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RT17CONTESTAO JOSLEY SOARES

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Processo do Trabalho - Contestação 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários 
e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 Processo do Trabalho - Contestação 
 
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SUMÁRIO 
1. ART. 847 DA CLT.............................................................................................. 3 
2. ART. 844, §5º DA CLT ...................................................................................... 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Processo do Trabalho - Contestação 
 
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1. ART. 847 DA CLT 
Neste bloco, será abordada a “Contestação”, que também passou por pequenas 
alterações nesta toada da Reforma Trabalhista no campo processual. 
Como se sabe, a CLT traz em uma única passagem (art. 847) que será a contestação 
escrita ou verbal (20 minutos), cuja entrega se fará em audiência. 
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, 
após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. 
A Reforma trouxe o parágrafo único ao art. 847 da CLT para afirmar que a apresentação 
eletrônica da contestação, no caso de tramitação por PJe (e quase todos os TRT’s já funcionam 
por PJe1), será até audiência. 
Art. 847. .............................................................. 
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo 
judicial eletrônico até a audiência 
A preocupação do legislador adveio em virtude da quantidade de posições que 
surgiram a respeito. Com efeito, havia a Resolução n. 136/2014 do CSJT, que abordava o 
tratamento da apresentação de contestação no PJe. 
No entanto, pouco antes da Reforma, entrou em vigor a Resolução n. 185 de 24 de 
março de 2017, do CSJT revogando a Resolução n. 136, e trazendo dispositivo com texto 
semelhante à nova disposição contida na Reforma (art. 847, parágrafo único da CLT). 
 Esta nova Resolução n. 185/CSJT prevê que a defesa pode ser entregue até o fracasso 
da conciliação (art. 22). Portanto, não se fala de forma geral em “audiência”, limitando-se a 
“até o fracasso da conciliação”, ou seja, esta não pode ocorrer após este momento. 
Art. 22. A contestação, reconvenção, exceção e documentos deverão ser protocolados no 
PJe até a realização da proposta conciliatória infrutífera, com a utilização de equipamento 
próprio, sendo automaticamente juntados, facultada a apresentação de defesa oral, na 
forma do art. 847, da CLT. 
(...) 
Já o art. 847, em seu novo parágrafo único, fala em “até a audiência”, dando a entender 
que seja em qualquer momento da audiência. Impõe-se, logicamente, que se diga que seria 
no começo desta audiência (após, o “a empresa não fará acordo”, por exemplo). 
 
1 Atualmente, na Justiça do Trabalho, há pouquíssimos processos físicos. 
 Processo do Trabalho - Contestação 
 
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Logo, tem-se esta Resolução n. 185/CSJT, que diz ser até superada a conciliação. Já a 
lei nova, prevê que será até a audiência. Não há, contudo, um choque muito expresso entre 
as duas disposições, podendo haver conciliação, ou seja, a lei alega ser “até a audiência” e a 
Resolução complementa dizendo que será após o fracasso da conciliação. 
Existiam outras resoluções do CSJT, de Tribunais e do TST, mas que estão superadas. 
Algumas traziam que seria até 1 hora antes ou até 1 dia antes. Nada disso existe mais. 
Atualmente, segue-se a Resolução n. 185 e o art. 847 da Reforma que virá, sendo que 
as duas disposições, frisa o professor, irão se complementar2. 
 
2. ART. 844, §5º DA CLT 
Criou-se também, ainda quanto à contestação, um parágrafo 5º no art. 844 da CLT, 
artigo este que trata da audiência, uma vez que a contestação é entregue em audiência. 
Art. 844. .............................................................. 
§1º Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova 
audiência. 
§2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das 
custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da 
justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por 
motivo legalmente justificável. 
§3º O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a propositura de nova 
demanda. 
§4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: 
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere 
indispensável à prova do ato; 
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem 
em contradição com prova constante dos autos. 
§5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a 
contestação e os documentos eventualmente apresentados. 
Assim, haverá o recebimento da contestação quando entregue pelo advogado ou, se 
já postada no PJe, ainda que ausente o reclamado. 
 
