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Estado e Seviço Social no Brasil 04

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estado e Serviço Social no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 4 
 
 
Professor Carla Andréia Alves da Silva Marcelino 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
Como vai? Vamos dar início a mais uma aula de Estado e Serviço Social 
no Brasil! 
Após estudarmos a evolução do pensamento na teoria política e a 
organização do Estado Moderno em nossas aulas anteriores, pudemos ver que 
o contratualismo criou uma situação hipotética da passagem de um Estado de 
Natureza para um Estado Civil garantidor do exercício das liberdades individuais 
e responsável por manter a ordem através da elaboração, execução e aplicação 
das leis. Este pensamento abriu as portas para o Estado Liberal que vimos em 
nossa aula 3, o qual defendia a pouca regulação do Estado nos assuntos da 
economia, estabelecendo esta como esfera da sociedade civil, cabendo ao 
Estado garantir a liberdade dos indivíduos e apenas atuar nas relações 
particulares para dirimir conflitos. 
 
O Iluminismo e a passagem das Monarquias Absolutistas para o Estado 
Liberal abriram espaço para a discussão acerca dos direitos individuais dos 
homens, garantindo a não subserviência, a não exploração, a proteção contra a 
tortura e os castigos físicos, dentre vários outros direitos os quais foram 
supostamente sendo assegurados ao longo do tempo, no Estado Liberal, e mais 
fortemente depois no Welfare State, após a Segunda Guerra Mundial. Mas, qual 
teria sido a intencionalidade de tudo isto? Será que estes direitos valeram para 
todos? Será que valem para todos nos dias de hoje? 
Nesta aula, pretendemos fazer uma análise crítica acerca da construção 
dos conceitos de Cidadania e Direitos Humanos. Para isto, perpassaremos pela 
construção histórica da ideia de cidadania, apontando quais foram as bases que 
criaram as condições propícias para esta discussão. Na sequência, 
apresentaremos brevemente os contextos das Revoluções Inglesa, Americana 
e Francesa, momentos históricos que foram fundamentais na construção 
moderna e contemporânea da garantia dos Direitos Humanos e de Cidadania. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Na sequência, aprofundaremos o conceito de Direitos Humanos, o seu 
significado no tempo em que foi construído e as nuances que envolvem este 
assunto. Após, apresentaremos brevemente alguns organismos internacionais 
de defesa dos Direitos Humanos e o seu papel social, além de elencarmos os 
principais tratados internacionais promulgados desde a chamada Convenção de 
Genebra, em 1864, na qual se tem os primeiros esboços de um “direito 
humanitário”, até os tratados vigentes nos dias atuais, dos quais o Brasil é 
signatário, e com os quais os assistentes sociais atuarão cotidianamente no 
exercício de suas atividades. Ao fim desta aula, faremos uma reflexão crítica 
sobre a Cidadania e os Direitos Humanos e as suas aplicabilidades nos dias de 
hoje, tempos em que temos visto em marcha ligeira o avanço às violações de 
direitos e o estreitamento de direitos historicamente conquistados. 
Indicação de Leitura: para toda esta aula utilizaremos a obra na íntegra, 
disponível na Biblioteca Virtual: “História da Cidadania”, de Jaime Pinsky e Carla 
Bassanezi Pinsky. 
 
Vamos dar início à aula de hoje assistindo à explicação da professora 
Carla no material online. 
Contextualizando 
Provavelmente, você deve ter visto a foto do bebê sírio encontrado morto 
em uma praia da Turquia, quando sua família se refugiava da Síria e tentava 
entrar na Europa. Esta cena causou comoção internacional e suscitou uma 
série de discussões acerca dos Direitos Humanos de refugiados e sobre as 
atitudes dos países Europeus que “fecham as suas portas” para milhares de 
imigrantes e refugiados, gerando mortes, miséria e uma situação calamitosa de 
violações de direitos dos seres humanos, que, em sua maioria, já saem dos 
seus países fugindo de guerras, de repressões e de regimes opressores, em 
busca de vida melhor e acabam tendo seus direitos violados ou encontram a 
morte pelo caminho. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Leia a reportagem a seguir sobre a crise migratória envolvendo os sírios 
e a Europa, acompanhe esta aula e ao final voltaremos ao tema: 
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/09/foto-chocante-de-menino-morto-
vira-simbolo-da-crise-migratoria-europeia.html 
 
Pesquise 
TEMA 1: O que é cidadania? 
O que é Cidadania? 
 
Responder a esta pergunta não é uma tarefa fácil, pois conforme afirmam 
Pinsky e Pinsky (2015), o conceito de cidadania não é estanque, foi e está 
sendo construído historicamente e a sua definição tem que ser situada no 
tempo e no espaço, pois pode variar conforme o momento histórico em que 
estivermos estudando ou vivendo. Mesmo reconhecendo este caráter 
histórico e temporal do conceito, os mesmos autores (p. 9) tecem um significado 
mínimo para a cidadania, afirmando ser cidadão é. 
[...] ter direito à vida, à liberdade, à igualdade perante a lei: é, em 
resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da 
sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos 
sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na 
riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, 
à saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter 
direitos civis, políticos e sociais. 
Concordando com Pinsky e Pinsky (2015), Melo (2016) ressalta que o 
significado da cidadania se modifica constantemente pelas transformações 
sociais, pelo contexto histórico, mas principalmente se transforma conforme as 
mudanças de paradigmas ideológicos dominantes na sociedade. Estes autores 
também concordam que o conceito atual de cidadania não pode perpassar ou 
ficar restrito apenas à questão do voto (votar e ser votado), mas precisa ser 
associado às condições de vida digna das pessoas para que tenham condições 
de participar conscientemente dos processos democráticos de decisão. 
 
