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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO "LATU SENSU" AVM FACULDADE INTEGRADA MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS GERADOS PELA IMPLANTAÇÃO DA USINA TERMELÉTRICA DE QUEIMADOS Por: Elizete Ventura de Souto Orientador Professora: Maria Esther de Araujo Rio de Janeiro 2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO "LATU SENSU" AVM FACULDADE INTEGRADA MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS GERADOS PELA IMPLANTAÇÃO DA USINA TERMELÉTRICA DE QUEIMADOS Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialização em Gestão Ambiental. Por: Elizete Ventura de Souto 3 AGRADECIMENTOS A Deus e aos meus amigos de grupo Ethiane Marcelino, Rebeca Bianchi e Sérgio Braga que sempre estiveram ao meu lado nas pesquisas e trabalhos. 4 DEDICATÓRIA Primeiramente a DEUS sem ele sou nada. A Lú, Sérgio e meus filhos que me deram forças para até aqui chegar. Dedico. 5 RESUMO No ano de 2001, o setor elétrico brasileiro vivenciou a escassez de energia elétrica, tornando-se necessária à prática de racionamento, que afetou a vida de milhões de brasileiros e ainda teve conseqüências negativas no ritmo da produção econômica. O período de racionamento trouxeram dificuldades, o que se fez pensar na importância do planejamento da expansão do setor elétrico brasileiro. Especificamente no que tange as questões ambientais, vale ressaltar que nos últimos anos esforços vêm sendo realizados no sentido de incorporar essas questões no planejamento da expansão do setor elétrico brasileiro. Entretanto, no caso das usinas termelétricas, há uma carência de instrumentos para a realização de planejamento ambiental. Esta monografia tem como objetivos principais apresentar os impactos ambientais negativos associadas à implantação da usina termoelétricas de Queimados, destacar a necessidade de medidas mitigadoras no planejamento desta implantação e apresentar diretrizes para elaboração de instrumentos e procedimentos para a realização de implementação de programas, tendo em vista que os impactos negativos, serão inevitáveis. E ainda fomentar e divulgar os benefícios de melhorias ambientais e econômicas para a empresa e sociedade, concientizando o cidadão de que atitudes individuais, somadas a outras, podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da comunidade e beneficiar, direta e indiretamente o ecossistema. Desse modo o capítulo I, apresenta o empreendimento com sua área de influência no meio físico, biótico e socioeconômico. O capítulo II, descreve o empreendimento com suas características gerais, seus objetivos e suas justificativas técnicas, socioambientais e ambientais, bem como a localização, as vias de acesso existentes e projetadas e ainda a limpeza e preparação do terreno.Já o capítulo III, identifica e avalia todos os impactos ambientais negativos gerados pela implantação do empreendimento e finalmente o capítulo IV, trás as medidas mitigadoras para cada um dos impacto negativo gerados pela implantação do empreendimento bem como a implementação de programas e planos para tais mitigações. 6 METODOLOGIA Esta monografia foi construída a partir do levantamento e análise da literatura referente ao assunto, tendo sido consultados artigos, livros, dissertações, teses e sites da internet. Assim como, do levantamento, comparação e análise dos impactos ambientais negativos gerados na implantação de termoelétricas e suas medidas mitigadoras, visando o licenciamento ambiental. E conjuntamente foi utilizada a metodologia do estudo de caso, sendo escolhida para estudo, A Usina Termoelétrica localizada no município de Queimados, em função da facilidade para obtenção de informações, por ter sido acompanhado o processo de licenciamento ambiental desta unidade através de seu EIA/RIMA. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 Capítulo I – Apresentando o Empreendimento 10 Capítulo II - Descrevendo o empreendimento 14 Capítulo III - Impactos Ambientais Negativos Gerados Pela Implantação da UTE Queimados 27 Capítulo IV - Medidas Mitigadoras Para os Impactos Ambientais Negativos Gerados Pela Implantação da UTE Queimados 38 CONCLUSÃO 54 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 55 ÍNDICE 56 8 INTRODUÇÃO "Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações" (Art.255 da Constituição Federal do Brasil, 1988). Com base neste preceito da legislação ambiental federal, obtive a motivação para a identificação e análise dos impactos ambientais negativos gerados na implantação da Usina Termoelétrica de Queimados, visando propor as medidas mitigadoras para tais impactos. A preservação ambiental abrange todas as medidas destinadas a proteger o meio ambiente natural das influências nocivas e a melhorar a qualidade dos ecossistemas poluídos. Estas medidas vão desde o comportamento individual ecologicamente consciente até os acordos internacionais paras manter a água, o solo e o ar limpos. E um dos objetivos mais importantes da preservação ambiental é prevenir os impactos negativos. Por outro lado, devem ser levadas em conta as necessidades básicas dos indivíduos e da sociedade em geral, assim como os interesses das gerações futuras. Cada vez mais, a manutenção da base da vida humana é considerada à luz dos princípios de sustentabilidade, tanto a nível local como mundial. Nas últimas décadas temos percebido que estamos extrapolando os limites da natureza, pois desde o início da era industrial, a exploração do meio natural por parte da humanidade tomou um rumo que tem causado impactos negativos sobre o ambiente. Os recursos naturais estão se esgotando e os detritos aumentam a um ritmo maior do que o solo, o ar, os rios e oceanos conseguem suportar. Assim passamos a buscar o conceito de desenvolvimentosustentável, e uma das principais questões que teremos que resolver para que seja adotado o modelo de desenvolvimento sustentável é a preservação da base ambiental, e quando observamos que isso não é possível, ao menos temos que tentar amenizar os danos causados ao meio ambiente com medidas mitigadoras para tais danos. Todo o mundo, inclusive o Brasil, vem enfrentando uma crise energética e fontes alternativas vem sendo estudadas e testadas a fim de superar a 9 demanda projetada para o atual milênio. Assim o Gás Natural vem sendo utilizado em vários países industrializados e no Brasil prevê-se uma expansão de seu consumo, e em especial para a geração de energia a partir de sua utilização em termoelétricas. Com o esgotamento dos melhores potenciais hidráulicos do país próximos dos consumidores e a construção do gasoduto Bolívia–Brasil, as usinas termoelétricas a gás natural tornaram-se uma alternativa importante para a necessária expansão da capacidade de geração de energia elétrica. As mudanças da matriz energética brasileira - de hidráulica para térmica - alteram os investimentos em pesquisas e desenvolvimento, assim como os impactos ambientais decorrentes da produção de energia elétrica e do consumo de combustíveis. Neste contexto atual, da busca de novas alternativas para gerar energia e a crescente inserção do gás natural na matriz energética brasileira, este trabalho busca identificar os impactos ambientais negativos gerados na fase de implantação da UTE Queimados (Já em fase de Construção na Estrada Projetada, S/N, Vila Nancy, no município de Queimados, no Estado do Rio do Janeiro) e propor medidas mitigadoras para tais impactos. Objetivando com isso, criar medidas de reabilitação ambiental, integrando os diferentes agentes internos e externos como: empresas contratadas, consultoras, empreendedor, empregados, comunidades e órgãos públicos, para mitigar os impactos negativos gerados pelo processo de implantação da UTE Queimados. Visando com isso a proteção da fauna, flora, comunidade e trabalhadores inseridos em toda área de influência do empreendimento, em que haverá atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de impactos negativos no processo de implantação para cada situação de obra que será feita. Assim analisar as práticas ambientais praticadas visando a criação de mecanismos eficientes na execução e monitoramento de Programas Ambientais, durante as obras de implantação da UTE Queimados, mantendo um elevado padrão de qualidade ambiental, obtendo um material que possa servir de proposta para posterior estudo de impactos ambientais negativos e medidas mitigadoras para futuras implantações de UTEs, que surgirão Brasil afora. 