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1 Gerência de Riscos Métodos (Principais Métodos) Gerência de Riscos Formas de Aplicação das Ferramentas de Análise de Riscos Os estudos de perigos e riscos com técnicas de análise não serão por si sós uma solução sem uma adequada metodologia de aplicação e suporte de gestão (FANTAZZINI, 2005) Gerência de Riscos Roteiro para a aplicação das ferramentas: • Cada estudo deve ter um líder conhecedor da ferramenta e responsável pelo planejamento, desenvolvimento e resultados; • As equipes devem ser multidisciplinares, de forma a entender e analisar perfeitamente cada processo analisado; • Os estudos devem ser documentados. Criar uma estrutura de controle de documentos. Os relatórios devem ser arquivados no setor estudado, com cópia para o SESMT; 2 Gerência de Riscos • Os resultados devem ser comunicados a todos os envolvidos, incluindo necessariamente os setores analisados e seus colaboradores, os quais devem ser eventualmente retreinados segundo os resultados dos estudos. Se os eventos de riscos extrapolarem os limites da empresa, a comunidade deve ser informada e orientada; Gerência de Riscos • Deve haver um sistema administrativo de seguimento dos estudos e das medidas de controle, até que a última recomendação seja implementada, com reporte à alta direção; • Cada estudo deve ser apresentado à gerência em reunião formal. Após análise, a gerência deve formalizar a aceitação, modificação ou rejeição de cada medida de controle sugerida. Gerência de Riscos Análise Preliminar de Perigos (APP) Análise Preliminar de Riscos (APR) 3 Gerência de Riscos Características Básicas: - Trata-se de uma técnica de Identificação de perigos e análise de riscos que consiste em identificar os perigos em potencial decorrentes da instalação de novas unidades, novos projetos e sistemas ou da própria operação da planta. Gerência de Riscos Aplicações Principais: - Técnica básica e de primeiro ataque a uma situação. Pode ser empregada para sistemas em início de desenvolvimento ou na fase inicial do projeto, quando apenas os elementos básicos do sistema e os materiais estão definidos. - O objeto de estudo da APP/APR pode ser área, sistema, procedimento, projeto ou atividade. Serve de revisão de segurança, desde a fase inicial de um novo projeto. Gerência de Riscos Observações: - Simplicidade; permite o uso geral e ampla participação nos grupos de estudo. Documento de fácil compreensão. - A APR/APP não é uma técnica aprofundada de análise de riscos e geralmente precede outras técnicas mais detalhadas de análise de risco ou confiabilidade a serem usadas posteriormente, já que seu objetivo é determinar os riscos e as medidas preventivas antes da fase operacional. 4 Gerência de Riscos 1. Definir e descrever o objeto de estudo, fazendo a subdivisão que julgar adequada. Se o objeto for um processo, estabelecer o diagrama de funções e analisar cada fase. 2. Selecionar um elemento do objeto*; 3. Selecionar um evento perigoso ou indesejável*; 4. Identificar as causas possíveis do evento; 5. Identificar as consequências do evento; Passos para a elaboração de uma APR Gerência de Riscos 6. Estabelecer medidas de controle de risco e de controle de emergências; 7. Repetir o processo para outros eventos perigosos ou indesejáveis*; 8. Selecionar outro elemento do objeto e repetir o processo*. Gerência de Riscos Fonte: Cardella, 1999 5 Gerência de Riscos Descreve-se o perigo identificado no módulo de análise do objeto de estudo. Ou seja aqueles identificados como fonte ou situação com potencial para gerar danos. 1 Identificam-se as falhas observadas diretamente no sistema/equipamento bem como aquelas indiretas ligadas ao meio ambiente de trabalho e também às pessoas 2 Descrevem-se os efeitos dos possíveis acidentes correlacionados à radiação térmica, pressão excessiva, dose tóxica ou a outra espécie de equilíbrio de energia. 