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Online 8 Os conflitos da Guerra Fria – Vietnã, Coreia e Cuba
Introdução
Nesta aula, analisaremos os desdobramentos da oposição socialismo e capitalismo e veremos que, embora a guerra fria não se trate de um conflito stricto sensu( sentido amplo), ela foi responsável por diversas crises civis e políticas em diversos países, onde destacaremos os casos vietnamita, coreano e cubano. 
Como vimos, nas aulas anteriores, a Guerra Fria não foi um conflito direto. Mas isso não quer dizer que os anos durante os quais ela existiu tenham sido um período pacífico. Os conflitos que possuem a guerra fria como influência direta ou indireta é o tema desta aula.
As décadas de 1950 até 1980 do século XX foram repletos de guerras civis e crises internas, ocorridas em diversos países. 
Destacamos alguns casos mais emblemáticos, como Coreia, Vietnã, Cuba e Irã.
As Coreias
Coreia - Em 1949, com a Revolução Chinesa, o temor da expansão socialista, na Coreia, provocou diversos conflitos. Em 1950, a Coreia do Norte invadiu o Sul, buscando a unificação do país sob o regime comunista e contando com o apoio soviético. 
A guerra civil se estendeu até 1953 quando a morte do líder soviético, Joseph Stalin, provocou a alteração na política externa da URSS. Stalin foi sucedido por Nikita Khrushchev, cujo governo vigorou durante quase toda guerra fria. 
Por outro lado, os EUA também passavam por eleições, vencidas por Dwight Eisenhower. Os dois novos líderes buscaram negociar a paz,( O acordo que selaria o armistício foi assinado em junho de 1953, em Pan Munjon, acabando por confirmar a divisão original que ainda permanece até nossos dias.) já que a ninguém interessava a extensão da Guerra da Coreia(No Norte, assumiu o poder Kim Il-sung, líder do partido comunista. Após sua morte, o poder passou para seu filho, Kim Jong-il. Atualmente, governa a Coreia do Norte, King Jon-un, desde a morte de seu pai em 2011.).
No caso coreano, é importante ressaltar que o país esteve sob constantes ameaças e ocupações em sua história recente. 
Durante o período imperialista, a Coreia foi invadida e ocupada pelo Japão. Os japoneses consideravam esta região estratégica, política e militarmente, além de terem interesses nos recursos locais.
Com a entrada do Japão, na Segunda Guerra, a situação da Coreia se agravou, já que além de buscar recursos, muitos coreanos foram enviados para engrossar as fileiras do exercito japonês.
Vamos lembrar rapidamente o que sabemos sobre o comunismo?
No século XIX, quando Karl Marx escreveu o manifesto comunista, ele pensava que o capitalismo, enquanto sistema econômico, consumia tantos recursos ─ matérias primas, por exemplo ─, explorava de tal forma a classe operária, que chegaria a um fim inevitável. Com o esgotamento dos recursos e a reação da classe operária à exploração permanente, este sistema entraria em uma crise irreversível, sendo substituído pelo socialismo. Este, por sua vez, seria um período transitório, que levaria ao derradeiro sistema considerado como ideal, o comunismo. 
No comunismo:
• a sociedade seria gerida por um coletivo democrático;
• não haveria propriedade privada e sua mão de obra de obra se baseava no pleno emprego;
• com toda a população empregada, as jornadas de trabalho seriam menores e não haveria trabalho alienado;
• cada trabalhador teria consciência de todas as etapas da produção e os meios produtivos pertenceriam a todos. 
Esse comunismo, idealizado e teórico jamais foi aplicado. Todos os regimes que divergem do capitalismo ─ seja ele comunista ou socialista ─ foram adaptados às respectivas realidades dos países nos quais foram implantados. Por isso, vemos casos extremos, como a Coreia ─ e, posteriormente, Cuba ─ onde os sistemas que deveriam ser igualitários, já que no comunismo não haveria divisão de classes, mas que, na prática, acabaram se tornando verdadeiras dinastias do partido. 
