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Aula 18

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O valor da informação 
na rede logística
Carlos Cova
Ricardo Motta
reconhecer o papel de destaque da 
informação no ambiente organizacional;
demonstrar como as TIC afetam a 
logística/Cadeia de Suprimentos;
analisar o funcionamento dos Sistemas de 
Informações na Cadeia de Suprimentos.
18AULA
Meta da aula
Apresentar a importância da informação para a 
operacionalização da rede logística.
1
2
3
ob
jet
ivo
s Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
A rEvoLução dA informAção no AmbiEntE 
corporAtivo 
Atualmente, verificamos que o conceito de "Era do Conhecimento" 
ou "Era da Informação" vem sendo cada vez mais utilizado, bem como 
o uso de expressões como: "Sociedade da Informação", "Tecnologia da 
Informação" e "Ciência da Computação". Essas novidades conceituais 
e doutrinárias foram, cada vez mais, incorporadas no contexto das 
organizações que desejam manter ou ampliar sua vantagem competitiva 
no ambiente dos mercados.
Alvin Toffler tornou-se importante por causa de seus livros sobre a 
tecnologia e seu impacto na sociedade, principalmente a sobrecarga 
de informação. Três livros alcançaram grande repercussão (O choque 
do futuro, A terceira onda e As mudanças do poder) e caracteriza-
ram a época que estamos vivendo. Na “terceira onda”, a principal 
inovação está no fato de que o conhecimento passou a ser o meio 
dominante, e não um meio adicional de produção de riquezas, isso 
porque, quando ele se faz presente, é possível reduzir a participação 
de todos os outros meios no processo de produção. O conhecimento, 
na verdade, se tornou o substituto último de todos os outros meios de 
produção. Na primeira onda a forma de criar riqueza era cultivando 
a terra (agricultura). Na segunda onda, a forma de criar riqueza pas-
sou a ser a manufatura industrial e o comércio de bens. Na terceira 
onda, a importância e o valor de uma empresa ou organização são 
representados pelo conhecimento que ela possui e, esse conhecimento 
existe dentro da cabeça das pessoas que lá trabalham, sendo, portanto, 
intangível e de difícil quantificação. 
Fonte: http://www.chaves.com.br/textalia/misc/toffler.htm
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8Assim, as empresas consideradas modernas e que buscam atuar 
de forma efetiva e competitiva no mercado se capacitam para implantar 
modernos sistemas de informação e tecnologia avançada a fim de agilizar 
os processos empresariais, tornando esses processos mais responsivos às 
demandas dos consumidores, que estão cada vez mais sofisticadas.
Não obstante, no contexto da Logística Empresarial, os avanços 
tecnológicos e a disseminação das informações vêm permitindo que sua 
gestão possa colaborar com maior intensidade na busca dos objetivos 
institucionais com significativos reflexos para o desenvolvimento das 
organizações e da sociedade.
A ampliação dos recursos da Tecnologia de Informações e Comu-
nicações (TIC) deu-se paulatinamente, conforme a seguinte perspectiva 
histórica. Com o avanço do fenômeno da globalização no final do século 
XX e início do século XXI, o barateamento dos meios de transporte e de 
comunicação no mundo possibilitou que muitos países se desenvolvessem 
com o objetivo de formar uma cadeia global que permitisse maiores 
ganhos para os mercados internos já saturados.
Dentro das organizações, de maneira geral, esse fenômeno passou 
a ser percebido no momento em que países – até então limitados ao 
figura 18.1: A importância das TIC na comunicação entre as orga-
nizações e/ou pessoas.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1106490.
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
mercado interno – mostraram interesse em expandir seus negócios e dar 
partida para conquistar um mercado mais agressivo e competitivo. As 
grandes organizações que se viram ameaçadas com todo esse desenvol-
vimento proporcionado pelo mundo globalizado sentiram a necessidade 
de modernizar-se e aumentar seu market-share , que estava ameaçado 
pelos países emergentes com grandes economias de exportação, grande 
mercado interno e presença mundial cada vez maior.
Empresas que antes adotavam sistemas muito burocráticos e defa-
sados de comunicação buscaram "mergulhar" e investir em um conceito 
moderno, conhecido como TI.
A TI é um conceito que serve para designar o conjunto de recursos 
tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação, tendo 
em vista que sua finalidade e sua utilidade permitem o desenvolvimento 
dos sistemas de informação, que auxiliam a empresa em seus negócios, 
processos e atividades.
No atual contexto do mundo globalizado, as empresas necessitam 
estar atualizadas a todo momento, ou seja, "antenadas" ao que está 
ocorrendo no mercado, conhecendo quais são as inovações em produtos 
e/ou serviços, quais as novas tecnologias a serem implantadas e quais as 
necessidades imediatas de uma sociedade inteiramente sintonizada.
figura 18.2: Globalização afetou a vida de todos. 
Fonte: www.sxc.hu/photo/1035531
market-share
Corresponde à 
expressão que 
pode ser traduzida 
como participa-
ção no mercado e 
designa a fatia de 
mercado detida por 
uma empresa. Sua 
medida explicita 
em porcentagem 
quanto uma empre-
sa participa do mer-
cado em que atua. 
Atualmente usamos 
esse conceito com o 
de client share.
