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UNIDADE III O ORÇAMENTO DAS CONTAS E A PROJEÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

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Administração Financeira 
e Orçamentária
O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos 
Financeiros
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Walter Franco Lopes Silva
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
5
• O que vem a ser uma Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC)? 
• O Trabalho de Projeção do Fluxo de Caixa: Passo a Passo
• Projetando a conta Operações 
Nesta Unidade nós nos preocuparemos primeiramente com o entendimento, a definição, as 
projeções e a análise de cada item integrante do importante demonstrativo de Fluxo de Caixa. Em 
seguida, estudaremos como se projeta a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), bem 
como as formas de efetuarmos a análise das contas que compõem os demonstrativos financeiros. 
 · Estudaremos e discutiremos temas muito importantes 
relacionados com o levantamento, análise e organização 
das informações essenciais para efetuarmos a projeção dos 
principais Demonstrativos Financeiros de uma empresa. 
O Orçamento das Contas e a Projeção 
dos Demonstrativos Financeiros
• Projetando a conta Investimentos 
• Projetando a conta Financiamentos
• Analisando as Projeções Efetuadas
• Como projetar a DRE? 
• O trabalho de Projeção do Item Custo dos Produtos Vendidos
• O Trabalho de Projeção do Item Custos Fixos e Depreciação
• A Projeção dos Itens Despesas Operacionais e o Resultado Financeiro
• A Análise das Projeções Efetuadas
6
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
Contextualização
A análise e as projeções para os exercícios futuros do Demonstrativo de Fluxo de Caixa 
e da DRE são essenciais para a execução do planejamento financeiro, portanto, cruciais no 
trabalho e no processo de elaboração do Orçamento Empresarial por parte do profissional de 
finanças. A projeção de qualquer demonstrativo financeiro – em especial as projeções da DRE 
e do Fluxo de Caixa – exige do financista o profundo conhecimento do negócio analisado, bem 
como a adoção de premissas econômico-financeiras em linha com as adotadas no Orçamento 
Empresarial. Assim, estudaremos e discutiremos nesta Unidade III temas muito valiosos 
para você, profissional e estudante de finanças preocupado com o trabalho de projeção dos 
demonstrativos financeiros como parte do Orçamento da empresa.
7
O que vem a ser uma Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC)? 
A DFC é um dos principais demonstrativos emitidos pela empresa, cujo objetivo é oferecer uma 
visão gerencial com base na situação econômico-financeira da mesma. Desde a promulgação 
da nova Lei nº 11.638/07, a publicação da DFC é obrigatória para as Companhias de Capital 
Aberto e nas Grandes Empresas Limitadas (Grande Ltda.). 
Segundo Gitman (2009), a Demonstração de Fluxos de Caixa fornece um resumo dos fluxos 
de caixa operacionais, de investimento e financiamento de uma empresa e concilia-os com as 
variações de seus saldos de caixa e aplicações financeiras no período. 
O Trabalho de Projeção do Fluxo de Caixa: Passo a Passo
A projeção de desempenho de uma empresa requer um trabalho cuidadoso de projeção, 
linha a linha, das contas que compõem juntas o Demonstrativo do Fluxo de Caixa. 
Dessa forma, devemos observar, além das premissas econômico-financeiras e dos números 
reais publicados do último exercício, todas as demais informações necessárias para projetar os 
dados e contas para os períodos que queremos analisar. 
Sabemos que todo trabalho de projeção baseia-se nas estimativas de evolução das vendas, 
custos e demais setores da empresa responsáveis pelo fornecimento das informações financeiras 
reais e estimadas (projetadas) elaboradas quando da elaboração do orçamento.
Vejamos abaixo um modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), do Ano 2012 (Real), 
para a Empresa ABC S.A., ou seja, demonstrativos financeiros publicados e a projeção de 
quatro anos futuros (até o Ano 2016):
8
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
Análise das projeções do Ano 2013 ao Ano 2016?
Primeiro, é feita uma avaliação e uma análise da empresa, com base em seu estado atual. Para 
tanto, deve ocorrer o cuidadoso estudo dos números reportados do ano que servirá de base, ou 
seja, no exemplo acima, o Ano 2012. Em seguida, é necessário que o analista financeiro adote 
como premissa a continuidade da operação da empresa sem variações muito drásticas na forma 
como ela vem sendo administrada e/ou operada pelos seus controladores. 
Entretanto, apesar de ser regra a avaliação da empresa em seu estado atual, há, muitas 
vezes, casos em que existem planejamento e informações suficientes que possibilitam projeções 
de diferentes cenários, seja em razão de novos investimentos, uma mudança de estratégia 
operacional, ou mesmo o lançamento de novos produtos, por exemplo. Nesses casos, a projeção 
deve contemplar tais mudanças e considerar os impactos financeiros nas contas projetadas dos 
exercícios futuros projetados.
Vamos agora analisar como cada linha da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) da 
Empresa ABC S.A. foi projetada:
Projetando a conta Operações 
Importante perceber que sob a rubrica ‘Operações’ no Fluxo de Caixa temos as seguintes seis 
contas contábeis para a análise e projeção:
1. Recebimento de Vendas
2. Pagamentos de Fornecedores
3. Pagamentos de Custos e Despesas
9
4. Pagamentos de Impostos
5. Pagamentos e Recebimentos Diversos
6. Resultado Financeiro (Receitas – Despesas Financeiras)
As premissas e projeções dessas contas foram estipuladas primeiramente com base na análise 
do seu comportamento histórico e das perspectivas de crescimento de cada uma das variáveis 
que afetam o crescimento. Trabalho que exige do analista o conhecimento de indicadores 
econômico-financeiros do mercado de atuação da Empresa Modelo S.A., das perspectivas de 
seu setor de atuação e, ainda, conforme estudamos anteriormente, um profundo entendimento 
do seu histórico de desempenho.