Tanto em Cuba quanto na Coreia, as eleições foram abolidas, o domínio do partido é absoluto e o poder foi transmitido de pai para filho (Coreia) ou se manteve na família entre irmãos (Cuba). Esta distorção permitiu que esses líderes, que não foram democraticamente eleitos, se tornassem ditadores, o que jamais foi uma proposta do comunismo. 
Enquanto a Coreia do Norte se tornou um sistema cada vez mais fechado, governado por uma única família, a Coreia do Sul, capitalista, se tornou um dos chamados “tigres asiáticos”. Investiu na industrialização e na educação da população, capacitando a mão de obra para o mercado de trabalho. As diferenças entre as duas Coreias é, hoje, mais evidente e intensa do que nunca.
CUBA
Cuba é outro exemplo desta distorção do regime, neste caso, socialista. 
Ao se independer, no século XIX, Cuba foi submetida à política norte-americana do Big Stick e da Doutrina Monroe, que justificava a intervenção dos Estados Unidos, nos países latinos, com o pretexto de manter a ordem e garantir a emancipação das ex-colônias latinas de suas respectivas metrópoles.
Dessa forma, a Constituição Cubana possuía um mecanismo que, na prática, submetia a ilha aos interesses estrangeiros, a Emenda Platt. 
Esta emenda permitia a presença militar dos Estados Unidos, em Cuba, e quebrava a soberania do país, motivo de grande revolta entre a população cubana. 
O país foi obrigado a ceder uma área de mais de 100 km², na Baia de Guantánamo, para sediar uma base militar norte-americana ─ que ainda existe e é motivo de intensas controvérsias. 
Os investimentos norte-americanos, em Cuba, eram intensos, e, na maior parte das vezes, pouco favoreceriam a população ─ ainda que gerassem empregos. Hotéis e cassinos eram explorados por empresários estrangeiros e, além da miséria, Cuba convivia com o crime e a prostituição.
Em 1933, chega ao poder Fulgencio Batista, cujo governo rapidamente assumiu o aspecto de uma ditadura. Batista tinha diversos interesses afins aos norte-americanos e não se opunha a intervenção estrangeira na ilha. 
Conforme a ditadura se torna cada vez mais opressora, crescem também os grupos que a ela se opõem, normalmente, na clandestinidade.
Com a tática de guerra de guerrilhas, os revolucionários foram tomando aos poucos as cidades do interior, até que, no ano novo de 1958, entram vitoriosos, em Havana, a capital cubana. 
Fulgencio Batista fugiu às pressas do país, tendo se exilado em Portugal e, posteriormente, na Espanha, onde faleceu em 1973.
Nos anos 1950, surge um movimento guerrilheiro, liderado por Fidel Castro. Fidel era filho de um grande produtor de cana de açúcar e havia estudado Direito na Universidade de Havana, onde começou a se interessar por questões políticas. 
Junto com seu irmão, Raúl, e com o apoio de Camilo Cienfuegos e do médico argentino Ernesto “Che” Guevara, Fidel inicia um movimento sistemático de oposição a Fulgencio Batista, tendo como objetivo a derrubada da ditadura e o estabelecimento de um modelo democrático cubano. Por principio, a revolução cubana que este grupo lideraria, não era um movimento socialista ─ Che Guevara era um dos poucos que defendia a adoção deste regime em Cuba.
O ano de 1959 marca a vitória da Revolução Cubana. Suas primeiras medidas foram a realização de uma intensa reforma agrária, além da nacionalização de diversos empreendimentos, como refinarias, usinas e indústrias. 
A maior parte deles pertencia a norte-americanos, o que provocou uma enorme pressão para que o governo agisse em favor de seus cidadãos. O ano de 1959 marca a vitória da Revolução Cubana. Suas primeiras medidas foram a realização de uma intensa reforma agrária, além da nacionalização de diversos empreendimentos, como refinarias, usinas e indústrias. 
O presidente dos Estados Unidos era, então, Dwight Eisenhower, que exigia a devolução das propriedades norte-americanas, tendo sido ignorado pelo líder cubano. 