3 Fonte: Adaptado de: AGUIAR, L.A.A. et al, 2001 DESCRIÇÃO DOS CAMPOS DA PLANILHA APP/APR Fonte: Adaptado de: AGUIAR, L.A.A. et al, 2001 A Conceitualmente possível, mas extremamente improvável de ocorrer durante a vida útil do processo/instalação Extremamente Remota f < 10 -4 B Não esperado ocorrer durante a vidaútil do processo/instalaçãoRemota 10 -4 < f < 10 -3 C Pouco provável de ocorre durante a Vida útil do processo/ instalação.Improvável 10 -3 < f < 10 -2 D Esperado ocorrer até uma vez durante a vida útil do processo/ instalação. Provável 10 -2 < f < 10 -1 E Esperado ocorrer até uma vez durante a vida útil do processo/ instalação. Freqüente f > 10 -1 Categoria Descrição/Características Denominação Freqüência Anual Categorias de Freqüências de Cenários de Acidentes4 Fonte: Adaptado de: AGUIAR, L.A.A. et al, 2001 I - Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos, à propriedade e/ ou ao meio ambiente; - Não ocorrem lesões/ mortes de funcionários, de terceiros (não funcionários) e/ ou pessoas (indústrias e comunidade);o máximo que pode ocorrer são casos de primeiros socorros ou tratamento médico menor; Extremamente Remota II - Danos leves aos equipamentos, à propriedade e/ ou ao meio ambiente (os danos materiais são controláveis e/ ou de baixo custo de reparo); - Lesões leves em empregados, prestadores de serviço ou em membros da comunidade; Marginal III - Danos severos aos equipamentos, à propriedade e/ ou ao meio ambiente; - Lesões de gravidade moderada em empregados,prestadores de serviço ou em membros da comunidade (probabilidade remota de morte); - Exige ações corretivas imediatas para evitar seu desdobramento em catástrofe; Crítica IV - Danos irreparáveis aos equipamentos, à propriedade e/ ou ao meio ambiente (reparação lenta ou impossível); - Provoca mortes ou lesões graves em várias pessoas (empregados, prestadores de serviços ou em membros da comunidade). Catastrófica Categoria de Severidade dos Perigos Identificados5 6 Fonte: Adaptado de: AGUIAR, L.A.A. et al, 2001 2 Matriz Classificação de Riscos Freqüências X Severidade 3 4 5 5 1 2 3 4 5 1 1 2 3 4 1 1 1 2 3 A B C D E IV III II I Se ve rid ad e Frequência Quadro Legenda Matriz Classificação de riscos – Frequência X Consequência 6 As recomendações deverão expressar as propostas de caráter preventivo e/ou da redução dos riscos a um nível tolerável. 7 Nesta coluna pode-se registrar os links relativos a parâmetros já desenvolvidos anteriormente, seja em fórmula de módulos instrucionais ou outra forma de codificação. 8 Gerência de Riscos Failure Mode And Effects Analisyis (FMEA) ou Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE) 7 Gerência de Riscos A FMEA/AMFE foi desenvolvida por engenheiros de confiabilidade para permitir aos mesmos, determinar a confiabilidade de produtos complexos. Para isto é necessário o estabelecimento de como e quão frequentemente os componentes do equipamento/produto podem falhar, sendo então a análise estendida para avaliar os efeitos de tais falhas. Características Básicas: Gerência de Riscos Características Básicas: - Análise que busca os principais modos de falha de um dispositivo equipamento ou sistema, verificando ainda os efeitos, modos de detecção e ações de compensação a serem tomadas em cada caso. - Pode incluir também a análise das causas das falhas e sistemas de classificação semi- quantitativos. - Propicia o estabelecimento de mudanças e alternativas que possibilitem uma diminuição das probabilidades de falha, aumentando a confiabilidade do sistema. Gerência de Riscos Aplicações principais: - Dispositivos; - Mecanismos; - Equipamentos em geral; - Sistema de controle de processos; - Engenharia de confiabilidade e Qualidade;- Útil na definição de ações nas emergências operacionais oriundas de equipamentos. 