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MÓDULO 3 utr.18 auxilio.3.cosmogenese

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CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 1 / 26 
 
 
COSMOGÊNESE 
 
CAOS (do grego chaos), nas mitologias e cosmogonias pré-filosóficas, tinha o sentido 
de vazio, obscuro e ilimitado que precede e propicia a geração do mundo. No livro "A 
Estética da Vida", de Graça Aranha, encontramos a seguinte citação: "Assim, o Deus 
poderoso, ardente de vida, faz surgir do CAOS o homem, a mulher, os astros". Outro 
sentido é o de grande confusão ou desordem (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa). 
Se analisarmos sob a óptica da "grande confusão ou desordem", pode-se pensar que 
a Divindade, nesse momento encontra-se recolhida em si mesma, onde não há uma 
definição precisa da criação, isto é, o início da manifestação não se encontra devidamente 
organizado. 
Quando lançamos mão da analogia biológica na reprodução humana, vemos que na 
fecundação do óvulo pelo espermatozoide, estabelece-se nesse ato uma aparente 
desorganização. Em seguida, no ovo agora constituído processa-se a multiplicação das 
células através das suas divisões (meiose e mitose), iniciando uma organização para formar 
tecidos e órgãos especializados, constituintes do corpo humano. 
Podemos pensar que a Divindade como que adormecida, ao se manifestar, inicia o 
processo da Criação, dividindo-se. Daí o aparecimento do Universo, apresentando os 
Planetas, os reinos da natureza, etc. Pitágoras disse que "A Divindade multiplica-se em 
formas, mas divide-se em Essência". 
No evangelho segundo São João, está escrito: "No princípio era o Verbo e o Verbo 
estava com Deus; e o Verbo era Deus", referindo-se ao Poder Criador na esfera abstrata 
imanifestada, obscura e ilimitada, antes que se dessem os fenômenos criativos ou 
precedesse a geração referente ao Universo. 
No processo de criação divina, necessário se fez transformar o pensamento divino em 
coisa visível, concreta. Para que o mundo material existisse, necessário foi que Deus se 
desdobrasse, criando em si um outro aspecto, ou seja, o princípio material. 
Vemos então Deus polarizando-se, manifestando-se sob múltiplos aspectos 
diferentes. E assim surgiu o Verso do Uno ou o Universo, a diversidade da Unidade. 
No capítulo I do Gênesis pode-se ler: 
"No princípio, DEUS, ELOHIM, o Ser dos Seres, planejou a existência (geração e 
criação) dos Céus e da Terra, causando a transmutação na Essência Abstrata de seu 
próprio Ser". 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 2 / 26 
 
O nosso Universo físico não surgiu de uma só vez. Sua criação obedeceu a etapas, 
períodos ou ciclos. 
A Bíblia diz que Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou. 
O Universo, como se diz, é o aspecto polar de Deus, que é a Unidade. A Unidade é 
homogênea e a multiplicidade ou Universo é heterogênea, isto é, apresenta-se sob 
múltiplos aspectos ou formas. 
THEOS (em grego tem o sentido de Deus) pode ser entendido como princípio 
supremo considerado pelas religiões como superior à Natureza, Ser infinito, perfeito, 
gerador e criador do Universo. Nas religiões politeístas, é concebido como divindade de 
personificação masculina, superior aos humanos seres, e à qual se atribuí influência 
especial, benéfica ou maléfica, nos destinos do Universo. Filosoficamente é o Princípio 
supremo que permite explicar a existência, a ordem e a razão universais; é a garantia dos 
valores morais (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa). 
O ser humano, desde as mais primitivas eras, tem procurado decifrar os mistérios da 
criação, de difícil entendimento pela mente racional, concreta, discursiva. 
Não sabemos o que é Deus e não o conheceremos por processos racionais ou 
científicos ortodoxos. 
Deus como Divindade Manifestada, em seu tríplice aspecto, como as várias trindades 
sagradas, é algo ainda incompreensível pela mente humana incapaz de definir o que seja 
sua essência. 
Entretanto, se nos valermos das Chaves da Sabedoria Divina, da Sabedoria Iniciática 
das Idades, podemos obter um grau maior de entendimento sobre a Divindade Manifestada 
e quase nada ainda sobre o que os sistemas filosófico-religiosos do Oriente reconhecem 
como Divindade Imanifestada, o Parabrahman. 
o – O – o 
 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 3 / 26 
 
 
SUBSTÂNCIA 
 
Substância (do latim substantia) é a parte real ou essencial de alguma coisa, a 
natureza de um corpo, aquilo que define as qualidades materiais. 
Na tradição aristotélica, um tanto diferente da iniciática, Substância é o que há de 
permanente nas coisas que mudam. Como suporte, imutável, das sucessivas qualidades 
resultantes das transformações, é o que existe por si mesmo, sem supor outra coisa de que 
seja atributo. 
Os teósofos usam a palavra "substância” no sentido dual, perceptível e imperceptível. 
Como "substância perceptível”, eles querem referir-se aos planos mais densos do Universo, 
dos quais o físico é o mais denso deles, cujas partículas mais grosseiras podem ser 
reconhecidas pela ciência oficial como átomos em suas funções como elementos químicos. 
Nesse caso, prefere-se usar a palavra "matéria”. Como "substância imperceptível”, querem, 
os teósofos, referir-se ao substrato de planos mais sutis, como são o Anupâdaka e o Adi. 
Em linguagem esotérica, frequentemente usa-se indistintamente as palavras 
"substância” e "matéria” concordando apenas que é algo complementar ao Espírito, no 
processo da manifestação universal, que, sem associação de ambos, nada se formaria. 
No Bhagavad-Gîtâ, considerados os aspectos da Divindade Manifestada, lê-se o 
seguinte: "Todos os seres que chegam a existir, sejam animados ou inanimados, são 
produtos da união da Matéria com o Espírito”. 
No livro "La Religion de la Naturaleza”, o autor, Dr. Eduardo Alfonso, refere-se aos 
planos da "substância imperceptível” onde a "matéria”, aí de natureza tão sutil, constitui o 
invólucro ou veículo da "essência” que caracteriza a imutabilidade da Divindade. A esse 
veículo, como "matéria sublimada”, comenta o Autor como sendo o que designamos 
"espírito”, palavra que, na origem latina, "spiritus”, significa "sopro” e que, na 
correspondência sânscrita, "spri”, tem o sentido de "viver”. Quanto à palavra "essência”, na 
origem latina, "esentia” tem o significado de "ser”. Em linguagem esotérica, diz-se também 
que a Divindade como Causa de Tudo é Essência Absoluta e Indiferenciada que, quando 
por Vontade própria, se manifesta, passando do NÃO-SER para SER. Nesse caso, no 
Ocidente, denomina-se Deus a Divindade Manifestada com três aspectos ou atributos: 
Vontade, Sabedoria e Atividade. Essa tríade de valores recebeu nomes os mais variados 
possíveis, segundo a linguagem e compreensão dos vários povos (Brahmâ-Vishnu-Shiva; 
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Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 4 / 26 
 
Osíris-Ísis-Hórus; Teos-Caos-Cosmos; Ahura Mazda-Mithra-Ahriman; Pai-Espírito Santo-
Filho etc.). 
 