Em 1961, assume o poder John F. Kennedy, mantendo as hostilidades contra Cuba: seria imposto um embargo econômico, a menos que Fidel cedesse e abrisse novamente as portas para investimentosestrangeiros. 
Em tempos de Guerra Fria e em uma economia agrária, um embargo econômico da maior potência capitalista do globo era uma sentença de morte. 
Este embargo significava que nem os EUA nem seus aliados comprariam ou venderiam qualquer produto para os cubanos, sufocando o mercado e, por consequência, sua economia. 
A guerra fria exigia posturas claras quanto a posições políticas externas e, claramente, nenhum país se colocou contra os ditames de Washington, os países capitalistas, é claro.
Enquanto os EUA viravam as costas para Cuba, a URSS recebia Fidel de braços abertos. Foi desta forma que, em 1961, uma revolução sem pretensões socialistas, adota este regime e se coloca como aliado do bloco soviético. 
Os interesses eram mútuos. A URSS compraria os produtos cubanos ─ especialmente o açúcar, a base econômica da ilha ─ e, em troca, venderiam a preços extremamente competitivos, produtos industrializados, além de fornecerem petróleo. 
Ter um aliado socialista, no que se chamava de “quintal dos Estados Unidos”, era uma grande vantagem estratégica para os soviéticos. Logo, essa vantagem traria um enorme incidente internacional, que ficou conhecido como a Crise dos Mísseis. 
Para saber mais sobre a relação entre Cuba e a URSS, veja o pdf que preparados para você.
A relação entre Cuba e a URSS
Em 1961 ─ logo após ter formalizado o apoio a URSS e aderido ao bloco socialista ─ o líder soviético Nikita Khruschev instalou, em Cuba, diversos mísseis de médio e longo alcance. Eles foram direcionados para os EUA. Se disparados, estes mísseis atingiriam parte significativa dos Estados Unidos além de cidades densamente povoadas.
Cuba fica a 150 km do território americano, o que nos faz ter uma ideia do tamanho desta ameaça. Durante quase 2 semanas ─ chamadas de “os 13 dias que abalaram o mundo” ─ Kennedy exigiu a retirada dos mísseis soviéticos, ameaçando uma retaliação de proporções desastrosas.
Prevendo um conflito com resultados inimagináveis, Khruschev capitula e retira os mísseis. Foi o mais próximo que o mundo esteve, até então, de uma terceira guerra mundial, dessa vez, nuclear.
Em uma avaliação, a partir do que conhecemos de Cuba hoje, ─ quando a URSS não mais existe ─ podemos pensar nos erros e acertos deste processo. A nacionalização, o combate à miséria, o investimento na Saúde e na Educação, colocou Cuba como uma das referências no mundo Ocidental, em áreas como Esporte e Medicina.
Fidel tornou-se, de imediato, um líder adorado pelo seu povo e reverenciado na maior parte dos países do mundo. Entretanto, a proximidade com a URSS sufocou as indústrias cubanas ─ quase um efeito colateral ─ já que era mais barato comprar dos soviéticos do que produzir no próprio país.
Cuba foi condenada a manter sua economia agrária e, quando a URSS ruiu levou consigo a economia cubana. As conquistas da revolução foram rapidamente superadas pelos seus problemas. Cuba teve que abrir o país ao turismo, embora mantenha a proibição de que seus cidadãos viagem livremente ─ a turismo, por exemplo.
A decadência de Fidel Castro não levou às eleições e o poder foi transferido para seu irmão, Raúl, em 2011, o que significa que foram 52 anos de gestão. Fidel
Castro se tornou um ditador, à medida que eliminou direitos fundamentais, como o de ir e vir e jamais convocou eleições livres. De líder revolucionário, a figura de Fidel Castro se tornou algo que o mundo democrático e parte do povo cubano hoje repudiam.
Cuba não foi o único lugar em que os soviéticos prevaleceram. O mesmo ocorreu em outro importante conflito do século XX, a guerra do Vietnã, que você verá ainda nesta aula.
O Vietnã
Como vimos na aula anterior, o Vietnã foi dividido a partir da Convenção de Genebra. O Sul ficaria sob o comando de Bao Dai (capitalista) e o Norte, sob o comando de Ho Chi Minh (comunista). Em 1956, deveriam ser realizadas eleições livres, que novamente unificariam o país em um único regime. 
