 de	 que	 poderiam	 as	 autoridades	 responsáveis	 pela	 busca	 e	
apreensão	 acessar	 dados	 armazenados	 em	 eventuais	 computadores,	 arquivos	 eletrônicos	 de	 qualquer	 natureza,	
smartphones	que	 forem	encontrados.	E	mais,	na	pressuposição	do	comando	de	apreensão	de	aparelho	celular	ou	
smartphone	está	o	acesso	aos	dados	que	neles	estejam	armazenados,	sob	pena	de	a	busca	e	apreensão	resultar	em	
medida	írrita,	dado	que	o	aparelho	desprovido	de	conteúdo	simplesmente	não	ostenta	virtualidade	de	ser	utilizado	
como	prova	criminal.	Assim,	se	se	procedeu	à	busca	e	apreensão	da	base	física	de	aparelhos	de	telefone	celular,	a	
fortiori,	não	há	óbice	para	se	adentrar	ao	seu	conteúdo,	o	qual,	repise-se,	já	está	armazenado.	RHC	75.800-	PR,	Rel.	
Min.	Felix	Fischer,	julgado	em	15/9/2016,	DJe	26/9/2016	(Informativo	n.	590).	
		
3)	2016	
Sexta	 Turma	 	 -	 DIREITO	 PROCESSUAL	 PENAL.	 EXTRAÇÃO	 SEM	 PRÉVIA	 AUTORIZAÇÃO	 JUDICIAL	 DE	 DADOS	 E	 DE	
CONVERSAS	REGISTRADAS	NO	WHATSAPP.	Sem	prévia	autorização	judicial,	são	nulas	as	provas	obtidas	pela	polícia	
por	meio	da	extração	de	dados	e	de	conversas	registradas	no	whatsapp	presentes	no	celular	do	suposto	autor	de	fato	
delituoso,	ainda	que	o	aparelho	tenha	sido	apreendido	no	momento	da	prisão	em	flagrante.	Realmente,	a	CF	prevê	
como	 garantias	 ao	 cidadão	 a	 inviolabilidade	 da	 intimidade,	 do	 sigilo	 de	 correspondência,	 dados	 e	 comunicações	
telefônicas	 (art.	 5º,	 X	 e	 XII),	 salvo	 ordem	 judicial.	 No	 caso	 das	 comunicações	 telefônicas,	 a	 Lei	 n.	 9.294/1996	
regulamentou	 o	 tema.	 Por	 sua	 vez,	 a	 Lei	 n.	 9.472/1997,	 ao	 dispor	 sobre	 a	 organização	 dos	 serviços	 de	
21	
	
telecomunicações,	 prescreveu:	 “Art.	 3º.	 O	 usuário	 de	 serviços	 de	 telecomunicações	 tem	 direito:	 (...)	 V	 -	 à	
inviolabilidade	 e	 ao	 segredo	 de	 sua	 comunicação,	 salvo	 nas	 hipóteses	 e	 condições	 constitucional	 e	 legalmente	
previstas.”	Na	mesma	linha,	a	Lei	n.	12.965/2014,	a	qual	estabelece	os	princípios,	garantias	e	deveres	para	o	uso	da	
internet	no	Brasil,	elucidou	que:	“Art.	7º.	O	acesso	à	internet	é	essencial	ao	exercício	da	cidadania,	e	ao	usuário	são	
assegurados	os	seguintes	direitos:	I	-	inviolabilidade	da	intimidade	e	da	vida	privada,	sua	proteção	e	indenização	pelo	
dano	material	ou	moral	decorrente	de	sua	violação;	II	-	 inviolabilidade	e	sigilo	do	fluxo	de	suas	comunicações	pela	
internet,	 salvo	 por	 ordem	 judicial,	 na	 forma	 da	 lei;	 III	 -	 inviolabilidade	 e	 sigilo	 de	 suas	 comunicações	 privadas	
armazenadas,	salvo	por	ordem	judicial.”	No	caso,	existiu	acesso,	mesmo	sem	ordem	judicial,	aos	dados	de	celular	e	às	
conversas	de	whatsapp.	Realmente,	essa	devassa	de	dados	particulares	ocasionou	violação	à	intimidade	do	agente.	
