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trabalho de sociologia

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Homofobia existe, e ela é definida através do ódio e preconceito, além de uma total repugnância relativa que algumas pessoas possuem contras os homossexuais tanto homens como mulheres.Em sua grande maioria, as pessoas que abrigam na sua mente este tipo de fobia não definiram totalmente a sua identidade sexual, e sentem ódio com isto, o que gera uma série de dúvidas, de angústias, revoltas, tudo o que é transferido para orientação sexual que esta pessoa não está disposta a desenvolver. Tudo isto acontece muitas vezes no inconsciente destas pessoas.
	Cada pessoa possui uma personalidade diferente e seria errado esperar que todas tivessem a mesma orientação sexual. A homossexualidade corresponde ao interesse afetivo e sexual por pessoas do mesmo sexo. Em termos psicológicos, a homossexualidade é um comportamento normal, sendo definido como uma das formas de orientação sexual existentes. Mas você sabe como é a homossexualidade na adolescência? É nessa fase da vida que a orientação sexual se desenvolve.
	De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a adolescência é o período da vida de qualquer pessoa, que se inicia geralmente aos dez anos de idade e se estende até os vinte e quatro. É a partir desta etapa que a criança começa a ter experiência com assuntos e práticas sexuais. Desenvolve a sua personalidade e também assume a sua orientação sexual.
	É na fase da adolescência que começam a surgir as primeiras transformações, físicas e psicológicas, associadas à sexualidade. Os meninos começam a produzir esperma, aparecem os primeiros pelos pubianos e o pênis se desenvolve, crescendo. As meninas passam pela menarca, que é a primeira menstruação, os seios ganham tamanho e a vagina pêlos.
	Além das mudanças físicas, os adolescentes também observam transformações na forma de pensar e enxergar o mundo. Desenvolvem gostos, estilos e personalidades peculiares. A homossexualidade na adolescência é vista, no senso comum, como um desvio de personalidade, mas a verdade é que faz parte da própria personalidade da pessoa.
	É no desenvolvimento da orientação sexual, da identidade de gênero e de afetividade da criança, que podem aparecer os primeiros sinais da homossexualidade. Dessa forma, a homossexualidade na adolescência está relacionada ao próprio processo de constituição do sujeito. É algo absolutamente normal, reconhecido como tal pela psicologia.
	A homossexualidade na adolescência é muito comum, por se tratar de um momento propício ao amadurecimento da identidade da pessoa. Junto com esse descobrimento, surgem os primeiros problemas, já que a sociedade é bastante preconceituosa com relação a pluralidade de orientações sexuais. Pessoas que se mostram homossexuais muitas vezes são marginalizadas.
	Na adolescência, a homossexualidade pode representar um problema até mesmo de ordem familiar. Isso porque os pais nem sempre – ou na maioria das vezes – não estão prontos e abertos para lidar com um filho homossexual. As crianças acabam sofrendo desde cedo os efeitos negativos de uma sociedade marcada pela homofobia.
	Diferente do que se imagina, a orientação sexual não é uma escolha, mas sim o resultado de um processo de identidade, de individualidade. As pessoas homossexuais não devem se sentir culpadas, pois não estão violando nenhuma lei, nem biológica, nem psicológica, nem social.
	A homossexualidade na adolescência não seria nenhum problema, se a sociedade fosse capaz de respeitar e aceitar as diferenças. Infelizmente, vivemos em um mundo ainda marcado pela ignorância e falta de empatia. Quando a homossexualidade se revela cedo na vida da pessoa, ela passa a enfrentar problemas de todos os tipos.
	Entre eles a aceitação dentro da própria família. Se as pessoas que compõem o núcleo familiar não forem abertas, a criança tende a ser criticada ou até mesmo isolada. Isso fomenta o aparecimento de distúrbios como a depressão, ataques de ansiedade e outros.
	Adolescentes homossexuais também encontram dificuldade para se inserir no meio social, seja na escola ou em outros ambientes públicos. Geralmente são vítimas de brincadeiras pejorativas, xingamentos e até mesmo abuso por parte de outros jovens. Isso revela o quanto a sociedade precisa ser educada para conviver com as diferenças.
	Se você deseja fazer a diferença, o primeiro passo é compreender que a homossexualidade é uma orientação sexual como todas as outras, devendo ser respeitada. Prevalece sempre a individualidade, personalidade e liberdade de cada pessoa para se comportar de acordo com as suas concepções, sem ter que se adaptar aos padrões sociais.