TAT 
 
"Tat” é palavra sânscrita com significado de "aquele” ou "aquilo”, e só é entendida 
inteligivelmente se representada por meio de um quaternário simbólico de quatro 
possibilidades: 
1) A possibilidade do Espaço Objetivo; 
2) A possibilidade do Movimento Relativo; 
3) A possibilidade do Tempo; 
4) A possibilidade da Matéria Limitada. 
Todas essas possibilidades estavam em estado latente na Divindade Imanifestada, 
onde tudo está indiferenciado, assim como a "matéria” e o "espírito”. 
No Bhagavad-Gîtâ, "OM, TAT, SAT” é atríplice designação de Brahmâ, porque fala 
de seus atributos. "OM” refere-se à Divindade Manifestada como Princípio Criador; "TAT” 
fala de sua universalidade; "SAT” representa a sua essência que penetra em tudo que está 
criado, de modo imutável e absoluto, tal qual quando estava na condição de Divindade 
Imanifestada, ou de Parabrahman. 
 
O ETERNO e a ETERNIDADE 
 
Da palavra "éter” chegamos às palavras "eterno” e "eternidade”. Essa última, 
juntamente com absoluteza (condição de ser absoluto), infinitude, imutabilidade e unidade 
constituem propriedades da Divindade Imanifestada ou Não Manifestada, ou o que está 
além de Brahmâ ou Parabrahman, que também é denominado Causa sem Causa. 
Diz-se, em linguagem esotérica, que "eternidade” é "idade do éter”, referindo-se a uma 
enormidade de duração, ou seja, algo além de trezentos quatrilhões de anos solares, 
considerado nos Purânas como apenas uma sétima parte da Idade de Brahmâ, isto é, um 
Mahakalpa. Como nesse caso a eternidade está limitada, propõe-se designá-la "eon”. A 
"eternidade” no seu real sentido, em verdade, não tem limites, nem princípio nem fim, é 
propriedade da Divindade Não Manifestada. Portanto, "eterno” é palavra apropriada para 
esse caso, todavia é frequente seu uso para designar a Divindade Manifestada em seu 
primeiro aspecto, como Primeiro Logos, como Brahmâ, como Pai, como o Ancião Superior 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 5 / 26 
 
referido na Macroprosopopeia, na Grande Hipótese Criativa segundo o rabino Schimeon 
Ben-Jochai, comentado por Eliphas Levi em sua obra "As Origens da Cabala”. 
A palavra "éter”, em linguagem esotérica, não tem o significado referido pela Química 
acadêmica, e, sim, o de ser um quinto elemento de onde procederam outros quatro, isto é, 
"o ar, o fogo, a água e a terra”, que também não são mensuráveis como produtos físico-
químicos. Daí se dizer que para distingui-lo como Quinta Essência usa-se esotericamente 
a palavra "Aether”, o mesmo Âkasha das tradições orientais, o quinto dos Sete Princípios 
Cósmicos, Agente Universal, fonte de todas as energias dos três mundos (material, 
psíquico e espiritual). 
 
JHEOVAH 
 
Jheovah ou Jehovah é nome que tem origem em quatro letras do alfabeto hebraico: 
YOD, HE, VAU, HETH. 
A Mercavah é a ciência das letras hebraicas. Mercavah é palavra que tem o sentido 
de carruagem, como se as quatro letras, acima citadas, fossem as "rodas da carruagem de 
Deus”. Na visão profética de Ezequiel, eram rodas de luz que giravam concentricamente, 
esferas celestes, círculos entrecruzados, cujos centros se viam em toda parte, além de um 
centro comum, cuja circunferência não estava em parte alguma. Tudo isso representado 
na palavra "Jheovah” como o Quinto dos Sete Elohins, Espíritos ou Logos Planetários, 
Luzeiros, Dhyân-Chohâns e outros nomes citados nos estudos da Cosmogênese ou 
formação do Universo. 
Mario Roso de Luna, autor de várias obras iniciáticas, dentre elas, "O Simbolismo das 
Religiões”, referindo-se à influência do Quinto Luzeiro na divisão do sexo do gênero da 
humanidade primitiva, escreveu: (...) "Jehovah - um dos Elohins: o Pai-Mãe físico, segundo 
o simbolismo de suas 4 (quatro) letras: YOD-HE-VAU-HETH, separa o primitivo Adão, 
andrógino sem sexo, em masculino e feminino, com que ficou assegurada, fisicamente, a 
continuidade material da espécie”(...). 
o – O – o 
 
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Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 6 / 26 
 
 
MUNDO DAS CAUSAS, DAS LEIS E DOS EFEITOS 
 
A Divindade, ao manifestar-se, procura a sua própria diferenciação, isto é, da Unidade 
para a Multiplicidade. O UNO-DEUS torna-se trino, conforme simbolismo da tradição 
iniciática: o triângulo equilátero (três arestas iguais ou ângulos iguais) com um olho no 
centro. O olho representa o próprio Eterno e as três arestas, a sua manifestação tríplice. 
Temos assim os 3 Mundos, ou faces desse triângulo: 
 
1. Mundo das Causas e correlações: o 
Criador, a Causa, Brahmâ (na Índia); Osíris (no 
Egito); o Pai (no cristianismo); a Força (na 
maçonaria) etc.; 
2. Mundo das Leis e correlações: Vishnu 
(Índia); Ísis (Egito); Espírito Santo (cristianismo); 
a Sabedoria (maçonaria) etc.; 
3. Mundo dos Efeitos e correlações: Shiva 
(Índia); Hórus (Egito); o Filho (cristianismo); a Beleza (maçonaria) etc. 
 
Baseado nessa Trindade, considera-se a existência dos três mundos como os estados 
da manifestação da Divindade: o Mundo das Causas, onde Deus inicia sua manifestação; 
o Mundo das Leis, onde Ele planeja e de onde rege as suas criações; e o Mundo dos 
Efeitos, onde Ele gera, com a força dos arquétipos, as formas mais densas, possíveis de 
serem perceptíveis aos nossos sentidos. 
No Mundo das Causas, o Criador faz a ideação geral e se projeta no Mundo das Leis, 
formando 7 (sete) potestades, conhecidos na linguagem oculta como: os sete Filhos de 
Aditi; os sete Espíritos do Sol (Índia); os sete Deuses Misteriosos (Egito); os sete 
Amshaspendas (Zoroastrismo); os sete Sephiroths (Judaísmo); os sete Arcanjos ou sete 
Anjos diante do Trono (Cristianismo); os sete Dhyân-Chohâns (Budismo); os sete Logos 
Planetários etc. Essas 7 (sete) potestades são os engenheiros cósmicos que projetam o 
Universo, são os colaboradores do Supremo Arquiteto do Universo. Esses, por sua vez, 
projetam-se no Mundo dos Efeitos recebendo nomes que também foram usados na 
astronomia para designar alguns corpos siderais. 
 