10 CAPITULO I - APRESENTANDO O EMPREENDIMENTO A área de influência de um empreendimento abrange todo o espaço suscetível às suas ações diretas e indiretas. A adequada delimitação das áreas de influência de um empreendimento permite definir o referencial espacial para o levantamento e análise de informações que conduzirão à caracterização do contexto dos meios físico, biótico e socioeconômico da região antes das obras e, a partir desse diagnóstico, localizar territorialmente onde ocorrerão as interferências positivas e negativas de sua implantação. Classicamente, são utilizados os conceitos de Área de Influência Direta (AID) como o território onde as condições sociais, econômicas e culturais e as características físicas e bióticas sofrem os impactos de maneira primária, ou seja, há uma relação direta de causa e efeito. Define-se como Área de Influência Indireta (AII), o território onde os impactos se fazem sentir de maneira secundária ou indireta e, geralmente com menor intensidade em relação à área anterior (AID). Os limites das áreas de influência associados à UTE QUEIMADOS foram determinados a partir de critérios objetivos, relacionando a abrangência das ações potencialmente geradoras de impactos aos meios físico, bióticos e socioeconômicos, os quais o empreendimento está inserido. Com a abrangência especial da repercussão de potenciais, tem-se a possibilidade de uma melhor elaboração dos programas de identificação, monitoramento e de contenção dos efeitos. 1.1- O Meio Físico Distintamente, é também impacto do empreendimento a emissão de poluentes e sua conseqüente interferência na saturação da bacia atmosférica. Esse impacto pode atingir distâncias indeterminadas, embora tenha intensidade gradativamente decrescente, progredindo para um nível indetectável. 11 Dessa forma, a definição da ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) referente ao meio físico tomou como base a Análise de Riscos, em especial as informações sobre emissões atmosféricas, sendo definida uma AII de 20 km de raio. A ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA foi delimitada em um raio de 10 km, englobando as vias de acesso ao empreendimento e a área do terreno destinada à UTE QUEIMADOS, com cerca de 30 ha e a área definida pela pluma de dispersão atmosférica. 1.2- O Meio Biótico Para a definição da Área de Influência Indireta referente ao meio biótico considerou-se a repercussão de ações decorrentes da fase de implantação, como a terraplanagem e aterro de áreas alagadas, que poderão ocasionar a fuga de animais eventualmente presentes na área ou a perturbação dos habitats. Portanto, para a caracterização do meio biótico, foram consideradas como ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) as paisagens presentes na região ao longo de um raio de até 3 km a partir do ponto central do empreendimento. A ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) consiste no local da efetiva implantação da UTE e seu entorno imediato até o limite de 1,0 km. 1.3- O Meio Socioeconômico A área prevista para a UTE QUEIMADOS localiza-se no município de Queimados, próximo aos limites com os municípios de Seropédica e Japeri. Considerando as similaridades socioeconômicas entre esses municípios, as interações entre seus moradores, as possibilidades de deslocamentos, das potencialidades urbanas e de relevância populacional, bem como as demandas por serviços e infra-estrutura nesses municípios, os impactos inerentes à natureza do projeto não deve se limitar exclusivamente as fronteiras do município em que se insere. Nestes municípios as demandas por serviços e infra-estrutura já se dão integradamente de forma intensa, independente dos impactos inerentes à natureza do empreendimento que porventura possa ocorrer, reforçando assim a justificativa do detalhamento da caracterização destes municípios em conjunto. 12 Deve-se considerar, ainda, a influência do meio sobre o empreendimento, seja na fase de implantação ou de operação. Tais influências envolvem, por exemplo, a viabilidade de transporte, proximidade com áreas de empréstimo, a dispersão de emissões atmosféricas, a capacidade de diluição e transporte de poluentes pelos corpos hídricos, o distanciamento de unidade de conservação e aglomerados urbanos. Considerando esses cenários e a natureza do empreendimento, foi então definido como ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) um raio de 20 km a partir de um ponto central na área do empreendimento, o que enquadra os três municípios supracitados -Queimados, Japeri e Seropédica, devendo a análise contribuir para o entendimento da dinâmica socioambiental regional. Para a delimitação da Área de Influência Direta, foram considerados os espaços efetivamente objeto das intervenções realizadas no processo construtivo e que poderão provocar impactos diretos. Os estudos das interferências para o sistema socioeconômico foram baseados na abrangência das obras, uma vez que se inseremneste círculo, as intervenções mais distantes previstas, quais sejam: - a melhoria da estrada de acesso, que deriva da Rodovia Presidente Dutra até o empreendimento; e - a captação de água, a ser realizada no Rio Guandu. Dessa forma, para efeito de estudo considerou-se como ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) um raio de 3 km a partir do eixo central do empreendimento. A AID definida compreende os elementos mais relevantes, dentre os quais os bordos das cidades de Seropédica e Japeri; os aglomerados humanos mais próximos; o curso d’água e as drenagens imediatamente a jusante do Empreendimento; a Cerâmica Vulcão (eventual fornecedora de tijolos para os prédios de apoio da UTE); as lagoas de extração de areia e argila; o canteiro de obras do Empreendimento (interno ao terreno da UTE) e a região afetada pela construção, melhoria ou ampliação das vias de acesso aos locais das obras. Este capítulo apresentou o empreendimento com sua área de influência, levantando e analisando o meio físico, biótico e socioeconômico da região 13 antes das obras, definindo o território onde ocorrerão as interferências negativas de sua implantação. Visando com isso a elaboração dos programas para as medidas mitigadoras para os impactos ambientais negativos gerados pela implantação do empreendimento. 14 CAPÍTULO II - DESCREVENDO O EMPREENDIMENTO A central geradora termelétrica UTE Queimados terá potência líquida total autorizada pela ANEEL de 450 MW (módulo I e II), operando com Gás Natural. Toda a planta será operada da sala de controle através de um painel central, exceto poucos equipamentos secundários que terão operação local. O sistema de automação permitirá que da sala de controle se dê partida ou pare os grupos geradores e se opera o sistema combustível e óleo lubrificante. Haverá indicações remotas dos principais parâmetros de operação, como temperatura, pressão, rotação, tensão, corrente e freqüência, permitindo atuação remota. A UTE possuirá ainda alarmes sonoros e luminosos dos principais parâmetros de operação, sendo previsto também um sistema de registro de alarmes e impressão de relatórios de operação. Haverá um sistema automático de sincronismo dos geradores, ajustando as cargas individuais e sincronizando com a rede. Todos os equipamentos utilizados na usina serão novos e fornecidos por fabricantes de qualidade com tradição de fornecimento para empreendimentos desta natureza. A UTE Queimados será construída exclusivamente para a geração de energia elétrica e manterá contrato bilateral com os agentes de distribuição denominado contrato de Comercialização de Energia Elétrica no ambiente regulado. A UTE se conectará ao Sistema Interligado Nacional. “A produção de energia elétrica pela queima de gás natural é pouco poluente e a construção de gasodutos barateia o transporte e permite melhor distribuição geográfica das usinas.” (Moreira,João Carlos-2005 p.408). 2.1- Os Objetivos e Justificativas do Empreendimento O projeto da UTE QUEIMADOS tem como objetivo otimizar o tempo de sua implementação para viabilizar a geração de energia com eficiência e economia, buscando atender parte da crescente demanda de energia na Região Sudeste do País, mais especificamente, no estado do Rio de Janeiro. Até 2015, espera- 15 se que o projeto injete na rede básica de energia elétrica uma carga de 560 MW. O objetivo principal deste empreendimento é aumentar a diversificação de suprimento de fontes energéticas no mercado, atendendo a evolução do número de consumidores e do consumo de energia elétrica, além de estimular a geração de energia elétrica de forma competitiva e rentável, favorecendo o desenvolvimento tecnológico do setor energético, contribuindo desta forma para a produção e uso da energia. Ressalta-se que este empreendimento será considerado uma referência para outros empreendimentos que compõem o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, por sua performance ambiental e energética, ganhando notoriedade e o reconhecimento mercadológico graças ao seu desempenho econômico, a sua responsabilidade ambiental e ao seu comprometimento permanente com os mais modernos conceitos de eco-eficiência. O projeto da UTE Queimados é composto pela implantação de dois módulos de geração, denominados módulo I (330 MWe), e módulo II (120 MWe – expansão). No caso da UTE Queimados módulo I, temos como principal objetivo a geração simultânea de energia elétrica e térmica, em função do ciclo combinado projetado para beneficiamento do turbo gerador integrante do sistema de geração elétrica. Para a UTE Queimados módulo II, encontra-se previsto a geração elétrica por meio de motores de combustão interna funcionando em ciclo Otto, usando gás natural como combustível principal. Em ambos os módulos a energia elétrica resultante do processo de geração será comercializada no ambiente regulado. A UTE será responsável pelo fornecimento de energia elétrica para comercialização nos lotes vendidos no Leilão de Energia A-3. A geração de energia elétrica se dará pela implantação de turbogeradores em ciclo combinado (módulo I), e motores de combustão interna (módulo II), usando Gás Natural como fonte energética. A Unidade Termoelétrica Queimados módulo I terá uma capacidade líquida de 330 MWe, produzidos por Turbinas a Gás e Turbogerador a Condensação, operando em ciclo combinado. 