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8A visão dos recursos organizacionais deve ser cada vez mais 
orientada de forma sistêmica. Assim, os conceitos empresariais de Pla-
nejamento Estratégico, Sistemas de Informação e Gestão da Tecnologia 
da Informação e Comunicação e seus respectivos recursos devem ser 
disseminados dentro das empresas e multiplicados entre os recursos 
humanos componentes da mesma. Para tanto, deve-se utilizar planos de 
capacitação e treinamento, bem como recursos de marketing positivo 
da informação.
Tanto a gestão das TIC, como as próprias tecnologias e seus recur-
sos devem ser compatíveis, modernas, econômicas, úteis e padronizadas 
entre hardware e software (de base e operacional) e os aplicativos ou 
Sistemas de Informação.
De acordo com o jornalista e autor do livro O mundo é plano, 
Thomas L. Friedman, a globalização é vista como um fenômeno que 
tornou o mundo plano, pois proporcionou que diversas culturas fos-
sem enxergadas no mesmo patamar no que diz respeito à chance de 
desenvolver-se e desfrutar de fenômenos globais como a internet.
A convergência da tecnologia permitiu que países como a 
China e a Índia ingressassem na cadeia global de fornecimento de 
serviços e produtos, deflagrando uma explosão de riqueza na classe 
média desses países e convertendo-os em grandes interessados no 
sucesso da globalização.
Percebemos que hoje muitas empresas têm migrado para países 
antes não explorados, devido à oferta de mão de obra mais barata e à 
facilidade de comunicação, que antes era proporcionalmente complicada 
uma vez que os processos eram mais burocráticos e lentos. 
Atualmente, é muito comum um executivo estar em seu escritório 
em Nova York, reunido com outros executivos que estão em Bangalore, 
para definir a melhor estratégia para alavancar seus negócios, por inter-
médio de recursos como as videoconferências, que estão presentes cada 
vez mais nas grandes organizações.
As informações chegam mais precisas e concretas, a rapidez e a 
facilidade de comunicar-se permitem que todas as áreas da organização 
comuniquem-se de forma rápida e simples. Uma ferramenta barata e 
prática que é indispensável para uma comunicação empresarial eficiente 
é a internet. Vamos refletir um pouco com o seguinte comentário: 
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LogísticaEmpresarial | O valor da informação na rede logística
"Quem possuir conexão por banda larga ou discada ou tiver acesso 
a um cyber-café, seja um garoto do Camboja, um professor universitário 
ou eu mesmo, que gerencio este mecanismo de busca, todos têm o mesmo 
acesso básico a dados gerais de pesquisa. É uma força equalizadora, e 
muito diferente de quando eu era pequeno, quando o máximo que eu 
tinha era acesso a alguma biblioteca, que não tinha tanta coisa assim e 
só por milagre se conseguia uma informação, ou buscando algo muito 
simples, ou muito recente", palavras do cofundador do Google, o russo 
naturalizado americano Sergey Brin.
As empresas adotaram sites na internet com o objetivo de se apro-
ximar de seus clientes e proporcionar satisfação do serviço prestado. Hoje 
é possível que um cliente possa acompanhar o pedido de uma mercadoria, 
efetuar transações bancárias e, é claro, fazer compras via internet.
As organizações precisam estar atentas aos relacionamentos e às 
necessidades de seus negócios. O emprego de Tecnologia de Informação 
nas cadeias de distribuição tem apresentado grande crescimento devido 
à necessidade de ter um produto e/ou serviço de qualidade no mercado. 
O fluxo deve ser gerenciado com eficácia, deve existir uma forte relação 
entre as cadeias de suprimentos.
Quando analisamos uma cadeia de comercialização numa visão 
mais abrangente de cadeia de valor, percebemos que temos de conside-
Bangalore é a capital e principal cidade da província de Karnataka, na Índia.
Fonte: http://blog.i2fly.com/wp-content/
uploads/2007/11/i2fly_bangalore.jpg
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8rar os relacionamentos que tornam essa cadeia mais competitiva e com 
menores custos para cada um dos elementos da mesma. Logo, tendo um 
produto de qualidade, confiável, que é produzido com alta tecnologia 
e de preço final baixo, a possibilidade de aumentar seu market-share e 
conquistar o consumidor é muito maior.
Além da necessidade de acompanhar os elementos da cadeia de 
suprimentos, necessita-se gerenciar outras informações que devem ser 
compartilhadas, como demandas previstas e reais, negociações e ordens 
de fornecimento, dados técnicos e garantias, programas de produção e 
ordens de coleta de transportadoras, documentos fiscais e suas respectivas 
conferências, etc. Por essa relação de processos e fatos geradores de dados, 
é fácil observar a necessidade imperiosa de se ter máxima produtividade 
no processamento das informações e das atividades.
Com o mercado globalizado, as empresas passaram a investir mais 
em parceiros comerciais, aumentando os gastos com o planejamento de 
toda a cadeia produtiva. Mas, se analisarmos essa situação de forma 
holística, perceberemos que há uma redução de custos. Mais impor-
tante do que essa redução, a atividade logística passa a agregar valor, 
melhorando os níveis de satisfação dos clientes. Entretanto, a mudança 
na atividade logística, se não for acompanhada por toda a organização, 
poderá levá-la como um todo, à falência.
Os pequenos se comportarão como grandes. (...) Uma maneira 
para que as firmas pequenas sobrevivam no mundo plano é 
aprender a comportar-se como se fossem realmente grandes. E 
a chave para agir como grandes sendo pequenas é a rapidez em 
aproveitar todos os novos instrumentos de colaboração a fim de 
chegar longe, mais depressa, mais ampla e mais profundamente 
(FRIEDMAN, 2005, p. 315-316).
