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Universidade Vila Velha Engenharia Civil MARINA SOUZA LUCAS LORENA TRARBACH JOÃO RICARDO JENIFFER KAREN REDE COLETORA DE ESGOTO SANITÁRIO E SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS EM VILA VELHA / ES - MEMORIAL DE CÁLCULO Vila Velha 2018 MARINA SOUZA LUCAS LORENA TRARBACH JOÃO RICARDO JENIFFER KAREN REDE COLETORA DE ESGOTO SANITÁRIO E SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS EM VILA VELHA / ES - MEMORIAL DE CÁLCULO Memorial de Cálculo do Curso de Gradu- ação em Engenharia Civil apresentado a Universidade Vila Velha-UVV como parte das disciplina de Saneamento Básico sob orientação da Professora Marisleide Garcia. Vila Velha 2018 Lista de ilustrações Figura 1 – Região 05 do Plano Municipal de Vila Velha. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico de Vila Velha/ES- Sistema de Abastecimento de água e esgoto sanitário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Figura 2 – Área selecionada no bairro Barramares, no município de Vila Velha- ES - Fonte: Google Maps. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Figura 3 – Tabela de densidade nos bairros da região 05 do município de Vila Velha, 2010. Fonte: SEMPLA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Figura 4 – Evolução Populacional da Cidade de Vila Velha. Fonte: IBGE (2017) 12 Figura 5 – Coeficientes de variação de consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Figura 6 – Coeficiente do dia de maior consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Figura 7 – Legenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Figura 8 – Topografia e cotas da região selecionada . . . . . . . . . . . . . . . 18 Figura 9 – Topografia e cotas da região selecionada . . . . . . . . . . . . . . . 19 Figura 10 – Dimensionamento da rede de esgoto por trechos . . . . . . . . . . . 20 Figura 11 – Dimensionamento da rede de esgoto por trechos . . . . . . . . . . . 20 Figura 12 – Identificação dos poços de visita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Figura 13 – Planta baixa da rede coletora de esgoto . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Figura 14 – Perfil longitudinal da avenida Primavera . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Figura 15 – Perfil longitudinal da avenida Coronel Fabriciano . . . . . . . . . . . 23 Figura 16 – Perfil longitudinal da avenida Celso Vasconcelos . . . . . . . . . . . 24 Figura 17 – Sistema fossa-filtro e sumidouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Figura 18 – Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Figura 19 – Período de detenção dos despejos por faixa de contribuição diária. . 27 Figura 20 – Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio. . . . . . . . . . . . . . . . 28 Figura 21 – Profundidade útil mínima e máxima por faixa de volume útil. . . . . . 28 Figura 22 – Fossa Séptica. Fonte: Autoria do grupo . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Figura 23 – Filtro Anaeróbio. Fonte: Autoria do grupo . . . . . . . . . . . . . . . 31 Figura 24 – Absorção relativa do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Figura 25 – Sumidouro. Fonte: Autoria do grupo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Figura 26 – Sistema de lagoas anaeróbias seguidas de lagoas facultativas . . . 34 Figura 27 – Principais parâmetros de projeto das lagoas de estabilização . . . . 35 Figura 28 – Croqui das lagoas anaeróbias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Figura 29 – Croqui das lagoas facultativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Figura 30 – Croqui das lagoas de estabilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Sumário 1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2.1 Objetivos gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2.2 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3 Importância econômica do sistema de coleta e de tratamento de efluentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 4 Conceito de esgoto doméstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 5 Dimensionamento da rede coletora de esgoto . . . . . . . . . . . 8 5.1 Dados populacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 5.2 Consumo Per Capita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 5.3 Variações de consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 5.4 Vazões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 5.5 Dimensionamento da rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 5.6 Poços de visita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 5.7 Planta baixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 5.8 Perfis longitudinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 6 Abordagem dos sistemas de tratamento . . . . . . . . . . . . . . . 