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5 
Na mesma linha segue Norberto Bobbio (1992), o qual afirma que o 
conceito de cidadania vai se alterando conforme as demandas sociais, citando 
alguns exemplos: só se passou a ter preocupação com a cidadania e com os 
direitos das pessoas idosas a partir do momento em que os avanços da medicina 
garantiram longevidade aos seres humanos; nas sociedades em que somente 
quem era proprietário era considerado cidadão, a proteção à propriedade privada 
teve o lugar de direito fundamental. Portanto, a cidadania deve ser sempre 
analisada ao seu tempo e em determinado contexto histórico. 
Melo (2016) explica que o primeiro significado de cidadania nasceu na 
Grécia antiga, quando eram chamados de cidadãos àqueles que moravam nas 
cidades e participavam dos seus negócios. Ou seja, era cidadão apenas aquele 
que participava da pólis, sendo que desta participavam, em grande parte, apenas 
as aristocracias dominantes, sendo que delas não partilhavam os não nobres e 
os estrangeiros. Assim, a cidadania era direito para poucos. 
Dando um grande salto histórico, saindo da Grécia e da Roma antigas e 
passando para a Idade Média, temos o início do sistema feudal. No feudalismo 
a questão da cidadania fica relegada, sendo dado maior ênfase à questão da 
religião, às dádivas divinas. Neste período, as classes ou estamentos, como 
chamaria o sociólogo Max Weber, teriam privilégios e benefícios dados por deus. 
Assim, os nobres (senhores feudais e seus familiares), o clero (a igreja) e os 
camponeses(trabalhadores) tinham direitos civis e políticos diferenciados, 
creditados à vontade divina. 
Ainda seguindo com Melo (2016), no período chamado de Baixa Idade 
Média, com a formação dos Estados Nacionais, a ideia de cidadania voltou à 
tona, mas vinculada especificamente aos direitos políticos. A evolução deste 
conceito para além da ideia de votar e ser votado vai surgir apenas no período 
do Iluminismo, importante período da história que já estudamos em nossas aulas 
anteriores. Foi a partir do Iluminismo que começou a surgir o ideal de 
IGUALDADE e LIBERDADE, preconizando o caráter de universalidade dos 
direitos, ou seja: IGUALDADE DE DIREITOS. 
 
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6 
Na passagem da Modernidade para a Contemporaneidade, temos um 
marco das lutas pelos direitos caracterizados nas três revoluções: Inglesa, 
Americana e Francesa, sendo que esta última inaugurou o período da história ao 
qual chamamos de contemporaneidade. Sobre estas revoluções, 
especificamente, estudaremos no próximo tema desta aula. 
Na Contemporaneidade, até o final do século XIX e início do século XX 
temos ainda o conceito de cidadania vinculado aos direitos políticos e foi 
somente após as duas Guerras Mundiais que este conceito começou a ser 
aproximado de outros direitos. Neste contexto, Melo (2016, p.1), nos explica: 
[...] o medo advindo das atrocidades praticadas e alicerçadas pela 
legalidade fez com que órgãos internacionais e a própria sociedade 
civil passassem a entender cidadania como algo indissociável dos 
direitos humanos. O conceito de cidadania passou a ser vinculado 
não apenas à participação política, representando um direito do 
indivíduo, mas também o dever do Estado em ofertar condições 
mínimas para o exercício desse direito, incluindo, portanto, a 
proteção ao direito à vida, à educação, à informação, à participação 
nas decisões públicas. 
 
É neste contexto que temos o conceito de cidadania que utilizamos 
atualmente. Ser cidadão hoje, além de ter os direitos políticos garantidos, é ter 
também segurança social, condições mínimas de reprodução da vida material, 
acesso a bens culturais, ao esporte, ao lazer e a todos os outros bens materiais 
e imateriais que possam permitir a existência humana em sua completude. 
 
Entenda, no material online, alguns conceitos utilizados para entender o tema: 
explicar conceitos utilizados para entender o tema: Periodização Histórica 
(Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporânea), Pólis, Feudalismo e Estado 
Nacional. 
 
 
 
 
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7 
TEMA 2: Construção da Cidadania nas Revoluções Inglesa e Americana 
Revolução Inglesa 
Embora desde o Renascimento se tenha visto os primeiros movimentos 
de aproximação com a razão em detrimento às verdades reveladas pela fé, os 
primeiros avanços das ciências, as primeiras preocupações com a felicidade 
humana, com o bem-estar individual e coletivo, foram vistas somente no período 
Iluminista, nos anos que o sucederam, e principalmente, nos anos posteriores 
que inauguraram a Idade Moderna. Foram fundamentais neste processo as três 
Revoluções: Inglesa, Americana e Francesa, já que delas surgiram as primeiras 
cartas, as primeiras declarações de garantia da cidadania, ainda que esta fosse 
em grande parte limitada, como no caso americano. 
Em sequência cronológica, a primeira das revoluções foi a Inglesa, 
ocorrida no século XVII (iniciada em 1640 e encerrada em 1688) e que deu 
origem ao primeiro país capitalista no mundo. 
Mondaini (2015) contextualiza essa revolução afirmando que desde o 
renascimento o homem já buscava formas de compreender o mundo 
transcendendo às questões da religião, buscando os próprios homens ser donos 
de seus destinos e tendo capacidade de explicá-lo, 
“o primado resignador da fé recuou diante da força crítica e 
otimista do saber científico” (p. 115), 
...sendo que os homens passaram a buscar suas verdades a partir de 
seus próprios esforços criativos. Neste sentido, os homens passam a questionar 
as desigualdades que até então eram dadas como fatos naturais, como 
predestinação. 
 
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8 
Os privilégios “dados por deus” aos nobres já não eram mais aceitos e 
tolerados com passividades, e os homens passam a ter “uma consciência 
histórica da desigualdade” (p. 116) e começam uma busca para passar da 
condição de súditos para a de cidadãos. Mas que cidadania era esta? Esta 
pretensa cidadania perpassava, principalmente, pelo direito à propriedade. 
Há que se considerar que àquela época ainda vigorava o feudalismo e 
que a justificação para a posse de propriedade dos senhores feudais era de 
dádiva divina. Assim, podemos afirmar que a Revolução Inglesa foi um levante 
contra o feudalismo tendo como foco o avanço do capital. 
Mondaini (2015) segue nos explicando que a Revolução Inglesa foi 
primeiramente uma revolução política e que esta abriu espaço para a 
revolução industrial. Nesta passagem, o autor pontua três grandes mudanças: 
a) a predominância da agricultura é substituída pela produção industrial; 
b) surgimento de um sistema de transportes mais rápido e diversificado; 
c) as crises de subsistência pela qual passou o feudalismo deu lugar a 
crises de superprodução e baixa de preços dos produtos. 
Porém, no início dessa revolução, em que pese a queda do feudalismo, o 
poder ainda continuou concentrado nas mãos de poucos, já que predominava na 
Europa o Estado Monárquico Absolutista, o qual já vimos em nossas aulas 
anteriores. Com o crescimento da burguesia, esta monarquia forte e absoluta 
passa a ficar limitada em seus poderes, pois no contexto inglês a burguesia 
ascendente do capital conseguiu matar o rei e criar o parlamento inglês. Assim, 
abre-se espaço para uma monarquia limitada, na qual o rei reina, mas não 
governa. 
 
