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ED Psicologia Juridica Módulo 8

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Lei, violência contra a mulher e as questões de gênero
Maria da Penha é o nome de uma lei que traz uma série de medidas para não só punir, como impedir que acontecessem agressões contra mulheres cometidas pelos próprios companheiros.   Por  que esse nome de mulher?  Maria da Penha é uma senhora que estudou, formou-se na universidade e casou-se com um professor universitário.   Como para muitas mulheres, o casamento tornou-se um  pesadelo. Maria da Penha era agredida pelo marido que tentou por duas vezes mata-la.  Mas à diferença da maioria das vítimas de agressões no âmbito doméstico, Maria da Penha lutou para conseguir que, em 2006, fosse promulgada a lei que não só pune mais severamente os crimes cometidos no lar, como também procura fazer com  que esses crimes não  sejam facilitados , ou, então não aconteçam.  
Para abordar a questão da violência contra a mulher  é importante   esclarecer o uso de dois conceitos  por estudos  sociológicos e antropológicos: sexo e gênero.   Do ponto de vista da biologia (e , consequentemente, da medicina),  a distinção entre homens e mulheres se faz a partir da determinação do sexo. Para a biologia,  os órgãos sexuais são determinantes para dizer se alguém nasce menino ou menina.  Já a sociologia e a antropologia  que têm como objeto de estudo a sociedade e a cultura humanas empregam o conceito de gênero, uma vez que o que  ser homem ou mulher é uma construção cultural.   As fitas rosas ou azuis no berço de um bebê são exemplo dessa construção  a partir da cultura que faz de um ser humano um homem ou uma mulher.  
As mais diversas propostas da psicologia reconhecem a diferença biológica e cultural entre homens e mulheres. Assim o faz, por exemplo, a proposta psicanalítica          lacaniana  que analisa as diferentes  “posições discursivas” entre homens e mulheres.   Isso quer dizer em outras palavras que homens e mulheres  pensam, falam e agem de maneira diferente. Nesse contexto é importante dizer que  o jeito de ser masculino ainda é muito predominante nas mais diversas culturas, inclusiva na nossa.  Ainda valorizam  o pai como orientador da linguagem.  Para dar um exemplo: corriqueiramente  dizemos  “o juiz”,  “o presidente”, “o patrão”  para marcar posições de poder como posições masculinas, nem que estas sejam ocupadas por mulheres. 
À posição  masculina  na linguagem não escapam nem homens nem mulheres. Quem vai negar  que o pai é  importante para nortear o filho? Quem vai negar a importância da ordem para a convivência em sociedade? Quem pode descartar o uso da razão e da lógica para a ciência e o conhecimento em geral? Nem homens,  nem mulheres. 
No entanto, há traços no jeito de ser das mulheres que escapam do  jeito de ser masculino. As mulheres prezam  a diferença, a emoção, a mística.  No entanto, o que as mulheres prezam, é historicamente descartado como sendo  “loucura”, “bruxaria”, “sem valor”. Por que isso é importante de saber?   Porque o jeito feminino de ser assusta e  pode ser uma das mais diversas razões da agressão contra mulheres.   Na lógica masculina, lógica essa que exige do homem o sacrifício da satisfação   junto à mãe ( para lembrarmos do Complexo de Édipo masculino), o homem procura, ainda que na fantasia, aquilo que crê ter  perdido,  quando foi separado da mãe: o objeto do seu desejo, a mulher.  Nesse sentido, no sentido da sexualidade  masculina, a mulher é um objeto.   É só passar numa banca de revistas e ler o conteúdo das revistas masculinas e femininas.  Pois as mulheres, por outro lado oferecem-se como objetos do desejo masculino.    Essa relação entre procurar um objeto e ser um objeto do desejo não é natural, é cultural.   No entanto, há um problema:  o belo objeto do desejo pode  tornar-se desejo, o reverso do objeto do desejo, pode tornar-se, enfim,  descartável. 
Os homens e as mulheres podem aceitar essas  diferenças culturais e  superar as divergências na maneira de ser de cada um pelo amor . Ou não. 
Infelizmente,  a insatisfação e estranheza de um em relação ao outro pode gerar angústia  e violência.  A mulher, antes lindo objeto de satisfação, vira dejeto.  Mas, como mesmo “mulher objeto” não se deixa dominar completamente, instaura-se uma relação entre o casal que “mescla de violência, sedução, afeto, presentes, arrependimento” .  Juntam-se a esses dados subjetivos  a dependência econômica da mulher e a legitimação social do “crime em defesa da honra”.   Mas, em decorrência  principalmente das questões afetivas envolvidas, o casal entra num circulo vicioso   de  discussão, agressão,  queixa na delegacia, arrependimento, sedução  e retirada da queixa  para, depois de algum tempo, retomar o ciclo. 
A Lei 11340/2006, a  Lei Maria da Penha, trata de qualquer agressão contra a mulher, não somente a física . Uma agressão verbal pode ser violência psicológica.  Uma relação sexual indesejada pode ser qualificada como violência sexual, deixar a mulher sem recursos, violência patrimonial, e assim por diante.  Se uma mulher se encontra nessa situação,   a Justiça deve tomar medidas para , principalmente afastar a mulher de seu parceiro agressor. 
Finalmente, em qualquer hipótese de agressão contra a mulher, a lei  garante, dentre outras medidas o atendimento por equipe multidisciplinar que possa oferecer um  tratamento . Finalidade é retirar a mulher não  do lar, mas  da posição de vítima, do dejeto,  na qual ela mesma  se coloca, para que ela possa tornar-se sujeito  de sua própria ação.
	