25 6.1 Sistema fossa-filtro e sumidouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 6.1.1 Dimensionamento da fossa séptica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 6.1.2 Dimensionamento do filtro anaeróbio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 6.1.3 Dimensionamento do sumidouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 6.2 Lagoas de estabilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 6.2.1 Dimensionamento da lagoa anaeróbia . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 6.2.2 Dimensionamento da lagoa facultativa . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 6.2.3 Dimensionamento da lagoa de maturação . . . . . . . . . . . . . . . 42 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 4 1 Introdução Em virtude da falta de medidas práticas de saneamento e de educação sani- tária, grande parte da população tende a lançar os dejetos diretamente sobre o solo. Entretanto, os dejetos humanos podem ser veículos de germes patogênicos de várias doenças, além de degradar o meio ambiente. De acordo com estudos do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS), de 2013, o Espírito Santo é o que tem o menor índice de coleta de esgoto na Região Sudeste, com 41,93% da população atendida. Do que é coletado, trata 77%. Até 1993, quando foi lançado o primeiro projeto de saneamento, a cobertura de esgotamento na Grande Vitória, segundo a Cesan, era de 20%. Hoje é de 57%, com dejetos tratados para 44% da população. A cidade de Vila Velha descarta 16,7 bilhões de litros de esgoto. Há rede em 42 dos 95 bairros, mas o tratamento só ocorre em 36,77% dos imóveis, a segunda pior situação da Grande Vitória. Os menores volumes de dejetos descartados são de Vitória (4,3 bilhões de litros de esgoto) e Viana (3,6 bilhões de litros). O lançamento desses efluentes diretamente a céu aberto, sem passar por um tratamento adequado, resulta em vários problemas socioambientais, prejudicando a qualidade de vida das pessoas. Como exemplo dessa poluição está na baía e praias de Vitória, com locais impróprios para banho. Agrava a situação o fato do país, e o Estado, estarem vivendo os reflexos de uma forte seca, com redução dos volumes de água nos rios que abastecem as cidades. Como consequência, há os graves problemas de saúde causados pela falta de saneamento. Por essa razão, faz-se necessário que o esgoto seja coletado, tratado e tenha um destino adequado. Para tanto, o esgoto percorre diversas etapas até que esteja em condições ade- quadas de ser lançado em um corpo receptor. O fluxo segue a partir do pré-tratamento, em seguida por um tratamento primário, secundário e caso existam componentes tóxicos presentes, uma terceira etapa é necessária para a remoção dos mesmos. Ao final, é realizada uma desinfecção para remoção dos microrganismos patogênicos não eliminados nas etapas anteriores. A escolha do melhor sistema de tratamento de esgoto tem como parâmetros a minimização de resíduos gerados, minimização de custos de implantação, operação e manutenção, com garantia e eficiência de remoção de poluentes e matéria orgânica, uma vez que deverá atender aos requisitos ambientais do local a ser implantação. 5 2 Objetivos 2.1 Objetivos gerais Projetar uma rede coletora de esgoto sanitário para uma área de 96.672,67m² localizada no Município de Vila Velha - ES e dimensionar duas tecnologias de tratamento de esgoto para duas populações distintas. Os sistemas de tratamento consistem em Fossa Séptica - Filtro Anaeróbio - Sumidouro e Lagoas de Estabilização. 2.2 Objetivos específicos O presente memorial de cálculo é dividido em duas etapas concebidas de maneiras distintas. A primeira, constitui um projeto cujo objetivo é dimensionar e apresentar detalhes construtivos da rede coletora de esgoto sanitário para a área definida em sala de aula, localizado no Município de Vila Velha - ES. O projeto hidráulico foi baseado no projeto urbanístico, sendo o traçado condicionado ao perfil viário, tornando a rede disposta no leito das ruas. Na etapa final de implantação, a rede atenderá 11 quarteirões. A rede coletora de esgoto sanitário será do tipo separador absoluto. A rede atenderá exclusivamente a área selecionada. Para futuras ampliações na rede, deverão ser verificadas as condições reais e verificação das condições com a ampliação das vazões, em projeto específico, devendo este ser aprovado nos órgãos competentes. A segunda etapa contempla duas tecnologias de tratamento: o sistema “Fossa Séptica - Filtro Anaeróbio - Sumidouro” e as Lagoas de Estabilização. Ambas as tecnologias foram concebidas para uma população distinta. A primeira unidade de tratamento atenderá a um restaurante que atende 300 refeições diariamente, enquanto que as Lagoas de Estabilização atenderão a uma cervejaria que produz 3400 m³ de bebidas diariamente. 