• As premissas das receitas, ou ‘Recebimento de Vendas’, para os anos 2013 a 2016, estão 
diretamente relacionadas com o levantamento das informações discutidas anteriormente, 
em conjunto com as expectativas de crescimento de mercado e isto segundo a estratégia 
comercial dos administradores. 
Assim, percebemos um crescimento contínuo dos números projetados. Números que, em 
quatro anos de atividades, apresentam um incremento do faturamento (vendas líquidas) 
bastante otimista superior a 100%. 
Agora vejamos em detalhes esta conta:
• As premissas relativas às contas redutoras das vendas para esse mesmo período, a saber: 
‘Pagamentos de Fornecedores’, ‘Pagamentos de Custos e Despesas’ e ‘Pagamentos de 
Impostos’ estão também diretamente relacionadas ao levantamento dessas informações 
discutidas anteriormente somadas às expectativas de vendas. Importante destacar também 
que as contas incorporam, entre outras coisas, ganhos de eficiência e produtividade (com 
redução de custos e despesas), melhorias decorrentes de planos de investimentos, ou 
mesmo adoção de novas tecnologias que diretamente levam a variações ao longo do 
período analisado. 
Assim, percebemos que os ‘Pagamentos de Fornecedores’ apresentam crescimento de apenas 
67% (de R$ 360 mil no Ano 2012 para R$ 600 mil no Ano 2016) e isso mesmo com o aumento 
das vendas de mais de 100%. 
Enquanto que a conta ‘Pagamentos de Custos e Despesas’ cresce aproximadamente 86%, 
de R$ 110 mil no Ano 2012, para R$ 205 mil quatro anos depois, certamente refletindo o 
desempenho positivo do faturamento da empresa. 
Os impostos, por sua vez, representados pela conta ‘Pagamentos de Impostos’, mantém-
se constantes como proporção do faturamento. Por fim, temos que analisar a conta 
‘Pagamentos e Recebimentos Diversos’, que apresenta um padrão de crescimento esperado 
em razão da expansão das operaçõesda empresa, crescendo de R$ 24,5 mil no Ano 2012 
para R$ 80 mil no Ano 2016.
10
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
Agora vejamos em detalhes os números projetados para estas contas:
• Os demais valores que geram o Caixa Líquido da Operação da Empresa aparecem 
representados pelas contas ‘Despesa Financeira Paga’ e ‘Despesa Financeira Recebida’ 
que juntas compõem o que chamamos de ‘Resultado Financeiro’ da empresa.
Percebemos que ambas as contas apresentam significativo crescimento, certamente refletindo 
o incremento das atividades (e vendas) no período analisado, resultando nos gastos necessários 
para a manutenção da estrutura da Organização, como vemos no crescimento de 62% (de R$ 
80 mil no Ano 2012 para R$ 130 mil no Ano 2016) da ‘Despesa Financeira Paga’. 
Paralelamente, vemos a conta ‘Despesa Financeira Recebida’ expandir-se bem mais, de R$ 
50 mil em 2012 para R$ 255 mil, reportado em 2016. Enquanto que o ‘Caixa Líquido’ calculado 
não apresenta, neste exemplo, uma tendência muito clara, apesar de partir no ano base de um 
valor negativo (déficit de caixa de R$ 90,4 mil), para atingir R$ 194,7 mil quatro anos depois.
Agora vejamos em detalhes os números projetados para estas contas:
Projetando a conta Investimentos 
Importante perceber que, sob a rubrica ‘Investimentos’ no Fluxo de Caixa, temos as seguintes 
contas contábeis para análise e projeção:
1. Venda de Ativo Imobilizado
2. Aquisição Imobilizado
3. Aplicações em Diferido
4. Aplicações em Realizável L-P
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As premissas e projeções dessas contas normalmente exigem informações bem mais precisas 
e em linha com o Orçamento. E isto em razão de fazerem parte do Plano de Investimentos da 
empresa, crucial para o seu Planejamento Financeiro de curto, médio e longo prazo. Vejamos o 
desempenho das contas:
• As premissas das contas ligadas ao Investimento apresentam na ‘Aquisição de Imobilizado’, 
‘Aplicações em Diferido’ e ‘Realizável a Longo Prazo’ números que refletem as expectativas 
de crescimento e investimento da empresa ao longo dos quatro anos analisados. Neste 
sentido, apesar do valor relativo à ‘Venda de Ativo Imobilizado’ em 2012 e 2013 (de 
R$ 12 mil e R$ 15 mil respectivamente), a empresa projeta investir gradativamente ao 
longo do período subsequente. Assim, vemos os números projetados saírem do patamar 
de R$ 80 mil, no ano base, para R$ 130 mil, na projeção para 2016. Enquanto que as 
‘Aplicações em Realizável a Longo Prazo’ praticamente triplicaram no período, de R$ 11,9 
mil em 2012, para R$ 35 mil em 2016.