16 A Unidade Termoelétrica módulo II terá uma capacidade líquida de 120 Mwe, produzidos por motores de combustão interna, operando em ciclo Otto. O projeto contemplará pontos de medição de energia elétrica, conforme determinado pela Aneel, e atenderá às exigências dos órgãos fiscalizadores (concessionária local de energia elétrica, Aneel, Meio Ambiente, etc.), prevendo inclusive medição individualizada para obtenção das cargas parasitas da usina (consumo próprio). 2.2- As Justificativas Técnicas e Socioeconômicas O crescimento pela demanda energética no Brasil vem sendo observado sistematicamente ao longo dos últimos anos, acompanhando o desenvolvimento da economia no País. Desde 2005, o consumo de energia no Brasil passou de uma média 28.000 GWh para mais de 32.000 GWh no primeiro quadrimestre de 2008. Especificamente no ano de 2008, o comportamento do consumo de energia até o mês de maio foi ainda mais surpreendente, uma vez que houve um aumento em relação ao mês de abril, diferentemente da tendência sazonal observada nos anos anteriores, quando o consumo de energia tendia a baixar nos meses de inverno. Em maio de 2008 observou-se o crescimento em todos os principais segmentos do mercado, ao contrário do que ocorrera em abril, quando apenas a indústria apresentara expansão. Diante desse cenário de crescimento do consumo de energia elétrica, os órgãos governamentais vêm identificando a necessidade de ampliação da malha de geração de energia tanto através da implantação de usinas hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas quanto através de termelétricas. Apesar do grande potencial hídrico do Brasil, vem sendo observada uma grande variação com caráter sazonal nos níveis dos reservatórios existentes. A redução dos níveis de água nas épocas de seca pode vir a por em risco a confiabilidade do setor de geração elétrica do país, comprometendo o crescimento sustentado da economia. Sendo assim, torna-se de extrema importância a diversificação das fontes geradoras de energia elétrica no país, de modo a garantir estabilidade na 17 geração,evitando possíveis racionamentos em decorrência da carência de chuvas. Assim, considerando a necessidade de diversificar a matriz energética, para fins de participação no Leilão de Energia Nova A-5, a GENPOWER ENERGY optou pela apresentação de uma usina termelétrica operada a gás natural, a qual permitirá: - auxiliar no atendimento à demanda existente no mercado por energia, ajudando assim a diminuir o risco de déficit; - o aporte de recursos novos, fora do setor público, na solução dos problemas nacionais, por se tratar de uma iniciativa privada; - contribuir para o aumento de informações disponíveis na medida que os estudo elaborados para o seu licenciamento reúnem dados sobre diversos aspectos da região onde se instala o empreendimento. Conforme os últimos acontecimentos registrados pela imprensa, verifica-se que o crescente aumento com a preocupação energética no Brasil é fato, onde várias organizações especializadas no monitoramento do sistema energético vêm noticiando que o aumento da demanda energética (ANEEL, COGEN-SP, etc.) está ocorrendo em descompasso com o aumento de oferta. Nesse cenário atual, vários setores estão se mobilizando para criação de alternativas energéticas, minimizando o risco de desabastecimento de energia, pois na ocorrência do mesmo, seriam gerados graves prejuízos financeiros, assim como a quebra de acordos firmados entre o setor afetado e seus parceiros e clientes. A implantação de UTE Queimados, módulo I e II, no Estado do Rio de Janeiro, tem como principal justificativa o crescimento do mercado de energia elétrica no Brasil. Os investimentos de médio prazo no setor energético fazem parte do planejamento orçamentário do governo em resposta à demanda do mercado consumidor. A mudança na estrutura dos investimentos para geração de energia elétrica leva em conta a instalação de centrais termelétricas a gás natural, que devido ao seu custo, e por ser uma fonte mais limpa, é uma alternativa energética bastante viável em relação aos outros combustíveis fósseis. Representa 21% da matriz mundial e quase 10% da brasileira. Tal combustível revela-se 18 competitivo quando comparado aos outros, tendo atuação no setor industrial, no de transporte e na geração de energia elétrica, por exigirem prazos de implementação e investimentos menores que os empreendimentos hidroelétricos, como Usinas Hidroelétricas e/ou mesmo Pequenas Centrais Hidrelétricas. Segundo o Ministério de Minas e Energia - MME (2007), em relação a 2005, a oferta interna de energia elétrica proveniente de termoelétricas no Brasil teve um crescimento de 8,3%, e sua participação no total da eletricidade gerada passou de 16,2% para 16,8%, alcançando a marca de 71 TWh. Este fato leva a crer que a geração de energia elétrica, tendo como fonte o gás natural, é uma grande oportunidade de negócios no mercado de energia nacional. Cabe ressaltar que nos Resultados Preliminares do Balanço Energético Nacional, tendo como data base o ano de 2006, o gás natural é o energético que vem apresentando as maiores taxas de crescimento na matriz energética, tendo mais que dobrado a sua participação na oferta interna de energia no Brasil nos últimos anos, passando de 3,7% (1998) para 9,6% (2006). A participação do gás natural na matriz energética do País, que era de 0,9% em 1981, saltou para 3,1% em 1990. Em uma década, essa posição subiu para os 5,4% de participação registrados em 2000, até chegar a 2004 respondendo por 8,9%. A meta do governo federal, segundo a própria Petrobras, é chegar a 2010 com o gás natural respondendo por 11% da matriz energética do País. “O Gás Natural é um hidrocarboneto e ocorre frequentemente na natureza em associação com o petróleo. Por ser mais leve, em geral ocupa a parte superior dos depósitos petrolíferos. Quando o petróleo migra através das rochas ou quando não se forma em quantidades suficientes, formam-se os “poços secos”, nos quais existe apenas gás natural.” ( Magnoli, Demétrio, 2000 p.196). Ressalta-se que a utilização de gás natural na geração de energia elétrica trará benefícios como a redução da poluição atmosférica pela queima de combustível isento de enxofre, com queima completa e límpida sem emissão de monóxido de carbono e de fuligem, e sem emanação de material particulado. Dessa forma, o gás natural oferece uma resposta às preocupações 19 do mundo moderno, relativas à proteção da natureza e à melhoria da qualidade de vida nos centros urbanos, uma vez que as emissões de óxido de enxofre são praticamente inexistentes e as quantidades de óxidos de nitrogênio insignificantes vêm sendo ainda mais reduzidas pelo uso de queimadores com temperatura e comprimento de chama menores, recirculação do gás combustível e controle do ar de emissão. 2.3- As Justificativas Ambientais Os principais impactos da geração de energia elétrica a partir de derivados de petróleo decorrem da emissão de poluentes na atmosfera, principalmente de material particulado, dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2), este último incluído entre os chamados gases de efeito estufa - GEEs, também responsáveis pelo fenômeno do aquecimento global. Em face do exposto, a UTE Queimados adotará o gás natural como fonte primária de combustível, sendo uma alternativa bastante interessante do ponto de vista ambiental, em vista da composição do gás natural favorecer uma redução significativa dos efeitos indesejáveis citados acima. O projeto contemplará um sistema de monitoramento contínuo destes poluentes, conforme indicação nas modelagens matemáticas de dispersão atmosféricas que serão oportunamente apresentadas, a fim de se obter com exatidão as emissões oriundas do processo de geração de energia elétrica da UTE Queimados. A usina contará com um sistema de tratamento de águas residuais projetado para recolher e processar a água dos drenos, descarga das caldeiras e outras descargas da usina em geral, por meio da utilização de tecnologias de neutralização e agitação de ar, além de um sistema separado para coleta e tratamento de esgoto sanitário. Ainda a fim de minimizar os impactos ambientais relacionados com os recursos hídricos, o empreendimento da UTE Queimados II contará com sistema fechado de rejeição de calor (radiador), conforme descrito no item de Sistema de Resfriamento, evitando uma demanda significativa de água doce nos processos da usina. 