Antes que as eleições ocorressem, o presidente Eisenhower, temendo que o país se consolidasse sob a liderança de Ho Chi Minh, enviou tropas para o Vietnã do Sul e mediante um plebiscito ─ que se estima, tenha sido fraudado ─ colocou no poder, Ngo Dinh Diem, que apoiava abertamente os EUA. Eisenhower justificou esta mudança do poder da seguinte forma: 
"Se vocês colocarem uma série de peças de dominó em fila e empurrarem à primeira, logo acabará caindo até a última... se permitirmos que os comunistas conquistem o Vietnã corre-se o risco de se provocar uma reação em cadeia, e todos os estados da Ásia Oriental tornar-se-ão comunistas um após o outro".
Esta proposição ficou conhecida como Teoria do Dominó e foi utilizada diversas vezes durante a guerra fria para justificar intervenções na Ásia. 
Fonte da citação: Educaterra
Ngo Dinh Diem logo se tornaria um ditador, cancelando as eleições e proclamando a independência do sul. 
Em 1959, estes grupos receberam o apoio das forças do Norte e da URSS. Os Estados Unidos se mantinham fornecendo armas e suprimentos, mas logo passaram a intervir diretamente, enviando tropas para o Vietnã.
A ditadura do Sul acabou por provocar uma oposição interna. Surgiram grupos, de orientação comunista, dispostos a lutar contra a interferência norte-americana e pela redemocratização do país.
O Vietnã rapidamente se tornou um conflito impopular nos EUA. O discurso de impedir a ameaça comunista não mais convencia pais, mães, esposas e filhos que viam seus entes queridos mortos, em uma guerra, que não era sua. 
A partir dos anos 1970, sem um avanço significativo contra o Norte, e contabilizando milhares de mortos, a derrota norte-americana era iminente. 
Diversos grupos protestavam abertamente contra o conflito. Feministas, hippies, músicos, intelectuais, jornalistas, formadores de opinião, levantavam suas vozes e pediam pelo fim do conflito. 
O Vietnã foi um dos primeiros conflitos a ter a cobertura maciça da imprensa e a divulgação das informações vindas diretamente do front revelavam o horror da guerra. 
Para saber mais sobre a Guerra do Vietnã, veja o PDF.
Guerra do Vietnã
Armas químicas, como o napalm (adicionado a bombas e lanças chamas, aumentando sua capacidade incendiária) e o agente laranja, um pesticida que provoca câncer e deformidades eram usados pelos norte-americanos não somente contra os soldados inimigos, chamados de vietcongs, mas também contra a população local, formada, em sua maioria, por camponeses.
Ficou famosa a foto acima, de Kim Phúc, que revela uma menina de 9 anos ─ que hoje é embaixadora da Boa Vontade da Unesco, ─ correndo com outras crianças, coberta de queimaduras provocadas pelo napalm. Seu depoimento é contundente:
"Em 1972, os americanos lançaram uma bomba de napalm em meu povoado, no Sul do Vietnã. Um fotógrafo, Nick Ut, tirou uma foto minha fugindo do fogo, a foto que hoje é tão famosa. Eu me lembro de que tinha 9 anos, era apenas uma menina. Naquela noite, nós, do povoado, havíamos ouvido que os vietcongues estavam vindo e que eles queriam usar a vila como base. Então, quando já era dia, eles vieram e iniciaram os combates no povoado.
Nós estávamos muito assustados. Eu me lembro que minha família decidiu procurar abrigo em um templo, porque acreditávamos que lá era um lugar sagrado. Acreditávamos que, se nos escondêssemos lá, estaríamos a salvo. Eu não cheguei a ver a explosão da bomba de napalm; só me lembro que, de repente, eu vi o fogo me cercando.
De repente, minhas roupas todas pegaram fogo, e eu sentia as chamas queimando meu corpo, especialmente meu braço. Naquele momento, passou pela minha cabeça que eu ficaria feia por causa das queimaduras, que eu não ia mais ser uma criança como as outras. Eu estava apavorada, porque de repente não vi mais ninguém perto de mim, só fogo e fumaça.