	A homossexualidade na adolescência deve ser objeto de debates, em todos os campos. Na política, nas escolas, nas instituições privadas. A causa homossexual merece visibilidade, pois as pessoas que possuem essa orientação sexual ainda são marginalizadas, oprimidas e muitas vezes subjugadas por pessoas homofóbicas.
	A cultura nos educa a determinados padrões que temem ser questionados, mas o mundo não para de provar que as coisas não estão prontas e acabadas, sendo muito mais complexas do que as regras criadas pela sociedade.
	Ao longo do tempo, os perfis e papéis de homens, mulheres, grupos sociais, culturais e religiosos são traçados e transmitidos através da educação. Entretanto, esses conceitos não são estáveis, eles mudam de acordo com a época, o local, a cultura, o sistema político e as pessoas envolvidas em determinado período da história. Algumas dessas visões acabam persistindo por bastante tempo, outras vivem em constante transformação. O Machismo, por exemplo, existe desde a pré-história e até hoje é sustentado por muitas culturas e religiões, mas a sociedade está mudando, através de muitas mobilizações e protestos as mulheres já conquistaram muitos dos seus direitos e continuam na luta pela igualdade.
Você já ouviu falar em Homofobia, Lesbofobia e Transfobia? 
	A Homofobia, a Lesbofobia e a Transfobia se caracterizam por um conjunto de fatores, como o medo, a aversão, a discriminação e o ódio em relação aos(às) homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis e podem desencadear atitudes como rejeição, violências verbais, psicológicas, emocionais, físicas e até o homicídio de pessoas LGBTT.
	Mesmo se você nunca ouviu falar, certamente já presenciou alguma situação em que uma dessas violências aconteceu. Assim como o Machismo, a Xenofobia, o Racismo, o Bullying e tantos outros preconceitos, são sinais de que a nossa sociedade cria rótulos, mas educa muito pouco para o respeito às diferenças e igualdade de direitos.
Você já parou para pensar na Diversidade dos seres humanos?
	Somos uma população mundial de mais de 7 bilhões de pessoas, com milhares de costumes, etnias, crenças, culturas, situação socioeconômica e pensamentos diferentes um dos outros, pois somos único! Se não aceitamos a diferença do(a) outro(a), não aceitamos a nós mesmos(as).
	A falta de informação, conhecimento e reflexão das pessoas acaba determinando um mundo “normatizado”, que na verdade, não existe. A sociedade está em movimento e as pessoas estão em constante transformação a todo instante, assim fica quase impossível definir padrões e comportamentos únicos. Por isso, o respeito as diversidades deve existir em qualquer situação.
Você sabia que...
	“A sexualidade humana não é uma característica imutável, e assim como as demais características humanas, a sexualidade também pode ser readequada ao longo da vida, de acordo com as experiências de vida do sujeito”. Se pesquisarmos na internet ou em livros, vamos encontrar registros da existência da homossexualidade durante toda história, na Grécia antiga, Platão e Xenofonte já relatavam alguns costumes e práticas homossexuais da época. No Brasil do século XIX, os escritores Adolfo Caminha e Aluízio Azevedo também trataram desse assunto em suas obras.
	Como acabamos de ver, a homossexualidade sempre existiu, o que muda é a forma como a sociedade olha, compreende e respeita. A comunidade LGBTT vem lutando pela garantia dos seus direitos a igualdade e respeito,mas também, infelizmente vem sofrendo muitos preconceitos, discriminações e situações de violência.
Conquistas LGBTT
	O casamento gay acaba de ser regulamentado no Brasil e alguns casais já conseguiram na justiça a possibilidade de adotarem crianças e adolescentes, mas ainda há muito a ser conquistado.
	O PLC (Projeto de Lei da Câmara) nº 122/06 que visa criminalizar a discriminação pela orientação sexual ou identidade de gênero, atualmente está na Comissão de Direitos Humanos, aguardando a sua votação.
	Enquanto isso, as lutas continuam... o movimento vem ganhando força e visibilidade e a comunidade LGBTT cada vez mais, conseguindo exercer seus direitos humanos fundamentais.
	Um dos reflexos do preconceito nas escolas em relação à homofobia entre os adolescentes é a evasão escolar, que pode ser explicada pelas diversas marcas que deixou e deixa nas vidas de Mateus*, Fernanda* e tantos outros jovens vítimas de atitudes hostis.