1 - NINGUÉM nasce mulher: torna-se mulher. A partir dessa palavra proferida pela filósofa francesa Simone de Beauvoir, há, hoje uma diferenciação teórica entre os termos "sexo" e "gênero": 
	A 
	O uso do termo sexo conota que a diferença entre homens e mulheres é de ordem cultural; 
	B 
	O uso do termo gênero conota que a diferença entre homens e mulheres é de ordem cultural; 
	C 
	O uso do termo sexo conota que a diferença entre homens e mulheres é de ordem natural e cultural; 
	D 
	O uso do termo gênero conota que a diferença entre homens e mulheres é de ordem natural; 
	E 
	O uso do termo sexo conota que não há diferença entre homens e mulheres 
R: O termo “sexo” é usado na biologia e faz referência ao físico na determinação de homem e de mulher, já dentro das ciências sociais, como a antropologia e sociologia, é usado o termo gênero e ele no que diz respeito a determinação homem e mulher é o comportamento destes, que vem de uma construção cultural, que determina quem é homem e quem é mulher. 
	2 - Na televisão brasileira apareceram, de uns anos para cá as chamadas “mulheres frutas” , como, por exemplo, a famosa “mulher melancia” .  O que revela essa denominação a respeito da posição  no discurso da sociedade. 
	A 
	A mulher é contra sua vontade um objeto de fantasia masculina 
	B 
	A  mulher é vista como um objeto de fantasia masculina e oferece-se como objeto dessa fantasia
	C 
	A mulher é um sujeito da fantasia masculina e torna-se dejeto da fantasia masculina 
	D 
	A mulher é um objeto masculino e, sem ter responsabilidade, torna-se um dejeto
	E 
	A mulher é um sujeito e não tem nada ver com a fantasia masculina 
R: A mulher é vista como um objeto da fantasia masculina, e tomando como exemplo o caso das mulheres frutas e outras que saem em algumas revistas cujo alvo é o público masculino, podemos sim dizer que elas também se oferecem como objeto dessa fantasia. Tendo como base o Complexo de Édipo masculino, em que a mãe é o objeto de desejo do menino, um desejo que é barrado por conta da presença do pai que determina a mãe como sendo dele, o menino ao crescer vai buscar uma companheira, sendo assim a mulher um objeto de desejo masculino.

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