20 Dentre as ações a serem tomadas no processo de controle ambiental previstos para a Usina, destacam-se: - Levantamento detalhado das áreas de implantação, com sondagem das águas subterrâneas para melhor disposição da planta e aproveitamento energético das condições geográficas do local; - Equipamentos para retenção de material particulado; - Monitoramento on-line das emissões; - Sistema de tratamento de efluentes e resíduos oleosos; - Planos de ação de emergência. O projeto atenderá, além das normas sobre emissões atmosféricas e lançamento de efluentes líquidos, a um grupo de normas legais e técnicas, valendo destacar as que seguem abaixo, contempladas pela legislação ambiental federal, sem prejuízo da legislação ambiental estadual que vier a incidir sobre o empreendimento. De maneira geral, a escolha de gás natural como o combustível que será aplicado na UTE Queimados permite que os impactos ambientais sejam reduzidos devido à geração de menos emissões atmosféricas e de geração de resíduos com alto potencial para reaproveitamento. 2.4- A Localização do Empreendimento. A UTE QUEIMADOS - Módulos I e II - será implantada no Estado do Rio deJaneiro, no município de Queimados, junto à divisa do município de Japeri , na Estrada Projetada, S/N, Vila Nancy. O terreno possui uma área de 300.000 m² e se localiza nas coordenadas de latitude 22°43'3.28"S e longitude 43°37'11.69"O, limitando-se ao sul com a Rodovia Presidente Dutra - BR- 116/RJ e ao norte, leste e oeste, com propriedades de terceiros. A área selecionada para a instalação da UTE QUEIMADOS pertence à Cerâmica Vulcão e está devidamente registrado no 5º Ofício de Nova Iguaçu – RJ, Livro 04 F, nas folhas 166, número de ordem 2.312 de 14 de julho de 1972. Para garantir que essa locação esteja disponível para a instalação da UTE QUEIMADOS, a Genpower Energy Participações assinou promessa de compra e venda junto à Cerâmica Vulcão. 21 2.5- As Vias de Acesso Existentes e Projetadas Tendo em vista a sua proximidade à cidade do Rio de Janeiro, o município de Queimados está integrado ao sistema viário e ferroviário da capital do Estado, sendo a Rodovia Presidente Dutra (BR-116) seu principal acesso, enquanto a RJ-093, que parte da BR-116, passa pelo território municipal em direção à localidade de Engenheiro Pedreira, em Japeri. A Rodovia Presidente Dutra atravessa o município de leste a oeste, alcançando, respectivamente, de Queimados e Paracambi. O município também é atendido pela BR-465, antigo traçado da Rio - São Paulo, alcançando a BR-116, e Nova Iguaçu, a leste, chegando à Avenida Brasil na altura do bairro Carioca em Campo Grande. A RJ- 109 o liga a Itaguaí, ao sul, e a RJ-125 acessa Japeri, ao norte. O município é, ainda, atravessado de norte a sul pelo ramal ferroviário Japeri-Mangaratiba. O principal acesso área destinada à UTE QUEIMADOS é feito pela Estrada Campo Alegre acessada a partir do km 196,5 da Rodovia Presidente Dutra - sentido Rio de Janeiro - São Paulo. No sentido contrário é necessário fazer o retorno pelo trevo do Município de Queimados, acessado pelo km 198,6. Dentro das áreas de obra serão abertas vias de serviço que interligarão as instalações do canteiro de obras e as frentes de obras. No item deste EIA referente ao canteiro de obras, é possível observar maiores detalhes sobre essas vias e também sobre as instalações da construção. As vias internas de circulação deverão ser asfaltadas. Com o objetivo de minimizar a geração de poeira, as vias de acesso ao local das obras e, mesmo as pilhas de materiais (obviamente quando se tratar de materiais não reagentes com água), deverão ser constantemente umedecidas por carro pipa. Sempre que possível, a vegetação existente nas áreas (ou próximo a elas) deverá ser mantida, para funcionar como absorvente de poluentes e minimizar a erosão do solo e os efeitos delas resultantes sobre a qualidade do ar. As vias serão construídas a fim de criar um sistema viário eficiente com pista limpa e boa qualidade, sinalização de tráfego padronizada suficiente e eficiente para a rodovia e vias internas. É parte integrante do projeto a elaboração de canais de águas pluviais. 22 2.6-A Limpeza e Preparação do Terreno As obras para construção da UTE QUEIMADOS contemplam a realização de ações diversificadas que vão desde a realização de terraplanagens e uso de áreas de empréstimo e bota-fora até a complexa montagem dos sistemas de turbinas, caldeiras e refrigeração. A seguir serão descritas as atividades construtivas que serão realizadas para a implantação da UTE. 2.6.1- A Remoção da Vegetação Caracteriza-se pela retirada da vegetação existente nas áreas a sofrerem intervenção, além das construções existentes e de todo os resíduos sólidos que foram depositados durante a inatividade de área. Os trabalhos de limpeza do terreno consistirão na remoção de todo o material de origem vegetal das áreas de implantação da UTE QUEIMADOS I e II. A limpeza incluirá, onde necessário, as operações de supressão, roçada de vegetação rasteira, capoeiras, macegas, destocamento e raspagem com profundidade suficiente para a remoção dos detritos de origem vegetal, que será encaminhado para utilização na Cerâmica Vulcão, localizada ao lado do futuro empreendimento. Após a limpeza da área de implantação da UTE QUEIMADOS deverão ser executados serviços de terraplenagem com o intuito de remover a camada de solo superficial incluindo solos inconsistentes a serem avaliados por engenheiro geotécnico e aprovado pela fiscalização. 2.6.2-A Terraplanagem Os serviços de terraplenagem serão iniciados após o levantamento topográfico planialtimétrico do terreno, que definirá as seções originais e marcações de “off-sets” dos cortes, a partir de referências topográficas existentes, indicadas pelo projeto executivo. Estão contempladas nos serviços de terraplanagem as seguintes atividades: Escavação, Estocagem e Revestimento Vegetal. 23 A escavação da camada superficial de solo vegetal (30 a 40 cm de espessura) será executada com emprego de escavadeira hidráulica tipo CAT 330 ou similar, após a conclusão dos serviços preliminares de desmatamento, destocamento e limpeza do terreno. O material resultante da operação será analisado e, se for considerado viável o seu aproveitamento em serviços de paisagismo e recomposição de áreas afetadas pelas obras e exploração de jazidas, será carregado com auxílio de pá-carregadeira em caminhão basculante e transportado até os locais pré- determinados para estocagem e/ou, caso contrário, para local de bota-fora. O material selecionado será posteriormente recarregado das pilhas de estoque e transportado até os locais de aplicação, como recomposição de jazidas, com emprego de pá carregadeira e caminhão basculante. O movimento de terra somente será iniciado quando do término das operações de desmatamento, destocamento e limpeza das áreas. Escavação de Capeamento, Estocagem e Recuperação de Jazidas. As áreas para exploração de material mineral (jazidas) serão escolhidas de acordo com a natureza do material existente e com a proximidade com o sítio da UTE. Todas as jazidas a serem utilizadas para as atividades construtivas da UTE serão devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente. As escavações nessas áreas serão iniciadas após o levantamento topográfico planialtimétrico do terreno, que definirá as seções originais, marcações de “off- sets” dos cortes e composição das seções topográficas, assim como a conclusão dos serviços preliminares de desmatamento, destocamento e limpeza da superfície do terreno, caso tenha esse serviço. As escavações serão efetuadas por quadra, de acordo com o plano geral estabelecido em função do cronograma de execução e das informações necessárias para definição dos volumes e locais de aplicação. Os materiais destinados à utilização diversa serão transportados, quando possível, diretamente para os locais de aplicação ou armazenagem em pilhas de estoque para posterior utilização. Os seguintes procedimentos serão observados durante a execução dos serviços de escavação dentro do site da UTE: 24 - A praça de trabalho será sempre mantida com declividade suficiente para permitir o rápido escoamento das águas e a pronta retomada dos serviços. - Serão estabelecidos sistemas de drenagem temporários que permitam o direcionamento do fluxo de águas pluviais, buscando evitar o surgimento de processos erosivos; - Os caminhos de serviços serão mantidos em condições tais que garantam o tráfego dos equipamentos durante todo o período de execução das obras, com auxílio de uma motoniveladora CAT-140 e um caminhão irrigadeira, que molhará racionalmente as pistas, para minimizar a formação de poeira, dando maior segurança ao tráfego de veículose equipamentos e maior comodidade para as populações próximas; - Os serviços de escavação serão realizados por trator de esteiras tipo CAT-D8 ou similar e escavadeira hidráulica CAT 330 ou similar. O corte será iniciado com o trator de esteiras tipo CAT-D8 ou similar, equipado com lâmina, que fará a preparação do primeiro talude e o preparo da praça para movimentação dos equipamentos e veículos de carga, e o transporte com caminhões basculante de 15 m3 de capacidade; a