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Criminologia Aula 05 Graus de Vitimizacao e Cifras da Criminilidade Parte II 2017082316533696

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Criminologia | Material de Apoio 
Prof. Mônica Gamboa 
 
VITIMOLOGIA 
É a disciplina que estuda a vítima enquanto sujeito passivo de crime, sua participação na dinâmica delitiva, os 
fatores de vulnerabilidade e os efeitos da vitimização 
“É a ciência sobre as vítimas e a vitimização”. - Mendelshon 
“Vitimologia é a parte da Criminologia que estuda: o comportamento dos delinquentes em relação às suas vítimas; o 
comportamento de suas vítimas em relação aos criminosos; até que ponto a vítima concorreu para a produção do 
crime; e a adversidade do homem criminoso.” - João Farias Júnior 
“Vitimologia ainda contribui para averiguar se o comportamento da vítima estimulou de alguma forma a ação ou 
omissão do criminoso. Dessa forma, o seu estudo é essencial para determinar como o ato de um criminoso pode advir 
das atitudes do próprio sujeito paciente.” - Rogério Greco 
“É o ramo da Criminologia que se ocupa da vítima direta do crime e que compreende o conjunto de conhecimentos 
biológicos, sociológicos e criminológicos concernentes à vítima”. - Henry Ellenberger 
“É o ramo da Criminologia que estuda a vítima não como efeito consequente da realização de uma conduta delitiva, 
porém como uma das causas que influenciam na produção de um delito”- Raúl Goldstein 
“O estudo psicológico e físico da vítima que, com o auxílio das disciplinas que lhe são afins, procura a formação de 
um sistema efetivo para a prevenção e controle do delito” - Ramírez González 
 
ORIGEM HISTÓRICA 
 
 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA VÍTIMA 
Resolução n.º 40/34 de 1985 
- ONU - 
 
PERIGOSIDADE VITIMAL 
É o comportamento inadequado da vítima a qual se coloca em situação de risco, tornando-se mais suscetível a ser 
vitimizada por provocar ou instigar o agressor à prática do crime. 
Requisitos: 
1) Grau de integração individual da vítima: compreensão da diversidade de reações biopsicológicas frente aos 
conflitos conscientes e inconscientes, nascidos da interação indivíduo-indivíduo e indivíduo-meio. 
2) Capacidade vitimógena: compreende o resultado da atuação, em maior ou menor escala do núcleo vitimógeno da 
personalidade, em conjunto com as predisposições e motivações que levam o indivíduo ao comportamento 
vitimógeno. 
 
VITIMODOGMÁTICA 
É o ramo da Vitimologia que estuda a participação da vítima no crime, analisando sua real contribuição para a 
vitimização. 
 Grau de interatividade com o autor; 
 Criação de situação de risco; 
 Reflexos em Institutos penais: consentimento do ofendido, provocação da vítima (crime privilegiado), 
concorrência de culpa e dosimetria da pena (artigo 59, CP) 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO 
1.MENDELSOHN 
a) Inocente (ideal) 
b) Menos Culpada (por ignorância) 
c) Tão culpada quanto (voluntária) 
d) Mais Culpada (provocadora) 
e) Única Culpada (exclusivamente culpada) 
 
2. HETING: 
a) Vítima isolada; 
b) Vítima por proximidade (espacial, familiar, profissional) ; 
c) Vítimas com ânimo de lucro; 
d) Vítima com ânsia de viver; 
e) Vítima agressora; 
f) Vítimas perversas. 
3. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES: 
a) Potencial 
b) Falsa 
c) Simbólica 
d) Intrafamiliar 
e) Atuante 
f) Omissa 
g) Coletiva 
 
GRAUS DE VITIMIZAÇÃO 
1. PRIMÁRIA 
2. SECUNDÁRIA 
3. TERCIÁRIA 
4. INDIRETA 
5. HETEROGÊNIA 
 
VITIMIZAÇÃO DO CRIMINALIZADO 
 Baixa Escolarização; 
 Foco estatal nas minorias desviantes; 
 Superlotação carcerária; 
 Inaplicabilidade e ineficácia da LEP; 
 Violação aos direitos humanos; 
 Etiquetamento social; 
 Efeito “Ladeira escorregadia” 
 
SÍNDROME DE ESTOCOLMO 
Síndrome de Estocolmo ou Síndroma de Estocolomo (Stockholmssyndromet) é o nome dado a um estado psicológico 
temporário e peculiar em que uma pessoa submetida a um tempo prolongado de intimidação e restrição da liberdade 
oriundo do cárcere, desenvolve simpatia, afetuosidade ou amizade por seu agressor. 
 
ITER VICTIMAE 
É o conjunto de etapas cronológicas identificadas no desenvolvimento da vitimização 
a) Intuição 
b) Atos Preparatórios 
c) Início da Execução 
d) Execução 
e) Consumação 
 
 
 
 
 
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FASES DO ITER VICTIMAE 
Intuição (intuito): quando se planta na mente da vítima a idéia de ser prejudicada, hostilizada ou imolada por um 
ofensor. 
Atos preparatórios (conatus remotus): momento em que a vítima, por precaução, adota medidas preliminares para 
defender-se ou ajustar o seu comportamento, de modo a se proteger de eventuais ações articuladas pelo ofensor. 
Início da execução (conatus proximus): oportunidade em que a vítima começa a operacionalização de sua defesa, 
aproveitando a chance que dispõe para exercitá-la. 
Execução (executio): ocorre a autentica execução distinguindo-se pela definitiva resistência da vítima para então 
evitar, a todo custo, que seja atingida pelo resultado pretendido por seu agressor ou então se deixar vitimizar. 
Consumação (consummatio) ou tentativa (crime falho): ocorre com a repulsa da vítima durante a execução, aí pode 
se dar a tentativa do crime, quando a prática do fato demonstrar que o autor não alcançou seu propósito em virtude de 
algum impedimento alheio à sua vontade. 
 
CIFRAS DA CRIMINALIDADE 
É o processo de distanciamento progressivo (atrição) entre a criminalidade real e a criminalidade legal 
1. NEGRA 
2. CINZA 
3. AMARELA 
4. DOURADA 
5. VERDE 
 
INDICES DA CRIMINALIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
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GUETIFICAÇÃO DO ESPAÇO URBANO 
É medida paralela e complementar à criminalização da pobreza, sendo um modo de confinar e imobilizar os 
indesejáveis segundo determinada sociedade. 
 (Zygmunt Bauman) 
 Segregação social = sentimento de insegurança + violência constante 
 Progressão e expansão habitacional para as periferias geográficas da cidade; 
 Nascimento de novos bairros, favelas e loteamentos; 
 Limitação da acessibilidade dos “guetificados”.

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