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
Escolha uma atividade (pode ser a sua atividade profissional, a sua atividade escolar 
etc.) e relacione cinco fatos que envolvam essa atividade com as TIC.
Comentário
Vamos dividir a atividade em três partes. A primeira é relacionada com a 
atividade profissional. Certamente você:
(i) possui um e-mail para as comunicações internas e externas; (ii) acessa 
os sites que contêm informações em tempo real (cotações, notícias etc.); (iii) 
opera um sistema de informações na condição de usuário, para digitar dados 
do seu trabalho ou para buscar informações etc.; (iv) utiliza uma agenda de 
trabalho, em que constem não só seus horários disponíveis como também o 
de seus colegas; (v) vale-se de um software de apresentação para expor uma 
ideia ou de uma planilha eletrônica para elaborar um gráfico etc.
A segunda parte é relacionada com sua atividade escolar (se você ainda não 
exercer uma atividade profissional). Certamente você:
(i) possui um e-mail para as comunicações com os colegas e tutores; (ii) acessa 
os sites que contêm informações para suas pesquisas; (iii) participa de chats 
sobre os assuntos de seu interesse na atividade escolar e, também, se vale desse 
recurso para tirar dúvidas; (iv) utiliza uma agenda com os seus compromissos 
de estudo; (v) vale-se de um software para elaborar seus textos e trabalhos de 
pesquisa, ou de uma planilha eletrônica, para elaborar cálculos e gráficos.
A terceira parte está relacionada à atividade empresarial, a saber: 
A TI (e depois, nos dias atuais, TIC) afetou profundamente as atividades das 
empresas, impactando, também, as atividades logísticas. O melhor exemplo é 
a possibilidade de um cliente – seja um consumidor final do produto, seja um 
cliente corporativo – acompanhar o andamento de seu pedido, desde 
a fábrica até o endereço final de entrega.
Atividade 1
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8A rEvoLução dAs tic nA LogísticA / cAdEiA dE 
suprimEntos
Pela definição do CounCil of logist iCs ManageMent : logística 
é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que 
planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente 
e econômico de matérias-primas, materiais semiacabados e pro-
dutos acabados, bem como as informações a ela relativas, desde 
o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de 
atender às exigências dos clientes.
A logística empresarial é, de fato, a chave do negócio, na medi-
da em que muitas das empresas atualmente estão dedicando atenção 
especial a essa função, optando até por terceirizar esse serviço. Não 
obstante, além do alto custo da operação, que poderá envolver uma 
ou mais empresas, e em que os produtos antes produzidos por apenas 
uma empresa passam a ser distribuídos, a cadeia de abastecimento é o 
novo foco de preocupações, pois ela pode se constituir num obstáculo 
para as informações, dificultando a administração dessa relação com os 
clientes e fornecedores.
Entende-se que, desta forma, a responsabilidade e a gestão empre-
sarial devem ser mais planejadas e controladas, a escolha de parceiros 
comerciais deve ser muito detalhada e específica, o que demanda um 
maior planejamento e gastos.
figura 18.3: Desenho de uma Cadeia de Suprimentos (Supply Chain).
Fonte: Pires, p. 49.
Fornecedor de 
segunda camada
Cliente de 
segunda camada
Fornecedor de 
primeira camada
Cliente de 
primeira 
camada
Fornecedor
(Second Tier Supplier)
Sentido montante
(Upstream)
Sentido jusante
(Downstream)
Fornecedor
(First Tier Supplier)
Empresa
(foco ou focal)
Distribuidor Varejista
Cliente 
final
Co u n C i l o f 
lo g i s t i C s 
Ma n a g e M e n t 
(ClM)
Associação pro-
fissional sem fins 
lucrativos que atua 
no mundo inteiro, 
para as pessoas 
interessadas na 
gestão logística. O 
CLM oferece opor-
tunidades para pro-
fissionais da área de 
logística para comu-
nicar-se, desenvol-
ver e melhorar as 
competências de sua 
gestão logística.
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
Apesar dessas divergências, de alto investimento, horizontalização 
e distribuição das etapas da produção, analisando de forma holísticaexiste uma vantagem em termos de custo-benefício. Isso ocorre porque 
hoje as empresas estão preocupadas em agregar valor aos seus serviços e 
produtos, logo, essa atividade logística passa a agregar valor, melhorando 
os níveis de satisfação dos usuários. Assim, todos os departamentos da 
organização devem estar interligados e empenhados em desenvolver suas 
atividades de forma positiva. A comunicação empresarial é fundamental 
para o sucesso desse sistema logístico.
A relação com os fornecedores deve ser intensa, visto que os mes-
mos são responsáveis por desenvolvimento de atividades específicas; por-
tanto, para a atividade-fim ser executada corretamente, todas as etapas 
do processo devem respeitar o tempo e as expectativas da produção, já 
que é uma cadeia interdependente — se um não funciona corretamente, 
pode alterar todo o fluxo da produção.
Essa tendência de horizontalização deve-se ao fato de que as 
empresas têm se especializado cada vez mais, com o emprego de tecno-
logia de ponta para desenvolvimento dos produtos. Assim, uma empresa 
é focada em uma determinada linha de produto, proporcionando um 
ganho na escala produtiva e havendo, consequentemente, a redução 
nos custos.