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9 
O mesmo Mondaini (2015) afirma que a revolução inglesa pode ser 
caracterizada como a revolução do trabalho contra o ócio. Ócio este vindo 
dos reis e dos nobres, que gozavam de suas dádivas divinas que não foram 
conquistas por meios legítimos, dando lugar a um “novo sistema marcado pela 
valorização do trabalho e da poupança, rompendo com a exaltação aristocrática 
do ócio e do gozo dos prazeres da vida” (p. 120). 
Assim, criam-se as condições essenciais para o desenvolvimento 
capitalista, já que a burguesia toma o poder estatal para si, faz alianças com as 
demais classes sociais fortalecendo internamente o país e trabalha para ampliar 
as relações externas com outras nações. A terra que era instrumento de ócio e 
herança passa a ser vista como mercadoria; de fonte de subsistência passa ter 
lugar de fonte de obtenção de lucros. Nesta nova ordem social surge também 
um novo código de valores, pautados no LUCRO e no INDIVIDUALISMO, como 
afirma Mondaini (2015). 
Importante ressaltar que, por nossa tradição marxista no Serviço Social, 
sempre que falamos em revolução pensamos nas classes sociais proletárias 
assumindo o poder. No caso da revolução inglesa e das demais que aqui 
estudaremos, esta foi uma revolução burguesa que usou as classes menos 
favorecidas para depois espoliá-las dos benefícios obtidos na revolução. 
Espoliá-las: significado: privar (alguém) de (algo) por meios ilícitos, 
ilegítimos ou violentos; despojar, esbulhar. 
[...] se num primeiro momento, as classes sociais subalternas são 
vistas com bons olhos pela burguesia revolucionária (pois esta 
necessita recolher o maior número de foças a fim de abater o 
inimigo principal aristocrático), num segundo instante, quando as 
tarefas propriamenteburguesas da revolução são completadas, as 
camadas inferiores são devidamente afastadas. Primeiro, 
fisicamente, por meio da repressão das armas. Logo a seguir, 
simbolicamente, pelo ocultamente da memória histórica em torno 
da sua participação no processo. (Rude apud MONDAINE, 2015, p. 
127) 
 
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10 
Assim, seguindo Mondaine (2015), na Revolução Inglesa estabeleceram-
se os valores burgueses de obtenção e manutenção da propriedade, 
resguardando o poder político apenas aos homens proprietários, sendo que a 
ideologia protestante (religiosa) se sobressaiu em detrimento às ideologias que 
poderiam ter estabelecido uma divisão mais equânime da propriedade e do 
poder. 
Com esta lógica de defesa da liberdade individual e do direito à 
propriedade, começam a estabelecer-se as bases para o Estado Liberal, que já 
estudamos em nossa terceira aula. 
Como vimos, no Estado Liberal há a defesa intransigente aos direitos 
civis, os quais na Inglaterra foram assegurados por meio de uma Carta de 
Direitos, sendo o Estado o protetor destes direitos. Neste contexto, Bobbio 
(1992) afirma que a Revolução Inglesa e o processo que se seguiu a ela no 
século XVII abriu espaço para o que o autor chama de “Era dos Direitos”, termo 
que inclusive nomina uma de suas mais importantes obras. Este Estado Liberal 
inglês, como já citamos, defende principalmente a propriedade, mas a 
propriedade aqui é aquela fundamentada no direito natural de John Locke, que 
implica em entender a vida, a liberdade e os bens como propriedade: “o objetivo 
grande e principal, portanto, da união dos homens em comunidade, colocando-
se eles sob governo, é a preservação da propriedade” (MONDAINE, 2015, p. 
130). 
John Locke foi um filósofo inglês descendente de uma família de 
burgueses comerciantes. 
Esteve refugiado na Holanda por causa do seu envolvimento com 
pessoas acusadas de fazer movimentos contra o Rei Carlos III. Seus 
pensamentos influenciaram todas as revoluções mundiais durante o século 
XVIII. Locke defendia a garantia dos direitos de um povo (proteção da vida, da 
liberdade e da propriedade). 
 
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11 
Para ele, esses direitos deviam ser prioridade de um governo, e se os 
governantes não pudessem, ou não quisessem respeitar esses direitos, o povo 
poderia derrubá-los e substituí-los por alguém melhor. Fonte: 
http://www.infoescola.com/filosofos/john-locke/ 
Por fim, a Revolução Inglesa foi um marco na garantia dos direitos de 
cidadania, mas esta cidadania ficou mais restrita aos homens que eram 
proprietários (no caso do exercício do poder), garantindo-se aos demais o direito 
à vida e à liberdade, além do direito de possuir e preservar seus bens. Apesar 
desta cidadania “seletiva”, Mondaini (2015) e Bobbio (1992) concordam que os 
ideários desta revolução trouxeram a defesa de um conceito importantíssimo até 
os dias atuais: o da TOLERÂNCIA. Pautados nas teses de John Locke, os 
ingleses alcunharam o respeito às diferenças, defendendo a preservação das 
identidades individuais, reconhecendo a alteridade, em especial em relação às 
questões religiosas que até então tinham sido os motivos de grande parte dos 
conflitos ocorridos no mundo todo. 
Revolução Americana 
A Revolução Americana que culminou na Independência dos Estados 
Unidos da América, segundo Karnal (2015), promoveu importantes 
transformações nos conceitos de cidadania e liberdade, visto que o ideário da 
liberdade foi o que motivou o “sonho” da independência americana. 
No século XVIII, o território que hoje forma os EUA era caracterizado por 
treze colônias inglesas. A Revolução Americana, assim como a Inglesa, foi uma 
revolução burguesa, liderada por comerciantes, fazendeiros, escravocratas e 
manufatureiros, classes que muitas delas viviam em guerra entre si, mas que em 
nome da liberdade em relação à coroa inglesa uniram-se. 
 
