Buscar

historiaDomBoscoUFPR 2° FASE RESOLVIDA E COMENTADA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UFPR 2012 — 2ª Fase 
 
 
Curso Dom Bosco — Cobertura Vestibular 2011 — www.dombosco.com.br/curso 
P
ág
in
a1
 
 
História 
 
01 - Leia os seguintes excertos da Magna Carta inglesa de 1215: 
“12 - Nenhum imposto ou pedido será estabelecido no nosso reino sem o consenso geral. (...) que tudo se passe da mesma 
maneira no que respeita às contribuições da cidade de Londres (...) 
61 - (...) Instituímos e concedemos aos nossos barões a seguinte garantia: elegerão vinte e cinco barões do reino, os quais 
deverão com todo o seu poder observar, manter e fazer cumprir a paz e as liberdades que nós concedemos. (...)” 
(C. R. C. Davis, Magna Carta, The Trustees of the British Museum, 1963, p. 16-23 apud ESPINOSA, Fernanda. Antologia de 
textos medievais. Lisboa: Sá da Costa Editora, p. 326-327). 
A partir dos trechos acima e de seus conhecimentos sobre a monarquia inglesa na Idade Média, discorra sobre a 
relação dos nobres e dos burgueses ingleses com a sua realeza e justifique por que a Magna Carta é considerada 
uma precursora das constituições modernas. 
 
Comentário 
Diferente de outras monarquias absolutistas ocidentais, como nas terras controladas pelos Habsburgos e na sua rival França, o estado 
absolutista inglês se destacou por sua fraqueza e curta duração. A timidez do absolutismo insular se deve ao fato da impossibilidade de 
legitimação do despotismo real, o que se deve à consequência de revoltas de notáveis e burgueses contra a figura centralizadora de João Sem 
Terra. O compromisso assumido pelo rei, no documento denominado Magna Carta, impossibilitava a existência de um absolutismo de direito 
limitando a monarquia britânica ao absolutismo de fato, exercido pelos Tudor e derrubado no sec. XVII durante a dinastia dos Stuart, que 
enfrentaram duas revoluções contra o poder central do rei, consolidando as conquistas que se iniciaram no sec.XIII e inspirando os teóricos 
do liberalismo político, como John Locke. 
Prof. Marcus 
 
02 - “(...) O totalitarismo difere essencialmente de outras formas de opressão política que conhecemos, como o 
despotismo, a tirania e a ditadura”. 
(Arendt, Hannah. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia das Letras, 1989, p. 512). 
Explique a especificidade do totalitarismo nazista, destacando seu contexto de desenvolvimento e suas 
características principais. 
 
Comentário 
Fruto de uma situação singular pela qual passou a Europa no período que se estendeu entre 1918 e 1939, chamado pelos especialistas de 
Entre Guerras, quando a Europa sofreu as consequências de duas grandes crises econômicas. A primeira delas, que marcou a primeira 
metade da década de 20, era resultado da primeira guerra mundial e das dificuldades de retomar a normalidade e impedir o avanço das 
esquerdas , excitadas com o desenrolar da revolução da Russia. Foi neste cenário propício que Mussolini chegara ao poder na Italia. Já o seu 
equivalente na Alemanha, o Austríaco Hitler, somente chegara ao poder na década seguinte, beneficiado pela crise do capitalismo e pelo 
ameaçador triunfo do Stalinismo na URSS. Tal cenário justifica a crise da democracia e do liberalismo, com o triunfo de regimes totalitários 
de extrema direita marcados por algumas características comuns, como o ultranacionalismo,o anti-liberalismo, o anti-socialismo e a 
liderança personalista do líder da nação. Porém, podemos observar em cada um deles algumas especificidades, como a ideia de que a 
historia é movida pela luta de raças e não de classes, a superioridade da raça ariana e o antissemitismo, que caracterizam a ideologia 
nazista. 
Prof. Marcus 
 
03 - Desde o início da imigração nipônica para o Brasil, em 1908, os japoneses foram caracterizados como disciplinados, 
laboriosos, persistentes e eficientes. Além disso, foram vistos como capazes de cooperar para o “branqueamento” 
da raça brasileira. No entanto, a partir dos anos 1930, a imigração de japoneses foi restringida a um regime de cotas, 
e entre 1942 e 1943, muitos japoneses foram expulsos de suas residências no litoral paranaense e paulista pelo 
governo brasileiro. Explique as razões pelas quais o imigrante japonês passou a ser considerado um elemento 
indesejável pelas elites brasileiras no período das décadas de 1930 e de 1940. 
 