Agora, vejamos em detalhes os números reportados:
A seguir, vamos estudar alguns conceitos importantes e as definições de alguns autores a 
respeito das contas pertencentes ao Grupo ‘Investimentos’:
Glossário
Conta Ativo Imobilizado: 
Todo investimento tangível (mensurável) que esteja diretamente ligado ao principal negócio da 
empresa como, por exemplo, terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos. No Balanço Patrimonial 
aparecerá o valor líquido do Investimento, ou seja, já descontado do valor de sua depreciação. 
Importante destacar que, ano a ano, o valor do imobilizado vai se reduzindo pelo valor da 
depreciação, e vai sendo aumentado pelo montante dos novos investimentos.
Conta Diferido: 
O ativo diferido apresenta características muito especiais e os critérios de tratamento e classificação 
desses gastos/investimentos vêm sofrendo mudanças em razão das novas leis que tratam do tema; 
Conta Realizável a Longo Prazo: 
Composta por dois grupos distintos de contas: os investimentos de longo-prazo da empresa ligados 
diretamente à sua operação e que podem ser transformados em “caixa” em um prazo superior a 
um ano da data de publicação do balanço e lançados no Realizável a Longo Prazo (RLP); e os 
Investimentos permanentes classificados no Ativo Permanente (AP). Exemplos de Contas do RLP: 
Aplicações Financeiras de Longo Prazo, Recebível de Clientes no Longo Prazo e Depósitos Judiciais 
de Longo Prazo. 
12
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
Segundo Málaga (2009),
Antes da Medida Provisória nº 449/2008 e segundo a lei nº 11.638/2007, 
classificavam-se no diferido as despesas pré-operacionais e os gastos de 
reestruturação, que deveriam contribuir efetivamente para o aumento 
do resultado de mais de um exercício social e não configurariam somente 
redução de custos ou acréscimos na eficiência operacional. A nova Lei limitou 
inicialmente a classificação dessa subconta às despesas pré-operacionais 
e aos gastos com reestruturação. No caso dos gastos com pesquisa e 
desenvolvimento (P&D), aqueles referentes à fase de pesquisa deveriam 
ser tratados como despesa. Aqueles referentes à fase de desenvolvimento 
(portanto menos incertos) poderiam ser tratados como despesa do período 
ou como parte do intangível. Anteriormente a essa Lei, ambos podiam ser 
classificados no diferido.
Projetando a conta Financiamentos
Sob a rubrica ‘Financiamentos’ no Fluxo de Caixa, temos para análise e projeção as seguintes 
contas contábeis que somadas representam ‘Operações de Financiamentos Líquidas’:
• Resgate de Títulos
1. Aplicação em Títulos
2. Integralização de Capital
3. Recursos/Empréstimos de Longo Prazo
4. Amortização de Empréstimos
5. Pagamento de Dividendos
Todas as contas correspondentes a ‘Financiamentos’ estão ligadas às decisões econômico-
financeiras e estratégicas da empresa, ou seja, são de total responsabilidade da Tesouraria e da 
sua Alta Administração.
As projeções referentes a algumas contas são, normalmente, decisões estratégicas tomadas 
pelo responsável pelo Orçamento ou mesmo pela Alta Administração da empresa que – de uma 
forma ou de outra – decorrem unicamente de decisões ligadas ao nível de liquidez (caixa) ou de 
endividamento da Organização como, por exemplo, as contas ‘Resgate de Títulos’, ‘Aplicação 
em Títulos’ em bancos, o aumento do endividamento representado pela conta ‘Recursos 
Captados de Longo Prazo e Empréstimos’, a redução dos empréstimos representados pela conta 
‘Amortização de Empréstimos’ e, por fim, o ‘Pagamentos de Dividendos’.
13
Importante destacar que no grupo ‘Financiamentos’ acima, há também a conta 
‘Integralização de Capital’ que, em poucas palavras, representa os valores efetivamente 
integralizados – ou seja, contabilizados – pelos acionistas e sócios. Neste subgrupo de contas 
aparece o Capital subscrito deduzido da conta devedora de Capital a Integralizar no futuro. 
Agora, vejamos em detalhes os números reportados:
Analisando as Projeções Efetuadas
Até este estágio de nosso estudo vimos como efetuar a projeção do Fluxo de Caixa de uma 
empresa. Também estudamos os conceitos e formas de proceder com a análise de cada conta 
que compõem o demonstrativo financeiro ao longo do período de projeção, sua importância, 
aplicações e limitações no dia a dia do administrador financeiro. Para concluirmos um estudo 
mais completo a respeito do tema é importante lembrarmos que o demonstrativo é parte 
essencial do planejamento financeiro da empresa. Desse modo, a projeção e a comparação 
dos números reportados em cada conta são importantes ferramentas na elaboração do 
orçamento empresarial. 
Apesar de os métodos tradicionais de análise das demonstrações contábeis disponíveis ou 
comumente utilizados pelos financistas (Métodos de Análise Vertical e Horizontal) não serem 
objeto deste estudo, devemos sempre lembrar que utilizamos como parte integrante do trabalho 
de planejamento financeiro e orçamentário.
Quando executamos as análises vertical e horizontal das contas, bem como as análises 
através dos índices de liquidez, obtemos uma “fotografia” mais precisa da situação econômico-
financeira da empresa e da Projeção futura de seus resultados. 