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Módulo 3: Cosmogênese 
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Podemos relacionar esses Mundos com as chamadas Gunas ou Três Qualidades da 
Matéria: Sattva (Mundo das Causas), Rajas (Mundo das Leis) e Tamas (Mundo dos 
Efeitos). Essa correspondência pode ser feita com os atributos da Divindade na linguagem 
cristã: Onipotência (Mundo das Causas), Onisciência (Mundo das Leis) e Onipresença 
(Mundo dos Efeitos). 
Através das trilogias anteriormente mencionadas e confirmadas pelas tradições, tem-
se ensinado que o UNO, em sua Atividade Cósmica, manifesta-se sob 3 (três) aspectos 
distintos, simultâneos, e que, em cada língua e religião, recebem denominações diferentes. 
É a Unidade na Trindade e vice-versa. Associados à trina e divina atividade, estão os 
7 (sete) Espíritos diante do Trono, isto é, os Espíritos governantes, 
Planetários também chamados Elohins. São os construtores e mantenedores do Universo. 
Vemos nos números 1,3 e 7, ou137, a representação cabalística cujo poder rege a geração 
e criação do Universo, como a sua própria LEI de evolução (LEI e 137 apresentam uma 
relação figurativa na chave analógica). 
Na química pode-se representar a manifestação da Divindade, numa correspondência 
grosseira, usando-se a terminologia científica das partículas principais da estrutura do 
átomo: 
 
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Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 8 / 26 
 
Próton - o Pai (Mundo das Causas); 
Nêutron - a Mãe (Mundo das Leis); 
Elétron - o Filho (Mundos dos Efeitos). 
 
Na Maçonaria, o Triângulo Indeformável, com o olho no centro expressando o 
Supremo Arquiteto do Universo, está representado na trindade composta pelos seguintes 
membros: 
Venerável Mestre (Mundo das Causas); 
Primeiro Vigilante (Mundo das Leis); 
Segundo Vigilante (Mundo dos Efeitos). 
 
A Loja maçônica, sob a égide desse triângulo, firma-se em 7 (sete) Mestres Maçons. 
Na música,temos o Som evoluindo numa escala setenária, manifestado como tríade 
- harmonia, melodia e ritmo - e as sete notas musicais. No espectro luminoso, temos a cor 
branca, as três cores primárias (amarelo, azul e vermelho) e as sete cores do arco-íris. 
 
AS TRÊS QUALIDADES DA MATÉRIA: SATTVA, RAJAS E TAMAS 
 
Na linguagem esotérica pode-se dizer que o curso natural da vida progride no fluxo 
proporcionado pelo equilíbrio das gunas ou qualidades da Matéria. 
Segundo antigos sistemas filosóficos do Oriente, como o Sânkhya e o Yoga, o número 
incontável de Purushas ou Espíritos individualizados como partes indestrutíveis e imortais 
das criaturas humanas têm por origem um Purucha ou Espírito Universal, Senhor Supremo 
do Universo a que denominaram Îzvara. Para servir a essa Causa ou Potência geratriz, a 
Matéria ou Prakriti diferencia-se em gunas, cujas proporções condicionam as funções dos 
vários planos, mundos, seres animados e inanimados. 
Em sânscrito, "gunas” têm o significado de qualidades ou atributos da Matéria. 
Antes da manifestação da Divindade estão indiferenciadas, em perfeito equilíbrio, 
mas, em atividade, revelam-se como impulsores das tendências de todos os seres que são 
gerados no Universo, inanimados ou animados, em qualquer dos mundos ou planos da 
Matéria. 
Assim, como o motor necessita de um impulso para funcionar, toda criatura também 
necessita dos impulsos das três qualidades da Matéria. Elas correspondem, materialmente 
falando, aos atributos da tríplice manifestação da Divindade, como Vontade, Sabedoria e 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 9 / 26 
 
Atividade, ou são citadas caracterizando as tríades dos estudos esotéricos (1º, 2º e 3º 
Logos; Brahmâ, Vishnu, Shiva; Pai, Mãe, Filho etc.). 
Vamos apresentar um pequeno estudo das três "gunas", qualidades da Matéria 
presentes em proporções variadas em todas as formas da Natureza, inclusive na 
constituição humana. 
A individualização e a singularidade da criatura humana podem ter fundamento na 
variação proporcional das qualidades da matéria, estudadas e ensinadas por antigos 
sistemas filosóficos do Oriente. 
Estas três "gunas", qualidades de Matéria, podem ser também consideradas como 
certos atributos denominados, segundo a terminologia sânscrita: Sattva, Rajas e Tamas. 
No ser humano, podem ser correlacionadas com impulsos: 
SATTVA - é um impulso espiritual que impulsiona a vida no plano da evolução. 
RAJAS - é um impulso psíquico que desperta sentimentos religiosos, e mesmo a 
intelectualidade. 
TAMAS - é um impulso que desperta os instintos e sentimentos passionais. 
No canto XVII do Bhagavad-Gîtâ, há referências às expressões das predominâncias 
de uma das três qualidades da Matéria correlacionando tendências humanas e preferências 
alimentares, como as citadas a seguir: 
(...) "os alimentos cheios de vitalidade, nutritivos e suaves são os favoritos dos seres 
humanos de qualidade pura. 
(...) os picantes, acres, azedos, salgados apetecem as pessoas de qualidade 
passional. 
(...) os alimentos desvitalizados, em decomposição, são preferidos pelos seres 
humanos de qualidade tenebrosa”. 
Segundo a tipologia ayurvédica, pode-se dizer que, resumidamente, as pessoas 
sátivicas gostam de progredir; as rajásicas gostam de agir; e as tamásicas gostam de ficar 
como estão, resistindo mudanças. Apontam como dieta sátvica aquela que inclui frutas, 
arroz, amêndoas, os alimentos de sabores naturais adocicados, e água pura de nascente. 
Quando um bebê está sendo amamentado pela mãe, consegue extrair e produzir do 
leite materno um fluido etérico, hiperfísico, de extraordinário valor, denominado "ojas”. A 
qualidade do leite materno depende muito de como e do que a mãe se alimenta. 
A título de ilustração, para qualquer ser humano, considera-se que as carnes; 
cogumelos; queijos; amendoins; molhos com tomate, alho e cebola; comidas 
industrializadas, bebidas alcoólicas, em ingestas exageradas reduzem drasticamente a 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 10 / 26 
 