	"Podemos falar das consequências mais comuns como o isolamento, aumento da ansiedade, estresse, depressão, irritabilidade e agressividade. Tais consequências trazem a distração e caso essa rejeição e/ou discriminação seja dos próprios colegas de escola, pode fazer com que o adolescente perca o interesse pela escola", explica a psicóloga Carine Eleutério.
	Segundo o estudo "Juventude e Sexualidade" (2004) da Unesco aproximadamente ¼ dos alunos indicam que não gostariam de ter um colega de classe homossexual, sendo que tal incidência aumenta quando se fala apenas de homens: por exemplo, em Porto Alegre, enquanto 42% dos rapazes mostraram preconceito, a porcentagem baixa para 13% com as moças.
GÊNERO 
	Podemos dizer que gênero é o sexo social definido, ou seja, gênero não é sinônimo de sexo. Enquanto o sexo é biológico, o gênero é construído historicamente, culturalmente e socialmente. Com isto quero dizer que nascemos machos ou fêmeas, mas nos fazemos homens ou mulheres. O núcleo da identidade de gênero se constrói em nossa “cabeça”, sobretudo até os 3 anos de idade. A criança logo que nasce ganha um nome e começa a ser tratada como menino ou menina. A linguagem é poderosa no processo de construção do gênero. Incorporamos o gênero masculino ou feminino, através do aprendizado de comportamentos, hábitos, formas de pensar, concordantes com padrões definidos socialmente como masculinos ou femininos.
	Alguns ditados populares nos ajudam a perceber como se dá a incorporação do gênero: “homem que é homem, não chora”, “menina brinca com boneca, menino joga bola”, “menino se veste de azul e menina de rosa”, “lugar de mulher é na cozinha”. Introjetamos essas ideias desde nossa primeira infância, de uma forma imperceptível, e essas atribuições sociais nos são apresentadas como atribuições naturais. Ao nos tornarmos adultos e adultas não percebemos que durante toda a vida nos ensinaram que a primeira “vocação” da mulher é a maternidade e por isso, muitas vezes acreditamos que as mulheres só podem realizar-se tornando-se mães. Não levamos em conta o fato de que as mulheres “aprendem” a exercer a maternagem (cuidado das crianças), mas não nascem prontas e aptas para serem mães. O que estou afirmando é que as diferenças biológicas entre homens e mulheres, não determinam e não explicam as diferentes atribuições dos homens e das mulheres na sociedade. Exemplo: “o lugar da mulher é na cozinha”, não porque sua “natureza feminina” a faz mais apta para este serviço, mas sim, porque as mulheres são treinadas desde meninas para “fazer comidinha”. Ou seja, as diferenças sociais entre os homens e as mulheres não são de ordem natural, mas sim de ordem cultural. Não estamos negando as diferenças biológicas entre os dois sexos, mas tratando de entender que as diferenças sociais entre os sexos estão construídas e são elaboradas socialmente a partir das diferenças biológicas.
	A divisão sexual do trabalho não se explica naturalmente, ela é expressão de uma relação de dominação dos homens sobre as mulheres. Na divisão sexual do trabalho, tradicionalmente entendemos que as mulheres estão alocadas na esfera da reprodução, devem cuidar dos serviços domésticos e dos filhos em primeiro lugar. Se trabalham fora de casa, podem assumir serviços auxiliares, profissões tidas como femininas: secretárias, enfermeiras, professoras, assistentes sociais… desde que estas atividades não prejudiquem sua primeira missão que é a de cuidar do “lar”. Já os homens, estão “situados” na esfera da produção, e desde pequenos são treinados para assumir tarefas fora do espaço doméstico, assumir cargos de chefia e gerência, “construir o mundo” para além das quatro paredes que significam a casa. Atualmente há um embaralhamento nestas atribuições e muita coisa está mudando, porém a divisão sexual do trabalho permanece.
GÊNERO NA ADOLESCÊNCIA 
	As questões de gênero na adolescência constituem um dos conflitos presentes na vida dos jovens desde o início do contexto histórico da sociedade, onde se estabeleceu a prerrogativa do homem e da mulher. Nesta perspectiva, esse preceito relacionado ao gênero vem sendo trabalhado e modificado no transcursar evolutivo da sociedade humana. Todavia, os pais ou responsáveis que herdaram as percepções deste contexto histórico acabam repassando essas noções a seus filhos, confrontando assim os adolescentes com os paradigmas sociais2,5,6.