8 Gerência de Riscos Observações: Os efeitos considerados incluem a possibilidade de lesões ao pessoal, dano ambiental e problemas de continuidade operacional. Técnica detalhada, vai ao nível dos componentes do sistema analisado. Gerência de Riscos Etapas para a elaboração de uma FMEA/AMFE 1-Selecionar um sistema (ex. sistema elétrico de um equipamento); 2-Dividir o sistema em componentes (fios, disjuntor, etc.); 3-Descrever as funções dos componentes(conduzir corrente, interromper circuito, etc.); 4-Aplicar a lista de modos de falha aos componentes, verificando as falhas possíveis (por ex. falha temporal; o disjuntor não interrompendo a tempo o circuito); Gerência de Riscos Etapas para a elaboração de uma FMEA/AMFE 5- Verificar os efeitos das falhas para o sistema, ambiente e o próprio componente (se o disjuntor não abrir, haverá queima do fusível e risco de queima de todo o circuito se ele (fusível) também falhar) 6- Verificar se há meios de tomar conhecimento de que a falha está ocorrendo ou tenha ocorrido (constatação por ex. do fusível queimado e do disjuntor na condição fechado). 7- Estabelecer medidas de controle de risco e controle de emergências (especificar disjuntor adequado e com confiabilidade garantida; ter fusíveis de reserva e colocar alerta para não religar todas as cargas) 9 Gerência de Riscos Fonte: Cardella, 1999 Exemplo de AMFE Gerência de Riscos Exemplo de AMFE : Sistema Ferro Elétrico Automático Fonte: DE Cicco; Fantazzin1, 1994 Gerência de Riscos FMEA de Projeto 10 Gerência de Riscos Conceito A FMEA de projeto é usada pelo projetista, durante o desenvolvimento de um projeto para assegurar que todas as falhas em potencial causadas por deficiência do projeto sejam identificadas e analisadas, e tomadas as necessárias ações preventivas antes da liberação dos desenhos. Objetivo: evitar ocorrência de falhas de execução ou uso. Gerência de Riscos Preparação da FMEA de Projeto Gerência de Riscos 1- Identificação dos termos do formulário 2- Característica/Função: É a especificação do projeto que será analisado e a função do mesmo. Indicar de forma simples, clara e concisa a função da peça ou conjunto em análise. Quando houver diferentes funções com vários tipos de falha em potencial, é recomendável listar as funções separadamente. 11 Gerência de Riscos 3- Definição de função: - Expressão da necessidade que deve ser satisfeita; - Atividade ou uso para a qual um objeto se destina; Para a definição clara da função, deve-se fazer a pergunta: Para que serve? A resposta deve ser da seguinte forma: verbo no infinitivo + substantivos + dados técnicos (quando aplicáveis) Gerência de Riscos 3.1 Exemplos de funções: - Resistir a esforços mecânicos; - Reduzir consumo; - Permitir fixação; - Resistir à temperatura; - Permitir visualização; - Fornecer proteção. Gerência de Riscos 4. Tipo de falha: É a forma pela qual a peça ou o conjunto deixa de atender aos requisitos do projeto. Resultam diretamente do não cumprimento da função. 12 Gerência de Riscos Exemplos de tipo de falha Componente Conjuntos/Sistemas - deformação - achatamento - enfraquecimento - rasgamento - trinca - amolecimento - etc - engripamento - afrouxamento - entupimento - vazamento - curto-circuito - folga excessiva - etc Gerência de Riscos 5. Efeito da falha É a descrição do que o cliente (interno/externo) sofre supondo-se acontecida a falha em questão Exemplos de efeito da falha - perda da visibilidade - ruidoso - choque elétrico - desconforto - difícil operação - dificuldade de movimentos. Gerência de Riscos 6. Causa da falha É a deficiência de projeto que pode causar o tipo de falha em questão. Listar todas as causas possíveis para cada tipo de falha. As causas devem ser clara e concisamente listadas, de forma a permitir ações preventivas para cada uma delas. 