escavadeira hidráulica será utilizada para dar continuidade às escavações e também para o carregamento dos caminhões; - A equipe de topografia acompanhará a execução dos serviços de modo a garantir a inclinação dos taludes de corte, largura das bermas e cotas finais de escavação, de acordo com o projeto; - Nos locais mais restritos, onde os diques forem conformados em cortes, para execução da camada impermeabilizante de fundo, será utilizada escavadeira hidráulica; Escavação, Carga e Transporte de Material para Aterros. O material selecionado das pilhas de estoque provenientes das atividades de escavação poderá ser posteriormente utilizado na composição dos aterros dos diques e demais aplicações previstas no projeto. Em casos onde isso não for possível, o material será encaminhado para áreas de bota-fora. Nas operações de recarga e transporte desse material das pilhas de estoque, serão utilizadas pás-carregadeiras CAT-966 ou similar e caminhões basculante. Os serviços de aterros compactados do local da UTE compreenderão as operações de descarga, espalhamento em camadas uniformes, umedecimento 25 e/ou aeração, homogeneização e a compactação propriamente dita dos materiais envolvidos no aterro e reaterro. Os materiais a serem empregados na execução dos aterros apresentarão um teor de umidade apropriado para a compactação, com referência ao ensaio de proctor normal(NBR-7182, ABNT). 2.6.3- A Movimentação de Solos Tendo em vista o grande volume e peso dos equipamentos que serão parte integrante da UTE QUEIMADOS, será necessário estabelecer uma avaliação rigorosa da estabilidade do terreno na região, visando garantir a integridade dos dispositivos ali alocados durante toda a vida útil do empreendimento e a segurança dos trabalhadores que estarão exercendo atividades no local. Para isso, serão realizados estudos de topografia e planialtimetria, além de análises geológicas e geotécnicas para definir as melhores condições de realização de aterros / drenagens, principalmente na antiga área de extração de argila, que, após abandonada, se tornou uma área alagada. Em complemento, considerando as dimensões da planta projetada, será necessária também a intervenção na área de elevação do terreno, para possibilitar o seu nivelamento, condição altamente relevante para a instalação da UTE. Diante da necessidade de corte e aterro em áreas tão próximas, os estudos geológicos/geotécnicos a serem realizados no local também visarão avaliar a possibilidade de reaproveitamento do material retirado da área de elevação do terreno para cobrimento da antiga cava de extração de argila, hoje alagada. Apenas após a conclusão desses estudos será possível confirmar essa alternativa, tendo em vista a quantidade de material disponível, suas características de estabilidade e suporte a compressão, diante das necessidades do empreendimento. A análise deste capítulo nos mostra a descrição do empreendimento que tem como objetivo viabilizar a geração de energia com eficiência e economia buscando atender parte da demanda de energia da Região Sudeste do Rio de Janeiro. 26 Com a justificativa de que com o crescimento econômico brasileiro, aumenta- se também o consumo de energia elétrica, havendo a necessidade a ampliação da malha de geração de energia através da implantação de usinas hidrelétricas, pequenas centrais de usinas hidrelétricas e termoelétricas, levando-se em conta que a instalação de centrais termoelétricas a gás natural tem baixo custo e é uma fonte mais limpa, ajustando-se ao desenvolvimento sustentável. Trás ainda a localização das vias de acesso existentes e projetadas e a limpeza e preparação do terreno, com a remoção da vegetação, a terraplanagem e a movimentação de solos, mostrando que todo o processo atenderá as leis e normas ambientais, acompanhadas e avaliadas por engenheiros e aprovadas pela fiscalização do órgão ambiental competente. 27 CAPÍTULOIII - IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS GERADOS PELA IMPLANTAÇÃO DA UTE QUEIMADOS Com base no texto da Resolução CONAMA Nº 001/86, a qual define impacto ambiental como; “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas”, o estudo ora apresentado tem como objetivo identificar os impactos ambientais a serem gerados, bem como as interferências destes no meio durante a vida útil do empreendimento proposto. 3.1- Metodologias Utilizadas na Identificação dos Impactos Visando uma análise concisa e coerente, a metodologia utilizada compreendeu o conhecimento do empreendimento proposto e a análise do cenário ambiental. O confronto entre as informações do empreendimento e as do diagnóstico ambiental permite identificar os possíveis impactos a serem gerados pelas intervenções propostas. Durante a identificação e análise dos impactos procurou-se avaliar as condições ambientais futuras e, deste modo, prever o comportamento do ambiente frente aos efeitos induzidos pelas atividades desenvolvidas pelo empreendimento. Daí, a necessidade de ordenar os impactos ambientais de forma sistemática e por fases da implantação das obras do empreendimento em proposição. Assim, de acordo com os diplomas legais, os impactos ambientais devem ser obrigatoriamente considerados e relatados nos Estudos de Impacto Ambientais previamente elaborados. Este instrumento serve como suporte às diretrizes de planejamento, em todos os níveis, favorecendo plenamente anseios conservacionistas, sociais e econômicos da sociedade. Através da identificação dos impactos é possível propor programas de gestão ambiental voltados à minimização de impactos negativos. A análise de impactos tem como referência a Diretriz DZ-041.R13 (FEEMA, 1997) que dispõe sobre a implementação do Estudo de Impacto de Ambiental – 28 EIA e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA. De acordo com a DZ-041, a análise de impactos ambientais deve considerar os seguintes atributos: Natureza: POSITIVO, se benéfico ao ambiente, ou NEGATIVO, se caracterizar influencia negativa. Incidência: DIRETA, se for gerado por uma ação direta do empreendimento, ou INDIRETA, se for desencadeado por ações secundárias. Abrangência Espacial: define a localização espacial do impacto gerado, LOCAL, se ocorrer na AID; REGIONAL, quando afetar a AII e ESTRATÉGICO, quando o impacto extrapola a AII. Temporalidade: Prazo em que o impacto será desencadeado após a ação. O impacto pode ser IMEDIATO, quando o impacto se manifesta no instante em que se dá a ação; EM MÉDIO OU LONGO PRAZO, quando o impacto se manifestar certo tempo após a ação. Periodicidade: Define-se o tempo de permanência do impacto no ambiente. O impacto pode ser TEMPORÁRIO, quando tem sua duração definida; CÍCLICO, quando o impacto se manifesta com determinada freqüência; PERMANENTE, quando o impacto permanece mesmo após o encerramento do empreendimento. Reversibilidade: Consiste no processo de recuperação do ambiente afetado.De acordo com esse atributo, o impacto pode ser REVERSÍVEL, quando o ambiente, através de novas intervenções, recupera as condições anteriores ao impacto, e IRREVERSÍVEL, quando as intervenções não permitem que o ambiente recupere suas condições iniciais. Ainda segundo a DZ-041.R13, além dos atributos acima citados, torna-se essencial a valoração dos impactos através dos atributos MAGNITUDE, INTENSIDADE e IMPORTÂNCIA visando a definição do Valor de Relevância Global de cada impacto ambiental, em termos de sua magnitude, intensidade e importância, considerando para os três valores como pequeno (1), médio (2) e grande (3). Tomando por base os fluxos relacionais de eventos ambientais elaborados, que relacionaram esses eventos aos compartimentos ambientais a serem, potencialmente impactados. A MAGNITUDE deve ser entendida “enquanto medida na alteração no valor de um parâmetro ambiental, em termos quantitativos, considerando-se além do grau de intensidade, a 29 periodicidade e a amplitude temporal do impacto”. A IMPORTÂNCIA de um impacto é considerada como a “ponderação do grau de significação de um impacto, tanto em relação ao fator ambiental afetado quanto aos outros impactos”. A Instrução Técnica Nº 19/2008, além de reafirmar a necessidade de se considerar os atributos citados anteriormente, indica ainda alguns impactos que deverão ter ênfase especial. São eles: Na disponibilidade hídrica superficial e subterrânea Na qualidade e fluxo dos cursos d’água de alimentação e descarte Na qualidade do ar Nos níveis de ruídos Na paisagem Na fauna terrestre e aquática quanto a alteração nos habitas e hábitos da mesma Nos corpos receptores Na indução a ocupação urbana formal e informal, tanto pelo adensamento dos núcleos existentes quanto pelo surgimento de novos, bem como os resultantes de implantação de novas atividades na área de influência do empreendimento Nas alterações na forma de ocupação e uso do solo (distribuição das atividades, densidade entre outros) No tráfego das rodovias e vias de acesso que serão ligadas ao empreendimento. A análise ambiental, apresentada ao longo deste capítulo, compreende a valoração e identificação dos impactos ambientais. A avaliação de impactos para este empreendimento levou em consideração ainda os preceitos da Resolução CONAMA nº 371/06 e a Deliberação CECA nº 4.888/07 que estabelece procedimentos para gradação de impacto ambiental para fins de compensação ambiental. No processo de Avaliação dos Impactos Ambientais da UTE QUEIMADOS foi avaliado um total de 12 impactos ambientais negativos para a fase de implantação. 