Buscar

ok SOCIOLOGIA JURÍDICAS PLURALISMO SOCIO JURÍDICO KATIA ROSSI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA JURÍDICAS - TRABALHO PLURALISMO SOCIO JURÍDICO
Fenômeno Social e efeitos:
1 etapa – conceito
Buscar 3 autores – referência.
Sugerido: Pedro Scuro e Ana Lucia Sabadell
OBS: Fazer cabeçalho até 2 paginas
Fenômeno Social e efeito:
O conceito de Fenómeno Social Total foi definido pelo sociólogo
francês MarcelMauss (1872-1950) na década de 1920
O conceito de fenómeno social significa que, ao queremos estudar um determinado fenómeno social, como por exemplo o desemprego, devemos considerar todos os aspetos e procurar várias perspetivas de análise que possam contribuir para uma melhor compreensão do fenómeno .O desemprego interessa à generalidade das Ciências Sociais, tais como a Sociologia, a Psicologia, a Política entre outras.
Os Fenómenos Sociais são pluridimensionais, isto é, apresentam vários níveis de significados e como tal devem ser, para melhor compreensão, sujeitos a diferentes perspectivas de análise. 
Outro exemplo de Fenómeno Social: a Escola
Fenômeno social corresponde aos comportamentos, ações e situações observadas em determinadas sociedades, organizações e grupos. Ocorrem freqüentemente em determinados períodos da história.
 Um exemplo da nossa vida diária é a moda. 
Os fenômenos podem ser tanto de efeitos positivos quanto negativos.
Caso negativo, é chamado de problema social. A epidemia de crack é um exemplo de problema social
Pluralismo é, num sentido amplo, o reconhecimento da diversidade. 
O conceito é usado, frequentemente de modos diversos, numa ampla gama de questões. Em política, é o reconhecimento de que vários partidos possuem igual direito ao exercício do poder político segundo procedimentos eleitorais claramente definidos. Pensamento, doutrina ou conjunto de ideias segundo as quais os sistemas políticos, sociais e culturais podem ser interpretados como o resultado de uma multiplicidade de fatores ou concebidos como integrados por uma pluralidade de grupos autônomos, porém interdependentes.
Sociedade pluralista é aquela em que convivem, em liberdade, pessoas que têm interesses contrários, sendo seus conflitos resolvidos dentro de um ordenamento jurídico aceito pela maioria, que reflete a noção de justiça de um povo, e garante os direitos fundamentais do indivíduo e da coletividade.
Conceito de pluralismo. ... Na filosofia, o pluralismo é uma posição metafísica que considera que a totalidade do mundo é composta por realidades independentes e inter-relacionadas. Esta posição distingue-se do monismo, que sustenta que a realidade é uma só.
Pluralismo político é a possível e garantida existência de várias opiniões e ideias com o respeito por cada uma delas. O pluralismo político, como base do Estado democrático de direito, aponta o reconhecimento de que a sociedade é formada por vários grupos.
O Direito Alternativo, como teoria, chegou ao Brasil na década de 1980, sendo marcado como um movimento do juízes, tendo tido grande repercussão sobretudo nos estados do Sul do país (notadamente no Rio Grande do Sul). Este movimento foi inspirado nos modelos europeus, que o antecederam, de modo particular o modelo italiano iniciado na década de 1970. Inicialmente, consistia em um grupo de magistrados que se reuniam na forma de um grupo de estudos na ânsia de democratizar o direito, abandonando uma visão dogmatizada que se tinha do mesmo. A partir daí, este movimento cresceu e se manifesta por todo o país, com decisões que fogem ao comum do direito e vão além da aplicação seca nos moldes de um positivismo radical. Ainda que a princípio estas não estejam vinculadas diretamente ao movimento do Direito Alternativo, pode-se afirmar que são expressões de um olhar alternativo para o direito.
A corrente do pluralismo jurídico no Brasil caracteriza-se por uma busca das fontes do direito não apenas nos meios convencionais aos quais a cultura jurídica estava acostumada. Trata-se uma visão dos atores sociais como também possíveis produtores do fenômenos jurídico:
“Trata-se de extrair a constituição da normatividade não apenas mais e apenas das fontes ou canais habituais clássicos representados pelo processo legislativo e jurisdicional do Estado, mas captar o conteúdo e a forma do fenômeno jurídico mediante a informalidade de ações concretas de atores coletivos, consensualizados pela identidade e autonomia dos interesses do todo comunitário, num locus [grifo do autor] político, independente dos rituais formais de institucionalização” (WOLKMER, 1994. p 129).