formação de ojas, com prejuízo para as funções do corpo que sobrecarregou-se 
tamasicamente pelo uso equivocado dos alimentos. 
A individualização e a singularidade da criatura humana exige proporções corretas de 
todas as gunas ou qualidades de Matéria, sendo que, por exemplo, uma alimentação 
moderada, mista, com equilíbrio dos nutrientes e sabores de fontes naturais, seja a base 
geral mais segura para o atual estágio e para as exigências da vida moderna. 
Não somente os alimentos caracterizam-se pelas qualidades da Matéria. Como pode 
ser lido no livro "Em Direção à Nova Consciência” (Biblioteca Planeta), o grande sábio 
indiano que foi Aurobindo chamou atenção sobre algumas funções da vida humana que 
podem ser afetadas pelo predomínio de tamas, por exemplo, essa guna pode ter sido 
acumulada na pessoa antes de dormir e mesmo durante o sono, reduzindo a capacidade 
da reparação do corpo e da disposição para poder se levantar nos primeiros momentos do 
alvorecer. Daí, ser ponto comum em vários sistemas filosófico-religiosos o de se preparar 
para dormir, respirar, descontrair, aquietar-se etc. Vale a pena os cuidados com os 
alimentos e bebidas à noite, com o ambiente de dormir, com o que se conversa, com o que 
assiste e com o que se ouve até no campo da Música. 
Essas três qualidades de Matéria influenciam a sensibilidade artística, como na 
Música, que sempre teve grande domínio sobre as almas. Beethoven e Wagner, para a 
Sabedoria Iniciática, chegaram a ser os maiores magos no manejo desse Poder Colossal 
dos clássicos musicais extasiando as almas e as conduzindo pelas regiões sublimes do 
Espaço, em busca de sua Origem. Segundo as Leis da vibração, consoante ao estado 
vibratório desses impulsos, conforme a frequência vibratória de cada um deles, suas 
apresentações, perceptíveis aos clarividentes, estão correlacionadas a cores com segue: 
Sattva - amarela; Rajas - azul; e, Tamas - vermelha. 
Vamos partir do mais grosseiro para o mais sutil, observando atentamente as palavras 
do professor Henrique José de Souza: 
"... quando é a condição tamásica (o encarnado) que predomina em uma Nação, isto 
é, dois terços de seus habitantes encontram-se sob o influxo das paixões inferiores, tal povo 
torna-se covarde e indiferente às coisas do Espírito; mas, ativo e corajoso (se o quiserem), 
para a defesa dos interesses pessoais e tudo mais quanto seja harmônico com as suas 
passionais e inferiores ideias, segundo o termo sânscrito "KÂMA” (desejo inferior, paixão, 
sensualidade). Daí o aproveitamento dos mais espertos (entre eles) para se apoderarem 
das rédeas, da direção das coisas, das Nações... do Mundo... das Religiões... E não há 
motivo para queixas porque, segundo o Karma Coletivo, tudo isso se acha expresso no 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 11 / 26 
 
sábio aforismo: "Cada povo tem o governo que merece"... Quando há o domínio de Tamas, 
a ambição, a concorrência, o desejo das coisas materiais tornam-se num estado 
insatisfatório... Todos pensam na personalidade e não na individualidade. 
Quando se trata da condição rajásica (azul), predomina o espírito religioso, porém sob 
a mais baixa manifestação, que é a do "fanatismo” e da superstição, porquanto Rajas nunca 
se manifesta só, mas acompanhado de Tamas ou Sattva. Da mescla entre o azul e o 
encarnado (segundo a mistura de matizes) aparece o "ROXO”, lunático... passional, tal 
como se deu na Raça Lemuriana, anteriorà Atlante, dirigida pelos Planetas: Vênus (com a 
característica... com a tônica do azul) e Marte (com a tônica do encarnado), em cujo estado 
de consciência dominavam, exclusivamente, as coisas do sexo. Daí ter sido nela onde se 
deu a sua "Separação” (do sexo), isto é, onde os Seres começaram a nascer, sob a dupla 
forma sexual: masculino e feminino (Solares e Lunares). Nesse caso, as Nações são 
dominadas pelo espírito religioso, no baixo sentido a que nos referimos, senão, manifestado 
como "fanatismo” e "superstição”. Sim, com outras palavras: o Poder Espiritual, 
apresentado de modo adulterado, desviado do verdadeiro sentido, querendo assenhorear-
se do Poder Temporal, isto é, ficar senhor dos dois Poderes... melhor: dominar o mundo, 
como tem sido até hoje o único desejo dos Movimentos Religiosos dominantes... e não da 
Verdadeira Religião... Por isso podemos dizer: "em todas as Nações onde estiver 
predominando Rajas e Tamas, ao mesmo tempo, dar-se-á um retrocesso de vários séculos 
na sua evolução... E como ninguém tem o direito de contrariar, de modificar a Lei... surge 
o desequilíbrio do emocional, o qual promove o desequilíbrio físico, havendo, naturalmente, 
a dor, a miséria... e a reação da própria Natureza (a manifestação daquilo que a linguagem 
religiosa... profética... chama de castigo). 
Quando predominam, ainda, em tais Nações, Rajas e Tamas ao mesmo tempo, há: 
os crimes passionais, os amores ilícitos, insatisfações de toda natureza, agitações... mal 
querência, enfim tudo mais quanto possa ter tido como: "ATIVIDADES INFERIORES". 
SATTVA: Quando é, finalmente, Sattva (amarelo) que predomina, esse atributo atrai 
os valores dos dois primeiros para que se dê o equilíbrio perfeito entre as três citadas 
qualidades da Matéria e, naturalmente, outorga às nações o mútuo entendimento e 
generosidade e acerto por parte dos governos, que se fazem eleitos e amigos do povo. 
Dirigentes e dirigidos formam uma harmonia perfeita, semelhante à vivida pelos antigos 
gregos e egípcios, nos seus belos tempos. É o que se pode chamar: Consciência Coletiva 
e concordância entre aptidão, idealismo e cargo. 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 12 / 26 
 
Por exemplo: Na Idade Média, a Era feudal por excelência, dominava TAMAS. No 
período em que estamos vivendo, nossa Era, domina Tamas e Rajas, ao mesmo tempo, o 
que representa períodos de crises, era de transição, de dúvidas e incertezas para quase 
todas as Nações do mundo, segundo aquele velho adágio oriental: "quanto mais pesado 
fizeres o mundo, mais o mundo pesará sobre Ti"," 
Por sua vez, a Música, de ordem artística mais elevada, começa pelo princípio 
harmônico (Sattva). Tal espécie de Música age não somente sobre as mais elevadas 
emoções, como sobre o Intelecto. O Ritmo é uma manifestação puramente física (Tamas). 
A Melodia (Rajas), que sem determinado fim nenhum sentido possui, conduz nossas 
emoções de um lado para outro. Com a combinação desses princípios são formadas todas 
as coisas dentro da Criação. 
Ouvir uma Sinfonia é proporcionar imensa energia mental. Ao se escutar as 
composições dos grandes Gênios, goza-se de uma música divinizada, que conduz os de 
bom estofo, aos reinos místicos da mais transcendental espiritualidade. A grande Música 
não requer, apenas, compositores que tenham penetrado no Mundo da Inspiração, no 
Mundo Intuitivo, para poder compô-la, mas também, de artistas criadores de primeira 
grandeza, que saibam interpretá-la. 
A Música exerce influência poderosa na educação emocional, mental e espiritual do 
gênero humano. Debaixo de sua misteriosa influência, a humanidade pode agitar-se 
comovida por múltiplas emoções, superiores e inferiores. Pode fundir-se na voluptuosidade 
de uma música sensual e rasteira ou escalar os mais altos cimos espirituais onde se 
encontra o "EU", a "Consciência Superior”, extasiando-se na Mística União com o TODO. 
o – O – o 
 
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Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 13 / 26 
 