Comentário 
Questão interessante sobre a presença do imigrante estrangeiro na sociedade brasileira. O cerne da questão consiste em relacionar o 
crescimento da hostilidade ao imigrante japonês no Brasil ao desenvolvimento do imperialismo japonês no Pacífico, em particular após o 
ataque japonês a Pearl Harbor, que promoveu o envolvimento dos EUA na guerra e, posteriormente, do Brasil. Questão que não representará 
dificuldades para o aluno Dom Bosco. 
Prof. Maurício 
 
04 - Segundo o historiador Edward Said, “o lucro e a perspectiva de mais lucro foram, evidentemente, de enorme 
importância, mas o imperialismo não é só isso” (Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 41). 
Comente essa afirmação, demonstrando as principais motivações que impulsionaram o imperialismo europeu no 
século XIX. 
 
Comentário 
Com o triunfo do capitalismo industrial e financeiro na metade do sec.XIX e a difusão da revolução industrial em países da Europa, e até 
mesmo em outros continentes, configurava-se um novo quadro social, em que capitalistas e proletários compunham uma nova dicotomia, 
que no campo ideológico era representada pelos debates entre liberais e socialistas. Na pratica, os teóricos socialistas e os barulhentos 
sindicatos representavam apenas parte dos problemas que deveriam ser enfrentados pela temerosa burguesia. Alem disso, vivia-se pela 
primeira vez uma crise de superprodução. Sendo assim o imperialismo e neocolonialismo apresentavam-se como boa alternativa para 
conquistas de mercados (consumidores, fornecedores de matérias-primas e combustível, e também novas possibilidades de investimento do 
capital excedente). Sem contar que a necessidade de ampliação das frotas para domínio das terras diminuiria os problemas sociais nas 
grandes cidades europeias, afastando o fantasma socialista. 
UFPR 2012 — 2ª Fase 
 
 
Curso Dom Bosco — Cobertura Vestibular 2011 — www.dombosco.com.br/curso 
P
ág
in
a2
 
Prof. Marcus 
 
05 - O dia 11 de setembro é significativo para dois países em particular: o Chile, que sofreu um golpe militar liderado pelo 
general Pinochet em 11/09/1973, e os Estados Unidos, por conta do ataque às Torres Gêmeas do World Trade Center, 
em 11/09/2001. Tendo em vista esses fatos, relacione a esses dois contextos históricos destacados as estratégias da 
política externa norte-americana. 
 
Comentário 
Com o inicio de sua hegemonia após a segunda guerra mundial, Os Estados Unidos da America não podiam mais abandonar algumas áreas 
de importância estratégica que foram introduzidas em sua esfera de influencia política durante metade do sec. XX, quando rivalizou com o 
bloco de países socialistas. A necessidade de agir truculentamente na defesa de seus interesses e os excessivos gastos militares deveriam ser 
de alguma forma justificados ao eleitor estadunidense. Desta forma, as ações militares são legitimadas pela ideia de luta do bem contra o 
mal. Tal política belicosa depende da existência de um inimigo, por exemplo: as ditaduras latino-americanas, que foram caracterizadas 
pelos exageros de poder e violação dos direitos humanos, como no Chile, cujos abusos cometidos por Pinochet eram justificados pela 
necessidade de combater o inimigo vermelho. O declínio do bloco socialista e o fim da guerra fria acabaram criando uma nova necessidade, 
um novo inimigo. Desde 1991, na primeira guerra do Golfo, buscou-se transformar o mundo islâmico no novo inimigo. Após 10 anos de 
campanha publicitária anti-islã, o atentado das torres gêmeas definitivamente coroava os seguidores de Maomé como o anti-cristo, contra 
o qual todo ocidentedeve lutar. 
Prof. Marcus 
 
06 - Considere as imagens a seguir: 
 
 
As fotos acima retratam alguns dos vários comícios pelas Diretas Já que ocorreram no Brasil, entre 1983 e 1984, 
reivindicando eleições diretas para presidente. A partir desses documentos e de seus conhecimentos históricos 
sobre o assunto, disserte sobre quem se engajou nesse movimento e quais as conseq uências das Diretas Já para a 
política brasileira. 
 