Sabemos que as técnicas disponíveis de análise atravésde análises horizontal, vertical e 
de índices são partes relevantes do estudo da contabilidade e finanças, e essenciais quando 
queremos comparar Demonstrativos de fluxos de caixa, balanços, demonstrativos de resultados 
e demais números publicados pelas empresas no decorrer de períodos de apurações.
No que se refere às análises horizontal e vertical das demonstrações contábeis, temos que 
lembrar que são importantes instrumentos de verificação do desempenho da empresa, pois 
permitem a visualização da variação dos valores apresentados em cada conta, e em diferentes 
períodos de apuração. 
14
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
Sempre é importante lembrar que toda análise dos demonstrativos contábeis é limitada a 
apenas um exercício fiscal, ou seja, normalmente o período compreendido entre 1º de janeiro 
e 31 de dezembro de determinado ano. Então, muitas vezes essa análise é pouco reveladora da 
real situação da empresa, o que exige do analista e do administrador – sempre que possível – 
fazer também análises comparativas com anos anteriores e posteriores (projetados).
Assim, é importante perceber que diversas análises poderão ser efetuadas, linha a linha, 
coluna a coluna, oferecendo a você inúmeras possibilidades de indagar a respeito de variações 
e participações de cada uma das contas publicadas pela empresa. Através dessas análises, você 
poderá efetuar diversas perguntas aos administradores da empresa, e assim entenderá melhor 
seus resultados, linha a linha e coluna a coluna. 
A Análise Horizontal
Segundo Iudícibus (2009), a finalidade principal da análise horizontal é apontar o crescimento 
de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultados através dos períodos, a fim de 
caracterizar tendências. E para efetuarmos as análises horizontais, normalmente utilizamos 
análise de índices obtidos a partir dos números dos demonstrativos. 
A Análise Vertical 
A análise vertical deve ser elaborada em conjunto com uma análise horizontal. Este tipo 
de análise é valioso para o entendimento da evolução de cada conta de um determinado 
demonstrativo de resultados ao longo de um período de tempo determinado.
A Análise dos Índices 
Quando efetuamos análises de índices (também chamados de quocientes), normalmente 
podemos fazer uso dos Fluxos de Caixa, Balanços, Demonstrativos de Resultados, e demais 
demonstrações financeiras disponibilizadas pela empresa. Isso, além de outras informações 
adicionais possíveis de serem fornecidas pelos administradores e pela Contabilidade.
As análises dos indicadores são possíveis de ser efetuadas pela simples divisão de dois números 
reportados nos demonstrativos. Em seguida, certamente, o analista precisará interpretar esse 
índice, explicá-lo e manter a sua memória de cálculo guardada. Em uma segunda etapa de 
análise, o analista precisará avaliar o índice de forma a classificá-lo como bom, ruim ou razoável 
para a empresa em questão; compará-lo com as suas parceiras no mercado, ou mesmo com 
suas concorrentes, por exemplo.
Segundo Iudícibus (2009), os índices têm como finalidade principal permitir 
ao analista extrair tendências e comparar os quocientes com padrões 
preestabelecidos, oferecendo algumas bases para inferir o que poderá 
acontecer no futuro. Por outro lado, temos sempre que ficar atentos às 
limitações de tais análises através de índices, pois sabemos que cada empresa 
utiliza um método diferente para contabilizar suas operações e movimentos, 
o que pode causar grandes discrepâncias quando comparamos uma empresa 
de um mesmo setor e atividade com outra.
15
 
 Atenção
Lembre-se, portanto, que quanto mais detalhada a informação fornecida pela empresa, maior as 
possibilidades de fazermos perguntas. Uma empresa que publica suas informações com poucos de-
talhes, permite que você faça uma análise horizontal e vertical menos detalhada de suas projeções 
e de seus índices
Para Pensar
Quais seriam então os pré-requisitos para você poder fazer uma análise como esta, baseada em uma 
Projeção de Fluxo de Caixa?
Você já efetuou esse cálculo das porcentagens na coluna vertical dos demonstrativos contábeis de 
sua empresa para melhorar a análise dos números da empresa onde trabalha?
Definindo Demonstração de Resultados do Exercício (DRE): A DRE é uma 
demonstração contábil que mostra o fluxo de receitas e despesas da empresa no período de 
publicação e que, por reflexo, representa a variação (aumento ou redução) do patrimônio 
líquido entre as duas datas de apuração. 
Vejamos na Figura abaixo um modelo simplificado de DRE da Empresa Industrial Casanova 
Ltda. Neste, apresentamos o Ano 2012 (Real) – ou seja, demonstrativos financeiros publicados 
– e a projeção de dois anos futuros até o Ano 2014:
16
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
 
 Explore
Para você interessado em ler mais a respeito da DRE, suas características, e outro exemplo e modelo, 
sugerimos que veja, na nossa biblioteca virtual, a DRE da Bartlett Company, no livro Princípios da 
Administração Financeira, de Lawrence J. Gitman, no Capítulo 2, p. 41.
Como projetar a DRE? 
O desenvolvimento de um Orçamento Empresarial exige um trabalho cuidadoso de projeção 
de linha a linha da DRE. Dessa forma, é necessário observarmos, além das premissas econômico-
financeiras e dos números reais publicados do último exercício, todas as demais informações 
necessárias para projetar os dados – conta a conta – nos períodos que queremos analisar. 
Uma vez que todo trabalho de análise e projeção de uma Demonstração de Resultados de 
uma empresa requer informações precisas a respeito das estimativas de evolução da demanda, 
estimativas dos departamentos de vendas, custos e demais setores da empresa responsáveis pelo 
fornecimento das informações financeiras reais e estimadas (projetadas) elaboradas quando da 
elaboração do orçamento.