A globalização tem desafiado muitas empresas, obrigando-as a 
garantir a continuidade de suas atividades com qualidade e desenvol-
vimento de novas frentes de atuação. Os clientes estão cada vez mais 
exigentes, visto que as informações mudam constantemente e as fontes de 
conhecimento são mais abrangentes, logo, exigem do mercado produtos 
de qualidade e com preços reduzidos. 
O ciclo de vida dos produtos, ou seja, o período transcorrido 
entre o lançamento de um produto e a sua retirada do mercado, está 
cada vez mais curto.
Por exemplo, anos atrás, o celular tinha apenas a funcionalidade 
de permitir às pessoas conversarem e se deslocarem ao mesmo 
tempo. A idéia era poder falar com outras pessoas, mesmo estan-
do em movimento e longe de um telefone fixo. Com o passar do 
tempo, a indústria de equipamentos de telecomunicações e as 
operadoras que oferecem o serviço de telefonia móvel passaram a 
desenvolver novos aparelhos celulares e a oferecer novos serviços, 
ampliando sua oferta para os clientes (MARIANO et alii).
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8Hoje as empresas competem a todo momento para lançar novos 
produtos que tomem lugar dos outros, que se tornarão obsoletos, e 
assim sucessivamente. É preciso inovar, e as empresas que não têm essa 
capacidade frente a seus concorrentes enfrentam sérias dificuldades.
A logística tem papel fundamental para vencer esses desafios. Seu 
papel estratégico tem evoluído, suas atividades estão mais amplas. Na 
busca por reduzir os custos e agregar o máximo de valor ao cliente final, 
surgiu o conceito conhecido como Supply Chain Management.
Como vimos neste curso, esse conceito sugere que seja realizado 
o planejamento de processos e negócios que integram não só as áreas 
funcionais da empresa, como também a coordenação e o alinhamento 
dos esforços de diversas partes da organização.
Num primeiro momento, a logística foi aplicada individualmente, 
ou seja, os departamentos eram especializados; havia uma abordagem 
sistêmica. Percebeu-se que era necessária maior integração entre as ativi-
dades funcionais. Os departamentos deveriam trabalhar de forma mais 
harmônica, a fim de obter uma boa performance. Foi então que as TIC 
e a adoção de um gerenciamento orientado para processos facilitaram 
essa mudança.
Esse processo logístico se dá a partir da escolha das parcerias. É 
fundamental que os fornecedores estejam aptos a atender à demanda da 
organização. Utilizando um supermercado como exemplo, é necessário 
que haja uma forte relação entre o fabricante e a rede varejista (a venda 
do produto), eles devem unir esforços e focar sua atenção na agregação 
de valor para o cliente final. Se isso não acontecer, toda a cadeia poderá 
falhar ou poderá ser substituída por outra mais eficiente.
Antes de implantar o conceito de Supply Chain Management, 
deve-se compreender e entender a cultura organizacional da empresa 
que deseja instituí-la. As informações devem ser compartilhadas, inclu-
sive aquelas sobre os custos. Os relacionamentos devem ser construídos 
com base em confiança mútua. É interessante refletirmos com base na 
definição a seguir:
Em suma, o Supply Chain Management consiste no estabelecimen-
to de relações de parcerias, de longo prazo, entre os componentes 
de uma cadeia produtiva, que passarão a planejar estrategicamente 
suas atividades e partilhar informações de modo a desenvolver 
as suas atividades logísticas de forma integrada, através e entre 
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
suas organizações. Com isso melhoram o desempenho conjunto 
pela busca de oportunidades, implementada em toda a cadeia, e 
pela redução de custos para agregar mais valor ao cliente final 
(NETO et alii, 2002).
No Brasil, ainda são poucas as empresas que adotaram a logísti-
ca de forma estratégica, o que coloca nosso mercado em desvantagem 
competitiva em relação aos concorrentes externos. As indústrias auto-
mobilísticas e os supermercados são os segmentos mais adiantados.
Como exemplo, podemos descrever o que ocorre na fábrica 
de caminhões da Volkswagen, na cidade de Resende, com relação ao 
funcionamento da produção, ao fluxo de materiais e à relação entre as 
empresas fornecedoras. Atualmente, a empresa é caracterizada somente 
pela montagem dos automóveis. No parque industrial, estão estabelecidas 
todas as empresas fornecedoras (consórcio modular — Siemens, Maxion, 
Remon, Powertrain, entre outras), desde a pintura até acabamento, 
montagem (rodas, pneus, cabines) etc.
Essa empresa se destaca por exportar para países como Argentina e 
Colômbia, entre outros 30 países na América Latina e no Oriente Médio. 
Sua principal concorrente era a alemã Mercedes-Benz, mas, devido à 
melhora de seus processos, ao desenvolvimento de produtos personaliza-
dos e de qualidade e à aplicação da logística aproveitando todos os seus 
benefícios, a Volkswagen melhorou sua capacidade competitiva.
figura 18.4: Participantes do consórcio modular Volkswagen.
Fonte: Volkswagen do Brasil.
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8Se a relação entre as empresas envolvidas (consórcio modular) 
nesse processo de fabricação de caminhões não trabalhasse de forma 
harmônica, se a comunicação sofresse ruídos e se as informações não 
fossem aplicadas de maneira que agregassem valor ao produto final, 
provavelmente a empresa não estaria tendo capacidade de competir.
É por circunstâncias como essas que podemos afirmar que as 
empresas precisam ser ágeis, criativas e flexíveis, mas também devem 
aumentar sua qualidade e confiabilidade.
