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CONTAB. SOCIETÁRIA AULA 11

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Plano de Aula: Aula 11 - Participações Permanentes 
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I - GST0089 
Título 
Aula 11 - Participações Permanentes 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
11 
Tema 
Participações Permanentes 
Objetivos 
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: 
 - Definir participações permanentes; 
 - Entender a diferença entre participações permanentes e participações 
temporárias; 
 - Compreender os critérios de avaliação de participações permanentes. 
Estrutura do Conteúdo 
Uma empresa pode possuir participações em outras empresas por meio de 
participações de ações ou cotas. 
Definição de Participações Permanentes 
Dependendo da finalidade, uma participação societária pode ser classificada 
como: 
· Participação Permanente; 
· Participação Temporária. 
São consideradas Participações Permanentes as participações que não 
tenham finalidade temporária ou fins especulativos. 
Em contrapartida, as Participações Temporárias são aquelas participações 
adquiridas com a finalidade meramente temporária ou especulativa. 
Diferenças entre Participações Temporárias e Permanentes 
As Participações Temporárias devem ser classificadas no Ativo Circulante 
ou Ativo não Circulante (Realizável a Longo Prazo). Essas Participações 
Temporárias soa consideradas como instrumentos financeiros e devem 
obedecer ao CPC 38 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e 
Mensuração. 
De acordo com o CPC 39 - Instrumentos Financeiros: Apresentação, o 
instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro 
para a entidade e a um passivo financeiro ou instrumento patrimonial para 
outra entidade. 
 
Ativo financeiro é qualquer ativo que seja: 
(a) caixa; 
(b) instrumento patrimonial de outra entidade; 
(c) direito contratual: 
(i) de receber caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou 
(ii) de troca de ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob 
condições potencialmente favoráveis para a entidade; 
(d) um contrato que seja ou possa vir a ser liquidado por instrumentos patrimoniais da própria 
entidade, e que: 
(i) não é um derivativo no qual a entidade é ou pode ser obrigada a receber um número 
variável de instrumentos patrimoniais da própria entidade; ou 
(ii) um derivativo que será ou poderá ser liquidado de outra forma que não pela troca de 
um montante fixo de caixa ou outro ativo financeiro, por número fixo de instrumentos 
patrimoniais da própria entidade. Para esse propósito, os instrumentos patrimoniais da 
própria entidade não incluem os instrumentos financeiros com opção de venda 
classificados como instrumentos patrimoniais, os instrumentos que imponham a obrigação 
a uma entidade de entregar à outra parte um pro rata como parte dos ativos líquidos da 
entidade apenas na liquidação e são classificados como instrumentos patrimoniais, ou os 
instrumentos que são contratos para futuro recebimento ou entrega de instrumentos 
patrimoniais da entidade. 
 
Passivo financeiro é qualquer passivo que seja: 
(a) uma obrigação contratual de: 
(i) entregar caixa ou outro ativo financeiro a uma entidade; ou 
(ii) trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições que 
são potencialmente desfavoráveis para a entidade; ou 
(b) contrato que será ou poderá ser liquidado por instrumentos patrimoniais da própria entidade, e 
seja: 
(i) um não derivativo no qual a entidade é ou pode ser obrigada a entregar um número 
variável de instrumentos patrimoniais da entidade; ou 
(ii) um derivativo que será ou poderá ser liquidado de outra forma que não pela troca de 
um montante fixo em caixa, ou outro ativo financeiro, por um número fixo de instrumentos 
patrimoniais da própria entidade. Para esse propósito, os instrumentos patrimoniais da 
entidade não incluem instrumentos financeiros com opção de venda que são classificados 
como instrumentos patrimoniais, instrumentos que imponham à entidade a obrigação de 
entregar à outra parte um pro rata de parte dos ativos líquidos da entidade apenas na 
liquidação e são classificados como instrumentos patrimoniais, ou instrumentos que são 
contratos para futuro recebimento ou entrega de instrumentos patrimoniais da própria 
entidade. 
 
Instrumento patrimonial é qualquer contrato que evidencie uma participação nos ativos de uma 
entidade após a dedução de todos os seus passivos. 
 
Em regra, as Participações Permanentes são classificadas no ATIVO NÃO 
CIRCULANTE, no subgrupo INVESTIMENTOS. 
A partir da adoção no Brasil das normas internacionais de contabilidade, uma 
participação só será permanente se de fato não for mantida de forma 
temporária ou para fins especulativos. 
Santos, Schmidt e Fernandes (2015) comentam que as participações 
permanentes são relevantes no processo decisório, sendo até imprescindíveis 
para os interesses de uma entidade controladora. Logo, essas participações 
permanentes são um ativo de grande relevância no contexto de algumas 
companhias. 
Basicamente, são consideradas Participações Permanentes e, portanto, estão 
classificadas no Ativo Não Circulante/Investimentos: 
1. Participações em coligadas; 
2. Participações em controladas; 
3. Participações em empreendimentos controlados em 
conjunto ; 
4. Outras participações que não sejam temporárias ou 
especulativas. 
 