6 3 Importância econômica do sistema de coleta e de tratamento de efluentes Segundo a Organização Mundial da Saúde, cada um real investido em sanea- mento equivale a quatro economizados em remédios, unidades de saúde e hospitais. Isso permite que a cidade avance na aplicação de recursos em atividades econômicas, por exemplo, no turismo. Assim sendo, a coleta e o tratamento de esgoto seguem os seguintes objetivos: • Aumento da vida média do homem, pela redução da mortalidade em consequên- cia da redução dos casos de doença; • Diminuição das despesas com o tratamento de doenças evitáveis; • Redução do custo do tratamento da água de abastecimento, pela prevenção da poluição dos mananciais; • Controle da poluição das praias e dos locais de recreação com o objetivo de promover o turismo; • Preservação da fauna aquática, especialmente os criadouros de peixes. 7 4 Conceito de esgoto doméstico O esgoto doméstico ou efluente sanitário, conforme descrito na NBR 7229/1993 (Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos) – é composto por sólidos orgânicos, inorgânicos e água. Provem principalmente de residências, estabelecimentos comerciais, instituições ou quaisquer edificações que dispõe de instalações de banheiros, lavanderias e cozinhas. Compõem-se essencialmente da água de banho, excretas, papel higiênico, restos de comida, sabão, detergentes e águas de lavagem. 8 5 Dimensionamento da rede coletora de esgoto O Sistema de Esgotamento Sanitário foi projetado para uma área de 96.672,67 m², composta por 11 quarteirões situados nas proximidades de Ponta da Fruta, Vila Velha, ES. O de sistema projetado para a coleta do esgoto é do tipo Separador Absoluto, destinado a coletar e transportar as águas pluviais e águas residuárias em redes independentes, orientado em função das condições de escoamento natural. A rede coletora será dimensionada para atender a vazão inicial e final de projeto, elaborado de acordo com as características de implantação, seguindo como base o projeto urbanístico, levantamentos topográficos, planialtimétrico e curvas de níveis. O dimensionamento da rede de esgotamento sanitário segue diretrizes da NBR 9.649 e NBR 9.648 . Com base nos dados apresentados no Memorial de Cálculo do Sistema de Saneamento Básico de Abastecimento de água em Vila Velha- ES, foi selecionada a área a ser estudada, compreendida na Região 05 do Plano Municipal de Vila Velha -ES, conforme mostrado na Figura 1. Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 9 Figura 1 – Região 05 do Plano Municipal de Vila Velha. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico de Vila Velha/ES- Sistema de Abastecimento de água e esgoto sanitário. Plano Municipal de Saneamento Básico de Vila Velha/ES- SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO. Dentro da região 5 , foi delimitada uma área mais restrita para dimensionamento da rede coletora de esgoto, conforme mostrado a seguir. Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 10 Figura 2 – Área selecionada no bairro Barramares, no município de Vila Velha-ES - Fonte: Google Maps. Google Maps 5.1 Dados populacionais A população foi projetada em proporção entre o número total de habitantes do bairro Barramares, localizado no município de Vila Velha-ES, e a área total do bairro. Os dados foram extraídos do perfil socioeconômico por bairros, no site oficial da prefeitura municipal de Vila Velha. Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 11 Figura 3 – Tabela de densidade nos bairros da região 05 do município de Vila Velha, 2010. Fonte: SEMPLA. Para fins de dimensionamento da rede coletora de esgoto, calculou-se a popula- ção presente e a população futura para a área solicitada no projeto, conforme o quadro abaixo: Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 12 Figura 4 – Evolução Populacional da Cidade de Vila Velha. Fonte: IBGE (2017) IBGE (2017) Como a rede coletora será projetada para um alcance de 24 ano, inicialmente será calculada a população para o ano de 2024. Para realizar o cálculo será necessário correlacionar a área total e a população total da região 5. Os dados foram obtidos na base de dados da Prefeitura Municipal de Vila Velha-ES por meio do “Manual de Perfil Sócio Econômico por Bairros (SEMPLA, 2013) Cálculo da população inicial da área selecionada Assim, tem-se que: População: - 62.188 habitantes Área selecionada: 23.348.940,00 m² Área das 11 quadras onde será a rede coletora de esgoto : 96.672,67m² Pi = 62.188x96.667623.3483.940 Pi = 257, 49habitantes P i = 258habitantes Cálculo da população final da área selecionada População final - 71.759 habitantes Área selecionada- 23.348.940 m² Área das 11 quadras onde será a rede coletora de esgoto - 96.672,67m² Pf = 71.759x96.667623.3483.940 Pf = 297, 11habitantes Pf = 297habitantes Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 13 5.2 Consumo Per Capita Para o cálculo das contribuições de esgoto, foram utilizados alguns critérios e parâmetros definidos de acordo com as peculiaridades locais. O consumo per capita será de 189,1 litros/hab/dia. . 