Comentário 
 O Movimento das Diretas, ainda que não tenha representado a aprovação da emenda das diretas pelo Congresso, alavancou a 
candidatura de Tancredo Neves à presidência. Visto como homem de luta pela democracia e, ao mesmo tempo, ponderado em suas críticas 
ao governo militar, Tancredo foi eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral. As grandes mobilizações de rua do movimento das Diretas 
marcaram também um momento único de coesão das grandes massas ao redor de um projeto político que, embora vagamente difuso em sua 
estruturação ideológica, demonstrava claramente o desgaste do regime militar. 
 
Prof. Maurício 
 
 
07 - O encerramento definitivo do tráfico de escravos em 1850 coincidiu com a ascensão e prosperidade da economia 
cafeeira, a qual então se expandia principalmente nas províncias de São Paulo e do Rio de Janeiro. Discuta a relação 
entre escravidão e expansão da cultura do café nessa nova conjuntura, marcada pelo tráfico interno de cativos e por 
projetos de estímulo à imigração europeia. 
 
Comentário 
 Questão amplamente discutida em sala de aula. A interrupção do tráfico em 1850 estimulou a recirculação interna de escravos no país, 
em especial no sentido nordeste-sudeste. No entanto, muitos cafeicultores preferiam a mão-de-obra européia. Vista como disciplinada e 
altamente produtiva, trazia ainda a vantagem de contribuir para o projeto de branqueamento da população, almejado pelo governo 
imperial. Além disso, a adoção da mão-de-obra livre assalariada liberava capital, antes imobilizado pela aquisição do escravo, para re-
investimento na lavoura cafeeira, trazendo um ingrediente de dinamismo econômico altamente benéfico para o contexto histórico 
abordado. 
 
Prof. Maurício 
 
UFPR 2012 — 2ª Fase 
 
 
Curso Dom Bosco — Cobertura Vestibular 2011 — www.dombosco.com.br/curso 
P
ág
in
a3
 
 
08 - As duas figuras abaixo são propagandas de carro publicadas na famosa revista O Cruzeiro, em 1960 (O Cruzeiro, 
nº 27, 16 de abril de 1960). Analise as figuras, explicando o que foi o Plano de Metas e quais suas consequências 
para a sociedade brasileira no período do governo Juscelino Kubitschek (1956-1960). 
 
 
 
Comentário 
 Boa questão sobre governos populistas da República Nova. O Plano de Metas, como visto nas aulas, era calcado na capitalização através 
da tríade capital público, capital privado especulativo e capital estrangeiro. Significava, a médio prazo, um endividamento substancial do 
país, em especial a partir da isenção de impostos oferecida pelo governo para atrair a indústria automobilística. Algumas metas foram 
suficientemente desenvolvidas, como do setor de transporte. Outras foram parcialmente desenvolvidas, como na área da expansão da 
fronteira agrícola, e outras ainda permaneceram embrionárias, como no setor de saúde. Há, ainda, a construção de Brasília, “meta-síntese” 
do plano, que contribuiu para o endividamento citado anteriormente. 
 
Prof. Maurício 
 
 
09 - Segundo a Agência Patrícia Galvão, “Seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência 
doméstica. (...) Machismo (46%) e alcoolismo (31%) são apontados como principais fatores que contribuem para a violência. 
(...) 94% conhecem a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% sabem o conteúdo” (Pesquisa Instituto Avon/Ipsos Percepções 
sobre a violência doméstica contra a mulher no Brasil 2011). Tendo em vista esse quadro e seus conhecimentos 
históricos sobre a situação das mulheres no século XX, discorra sobre as mudanças ocorridas nos papéis 
desempenhados pelas mulheres na sociedade ocidental no século XX – quais foram os seus avanços e o que ainda 
está para ser superado. 
 