Efetuando as Projeções dos anos 2013 e 2014: 
Esse trabalho exige que seja feita uma avaliação e uma análise da empresa, com base em 
seu estado atual, ou seja, como vem sendo a sua operação em seu mercado. É necessário o 
cuidadoso estudo dos números reportados do ano que servirá de base - ou seja, o ano de 2012. 
Em seguida, é necessário que o analista financeiro ou o responsável pelo Orçamento adote 
como premissa a continuidade da operação da empresa sem variações muito drásticas na forma 
como ela vem sendo administrada e/ou operada pelos seus controladores. Entretanto, apesar 
de ser regra a avaliação da empresa em seu estado atual, há, muitas vezes, casos onde existe 
planejamento e informações o suficiente que possibilitam projeções de diferentes cenários, 
seja em razão de novos investimentos, uma mudança de estratégia operacional, ou mesmo o 
lançamento de novos produtos, por exemplo. 
Nesses casos, a projeção deve contemplar tais mudanças e considerar os impactos financeiros 
nas contas projetadas dos exercícios futuros projetados. Vamos agora analisar como cada linha 
da Demonstração do DRE da Empresa Industrial Casanova Ltda. 
17
O Trabalho de Projeção da Conta Receita Bruta de Vendas: 
É importante perceber que, juntamente com a rubrica ‘Receita Bruta de Vendas’ na DRE, 
temos as seguintes contas contábeis que são redutoras do faturamento bruto (‘Deduções da 
Receita Bruta’) e que são essenciais para a análise e projeção orçamentária:
1. Devoluções e Abatimentos
2. Impostos sobre Vendas
3. Impostos sobre Serviços
Devemos lembrar que as premissas e as projeções das Receitas Brutas devem ser estipuladas 
com base na análise do seu comportamento histórico e – também – das perspectivas de crescimento 
do seu mercado consumidor, além de criteriosa análise de cada uma das variáveis que afetam 
o crescimento deste mesmo mercado. Trabalho este que exige do analista o conhecimento deindicadores econômico-financeiros do mercado de atuação da empresa, das perspectivas de seu 
setor de atuação e, ainda, conforme estudamos anteriormente, um profundo entendimento do 
seu histórico de desempenho. Assim, as premissas das ‘Receita Bruta de Vendas’ para os anos 
2013 a 2014 estão diretamente relacionadas com o levantamento das informações discutidas 
anteriormente, em conjunto com as expectativas de crescimento de mercado e isto, segundo a 
estratégia comercial dos administradores.
Este valor de faturamento representa o valor das vendas à vista e a prazo de mercadorias e/
ou serviços, e inclui todos os impostos, ou seja, trata-se de valor “bruto”, incluso dos impostos 
incidentes sobre a produção e vendas das mercadorias e serviços por parte da empresa. Assim, 
percebe-se um crescimento contínuo dos números projetados referentes ao faturamento da 
empresa analisada. Números que, em três anos de atividades, apresentam um incremento do 
faturamento (vendas líquidas) bastante otimista, partindo de R$ 204 mil em 2012, para alcançar 
dois anos depois R$ 291 mil, incremento superior a 42% no período!
Agora vejamos em detalhes os valores projetados (orçados) para as contas:
Perceba que as premissas relativas às contas redutoras das vendas para o mesmo período, 
a saber: ‘Devoluções e Abatimentos’, ‘Impostos sobre Vendas’ e ‘Impostos sobre Serviços’ 
estão também diretamente relacionadas com o levantamento das informações discutidas 
anteriormente e às expectativas de vendas. Importante destacar também que essas contas 
incorporam, entre outras, políticas comerciais de descontos e abatimentos concedidos a clientes, 
situações específicas de mercado e eventuais mudanças em alíquotas de impostos incidentes 
sobre vendas que podem ocorrer por decisão governamental.
18
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
No que tange às deduções, temos também que mencionar o item relativo às ‘Vendas 
Canceladas’, representadas pelas mercadorias devolvidas pelos compradores ou mesmo 
canceladas por diversos motivos comerciais ou não. Com relação aos ‘Abatimentos’, eles são 
normalmente oferecidos aos clientes e atendem à política comercial do momento do negócio, 
mas devem ser considerados ao efetuarmos as projeções e os orçamentos.
Podemos assim concluir que haverá sempre incerteza quando efetuarmos uma projeção de 
Receita Bruta de Vendas e suas contas relacionadas de Deduções à Receita Bruta de Vendas. 
Essa incerteza deve-se não apenas ao fato da incapacidade de projetarmos exatamente o nível 
de faturamento do negócio analisado, mas também por eventuais fatores exógenos (externos 
à empresa) que podem tanto contribuir para o aumento desse número (como por exemplo, 
crescimento do mercado, interesse maior dos consumidores, ou aumento imprevisto de preços de 
vendas), como para a redução dele (seja por devoluções acima do esperado, e/ou modificações 
a maior nas alíquotas de impostos incidentes sobre essas mesmas vendas). Enquanto que as 
‘Devoluções e Abatimentos’ apresentam queda significativa de 31% de 2012 para 2013 (de R$ 
26,7 mil para R$ 18,3 mil). 