O objetivo da logística é disponibilizar o produto certo, na hora 
certa e no local certo, com um preço competitivo e acessível ao cliente. 
Para atingir o sucesso no final do fluxo, é necessário conjugar e utilizar da 
melhor maneira possível o fluxo de informações combinado com o fluxo 
de materiais, possibilitando a redução de inventários, a maior utilização 
dos ativos envolvidos, a eliminação de desperdícios, a otimização dos 
sistemas de transporte e armazenagem.
Aplicando-se as técnicas de forma racional e otimizando todos os 
fatores envolvidos, é alta a probabilidade de sucesso na gestão logística. 
Nesse novo paradigma trocam-se as incertezas por informações que per-
mitem, através de um sistema bem coordenado, minimizar os recursos 
necessários para a realização das atividades, sem perda de qualidade no 
atendimento ao cliente final.
Através de planejamento estratégicoe da adoção de parcerias, 
as empresas podem lançar produtos com maior facilidade e rapidez e a 
preços mais baixos, pois os riscos são divididos; há um esforço coope-
rativo na procura pelo aumento da lucratividade.
Não se pode garantir que a logística empresarial, por si só, alcan-
ce o sucesso. Além de alinhar a cultura organizacional às mudanças 
impostas, é essencial que a informação flua livre e rapidamente por toda 
a rede de suprimentos. O fluxo informacional e a integração entre os 
membros da organização são atividades inter-relacionadas em uma cadeia 
de suprimentos. É fundamental que o uso da informação seja aplicado 
como diferencial estratégico, colocando as organizações que investem 
nesses recursos em vantagem competitiva junto às demais.
Além de possuir um bom planejamento logístico, as empresas 
devem estar atentas ao meio externo, para enfim alcançar as perspectivas 
prospectadas. O processo de gestão deve interagir com as dimensões que 
o pensamento administrativo moderno designa por "Cinco Forças de Por-
ter" e tornar efetiva a cadeia de valor (MINTZBERG et alii, 2000).
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
Como já mencionado, o sucesso de uma organização também 
depende da interconexão entre seus diversos departamentos. A cadeia 
de valor é o nome dado ao conjunto em que a logística (cadeia de supri-
mentos) está inserida. Ela é responsável pela entrada dos insumos e os 
acompanha até a entrega do produto ao cliente (relação com os forne-
cedores, ciclos de produção e venda, até a fase de distribuição).
A vantagem competitiva não pode ser compreendida olhando-se 
para uma empresa como um todo. Ela deriva das muitas ativi-
dades que uma empresa desempenha projetando, produzindo, 
comercializando, entregando e apoiando seu produto. Cada 
uma dessas atividades pode contribuir para a posição de custo 
relativo da empresa e criar a base para a diferenciação. A cadeia 
figura 18.6: Cadeia de valor.
Fonte: Adaptado de Porter
Atividades de 
apoio
Finanças
Tecnologia e inovação
Pessoas (gestão e desenvolvimento)
Suprimentos
Logísticas de 
entrada
Produção e 
operação
Marketing e 
vendas
Serviços ao 
cliente
Atividades primárias
figura 18.5: As Cinco Forças de Porter.
Fonte: Adaptado de Porter.
As cinco forças de porter
Novos entrantes
Fornecedores
Produtos substitutos
Concorrentes
ClientesEmpresa
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8de valor desdobra a empresa em suas atividades estrategicamente 
relevantes, para compreender o comportamento dos custos e as 
fontes de diferenciação existentes ou potenciais. Uma empresa 
ganha vantagem competitiva executando estas atividades estrate-
gicamente importantes de maneira mais barata ou melhor do que 
seus concorrentes (PORTER, apud MINTZBERG, 2000).
Carlos foi estudar Administração para ajudar a conduzir a empresa da família. Ele ficou 
impressionado com os conceitos de cadeia de suprimentos e de horizontalização que 
aprendeu. Ele tem pensado em como inserir a empresa em uma cadeia, de modo a 
aumentar as vantagens dessa ideia, principalmente para fazer frente à concorrência. 
O negócio da família é constituído por uma confecção e comercialização em três lojas 
de bairro de roupas masculinas, incluindo acessórios e calçados. Além da produção 
de roupas, a empresa compra de alguns fornecedores as mercadorias, para entrega 
direta nas lojas.
Nessa semana, na aula sobre Sistemas de Informações, ele discutiu o texto proposto 
pelo professor conforme a seguir:
Não se pode garantir que a logística empresarial, por si só, alcance o sucesso. 
Além de alinhar a cultura organizacional às mudanças impostas, é essencial que 
a informação flua livre e rapidamente por toda a rede de suprimentos. O fluxo 
informacional e a integração entre os membros da organização são atividades 
inter-relacionadas em uma cadeia de suprimentos. É fundamental que o uso da 
informação seja aplicado como diferencial estratégico, colocando as organizações 
que investem nesses recursos em vantagem competitiva junto às demais.
Carlos acredita que pode mostrar como as Tecnologias de Informação e de Comunicação 
(TIC) estão revolucionando a logística e a Cadeia de Suprimentos.
Pediu ao pai e aos irmãos para conversar sobre um plano que ajudaria a reduzir os estoques 
e melhoraria o atendimento aos clientes, através da modernização dos computadores e 
sistemas em uso na empresa.
Carlos pediu a você que o ajudasse, demonstrando como as TIC estão afetando a logística 
e a Cadeia de Suprimentos.