A importância dada por Wolkmer, um dos grandes nomes do pluralismo jurídico no Brasil, ao envolvimento e participação dos grupos sociais, se dá sobretudo naquilo que indica como "novos movimentos sociais", que adotariam a forma de atores sociais, sendo protagonistas nas formas de criação da sociedade, inclusive do direito
O direito achado na rua (teoria dialética do direito), a partir da obra de Roberto Lyra Filho, vê o direito não como um fato dado à sociedade, algo já que está posto dogmaticamente. Para esta teoria, o “devido processo legal”, tão louvado pelo poder estatal, só deve ser respeitado e acatado na medida em que não se constitui num fim em si mesmo, servindo assim como barreira formal e material ao devido processo social.
 A dogmatização seria nociva, acabando por separar o direito da sociedade e transformando a regulação em um obstáculo à emancipação, fato que descaracteriza totalmente este, enquanto fenômeno social. Lyra Filho defendia o que chamava de “humanismo dialético, mais próximo da prática, da vida jurídica real, do que a teoria legalista”. Inspirado no epigrama nº 3 de Marx – “Kant e Fichte buscavam o país distante,/ pelo gosto de andar lá no mundo da lua, / mas eu tento só ver, sem viés deformante, / o que pude encontrar bem no meio da rua” – titula a exposição sistemática da sua visão de Direito Achado na Rua, uma metáfora evidente do protagonismo social (apud, ALFONSIN 2009).
Os argumentos usados pelo aplicador mostram-se demasiado consistentes com um modo alternativo de enxergar o direito. Ao buscar a solução para o caso nas lutas dos movimentos sociais (sobretudo os que se dedicam ao acompanhamento das classes das prostitutas) notamos uma aproximação às teorias que falam do pluralismo jurídico. A abordagem que faremos nesta análise, dentro da teoria do direito, é, portanto, feita com base nestas teorias do direito críticas do dogmatismo jurídico, crendo que o direito deve buscar na sociedade na qual se insere um sentido maior do que aquele fixado (muitas vezes de modo obscuro) pela lei tal como ela é escrita.
É importante ressaltar que ao buscar essa proximidade social, o direito encontra grande complexidade, já que os conflitos e divergências estão postos na sociedade mesmo em grupos que são enxergados superficialmente como homogêneos. Assim é o caso ao qual está ligada a decisão do referido juiz, a prostituição, que tem sido vista de divergentes formas pelos movimentos sociais e em estudos feministas. O feminismo radical defende a visão das prostitutas como vítimas da opressão masculina, sendo tal atividade a expressão máxima da submissão feminina e assim, agravante das desigualdades já existentes entre homens e mulheres, devendo ser extirpada. Numa outra perspectiva, o chamado feminismo liberal, que foi influenciado pela atuação de movimentos organizados de prostitutas, alega que a prostituição é um ato de autodeterminação sexual, e, portanto, um trabalho como outro qualquer, devendo ser então, regulamentado. Nesse sentido, o presente trabalho também pretende analisar de que forma essas divergências são contempladas (ou não) pelas visões críticas do dogmatismo jurídico aqui já apresentadas.
O pluralismo jurídico se faz bastante importante para que se compreenda a necessidade de se considerar os vários grupos, movimentos e as diversas posições por eles defendidas na esfera jurídica. Tal visão ressalta “a relevância de se buscar formas plurais de fundamentação para a instância da juridicidade, contemplando uma construção comunitária participativa solidificada na realização existencial,material e cultural dos atores sociais. Trata-se, principalmente, daqueles sujeitos históricos que, na prática cotidiana de uma cultura político-institucional e um modelo sócio-econômico particular, são atingidos na sua dignidade pelo efeito perverso e injusto das condições de vida impostas pelo alijamento do processo de participação social e pela repressão da satisfação das mínimas necessidades” (WOLKMER, 2003).
Também citada na decisão é intrigante música do cantor e compositor brasileiro Chico Buarque, "Geni e O Zepelim". A música traz a história de Geni, mulher que vivia na prostituição. Certo dia, chegou à cidade um grande dirigível, com grande poder de fogo, e seu comandante estava disposto a explodir aquela cidade. Todavia, ao enxergar a heroína da estória, decidiu que não destruiria a cidade se ela por uma noite o servisse. Geni, porém, se recusa, por não se identificar com homens de tão alta estirpe. Embora Geni fosse desprezada (muito mais por sua condição social do que por sua profissão) por todos na cidade, o povo (inclusive autoridades civis, religiosas e financeiras) vai a ela suplicar para que seu sítio não fosse destruído. Geni então cede e salva a cidade. Entretanto, já no dia seguinte, volta a ser desprezada por aqueles que outrora haviam pedido sua ajuda. A crítica feita é que quando era algo necessário para a sociedade, a prostituição de Geni seria admitida, mas somente na medida em que atendesse a certos interesses hegemônicos. Tal hipocrisia presente na canção é também revelada na sentença analisada quando o juiz versa sobre a proximidade das casas de prostituição a alguns órgãos por onde todos do mundo jurídico trafegam todos os dias e enfatiza que estas se distinguem de outras apenas pelo preço dos serviços e status dos freqüentadores.