	Para a saúde pública, a adolescência assume grande relevância, tendo em vista que é nesta fase que se iniciam as práticas sexuais, inserindo os adolescentes no contexto das vulnerabilidades no que se refere às doenças sexualmente transmissíveis (DST e Aids), gestação não planejada e aborto7.
	Há que se considerar, neste contexto, que a iniciação sexual não pode ser entendida simplesmente como a primeira relação sexual, mas como um processo que envolve fortemente as relações de gênero, moldadas pelo próprio significado atribuído culturalmente à sexualidade8.
	Desta forma, a sexualidade, largamente influenciada pelas relações de gênero ainda vigentes, pode se converter em dilemas significativos para os adolescentes, que acabam por influenciar suas escolhas e práticas9.Neste sentido, compreender como o adolescente identifica normas e expectativas sociais que cercam a iniciação sexual torna-se essencial, a fim de compreender e desmistificar este universo.
	A adolescência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é caracterizada pelo período da infância à fase adulta, que corresponde à faixa etária de 10 a 19 anos. É nessa fase que ocorrem diversas transformações biológicas como o crescimento dos ossos, desenvolvimento dos órgãos e sistemas e amadurecimento das características sexuais secundárias. Observa-se, também, mudanças psicológicas que envolvem alteração de humor, desejo de viver intensamente, atração sexual, questionamentos sobre a vida, necessidade de aceitação, formação de grupos, afirmação da identidade pessoal e sexual e a iniciação na vida sexual.
	A sexualidade é uma dimensão importante da vida humana que inclui o sexo, gênero, identidade, papéis e orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. Para os/as adolescentes é um momento de experimentações e descobertas, que é influenciado pelas relações de poder, questões de gênero, valores, culturas, comportamentos, contextos políticos, econômicos e espirituais, questões de raça/ cor e modelos de sociedade.
	"A construção da sexualidade e das questões de gênero na adolescência, socialmente, ainda se caracteriza pelo compartilhamento de saberes e experiências de pais, mães, responsáveis e daqueles do seu convívio social."
	No contexto histórico da construção das sociedades, no qual eram estabelecidos direitos e deveres para homens e mulheres, as questões de gênero já eram algo a ser refletido. Nos modelos de sociedade em que observamos o patriarcado e o machismo, as mulheres reivindicaram igualdade nos direitos políticos, econômicos, sociais, até mesmo direito ao corpo e à sexualidade, que, até então, encontrava-se em uma posição de subordinação aos homens. A construção da sexualidadee das questões de gênero na adolescência, socialmente, ainda se caracteriza pelo compartilhamento de saberes e experiências de pais, mães, responsáveis e daqueles do seu convívio social.
	O atual formato desigual das relações de gênero tem como reflexo a vulnerabilidade dos/das adolescente. Entre os agravos de saúde, destacam-se às infecções sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência. Além dos agravos de saúde, a vulnerabilidade também se estabelece nas relações sociais. O homem, pressionado pela sociedade, deve estar sempre pronto para o sexo, afirmando sua masculinidade, e a mulher deve ser submissa ao desejo do parceiro e não ter autonomia sobre suas escolhas e seu corpo.
	Discutir gênero na adolescência é imprescindível para entender as relações estabelecidas e como isso se reflete na vivência da sexualidade, contracepção e construção de suas identidades. O objetivo deste estudo é analisar a influência das questões de gênero na construção da sexualidade dos/as adolescentes, a fim de desconstruir esse debate. Para isso, foram utilizados artigos publicados em revistas científicas que nos levaram a algumas constatações.
O que caracteriza ser homem e ser mulher?
	O conceito de gênero está em constante modificação de acordo com as transformações socioculturais. O adolescente expressa as concepções de gênero a partir do contexto social e político no qual está inserido. Dessa forma, as suas experiências contribuem para construção da própria identidade e dos significados sobre o mundo. Para essa construção, é importante a discussão sobre identidade de gênero, que é influenciada pela herança familiar, contextos religiosos e socioculturais, pela mídia e por aqueles do seu convívio social. Essa herança é um reflexo das ideologias transmitidas de geração em geração que podem ser incorporadas na sua totalidade pelos adolescentes ou modificadas mediante suas vivências.