30 3.2- Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais Negativos 3.2.1- Na fase de Implantação A fase de implantação é marcada por um grande número de intervenções que irão movimentar a área. Consiste na realização de atividades como a Mobilização de equipamentos e mão de obra instalação de canteiro de obras, atividades de terraplanagem, e a construção da UTE Queimados. A etapa inicial do processo de implantação do empreendimento deverá ocorrer a partir do processo de contratação dos equipamentos e da formação do quadro de trabalhadores responsáveis pelas obras de desenvolvimento do empreendimento. Nesta etapa, serão necessários equipamentos e materiais cujos fornecedores não podem ser encontrados no município. Em geral, a compra de equipamentos tais como escavadeiras, caminhões, embarcações, etc., cuja responsabilidade deverá ficar a cargo das empreiteiras responsáveis pela obra, deverá ser adquirido ou alugado na região metropolitana do Rio de Janeiro. A maior parte das intervenções associadas a instalação da UTE QUEIMADOS se concentrara durante as atividade de preparação do terreno, onde os processo de cortes e aterros, com conseqüente limpeza do terreno são as maiores intervenções. Ainda se somam a intensa operação de maquina e equipamentos responsáveis pela suspensão de poeira, emissão de poluentes e geração de ruído. 3.2.1.1- IMPACTO: ATRAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INFORMAIS O crescimento da massa salarial e no número de consumidores potenciais associado a implantação do projeto causará um impacto direto no mercado de 31 bens e serviços do município através do aumentando da demanda de serviços e produtos. A geração de expectativas em torno da maior circulação de capitais, comum a qualquer empreendimento deste porte, inserida num quadro nacional de desemprego formal, tende a atrair para o entorno do sítio, a ação de empreendedores informais, interessados no aumento da demanda. A instalação não controlada desses empreendimentos tende a impactar o mercado formalmente instalado na região, menos competitivos pela incorporação nos preços de produtos e serviços e das taxas de locação e trabalhistas. Esse é um impacto local e mais intenso durante a fase de instalação. Nesta fase, o impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência indireta, abrangência local, temporalidade imediata, duração temporária, caráter reversível, importância pequena, intensidade pequena e magnitude pequena. 3.2.1.2- IMPACTO: INCÔMODOS A POPULAÇÃO DO ENTORNO As populações do entorno da área de instalação do empreendimento, são as mais susceptíveis à alteração da condição de vida. A chegada de operários, máquinas e atividades alheias a rotina dessa comunidade, alteração no preço de imóveis e insumos e a chegada de empreendimentos e outras atividades informais, poderá alterar a rotina dessa comunidade. As condições de vida da comunidade tendem a se manter em melhores padrões, devido ao incremento na infra-estrutura e temporariamente da massa salarial. Nesta fase, o impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência local, temporalidade imediata, duração temporária, caráter reversível, importância média, intensidade média e magnitude pequena. 32 3.2.1.3- IMPACTO: AUMENTO DO RISCO DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS O aumento do tráfego de veículos, inclusive os pesados, destinados ao transporte dos materiais, equipamentos e trabalhadores nas proximidades do sitio de construção elevara os riscos de acidentes rodoviários. Embora grande parte dos acessos percorridos seja de uso industrial e normalmente já adaptado a grande circulação, inclusive de cargas pesadas, portanto, fora de áreas urbanas e áreas residenciais, o aumento significativo ao longo do período de construção da obra impõe condições de risco que deverão ser observadas na gestão ambiental do empreendimento. Quando da chegada dos equipamentos de maior porte, como turbinas e outros equipamentos de grande parte, deverá ser montado um esquema de tráfego específico para chegada destes equipamentos. Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência regional, temporalidade imediata, duração temporária, caráter reversível, importância média tendo em vista a baixa densidade populacional e de tráfego na área, intensidade grande e magnitude pequena. 3.2.1.4- IMPACTO: SOBRECARGA DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE LOCAL O sistema de transporte local possui considerável carga de uso. A principal via de acesso as proximidades do sítio, a Rodovia Presidente Dutra, mostra-se atualmente com grande circulação de passageiros e cargas, servindo como a principal via de ligação entre as duas maiores metrópoles do país. Este aumento de fluxo se dará na fase de implantação em função da demanda de transporte de insumos, materiais de construção e de equipamentos de grande porte, eainda, o transporte de materiais não aproveitados nas obras e benfeitorias. O acesso à região é, portanto, baseado em uma infra-estrutura com restrições, que tende a ser intensificado conforme o desenvolvimento das atividades e o aumento da circulação nas proximidades da região. Tal intensificação deverá 33 impactar principalmente os sistemas rodoviários, a serem utilizados por maior parte dos trabalhadores e transportadores. Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência regional, temporalidade imediata, duração temporária, caráter reversível, importância média, intensidade pequena e magnitude pequena. 3.2.1.5- IMPACTO: SOBRECARGA NA INFRA-ESTRUTURA DE SAÚDE Com a chegada de trabalhadores, aquecimento da atividade econômica, ampliação do trânsito de pessoas e veículos, bem como na movimentação de funcionários no desenvolvimento de suas funções, haverá um aumento de riscos de acidentes e de contração de doenças. Estas atividades poderão gerar aumento de demanda de utilização do sistema público e privado de saúde do município de Queimados. Adicionalmente, a migração, formação de populações marginais e peri-urbanas tende a se acompanhar de aumento das invasões contra propriedades particulares, o que compõe a sua sinergia com outros fatores associados ao empreendimento. Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência indireta, abrangência regional, temporalidade imediata, duração temporária, caráter reversível, importância média, intensidade média e magnitude pequena. 3.2.1.6- IMPACTO: ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO AR Na fase de implantação, estima-se um aumento nos níveis de poeira a da emissão de poluentes inerentes ao funcionamento dos motores durante esse período, devido à mobilização de máquina é equipamentos até a conclusão das obras. Esta fase caracteriza-se como de grande impacto pelas diversas atividades desenvolvidas, tais como terraplenagem, abertura de acessos para as frentes de serviços, remoção e transferência de material escavado, transporte de material, execução das obras civis e emissão pelo escapamento dos veículos. 34 Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência local, temporalidade imediata, duração temporária, caráter reversível, importância média, intensidade média e magnitude pequena. . 3.2.1.7- IMPACTO: ALTERAÇÃO DA PAISAGEM As adjacências do local escolhido para o empreendimento apresenta um avançado grau de alteração da paisagem, apresentando pouca cobertura florestal, alterações nos corpos hídrico, tendo sido os nativos drenados e alterados e recentemente, novos criados ocasionalmente pelo processo de lavras de areia e argila. Esse quadro é agravado pelo avanço das áreas urbanas não planejadas, que em conjunto com o uso industrial, tem levando a uma forte pressão sobre nos meios de ocupação do solo. A presença do empreendimento aqui tratado irá alterar a paisagem local, introduzindo um elemento novo na paisagem rural. Deverá também contribuir com a alteração na paisagem do entorno em função da nova organização do espaço. Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência local, temporalidade imediata, duração permanente, caráter irreversível importância média, intensidade média e magnitude média. 3.2.1.8- IMPACTO: CONTAMINAÇÃO DOS CORPOS HÍDRICOS Identificam-se duas tendências nas alterações do corpo hídrico: uma associada ao aterramento da cava de areia, decorrente da expulsão de água contaminada misturada a sedimentos minerais e orgânicos para o rio dos Poços e outra decorrente da deposição ácida, inerente ao processo de queima intensa de combustíveis fósseis, esta última agravada pela drenagem de solos impactados pela deposição de ácidos precipitados ou diluídos na água de chuva. No segundo caso são esperado aumento na carga de particulados em suspensão, que podem vir alterar a turbidez da água do rio Guandu. Embora as mudanças sejam de pequena magnitude, principalmente se comparado com o atual estado de alteração das águas do rio dos Poços, deve 35 se considerar que o destino das águas desse rio, por estar a montante da captação do rio Guandu (que é responsável pelo abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro), torna especial os cuidados com a qualidade destas águas a serem lançadas no referido rio. Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência local, temporalidade imediata, duração temporário, caráter reversível importância média, intensidade média e magnitude pequena. 3.2.1.9- IMPACTO: DEFLAGRAÇÃO DE PROCESSOS EROSIVOS Apesar da apresentação no diagnóstico de que a maioria da área é estável e pouco susceptível a erosão, em áreas de domínio Morrotes – Mo apresentam maior suscetibilidade aos processos erosivos. Algumas atividades desenvolvidas durante as etapas de implantação, como melhoria, abertura e utilização de acessos, aterramento da cava de areia e corte da colina, quando executadas de modo inadequados, podem conduzir a uma indução ou aceleramento de processos erosivos, trazendo como conseqüência o assoreamento de corpos hídricos. Na área de estudo predominam superfícies de relevo ondulado a suavemente ondulado, às vezes quase planos e planos, com dissecação com aprofundamento fraco. De modo geral, a dinâmica atual apresenta evidências da predominante ação da pedogênese sobre a morfogênese, predominam assim superfícies de relevo suave ondulado, plano com dissecação com aprofundamento fraco. Os solos são normalmente rasos nas elevações e higromórficos nas zonas deposicionais. A movimentação de terras durante as atividades de terraplanagem da fase de implantação poderão provocar pontos erosivos de interferência local pela intervenção na rede de drenagem. Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência local, temporalidade imediata, duração temporário, caráter reversível importância pequena, intensidade pequena e magnitude pequena. 36 3.2.1.10- IMPACTO: EVASÃO DA FAUNA Todas as etapas do empreendimento desde a melhoria dos acessos até a operação da UTE provocarão mudanças nos ecossistemas próximos. A promoção de mudanças, associadas a movimentação de máquinas e equipamentos, induzirá a alteração na presença das populações animais, que na busca de ambientes mais adequados, acabam se afastando da área. A eliminação de parte das cavas de areia e das formações vegetais (capoeira) que atualmente servem de refúgios pelos animais, promoverá a sua evasão para ares florestadas do entorno. Como a maioria das espécies potencialmente presentes no local não é de espécies raras e/ou ameaçadas de extinção dado o quadro de alteração, a mudança de habitat imposta não será limitante para a preservação da fauna. Apesar disso, muitas populações de aves, mamíferos, peixes, répteis e anfíbios dependem diretamente de áreas presentes na AID do empreendimento como sítio para reprodução e fonte de recursos. Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência local, temporalidade imediata, duração temporário, caráter reversível importância pequena, intensidade pequena e magnitude pequena. 3.2.1.11- IMPACTO: PERDA DE HABITAT Parte da área onde será instalado o empreendimento é formada por lagoas originadas das cavas de exploração de areia e que hoje formam um ambiente próprio com presença de espécies botânicas e da fauna típicos de ambiente alagados. A outra parte é formadapor pastagens com pequenos fragmentos de capoeira. Parte destas áreas alagadas será aterrada para dar lugar ao empreendimento. Esta intervenção irá promover a perda de habitat e a eliminação de espécies da fauna e da flora local. No entanto, não foram identificadas espécies raras ou ameaçadas de extinção nestes ambientes a serem afetados. 37 Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência local, temporalidade imediata, duração permanente, caráter irreversível importância média, intensidade pequena e magnitude média. 3.2.1.12- IMPACTO: GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS As atividades de construção do canteiro de obras, limpeza e preparação do terreno, instalação as estruturas da UTE, assim como, ao final da fase de implantação, do desmonte das estruturas auxiliares, tal como do próprio canteiro de obras são atividades geradoras de resíduos diversos. Este impacto pode ser avaliado como de natureza negativa, incidência direta, abrangência local, temporalidade imediata, duração temporário, caráter reversível importância média, intensidade pequena e magnitude pequena. Aqui vimos os impactos ambientais negativos gerados pelo empreendimento, os métodos utilizados para a identificação dos impactos compreendeu o conhecimento do empreendimento e a análise do cenário ambiental. Uma vez identificado os impactos ambientais negativos estes devem ser relatados nos Estudos de Impactos Ambientais previamente elaborados, e este documento servirá como base para elaboração de programas de gestão ambiental voltados a minimização de impactos negativos. Foram avaliados 12 impactos ambientais negativos na fase de implantação do empreendimento. 38 CAPÍTULO IV- MEDIDAS MITIGADORAS PARA OS IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS GERADOS PELA IMPLANTAÇÃO DA UTE QUEIMADOS O conceito de medidas mitigadoras a ser empregado é aquele construído por Reis (2002:140), segundo o qual: “Medidas mitigadoras são ações capazes de diminuir o impacto negativo, ou sua gravidade, não compensando danos. A medida de compensação é a possibilidade utilizada quando não é possível mitigar um impacto ambiental negativo decorrente da implementação de obra ou atividade.” Já o Conceito de impacto ambiental a ser empregado será o verbete elaborado por Susan Parker para The Encyclopaedic Dictionary of Physical Geografhy (organizado por Andrew Goudie, Oxfor, Basil-Blackwell, (1985:157- 160), que define impacto ambiental como sendo: “mudança sensível, positiva ou negativa, nas condições de saúde e bem-estar das pessoas e estabilidade do ecossistema do qual dependem a sobrevivência humana. Essas mudanças podem resultar de ações acidentais ou planejadas provocando alterações direta ou indiretamente.” E por último, o conceito de ecossistema será aquele construído por Chistofoletti (1997:128), quando diz que: “O ecossistema é constituído por qualquer unidade que inclui a totalidade dos organismos em uma determinada área interagindo com o meio ambiente físico, de modo que um fluxo de energia promove a permuta de materiais entre os componentes vivos e abióticos.” Os animais, as plantas e os micro-organismos, juntamente com as condições ambientais de uma região, criam um ecossistema diverso e muitas das vezes sensível. São necessárias apenas pequenas mudanças no ambiente para romper as muitas relações de interdependência e destruir o equilíbrio que permite que as diferentes espécies sobrevivam. 39 4.1-MEDIDAS MITIGADORAS PARA ATRAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INFORMAIS Como medida mitigadora deste impacto recomenda-se ações como programa de capacitação de mão de obra, em parceria com a administração publica local para evitar o agravamento desse impacto, e as conseqüências deletérias que a atividade possa gerar. 4.1.1- Programa de Capacitação de Mão de Obra A necessidade de se capacitar a mão obra local para os postos de trabalho ofertados pelo empreendimento, como também prepará-la para a competição do mercado de trabalho regional que se apresenta em expansão, é a maior justificativa para a realização deste Programa de Capacitação de Mão de Obra. De maneira direta este programa estará contribuindo para com o contingente de trabalhadores que reside nas comunidades do entorno do empreendimento, além de preparar esta mão de obra não somente para a sua utilização direta no empreendimento, mas como também, em todos os novos postos de trabalho que serão abertos na região. 4.1.1.1- Objetivo Promover a adequada qualificação de mão de obra local para a utilização prevista pelo empreendimento, contribuindo para a geração de trabalho, emprego e renda local, visando à melhoria da qualidade de vida de todos. 40 4.2-MEDIDAS MITIGADORAS PARA INCÔMODOS A POPULAÇÃO DO ENTORNO Este impacto poderá ser mitigado com programa de monitoramento de ruídos visando assegurar a qualidade acústica local. 4.2.1 -PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO RUÍDO 4.2.1.1 - Justificativa O ruído gerado pela implantação do empreendimento, nas suas diversas fases de construção das obras civis e de montagem, bem como de testes e ajustes dos equipamentos instalados, ainda que seja de duração limitada no tempo, não deve, contudo ser desconsiderada. Esse ruído, por sua vez se não tratado de forma adequada, traz um incômodo para as populações de entorno e para os trabalhadores envolvidos nas obras.a organização mundial da saúde (OMS), reconhece que o ruído em comunidades se constitui como um dos principais problemas de audição em escala mundial, Além da possibilidade de induzir perdas auditivas, em caso de exposição contínua a níveis elevados, o ruído contribui significativamente para o incômodo das populações, podendo trazer como conseqüência, o desenvolvimento de uma série de doenças psicossomáticas. 