Atividade 2
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
Resposta Comentada
Inicialmente, caberia um esboço de como poderia funcionar a Cadeia de 
Suprimentos da empresa:
A razão para o esboço é identificar o fluxo de informações e de produtos. Isso 
porque a interconexão entre os departamentos da empresa é essencial, assim 
como a comunicação com os clientes e fornecedores. Sem os recursos das TIC 
não seria possível fazer fluirem as informações de maneira rápida e segura por 
toda a Cadeia de Suprimentos.
Assim, é justificável todo e qualquer investimento em TIC que melhore:
• a comunicação com os clientes, via e-mail, site e terminais disponíveis para 
consulta/exposição de produtos;
• a comunicação das lojas com os fornecedores para a entrega rápida e certa atra-
vés da integração do sistema de compras com os sistemas dos fornecedores;
• a comunicação das lojas com a produção (confecção), através da integração do 
sistema de vendas com o de gestão de estoques, para assegurar disponibilidade 
das mercadorias;
• a comunicação da confecção com os fornecedores para a entrega rápida 
e certa através da integração do PCP, do sistema de compras e dos 
sistemas dos fornecedores.
Fornecedores
para confecção
Confecção
Loja 1
Loja 2
Loja 3
Clientes
Fornecedores
para loja
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8o funcionAmEnto dos sistEmAs dE informAçõEs nA 
cAdEiA dE suprimEntos
A administração da produção consiste na transformação da 
matéria-prima em produto, agregando valor. Para obter sucesso nesse 
objetivo, é necessário aplicar sistemas eficientes e eficazes na produção, 
ou seja, produzir mais e mais barato, não deixando faltar um nível 
adequado de qualidade. 
No contexto da gestão da produção, o fluxo de materiais orien-
tado pela função logística é o elemento determinante para que se possa 
levar a bom termo os objetivos da organização. A importância da 
logística na gestão dos fluxos de materiais se deve ao fato de permitir 
o planejamento em vários níveis, desde os materiais a serem utilizados 
na produção até a melhor estratégia a ser utilizada para implantar um 
produto no mercado. 
Existe uma ferramenta muito utilizada pelas organizações, conhe-
cida como PCP – Planejamento e Controle da Produção. Esse mecanismo 
permite compreender e decidir sobre o melhor emprego dos recursos de 
produção, com respeito aos custos envolvidos e às restrições inerentes 
ao processo. 
figura 18.7: O PCP e seus relacionamentos funcionais.
Área de 
Produção
Vendas
Engenharia 
Industrial
PCP
Finanças
Recursos 
Humanos
Suprimentos 
e Compras
204 C E D E R J
Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
Esse planejamento permite o entendimento da relação entre as 
atividades da empresa. Por exemplo, a área de suprimentos demanda 
informações e gera informações para o financeiro, portanto ela deve 
estar conectada ao departamento de finanças, visto que esse é que deter-
mina os orçamentos, os custos etc. Por sua vez, a engenharia industrial 
determinará os maquinários que serão utilizados, as peças,os novos 
arranjos; a área de vendas só poderá vender de acordo com a capacidade 
produtiva etc.
Portanto, mais uma vez essas considerações nos remetem ao 
pensamento de como é importante a comunicação entre todas as áreas 
da organização, e como a dependência entre elas é fundamental para 
a efetividade do processo produtivo. Para viabilizar a conexão ágil e 
tempestiva entre os diversos setores da organização, empregamos os 
Sistemas de Informações.
Os Sistemas de Informações permitem o gerenciamento de todas 
as atividades que envolvem a produção de um produto, desde a compra 
de matérias-primas até a sua expedição ao cliente. Esses contribuem para 
o processo logístico porque permitem o uso mais adequado das infor-
mações no contexto da produção. A informação utilizada de maneira 
correta poderá diminuir a possibilidade de atrasos e erros nos processos, 
poupando tempo de trabalho e diminuindo o lead time.
O objetivo de um gestor de Tecnologia de Informação na orga-
nização é permitir que os sistemas empregados estejam em constantes 
aperfeiçoamentos, de tal forma que os mesmos possibilitem uma melhor 
orientação das rotinas de trabalho e orientem a tomada de decisão.
Segundo Ballou, uma empresa que necessita de uma boa fluidez 
de informações precisa de um SI automatizado. Atualmente, há no 
mercado um grande número de softwares que tornam o processamento 
das informações mais fácil.
Com os avanços tecnológicos proporcionados pela globalização, 
as informações são processadas de um modo mais rápido e confiável. 
A combinação de hardwares (computadores, códigos de barras 
– entrada e saída de dados) e softwares é utilizada para controlar e 
gerenciar as operações das organizações.
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8Podemos considerar que os investimentos em Sistemas de Infor-
mação podem ser muito custosos, porém as vantagens são inúmeras. 
Como exemplo, a oferta de informações aos clientes, o que traz feedback 
positivo para a organização. No conjunto dos sistemas de informações, 
destacam-se os SIG – Sistemas de Informações Gerenciais.
Os Sistemas de Informações Gerenciais referem-se a todo equi-
pamento, procedimento e pessoal que criam um fluxo de infor-
mações utilizadas nas operações diárias de uma organização 
e no planejamento e controle global das atividades da mesma 
(BALLOU, 1993).
Alguns SIG vêm em forma de banco de dados que apresentam a 
filtragem e análise de dados detalhados. Os relatórios gerados pelos SIG 
dão suporte no processo de tomada de decisão aos níveis mais altos de 
gerenciamento.