2 Entende o Professor que uma regra não exclui a outra, mas pode ser, por exemplo, que o CSJT retire 
sua expressão específica para constar tal como na Reforma, de forma genérica. Não obstante, reforça o 
Professor, não haja entre elas incompatibilidade. 
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Atenção: Este parágrafo se choca com a Súmula n. 122 do TST. 
Na verdade, o próprio TST já vinha contrariando a sua própria súmula. Quase todos os 
TRT’s, igualmente, também vinham se chocando com esta súmula. Assim, a disposição nova 
foi positiva, pois passa a acompanhar o pensamento atual daqueles que não vinham aplicando 
a Súmula. Veja-se o que diz: 
Súmula nº 122 do TST 
REVELIA. ATESTADO MÉDICO 
A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que 
presente seu advogado munido deprocuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a 
apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade 
de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência. 
Então, pela Súmula, só um atestado médico é capaz de afastar a revelia e seus efeitos 
quando o réu não comparece na audiência em que deveria comparecer. Na prática, diz o 
Professor que muitos juízes, com base no art. 765 da CLT (condução do processo), já a 
relativizam3. 
Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo 
e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência 
necessária ao esclarecimento delas. 
O cerne da questão, no entanto, é a questão da necessidade de se comparecer à 
audiência. A partir de tal súmula (“ainda que presente o advogado”), uma posição bem firme 
do TST era, no sentido de que, ainda que o advogado estivesse presente, a defesa não seria 
recebida, porquanto o réu quem deveria estar presente para se defender. 
Muitos criticam tal postura, pois a defesa pode estar com documentos. Por exemplo, 
no caso de o reclamante estar solicitando horas extras, mas a contestação já trazer todos os 
recibos de pagamentos dessas horas ou, por exemplo, estar-se postulando verba rescisória e 
a defesa já trazer todos os recibos. 
➢ Ou seja, por que deslocar o empregador se ele pode postar uma defesa que já 
ilide o pedido do reclamante? 
 
3 Já houve casos, por exemplo, de o empregador ser uma pessoa física (tal como o empregador 
doméstico) e estar fora do país a trabalho no momento da audiência e não ter como mandar um preposto para 
a audiência. 
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Lado outro, não se pode esquecer que a regra do jogo é o dever de comparecer. Assim, 
mesmo para se defender, deveria haver o comparecimento4. 
No entanto, a Súmula já não costuma ser muito respeitada. O TRT da 2ª Região-SP, por 
exemplo, determina a juntada da defesa e marca outra audiência, contendo, inclusive, Tese 
Prevalecente (n. 1) para dizer, justamente, o contrário da Súmula (embora não enfrente as 
demais questões como a possibilidade de ouvir ou não reclamante e as testemunhas): 
Tese jurídica prevalecente n. 1 - Ausência da parte reclamada em audiência. Consequência 
processual. Confissão. 
A presença de advogado munido de procuração revela animus de defesa que afasta a 
revelia. A ausência da parte reclamada à audiência na qual deveria apresentar defesa 
resulta apenas na sua confissão. 
Com a Reforma, acaba-se por “anunciar a morte” da Súmula n. 122 do TST, já que o 
novo parágrafo 5º do art. 844 da CLT determina que “ainda que ausente o reclamado, presente 
o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente 
apresentados”. 
Veja-se que a questão prática comentada não teve resposta na nova redação, mas 
entende o Professor que, se o advogado estará autorizado a juntar a defesa, não há motivos 
para retirar dele a oportunidade de escutar o reclamante ou uma testemunha que ele tenha 
levado (ou mesmo a apresentada pelo reclamante). 
Segundo o Professor, esta nova redação será bastante para fundamentar e conferir 
todas essas permissões ao advogado, uma vez que já poderá ser recebida a sua defesa. 
Assim, provavelmente, ou esta Súmula será reformulada, inclusive para tratar desta 
questão prática, ou será revogada. 
 
 
4 Neste sentido, o Professor pontua que, embora entenda ser razoável não gerar um enriquecimento 
ilícito para o reclamante, processualmente, acaba-se enfrentando algumas consequências. Ou seja, não se pode 
fazer um descaso com este chamado da Justiça do Trabalho. Assim, o Professor se funda pela Súmula n. 122 (não 
recebimento da defesa), até mesmo porque, quando se recebe a defesa, será que se pode deixar que o advogado 
ouça o reclamante ou faça perguntas para a testemunha do reclamante? Isto significa dizer ”foi todo mundo, 
menos o Réu”. Por outro lado, também é difícil imaginar que se aplique uma revelia/confissão e não se evite o 
enriquecimento sem causa.

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