 
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12 
A Inglaterra havia negligenciado os cuidados com a colônia em detrimento 
dos problemas que ao período estavam ocorrendo na Europa, como a disputa 
entre os ingleses e franceses por poder, terras e território. Neste processo, o 
crescimento das colônias americanas foi visível, ampliando a produção de bens 
e o comércio. Através do avanço das navegações, as colônias inglesas na 
América começaram a vender seus produtos para locais mais distantes, 
expandido assim o capital e a riqueza. Ao voltar os olhos para as colônias, a 
Inglaterra, já mais enfraquecida após a guerra contra a França, de imediato atuou 
para tributar os colonos, no intuito de que estes pagassem os custos da guerra, 
fortalecendo o país. Os colonos americanos insurgiram-se contra estas 
tributações e deram início ao processo que culminou na independência dos EUA. 
Outro fator que desencadeou o processo revolucionário foi a excessiva 
repressão da Inglaterra sobre os colonos, impondo questões ideológicas e 
culturais aos americanos. Assim, em brevíssimo resumo, o ápice da Revolução 
Americana se deu quando os colonos americanos buscaram a liberdade 
(econômica, cultural, religiosa e politica) em relação aos ingleses. 
Esta liberdade, segundo Karnal (2015), é a mesma liberdade desenhada 
e defendida por John Locke, que a este período (século XVIII) já era bastante 
lido e estudado nas colônias americanas; este conceito de liberdade estava 
também atrelado à ideia de felicidade comum. O mesmo autor afirma que a 
influência de Locke fica evidente até mesmo no texto da Declaração de 
Independência dos EUA: 
“O texto da Declaração é uma lembrança quase literal dos princípios 
básicos do autor do Segundo Tratado Sobre o Governo: direitos 
naturais, governo instituído para preservar os direitos naturais, e 
direito à rebelião.” (p. 141) 
 A Declaração de Independência dos EUA, publicada em 1776, traz no 
seu texto que todos os homens foram criados iguais e dotados de direitos 
inalienáveis, como a vida e a liberdade. 
 
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13 
Seguida da Declaração, temos em 1787 a primeira Constituição 
Americana, na qual, segundo Karnal (2015), fica evidenciada a esfera privada 
como sendo o espaço do cidadão, em detrimento da tirania do Estado. Assim, a 
Declaração e a Constituição garantem o direito à liberdade e protegem o 
cidadão da tirania do próprio Estado. 
A Constituição Americana é tida por muitos com sendo o início, o alicerce, 
da democracia moderna e contemporânea, já que inova ao separar formalmente 
os três poderes e garantir os direitos, no plano formal a todos os cidadãos 
americanos. Porém, Karnal (2015) alerta que apesar de um marco, estas cartas 
estabelecem uma controversa e contraditória cidadania, pois naquele período 
nos EUA mulheres e brancos não proprietários não podiam votar e serem 
votados. Outro fator bastante contraditório é que apesar da defesa intransigente 
das liberdades individuais, até parte do século XIX, a escravidão era aceita e era 
legalizada. 
Ora, como falar em direitos e em liberdade, se é permitido que uma 
parcela da população seja propriedade de outros homens? A situação dos 
indígenas é, também, bastante questionada neste processo, já que estes não 
foram alvo de qualquer política ou garantia de direitos durante e após a 
Revolução Americana. 
A cidadania americana, assim como em quase todos os lugares, foi sendo 
construída ao longo do tempo, sendo que o voto universal masculino chegou 
mais rápido, em meados do século XIX, mas o voto feminino foi uma realidade 
só apenas no século XX. A abertura ao direito civil e político de todos os homens 
americanosno século XIX fez surgir o primeiro presidente vindo de camadas 
mais populares (Andrew Jackson). Karnal (2015) coloca este fato como sendo 
um fator redundante da democracia e da cidadania americana. Porém, o mesmo 
autor afirma que neste período o que houve foi a extensão dos direitos à maior 
parte dos americanos, mas a desigualdade social ali não estava acabada: 
 
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14 
“reduzidos à igualdade que não distingue mais o voto do intelectual do 
voto do ignorante, o meio de distinção passa a ser o dinheiro. O que a 
política torna igualitário, o sucesso financeiro distingue”. (p. 148) 
Neste sentido, a cidadania não perpassava para os americanos pela 
questão da garantia dos direitos sociais, a exemplo, já que prevalecia, como até 
hoje, os princípios da meritocracia, cabendo ao próprio sujeito sair da sua 
condição de desfavorecido: 
O sonho americano do sucesso material e de oportunidades iguais 
para todos constituiu uma unidade poderosa. Não importa a 
realidade de miséria da maioria: difundiu-se a ideia de que o 
trabalho duro levava as pessoas ao sucesso e que o fracasso era 
falta de esforço. [...] A pobreza não era vista como uma chance de 
caridade ou um dado natural e consagrado, mas como fruto da 
preguiça e da falta de esforço. Sair dela era um ato de vontade, 
jamais uma imposição do sistema em si. (KARNAL, 2015, p. 149) 
Por fim, Karnal (2015) afirma que os americanos evoluíram em seus 
conceitos de cidadania, mas esta continua até os dias de hoje vinculada à ideia 
do exercício pleno das liberdades. Hoje o problema americano com os direitos 
está no reconhecimento dos direitos dos cidadãos não americanos e do que eles 
conferem como direitos aos seres humanos de outros países. 
Complemente os seus estudos com a videoaula no material online! 
 
TEMA 3: A Revolução Francesa e o contexto histórico da construção da 
ideia dos Direitos Humanos 
A Revolução Francesa e o contexto histórico da construção da ideia dos Direitos 
Humanos 
A Revolução Francesa é tida como o marco da passagem do conceito de 
cidadania restrito aos direitos civis e políticos, para algo mais geral, mais amplo 
do ponto de vista do significado, que são os Direitos Humanos. 
 
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Foi no ápice desta revolução que tivemos a primeira carta universal de 
direitos aos homens. Vamos ao contexto. 
Como já falamos da Revolução Francesa em nossa aula 3, cabe-nos aqui 
apenas um breve resumo: no final do século XVIII, por volta da década de 1780, 
a França estava falida. Os exageros do rei e sua corte para manter os privilégios 
deles, dos nobres e do clero, os gastos excessivos com guerras e as constantes 
brigas com a Inglaterra estavam deixando a população insatisfeita. A burguesia 
local era taxada com altos impostos. Impostos estes que eram usados para 
custear os disparates e os gastos abusivos do rei. 
As práticas abusivas do rei tanto na economia, como no controle dos 
tribunais com condenações injustas levaram a população ao levante. É 
importante relatar que as pessoas presas por estes disparates do rei eram 
levadas para um local chamado de Bastilha, uma fortaleza de concreto na qual 
eram literalmente “jogados” todos aqueles que contrariavam o rei e a sua corte. 
Após uma série de acontecimentos, o ápice da Revolução Francesa, o seu 
símbolo máximo, foi a queda da Bastilha, momento em que o povo invadiu este 
local símbolo dos abusos do rei. 
Odália (2015) afirma que é consenso na literatura sobre os direitos de que 
a Revolução Francesa inaugura um novo tempo nesta compreensão, mas alerta 
para o fato de que não podemos descolar nossa análise do fato de que esta 
revolução ocorreu no século XVIII, no bojo das ideias iluministas, com 
predomínio da razão humana como sendo o centro da ética, da moral, da 
autonomia, ou seja, da ação humana pautada exclusivamente na sua vontade 
racionalmente orientada. 
Neste contexto, a autora afirma que há a formação de uma consciência 
histórica pelos homens, a qual “não é exclusividade do intelectual, mas também 
da classe ascendente, da burguesia que percebe a sua importância nas 
transformações sócio-políticas, econômicas e culturais [...]” (p. 160). 
 
