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Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 1 SISTEMAS DE ESCOAMENTO 1. Balanço de Massa Princípio: Lei da conservação da massa (lei básica da física). “A massa não pode ser criada ou destruída (excluindo naturalmente as reações nucleares ou atômicas).” Equação Básica (processos físicos): ENTRADA = SAÍDA + ACÚMULO (1) Um grande número de operações ocorrem em Regime Permanente (RP) onde não há alteração nas variáveis de processo (pressão, temperatura, composição, vazão) e nas propriedades físicas (densidade, viscosidade, condutividade, pressão de vapor), com o tempo. Nestas condições não há acúmulo e a equação resulta em: ENTRADA = SAÍDA (2) Em um sistema de escoamento destacam-se as grandezas: Grandeza Dimensão Sistema Internacional Sistema americano Q - vazão volumétrica de escoamento L 3 .T -1 m 3 /s ft 3 /s W - vazão mássica de escoamento M. T -1 Kg/s lbm/s v – velocidade média de escoamento L.T -1 m/s Ft/s A – área da seção transversal de escoamento L 2 m 2 ft 2 G – velocidade mássica de escoamento M. L -2 .T -1 Kg/s.m 2 lbm/s.ft 2 – massa específica (densidade) M. L -3 Kg/m 3 lbm/ft 3 Exemplos de conversões de unidades: 1ft = 0,3048 m 1 lbm = 453,546 g 1 in. = 0,0254 m 1 h = 60 minutos = 3600 s Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 2 Equação da continuidade: Como vimos anteriormente, Q = V/T (3) Mas o volume de um cilindro é: V= A . L (4) Substituindo as equações, temos: Q = A . L / T E como “L” é uma distância e sabemos que a velocidade de um corpo é determinada pela distância percorrida em um certo tempo: v = L/T (5) Chegamos à equação da continuidade: Q = A . v (6) Esta equação é muito utilizada para projetos de tubulações e seleções de bombas nas engenharias. Vejamos algumas relações: G = W/A = . Q/A = . v . A/ A Exemplo: Q1 Q2 W1 W2 G1 G2 v1 v2 1 v1 = Q1 / A1 v2 = Q2 / A2 W1 = 1 . Q1 W2 = . Q2 Para constante: Q1 = Q2 G = . Q W = . Q Q = A . v SISTEMA W 1 = W2 A1 A2 Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 3 Aplicação da equação da continuidade: Determine a vazão volumétrica e a velocidade de escoamento na seção (2) da figura: (1) 2. Bombas São máquinas geratrizes cuja finalidade é deslocar líquidos (puros, misturas, pastas, suspensões) por escoamento. Como máquina geratriz transforma o trabalho mecânico que recebe de um motor (geralmente elétrico, a vapor ou de combustão interna) em energia hidráulica sob as diversas formas que o líquido pode armazenar, isto é, energia cinética, energia potencial, energia de pressão. 2.1 Classificação segundo modelos funcionais. Destacam-se: Bombas de ação centrífuga; Bombas de deslocamento positivo (alternativas ou recíprocas e rotativas). Escolha da Bomba Requer análise das características de funcionamento de cada bomba relativamente ao sistema. Exemplos: 1. Dosagem de aditivos em tratamento de água: Bomba dosadora de deslocamento positivo. Características: precisão no volume bombeado 2. Alimentação de óleo em um queimador: Bomba rotativa de deslocamento positivo. Características: transporte de um líquido de alta viscosidade que requer pressões elevadas. 3. Circulação de água de resfriamento: Bomba centrífuga. Característica: transporte contínuo de um líquido de baixa viscosidade. Fluido ( constante) D1 = 100 mm D2 = 50 mm (2) v1 = 1 m/s Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 4 Sistema de bombeamento: É um conjunto de canalizações e de meios mecânicos de elevação. Engloba: 1° Tubulação de sucção: desde o poço até a entrada da bomba. 2° Conjunto moto-bomba. 