41 4.2.1.2 – Objetivos Este programa tem por objetivo geral o monitoramento do nível de ruído e, caso necessário, controlá-lo a partir da sua mitigação nos limites do terreno e junto à vizinhança, a fim de assegurar a manutenção da qualidade de vida das populações afetadas pelo empreendimento. A partir desse objetivo geral, definem-se os seguintes objetivos específicos: Acompanhar a implantação e avaliação das medidas mitigadoras propostas no EIA, e Propor eventualmente, medidas mitigadoras complementares. Para a consecução desses objetivos, torna se importante considerar as atividades previstas, na etapa de implantação. Etapas 1 – execução da terraplenagem; Etapa 2 - serviços preliminares, constituído pela montagem e instalação do canteiro de obra. Etapa 3 – constituída por obras civis. 42 4.3-MEDIDAS MITIGADORAS PARA AUMENTO DE RISCO DE ACIDENTE RODOVIÁRIO Este impacto poderá ter sua magnitude mitigada se for regularmente realizado o treinamento de trabalhadores, enfocando a direção defensiva e se forem instalada a sinalização dos trechos a serem utilizadas pelos veículos de apoio às obras. Paralelamente, ações educativas por meio de palestras, panfletos e outros meios de divulgação de informação serão importantes para a conscientização dos trabalhadores deslocados para a região. A instalação de redutores de velocidade, placas educativas e de advertência para os motoristas são medidas que também ajudarão a reduzir os efeitos do tráfego. 4.3.1 - Programa de Ações Educativas Para o Trânsito 4.3.1.1- Objetivo Contribuir para informaçãodos usuários da via projetada quanto às questões de relativas ao trânsito, reduzindo o risco potencial de acidentes e favorecendo uma convivência no trânsito de modo responsável e seguro. 4.3.1.2- Justificativa A edição da Política Nacional de Trânsito (2004) afirma que uma comunidade mal informada não pode reagir positivamente a ações educativas e que a educação inclui a percepção da realidade e incorporação de novos hábitos, valores e atitudes frente ao trânsito, enfatizando a co-responsabilidade governo e sociedade, em busca da segurança e bem-estar. Nesse contexto, o Plano de Ações Educativas vem refletir a co- responsabilidade do empreendedor e a visão de que, com informação dos usuários da via, é possível contribuir com a sensibilização para as mudanças de comportamentos e valores no trânsito. 43 4.4-MEDIDAS MITIGADORAS PARA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE LOCAL Este impacto poderá ser mitigado com a implantação de um sistema de sinalização dos acessos, objetivando principalmente o transporte de equipamentos pesados. O projeto de sinalização deverá atender as diretrizes do DNIT, concessionária Nova Dutra e ser elaborado em acordo com a Secretaria Municipal de Transporte de Queimados. Deverão ser evitados os horários de pico para o transporte dos equipamentos de grande porte. 4.4.1 - Plano de intervenções Físicas e Operacionais 4.4.1.1- Objetivo As medidas previstas no Plano de Intervenções físicas e operacionais têm como objetivo atenuar os transtornos decorrentes do transporte dos motores W18V50SG decorrente de duas características físicas excepcionais e que possam perturbar ou colocar em risco de segurança os usuários das vias durante fase de instalação. 4.4.1.2- Justificativa O plano de intervenções físicas e operacionais é um instrumento balizador para obtenção da Autorização Especial de Trânsito (AET) a ser emitida segundo a análise dos órgãos de trânsito com circunscrição sobre a via. A circulação de veículos ou cargas com dimensões ou peso excepcionais só é permitida com a AET, em conformidade com o artigo 101 do CTB e Resoluções do CONTRAN n°210 e 211 de 2006. 44 4.5-MEDIDAS MITIGADORAS PARA SOBRECARGA DE INFRA- ESTRUTURA DE SAÚDE Como medida mitigadora recomenda-se a adoção de algumas ações, tais como o cumprimento de todas as diretrizes de segurança do trabalho, exigindo- se das empresas responsáveis pelas obras dos documentos como PPRA e PCMSO além da obrigatoriedade do uso de EPI’s adequados a cada fase e atividade, realização de exames admissionais e periódicos. Manter água potável disponível, construção de banheiros com sistema de tratamento de efluentes sanitários, fornecimento de refeições contratados com empresas com comprovada qualidade. Eliminar a formação de ambientes propícios a proliferação de vetores. 4.5.1- PROGRAMA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR A Segurança e Saúde no Trabalho devem ser garantidas através de um planejamento e de controle adequados quanto aos serviços e métodos corretos de trabalho e fornecimento de equipamentos e veículos compatíveis com o tipo de obra. Este planejamento visa a preservação da integridade física e mental dos trabalhadores, além da preservação das instalações e equipamentos e da melhoria da qualidade do meio ambiente de trabalho. De forma a cumprir as Normas Regulamentadoras da Portaria nº 3214/78, do Ministério do Trabalho, bem como, os procedimentos internos do construtor do empreendimento quanto a saúde e segurança do trabalho serão implantados os Programas de Saúde e Segurança. Tais programas visam garantir e estimular a atuação das CIPA’s (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) e garantir a disponibilidade de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), em qualidade e quantidade necessárias. 45 4.5.2- Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) Os EPI’s destinados a proteger a saúde integridade física dos trabalhadores serão fornecidos gratuitamente e, de acordo com o nível de risco a que cada trabalhador estiver exposto. Todo o EPI, de fabricação nacional ou importado a ser adquirido, deverá possuir Certificado de Aprovação-CA, aprovado pelo Ministério do Trabalho, com cópia xerox arquivada na obra, à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho. As empresas construtoras da obra deverão, além de adquirir os equipamentos de proteção adequados, treinar os trabalhadores quanto ao seu uso correto e substituí-los imediatamente quando danificados os extraviados. Serão fornecidos aos trabalhadores os seguintes EPI’s básicos, de uso obrigatório: Capacete de segurança; Botas em PVC impermeáveis (para locais úmidos ou molhados); Botas de couro (locais secos); Uniformes (padrão da empresa); Cinto de segurança (para trabalhos acima de 2,00 m); Óculos de proteção (para locais com grande concentração de poeira); Protetor auricular (ruído excessivo); Luvas de raspa (serviços com marreta, talhadeira, ponteira, vidros); Luvas de PVC (argamassa, solvente, tintas); Luvas de borracha isolante (equipamentos e circuitos elétricos energizados). 46 4.6 - MEDIDAS MITIGADORAS PARA ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO AR Com o objetivo de minimizar a geração de poeira, as vias de acesso ao local das obras e, mesmo as pilhas de materiais (quando se tratar de materiais não reagentes com água), deverão ser constantemente umedecidas por carro pipa. Sempre que possível, a vegetação existente nas áreas (ou próximo a elas) deverá ser mantida para funcionar como absorvente de poluentes e minimizar a erosão do solo e os efeitos delas resultantes sobre a qualidade do ar. Para os veículos, deverá ser mantido um plano de manutenção para evitar a emissão de gases e particulados por veículos desregulados. 4.6.1- PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR A qualidade do ar está diretamente relacionada às emissões atmosféricas e às dispersões atmosféricas da região considerada. Os padrões de qualidade do ar que devem ser mantidos são definidos na legislação brasileira federal (CONAMA 03/90) e estadual. Para acompanhamento da qualidade do ar da região é necessário conhecer o comportamento ambiental antes e durante a operação da Usina, promovendo medições periódicas em locais pré-determinados. Considerando não existir atualmente na região este tipo de controle, propõe-se o programa de monitoramento da qualidade do ar com implantação de estações de amostragem em local aser definido, e levando em consideração os resultados da modelagem de dispersão atmosférica. 4.7- MEDIDAS MITIGADORAS PARA ALTERAÇÃO DA PAISAGEM Como medida mitigadora deste impacto recomenda-se a implementação de projetos paisagísticos para área do entorno e a criação de um cinturão verde no entorno de forma a isolar as áreas industriais. Busca-se obter um efeito positivo. 47 4.7.1- PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO PAISAGÍSTICA Considerada a necessidade de supressão vegetacional para instalação da UTE, este programa justifica-se por razões paisagísticas; além de contribuir na atenuação do ruído produzido pela usina. A recuperação de áreas onde ocorrerão intervenções específicas irá propiciar a proteção dos recursos hídricos contra assoreamento e, evitar o surgimento depr ocessos erosivos, melhorando com isso a qualidade no ambiente
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