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O homem começa a buscar mais veementemente a ideia de felicidade, 
tanto individual quanto coletiva e começa a se desenhar a possibilidade, 
utilizando palavras do senso comum, de “um mundo melhor”. A Revolução 
Industrial deflagrada na Inglaterra foi fundamental neste processo, pois com o 
aumento da produção, a maior possibilidade de acesso aos bens produzidos e 
mais tempo livre aos homens que agora tinham parte das suas tarefas realizadas 
pelas máquinas, abriram espaço a esta busca por um novo tipo de sociedade, 
veja: 
O homem só pode pensar em felicidade como um projeto de sociedade 
[...] quando criou os meios de fazer com a educação, a produção de alimentos, 
a fabricação das cosias de que precisava – tecidos, roupas, máquinas, etc. – 
aumentasse a tal nível que deixassem de ser um privilégio para poucos para ser 
uma possibilidade para todos. Isso não significou, nem significa hoje, que todos 
os homens tenham tudo o que queriam e que não exista ainda desigualdade e 
injustiça. Significa apenas que, a partir do século XVIII [...] o homem criou os 
instrumentos de que necessitava para produzir em abundância e viver 
confortavelmente. (ODÁLIA, 2015, p. 160) 
Para consolidar estas ideais de bem comum, de liberdade e igualdade, a 
Revolução Francesa tem como ápice a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão, em 1789. Reunidos em Assembleia Nacional, o Terceiro Estado, 
representantes do povo Francês, reconhecem que o desprezo pelos direitos 
naturais dos homens é a principal causa dos males públicos e da corrupção 
política e decidem nesta carta fixar os direitos naturais, inalienáveis e “sagrados” 
dos homens, a fim de que todos os três poderes, ao desenvolverem seus 
trabalhos, o façam de forma a conservar e respeitar os direitos dos homens e 
garantir a chamada “felicidade geral”. Os principais direitos fundamentados nesta 
Declaração são: liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão. O 
exercício da liberdade também é delimitado na carta, sendo o seu limite o “direito 
de fazer tudo o que não prejudique os outros”. 
 
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Neste sentido, por assegurar direitos, mas também especificar deveres, a 
Declaração acaba colocando as leis acima dos direitos do homem. Primeiro 
cumpre-se as leis, e através delas assegura-se o exercício dos direitos. 
Bobbio (1992) dá uma importância fundamental à Declaração, afirmando 
que ela demarca o fim do Antigo Regime e demarca, ao menos simbolicamente, 
o início de uma nova era. É preciso aqui fazer uma ressalva quanto ao fato de 
que Bobbio é um defensor do Estado Liberal e por isso ele verá a Revolução 
Francesa e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão como um olhar 
menos crítico do que outros autores. Analisando a Declaração, Bobbio afirma 
que o núcleo doutrinário do documento possui três eixos, definidos em seus 
artigos: 
A 
Condição natural dos indivíduos que é anterior à sociedade civil. Ou seja, os 
homens NASCEM livres e iguais em dignidade e direitos, todos eles, de forma 
universal, nascem providos deste direito. 
 
B 
Finalidade da sociedade política, que é posterior ao Estado de Natureza: embora 
não cite a palavra contrato, o texto da Declaração traz que os homens se 
associam politicamente e criam o Estado, o qual tem o dever de defender os 
direitos naturaisdo homem. 
 
C 
A legitimidade do poder cabe à nação: o poder deveria emanar do povo, as leis 
deveriam ser a expressão da vontade geral, não mais seria aceitos os soberanos 
absolutos, donos indivisíveis do poder. 
 
 
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Apesar de inaugurar uma nova era, como diz Bobbio, precisamos também 
ter um olhar crítico a todo este processo. Odália (2015) faz uma crítica a esta 
Declaração, argumentando que há um paradoxo nela, já que se refere à garantia 
dos direitos civis e políticos, fala de igualdade e liberdade e confere o direito à 
propriedade privada, mas não se preocupa e nem se refere, em momento algum, 
àqueles homens não proprietários e que viviam em miséria. Ou seja, a igualdade 
ficava no aspecto do direito, de ser igual perante às leis, mas não quanto à 
participação social na riqueza produzida coletivamente. 
Assim, fica explicitado que a ampliação do conceito de cidadania e que o 
reconhecimento do homem enquanto sujeito que tem a felicidade e o bem-estar 
por direito, que tem o direito de ser livre, de exercer a sua vontade, significou 
grande avanço para a humanidade, principalmente pelo fato de pretender ser 
UNIVERSAL, em afirmar que TODOS os homens seriam iguais, sem recortes. 
Mas é sabido que nem à sua época e nem até os dias de hoje, os tratados 
internacionais garantiram a igualdade e o acesso de todos. 
A professora Carla fala um pouco sobre a Declaração Universal dos 
Direitos do Homem e do Cidadão. Assista no material online. 
 
TEMA 4: Principais Tratados Internacionais de Direitos Humanos 
Embora a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada 
na França, dissesse que todos os homens são iguais em direitos, ela foi 
precursora, mas não foi universal. Ou seja, ela não foi um tratado que garantisse 
a todos os cidadãos do mundo os Direitos Humanos em todos os países do 
mundo. Ou seja, ela não se caracterizou como um Tratado Internacional. 
De acordo com Queiroz (2016, p.1), os Tratados Internacionais de Direitos 
Humanos são: 
 
 
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[...] um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo 
Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou 
mais instrumentos conexos [...]. Além do termo ‘tratado’, diversas outras 
denominações são usadas para se referir aos acordos internacionais. As mais 
comuns são: Convenção, Pacto, Protocolo, Carta, Convênio, [...] Tratado ou 
Acordo Internacional. Alguns termos são usados para denotar solenidade (por 
exemplo, Pacto ou Carta) ou a natureza suplementar do acordo (Protocolo). 
 