Comentário 
 A sociedade ocidental tem traços machistas desde os primórdios da civilização. Porém, no séc. XX esse panorama começou a mudar. Até 
a Primeira Guerra Mundial, as mulheres tinham um papel secundário, subsidiário da sociedade que admitia apenas o homem como 
trabalhador e até como cidadão pleno, enquanto a mulher cuidava apenas dos afazeres do lar e da educação dos filhos. Isso pode ser 
observado pelas constantes repressões à expressão feminina na indumentária, que ao longo do tempo cerceou a feminilidade aparente das 
mulheres. Porém, a Primeira Grande Guerra levou os homens para o front, mas as fábricas não poderiam parar, e então as mulheres 
assumiram a produção fabril. Assim que a guerra cessou, as mulheres voltaram para as tarefas de casa e os homens para as fábricas, e nesse 
contexto foram lançadas campanhas para conscientizar as mulheres de que o lar era o seu lugar. Acontece que a Segunda Guerra Mundial 
eclodiu, e as mulheres voltaram a substituir os homens. A partir de então, elas passaram a compor o mercado de trabalho, conquistando a 
liberdade sobre o próprio corpo com o advento da pílula anticoncepcional e ampliando o seu espaço no mundo do trabalho. 
 Contudo, uma sociedade impregnada de preconceito há milhares de anos não recepcionou o novo panorama das mulheres na sociedade 
automaticamente, e, ainda hoje, elas enfrentam grandes desafios como a equiparação salarial, a intransigência de homens em cargos 
superiores e assédios morais. 
 
 
10 - Considere os dois trechos de documento a seguir: 
1º trecho (século XI): 
“I- A Igreja Romana foi fundada só pelo Senhor. (...) 
III- Só ele [o pontífice romano] pode depor ou absolver os bispos. (...) 
IX- O papa é o único homem a quem todos os príncipes beijam os pés. (...) 
XII- É-lhe permitido depor os imperadores. (...)” 
(Papa Gregório VII – 1075 apud ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos medievais. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1981, 
p. 289) 
 
2º trecho (século XIV): 
“E aprendemos das palavras do Evangelho que nesta Igreja e em seu poder estão duas espadas, a espiritual e a temporal. 
Uma espada, portanto, deverá estar sob a outra, e a autoridade temporal sujeita à espiritual. (...) Por tudo isso que 
declaramos, estabelecemos e definimos que é necessário para a salvação de toda criatura humana estar submetida ao 
pontífice romano” (papa Bonifácio VIII, 1302 apud ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos medievais. Lisboa: Sá da Costa 
UFPR 2012 — 2ª Fase 
 
 
Curso Dom Bosco — Cobertura Vestibular 2011 — www.dombosco.com.br/curso 
P
ág
in
a4
 
Editora, p. 337-338). 
 
 Identifique nesses dois trechos o conflito a que os dois papas se referem e explique as razões de sua persistência no 
período da Baixa Idade Média européia. 
 
Comentário 
 Os dois documentos que tratam do período de Baixa Idade Média referem-se claramente ao conflito entre duas esferas de poder: o 
temporal, exercido pela nobreza, e o Espiritual, centralizado na figura do papa. A origem do conflito remonta ao sec.IX, quando o estado 
carolíngio passou por uma crescente clericalização. Porem, após o ano mil, o fim das invasões e a nova dinâmica feudal (responsável pelo 
significativo aumento da produção) fortaleceram os nobres e reis que disputaram com o papado o direito de investir bispos, como no 
episodio conhecido por Querela das Investidoras. Outro momento crítico foi o cenário de nascimento de monarquias nacionais, em que 
papado e realeza se enfrentariam várias vezes, resultando numa ruptura entre a definitiva entre a Casa Real e a Santa Sé ou na aliança que 
ajudaria a constituir os futuros Estados Absolutistas. 
Prof. Marcus

Outros materiais