Eu estava chorando e, milagrosamente, ao correr meus pés não ficaram queimados. Só sei que eu comecei a correr, correr e correr. Meus pais não conseguiriam escapar do fogo, então eles decidiram voltar para o temploecontinuar abrigados por lá. Minha tia e dois de meus primos morreram. Um deles tinha 3 anos e o outro só 9 meses, eram dois bebês. Então, eu atravessei o fogo."
Barco com lança chamas utilizando Napalm.(Fonte: Wikipedia)
As derrotas consecutivas, o enorme número de mortos, a oposição da opinião pública foram alguns dos fatores para que o conflito chegasse ao fim com a derrota do Sul e dos norte-americanos em 1975.
No ano seguinte, o Vietnã se unificou, adotando o comunismo com o apoio soviético. O uso das armas químicas passou a ser discutido e regulamentado em conflitos internacionais. Mesmo hoje, o número de mortos é impreciso, e estimado entre 1,5 e 2 milhões de pessoas, entre soldados e civis.
Poucos eventos foram tão abordados, no cinema, quanto esta guerra. É interessante pensar que, nos filmes, produzidos pelos EUA, o Vietnã permanece como uma ferida aberta, mas raramente é mencionado que esta foi uma guerra no qual saíram derrotados.
Irã & Iraque
Três anos após a unificação do Vietnã, eclode, no Irã, uma guerra civil, que ficaria conhecida como Revolução Iraniana. 
O Oriente Médio era palco de disputas e alvo de muitos interesses, por ser a maior região petrolífera do planeta. 
Em um mundo que depende de energia, e onde a indústria bélica opera a pleno vapor, o Oriente Médio era um barril de pólvora. 
Para saber mais sobre a Guerra Irã-Iraque, veja o PDF.
Guerra Irã-Iraque
O Irã, antigo Império Persa, era governado pelo Xá Reza Pahlevi. Xá era o titulo dado, na língua persa, aos monarcas que governavam o país. Pahlevi favorecia claramente aos interesses norte-americanos o que provocava a oposição dos nacionalistas, que não desejavam interferências estrangeiras em sua soberania nacional. O Xá governava com mão de ferro, perseguia os opositores e lançava mão da violenta polícia secreta, a savak.
A população, insatisfeita, levou ao poder o aiatolá Ruhollah al-Khomeini ─ no Islã, o aiatolá é a mais alta figura na hierarquia religiosa ─ em 1979. Esta revolução levou ao poder o fundamentalismo islâmico, a ala radical dos muçulmanos. Logo, radicais e moderados passaram ao embate, provocando uma guerra civil.
Em meio à desordem, em 1980, o Iraque, liderado por Saddam Hussein, invade o Irã, em uma disputa por territórios. É importante reter que Hussein era apoiado pelos EUA e por seu presidente, Ronald Reagan. Este mesmo Hussein foi, anos mais tarde, acusado de crimes de guerra e retirado do poder por pressão norte americana.
Inicialmente, o Iraque era um comprador de armas dos soviéticos, mas, conforme o apoio norte-americano aos iraquianos se tornou cada vez mais declarado, os soviéticos voltaram seus esforços para o Irã.
A Guerra Ira-Iraque prosseguiu até os anos 1990, quando o Iraque finalmente reconheceu a posse do Irã de seu território original. Esta foi uma guerra sem vitoriosos e os dois países sofreram intensas perdas, humanas e materiais.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o posterior esfacelamento da União Soviética, teve fim uma das mais longas guerras da história, a guerra fria. 
Conforme estudamos, embora sua definição seja de a de um conflito ideológico, não podemos dizer, de forma alguma, que a guerra fria não foi violenta, mesmo que indiretamente.
Atividade – PUC-Rio (2004)
A Guerra do Vietnã é frequentemente representada no cinema norte-americano como um "trauma" para aquela sociedade: uma guerra em um país distante, na qual muitos jovens morreram e o país foi derrotado por uma força militar tecnologicamente muito inferior.