Muitos autores concordam que a gênese dos tratados internacionais dos 
Direitos Humanos esteja na chamada Convenção de Genebra, sendo este o 
primeiro tratado que pretendia ser universal e versava sobre “direitos 
humanitários”. Gasparetto Junior (2016) explica que este primeiro tratado foi 
fruto dos esforços de um Suíço, chamado Henri Dunant, o qual demostrou 
grande preocupação com os sujeitos vítimas das guerras e conflitos ocorridos na 
Europa no século XIX. Dunant tinha interesse em melhorar os serviços sanitários 
nos atendimentos de campanha durante as guerras e conflitos e em 1863 
convocou uma primeira reunião, em Genebra, para debater os direitos 
humanitários e as questões sanitárias em situação de guerra, sendo esta 
reunião, ainda que informal, a primeira das muitas Convenções de Genebra 
ocorridas. Nesta primeira convenção nasce também a organização Cruz 
Vermelha, a qual terá livre acesso e proteção nas áreas em guerra. 
 
Em 1864, um acordo diplomático entre vários Estados, a Convenção de 
Genebra é oficializada e publicado o seu primeiro tratado oficial, o qual 
determinava regras internacionais para proteger feridos e doentes das forças 
armadas. A primeira vez que ocorreu a verdadeira aplicação da primeira 
Convenção de Genebra foi na Primeira Guerra Mundial. 
Após o encontro de 1864, outras três reuniões aconteceram e ampliaram 
os tratados da Convenção de Genebra, clique em cada ano para conhecer: 
 
 
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1906 
Ocorre o segundo encontro, o qual estendem os direitos humanitários 
também aos feridos, enfermos e náufragos, protegendo-os também no mar, dos 
ataques das marinhas. 
 
1929 
Ocorreu a terceira Convenção de Genebra e definiu, além do que já 
constava da convenção, o tratamento humanitário aos prisioneiros de guerra. 
Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu novo encontro. 
 
1949 
Quando se rediscutiram várias regras das convenções anteriores, face às 
atrocidades vistas durante a guerra recém findada, preocupou-se com a 
proteção de civis em áreas ocupadas e acometidas por conflitos, evitando 
abusos por parte das forças armadas. 
 
 
Após a Quarta Convenção de Genebra, outros três protocolos foram 
inseridos aos Tratados Internacionais escritos nestas convenções, todos eles 
com foco na proteção às vítimas de conflitos, guerras e guerras civis. Em caso 
de violação das leis estabelecidas pelos tratados das Convenções de Genebra, 
os países signatários podem ser julgados em processos diante da Corte 
Internacional de Justiça ou Tribunal Internacional de Justiça. 
Apesar da Convenção de Genebra ser o primeiro tratado com 
preocupação característica de Direitos Humanos, o Direito Internacional dos 
Direitos Humanos, ou seja, os Direitos Humanos enquanto área do Direito surge 
oficialmente após a Segunda Guerra Mundial, coincidindo também com a criação 
da Organização das Nações Unidas – ONU. Dizer que os Direitos Humanos 
passam a ser objeto do Direito Internacional implica dizer que agora ele sai 
apenas da esfera do “dever ser”, da carta ideológica de proteção aos seres 
humanos, e passa a ser regulado pelo Direito, com aplicação de punições e 
sanções aos Estados e organizações que não respeitarem a esses direitos. 
 
A partir deste momento, a defesa e proteção dos direitos humanos deixam 
a esfera “doméstica” de cada Estado e passam a ser interesse internacional. 
 
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21 
Piovesan (2016, p. 2), analisando o reconhecimento dos Direitos Humanos 
enquanto área do Direito Internacional, complementa que: 
 
 [...] seu desenvolvimento pode ser atribuído às monstruosas 
violações de direitos humanos da era Hitler e à crença de que parte 
dessas violações poderiam ser prevenidas, se um efetivo sistema 
de proteção internacional de direitos humanos existisse. 
 
Conforme o sítio eletrônico das Organizações das Nações Unidas, em 
1945 foi criada a ONU, após a reu nião de cerca de 50 países que 
estiveram nos EUA na Conferência sobre a Organização Internacional e que 
redigiram a Carta das Nações Unidas, ratificada mais tarde por vários países. A 
ONU nasce então com o objetivo de: 
“cooperação em relação ao direito internacional, à segurança 
internacional, ao desenvolvimento econômico, ao progresso social, 
aos direitos humanos e à paz mundial. Ou seja, seu principal 
objetivo é manter a cooperação entre todas as nações do mundo.” 
(fonte: https://nacoesunidas.org/) 
 
A ONU possui uma estrutura dividida em cinco órgãos: a Assembleia Geral, o 
Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Secretariado e o 
Tribunal Internacional de Justiça. Estes órgãos dividem-se entre as funções de 
deliberação e aplicação do direito internacional. 
Confira, acessando o ícone a seguir, a Carta das Nações Unidas: 
http://www.unfpa.org.br/Arquivos/carta_das_nacoes_unidas.pdf 
 
O primeiro e mais importante Tratado Internacional promulgado já nos 
moldes da cooperação entre as NaçõesUnidas foi a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, aprovada por 48 Estados em 1948. Esta Declaração inaugura 
uma nova fase nos Direitos Humanos, conforme explica Piovesan (2016, p. 4): 
A Declaração de 1948 introduz a concepção contemporânea de direitos 
humanos, marcada pela universalidade e indivisibilidade desses direitos. 
 