13 Gerência de Riscos Exemplos de causa de falha - material inadequado - instrução de montagem incorreta - lubrificação insuficiente - tensão de trabalho excessiva - dimensões inadequadas - proteção contra intempéries, insuficiente - etc Gerência de Riscos Formas de controle Descrever as formas de controle previstas que deverão atuar sobre o tipo de falha e sobre as causas apontadas. Aplicar os planos de verificação de projeto; - Revisão de projeto - Estudos de viabilidade - Ensaios em protótipos - Revisão de segurança Gerência de Riscos Exemplos de formas de controle - Normas de projeto - Especificações técnicas - Testes de envelhecimento/durabilidade - Análise de tolerância 14 Gerência de Riscos Índice de ocorrência É a estimativa da probabilidade da causa, em questão, ocorrer ou ocasionar o tipo de falha considerada. Estima-se através de uma escala de 1 a 10 para cada causa de um mesmo tipo de falha considerando: - as modificações são significativas? - o objeto é completamente diferente das existentes? - Quais são as modificações feitas? Gerência de Riscos Índice de Ocorrência Fonte: QPB, 1994 Gerência de Riscos Índice de severidade A severidade aplica-se ao efeito e retratará qual será a gravidade das consequências da falha (supondo que a falha ocorreu) com relação aos seguintes pontos: - Custo para a empresa - Riscos para a segurança pessoal durante o processo bem como para o usuário final 15 Gerência de Riscos Índice de Severidade Fonte: QPB, 1994 Gerência de Riscos Índice de detecção É a estimativa da probabilidade de se detectar o tipo de falha, no ponto previsto (ou existente) e com a precisão e exatidão necessárias. Baseando-se nas formas de controle previsto; Gerência de Riscos Índice de Detecção Fonte: QPB, 1994 16 Gerência de Riscos Índice de Risco É o produto dos índices de ocorrência, severidade e detecção. É um valor que determina as prioridades para as tomadas de ação. Gerência de Riscos Critérios de priorização para a tomada de ações PRIORIDADE 0 Item vulnerável e importante. Requer ações corretivas e/ou preventivas imediatas PRIORIDADE 1 Item importante e vulnerável. Requer ações corretivas e/ou preventivas a curto prazo PRIORIDADE 2 Item pouco vulnerável e importante. Podem ser tomadas ações corretivas e/ou preventivas a longo prazo Índice de Risco 301 a 1.0000 71 a 300 1 a 70 Fonte: QPB, 1994 Gerência de Riscos Fonte: QPB, 1994 Exemplo de FMEA/AMFE - Projeto 17 Gerência de Riscos FMEA de Processo Gerência de Riscos Conceito A FMEA de processo é usada por Engenheiros e Técnicos durante o desenvolvimento de um processo, para assegurar que todos os riscos em potencial e suas respectivas causas sejam analisadas e tomadas as ações preventivas/corretivas necessárias. Objetivo: Identificar ao longo do fluxo produtivo os riscos de incidentes e acidentes que uma máquina, componente ou produto possam apresentar devido ao seu processo. Gerência de Riscos Os demais tópicos seguem os mesmos critérios da FMEA de projeto, sendo que o seu detalhamento parte da descrição de uma lista dos componentes do processo e os respectivos riscos, evidenciados na descrição da sequência operacional assemelhando-se a uma ITO. 18 Gerência de Riscos Técnica de Incidentes Críticos (TIC) Gerência de Riscos Introdução Os acidentes com lesão são uma consequência do comportamento do trabalhador, dentro das condições específicas de um sistema como tal, nos dizem muito pouco sobre o comportamento anterior e sobre o mau funcionamento dos equipamentos e do ambiente, que sãocontribuintes importantes para atuais e futuros problemas de acidentes. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) Gerência de Riscos Efetivamente, então, as nossas medidas de desempenho de Segurança devem nos ajudar a prevenir, e não a registrar acidentes. Elas precisam ser dirigidas no tempo e no espaço Devem nos dizer quando e onde esperar o problema, e nos fornecer em linhas gerais no que diz respeito ao que deveríamos fazer sobre o problema. É importante que não nos equivoquemos, pensando que o simples registro de acidentes nos dá um quadro verdadeiro do nível de segurança dentro da organização. Estando, na maioria dos casos medindo a falta de segurança ao invés da presença de segurança. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) 19 Gerência de Riscos Aceitando a posição de que a gravidade das consequências do acidente é, em grande parte, uma ocorrência fortuita ou casual, então, uma técnica de medida, que identificasse a relativamente alta frequência do acidente sem lesão, poderia ser usada para identifcar problemas potenciais de perda no estágio sem perda. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) Essa informação poderia ser então utilizada como base para um programa de prevenção, destinado a eliminar ou controlar esses problemas, antes que ocorram acidentes mais graves. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) Gerência de Riscos A Técnica de Incidentes Críticos surgida na década de 90, vem cumprindo plenamente os pontos anteriormente descritos. Esta técnica é o resultado de estudos no Programa de Psicologia de Aviação da Força Aérea dos Estados Unidos. Como um dos primeiros estudos, utilizando a técnica, examinou problemas de sistemas homem-máquina, e os problemas psicológicos envolvidos no uso e operação de equipamentos de aviões. Os investigadores perguntaram a um grande número de pilotos se eles tinham alguma vez feito, ou visto alguém fazer, um erro de leitura ou interpretação de um instrumento de vôo, na detecção de um sinal ou no entendimento de instruções. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) Gerência de Riscos Durante esse estudo, foram colhidos 270 incidentes de “erros de pilotos” e encontradas muitas informações similares, indicando que deveriam ser feitas alterações nos tipos de desenhos dos equipamentos, a fim de reduzir o erro humano, melhorar os controles e incrementar a efetividade do Sistema. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) 20 Gerência de Riscos Procedimentos utilizados: A Técnica de Incidentes Críticos (TIC) é um método para identificar erros e condições inadequadas, que contribuem para os acidentes com lesão, tanto reais como potenciais, através de uma amostra aleatória estratificada de observadores participantes selecionados dentro de uma população. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) Gerência de Riscos Características Básicas: - Técnica que desenha uma sistemática organizacional para o relato, pelo próprio trabalhador, dos incidentes que ocorrem em uma empresa, para sua posterior análise e gestão de perigos por ele representados. Os relatos são voluntários, resguardando-se o anonimato e sem qualquer tipo de represália. Deve-se divulgar os avanços e dar retorno adequado às informações recolhidas, permitindo uma retroalimentação positiva do processo.(FANTAZZINI, 2006) Gerência de Riscos Observações: Os incidentes ocorrem em quantidade muito superior aos acidentes, mas representam os mesmos perigos, sem redundar em danos, daí seu enorme potencial preventivo. A técnica deve ser bem implantada, para que se consiga sua perenização como um valor de prevenção. (FANTAZZINI, 2006) 21 Gerência de Riscos Aplicação Prática Uma aplicação desta ferramenta foi realizada na fábrica da Westinghouse de Baltimore, no Estados Unidos: População da fábrica 200 funcionários com dois turnos de trabalho tanto do sexo masculino como do feminino; A população considerada 155 pessoas; Amostra selecionada foi de 20 trabalhadores (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) Gerência de Riscos Aplicação Prática Os fatores incluíam: o turno de trabalho, a localização da fábrica, o diferencial masculino/feminino, tipo de equipamento envolvido ou serviço específico desempenhado pelo trabalhador. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) Gerência de Riscos Aplicação Prática Resultados obtidos: Os 20 observadores-participantes identificaram 389 incidentes, pefazendo um total de 14 horas e 10 minutos de gravação. A análise dos dados obtidos revelou que 117 tipos diferentes de incidentes estavam ocorrendo durante o ano estudado. O número de incidents diferentes revelados por pessoa various de 4 a 41 com uma media de 19 por pessoa. Quatro pessoas revelaram 30 ou mais incidentes cada 22 Gerência de Riscos Aplicações Principais: Todo tipo de empresa, em qualquer fase do seu ciclo de vida, para o reconhecimento constante de perigos e seu controle. (FANTAZZINI, 2006) Gerência de Riscos Conclusões: - A TIC revela com confiança os fatores causais, em termos de erros e condições inadequadas, que conduzem a acidentes industriais; - A técnica é capaz de identificar fatores causais, associados tanto a acidentes com lesão, como acidentes sem lesão; - A técnica revela uma quantidade maior de informação sobre causas de acidentes, do que os dos métodos convencionais para o estudo dos acidentes e fornece uma medida sensível de desempenho de segurança. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) Gerência de Riscos Conclusões: - As causas de acidentes sem lesão, como as reveladas pela TIC, podem ser usadas para identificar a origem de acidentes potencialmente com lesão. - A TIC tem o potencial de fornecer o conhecimento necessário, permitindo-nos, assim, melhorar significativamente a nossa capacidade de controle e identificação de problemas de acidente. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1994) 23 Gerência de Riscos Análise Por Árvore de Falhas (AAF) Gerência de Riscos Características Básicas: - Técnica que permite analisar e quantificar a ocorrência de um evento indesejado, partindo-se do fato catastrófico e questionando-se, retroativamente, os eventos que levariam ao mesmo. O processo evolui de forma muito detalhada até as causas básicas das diferentes “ramificações” geradas. Utilizam-se comportas ou módulos lógicos, Álgebra Booleana e Estatística para as aplicações quantitativas. Gerência de Riscos Aplicações Principais: Eventos altamente indesejados em sistemas complexos, incluindo interações operacionais. Aplicações em confiabilidade de sistemas em geral. Obtenção da probabilidade de eventos de risco, como parte de estudos de risco social e individual em um entorno industrial, para fins de proteção ambiental. 24 Gerência de Riscos Observações: Aplicação limitada, pois sua profundidade e detalhamento demandam maiores esforços e uso de software especializado. Grandes benefícios podem ser obtidos mesmo na fase qualitativa (1° Nível). Estudos completos permitem gerenciar a alocação de verbas de controle, onde sua eficiência seja máxima na redução dos riscos (estudo de custo- benefício). Algumas empresas utilizam a técnica para a análise e gestão de acidentes fatais. Gerência de Riscos Níveis de Complexidade: 1° Nível: Desenvolver a árvore e simplesmente analisá-la, sem efetuar qualquer cálculo. 2° Nível: Desenvolver a árvore e efetuar os cálculos por meio de calculadoras portáteis. 3° Nível: Desenvolver a árvore e utilizar-se de softwares. Gerência de Riscos Descrição do Método: Passos: 1- Seleciona-se o evento indesejável, ou falha, cuja probabilidade de ocorrência deve ser determinada; 2- São revisados todos os fatores intervenientes, como ambiente, dados do projeto, exigências do sistema, etc., determinando-se as condições, eventos particulares ou falhas que poderiam contribuir para a ocorrência do eventoindesejado; 25 Gerência de Riscos 3- É preparada uma “árvore”, através da diagramação dos eventos contribuintes e falhas de modo sistemático, que irá mostrar o inter- relacionamento entre os mesmos em relação ao evento “topo” em estudo. O processo se inicia com os eventos que poderiam diretamente causar tal fato, formando o “primeiro nível”; à medida que se retrocede passo a passo, as combinações e efeitos contribuintes irão sendo adicionadas. Os diagramas assim relacionados são chamados “árvores de falhas”. O relacionamento entre os eventos