5.3 Variações de consumo A quantidade de água é variável em função do tempo, condições climáticas, hábitos da população, entre outros, sendo no consumo doméstico a variação sendo maior quando comparado com o consumo industrial. Há variação anual, mensal, diária, horária e instantânea, mas as mais importantes para dimensionamento são as diárias e horárias. Variações diárias são representadas pelo coeficiente do dia de maior consumo (K1) enquanto as variações horárias são pelo coeficiente da hora de maior consumo (K2). Os coeficientes são determinados pelas seguintes relações: Figura 5 – Coeficientes de variação de consumo Porém, diversos autores ou entidades apresentaram a partir de medições ou recomendações para projetos os seguintes valores para K1 e K2: Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 14 Figura 6 – Coeficiente do dia de maior consumo Neste trabalho, foi considerado o coeficiente proposto por Azevedo Netto (1998) com K1 variando de 1,1 a 1,4, adotando o valor de 1,2. Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 15 Figura 7 – Legenda Neste trabalho, foi considerado o coeficiente proposto por Azevedo Netto (1998) com K2 variando de 1,5 a 2,3, adotando o valor de 1,5. O coeficiente de retorno adotado foi 0,90. Este valor é recomendado pela NBR ABNT 9.649 - Projetos de Redes Coletoras de Esgotos Sanitários. Portanto, tem-se que: Qd = 1,2x1,5x363x189,1x0,986400 Qd = 1, 29m3/s Na área selecionada para dimensionamento do sistema de esgoto sanitário, não existe Qind. O coeficiente de infiltração adotado para o município de Vila Velha é de 0,1 L/s.km. A NBR 9.649 recomenda a utilização de valor que entre 0,05 a 1,0 L/s.km Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 16 como taxa de infiltração para as redes coletoras de esgoto. Portanto, o valor ado- tado está dentro dos parâmetros exigidos pela Norma. 5.4 Vazões A vazão total é dada pela seguinte equação: Q = Qd+Qind+Qinf Para o cálculo de Qe: Qd = K1.K2.P.q.C86400 Onde: Q - Vazão máxima doméstica final (L/s.); P - nº de habitantes na área; q - Consumo “per capita” (L/hab.dia); C - coeficiente de retorno; K1 - coeficiente de máxima vazão diária (1,2 adotado) K2 - coeficiente de máxima vazão horária (1,5 adotado) O coeficiente de retorno utilizado foi 0,90. Este valor é recomendado pela NBR ABNT 9.649 - Projetos de Redes Coletoras de Esgotos Sanitários. No trecho selecionado não existe o Qind. Para fins de cálculo, usou-se K1=1,2, K2= 1,5 e Cr = 0,9. Assim temos: Qdi = 1,2x.1,5.258.189,18.0,986400 Qdi = 0, 914m3/s Qdf = 1,2x1,5x287x189,18x0,986400 Qdi = 1, 053m3/s O coeficiente de infiltração adotado para o município de Vila Velha foi de 0,1 L/s.km. A NBR 9.649 recomenda a utilização de 0,05 a 1,0 L/s.km como taxa de infiltração para as redes coletoras de esgoto, portanto, os valores escolhidos estão dentro dos parâmetros exigidos. Taxa de contribuição linear O cálculo da taxa de contribuição linear será realizado pela seguinte equação Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 17 Tx = QdLT + Tinf : Onde: Tinf = taxa de contribuição de infiltração (L/s.m ou L/s.Km); LT = Comprimento total da rede coletora; Qf = Vazão do esgoto sanitário final (L/s). Assim, para a Taxa de Contribuição linear Inicial, obtem-se: Txi = 0,9142630 + 0, 0001 Txi = 0, 000447m3/s E para a Taxa de Contribuição linear final, tem-se: Txf = 1,0532630 + 0, 0001 Txf = 0, 0005m3/s 5.5 Dimensionamento da rede Para dimensionamento da rede, utilizou-se os programas Googel Earth e Global Mapperr para obtenção da topografia e cotas de terreno. Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 18 Figura 8 – Topografia e cotas da região selecionada Global Mapper e Google Earth Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 19 Figura 9 – Topografia e cotas da região selecionada Global Mapper e Google Earth Vazão a montante = vazão dos trechos a montante + contribuições localizadas. Vazão do trecho = taxa de contribuição linear x comprimento do trecho. Vazão a jusante = vazão a montante + vazão do trecho. Diâmetro mínimo: adotar 150 mm. Vazão mínima: 1,5 L/s. Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 20 Figura 10 – Dimensionamento da rede de esgoto por trechos Autoria do grupo Figura 11 – Dimensionamento da rede de esgoto por trechos Autoria do grupo Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 21 5.6 Poços de visita Apresentação da localização dos poços de visita na região de estudo selecio- nada. Figura 12 – Identificação dos poços de visita Autoria do grupo 5.7 Planta baixa Apresentação da planta baixa da rede coletora de esgoto. Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 22 Figura 13 – Planta baixa da rede coletora de esgoto Autoria do grupo 5.8 Perfis longitudinais Apresentação do perfil longitudinal de três arruamentos. Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 23 Figura 14 – Perfil longitudinal da avenida Primavera Autoria do grupo Figura 15 – Perfil longitudinal da avenida Coronel Fabriciano Autoria do grupo Capítulo 5. Dimensionamento da rede coletora de esgoto 24 Figura 16 – Perfil longitudinal da avenida Celso Vasconcelos Autoria do grupo 25 6 Abordagem dos sistemas de tratamento Esse memorial contempla o dimensionamento de duas tecnologias tratamento de esgoto sanitário e duas populações distintas respectivas a cada sistema. A unidade de tratamento Fossa Séptica - Filtro Anaeróbio - Sumidouro atenderá a um restaurante que atende 300 refeições diariamente, enquanto que as Lagoas de Estabilização atenderão a uma cervejaria que produz 3400 m³ de bebidas diariamente. 6.1 Sistema fossa-filtro e sumidouro O tratamento fossa-filtro funciona por gravidade, sem uso de energia elétrica e é de fácil manejo e manutenção. Comumente utilizado por comunidades que geram vazões relativamente pequenas, é empregado em áreas desprovidas de rede coletora pública de esgoto sanitário. Essa solução tem capacidade de dar aos afluentes um grau de tratamento compatível com sua simplicidade e custo. São tratamentos e no caso do filtro, pela NBR 13969/1997. A Fossa Séptica é um tratamento primário, normatizado pela NBR 7229/1993, que transforma e separa a matéria sólida existente no esgoto doméstico. Elas são fundamentais para o combate a doenças, verminoses e endemias, como a cólera, e evitam o lançamento da poluição dos dejetos humanos no lençol freático, rios, lagos e nascentes. Os Filtros Anaeróbios, normatizados pela NBR 13969/1997, são construídos para tratamento complementar da água após a fossa descrita anteriormente. São caracterizados por um fluxo ascendente que obriga a passagem da água por uma camada de pedra brita ou mídia plástica que originam microrganismos em sua superfície que oxidam os poluentes do esgoto através de ação bacteriana. O sumidouro é um poço sem laje de fundo que permite a infiltração (penetração) do efluente da fossa séptica no solo. O diâmetro e a profundidade dos sumidouros dependem da quantidade de efluentes e do tipo de solo.Os sumidouros podem ser feitos com tijolo maciço ou blocos de concreto ou ainda com anéis pré-moldados de concreto. Os sumidouros devem preservar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, mediante estrita observância das prescrições da NBR 7229/1993: Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 26 Figura 17 – Sistema fossa-filtro e sumidouro 6.1.1 Dimensionamento da fossa séptica Para o dimensionamento de uma fossa séptica para um restaurante que atende 230 refeições diariamente, foi utilizada a NBR 7229/1993. O volume útil total do tanque séptico deve ser calculado pela equação: V = 1000 +N(C.T +K.Lf) Onde: V = volume útil, em litros N = número de pessoas ou unidades de contribuição C = contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (Tabela 1 da NBR 7229/1993); T = período de detenção, em dias (Tabela 2 da NBR 7229/1993); K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo fresco (Tabela 3 da NBR 7229/1993); Lf = contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (Tabela 1 da NBR 7229/1993) Consultando a tabela 1 da NBR 7229/1993, tem-se que C (contribuição de despejos) equivale a 25 litros/pessoa x dia, e que Lf (contribuição de lodo fresco) equivale a 0,1 litro/pessoa x dia. Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 27 Figura 18 – Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante NBR 7229/93 Consultando a tabela 2 da NBR 7229/1993, tem-se que o tempo de detenção (T) é de 0,5 dias, ou 12 horas. Figura 19 – Período de detenção dos despejos por faixa de contribuição diária. NBR 7229/93 Considerando um intervalo de limpeza de 1 ano, e uma temperatura ambiente de 27ºC, pode-se consultou-se a tabela 3 da NBR 7229/1993 e constatou-se que o valor da taxa de acumulação de lodo (K) equivale a 57 dias. Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 28 Figura 20 – Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio. NBR 7229/93 Portanto, tem-se que o volume útil do tanque séptico é de 5186 litros. V = 1000 + 230.(25.0, 5 + 57.0, 1) V = 5186L De acordo com a tabela 4 da NBR 7229/1993, a profundidade mínima útil para fossas com volume útil de 6,0 m³ a 10,0 m³ é de 1,50 m, e a profundidade máxima útil de 2,50 m. Portanto, adotou-se profundidade útil de 2,0 m e diâmetro de 2,0 m. Figura 21 – Profundidade útil mínima e máxima por faixa de volume útil. NBR 7229/93 Portanto, o volume interno útil do tanque séptico é de : V til = pi.D 2 4 .H V til = pi.2,0 2 4 .2, 0 V til = 6, 3m3 Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 29 Na construção do tanque séptico, deve-se aumentar mais 30 cm na altura para a câmara de gases. Figura 22 – Fossa Séptica. Fonte: Autoria do grupo 6.1.2 Dimensionamento do filtro anaeróbio De acordo com a NBR 13696/97, para dimensionamento do filtro anaeróbio, devemos utilizar a seguinte equação: V til = 1, 6.N.C.T Onde: Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 30 V = volume útil, em litros; N = número de pessoas ou unidades de contribuição; C = contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (ver Tabela 1 da