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DIFAMAÇÃO Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. BEM JURÍDICO TUTELADO ● Honra objetiva, isto é, como a sociedade lhe enxerga (atribuição externa) ● Aplica-se as mesmas características da calúnia SUJEITO ATIVO E PASSIVO ● Sujeito Ativo = Qualquer pessoa, menos jurídica ● Sujeito Passivo = Qualquer pessoa física, inclusive os inimputáveis, desonrados, infames e depravados, pois toda pessoa tem honra, independente de ter ou não capacidade civil/penal. ○ OBS: Para ser um crime de difamação contra o inimputável, é preciso que ele entenda que sua honra pessoal está/foi ofendida. ○ OBS: Pessoa Jurídica pode ser sujeito passivo? Sim! Tanto a pessoa jurídica de direito público quanto de direito privado. ○ OBS: Memória do Morto? Não! Não há previsão legal, como ocorre na calúnia, e mesmo que pudesse, os herdeiros é que seriam o sujeito passivo. TIPO OBJETIVO ● Difamação = Imputação de FATO OFENSIVO à sua reputação. ○ Imputar = Atribuir ○ Reputação = Como a sociedade lhe enxerga ● Ao contrário da calúnia, o fato não precisa ser falso e nem definido como crime. Ou seja, mesmo se for verdadeiro, vai ser crime. ○ EXCEÇÃO! Imputação de fato ofensivo verdadeiro a funcionário público em razão de suas funções. ● Importante lembrar que difamação atribui fato ofensivo e não uma opinião/conceito que você tem sobre uma pessoa. ● É indispensável que a imputação chegue ao conhecimento de outra pessoa que não seja a vítima, pois, como vimos, a imputação fere a reputação/honra objetiva, isto é, a sua imagem externa. ○ Ex: Pessoa X xinga Pessoa Y com a presença da Pessoa Z. Se Y ouviu e Z não, X não pode criminalizado. ➔ CRITÉRIOS PARA QUE OCORRA DIFAMAÇÃO Para que ocorra a difamação é necessário que haja: 1. Imputação de um fato determinado 2. Imputação de um fato objetivo 3. Individualizado 4. Identificado OU SEJA, A IMPUTAÇÃO VAGA, IMPRECISA NÃO CARACTERIZA COMO DIFAMAÇÃO! Além disso, para que ocorra a difamação, é necessário que se prove o prejuízo moral que dela decorreu. ➔ PROPALAÇÃO E DIVULGAÇÃO ● Não há a tipificação da propalação e divulgação como ocorre na calúnia. Porém, não está liberado. ● Quem propala ou divulga fato desonroso imputado a alguém pratica uma nova difamação, sendo criminalizado. TIPO SUBJETIVO ● Dolo de Dano, podendo ocorrer Dolo Direto ou Dolo Eventual. Não existe culpa ● O sujeito deve ter a vontade consciente de difamar ● Deve-se ter o animus diffamandi, com o especial fim de difamar e a intenção de ofender. A ausuência impede a sua tipificação. ● Qualquer outro animus que afaste o animus offendendi, exclui o elemento subjetivo do crime. ● Quem imputou o fato é que tem o ônus de provar que não agiu com o animus. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA ● Consuma-se quando o fato imputado chega ao conhecimento de uma terceira pessoa. ● Se apenas a vítima tomou conhecimento, então não se pode falar em difamação. ● Regra geral = Não admite tentativa. Porém, a doutrina diz que dependendo do meio, pode existir. ○ Ex: alguém manda uma carta difamando uma Pessoa X, mas a carta é interceptada. ○ OBS: Se o meio utilizado for a fala, não há espaço para tentativa, pois é instantÂneo. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA ● Crime Comum ● Crime Formal ● Instantâneo ● Não pode ser praticado pela forma omissiva ● Unissubsistente (via oral) e Plurissubsistente (por escrito) FIGURAS MAJORADAS ● Não existe forma qualificada; ● Só será majorado se o crime é cometido contra (Art 141, I, II, III: ○ Presidente ○ Chefe de Governo Estrangeiro ○ Funcionário Público em razão de sua função ○ Na presença de 3 ou mais pessoas ,ou por meio que facilite a divulgação ○ Cometido mediante paga ou promessa de recompensa (Art 145, PU,CP) EXCEÇÃO DA VERDADE ● A imputação de qualquer fato que atinja a honra, tipificará como crime de difamação e o agente não tem direito de demonstrar que o fato é verdadeiro. ● Não admite a exceção da verdade. ○ EXCEÇÃO: Quando o fato é praticado contra funcionário público em razão de sua função, pois o Estado tem interesse em saber se o funcionário age com decoro. ■ OBS: É necessário que o funcionário esteja no exercício de sua função, pois, mesmo se foi praticado quando ele era funcionário, não permitirá exceção da verdade se ele já deixou o serviço público. ● Bittencourt diz que a Exceção de Notoriedade - que diz que o fato já era de conhecimento de todos- não pode ser admitido, pois está englobado à exceção da verdade PENA E AÇÃO PENAL ● Sanção Penal = 3 meses a 1 ano de detenção ou multa. ● Majorada em ⅓ se for cometida contra as pessoas do Art 141 (Acima) ● Ação Penal é Exclusiva de Iniciativa Privada. ● Será pública condicionada se for contra: ○ Presidente ○ Chefe de Governo Estrangeiro (a requisição do Ministro da Justiça) ○ Contra Funcionário Pública em razão de sua função
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