A consolidação das informações geradas por todas as áreas da 
organização se dá através dos relatórios gerados pelos Sistemas de 
Informação Gerencial, sendo consideravelmente importante para o 
administrador que deseja saber alguma informação específica.
Como já dissemos, é relevante o compartilhamento de informações 
por todas as áreas funcionais, independentemente de se cada área tem 
seu conjunto de funções específicas. Logo, esses subsistemas também 
estão compartilhados no SIG.
Como afirma Ballou (1993), os sistemas de informações logísticas 
são um subsistema do SIG, e seria pertinente às "informações especifi-
camente necessárias à administração logística".
Os sistemas de informações logísticas podem ser separados em 
quatro níveis, como mostra a figura a seguir:
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
A grande tendência é de que a gestão logística invista cada vez 
mais em sistemas de informação e recursos de telecomunicações, com o 
objetivo de melhorar a gerência dos fluxos.
Visto que os clientes estão cada vez mais exigentes e conscientes 
dos avanços tecnológicos, eles procuram empresas capacitadas a trans-
mitir a informação real da situação logística de seus produtos. Logo, 
os clientes tornam-se mais satisfeitos na medida em que a empresa é 
transparente e transmite as informações de forma coesa, não deixando 
margem para dúvidas e eventuais consequências.
Um emblemático caso de sucesso na logística empresarial pode 
ser verificado a partir da leitura dessa descrição dos procedimentos 
logísticos no Walmart:
De um lado, um sem-número de caminhões brancos do Wal-Mart 
descarregava caixas de mercadorias de milhares de fornecedores 
diferentes. Caixas de todos os tamanhos eram depositadas em 
esteiras rolantes em cada baia de carregamento, e as menores 
desembocavam todas noutra maior (...) 24 horas por dia, sete 
dias por semana, os caminhões dos fornecedores abastecemos 20 
quilômetros de esteiras de transporte, que por sua vez alimentam 
a torrente de produtos encaixotados (...) Enquanto uma célula elé-
trica lê os códigos de barra de todas as caixas (...) nos quais braços 
figura 18.8: Níveis do sistema de informações logísticas.
Os sistemas de informação
funcionam como base para
a tomada de decisão
Problemas táticos utilizam
os softwares para melhor
eficiência para resolução
dos problemas
Alta ADM
Média Gerência
Supervisão
Operacional
Das transações e consultas são retiradas as informações do nível operacional
que sustentarão a tomada de decisão de todas as áreas da empresa
Colhe as informações dos
procedimentos logísticos
corriqueiros do nível
operacional – relatórios diários
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8elétricos separam as caixas conforme a loja de destino e conduzem 
cada qual para sua respectiva esteira rolante; esta transportará 
aqueles produtos até o caminhão que espera para leva-los par as 
prateleiras de um Wal-Mart em algum ponto dos Estados Unidos. 
Lá, um cliente vai pegar um desses produtos eleva-lo para o caixa 
onde seu código de barras passará por uma leitora óptica; nesse 
exato momento será gerado um sinal que vai atravessar toda a 
rede do Wal-Mart e chegará ao fornecedor daquele artigo (...) O 
sinal vai piscar na tela do computador do fornecedor dizendo-
lhe que fabrique outro item daqueles e o envie pela cadeia de 
fornecimento, reiniciando todo o, processo outra vez (...) é uma 
verdadeira "sinfonia" do Wal-Mart em vários movimentos – só 
que sem um finale. Vai se repetindo, repetindo, 24 horas por dia, 7 
dias por semana, 365 dias por ano: entrega, seleção, embalagem, 
distribuição, compra, fabricação, novo pedido, entrega, seleção, 
embalagem... (FRIEDMAN, 2005, p. 151).
Esse exemplo e caso de sucesso da rede varejista Walmart é o que 
representa uma cadeia de fornecimento bem-sucedida. Há uma colabo-
ração horizontal entre fornecedores, varejistas e clientes, o que agrega 
valor ao serviço prestado. E foi dessa forma que o Walmart conseguiu 
estabelecer-se como a rede varejista que oferece serviço e produtos de 
qualidade, com o emprego de tecnologia de ponta, a baixo custo, o que 
oferece ao cliente preços mais baixos que seus concorrentes.
Essa empresa impulsionou a indústria varejista ao estabelecer 
o código de barras universal, que forçou os fabricantes a adotarem 
a rotulagem comum (mudança e adaptação das culturas organizacio-
nais). Essas barras permitem a geração de qualquer tipo de informação. 
Logo o Walmart, tornou-se pioneiro no desenvolvimento da tecnologia 
sofisticada para rastrear seu inventário e cortar o risco de sua cadeia de 
fornecimento.
Com isso demonstramos que o binômio informação-logística é 
um aspecto fundamental nos dias de hoje para uma empresa que deseja 
se manter no mercado competitivo e globalizado instaurado.
É preciso utilizar a informação de forma consciente e adaptá-la 
as necessidades da organização. Deixar claros os objetivos estratégicos, 
utilizando as Tecnologias de Informação apropriadas para cada sistema, 
disponibilizando para todos os envolvidos no processoda cadeia de 
fornecimento, desde os fornecedores e fabricantes até as partes mais inte-
ressadas, que são os clientes que demandam o mercado de consumo.