 
 
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Universalidade porque clama pela extensão universal dos direitos 
humanos, sob a crença de que a condição de pessoa é o requisito único para a 
titularidade de direitos, considerando o ser humano como um ser essencialmente 
moral, dotado de unicidade existencial e dignidade, esta como valor intrínseco à 
condição humana. Indivisibilidade porque a garantia dos direitos civis e políticos 
é condição para a observância dos direitos sociais, econômicos e culturais e 
vice-versa. Quando um deles é violado, os demais também o são. Os direitos 
humanos compõem, assim, uma unidade indivisível, interdependente e inter-
relacionada, capaz de conjugar o catálogo de direitos civis e políticos com o 
catálogo de direitos sociais, econômicos e culturais. 
A partir desta Declaração, muitos outros tratados foram promulgados, com 
os quais os futuros assistentes sociais atuarão no seu dia a dia. O Brasil é 
signatário de grande parte deles. Ser signatário de um Tratado Internacional 
significa que além de assiná-lo, o país considerará o seu conteúdo na elaboração 
e aplicação de suas leis, além de criar legislações que ratifiquem os seus 
conteúdos. 
Um exemplo muito conhecido de ratificação de um tratado no Brasil é o 
Artigo 227 da Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 
nº 8069/1990), os quais ratificam os preceitos da Convenção dos Diretos da 
Criança. Órgãos internacionais auxiliares também foram criados ao longo do 
tempo para tratar de assuntos específicos vinculados aos direitos, sendo 
exemplos a UNICEF, que cuida especificamente dos assuntos de crianças e 
adolescentes e a Organização Internacional do Trabalho que trata da proteção 
ao trabalho e garantia de direitos mínimos aos trabalhadores. 
Os tratados internacionais também acompanham as demandas de seu 
tempo, sendo atualmente objetos de muitos tratados às questões afetas ao meio 
ambiente, como exemplo o Protocolo de Kyoto, conheça-o acessando: 
http://protocolo-de-kyoto.info/ 
Conheça alguns dos principais Tratados Internacionais com os quais 
trabalham os Assistentes Sociais Brasileiros: 
 
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 Declaração dos Direitos da Criança/Declaração de Genebra (1929) 
 Declaração dos Direitos da Criança (1959) 
 Regras de Beijing – Regras Mínimas para a Administração da Justiça da 
Infância e da Juventude (1985) 
 Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) 
 Diretrizes de Riad – Diretrizes para Prevenção da Delinquência Juvenil 
(1990) 
 Regras Mínimas para a Proteção dos Menores Privados de Liberdade (1990) 
 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966) 
 Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) 
 Convenção contra a Tortura Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes (1984) 
 Convenção sobre a Eliminação da Discriminação Racial (1968) 
 Convenção sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (1979) 
 Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (1985) 
 Convenção Interamericana de Direitos Humanos (1969) 
 Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência 
contra a Mulher (1994) 
 Convenção Interamericana para Eliminação de todas as formas de 
Discriminação contra Pessoas Portadoras de Deficiência (2001) 
 
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 Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas 
de Discriminação contra a Mulher (1999) 
 Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança sobre o 
Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados (2000) 
 Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança sobre 
Venda, Prostituição e Pornografia Infantis (2000) 
 Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura (2002) 
 Convenção OIT º 182 - Sobre Proibição das Piores Formas de Trabalho 
Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação (1999) 
 Convenção OIT nº 138 - Idade Mínima para Admissão em Emprego (1976) 
 Diretrizes das Sobre Emprego e Condições Adequadas de Cuidados 
Alternativos com Crianças (2009) 
 
Acompanhe a professora Carla, no material online, explicando um pouco 
mais sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
 
TEMA 5: Reflexões sobre Cidadania e aos Direitos Humanos na atualidade 
 
Apesar de todos os avanços aqui demonstrados, é importante termos em 
mente que a ampliação do conceito de cidadania não apenas aos direitos civis e 
políticos, mas também aos direitos sociais, tais como educação, segurança 
alimentar, cultura, dentre outros, não significa que no plano da realidade todos 
os cidadãos tenham conquistado o direito a usufruir destes direitos. 
 
 
 
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25 
Embora os direitos políticos, de votar e ser votado, sejam assegurados a 
todos os cidadãos em quase todos os países do mundo, os direitos civis ainda 
ficam limitados à propriedade, pois quem detém maior poder econômico 
consegue usufruir de maior número de direitos, sendo típica a frase do senso 
comum “justiça só funciona para os ricos”. 
 
Já os direitos sociais, com a ofensiva neoliberal ocorrida no mundo todo 
e no Brasil, a qual apregoou o Estado mínimo com pouca intervenção deste 
sobre a vida dos cidadãos e a redução dos direitos garantidos pelo poder público, 
fez reduzir a oferta e o acesso a estes direitos, prejudicando assim também o 
exercício dos direitos civis e políticos, já que pessoas em condição de miséria e 
extrema pobreza, sem acesso aos serviços públicos que lhes garantam um 
mínimo de condição de (sobre)vivência, sem acesso à educação formal e 
informal, sem qualificação profissional, dificilmente terão interesse e condições 
de participar da vida civil e política, já que têm como prioridade mínima a 
reprodução da sua vida material e dos seus. 
Entretanto, os Direitos Humanos precisam ser vistos com parcimônia e é 
necessário fazer uma leitura crítica do conceito desde a sua gênese. Embora a 
primeira Declaração, promulgada no bojo da Revolução Francesa pareça um 
grande avanço, é importante ter em mente que ela surge no intuito de defender 
as liberdades individuais, liberdades estas que perpassam desde os aspectos 
subjetivos da vida, como questões religiosas e ideológicas, mas principalmente 
versava sobre o direito inalienável à propriedade privada, à sua preservação, 
manutenção e ao direito do indivíduo de, no âmbito da sociedade civil, negociar, 
vender, trocar, lucrar, sem a intervenção do Estado sobre estes processos. 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos vem a ratificar este 
processo, com uma preocupação primeira de proteger à vida e garantir a vivência 
longe de maus tratos e abusos de poder. 
 
 
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Os Tratados Internacionais que a antecederam e os que a sucederam 
cuidam de questões específicas, como o direito de crianças, contra o trabalho 
escravo, contra a tortura, proteção aos direitos das mulheres, dos negros e das 
pessoas com deficiências, mas em nenhum momento, nenhum dos Tratados 
existentes até os atuais dedicou qualquer linha que seja de seus textos a acabar 
com a desigualdade social. A desigualdade, no máximo, é minimizada em algunstextos com a garantia de políticas e direitos compensatórios aos não 
proprietários e aos menos favorecidos, ficando a questão da igualdade expressa 
apenas na abrangência das leis, ou seja, igualdade perante as leis, imperando 
até os dias de hoje a lógica meritocrática, como se qualquer ser humano fosse 
capaz de, por meio de seus esforços próprios, superar a pobreza e as condições 
de subjugação a que muitos estão sujeitos. 
 