 
OS PLANOS CÓSMICOS - I 
 
Para levar a efeito a um Sistema onde evoluirá um Universo, o Logos Solar, ou a 
Divindade Manifestada, traz consigo, como resultado de uma evolução realizada num 
Sistema anterior, inteligências altamente espiritualizadas, que serão seus auxiliares durante 
o novo Manvantara (ciclo de atividade universal). A elas caberá a missão de objetivar, no 
Mundo das Formas, o plano minuciosamente delineado na mente do Logos, o Grande 
Arquiteto. 
São os mensageiros do Pensamento Divino e Universal, constituindo as Forças 
inteligentes que estão impressas na Natureza e nela se realizam, obedientes, ao mesmo 
tempo às Leis impostas por Poderes vindos de plano mais alto. 
Referindo-se à organização dessas Hierarquias de Seres Espirituais, ou Mensageiros 
do Grande Arquiteto, Logos ou Deus, a "Doutrina Secreta” de HPB, compara-a a de uma 
legião, por intermédio da qual se manifesta o poder combativo de uma Nação. 
Tal como uma legião, onde cada grupo tem sua individualidade própria, acha-se, no 
entanto, contido numa individualidade maior, à qual seus próprios interesses estão 
subordinados; assim, as Hierarquias Espirituais acham-se escalonadas em grupos, cada 
um com sua missão própria, mas orientados e dirigidos por outros grupos maiores, a que 
estão submetidos, segundo a Lei Universal de Hierarquia. 
A constituição dos Planos Cósmicos se faz por meio de veículos saídos do Grande 
Arquiteto que, como Primeiro Logos é Pai; Segundo Logos é Mãe; e como Terceiro Logos 
é Filho. Mergulhados na luz emanada do Grande Logos, encontram-se suas Hierarquias, 
no terceiro Aspecto da Divindade, quando os Sete Primordiais Luzeiros, emanados do 
Primeiro Logos, já tinham impregnado a Matéria, com suas tônicas, até as suas mais 
ínfimas partículas ou átomos compondo os Sete Planos do Cosmos. Irão servir de veículos 
às consciências procedentes do Segundo Logos, formando com estas as Sete Hierarquias 
Criadoras, diferenciadas de modo complementar, em positivas e negativas, 
astrologicamente identificados como os Sete Planetas Sagrados. São os Sete Filhos de 
Aditi, denominados pelos hindus de Sete Espíritos do Sol. Os teósofos dão-lhes os nomes 
de Sete Logos Planetários, a cada um dos quais é confiada a direção de um dos Sete 
Planos Cósmicos, para a evolução do Sistema correspondente à sua tônica. 
 
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OS PLANOS DA MATÉRIA 
 
Anteriormente, fizemos uma citação sobre Substância. Neste momento vamos 
escrever alguma coisa a mais sobre Substância Primordial ou Substância Pré-Cósmica. 
Admite-se a existência de uma Substância Primordial antes do Sistema gerado pelo 
Logos Solar e que foi o substrato da Matéria nos diversos graus de diferenciação para a 
formação do Universo, constituindo seus diversos planos, dos quais conseguimos perceber 
parte do que é mais denso. 
Essa Substância ou Matéria Base é chamada pelos sábios antigos de Éter do Espaço, 
e é designada pela Química Oculta como Koilon, palavra grega que significa vazio. 
Ao denominá-la de Éter do Espaço, deve-se evitar confundi-Ia com a matéria etérica 
que constitui uma das sete subdivisões da matéria física, e muito menos ainda, não deve 
ser confundida com um produto químico denominado éter. 
Na Substância-Raiz, Pré-Cósmica, em sânscrito Mûlaprakriti, encontram-se, em 
estado latente, os padrões numéricos de todos os fenômenos físicos, psíquicos e mentais. 
Identificada com o próprio Espaço é, com ele, aúnica coisa eterna e imutável. Sobre ela 
nenhuma influência pode exercer a existência ou não existência de um Universo objetivo. 
Só pode ser percebida por meio de uma faculdade extremamente desenvolvida de 
clarividência, não obstante tal substância ter uma densidade maior do que tudo quanto se 
possa imaginar. Esse elemento da matéria que preenche e penetra todo espaço, como 
"espírito da matéria”, em sânscrito é denominado Âkâza ou Âkasha. 
O professor Osborn Reynolds, autor de uma teoria que se aproxima das relacionadas 
com as investigações ocultas, diz que a densidade da Substância Primordial é em torno de 
dez mil vezes maior do que a da água (d = 1 g/ml a 4 graus Celsius) e sua pressão mais 
baixa é de 750.000 toneladas por polegada quadrada. 
Na Ideação Pré-Cósmica, analogamente à existência desse substrato de Matéria nos 
seus diversos graus de diferenciação, podemos também aceitar como raiz de toda a 
consciência individual, um Princípio Eterno, ilimitado e imutável, que se manifestará 
particularmente através de veículos de Matéria. A Substância Pré-Cósmica ou Primordial e 
a Ideação Pré-Cósmica não devem ser consideradas como realidades independentes, mas 
como duas facetas ou aspectos da Realidade Única, do Absoluto (Parabrahman, ou que 
precede a Brahman), constituindo ambas a base do mundo ou do ser condicionado. 
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O contraste destes dois aspectos latentes do Absoluto é essencial à existência do 
Universo Manifestado. Considerados separadamente, não passariam de meras abstrações, 
e impossível seria a aparição de qualquer consciência. 
Na Primeira Manifestação, aceitando como axiomas fundamentais da Ciência Oculta 
esse substrato da Matéria e do Espírito, enchendo o Espaço abstrato, absoluto ou 
incondicionado, pode-se admitir que, em dado momento, em obediência a uma lei cíclica, 
uma secção do espaço infinito, secção essa igual às dimensões do nosso Universo, sofreu 
a ação de uma força, que mudou o estado de aparente imutabilidade da Substância 
Primordial ou Pré-Cósmica. O efeito produzido pela vibração dessa força, lançada através 
do infinito, assemelha-se ao causado por um Sopro poderoso que, projetando-se na 
superfície do Éter do Espaço, forma um número incalculável de bolhas esféricas, 
hiperfísicas, origem dos átomos últimos ou ultérrimos da Química Oculta, com que se irá 
construir o mundo das manifestações ou dos fenômenos pelos quais se revela a essência, 
como o noumeno dos antigos gregos. 
As citadas bolhas aparecem vazias, como buracos abertos no Éter, sendo impossível, 
mesmo à visão mais desenvolvida, perceber se nelas há ou não qualquer movimento, se 
giram ou não em torno de seu eixo. 
Ao que parece, não têm movimento próprio, podendo, no entanto, agir-se sobre elas, 
separadamente ou em massas, pelo exercício da Vontade. Em circunstância alguma essas 
bolhas se tocam, segundo se concebe a Química Oculta. 
Essa Força Primordial que, agitando o substrato da Matéria, a "Essência Plástica, raiz 
sem causa de todas as cousas", dando origem a essa primeira diferenciação, é conhecida 
pelo nome de FOHAT que, segundo diz HPB, é capaz de "abrir buracos no Espaço", 
"buracos abertos no Éter". 
FOHAT "endurece os átomos", nos dizeres das Estâncias de Dzyan (citadas na 
"Doutrina Secreta" - HPB). Infundindo a energia, de que é portador na Substância Primordial 
ou Pré-Cósmica, FOHAT cria os átomos últimos ou ultérrimos e, reunindo-os em átomos 
elementares, os agrupa e combina, formando todas as diferenciações da Matéria e todos 
os sóis ou centros de energia, que concorrem para a Evolução Cósmica. 
Intimamente ligado à Vida Una, ao Sol Oculto, FOHAT é a personificação do poder 
elétrico vital, a unidade transcendente que une todas as energias cósmicas, tanto nos 
planos invisíveis como nos planos visíveis. Assemelha-se a uma força viva criada pela 
Vontade. Os Ocultistas consideram FOHAT como uma Entidade, pois as forças sobre as 
quais ele age e exerce sua influência atinge todos os planos. 
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Na formação das coisas, desde o Sistema Planetário ao mais insignificante dos 
insetos, FOHAT é a força que obedece ao plano estabelecido pelo Pensamento ou Projeto 
Divino, tornando-se o pensamento objetivo da Divindade, o "Verbo feito Carne", o 
mensageiro da Ideação Cósmica e humana, a força ativa da Vida Universal. Dessa força 
pode-se fazer uma pálida ideia, denominando-a Eletricidade Cósmica, desde que lhe 
juntemos outros atributos, além dos comumente dados à eletricidade, a começar pela 
inteligência. São reflexos de FOHAT no plano físico: a eletricidade, o magnetismo, a luz, o 
calor, o som, a afinidade química, o movimento, a coesão etc., além das emanações de 
causas conscientes, sob a direção inteligente dessa força. 
O Supremo Arquiteto lança mão do atributo fohático e da Substância Primordial ou 
Pré-Cósmica, para gerar as bolhas que dão origem aos átomos últimos e, por meio dos 
Sete Primeiros Impulsos, cria os planos. Segundo as tradições e a Química Oculta, os 
antigos sábios indianos construíram uma tabela com exponenciais que dão uma noção de 
quantas bolhas extraídas da Substância Primordial, pela ação de FOHAT, seriam 
necessárias para constituir o átomo de cada um dos planos da matéria. No plano mais 
denso da matéria (Sthûla), haveria alguns bilhões de bolhas para formar o átomo, tal como 
é conhecido na ciência acadêmica. Num plano mais sutil da Matéria, átmico ou de Âtmâ, o 
átomo hiperfísico, nessa dimensão, é constituído por 2401 bolhas. 
O trabalho das forças emanadas do Logos ou Supremo Arquiteto para diferenciar a 
Matéria do seu Sistema é assim descrito pelos hindus: cada plano tem aquilo a que eles 
chamam de "tanmâtra" (literalmente: uma medida de "Aquilo") e um tatwa (tattwa, tattva, a 
condição de "Aquilo", ou "Aquele”). O Tanmâtra é a modificação da consciência do Logos; 
o tatwa é o efeito produzido na Matéria por essa modificação. A consciência do Logos acha-
se em cada átomo e exprime-se em certos limites que nós chamamos de planos ou 
mundos. 
Este processo de diferenciação da Matéria, por etapas sucessivas, tem sido 
comparado muitas vezes aos movimentos de inspiração e expiração da Divindade, a tudo 
sustentando com o Hálito Divino. 
A existência da Matéria depende absolutamente da continuidade de uma ideia na 
mente do Logos ou do Supremo Arquiteto. Se, por exemplo, o Supremo Arquiteto quisesse 
retirar sua força do plano físico e resolvesse deixar de pensar no mundo que habitamos, 
cada átomo físico se desintegraria sem deixar vestígios, o que nos remete à seguinte frase: 
"Se Deus parar de pensar o Universo deixa de existir". 
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Na descrição que tecemos para a concepção do Sistema Solar, onde o mundo físico 
que percebemos se desenvolverá também, chegamos ao momento em que, na enorme 
esfera turbilhonante, encontram-se sete tipos de matéria atômica, todas elas constituindo 
essencialmente um único e grande corpo que é, visto todos serem compostos da mesma 
espécie de bolhas. Eles diferem entre si apenas no grau de densidade. Todos esses tipos, 
em dimensões diferentes, se interpenetram livremente de forma que, em qualquer porção 
do espaço, encontram-se espécies de cada tipo, notando-se apenas a natural tendência 
dos átomos mais pesados gravitarem cada vez mais para o centro. 
Uma vez chegado à fase mais densa da construçãodo Sistema, o Logos envia seu 
sétimo impulso que, em lugar de dissociar os átomos em bolhas primitivas, como fizeram 
os seis impulsos anteriores, agrega-os em certos grupos, constituindo, assim, as diferentes 
espécies de proto-elementos que, reunidos por sua vez, irão originar as diferentes formas 
conhecidas pela Ciência Oficial, com o nome de elementos químicos, organizados na tabela 
periódica, concebida pelo químico russo Mendeleev, no século XIX . 
o – O – o 
 