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
Atividade Final
Carlos fez uma apresentação tão boa para o pai e os irmãos que os convenceu a investir em 
recursos de TIC na empresa. Resolveram desenvolver um planejamento para tal, de forma a 
tornar o negócio ágil e competitivo. Carlos novamente pediu sua ajuda para analisar o fun-
cionamento do Sistema de Informações Logísticas que a empresa deve utilizar em sua cadeia 
de suprimentos. Ele informou que há um PCP na confecção que está interligado às lojas. Os 
compradores trabalham diretamente com os vendedores e fornecedores, efetuando os pedi-
dos aos fornecedores e as ordens de serviço para a confecção. O PCP emite os pedidos de 
compra das matérias-primas ou componentes, assim como os demais materiais necessários 
ao fluxo produtivo.
Resposta Comentada
O funcionamento de um Sistema de Informações Logísticas tem como base estar 
inserido em um subsistema do SIG – Sistema de Informações Gerenciais — que trata 
das informações logísticas, desdobradas em quatro níveis:
Primeiro nível – registra as transações e consultas das operações logísticas e que 
permitirão os relatórios gerenciais para a tomada de decisão nos três níveis de 
gerenciamento: operacional ou de supervisão, média gerência ou tático, e o de alta 
gestão ou estratégico. As vendas, as compras, os recebimentos, as entradas e saídas 
de estoque, os fornecimentos às lojas etc. são registrados. Nesse nível, encontram-se 
todas as transações necessárias à movimentação e estocagem de materiais.
Segundo nível – permite a geração de relatórios diários e a análise dos fatos que 
merecem providências no dia seguinte, a cargo dos supervisores. Permitem, também, 
a qualquer momento, a verificação de volumes ou somas de operações ou exceções 
que precisam ser tratadas. Uma entrega atrasada, um pedido de urgência ao forne-
cedor e um contato com uma loja sobre determinada mercadoria são exemplos de 
providências a serem tomadas nesse nível.
Terceiro nível – permite a geração de relatórios específicos e a análise da eficiência 
na resolução dos problemas. Permite que providências e melhorias sejam adotadas 
em prazo médio. A análise do fluxo de caixa e do controle de custos com trans-
portes, a necessidade de ações para aumentar as vendas ou promoções, 
o desempenho de determinada loja ou mercadoria. 
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Conceitos como "Era do Conhecimento" ou "Era da Informação", "sociedade 
da informação", "tecnologia da informação" e "ciência da computação" vêm 
sendo cada vez mais utilizados e incorporados no contexto das organizações 
para que elas mantenham ou ampliem sua vantagem competitiva no 
ambiente dos mercados. Empresas que antes adotavam sistemas burocráticos 
e lentos de comunicação buscaram investir em um conceito moderno, 
conhecido como Tecnologia da Informação e da Comunicação, que serve 
para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para 
geração, transmissão e uso da informação.
As informações chegam mais precisas e concretas. A rapidez e a facilidade 
de comunicar-se permitem que todas as áreas da organização comuniquem-
se de forma rápida e simples. Uma ferramenta barata e prática que é 
indispensável para uma comunicação empresarial eficiente é a internet.
Pela definição do Council of Logistics Management, logística é a parte 
do gerenciamento da cadeia de abastecimento que planeja, implementa 
e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-
primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem como as 
informações a ela relativas, desde o ponto de origem até o ponto de 
consumo, com o propósito de atender a exigências dos clientes, que estão 
cada vez mais exigentes, visto que as informações mudam constantemente 
e as fontes de conhecimento são mais abrangentes. 
O objetivo da logística é disponibilizar o produto certo, na hora certa e no 
local certo, com um preço competitivo e acessível ao cliente. Para atingir o 
sucesso no final do fluxo, é necessário conjugar e utilizar da melhor maneira 
r E s u m o
Quarto nível – gera informações para a tomada de decisão em nível estratégico, 
adaptando as operações de acordo com as exigências do mercado em prazos médio e 
longo. O próprio planejamento estratégico é elaborado tomando por base a consolida-
ção das operações do dia a dia.
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Logística Empresarial | O valor da informação na rede logística
informAção sobrE A prÓXimA AuLA
Na próxima aula, estudaremos a configuração da rede logística.
possível o fluxo de informações combinado com o fluxo de materiais, 
possibilitando a redução de inventários, a maior utilização dos ativos 
envolvidos, a eliminação de desperdícios e a otimização dos sistemas de 
transporte e armazenagem.
O sucesso de uma organização depende, também, da interconexão entre 
seus diversos departamentos. Cadeia de valor é o nome dado ao conjunto 
em que a logística (cadeia de suprimentos) está inserida. Ela é responsável 
pela entrada dos insumos e os acompanha até a entrega do produto ao 
cliente (relação com os fornecedores, ciclos de produção e venda, até a 
fase de distribuição).
Os Sistemas de Informações permitem o gerenciamento de todas as 
atividades que envolvem a produção de um bem ou serviço, desde a compra 
de matérias-primas até a sua expedição ao cliente. Eles contribuem para o 
processo logístico porque permitem o uso mais adequado das informações 
no contexto da produção. A informação utilizada de maneira correta poderá 
diminuir a possibilidade de atrasos e erros nos processos, poupando tempo 
de trabalho e diminuindo o lead time.
A grande tendência é de que a gestão logística invista cada vez mais em 
sistemas de informação e recursos de telecomunicação, com o objetivo de 
melhorar a gerência dos fluxos. Isso demonstra que o binômio informação-
logística é fundamental para uma empresa que deseja se manter no mercado 
competitivo e globalizado.

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