Somado a isso, esses valores referentes às ‘Devoluções e Abatimentos’ representavam mais 
de 9% das Vendas Brutas em 2012 (R$ 26,7 mil / R$ 293,3 mil), reduzindo-se para apenas 6% 
no ano seguinte de análise (R$ 18,3 mil / R$ 323 mil) e para 5,4% em 2014 (R$ 21,7 mil / R$ 
400 mil). Enquanto que a conta ‘Impostos sobre Vendas’ cresce proporcionalmente à Receita 
de Vendas ano a ano, representando 18% do Faturamento Bruto, saindo de R$ 52,8 mil em 
2012 para atingir R$ 72 mil três anos depois, claramente refletindo o desempenho positivo do 
faturamento da empresa. 
Os demais impostos, por sua vez, representados pela conta ‘Impostos sobre Serviços’, também 
mantiveram-se constantes como proporção do faturamento, crescendo de R$ 9 mil no primeiro 
ano de análise para R$ 15 mil no último ano de projeção orçamentária.
Segundo Hoji (2009, p. 267),
Os Impostos sobre vendas e serviços representam os impostos incidentes 
sobre as vendas e os serviços prestados gerados por meio da emissão de 
notas fiscais e faturas, tais como: Impostos sobre Produtos Industrializados 
(IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços 
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), 
Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto sobre Vendas a Varejo e Combustíveis 
Líquidos e Gasosos (IVVC) e Programa de Integração Social (PIS). 
Assim, a ‘Receita Bruta de Vendas’, reduzida das ‘Deduções da Receita Bruta’ (cancelamentos, 
abatimentos e impostos), gera a Receita Líquida da Empresa Industrial Casanova Ltda. 
representada pela conta ‘Receita Líquida’, conforme mostrado na figura acima. Este total 
apresenta um crescimento significativo ao longo do período analisado: de R$ 204 mil (valor 
real) reportado em 2012, para R$ 236 mil no ano seguinte (crescimento projetado de 15,5%), 
e R$ 291 mil em 2014 (crescimento projetado de 24%).
19
Reflita
Sempre que estamos estudando os números publicados por uma empresa, a nossa principal 
preocupação é analisar o desempenho das vendas. Isto ocorre por razões óbvias, afinal as vendas 
são a essência do negócio. Toda empresa precisa para efetivamente operar (e, portanto, existir!), 
faturar, ou seja, vender e obter receita desta operação. Neste sentido, sempre iniciamos nossa 
análise pelas Receitas Líquidas, já que todos os itens redutores da receita – conforme analisados 
anteriormente – são os mesmos para todas as empresas com operações e tamanhos semelhantes 
em uma mesma cidade. Portanto, toda a Análise de Balanços deve utilizar a Receita Líquida 
como seu ponto de partida.
O trabalho de Projeção do Item Custo dos Produtos Vendidos: 
Todos os custos das vendas efetuadas precisam ser muito bem analisados, pois são, 
juntamente com os impostos, itens que normalmente impactam nos resultados de 
qualquer empresa. Dependendo do mercado onde a empresa atua, será necessário que 
o administrador classifique os custos diferentemente. Assim, as classificações dos custos 
das vendas normalmente utilizadas são: Comércio - Custo da Mercadoria Vendida (CMV), 
Indústrias - Custo do Produto Vendido (CPV), Prestação de Serviços - Custo dos Serviços 
Prestados (CSP). 
Como parte dos trabalhos de planejamento financeiro e orçamentário das empresas, é 
necessário conhecer bem e saber analisar e projetar os custos, sejam eles caracterizados pelo 
CMV, CPV ou CSP. No nosso exemplo da Empresa Industrial Nacional Ltda. temos o CPV no 
DRE apresentado. 
Vejamos a seguir algumas definições importantes para o nosso estudo:
Custo da Mercadoria Vendida: 
O CMV é representado pelo valor das mercadorias vendidas que foram compradas prontas 
para serem comercializadas. Quando um supermercado compra determinado produto como 
sabão em pó, por exemplo, ele paga ICMS na Nota Fiscal que a fábrica lhe envia junto com o 
produto. Quando este mesmo supermercado revende o sabão em pó ao cliente, na boca do 
caixa, o ICMS incluso no preço (da fábrica) é abatido do ICMS a recolher sobre a venda ao 
consumidor (na boca do caixa). 
20
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
Reflita
Vamos então pensar: será que a alíquota (a porcentagem do imposto) cobrada do ICMS afeta 
o preço final da mercadoria? Certamente afeta, e quanto maior o imposto, maior o preço final. 
Mas além de aumentar este preço, uma alíquota maior causa algum outro efeito na sociedade 
(fornecedor, empresário, consumidor)? Este raciocínio sobre o ICMS já será um pouco diferente 
para o caso do IPI, Frete e Seguros pagos pelo supermercado quando compra o sabão em pó, 
citado no nosso exemplo. Nestes casos, os custos são efetivamente incorridos e integram o custo 
da mercadoria comprada pelo supermercado para ser revendida. 
Vamos então pensar: seráque a alíquota (a porcentagem do imposto) cobrada do ICMS afeta 
o preço final da mercadoria? Certamente afeta, e quanto maior o imposto, maior o preço final. 
Mas além de aumentar este preço, uma alíquota maior causa algum outro efeito na sociedade 
(fornecedor, empresário, consumidor)? Este raciocínio sobre o ICMS já será um pouco diferente 
para o caso do IPI, Frete e Seguros pagos pelo supermercado quando compra o sabão em pó, 
citado no nosso exemplo. Nestes casos, os custos são efetivamente incorridos e integram o custo 
da mercadoria comprada pelo supermercado para ser revendida. 
