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Aquecimento diferenciado

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Universidade Federal de Pelotas – CDTec – Eng. Hídrica 
Disciplina de Climatologia – prof. Siclério Ahlert 
 
AQUECIMENTO DIFERENCIADO DA TERRA E DA ÁGUA 
O aquecimento da superfície controla o aquecimento do ar sobrejacente. Portanto, para entender 
variações nas temperaturas do ar, devem-se examinar as propriedades das várias superfícies, que 
refletem e absorvem energia solar em quantidades diferentes. O maior contraste é observado entre terra 
(Continente) e água (Oceano). A terra aquece mais rapidamente e chega a temperaturas mais altas que a 
água num determinado intervalo de tempo. Da mesma forma, a terra resfria rapidamente e chega a 
temperaturas mais baixas que a da água. Variações nas temperaturas do ar são, portanto, muito maiores 
sobre a terra que sobre a água. 
Há vários fatores que contribuem para o aquecimento diferencial da terra e da água. 
1) Uma importante razão para que as temperaturas da superfície da água aumentem e diminuam 
mais vagarosamente que as da superfície da terra é o fato que a água é altamente móvel. Quando é 
aquecida, a turbulência distribui o calor através de uma massa bem maior. A variação diurna de 
temperatura na água alcança profundidade de 6 metros ou mais e a variação anual pode atingir de 200 a 
600 metros. Por outro lado, o calor não penetra profundamente no solo ou na rocha, concentrando todo 
quase todo o calor próximo a superfície, sendo transferido paras as camadas mais baixas pelo lento 
processo de condução. Conseguintemente, variações diurnas são muito pequenas além da profundidade 
de 10 cm e as variações anuais atingem apenas 15m. Portanto, uma camada mais grossa de água é 
aquecida a temperaturas moderadas durante o verão, enquanto uma fina camada de terra é aquecida a 
temperaturas mais elevadas. No inverno, a fina camada de terra aquecida durante o verão resfria-se 
rapidamente. Na água o resfriamento é mais lento, pois a camada superficial resfriada vai sendo 
substituída pela água mais aquecida subjacente, até que uma grande massa seja resfriada. 
2) Como a superfície da terra é opaca, o calor é absorvido somente na superfície. A água, sendo 
mais transparente, permite que a radiação solar penetre à profundidade de vários metros. 
3) O calor específico (a quantidade de calor necessária para aumentar de 1ºC uma massa de 1g 
da substância) é quase 5 (cinco) vezes maior para a água que para a terra. Assim, a água necessita de 
bem mais calor para aumentar sua temperatura na mesma quantidade que a terra, para uma mesma 
quantidade de massa. 
4) A evaporação (que é um processo de resfriamento) é bem maior sobre a água que sobre a 
superfície terrestre. Devido às propriedades acima descritas, localidades costeiras que sofrem a 
influência da presença da água, apresentam menores variações anuais de temperatura. 
Numa escala diferente, a influência moderadora da água pode também ser demonstrada quando 
se comparam variações de temperatura no Hemisfério Norte (HN) e no Hemisfério Sul (HS). O HN é 
coberto por 61% de água; a terra ocupa os outros 39%. O HS tem apenas 19% de terra, com 81% de 
água. Entre 45º N e 70º N há mais terra do que água, enquanto entre 40º S e 65º S quase não há terra. 
Essas características dão origem ao conceito de CONTINENTALIDADE.

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