Critérios de avaliação das Participações Permanentes 
 
Com base na Lei das S/A, os investimentos na forma de participações 
permanentes no capital de outras sociedades, tais como ações de coligadas, 
controladas e empreendimentos controlados em conjunto, podem ser avaliadas 
pelo: 
1. Método de Equivalência Patrimonial - MEP; 
2. Método do Custo de Aquisição. 
Todavia, os pronunciamentos contábeis técnicos do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC) e as normas da Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) fixam as seguintes formas de avaliação: 
1. Método de Equivalência Patrimonial; 
2. Valor Justo; 
3. Método do Custo de Aquisição. 
No método do Custo, os investimentos são avaliados ao preço de custo (valor 
que foi despendido na transação), deduzido de ajustes para perdas 
permanentes. São considerados todos os gastos necessários para colocar o 
ativo em funcionamento, a exemplo de comissões, legalização e serviços de 
avaliação. 
Ressalta-se que o valor justo pode ser utilizado para Participações 
Permanentes quando o investimento em coligada e em controlada, ou em 
empreendimento controlado em conjunto, for mantido direta ou indiretamente 
por uma entidade que seja uma organização de capital de risco. 
Logo, a entidade pode mensurar esses investimentos pelo valor justo por meio 
do resultado, em consonância com o CPC 38 - Instrumentos Financeiros: 
Reconhecimento e Mensuração. 
Quando a entidade possuir investimento em coligada ou em controlada, ou em 
empreendimento controlado em conjunto, cuja parcela da participação seja 
detida indiretamente por meio de organização de capital de risco, a entidade 
pode adotar a mensuração ao valor justo por meio do resultado para essa 
parcela da participação no investimento, em consonância com o 
Pronunciamento Técnico CPC 38, independentemente de a organização de 
capital de risco exercer influência significativa sobre essa parcela da 
participação. 
Se parcela do investimento for obtido por meio de organização de capital de 
risco, a entidade deve adotar o método da equivalência patrimonial para a 
parcela remanescente da participação que detiver no investimento em coligada 
ou em controlada, ou em empreendimento controlado em conjunto que não 
seja detida indiretamente por meio de uma organização de capital de risco.Nos termos da Lei n 6.404/76, o Método de Equivalência Patrimonial tem 
preferência sobre o custo de aquisição. 
Portanto, se a Participação Permanente no capital de outra sociedade estiver 
incluída nas regras para avaliação pelo Método de Equivalência Patrimonial, ou 
seja, se a participação tiver influência significativa, controle ou controle 
conjunto, utiliza-se o Método de Equivalência Patrimonial. 
Caso o investimento não tenha influência significativa, controle ou controle 
conjunto, deve ser adotado o Custo de Aquisição. 
Neste sentido, de acordo com a legislação societária, todos os investimentos 
na forma de ações ou cotas, de caráter permanente, que não sejam em 
coligadas, controladas ou empreendimentos controlados em conjunto, devem 
ser avaliados pelo Método de Custo. 
De forma resumida, presume-se que, com algumas exceções, adota-se o 
Método de Custo quando a participação societária for inferior a 20% do capital 
votante daquela sociedade. 
De acordo com a Lei das S/A, são avaliados pelo Método de Equivalência 
Patrimonial, os investimentos em: 
1. Coligadas; 
2. Controladas; 
3. Outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou 
estejam sob controle comum. 
 
Relembrando... 
 
Coligada é uma entidade sobre o qual o investidor tem influência significativa e que não se configura 
como controlada ou participação em empreendimento sob controle conjunto (joint venture). 
Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas operacionais e financeiras, 
sem controlar de forma individual ou conjunta. 
Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da entidade de forma obter 
benefícios de suas atividades. 
Controle conjunto é o compartilhamento de controle, contratualmente estabelecido sobre uma atividade 
econômica (As decisões são tomadas em consentimento entre as partes). 
 
EXEMPLO 01 
Vamos supor que uma empresa obteve as seguintes participações nas 
investidas A, B e C, sendo que existiam apenas ações ordinárias. 
 
Investida Participação percentual 
A 55% 
B 15% 
C 25% 
 
Nessa situação, os investimentos nas Sociedades A e C devem ser avaliados 
pelo Método de Avaliação Patrimonial, pois as empresas são consideradas 
controlada e coligada, respectivamente. 
O investimento na Sociedade B deve ser avaliado pelo Método de Custo, 
porque a investidora não tem nem influência significativa e nem controle. 
 
Aplicação Prática Teórica 
Exercício 01. Julgue a afirmativa a seguir: 
( ) Quando uma investidora possui investimentos com finalidade 
especulativa, esse investimento deve ser avaliado pelo método de equivalência 
patrimonial. 
 
Exercício 02. Julgue a afirmativa a seguir: 
( ) A diferença existente entre investimentos permanentes e temporários 
reside no fato de que o primeiro não tem finalidade especulativa e nem 
temporária, enquanto que o segundo tem ou finalidade temporária ou 
especulativa. Em contrapartida, tanto os investimentos permanentes quanto 
temporários podem estar evidenciados tanto no Ativo Circulante como no Ativo 
Não Circulante.

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