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A MANIFESTAÇÃO DOS MUNDOS 
 
1o LOGOS, 2o LOGOS e 3o LOGOS 
 
Segundo a linguagem esotérica, quando por vontade própria o Eterno quer manifestar-
se, quando Ele sai da Eternidade (Mahâ-pralaya) onde repousa, mergulhado num sono sem 
sonhos, se assim podemos dizer, para entrar no tempo, para criar um novo Sistema, 
encontra-se à sua disposição uma massa infinita, em forma de bolhas minúsculas tiradas 
da Substância Primordial por ação de Fohat. Começa, então, em linguagem iniciática, a 
circunscrever-se a porção de espaço necessário ao seu campo de ação. 
A essa expansão denominamos Manifestação do Logos ou do Eterno, que dispõe 
assim de uma vasta região, cuja periferia irá muito além da órbita do planeta mais exterior 
dos futuros mundos. 
No interior da Matéria assim delimitada, o Logos dá origem a um movimento que varre 
todas as bolhas e as reúne em uma vasta massa central, condensando e comprimindo, 
numa área mais reduzida, a Matéria antes espalhada nesse prodigioso espaço. 
A certa altura desse trabalho de condensação ou compressão, o Logos gera no interior 
de tal massa um movimento turbilhonante acompanhado de uma atividade elétrica muito 
intensa, criando assim um grande vórtice de várias dimensões, que dará origem à futura 
nebulosa. A compressão dessa massa turbilhonante prossegue através de idades sem 
conta e, na realidade, ainda hoje se está manifestando, visto que nosso sistema solar, como 
revelação física desse fenômeno, não está completamente formado. 
Antes de seguirmos adiante, vamos tentar simplificar o que foi dito anteriormente. Com 
muita propriedade, as tradições orientais denominam o Eterno, antes da sua manifestação, 
de NÃO SER, por estar num estado passivo ou inativo; mas, ao passar para o estado ativo, 
transforma-se no SER. 
Do NÃO SER passa a fluir algo indiferenciado que se polariza em Espírito e Matéria, 
ou Purusha e Prakriti, na linguagem sânscrita. 
Grosseiramente falando, o Espírito Universal é o primeiro invólucro de Matéria 
sutilíssima, imperceptível aos sentidos humanos, que se condensa em torno da Essência 
da Divindade nos seus primeiros momentos de manifestação, passando da condição do 
NÃO-SER, do Absoluto Indiferenciado, para a condição do SER, em seu primeiro aspecto 
também denominado Primeiro Logos (Brahmâ; Osíris; "Pai” etc.). 
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Analogamente, no Microcosmo que é a criatura humana, parte daquela Essência está 
envolvida pelo mais sutil substrato da Matéria, como seu invólucro luminoso, também 
denominado Espírito, onde ela é a Centelha Divina. 
O NÃO SER de ilimitado passa a ser limitado, isto é, o Sem Atributos passa a ter 
Atributos, de Inação passa para a Ação; começa a agir, pois já constitui uma polaridade, 
fazendo uma oposição a si mesmo, como se mirasse num espelho, onde está seu reflexo. 
Utilizando a linguagem simbólica podemos representar a Cosmogênese por 
intermédio das seguintes gravuras: 
 
O círculo é o símbolo da primeira manifestação do NÃO SER. 
É quando, por Vontade própria, o Absoluto, o Aquele, o Aquilo, o 
Imanifestado, o Parabrahman se abre para formar o SER, o Uno 
Trino, das três fases seguintes. 
 