Por estas razões que você leu na tela anterior muitos teóricos e 
pensadores que utilizam a teoria crítica marxista serão críticos severos da lógica 
e do ideário da cidadania e dos direitos humanos, mas não o fazem porque são 
contrários a estes como querem nos vender os conservadores, mas o fazem por 
ter a convicção de que a liberdade e igualdade não significaram a participação 
igualitária na riqueza produzida. Bem como para os marxistas, nenhum homem 
será plenamente livre e autônomo enquanto for expropriado do produto do seu 
próprio trabalho. 
 
No vídeo a seguir, a professora Carla faz uma reflexão sobre a efetividade da 
cidadania e dos direitos humanos. Acesse o material online! 
 
Trocando ideias 
Agora que você já conhece um pouco sobre a construção dos ideários de 
Cidadania e de Direitos Humanos, as conjunturas históricas em que estes termos 
foram alcunhados e o alcance destes. 
 
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Analise a atual conjuntura de violações e negações de direitos, de 
retrocessos democráticos, de avanço do conservadorismo, depois acesse o 
fórum e dê a sua opinião sobre a efetividade dos Tratados Internacionais de 
Direitos Humanos, pensando na situação brasileira e na relação do Brasil com 
os demais Estados/países. 
 
Na Prática 
Suponhamos que você já é um assistente social e está trabalhando dentro 
de uma unidade de execução de medidas socioeducativas de internação, 
destinadas aos adolescentes que cometeram atos infracionais. 
Durante os atendimentos aos adolescentes privados de liberdade, você 
começa a ouvir uma série de relatos de uso de violência por parte de funcionários 
responsáveis pela segurança, dentre elas a prática de torturas, castigos físicos 
e humilhações, sendo possível inclusive visualizar marcas no corpo dos 
usuários, os quais amedrontados, temem denunciar a situação aos órgãos de 
proteção e defesa dos direitos humanos. 
 
Sabedor do segundo princípio do Código de Ética do Assistente Social, o 
qual coloca como premissa básica aos profissionais a “defesa intransigente dos 
direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo” você decide denunciar 
a situação à direção da unidade socioeducativa, a qual diz que tomará as 
providências. Passado algum tempo, as situações de tortura se agravam e 
nenhuma providência foi tomada. Os agentes socioeducativos passam a tratá-lo 
com frieza e desferir olhares ameaçadores, pois sabem que você denunciou a 
situação. Em meio a esta situação, você descobre que as violações aos direitos 
ocorrem com a conivência da direção e muitas vezes a seu mando. Além disto, 
as condições de habitabilidade do local são insalubres, a alimentação é precária 
e faltam materiais de higiene pessoal aos adolescentes. Quais seriam as 
possibilidades de ação neste caso? Reflita. 
 
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Indicação de leitura para auxiliar na sua reflexão: Brasil será denunciado 
na ONU por causa dos presídios capixabas. Acesse no link: 
http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2009-11-11/brasil-sera-
denunciado-onu-por-causa-de-presidios-capixabas 
 
E não deixe de conferir no material online a proposta prática desta aula! 
Síntese 
Nesta aula pudemos traçar as bases para a construção dos ideários de 
Cidadania e de Direitos Humanos, conhecendo as bases históricas e os 
contextos em que cada um foi erigido. 
Primeiramente, vimos sobre o conceito de cidadania e que este não pode 
ser visto de forma estanque, pois os direitos dos cidadãos foram sendo 
ampliados e restritos, sistematicamente, conforme os contextos históricos 
vivenciados em cada país. Ademais, a cidadania é mais restrita às leis e aos 
direitos de cada Estado, de cada nação, não sendo universais: cada país terá a 
sua forma de acesso e a sua definição de cidadania, com mais ou menos direitos, 
para mais ou menos pessoas. 
Já os Diretos Humanos estão inscritos na senda do Direito Internacional 
e são tidos como “universais”, do ponto de vista formal. 
 
Ou seja, todos os cidadãos do mundo teriam estes direitos garantidos, 
sendo os principais o direito à vida, às liberdades (de pensamento e de 
expressão, de posse de propriedade, religiosa, etc., à igualdade, à integridade 
física e moral, dentre outros). Os países signatários dos tratados que violam os 
seus preceitos podem ser julgados e responsabilizados pelo Tribunal 
Internacional da ONU. 
 
 
 
 
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Por fim, apontamos que não se pode ter apenas uma visão romantizada 
acerca da Cidadania e dos Direitos Humanos, pois estes surgiram num contexto 
de defesa da propriedade privada e das liberdades individuais, sendo que a 
pretensa igualdade se refere apenas à igualdade perante as leis, já que nenhum 
dos Tratados Internacionais visa a qualquer ação dos Estados signatários para 
erradicar as desigualdades sociais. 
Igualmente, uma parcela generosa da população, em especial no Brasil, 
ainda é expropriada dos seus direitos sociais mínimos, e em que pese nosso 
país ser signatário de grande parte destes Tratados Internacionais, ainda vemos 
presente em nossa sociedade o preconceito, à discriminação, às práticas de 
violências mais diversas, em especial contra as chamadas “minorias”, tais como 
crianças e adolescentes, negros, população LGBT, pessoas com deficiência, 
dentre tantos outros. 
A professora Carla sintetiza a aula de hoje, confira no material online. 
Referências 
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 16.ed. Trad. Carlos Nelson Coutinho. 
Rio de Janeiro: Campus, 1992. 
GASPARETTO JUNIOR, Antonio. Convenções de Genebra. 2016. Disponível 
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06 abr. 2016. 
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6.ed. São Paulo: Contexto, 2015. 
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Declaração Universal dos Direitos do Homem. 2016. Disponível em 
<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13959>. Acesso 
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MONDAINI, Marco. Revolução inglesa: o respeito aos direitos dos indivíduos. 
In. PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla B (Org). História da cidadania. 6.ed. São 
Paulo: Contexto, 2015. 
ODÁLIA, Nilo. Revolução francesa: a liberdade como meta coletiva. In: 
PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla B (Org). História da cidadania. 6.ed. São Paulo: 
Contexto, 2015. 
PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla B (Org). História da cidadania. 6.ed. São Paulo: 
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PIOVESAN, Flávia. Tratados internacionais de proteção dos direitos 
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<www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/.../16470-16471-1-PB.pdf>. Acesso 
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QUEIROZ, Rodrigo C. F. C. L. Tratados internacionais de direitos humanos: 
noções gerais e a problemática em redor da hierarquia legal. 2016. Portal Âmbito 
Jurídico. Disponível em http://www.ambito-
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em 25 mar. 2016. 
VIEIRA, Evaldo. Os direitos e a política social. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2009.

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