Isso	porque,	embora	possível	o	acesso,	era	necessária	a	prévia	autorização	judicial	devidamente	motivada.	Registre-
se,	 na	 hipótese,	 que	 nas	 conversas	 mantidas	 pelo	 programa	 whatsapp	 –	 que	 é	 forma	 de	 comunicação	 escrita	 e	
imediata	entre	interlocutores	–	tem-se	efetiva	interceptação	não	autorizada	de	comunicações.	A	presente	situação	é	
similar	às	conversas	mantidas	por	e-mail,	cujo	acesso	também	depende	de	prévia	ordem	judicial	(HC	315.220-RS,	Sexta	
Turma,	DJe	9/10/2015).	Atualmente,	o	celular	deixou	de	ser	apenas	um	instrumento	de	conversação	por	voz	à	longa	
distância,	 permitindo,	 diante	 do	 avanço	 tecnológico,	 o	 acesso	 de	 múltiplas	 funções,	 incluindo	 a	 verificação	 de	
correspondência	eletrônica,	de	mensagens	e	de	outros	aplicativos	que	possibilitam	a	comunicação	por	meio	de	troca	
de	dados	de	forma	similar	à	telefonia	convencional.	Desse	modo,	sem	prévia	autorização	judicial,	é	ilícita	a	devassa	de	
dados	 e	 de	 conversas	 de	 whatsapp	 realizada	 pela	 polícia	 em	 celular	 apreendido.	 RHC	 51.531-RO,	 Rel.	 Min.	 Nefi	
Cordeiro,	julgado	em	19/4/2016,	DJe	9/5/2016	(Informativo	n.	583)	
	
Segunda	Turma		-	DIREITO	ADMINISTRATIVO.	MONITORAMENTO	DE	E-MAIL	CORPORATIVO	DE	SERVIDOR	PÚBLICO.	
As	 informações	obtidas	por	monitoramento	de	e-mail	corporativo	de	servidor	público	não	configuram	prova	 ilícita	
quando	 atinentes	 a	 aspectos	 não	 pessoais	 e	 de	 interesse	 da	 Administração	 Pública	 e	 da	 própria	 coletividade,	
sobretudo	quando	exista,	nas	disposições	normativas	acerca	do	seu	uso,	expressa	menção	da	sua	destinação	somente	
para	assuntos	e	matérias	afetas	ao	serviço,	bem	como	advertência	sobre	monitoramento	e	acesso	ao	conteúdo	das	
comunicações	 dos	 usuários	 para	 cumprir	 disposições	 legais	 ou	 instruir	 procedimento	 administrativo.	 No	 que	 diz	
respeito	à	quebra	do	sigilo	das	comunicações	telemáticas,	saliente-se	que	os	dados	são	objeto	de	proteção	jurídica.	A	
quebra	do	sigilo	de	dados	telemáticos	é	vista	como	medida	extrema,	pois	restritiva	de	direitos	consagrados	no	art.	5º,	
X	e	XII,	da	CF	e	nos	arts.	11	e	21	do	CC.	Não	obstante,	a	intimidade	e	a	privacidade	das	pessoas,	protegidas	no	que	diz	
respeito	 aos	 dados	 já	 transmitidos,	 não	 constituem	 direitos	 absolutos,	 podendo	 sofrer	 restrições,	 assim	 como	
quaisquer	outros	direitos	fundamentais,	os	quais,	embora	formalmente	ilimitados	–	isto	é,	desprovidos	de	reserva	–,	
podem	ser	restringidos	caso	isso	se	revele	imprescindível	à	garantia	de	outros	direitos	constitucionais.	No	caso,	não	
há	 de	 se	 falar	 em	 indevida	 violação	 de	 dados	 telemáticos,	 tendo	 em	 vista	 o	 uso	 de	 e-mail	 corporativo	 para	
cometimento	de	 ilícitos.	A	 reserva	da	 intimidade,	 no	 âmbito	 laboral,	 público	ou	privado,	 limita-se	 às	 informações	
familiares,	da	vida	privada,	política,	religiosa	e	sindical,	não	servindo	para	acobertar	ilícitos.	Ressalte-se	que,	no	âmbito	
do	TST,	a	temática	já	foi	inúmeras	vezes	enfrentada	(TST,	RR	613/2000-013-10-0,	DJe	10/6/2005).	RMS	48.665-SP,	Rel.	