3° Tubulação de recalque: da saída da bomba até a destinação. Obs.: Chama-se “tubulação” o conjunto de tubos, acessórios ou conexões (curvas, tes, reduções, flanges) e válvulas. Além destes, que constituem a grande parte do sistema, são também considerados de tubulação, os chamados “componentes de linha”, sendo os mais comuns filtros Y, juntas de expansão, visores de fluxo, misturadores de linha e purgadores. 2.2 Altura manométrica É a energia por unidade de peso que deve ser fornecida para transportar um líquido a uma dada velocidade, de um reservatório A até o B (vide figura) através de tubulações de diâmetros definidos para vencer o desnível geométrico e a resistência (perda de carga nos trechos retos de tubulação e acessórios). Exemplo de aplicação. 2 LC – Linha de Centro (H = 0) + _ P2 B P1 A 1 + _ Za Zb Zc s d Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 5 Hipóteses: Regime Permanente; propriedades físicas constantes. Aplicação: Equação da continuidade (conservação da massa), Equação de Bernoulli (conservação de energia). Sejam: P/ - altura de pressão ou piezométrica (m.c.f.) P – pressão absoluta (Kgf / m2) – peso específico do fluido (Kg / m3) Z – altura estática (m) v 2 /2g – altura cinética (velocidade média de escoamento) g – aceleração da gravidade. lw – perda de carga em m.c.f. Aplicação da equação de Bernoulli entre 1 e s P1/ + v12/2g - Zc + H0 = P2/ + v22/2g + Zs + lw (1-s) Aplicação da equação de Bernoulli entre d e 2 Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 6 Altura manométrica total A expressão permite calcular H no caso em que a instalação existe deslocando-se um manômetro em de um vacuômetro em s; conhecida a vazão e os diâmetros das tubulações de sucção e de recalque, calculam-se as velocidades: A expressão é utilizada quando se pretende projetar a instalação. Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 7 Exercícios 1) Calcular o valor da altura manométrica (H) para os vários sistemas esboçados. São dados: a) fluido: água a 30°C; b) velocidade na tubulação v = 2 m/s, c; altitude: 600 m e d) supor lw = 10 m.c.a. para todos os casos. As tubulações de entrada e saída que mantém o nível dos tanques praticamente constantes estão esquematizadas. a) 1 2 1,0 m 5,0 m 0,5 m Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 8 b) 1 2 2,0 m 6,0 m 0,5 m Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 9 c) 1 5,0 m 10,0 m 6,0 m 2 Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 10 d) 2 4,0 m 9,0 m 5,0 m 1 Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 11 e) 7,0 m 2 1 Pmanômetro= 5,0 atm Pvacuomêtro= 0,5 m.c.a. Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 12 f) 2 15,0 m 25,0 m 2,5 m 1 Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 13 Perda de carga em acessórios e tubulações: Sistemas de escoamento - Hidráulica Eng. Marcio de Morais Tavares Hidráulica Página 14 BHP e A SELEÇÃO DO MOTOR DA BOMBA Normalmente, a performance da bomba é apresentada em curvas. A curva também mostra o “brake horsepower” (a potência fornecida pelo motor ao eixo) requerido à várias vazões. BHP = Q H / 3.960 n ( Q = gpm ; H = ft ; n = eficiência e = densidade relativa) A seleção do motor da bomba se dará conforme a tabela a seguir : BHP da Bomba Motor a ser usado (nominal) HP Kw 0 - 0,5 1 0,75 0,51 - 0,75 1 ½ 1,1 0,75 - 1 2 1,5 1,01 - 2 3 2,2 2,01 - 4 5 3,7 4,01 - 6 7 ½ 5,5 6,01 - 8 10 7,5 8,01 - 12 15 11 12,1 - 16 20 15 16,1 - 20 25 18,5 20,1 - 26,1 30 22 26,2 - 34,8 40 30 34,9 - 43,5 50 37 43,6 - 52,2 60 45 52,3 - 65,2 75 55 65,3 - 87 100 75 87,1 - 114 125 95 115 - 136 150 110 137 - 182 200 150 183 - 227 250 190 228 - 273 300 220 274 - 318 350 260 319 - 364 400 300
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