Relacione o envolvimento norte-americano, na Guerra do Vietnã, há pelo menos dois acontecimentos ocorridos, no equilíbrio político da Ásia, após a Segunda Guerra Mundial.
 O controle do Pacífico Sul e da expansão do socialismo, após a SGM, era muito importante para os EUA.
Indique dois movimentos de resistência ao envolvimento norte-americano, na Guerra do Vietnã, ocorridos nos EUA.
O dos próprios americanos que estavam investindo, lutando e perdendo seus entes queridos sem uma guerra que não era deles, provocando protestos abertamente contra o conflito, que pediam pelo fim do conflito. E o Surgimento de grupos, de orientação comunista, dispostos a lutar contra a interferência norte-americana e pela redemocratização do país. O controle de armas químicas também impactou e muito as nações e como esta guerra foi uma das primeiras a receber cobertura internacional pela imprensa, tudo isso logo se tornou de conhecimento comum, o que provocou a reação não só de grupos americanos como de outros países, que defendiam seu fim imediato.
a) O controle da expansão do socialismo na Ásia e o domínio do Pacifico eram questões extremamente relevantes para a política norte-americana no pós-guerra. Esta preocupação se intensificou, sobretudo, após a Revolução Chinesa de 1949, a adoção do regime comunista por este país. Além disso, o processo de descolonização das antigas colônias francesas, na Indochina, que deram origem ao Laos, Camboja e Vietnã, abriram as portas para a interferência soviética. Por outro lado, a neutralidade adotada pela Indonésia após sua independência evidenciava a possibilidade de um país manter-se neutro frente à disputa ideológica capitaneada por EUA e URSS. 
b) O Vietnã foi um dos primeiros conflitos internacionais a receber uma maciça cobertura da imprensa de vários países. Dessa forma, as constantes baixas dos jovens soldados do lado americano, o uso de armas químicas como o napalm e as sucessivas perdas humanas e materiais logo se tornaram de conhecimento comum, o que provocou a reação de diversos grupos, como os liberais, o movimento negro e o movimento hippie, além de diversos intelectuais que se colocaram contra o conflito e defendiam seu encerramento imediato.
As expressões "comunismo" e "socialismo" recebem significados nem sempre muito precisos. Numa explicação bem resumida, daria para dizer que, segundo a teoria marxista (veja quadro ao lado), o socialismo é uma etapa para se chegar ao comunismo. Este, por sua vez, seria um sistema de organização da sociedade que substituiria o capitalismo, implicando o desaparecimento das classes sociais e do próprio Estado. "No socialismo, a sociedade controlaria a produção e a distribuição dos bens em sistema de igualdade e cooperação. Esse processo culminaria no comunismo, no qual todos os trabalhadores seriam os proprietários de seu trabalho e dos bens de produção", diz a historiadora Cristina Meneguello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Mas essas duas expressões também pode assumir outros significados. "Pode-se entender o socialismo, num sentido mais limitado, significando as correntes de pensamento que se opõem ao comunismo por defenderem a democracia. Em contraposição, o comunismo serviria de modelo para a construção de regimes autoritários", afirma o historiador Alexandre Hecker, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Assis (SP). Os especialistas são quase unânimes em afirmar que nunca houve um país comunista de fato. Alguns estudiosos vão mais longe e questionam até mesmo a existência de nações socialistas. "Os países ditos comunistas, como Cuba e China, são assim chamados por se inspirarem nas idéias marxistas.
Contudo, para seus críticos de esquerda, esses países sequer poderiam ser chamados de socialistas, por terem Estados fortes, nos quais uma burocracia ligada a um partido único exerce o poder em nome dos trabalhadores", diz o sociólogo Marcelo Ridenti, também da Unicamp. Logo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), formou-se na Europa, sob liderança da União Soviética, um bloco de nações chamadas de comunistas. "Esses países tornaram-se ditaduras, promovendo perseguições contra dissidentes. A sociedade comunista, justa e harmônica, concebida por Marx, não foi alcançada", afirma Cristina.

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