Min.	Og	Fernandes,	julgado	em	15/9/2015,	DJe	5/2/2016	(Informativo	n.	576).	
	
DIREITO PROCESSUAL PENAL. UTILIZAÇÃO NO PROCESSO PENAL DE INFORMAÇÕES 
OBTIDAS PELA RECEITA FEDERAL MEDIANTE REQUISIÇÃO DIRETA ÀS INSTITUIÇÕES 
BANCÁRIAS. 
Os dados obtidos pela Receita Federal com fundamento no art. 6º da LC 105/2001, mediante requisição 
direta às instituições bancárias no âmbito de processo administrativo fiscal sem prévia autorização judicial, 
não podem ser utilizados no processo penal, sobretudo para dar base à ação penal. Há de se ressaltar que não 
22	
	
está em debate a questão referente à possibilidade do fornecimento de informações bancárias, para fins de 
constituição de créditos tributários, pelas instituições financeiras ao Fisco sem autorização judicial – tema cuja 
repercussão geral foi reconhecida no RE 601.314-SP, pendente de apreciação. Discute-se se essas informações 
podem servir de base à ação penal. Nesse contexto, reafirma-se, conforme já decidido pela Sexta Turma do STJ, 
que as informações obtidas pelo Fisco, quando enviadas ao MP para fins penais, configuram inadmissível quebra 
de sigilo bancário sem prévia autorização judicial. Não cabe à Receita Federal, órgão interessado no processo 
administrativoe sem competência constitucional específica, requisitar diretamente às instituições bancárias a 
quebra do sigilo bancário. Pleito nesse sentido deve ser necessariamente submetido à avaliação do magistrado 
competente, a quem cabe motivar concretamente sua decisão, em observância aos arts. 5º, XII e 93, IX, da CF. 
Precedentes citados: HC 237.057-RJ, Sexta Turma, DJe 27/2/2013; REsp 1.201.442-RJ, Sexta Turma, DJe 
22/8/2013; AgRg no REsp 1.402.649-BA, Sexta Turma, DJe 18/11/2013. RHC 41.532-PR, Rel. Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 11/02/2014 (Informativo nº 535). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. 
Desde que observado o devido processo legal, é possível a utilização de provas colhidas em processo criminal 
como fundamento para reconhecer, no âmbito de ação de conhecimento no juízo cível, a obrigação de 
reparação dos danos causados, ainda que a sentença penal condenatória não tenha transitado em julgado. 
Com efeito, a utilização de provas colhidas no processo criminal como fundamentação para condenação à reparação 
do dano causado não constitui violação ao art. 935 do CC/2002 (1.525 do CC/16). Ademais, conforme o art. 63 do 
CPP, o trânsito em julgado da sentença penal condenatória somente é pressuposto para a sua execução no juízo 
cível, não sendo, portanto, impedimento para que o ofendido proponha ação de conhecimento com o fim de obter 
a reparação dos danos causados, nos termos do art. 64 do CPP. AgRg no AREsp 24.940-RJ, Rel. Min. Napoleão 
Nunes Maia Filho, julgado em 18/2/2014 (Informativo nº 536). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL. UTILIZAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÃO 
TELEFÔNICA EM DESFAVOR DE INTERLOCUTOR NÃO INVESTIGADO. 
As comunicações telefônicas do investigado legalmente interceptadas podem ser utilizadas para formação 
de prova em desfavor do outro interlocutor, ainda que este seja advogado do investigado. A interceptação 
telefônica, por óbvio, abrange a participação de quaisquer dos interlocutores. Ilógico e irracional seria admitir que 
a prova colhida contra o interlocutor que recebeu ou originou chamadas para a linha legalmente interceptada é 
ilegal. No mais, não é porque o advogado defendia o investigado que sua comunicação com ele foi interceptada, 
mas tão somente porque era um dos interlocutores. Precedente citado: HC 115.401/RJ, Quinta Turma, DJe 
1º/2/2011. RMS 33.677-SP. Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/5/2014 (Informativo nº 541). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL. UTILIZAÇÃO DE GRAVAÇÃO TELEFÔNICA COMO PROVA DE 
CRIME CONTRA A LIBERDADE SEXUAL. 