Exemplo: Vejamos a seguir a equação do cálculo do Custo da Mercadoria Vendida (CMV): 
CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final
Custo do Produto Vendido: 
O CPV representa, por sua vez, os custos necessários para a fabricação do produto pela 
fábrica. Quando o produto é vendido, o “custo” aparece destacado na DRE – Demonstração 
de Resultados da Empresa Industrial Nacional Ltda., reduzindo a Receita Líquida de Vendas. 
Importante lembrar que, para fabricar um produto, a empresa terá custos de matérias-primas, 
mão-de-obra de fabricação e demais custos diretos ligados à produção. Vejamos abaixo a 
equação do cálculo do Custo do Produto Vendido (CPV): 
CPV = EIPA + CP – EFPA
EIPA - Estoque Inicial de Produto Acabado
CP - Custo de Produção do Produto
EFPA - Estoque Final de Produto Acabado
Note que, caso o produto seja fabricado pela Empresa Industrial Nacional Ltda. - ou seja, 
houve custo de produção - e o produto não tenha sido vendido, este custo aparecerá – será 
somado - na conta “Estoques” de produtos acabados e/ou em processo no Balanço Patrimonial. 
21
Outro detalhe importante: o CPV tem os valores de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) 
referentes às suas compras de matérias primas e semiacabados abatidos do IPI sobre suas vendas, 
que é um incentivo concedido pelo governo que oferece uma desoneração ao fabricante neste caso.
Glossário
Matéria- Prima: bens primários utilizados na produção de outros bens como, por exemplo, ferro, 
aço, energia elétrica, borracha.
Produto Semiacabado: produtos com certo grau de manufatura que servem de base para a 
produção de outros bens. Por exemplo, peças e componentes automotivos que são utilizados pelas 
montadoras de veículos na produção dos carros.
Estoque de Produto Acabado: valores que a empresa detém sob a forma de estoque no final do 
período analisado de produto acabado, por exemplo, veículos produzidos e prontos para a venda.
Estoque de Produto em Processo: valores que a empresa detém sob a forma de estoque no final 
do período analisado de produto semi-industrializado, por exemplo, peças e componentes para a 
produção de veículos.
Custo do Serviço Prestado: 
O CSP reflete os custos necessários para o funcionamento de uma atividade de prestação 
de serviços, como uma empresa de consultoria, por exemplo. Custos estes, que são bastante 
diferentes de uma fábrica. Em uma prestadora de serviços, os principais custos são decorrentes 
de mão-de-obra, materiais e gastos do dia a dia da operação. Nestes casos, existem também os 
custos decorrentes da depreciação dos materiais e itens utilizados na prestação do serviço, que 
exigem um cuidado bem especial do analista na sua análise. No exemplo acima da Empresa 
Industrial Casanova Ltda., o Custo dos Produtos Vendidos apresenta crescimento, certamente 
refletindo o incremento das atividades (e vendas) no período, e os custos necessários para a 
produção. Na DRE publicada vemos no crescimento de 26% no primeiro período anual de 
análise (de R$ 150 mil em 2012 para R$ 189 mil em 2013 projetados). Estes valores se modificam 
no período seguinte, expandindo-se de R$ 189 mil em 2012 para R$ 206 mil em 2014.
Abaixo o DRE com estas contas em detalhes:
22
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
O Trabalho de Projeção do Item Custos Fixos e Depreciação: 
Quando calculamos o CPV de uma empresa, percebemos que a DRE sempre nos mostrará a 
Margem de Contribuição e a “quebra” dos Custos Fixos e da Depreciação, de forma a oferecer 
um valor de Lucro Bruto nos períodos analisados. 
Agora, observe a continuação da DRE da empresa:
 
 Atenção
Cuidado na Definição das Premissas: 
As premissas e projeções das contas normalmente exigem informações muito precisas e em linha 
com o Orçamento em razão de refletirem os planos de Investimentos da empresa analisada. Ou seja, 
como já estudamos, as premissas das contas ligadas à ‘Depreciação’ refletem a ‘Aquisição de Imobi-
lizado’, ‘Aplicações em Diferido’ e ‘Realizável a Longo Prazo’. Contas que, por sua vez, refletem as 
expectativas de crescimento e investimento da empresa ao longo dos quatro anos analisados. 
As contas ‘Custos Fixos’ também, de uma forma ou de outra, serão calculadas com base no 
último DRE publicado, com base na análise histórica do desempenho e nos ganhos de eficiência 
e de produtividade (que normalmente causam redução de custos) decorrentes de investimentos 
em tecnologia, maquinário, procedimentos, e adoções de novas técnicas produtivas ou 
administrativas, entre outras ações redutoras de custos.
É possível em nossa análise observar que o Lucro Bruto apresenta um comportamento 
nada linear, ou seja, saindo de R$ 85,5 mil em 2012 para R$ 82 mil no ano seguinte. Sem 
tomarmos conclusões precipitadas, podemos inferir que a empresa analisada vem efetuando 
pouco destes ‘investimentos’ destacados acima. Apesar deste mesmo Lucro Bruto crescer 
novamente em 2014 para R$ 124,5 mil, pouco podemos afirmar quanto às características 
destes investimentos da empresa, pois a conta ‘Depreciação’ apresenta pequena variação 
(como podemos observar na figura acima), significando baixo investimento no aumento de 
máquinas e equipamentos em operação.