No caso analisado, ainda que não se tenha necessariamente uma vinculação clara do aplicador ao Direito Alternativo como movimento, podemos notar de modo claro como o direito foi aplicado fugindo-se de padrões rígidos e formalistas.
No tópico anterior, nos detivemos em uma apresentação da decisão e dos argumentos usados pelo juiz como sendo manifestações do Movimento do Direito Alternativo. Outra abordagem feita na sentença foi a do trabalho do movimentos sociais na luta pela profissionalização da prostituição. Uma abordagem como essa é típica da corrente do pluralismo jurídico.
Essa aplicação, porém, ainda que se faça levando em conta aspectos da sociedade, pode ser falha, dada a pluralidade existente em sociedades tão complexas como a brasileira, em que há grande quantidade de movimentos e grupos com interesses a serem ouvidos e considerados. Um exemplo que bem ilustra essa situação é a questão dos movimentos que oferecem apoio às prostitutas. A questão da profissionalização da prostituição, embora seja por diversas vezes vista como sendo consensual, ainda gera debates e divisão entre a categoria. Há ONG's como a DASPU e DAVIDA, que são defensoras de que haja uma legalização da prostituição a fim de que se possa lutar dentro da lei por melhores condições de trabalho para essa mulheres. De posição antagônica, há movimentos como a Pastoral da Mulher Marginalizada (PMM), ligada à Igreja Católica, que luta contra essa formalização, uma vez que considera a prostituição não como algo de escolha da mulher, mas como algo degradante, uma situação à qual é exposta contra sua vontade e que reforça o papel da mulher como objeto sexual.
O pluralismo jurídico se faz bastante importante para que se compreenda a necessidade de se considerar os vários grupos, movimentos e as diversas posições por eles defendidas na esfera jurídica. Tal visão ressalta“a relevância de se buscar formas plurais de fundamentação para a instância da juridicidade, contemplando uma construção comunitária participativa solidificada na realização existencial, material e cultural dos atores sociais. Trata-se, principalmente, daqueles sujeitos históricos que, na prática cotidiana de uma cultura político-institucional e um modelo sócio-econômico particular, são atingidos na sua dignidade pelo efeito perverso e injusto das condições de vida impostas pelo alijamento do processo de participação social e pela repressão da satisfação das mínimas necessidades” (WOLKMER, 2003).
Outro aspecto importante da teoria do pluralismo jurídico é o de que os chamados novos movimentos sociais tem a sua luta pautada principalmente na busca pelo reconhecimento da suas identidades, das suas culturas. 
Nas sociedades periféricas latino-americanas, caracterizadas pela dominação política autoritária, pela exploração econômica e pela exclusão social da maioria da população, observa-se que essa luta perpassa a busca de melhoria das condições materiais e fim das desigualdades sociais.
Apesar dessa conduta adotada no Brasil, há alguns questionamentos sobre a adequação do regimento legal brasileiro relacionado à prostituição, um exemplo, foi o projeto de lei 98/2003 inspirado no modelo regulamentarista alemão e apresentado pelo deputado Fernando Gabeira, que mencionava a exigência de pagamento pela prestação de serviços de natureza sexual e suprimia os art. 228, 229 e 230 do Código Penal brasileiro. Gabeira argumentava que embora “reprimida inclusive com violência e estigmatizada, o fato é que a atividade subsiste porque a própria sociedade que a condena a mantém. Não haveria prostituição se não houvesse quem pagasse por ela [e que] o único caminho digno é o de admitir a realidade e lançar as bases para que se reduzam os malefícios resultantes da marginalização a que a atividade está relegada.” (GABEIRA, 2003)
Em contrapartida, existem alguns projetos de lei que reforçam as idéias abolicionistas e que afirmam que a “integridade sexual é bem indisponível da pessoa humana e, portanto, não pode ser objeto de contrato visando a remuneração”. Por tudo isso, nota-se que o debate sobre a regulamentação legal no Brasil está longe de ser encerrado.
Katia Rossi
GABEIRA, F. Projeto de lei 98/2003. Disponível em <http://www.educacaopublica. rj.gov.br/biblioteca/documentos/0017.html>. Acesso em 03 de julho de 2011.
BUARQUE DE HOLANDA, C. Ópera do malandro, 1979. Disco 2, Lado A
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. 2011. CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) Profissionais do sexo. Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloResultado.jsfAcessado em 03 de julho de 2011
Acerca do pluralismo jurídico, vide a obra de Antônio Carlos Wolkmer.
Aprostituição é uma das profissões mais antigas do mundo e os movimentos sociais (...) lutam para o reconhecimento e melhoramento das condições de vida" (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Roberto Lyra Filho,

Continue navegando

Outros materiais