 	Os padrões culturais da sociedade impõem comportamentos e atividades referidas como normal e adequada para homens e mulheres. Dessa forma, as atribuições referentes ao homem têm sido relacionadas à realização de atividade que exige força física e tomadas de decisão, paternidade, ao provedor e protetor da família, à racionalidade, à violência, à virilidade e à incapacidade de controlar os desejos sexuais. A beleza, a sensualidade, a delicadeza, a docilidade, a discrição, a subordinação ao homem, a monogamia e a maternidade são atributos associados à mulher.
Compreensão dos adolescentes acerca da sexualidade
	Existem divergências e convergências entre os adolescentes de ambos os sexos sobre as seguintes temáticas: virgindade, orgasmo, opção sexual e aborto. A literatura traz que ambos os sexos concordam de que perder a virgindade antes do casamento não é um problema. Entretanto, ao serem questionados sobre o período da ocorrência da primeira relação sexual, prevaleceu o casamento para o sexo feminino e o namoro para o sexo masculino. Esse resultado reflete os papéis sociais estabelecidos para homens e mulheres, em que os homens são pressionados a perder a virgindade mais cedo e ter muitas parceiras, não recusando uma mulher que deseje ter relações sexuais, pois isso colocaria em dúvida sua masculinidade.
	Quando falamos em orgasmo, as adolescentes desconhecem seu significado, enquanto que os adolescentes dominam o assunto apresentando várias opiniões. A maneira de se comportar na sociedade é ensinada de forma diferente para homens e mulheres. Os homens são estimulados a exercerem sua sexualidade com prazer, focando na prática sexual sem expressar emoções ou afetividade. Entretanto, existe maior controle da sexualidade feminina. A masturbação não é aceita, pois a mulher não deve se tocar e sentir prazer, restringindo-se ao papel de mãe. Isso revela que o tabu da masturbação, que é considerado um ato pecaminoso e reprimido quando é realizado, reflete no desconhecimento do próprio corpo pelas adolescentes. Todavia, para os adolescentes essa prática é considerada “normal” e livre de julgamentos morais.
	No que se refere ao aborto, o estudo evidencia a semelhança de opiniões entres os adolescentes quanto à ilegalidade e o risco existente para a mulher e para a criança. Destaca-se que os adolescentes do sexo masculino não se sentem responsáveis pela decisão das parceiras, por isso dialogam sobre esse assunto com mais tranquilidade.
	Quando se faz o recorte da opção sexual, é observado que há uma desconstrução das concepções relacionadas ao tema, porém ambos os sexos ainda consideram a homossexualidade como algo errado, uma doença psicológica ou culpa dos pais, demonstrando, de forma implícita, julgamentos preconceituosos, como, por exemplo, a exclusão desses indivíduos. Além disso, aqueles adolescentes que se declararam homossexuais relataram tentativas de suicídio e abandono do lar, devido aos conflitos familiares. Porém, outros autores revelam que essa relação mudou e os homossexuais, que antes se escondiam, atualmente, têm mais visibilidade na sociedade.
Vulnerabilidades feminina e masculina
	"A falta de poder na tomada de decisão expõe a mulher, principalmente aquelas de baixa renda, a um risco acentuado de infecção por doenças venéreas." 
As relações de gênero são importantes também para se compreender as situações de vulnerabilidades estabelecidas. A falta de poder na tomada de decisão expõe a mulher, principalmente aquelas de baixa renda, a um risco acentuado de infecção por doenças venéreas. A vulnerabilidade feminina aumenta devido à falta de negociação do uso do preservativo, pois a fidelidade e confiança no parceiro mostra o papel social da mulher, enquanto para o homem é naturalizado ter relações extraconjugais.
 	A mulher é, muitas vezes, culpada por uma gravidez não planejada ou por adquirir doenças venéreas, não considerando a responsabilidade do homem, cabendo a ela mudar suas atitudes e comportamentos, visto que os programas de planejamento familiar estão centrados no público feminino. Esses problemas mencionados anteriormente são graves e requerem orientações por parte da família, escola e unidades de saúde para que o/a adolescente tenha práticas que não sejam nocivas à sua própria saúde.
A escola no processo de construção da identidade de gênero
	Estudos apontam que as escolas, ainda construídas com base numa pedagogia sexista e desigual, podem proporcionar a construção de diferenças entre os gêneros. A escola ainda é um espaço no qual há a reprodução da padronização de comportamentos, determinando estereótipos para os adolescentes, considerando que meninos devem ser mais ativos, racionais, agressivos, enquanto as meninas devem ser dóceis, quietas e caprichosas.

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