Buscar

Os Anormais Capitulo 1 Aula 08.01.1975

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Os Anormais – Capitulo 1
Aula de 8 de janeiro de 1975
Foucoult inicia a primeira aula do curso com a leitura de dois relatórios de exame psiquiátrico em matéria penal. O primeiro datado de 1955, conta a historia de uma mulher, seu amante e o assassinato de sua filha, que a principio teria sido assassinada por seu amante, mas que ao final ficou provado que a mulher teria assassinado a filha com suas próprias mãos. Apresenta então o exame psiquiátrico feito ao homem, que passa a chamar de personagem A., levantando a possibilidade de A ter influenciado a mulher, agora chamada personagem L, de tal forma, que a levou ao assassinato de sua filha. Nesse contexto, eis a representação de cada personagem: A, era de meio social pouco homogêneo e, filho ilegítimo, foi reconhecido mais tarde pelo pai e ganhou dois meio irmãos, crido pela mãe, uma mulher de situação duvidosa, que lhe cobrou o estudo secundário, mas A possuía traços de personalidade disforme, ao ponto de se achar um super homem, possuía traços de bovarismo, erostratismo, alcebiadismo, e dom-juanismo, pois costumava colecionar amantes. Já a mulher L, seguia-lhe os passos, absorvendo traços da personalidade de A, que a intoxicara. Falavam de cumplicidade como objetivo de atingir o extraordinário, estabelecendo assim um vinculo indissolúvel, como por exemplo matar pelo simples fato de matar, apenas para provar a capacidade de tomar a decisão. Segundo a mulher L, se A não a aceitava totalmente e também não a rejeitava integralmente, isso a motivou, o que nos remete ao grau de culpa de A. O x da questão e descobrir do ponto de vista penal, qual a responsabilidade de A, não baseado na responsabilidade moral, isso cabe ao juiz e aos jurados, mas do ponto de vista medico-legal.
O segundo relatório, parte do feito de três homens acusado de chantagem num caso sexual. Apresentando pelo menos o relatório de dois dos homens. Um chamado X, que inteleculamnete não era brilhante, nem tão pouco estúpido, de boas idéias e boa memória, homossexual desde os 12 , 13 anos, sendo vitima de zombarias no inicio em função de sua opção sexual, usando a chantagem como compensação. Acontece que X, e imoral, cínico, e falastrão. Já Y, a vitima da chantagem, deveria ser igualmente castigado, pois era idoso, rico, e não tendo nada mais a propor a X, tendo colocado numa boate de invertidos, como caixa, sendo Y amante masculino ou feminino de X. Acontece que X ama Z, e que ambos apresentavam comportamento afeminado, devendo ser castigados a viver não mais em Sodoma, e sim em Gomorra. Z, por sua vez, é um ser medíocre, do contra, boa memória, com boas idéias. Cínico e imoral, simpatizante do estupro, esperto e reticente. Preguiçoso, reconhece que foi ser homossexual por necessidades matérias, cobiça e terminou por pegar gosto pelo dinheiro, um ser repugnante. 
Todos esses relatos para chegarmos a função do exame psiquiátrico de imputabilidade penal, que era uma prática discursiva para sobrepor a medicina mental e o direito penal, que os tornariam alheios às suas próprias regras específicas, com um discurso grotesco que, tem ao mesmo tempo, o poder de matar e o poder de produzir verdade. Assim, o exame psiquiátrico exercia triplo papel, replicando tanto o delito, e montando um quadro onde são reproduzidas inúmeras características pessoais que não infringem lei alguma, mas que acabam tornando-se indícios que antecipa o delito, tanto para o réu com para o “delinqüente”, por esse exame ter reconstituído todos os “antecedentes” do réu, ele tem por efeito fazer com que o suposto autor do crime se pareça com o seu crime, antes mesmo de tê-lo cometido. Por fim, o exame psiquiátrico acaba corroborando o caráter constitutivamente criminoso da personalidade do réu, na medida em que descreve seu caráter, descrevendo assim a origem de sua de sua condutas criminosa, que carrega desde infância, o que o faz passar da situação de réu para a condição de condenado.