é feito através de comportas ou módulos lógicos. Gerência de Riscos 4- Através da Álgebra Booleana, são desenvolvidas expressões matemáticas adequadas, representando as “entradas” das árvores de falhas. Cada comporta lógica tem implícita uma operação matemática, estas podem ser traduzidas em última análise por ações de adição ou multiplicação. A expressão é então simplificada, o mais possível, através de postulados da Álgebra Booleana; Gerência de Riscos 5- Determina-se a probabilidade de falha de cada componente, ou a probabilidade de ocorrência de cada condição ou evento, presentes na equação simplificada. Estes dados podem ser obtidos de tabelas específicas, dados dos fabricantes, experiência anterior, comparação com equipamentos similares, ou ainda obtidos experimentalmente para o específico sistema em estudo. 6- As probabilidades são aplicadas à expressão simplificada, calculando-se a probabilidade de ocorrência do evento indesejável investigado. 26 Gerência de Riscos Simbologia Lógica da AAF Gerência de Riscos Módulo AND (E). Relação lógica AND- A. Output ou Saída A existe apenas se todos os B1, B2, ....Bn existirem simultaneamente Módulo OR (OU). Relação lógica inclusiva OR-A. Output ou Saída A existe se qualquer dos B1, B2, ....Bn ou qualquer combinação dos mesmos existir Gerência de Riscos Um evento que normalmente se espera que ocorra; usualmente um evento que ocorre sempre, a menos que se provoque uma falha. Um evento não desenvolvido, mas à causa de falta de informação ou de consequência suficiente. Pode ser usado também para indicar maior investigação a ser realizada, quando se puder dispor de informação adicional. 27 Gerência de Riscos Indica ou estipula restrições. Com um módulo AND, a restrição deve ser satisfeita antes que o evento possa ocorrer. Com um módulo OR, a estipulação pode ser que o evento não ocorrerá na presença de ambos ou todos os inputs simultaneamente. Um símbolo utilizado para indicar conexão com outra parte da árvore de falhas, dentro do mesmo ramo mestre. Tem as mesmas funções, sequências de eventos , e valores numéricos. Idem, mas não tem valores numéricos. Gerência de Riscos Gerência de Riscos Exemplo: “Sistema domiciliar de alarme contra fogo” Dados: Diagrama esquemático, com sensores no primeiro e segundo pisos, com fiação conectada ao alarme, o qual é energizado através de potência doméstica (110 V). Evento indesejável (Evento topo) “Um incêndio sem alarme” 28 Gerência de Riscos Diagrama Esquemático Fonte: DE Cicco; Fantazzini, 1994 Gerência de Riscos Análise da Árvore a) O evento poderá sobrevir se houver um incêndio no primeiro piso sem alarme OU um incêndio no segundo piso sem alarme; b) Um incêndio no primeiro piso sem alarme significa ter-se um incêndio no primeiro piso E o alarme incapaz de responder à existência do fogo; c) O alarme poderá falhar em responder ao fogo se o sensor do primeiro piso falhar, OU se o alarme estiver inoperante; Gerência de Riscos d) O alarme tornar-se-á inoperante, se o mesmo falhar, ou seja, se a “sirene” falhar, OU se não houver potência a ele fornecida, OU ainda se as linhas do sensor falharem. e) Não haverá potência para o alarme, se a linha de potência falhar OU se não houver potência elétrica domiciliar. De forma semelhante o ramo que envolve o segundo piso pode ser desenvolvido com as mesmas considerações. Coloca-se então o símbolo de transferência. 29 Gerência de Riscos Árvore de Falhas Para Alarme de Incêndio Domiciliar Fonte: DE Cicco; Fantazzini, 1994 Gerência de Riscos Árvore de Falhas Para Alarme de Incêndio Domiciliar com Notação dos Módulos Fonte: DE Cicco; Fantazzini, 1994 Gerência de Riscos Árvore de Falhas Para Alarme de Incêndio Domiciliar: Árvore Simplificada Fonte: DE Cicco; Fantazzini, 1994 30 Gerência de Riscos Árvore de Falhas : Superaquecimento de motor elétrico Fonte: Cardella, 1999
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