O círculo com um ponto no centro pode ser considerado o ovo 
do mundo. É a fase da ideação. Podemos também denominá-la 
Primeiro Trono ou Primeiro Logos; e tem o simbolismo cromático 
da cor amarela. É Brahmâ na trindade hindu, o Deus como Pai, dos 
cristãos. 
 
O círculo dividido ao meio, representando uma polaridade, 
simboliza a manifestação da fase da plasmação. Vamos denominá-
la Segundo Trono ou Segundo Logos; é Deus como a Mãe nas 
muitas trindades sagradas, expressa pela cor azul. Na trindade 
hindu, é Vishnu. 
 
O círculo circunscrevendo uma cruz, ou dividido em quatro 
espaços, ou quadrantes, representa a polaridade em atividade, 
gerando e criando. É a fase da realização. Podemos denominá-la 
Terceiro Trono ou Terceiro Logos; é Deus como Filho, expresso 
pela cor vermelha. É Shiva na Trindade hindu. 
 
 
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OS PLANOS CÓSMICOS - II 
 
Da manifestação do Logos ou do Eterno surgem os Sete Seres Primordiais ou 
Autogerados, Sóis ou Planetas Sagrados. Expressões como Sistemas Solares ou 
Planetários, em linguagem esotérica, referem-se aos Autogerados e não aos dos corpos 
celestes da astronomia acadêmica. 
Durante a união ou processo de compressão das bolhas constituintes da Matéria 
primordial ou Substância Primordial, o Logos envia, por intermédio de seu terceiro aspecto, 
o aspecto da atividade ou 3oLogos, os sete impulsos ou "sopros", que segundo a Sabedoria 
Iniciática, têm funções específicas. 
O primeiro impulso cria, em toda região de forma esférica, um grande número de 
minúsculos turbilhões, cada um dos quais atrai para si quarenta e nove bolhas, dispondo-
as de forma organizada. Estes pequenos grupos de bolhas assim formados são os átomos 
do segundo plano, o plano Anupâdaka ou monádico. Nem todas as bolhas sofreram essa 
transformação. As que continuaram dissociadas servem de átomos para o primeiro plano. 
Esses átomos não têm o mesmo significado dos elementos químicos da ciência acadêmica. 
A seu tempo, um segundo impulso se produz, apossando-se de quase todos os 
átomos do segundo plano; desintegra-os, fazendo-os voltar ao estado de bolhas, para 
novamente nelas criar turbilhões, cada um dos quais atraindo para si bolhas, que vão 
constituir os átomos do terceiro plano de matéria. 
Dá-se, em seguida, o terceiro impulso que, do mesmo modo, apossa-se de quase 
todos os átomos constituintes do terceiro plano, deixando como nos outros casos, um 
número suficiente para formar esse plano. Absorvidos por esse terceiro impulso, ele os 
desintegra para rejeitá-Ios como átomos do quarto plano. 
Esse processo se repete até que o sexto impulso tenha formado os átomos ultérrimos 
do sétimo plano, o plano físico, cuja parte mais densa deu origem aos elementos químicos 
ou átomos tais como são reconhecidos na Química oficial. 
 
UM POUCO MAIS DE COSMOGÊNESE 
 
O nosso Universo físico não surgiu de uma só vez. A criação dele obedeceu a várias 
etapas, períodos ou ciclos. 
A Bíblia diz, alegoricamente, que Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo 
descansou. 
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Tudo é cíclico no Universo e a sucessão dos nascimentos, ascensões, declínios e 
mortes, formam os períodos cíclicos da Evolução Universal. 
Segundo a tradição, nosso mundo material está na quarta fase ou ciclo de Evolução. 
Vivemos na quarta idade de Brahmâ, ou Quarto Sistema, e faltam três etapas para que se 
complete a Evolução Cósmica. 
Sem nos aprofundarmos agora no assunto, podemos adiantar que nosso quarto 
Sistema compõe-se de sete Cadeias, cada Cadeia desenvolve-seem sete Rondas ou 
Etapas. Na primeira Cadeia, teve origem o que hoje denominamos de Reino mineral; na 
segunda, o vegetal; na terceira, o animal; e, na atual quarta Cadeia, o Reino Hominal. 
A evolução paralela dos Reinos mineral, vegetal, animal e hominal, expressa o 
desenvolvimento da Natureza, guardadas as devidas proporções e o fator tempo. 
A etapa atual ou quarta Cadeia de evolução é a mais densa em relação às três etapas 
anteriores desse Sistema. 
A mitologia grega fala dos Kabiris ou Kabires e a tradição hindu dos Kumaras, 
atribuindo-se a esses Seres a criação dos reinos da Natureza, cada um também 
correlacionado com as experiências de antigos Sistemas. 
 Kabires ou Kumaras são Consciências Cósmicas em funções geradoras no Universo 
segundo as características da Matéria de que são constituídos. Eles elaboraram da própria 
Matéria o Universo em seu plano mais denso ou físico. 
Cada povo, de acordo com sua tradição, correlaciona nomes aos desses Seres que, 
na sua essência, são únicos. Assim encontramos os nomes de: Maharajas, Kabires, 
Planetários, Kumaras, em diferentes funções. 
A Terra é um corpo físico, animado por uma dessas Consciências Cósmicas, da 
mesma maneira que em nós, seres humanos, algo superior e interior anima o nosso corpo 
físico. 
Em nós existe a alma (mental inferior e astral ou emocional) que anima o corpo (vital 
e físico), mas temos o Espírito (âtman, buddhi e mental superior) que governa aqueles. O 
mesmo sucede no Universo. Não podemos ver a Consciência Cósmica que atua no 
Universo, da mesma maneira que não vemos a alma humana, nem tampouco o espírito, 
porque são feitos de matéria não perceptível aos nossos limitados órgãos dos sentidos. 
Assim, os corpos celestes e tudo mais que existe configurando o Universo, como 
sabemos, são o aspecto polar de Deus, que é a Unidade. A Unidade é homogênea e a 
multiplicidade ou Universo é heterogênea, isto é, apresenta-se sob múltiplos aspectos ou 
formas. 
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Os orientais costumam dizer que tudo quanto existe no Universo representa várias 
facetas com que Brahmâ se manifesta. 
Os Kabires, Kumaras, Elohins, Logos, Dhyân-Chohâns, Maharajas, etc. são projeções 
da Consciência Divina e se subdividem em sete, assim como são sete os veículos do 
homem; os sete dias da semana; as sete notas musicais; as sete cores do arco-íris; as sete 
camadas ou níveis que envolvem o núcleo do átomo etc. Todas são representações 
simbólicas, em várias tradições, do modelo setenário no Sistema Planetário da Evolução, 
um Sistema Solar que não tem o mesmo significado na astronomia acadêmica, restrita 
apenas aos corpos siderais, seus elementos e forças físicas. 
Os Kabires são, portanto, os construtores do Universo e este, segundo as tradições, 
obedece a traçados, ou projeções geométricas. Cada Kabire, agindo segundo sua 
natureza, plano ou estado de consciência, criou um aspecto ou mundo no Sistema. 
Dos ensinamentos pitagóricos tem-se que Deus geometriza, e as tradições hindus 
dizem que Shiva ocupou 104 milhões de posições, cada uma delas correspondendo a uma 
faceta do Universo, portanto, diagramas cósmicos, formas geométricas. As estranhas 
posturas da Hatha yoga, tão pouco interpretadas, são imitações das posições ocupadas 
por Shiva, na dança criativa do Universo. Realizando essas posições, o discípulo ou yoguin 
procurava identificar-se com o processo da criação cósmica e assim alcançar sua deidade 
favorita, escolhida como meta final da sua iniciação. 
As tradições e mitologias ocultam, em seu simbolismo, o Conhecimento Iniciático que, 
dessa forma, vê preservada a sua pureza, ao mesmo tempo em que é transmitido de 
geração em geração através das idades. Elas não estão presas à investigação científica, 
mas o estudo apurado de seus símbolos dá-nos a chave para entendermos como o Criador 
arma a sua criação. 
Assim é que encontramos tradições que mostram a Terra apoiada em quatro animais 
ou em três, quando esses três se apoiam em um quarto. 
Fazendo referência aos quatro pontos cardeais, dizemos: os quatro cantos da Terra 
são representações simbólicas do compasso quaternário que dirigiu a criação do nosso 
globo ou planeta. 
A história mostra-nos a figura de grandes Seres, imperadores e deuses, trazendo na 
palma da mão uma esfera encimada por uma cruz vertical. A cruz vertical é o símbolo da 
sua hierarquia e apresenta o Senhor ou Rei do Mundo. 
Conta a mitologia que Atlas, o quarto Rei (atlante), carregava o mundo nas costas. 
Atlas representava o quarto Ser Primordial, o quarto Construtor Universal. 
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Em linguagem esotérica, é comum usar as palavras "planos ou mundos” como sinônimos 
para designar a constituição do Universo. A palavra "mundo”, na sua origem latina, tem o 
sentido de "limpo” e "organizado”, ao contrário do que é "imundo”. 
Os quatro planos ou mundos, em graus 
decrescentes de poder vibratório, embora 
interpenetrados, didaticamente são apresentados 
isoladamente da seguinte forma: 
1 – O mundo da matéria mental; 
2 – O mundo da matéria emocional; 
3 – O mundo da matéria vital; 
4 – O mundo da matéria física, tal como o 
conhecemos. 
 
