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Criminologia | Material de Apoio Prof. Mônica Gamboa VITIMOLOGIA É a disciplina que estuda a vítima enquanto sujeito passivo de crime, sua participação na dinâmica delitiva, os fatores de vulnerabilidade e os efeitos da vitimização “É a ciência sobre as vítimas e a vitimização”. - Mendelshon “Vitimologia é a parte da Criminologia que estuda: o comportamento dos delinquentes em relação às suas vítimas; o comportamento de suas vítimas em relação aos criminosos; até que ponto a vítima concorreu para a produção do crime; e a adversidade do homem criminoso.” - João Farias Júnior “Vitimologia ainda contribui para averiguar se o comportamento da vítima estimulou de alguma forma a ação ou omissão do criminoso. Dessa forma, o seu estudo é essencial para determinar como o ato de um criminoso pode advir das atitudes do próprio sujeito paciente.” - Rogério Greco “É o ramo da Criminologia que se ocupa da vítima direta do crime e que compreende o conjunto de conhecimentos biológicos, sociológicos e criminológicos concernentes à vítima”. - Henry Ellenberger “É o ramo da Criminologia que estuda a vítima não como efeito consequente da realização de uma conduta delitiva, porém como uma das causas que influenciam na produção de um delito”- Raúl Goldstein “O estudo psicológico e físico da vítima que, com o auxílio das disciplinas que lhe são afins, procura a formação de um sistema efetivo para a prevenção e controle do delito” - Ramírez González ORIGEM HISTÓRICA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA VÍTIMA Resolução n.º 40/34 de 1985 - ONU - PERIGOSIDADE VITIMAL É o comportamento inadequado da vítima a qual se coloca em situação de risco, tornando-se mais suscetível a ser vitimizada por provocar ou instigar o agressor à prática do crime. Requisitos: 1) Grau de integração individual da vítima: compreensão da diversidade de reações biopsicológicas frente aos conflitos conscientes e inconscientes, nascidos da interação indivíduo-indivíduo e indivíduo-meio. 2) Capacidade vitimógena: compreende o resultado da atuação, em maior ou menor escala do núcleo vitimógeno da personalidade, em conjunto com as predisposições e motivações que levam o indivíduo ao comportamento vitimógeno. VITIMODOGMÁTICA É o ramo da Vitimologia que estuda a participação da vítima no crime, analisando sua real contribuição para a vitimização. Grau de interatividade com o autor; Criação de situação de risco; Reflexos em Institutos penais: consentimento do ofendido, provocação da vítima (crime privilegiado), concorrência de culpa e dosimetria da pena (artigo 59, CP) Criminologia | Material de Apoio Prof. Mônica Gamboa CLASSIFICAÇÃO 1.MENDELSOHN a) Inocente (ideal) b) Menos Culpada (por ignorância) c) Tão culpada quanto (voluntária) d) Mais Culpada (provocadora) e) Única Culpada (exclusivamente culpada) 2. HETING: a) Vítima isolada; b) Vítima por proximidade (espacial, familiar, profissional) ; c) Vítimas com ânimo de lucro; d) Vítima com ânsia de viver; e) Vítima agressora; f) Vítimas perversas. 3. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES: a) Potencial b) Falsa c) Simbólica d) Intrafamiliar e) Atuante f) Omissa g) Coletiva GRAUS DE VITIMIZAÇÃO 1. PRIMÁRIA 2. SECUNDÁRIA 3. TERCIÁRIA 4. INDIRETA 5. HETEROGÊNIA VITIMIZAÇÃO DO CRIMINALIZADO Baixa Escolarização; Foco estatal nas minorias desviantes; Superlotação carcerária; Inaplicabilidade e ineficácia da LEP; Violação aos direitos humanos; Etiquetamento social; Efeito “Ladeira escorregadia” SÍNDROME DE ESTOCOLMO Síndrome de Estocolmo ou Síndroma de Estocolomo (Stockholmssyndromet) é o nome dado a um estado psicológico temporário e peculiar em que uma pessoa submetida a um tempo prolongado de intimidação e restrição da liberdade oriundo do cárcere, desenvolve simpatia, afetuosidade ou amizade por seu agressor. ITER VICTIMAE É o conjunto de etapas cronológicas identificadas no desenvolvimento da vitimização a) Intuição b) Atos Preparatórios c) Início da Execução d) Execução e) Consumação Criminologia | Material de Apoio Prof. Mônica Gamboa FASES DO ITER VICTIMAE Intuição (intuito): quando se planta na mente da vítima a idéia de ser prejudicada, hostilizada ou imolada por um ofensor. Atos preparatórios (conatus remotus): momento em que a vítima, por precaução, adota medidas preliminares para defender-se ou ajustar o seu comportamento, de modo a se proteger de eventuais ações articuladas pelo ofensor. Início da execução (conatus proximus): oportunidade em que a vítima começa a operacionalização de sua defesa, aproveitando a chance que dispõe para exercitá-la. Execução (executio): ocorre a autentica execução distinguindo-se pela definitiva resistência da vítima para então evitar, a todo custo, que seja atingida pelo resultado pretendido por seu agressor ou então se deixar vitimizar. Consumação (consummatio) ou tentativa (crime falho): ocorre com a repulsa da vítima durante a execução, aí pode se dar a tentativa do crime, quando a prática do fato demonstrar que o autor não alcançou seu propósito em virtude de algum impedimento alheio à sua vontade. CIFRAS DA CRIMINALIDADE É o processo de distanciamento progressivo (atrição) entre a criminalidade real e a criminalidade legal 1. NEGRA 2. CINZA 3. AMARELA 4. DOURADA 5. VERDE INDICES DA CRIMINALIDADE Criminologia | Material de Apoio Prof. Mônica Gamboa GUETIFICAÇÃO DO ESPAÇO URBANO É medida paralela e complementar à criminalização da pobreza, sendo um modo de confinar e imobilizar os indesejáveis segundo determinada sociedade. (Zygmunt Bauman) Segregação social = sentimento de insegurança + violência constante Progressão e expansão habitacional para as periferias geográficas da cidade; Nascimento de novos bairros, favelas e loteamentos; Limitação da acessibilidade dos “guetificados”.
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