Os Anormais – Capitulo 2
Aula de 15 de janeiro de 1975
Nesta aula Foucault fala sobre o código penal de 1810, artigo 64, que diz que não existe crime nem delito se o individuo apresentar demência, no ato do crime, pois o exame poderia estabelecer demarcação entre a doença e a responsabilidade, causalidade patológica e liberdade do sujeito jurídico, entre terapêutica e punição, entre medicina e penalidade, entre hospital e prisão, de forma que predominou a exposição da relação tensa e dúbia que existe entre a Medicina e o Direito no que diz respeito ao julgamento da sanidade mental em matéria criminal. Uma vez, por volta de 1815-1820, um júri declarou alguém culpado, e na seqüência, solicitou que o mesmo fosse encaminhado ao hospital psiquiátrico, por o considerarem doente. Assim, Foucault lembra que no início do século XIX, o alienista passa a ter um papel no tribunal, começando então certa semelhança entre os papéis do médico e do juiz nos tribunais. Forma-se uma área limítrofe entre as duas disciplinas, representada pelos crimes para os quais não havia qualquer explicação racional e nos quais o agente não sofria influência de delírios, assim o exame possibilitaria alternativa institucional “ou prisão, ou hospital”, “ou expiação, ou cura”, por homogeneidade da reação social, logo uma medida iria punir o infrator delinqüente e a outra iria tratar o alienado doente. Uma noção clara de “perversão” juridicamente falando, e por outro lado uma noção de “perigo”, que vem do individuo perigoso, sendo para Foucault um núcleo essencial uma instituição médica-judiciária. Aqui também cabe falar sobre Ubu, ou seja, o exercício do poder através da desqualificação de quem o exerce, sendo neste contexto o perito psiquiatra, e que determina a punição de quem estiver no banco dos réus. Nesse cenário Foucault traz um exemplo de uma mãe, mulher viúva que acabara de se casar, e tinha um comercio de mercearia, achou por bem trazer de volta para o lar seu filho, um libertino que a iludiu com afã de voltar, e apesar das magoas existentes, ela mãe amorosa, concordou, porém, agora solicita autorização para interna seu filho, um delinqüente, enganador, e ladrão, que apesar de sua boa fé em abrigá-lo, e dar-lhe emprego, continuou com sua conduta criminosa, e insistia na aplicação de golpes e fraudes Previsibilidade e perigo. Daí, uma intensa onda de mudanças são propostas para a adoção de praticas medicas judiciais mais apropriadas. Primeiro, a obrigação de exame psiquiátrico realizado em todo réu levado a júri, apresentando então com o seu crime e relatório medico diante do tribunal. Segundo, existência de tribunais especiais, para menores, sendo pasada informações psicológica, social e medica do réu, por entender que o exame medico legal, deriva da medicina e não do direito. Mais alguns exemplos foram citados, como o que faziam com as pessoas portadoras de lepra, ou da peste, ilustrando o que de fato queria passar, sobre a dualidade existente entre o judiciário e a medicina legal, e as varias formas de exclusão, rejeição e “marginalização” do individuo desviante, tudo isso num cenário do século XIX, contudo, Foucault, salienta as invenções da idade clássica, com suas técnicas cientificas e industriais, de um poder agindo por inclusão, distribuição de acordo com a individualidade diferenciada, ligado a mecanismos que asseguram a formação, a acumulação do saber, conhecida com “arte de governar”, governo das crianças, dos loucos, dos pobres, e por fim dos operários. “Esse período também foi marcado pela implantação da “normalização” do domínio da sexualidade, e que segundo texto da obra de Canguilhem “ O normal e o patológico” pag.169, trata de norma e normalização social, política e técnica, com seus efeitos na educação, e suas escolas normais, de medicina , organização hospitalar e domínio da produção industrial.
Os Anormais – Capitulo 3
Aula de 22 de janeiro de 1975
Na terceira aula, Foucault apresenta as três figuras que constituem o terreno do discurso sobreo “anormal”: o monstro humano, o indivíduo a SOCIOLOGIAS 363 Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº nº 16, jul/dez 2006, p. 360-367 ser corrigido e a criança masturbadora. Segundo Foucault o “monstro humano” é aquele que constitui “(...) em sua existência mesma e em sua forma, não apenas uma violação das leis da sociedade, mas uma violação das leis da natureza” (2001, p. 69). O monstro humano combina o impossível com o proibido e, durante boa parte do medievo, serve como o grande modelo de todas as pequenas discrepâncias. Mesmo sendo o princípio de inteligibilidade de todas as formas da anomalia, o monstro é, em si, ininteligível ou dotado de uma inteligibilidade tautológica. Neste contexto, o anormal é, no fundo, um monstro cotidiano, um monstro banalizado (2001, p. 71). Já o “indivíduo a ser corrigido” é característico dos séculos XVII e XVIII e habita a família e suas relações com instituições vizinhas. Enquanto o monstro é sempre uma exceção e remonta ao domínio da teratologia, a existência do indivíduo a ser corrigido é um fenômeno normal, ele é espontaneamente incorrigível, o que demanda a criação de tecnologias para a reeducação, uma forma de “sobrecorreção” que lhe permita