Embora vivamos em meio a esses quatro mundos, só percebemos e nos identificamos 
com o da matéria física, mais densa, que é a que sensibiliza os nossos órgãos dos sentidos, 
através dos quais reconhecemos os reinos da Matéria também mais densa: mineral, 
vegetal, animal e hominal. 
Por meio da prática iniciática o discípulo pode aperceber-se das outras condições da 
vida e da Matéria em outros estados, os quais já despertaram a atenção dos homens de 
ciência de maior sensibilidade e são objetos de investigações dos planos hiperfísicos. 
Os Kabires, cada um dentro da sua função específica ou estado de consciência que 
lhe é próprio, como já dissemos, projetaram condições que transformaram a Matéria. Sendo 
Eles os mantenedores do Universo, cada um governa o reino que lhe é próprio. Eles deram 
ao Universo as quatro condições a que os antigos alquimistas se referiam, os quatro 
elementos hiperfísicos simbolizados pela "terra, água, fogo e ar”. Esses elementos estão 
relacionados aos quatro tatwas, forças sutis e inteligentes, elementos que serão 
trabalhados em uma determinada prática (ioga dos cinco elementos), conhecidos pelos 
nomes de: prithivî, âpas, tejas e vâyu, conforme a filosofia Sânkhya. 
No ser humano, esses princípios alquímicos estão biologicamente representados da 
seguinte forma: sólido (ossos), líquido (humores biológicos), gasoso (o ar que alimenta as 
células com energia vital e produz a hematose) e temperatura corporal (o calor que mantém 
o corpo entre 36° e 37° C, indício seguro da existência de algo correlacionado ao fogo). 
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O calor, a que se referem os alquimistas e orientais na teoria dos tatwas, não é aquele 
que conhecemos como produto de uma combustão (queima), mas uma condição cósmica 
ligada aos Kabires. 
Assim os Kabires, gerando cada qual um aspecto do Universo, criaram o compasso 
quaternário dentro do qual a Terra evolui, e os outros aspectos superiores se assentam ou 
firmam. 
O movimento de translação da Terra provoca as mudanças climáticas conhecidas 
como quatro estações, um dos aspectos do compasso quaternário. Na criatura humana, 
expressam-se primordialmente, os quatro temperamentos e o ciclo respiratórioem 4 fases 
(inspiração, pausa pós-inspiratória, expiração, pausa pós-expiratória). 
O diagrama seguinte nos dá um resumo das informações cosmogônicas aqui 
apresentadas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Criador no Mundo das Causas faz a ideação e se projeta no Mundo das Leis 
formando as sete potestades, construtoras, encarregadas de executar as suas diretrizes, 
esquematizando o Universo. No Mundo dos Efeitos é objetivada e firmada a ideação do 
Criador na máxima densificação alcançada na Matéria. 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 25 / 26 
 
Para melhor entendermos, temos: 
O primeiro Kabire, projetando-se, cria o mundo da matéria mental ou mundo de manas, 
onde dominam os arquétipos e geram-se os pensamentos. Arquétipos, etimologicamente 
falando, são formas de governar ou reger; no caso, constituem o plano diretor do Universo 
para que suas criaturas sigam padrões organizados que preservem a harmonia do TODO. 
O segundo Kabire manifesta-se, na sequência, criando o mundo de matéria astral, 
emocional ou mundo de kâma, matéria mais densa que a anterior, onde se processam os 
desejos, as emoções, os sentimentos. 
O terceiro Kabire, projetando-se, no seu tempo, cria o mundo de matéria etérica vital, 
matéria mais densa que a anterior. 
O quarto Kabire manifestou-se para criar o mundo físico ou mundo de sthûla, o de 
maior densidade da Matéria. 
Para cada um desses quatro mundos ou planos, a criatura humana tem um veículo 
apropriado para manifestar-se: 
- No plano da mente, o veículo mental concreto; 
- No plano das emoções, o veículo emocional; 
- No plano da vitalidade, o veículo vital, duplo etérico ou físico etérico; 
- No plano do físico, o veículo físico, físico denso, biológico, bioquímico, ou corpo 
humano como na linguagem usual. 
 
Esses quatro mundos formados pelos Kabires interpenetram-se, assim como 
interpenetram-se os quatro veículos inferiores da natureza humana (mental concreto, 
emocional, vital e físico). 
Encontram-se nas antigas mitologias, representações de Seres sustentando a Terra, 
como Hércules carregando-a nas costas. A correspondência que segue simboliza os quatro 
Kabires responsáveis pela criação dos quatro planos da natureza do nosso Sistema de 
Evolução, o Quarto de Sete Sistemas dos quais três já foram realizados. 
 
A Esfinge, na sua forma, representa os quatro Kabires, com: 
- Asas de águia 
- Cabeça de leão 
- Corpo de touro 
- Rosto humano. 
 
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Módulo 3: Cosmogênese 
O Universo; aspectos pré e pós manifestação 26 / 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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