Em processo que apure a suposta prática de crime sexual contra adolescente absolutamente incapaz, é 
admissível a utilização de prova extraída de gravação telefônica efetivada a pedido da genitora da vítima, 
em seu terminal telefônico, mesmo que solicitado auxílio técnico de detetive particular para a captação das 
conversas. Consoante dispõe o art. 3°, I, do CC, são absolutamente incapazes os menores de dezesseis anos, não 
podendo praticar ato algum por si, de modo que são representados por seus pais. Assim, é válido o consentimento 
do genitor para gravar as conversas do filho menor. De fato, a gravação da conversa, em situações como a ora em 
análise, não configura prova ilícita, visto que não ocorre, a rigor, uma interceptação da comunicação por terceiro, 
mas mera gravação, com auxílio técnico de terceiro, pelo proprietário do terminal telefônico, objetivando a 
proteção da liberdade sexual de absolutamente incapaz, seu filho, na perspectiva do poder familiar, vale dizer, do 
poder-dever de que são investidos os pais em relação aos filhos menores, de proteção e vigilância. A presente 
hipótese se assemelha, em verdade, à gravação de conversa telefônica feita com a autorização de um dos 
interlocutores, sem ciência do outro, quando há cometimento de crime por este último, situação já reconhecida 
como válida pelo STF (HC 75.338, Tribunal Pleno, DJ 25/9/1998). Destaque-se que a proteção integral à criança, 
em especial no que se refere às agressões sexuais, é preocupação constante de nosso Estado, constitucionalmente 
garantida em caráter prioritário (art. 227, caput, c/c o § 4º, da CF), e de instrumentos internacionais. Com efeito, 
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preceitua o art. 34, "b", da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada pela Resolução 44/25 
da ONU, em 20/11/1989, e internalizada no ordenamento jurídico nacional mediante o DL 28/1990, verbis: “Os 
Estados-partes se comprometem a proteger a criança contra todas as formas de exploração e abuso sexual. Nesse 
sentido, os Estados-parte tomarão, em especial, todas as medidas de caráter nacional, bilateral e multilateral que 
sejam necessárias para impedir: (...) b) a exploração da criança na prostituição ou outras práticas sexuais ilegais; 
(...)”. Assim, é inviável inquinar de ilicitude a prova assim obtida, prestigiando o direito à intimidade e privacidade 
do acusado em detrimento da própria liberdade sexual da vítima absolutamente incapaz e em face de toda uma 
política estatal de proteção à criança e ao adolescente, enquanto ser em desenvolvimento. REsp 1.026.605-ES, 
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/5/2014 (Informativo nº 543). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PROVA EMPRESTADA ENTRE PROCESSOS COM PARTES 
DIFERENTES. 
É admissível, assegurado o contraditório, prova emprestada de processo do qual não participaram as partes 
do processo para o qual a prova será trasladada. A grande valia da prova emprestada reside na economia 
processual que proporciona, tendo em vista que se evita a repetição desnecessária da produção de prova de idêntico 
conteúdo. Igualmente, a economia processual decorrente da utilização da prova emprestada importa em incremento 
de eficiência, na medida em que garante a obtenção do mesmo resultado útil, em menor período de tempo, em 
consonância com a garantia constitucional da duração razoável do processo, inserida na CF pela EC 45/2004. 
Assim, é recomendável que a prova emprestada seja utilizada sempre que possível, desde que se mantenha hígida 
a garantia do contraditório. Porém, a prova emprestada não pode se restringir a processos em que figurem partes 
idênticas, sob pena de se reduzir excessivamente sua aplicabilidade sem justificativa razoável para isso. Assegurado 
às partes o contraditório sobre a prova, isto é, o direito de se insurgir contra a prova e de refutá-la adequadamente, 
o empréstimo será válido. EREsp 617.428-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/6/2014 (Informativo 
nº 543).

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