NBR 7229/1993); T = período de detenção, em dias (Tabela 2 da NBR 7229/1993); K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo fresco (Tabela 3 da NBR 7229/1993); Lf = contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (Tabela 1 da NBR 7229/1993). A contribuição de despejos (C) será a mesma utilizada para o dimensionamento da fossa, ou seja, 25 refeições/pessoa x dia. Consequentemente, o tempo de detenção (T) também será o mesmo de 0,5 , para uma contribuição diária de 230 refeições (N). V til = 1, 6.N.C.T V til = 1, 6x230x25x0, 5 V til = 4600litros Dimensiona-se a altura do filtro anaeróbio pela seguinte equação: H = h+ h1 + h2 Onde: H a altura total interna do filtro anaeróbio; h é a altura total do leito filtrante (limitada a 1,2metros); h1 é a altura da calha coletora (limitada a 0,6 metros); h2 é a altura sobressalente (variável) Os valores de h1 e h2 adotados, foram 0,6 m e 0,3 m, respectivamente. Portanto, tem-se que: H = h+ h1 + h2 H = 1, 2 + 0, 6 + 0, 3 H = 2, 1m Adotando um diâmetro de D=1,8 m, pode-se definir o volume útil (Vútil) e área do filtro (Af) da seguinte forma: V til = pi.D 2 4 .H V til = pi.1,8 2 4 .2, 1 Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 31 V til = 5, 34m3 V til = AfxH 5, 34 = A.2, 1 Af = 2, 5m2 Figura 23 – Filtro Anaeróbio. Fonte: Autoria do grupo 6.1.3 Dimensionamento do sumidouro Dimensionas-se a área do sumidouro através da seguinte equação: Af = V eCp Onde: Af é a área da fossa ou sumidouro Ve é volume efluente Cp é o coeficiente percolação De acordo com a tabela de absorção relativa do solo, adotou-se solo de argila Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 32 arenosa com absorção relativa vagarosa, portanto, Cp=50. Figura 24 – Absorção relativa do solo Adotando o volume de efluente do sumidouro igual a 5000 litros, valor um pouco superior ao efluente do filtro anaeróbio (4600 litros). Portanto, tem-se que a área do sumidouro: Af = V eCp Af = 500050 Af = 100m2 Para dimensionamento do sumidouro, adotou-se altura de 2,0 metros e obteve- se: V til = pi.D 2 4 .H 5 = pi.D 2 4 .2 D = 1, 78m Portanto, o diâmetro adotado é de 1,80 metros. Ressalta-se que a cota do fundo deve estar o mais distante possível do lençol freático, no mínimo 1,50 metros. Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 33 Figura 25 – Sumidouro. Fonte: Autoria do grupo 6.2 Lagoas de estabilização Segundo Sperling (2002), lagoas anaeróbias têm sido utilizadas para tratamento de esgotos domésticos e industriais orgânicos que apresentam grandes teores de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), como por exemplo matadouros. Apesar de as reações anaeróbias ocorrerem lentamente, as lagoas apresentam grande eficiência das para remoção de DBO, variando em torno de 50% a 70%. Quanto menos DBO um efluente apresenta, menos poluente ele é. Essa eficiência se torna maior quando se instala uma lagoa facultativa após a anaeróbia, pois a lagoa facultativa possui capacidade de remover o DBO sobressa- lente da lagoa anaeróbia. Essa configuração se caracteriza como Sistema Australiano. Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 34 Figura 26 – Sistema de lagoas anaeróbias seguidas de lagoas facultativas Sperling (2002) As lagoas anaeróbias são caracterizadas por serem mais profundas para di- minuir a taxa de oxigenação do efluente. Sua instalação é vantajosa devida à baixa utilização de tecnologias, que influenciam no baixo custo do sistema. A lagoa anaeróbia também possibilita que a área da lagoa seja menor que a utilizada em sistemas que apresentam somente lagoas facultativas instaladas. A lagoa facultativa do sistema australiano apresenta menor área de ocupação, pois o tratamento ocorrido na lagoa anaeróbia causa a diminuição de DBO a ser tratado pela lagoa facultativa. Sendo assim, faz-se necessário que as instalações das lagoas sejam feitas para que exista máxima eficiência no tratamento do efluente. 6.2.1 Dimensionamento da lagoa anaeróbia Para dimensionamento da lagoa anaeróbia que possui vazão de 3.400m³/dia, foi considerado um DBO afluente de 480mg/L (adotado). Cálculo da carga de efluente L = So.Q Onde: So é a concentração de DBO5 total do afluente (mg/L) Q é a vazão L é a carga de efluente em kg/dia L = So.Q L = 4800mgL x3400.10 3 L diax10 −6 kg mg L = 1632Kg/dia Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 35 Cálculo do volume requerido V = LLv Onde: L é carga de efluente de DBO5; Lv é a taxa de aplicação volumétrica; Pela tabela de principais parâmetros de projeto das lagoas de estabilização, Lv deve estar entre 0,1 e 0,35. Adotou-se Lv=0,15. Figura 27 – Principais parâmetros de projeto das lagoas de estabilização Lagoas de Estabilização - Volume 3 - 2ed - Von Sperling Portanto, tem-se que: V = 1632kg/dia0,15kgDBO5/m3.d V = 10.880m3 Verificação do tempo de retenção hidráulico Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 36 t = VQ Onde: t é tempo de retenção hidráulico em dias e deve