23
A Projeção dos Itens Despesas Operacionais e o Resultado Financeiro: 
Depois de calculado o Lucro Bruto, o analista financeiro deve preocupar-se em analisar 
e projetar as contas que aparecem logo abaixo de forma a atingir o Lucro/Prejuízo Antes do 
Imposto de Renda e Contribuição Social. Estas contas são as seguintes:
1. Despesas Operacionais (Vendas e Administrativas)
2. Despesa e Receita Financeira (Resultado Financeiro)
No exemplo da Empresa Industrial Casanova Ltda., as Despesas Operacionais expandem-
se de R$ 99 mil para R$ 120 mil nos três anos analisados, refletindo o normal crescimento das 
operações. Mas o Resultado Financeiro – que refletirá a soma das Despesas Financeiras com 
as Receitas Financeiras – está muito ligado à estratégia da Alta Administração e de como esta 
pretende financiar a sua expansão e suas atividades. 
O Lucro/Prejuízo antes do IR (Imposto de Renda) e da CS (Contribuição Social) melhora, 
portanto, de uma perda de R$ 10,8 mil em 2012 para um lucro de R$ 14,6 mil em 2014 
talvez refletindo uma política acertada da Administração. Calculado este Lucro, parte-se para 
a projeção dos resultados líquidos (Lucro Líquido do Exercício) depois de Imposto de Renda 
(IR) e da Contribuição Social (CS) que apenas deve seguir as regras e cálculos legais pré-
estabelecidos e definidos pela Contabilidade da empresa, em linha com as leis do país, Estado e 
município. Perceba que na figura acima optamos por lançar valores de IR e CS apenas no último 
ano quando a empresa sai do prejuízo.
24
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
A Análise das Projeções Efetuadas
Observe que, para concluirmos uma análise mais completa a respeito da DRE, é importante 
lembrarmos que o demonstrativo é parte essencial do planejamento financeiro da empresa. 
Deste modo, não apenas a projeção, mas também a comparação dos números reportados em 
cada conta é importante ferramenta na elaboração do orçamento empresarial. 
Assim, como no caso do Fluxo de Caixa,do Balanço Patrimonial e dos demais Demonstrativos 
Financeiros publicados, deve-se (uma vez concluída a projeção) proceder com as técnicas 
disponíveis de análise através. Técnicas como a análise horizontal, vertical e de índices que 
permitem uma avaliação precisa da situação da empresa analisada. Análises estas, aliás, já 
estudadas anteriormente em nossas aulas!
Sempre é importante lembrar também que a DRE é parte integrante de todo um conjunto 
de Demonstrativos Financeiros das empresas sendo, portanto, publicada no término do 
exercício fiscal, ou seja, normalmente o período compreendido entre 1º de janeiro e 31 de 
dezembro do ano fiscal. 
Trocando Ideias
Lembre-se, portanto, de que quanto mais detalhada a informação fornecida pela empresa em sua 
DRE, maior as possibilidades de fazermos perguntas aos seus administradores ou responsáveis por 
informações ao mercado (Diretor de Relações com Investidores, por exemplo).
Será que uma empresa que publica suas informações com poucos detalhes, permite que você faça 
uma análise horizontal e vertical adequada das suas projeções? E uma análise de índices? E uma 
análise do desempenho de seu negócio?
Ideias Chave
• A definição do conceito de Fluxo de Caixa das empresas
• As metodologias para a projeção do Fluxo de Caixa das empresas
• A importância das projeções no trabalho de planejamento financeiro
• A comparação dos números reais e projetados, as análises dos dados reportados e o cálculo dos 
índices financeiros
• A definição do conceito de DRE das empresas
• As metodologias para a projeção do DRE das empresas
25
Material Complementar
Sugestão de Leitura
• Sabemos que as projeções dos Demonstrativos Financeiros são essenciais 
para a elaboração de todo Modelo Orçamentário de uma empresa. No livro 
Administração Financeira e Orçamentária de M. Hoji, temos uma excelente 
explicação deste tema no Capítulo 16 – item 16.1. ‘Desenvolvimento de um 
Modelo de Orçamento’. Sugiro, portanto, a sua leitura nas páginas 423 a 435 
para um maior aprofundamento de seus estudos.
• Neste mesmo livro de Administração Financeira e Orçamentária de M. Hoji, 
você encontrará o item 16.3 dedicado ao tema ‘Projeção de Resultados’. Assim, 
sugiro que você pesquise e leia no Capítulo 16, ‘Desenvolvimento de um Modelo 
de Orçamento’, as páginas 474 a 483 para um maior aprofundamento de seus 
estudos.
26
Unidade: O Orçamento das Contas e a Projeção dos Demonstrativos Financeiros
Referências
GITMAN, L.J. Princípios de Administração Financeira. 10ª Ed. São Paulo: Pearson, 2007.
GROPPELLI, A.A. e NIKBAKHT, E. Administração Financeira. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 
2010.
HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008.
MARION, J.C. Análise das Demonstrações Contábeis. Contabilidade Empresarial. São 
Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.
SANTOS, J.O. Valuation. Um Guia Prático. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.
MÁLAGA, F.K. Análise de demonstrativos financeiros e da performance empresarial 
para empresas não financeiras. São Paulo: Saint Paul Editora, 2009.
27
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000

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