a vida em sociedade. A partir da figura do “indivíduo a corrigir” é possível a germinação daquilo que, no final do século XIX emergirá em meio aos domínios disciplinares como o saber sobre o crime: a criminologia. Por fim, há a figura da “criança masturbadora”, que data da passagem do século XVIII para o XIX e envolve exclusivamente a família burguesa entendida como um dispositivo de poder responsável por velar pela masturbação: “(...) o segredo universal, o segredo compartilhado por todo mundo, mas que ninguém comunica a ninguém” (2001, p. 74). A “criança masturbadora”, o “onanista” será a figura que acabará, no final do século XIX, por encobrir as demais e deter o essencial dos problemas que giram em torno da anomalia. Virtualmente qualquer patologia mental, debilidade física ou vício moral poderia ser desencadeado devido à prática do onanismo segundo o ideário médico burguês vitoriano. Embora Foucault discorra de modo mais detalhado nas aulas seguintes sobre o monstro humano e as diferentes nuances da anormalidade até o 364 SOCIOLOGIAS Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº 16, jul/dez 2006, p. 360-367 advento da figura do onanista, ele não dedica a mesma atenção ao indivíduo a corrigir
Os Anormais – Capitulo 11
Aula de 19 de março de 1975
Nesta aula Foucault tenta fechar a idéia trazida ao longo do curso, o surgimento do anormal como objeto da psiquiatria. Explica a linhagem de o anormal á partir dos três personagens: O grande Monstro, a criança masturbadora, e o individuo a ser corrigido (indócil). Ele através de mais um caso, a figura mista do monstro, do masturbador e do indócil, fora do alcance do sistema normativo de educação da época. O nascimento do anormal, como individuo de conduta desviante, bem, o caso é de um trabalhador rural da região de Nancy, que teria sido denunciado ao prefeito de sua aldeia pelos pais de uma garota, que ele teria molestado. Incriminado passou por exame psiquiátrico, feito por um medico local, em seguida encaminhado a Maréville, um grande hospício da região. Onde ficou por varias semanas, passando por exames psiquiátricos, realizados por médicos renomados. Sua ficha declara sua idade, aproximadamente 40 anos, filho natural, órfão, marginalizado, com pouca escolaridade, gostava de beber, solitário e mau remunerado, e se chamava Jouy. Segundo interrogatório feito a menina Sophie, o Jouy a fez masturbá-lo, e outra garota apenas olhava, não participou. Após o ocorrido, Jouy foi contar o fato a um camponês que passava, mas que não lhe deu impotancia. Passado algum tempo, na festa da aldeia, que o estupro, ou quase estupro ocorreu, no fosso, local que beirava a estrada, e Jouy deu uns trocados a garota, que corre e vai comprar amêndoas. e não contou nada aos pais, dias depois sua mãe descobre o ocorrido ao lavar suas roupas. A psiquiatria então resolve, com base nas evidencias do atentado aos costumes, e após variso exames psiquiátricos resolve por interná-lo em um hospício e pedir o arquivamento do caso. Foucault relembra o caso da criada que havia decapitado uma criança sem dizer uma palavra, sem explicação, ela também era camponesa, perdida, vagante, abandonada pelo marido ou amante, com vários filhos abandonados. Casos semelhantes com paisagens diferentes, Jouy era um bobo, excluído desde os 14 anos, da escola, do convívio social e dos jogos sexuais. Para Jouy o que fizera com Sophie era alo comum, corriqueiro e que ela já havia feito com outros garotos da aldeia. Segundo laudo feito e encaminhado ao juiz Jouy foi declarado juridicamente responsável pelo ato, porem sem senso moral, o que o fez agir, um pobre de espírito. O relatório do perito psiquiátrico sugeriu que a menina Sophie fosse internada em uma casa de correção até sua maior idade e Jouy reclusão em um asilo psiquiátrico.Voltando ao caso de Henriette a empregada que decapitou a criança, foi analisada e achada como pessoa de caráter repentino, patológico, constatou-se que estava menstruado quando cometeu o ato, foi intitulada de “ loucura instintiva”, delituosa. Foucault, passeia por esses casos para mostrar que os personagens do monstro, da criança masturbadora e do individuo a ser corrigido, aparecem no infrator psiquiatrizado, podendo ser um elemento patológico, sem deixar de ser prazeroso. Não sendo uma doença, uma síndrome, mas um estado geral de anomalia, que explicita o nexo causal do delito, daí a preocupação com os seguintes aspectos do infrator, o perigo que este representa, é acessível a pena, e recuperável ou curável?, sem sentido edificado jurídico, e que nos remete a um termo do século XIX, “ caça aos delinqüentes”, sendo considerado degenerado aquele portador de perigo, inacessível a pena, incurável. O que traz um a problemática psiquiátrica, antiga e ao mesmo tempo atual a cerca da hereditariedade, da ascendência da infância, no que tange a degeneração, a moral, que orquestra a anarquia social com a psiquiatrização. 
Faculdade Batista Brasileira
Direito - 1º semestre - Matutino
Resumo do Livro
Os Anormais
De
Michel Foucault
Trabalho em Equipe:
____________________________
____________________________
____________________________
____________________________
____________________________

Outros materiais