atender aos limites da tabela de principais parâmetros de projeto das lagoas de estabilização V é volume requerido de 10880m³; Q é a vazão dee 3400m³/dia; t = 10880m 3 3400m3/dia t = 3, 2dias Determinação da área requerida A = VH Onde: A é a área requerida em m²; V é o volume requerido de 10.880m³; H é profundidade em metros; H deve estar dentro dos limites da tabela de principais parâmetros de projeto das lagoas de estabilização, e deve variar de 3,0 m a 5,0 m. Pontanto, adotou-se H=3,0 m. A = VH A = 10880,0m 3 3,0m A = 3626, 7m2 Por ser uma área muito extensa, dividiu-se em duas lagoas de 1813,35m² cada lagoa. O comprimento e largura devem obedecer um limite de 1-3m. Portanto, adotou- se L/B=3,0 m. A = L.B 1813, 35 = 3B2 B = 24, 6m Portanto: L = 3.B L = 3x24, 6 Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 37 L = 73, 8m Concentração de DBO efluente Segundo Von Sperling, no livro “Lagoas de Estabilização” - Volume 3 - 2ed, a eficiência de remoção de DBO adotada para lagoa anaeróbia é de E=60%. DBOefluente(S) = 100−E100 .So Onde: So é a DBO afluente, adotado 480mg/L; E é eficiência de remoção de DBO, adotado 60%; DBOefluente(S) = 100−E100 .So DBOefluente(S) = 100−60100 .480mg/L DBOefluente(S) = 192mg/L Ressalta-se que o efluente da lagoa anaeróbia é o afluente da lagoa facultativa. Acumulação de lodo Calcula-se a acumulação de lodo pel seguinte equação: Acumulaoanual = 0, 04xhabitantes Como a situação tratada nesse memorial não envolve número de habitantes, a equação de acumulação de lodo ficou em função do número de habitantes (hab); Tempo = H/3espessuradeumano Figura 28 – Croqui das lagoas anaeróbias Autoria do grupo Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 38 6.2.2 Dimensionamento da lagoa facultativa Para dimensionamento da lagoa facultativa que possui vazão de 3.400m³/dia, foi considerado um DBO afluente de 192mg/L (DBO efluente da lagoa anaeróbia). Cálculo da carga de efluente L = So.Q Onde: So é a concentração de DBO5 total do afluente (mg/L). Ressalta-se que o DBO afluente da lagoa facultativa é o DBO efluente da lagoa anaeróbia. Q é a vazão L é a carga de efluente em kg/dia L = So.Q L = 192mgL x3400.10 3 L diax10 −6 kg mg L = 652, 8Kg/dia Cálculo do volume requerido V = LLs Onde: L é carga de efluente de DBO5; Ls é a taxa de aplicação superficial; Segundo Von Sperling, Ls pode ser calculado pela seguinte equação: Ls = 350(1, 107− 0, 002.T )T−25 Onde T é a temperatura média do ar no mês mais quente. Adotando T=20ºC, tem-se: Ls = 350(1, 107− 0, 002.20)20−25 Ls = 253, 1kgDBO5/ha.dia Pela tabela de principais parâmetros de projeto das lagoas de estabilização, Ls deve estar entre 100 e 350kgDBO/ha.dia. Portanto, tem-se que: Determinação da área requerida A = LLs Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 39 Onde: L é a carga de efluente em kg/dia; Ls é a taxa de aplicação superficial; H é profundidade em metros; A = VH A = 652,,8kg/d253,1KgDBO5/ha.d A = 2, 5792ha A = 25.792m2 Por ser uma área muito extensa, dividiu-se em duas lagoas de 12.896m² cada. O comprimento e largura devem obedecer um limite de 2-4m. Portanto, adotou- se L/B=3,0 m. A = L.B 12896 = 3B2 B = 65m Portanto: L = 3.B L = 3x65 L = 196, 5m Volume da lagoa O volume da lagoa é calculado pela seguinte equação: V = A.H Onde H é a altura útil adotada. H pode variar de 1,5 a 2,0 metros. Adotando H=1,8m, tem-se: V = 25759m2.1, 8m V = 46425, 6m3 Verificação do tempo de retenção hidráulico t = VQ Onde: Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 40 t é tempo de retenção hidráulico em dias e deve atender aos limites da tabela de principais parâmetros de projeto das lagoas de estabilização V é volume requerido de 46425,6m³; Q é a vazão dee 3400m³/dia; t = 10880m 3 3400m3/dia t = 13, 65dias O tempo de detenção está dentro dos parâmetros estabelecidos na tabela de “Principais parâmetros de projeto das lagoas de estabilização”. Adoção de um valor para coeficiente de remoção de DBO(K) e corrigir para temperatura estipulada. Kt = K20.θT−20 Onde: T é a temperatura estipulada (23º é a temperatura estipulada adotada); θ é um valor tabelado (1,05) Sabe-se que K20 = 0, 27d−1 Portanto, tem-se que: Kt = K20.θT−20 Kt = 0, 27.1, 0523−20 Kt = 0, 31d−1 Estimativa da quantidade de DBO solúvel O regime hídrico de mistura completa foi calculado pelo equação: S = So1+K.t Onde So é a a quantidade de DBO efluente em kg/dia S = 192mg/L1+0,31d−1.13,65dias S = 36mg/L S=36mg/Lé a quantidade de DBO solúvel efluente. Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 41 Estimativa de DBO particulada efluente DBOparticulada = 0,35mgDBOparticuladaL .SS Onde SS é a concentração permitida de sólidos suspensos efluentes em mg/L. Adotando SS=80 mg/L, tem-se: DBOparticulada = 0,35mgDBOparticuladaL .80mg/L DBOparticulada = 28mgDBOparticuladaL Cálculo do DBO total efluente DBOtotalefluente = DBOsoluvel +DBOparticulada DBOtotalefluente = 36 + 28 DBOtotalefluente = 64mgL Eficiência na remoção da DBO E = So−SfSo .100 E = 192−64192 .100 E = 66, 7% Área total requerida para todo o sistema Calculou-se a área líquida total (Alqt) pela soma das áreas da lagoa anaeróbia (Aana) e da lagoa facultatica (Afac). Alqt = Aana+ Afac Alqt = 0, 362667ha+ 2, 57952ha Alqt = 2, 94187ha = 29.418, 7m2 Área total requerida em todo o sistema Geralmente a área requerida de todo o sistema está entre 25% a 33% maior do que a área líquida calculada a meio altura Von Sperling. Adotando 30%, tem-se: At = 1, 30.Alqt At = 1, 30x2, 94ha = 3, 77ha At = 38244, 31m2 Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 42 Figura 29 – Croqui das lagoas facultativas Autoria do grupo 6.2.3 Dimensionamento da lagoa de maturação Para dimensionamento da lagoa de maturação que possui vazão de 3.400m³/dia, foi considerado temperatura (T) de 23ºC (líquido) e coliformes fecais do esgoto bruto igual a 5.107CF/100ml Dados de entrada: Número de lagoas facultativas= 2 Comprimento de cada lagoa facultativa (L)=196,5m Largura de cada lagoa facultativa (B)= 65m Profundidade da lagoa facultativa (H)=1,8m Tempo de detenção hidraulico=13,65dias Remoção de coliformes fecais nsa lagoas facultativas Adotando regime hidráulico de fluxo diperso, calcula-se o número de dispersão (d) pela seguinte equação: Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 43 d = 1L B d = 1196,6m 65m d = 0, 33 Utilizando a equação para fluxo disperso, calcula-se o coeficiente de remoção de coliformes Kb = 0, 542.H−1,259 Kb = 0, 542x1, 8−1,259 Kb = 0, 26d−1(20C) Sabe-se que θ=1,07, valor retirado da tabela “principais parâmetros de projeto das lagoas de estabilização”. Para 23ºC, tem-se: Kbt = Kb20.θT−20 Kbt = 0, 26.1, 0723−20 Kbt = 0, 32d−1 Cálculo da concentração de efluente de coliformes a = 2 √ 1 + 4K.t.d Onde: t é o tempo de detenção hidráulico, igual a 13,65 dias; d é o número de dispersão; e K coefiente de remoção de coliformes (K=Kbt=0,32); a = 2 √ 1 + 4x0, 32x13, 65x0, 33 a = 2, 6 Calcula-se então o número de coliformes fecais (N) a cada 100ml de efluente. N = No. 4ae 1 2d (1+a)2.e a 2d−(1−a)2e−a2d N = 5.107. 4x2,6e 1 0,66 (1+2,6)2.e 2,6 0,66−(1−2,6)2e −2,6 0,66 N = 7, 1.105CF/100ml Cálculo da eficiêcia de remoção dos coliformes fecais: E = No−NNo .100 Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 44 E = 5,0.10 7−7,1.105 5,0.107 .100 E = 98, 58%% Alternativa de lagoa de maturação em série Adotando tempo de retenção total igual a 12 diasa (4 para cada lagoa): V = t.Q Onde: t é o tempo de retenção hidráulico de 13,65 dias; Q é a vazão de 3400m³/dia; V = t.Q V = 4x3400 V = 13.600m2, Dimensão das lagoas Adotando a profundidade H igual a 1,0 m, tem-se que a área superfial de cada lagoa é a razão do volume pela altura, tem-se: A = VH A = 136001 A = 13.600m2 Para encontrar a área superficial total, multiplica-se por 3: At = 13.600x3 At = 40.800m2 Dimensões das lagoas Adotando L/B=1 (lagoas quadradas), tem-se: L = B = 117, 0m Portanto: L=117,0m B=117,0m H=1,0m Capítulo 6. Abordagem dos sistemas de tratamento 45 A área total requerida pela lagoa de maturação é em torno de 25% superior a área líquida determinada, portanto: 40.800m2.1, 25 = 51.000m2 Figura 30 – Croqui das lagoas de estabilização 46 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Tsutiya M. T. e Sobrinho, P. A. Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário. Departa- mento de Engenharia hidráulica da escola politécnica de São Paulo. 1999. 2) Nuvolari, A. (coordenação). Esgoto sanitário – coleta, transporte, tratamento e reúso agrícola. 2ª edição revisada e ampliada.2011. 3) Plano Municipal de Saneamento Básico de Vila Velha/ES- SISTEMA DE ABAS- TECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO. 4) SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO (SNIS). Disponível em: <www.snis.gov.br> Acesso em: 20 maio. 2016. 5) AZEVEDO NETO, J.M.; BOTELHO, M.H.C.; GARCIA, M. - A Evolução dos Sistemas de Esgotos- Engenharia Sanitária, voI. 22, n“ 2, p. 226 - 228 - 1983. 6) BRASIL: Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002. 7) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7229: Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Setembro, 1993. Folha de rosto Lista de ilustrações Sumário Introdução Objetivos Objetivos gerais Objetivos específicos Importância econômica do sistema de coleta e de tratamento de efluentes Conceito de esgoto doméstico Dimensionamento da rede coletora de esgoto Dados populacionais Consumo Per Capita Variações de consumo Vazões Dimensionamento da rede Poços de visita Planta baixa Perfis longitudinais Abordagem dos sistemas de tratamento Sistema fossa-filtro e sumidouro Dimensionamento da fossa séptica Dimensionamento do filtro anaeróbio Dimensionamento do sumidouro Lagoas de estabilização Dimensionamento da lagoa anaeróbia Dimensionamento da lagoa facultativa Dimensionamento da lagoa de maturação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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