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Formação de Professores
FREIRE, Paulo. Pedagogia da 
autonomia: saberes necessários 
à prática educativa. 36. ed. São 
Paulo: Paz e Terra, 1996. 146 p. 
(Coleção Leitura)
1cafeminista@gmail.com25/03/2011
Apesar de Paulo Freire ser mundialmente reconhecido por seu
livro Pedagogia do Oprimido, vamos discutir nesse encontro
o título do seu último livro, a Pedagogia da Autonomia, de
1996, pois nessa obra o educador ratifica sua ideia-força:
somente a transformação nas relações de poder entre quem
“ensina” e quem “aprende” possibilitará um diálogo
autêntico, uma relação interativa. O fio condutor dos três
capítulos do livro é o processo de formação do educador
democrático, cujo objetivo, final, é a conquista de sua
independência, como também a do aluno
2cafeminista@gmail.com25/03/2011
A formação de professores é extremamente importante para
que se tenham subsídios que favoreçam a prática educativa em
benefício à autonomia do ser dos alunos. Para que isso ocorra,
há saberes fundamentais que o docente precisa ter
conhecimento, para poder assim, usá-los em sua prática
escolar.
O ser humano é histórico e inacabado sendo assim, ele está
pronto a aprender. No caso dos professores, isso se reflete na
necessidade de formação rigorosa e permanente.
3cafeminista@gmail.com25/03/2011
CAPÍTULO 1
Não há docência sem discência 
ENSINAR EXIGE:
• 1.1 rigorosidade metódica 
• 1.2 pesquisa 
• 1.3 respeito aos saberes dos educandos
• 1.4 criticidade 
• 1.5 estética e ética 
• 1.6 corporeificação das palavras pelo exemplos 
• 1.7 risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação 
• 1.8 reflexão crítica sobre a prática 
• 1.9 reconhecimento e assunção da identidade cultural 
4cafeminista@gmail.com25/03/2011
Não há docência sem discência 
Freire (1996, p. 22) afirma que o formando da área de educação, tem que se
convencer definitivamente desde o início de sua formação de que “ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua
produção ou a sua construção”. É neste sentido, que não há docência
(docente - professor) sem discência (discente - aluno) e nem ensinar inexiste
sem aprender e vice versa. Pois, as duas se explicam e seus sujeitos o que
aprende e o que ensina apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem
à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender. Dessa forma, deixa claro que o ensino não
depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo
apenas de aluno.
5cafeminista@gmail.com25/03/2011
1.1 rigorosidade metódica 
A rigorosidade metódica está relacionada à tarefa do educador dirigida para
reforçar a capacidade crítica dos educandos. Aproximar-se do objeto do
conhecimento com rigorosidade metódica, equivale a não aceitar
passivamente o que lhe é informado, mas ter uma atitude crítica,
questionadora diante do mesmo. Cabe ao educador não só ensinar os
conteúdos, mas também ensinar seu aluno a pensar certo, o que segundo
Paulo Freire, é exatamente não estar demasiado certo de nossas certezas, é
perceber que nosso conhecimento é histórico e pode ser superado e
modificado a qualquer hora.
6cafeminista@gmail.com25/03/2011
1.2 pesquisa 
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Freire aponta a
importância do professor ao longo de sua formação permanente, o
dever de indagar, buscar e pesquisar continuamente e não o
pesquisar do professor ser uma qualidade, uma forma de ser ou de
atuar que se acrescente à de ensinar.
Já o estímulo do ato de pesquisar do professor para o aluno, deve
contar com o respeito ao seu senso comum no processo de sua
necessária superação quanto a sua capacidade criadora.
7cafeminista@gmail.com25/03/2011
1.3 respeito aos saberes dos educandos
O aluno ao adentrar na escola, tem que ter respeitado
seus saberes socialmente construídos na prática
comunitária e o professor tem que discutir com eles
a razão de ser, de alguns desses saberes já
apreendidos, em relação ao ensino dos conteúdos
escolares. O professor aproveita assim a experiência
obtida de seus alunos fora da escola.
8cafeminista@gmail.com25/03/2011
1.4 criticidade 
Não há criatividade sem curiosidade. Para Freire, não
se dá automaticamente a promoção da ingenuidade
para a criticidade. Curiosidade ingênua que vem do
saber da pura experiência feito não se diferencia da
curiosidade epistemológica. A superação da primeira
para a segunda se dá quando continua a ser curiosidade
se criticiza.
9cafeminista@gmail.com25/03/2011
1.5 estética e ética
A prática educativa tem der ser, em si, um testemunho rigoroso
de decência e de pureza. Tomemos cuidado com os desvios
fáceis com que somos tentados.
Fizemo-nos seres éticos porque tornamos capazes de comparar,
de valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper. O
ensino de conteúdos não pode ser alheio à formação moral do
educando, pois educar como exercício educativo constitui-se em
formar e não em treinamento técnico.
10cafeminista@gmail.com25/03/2011
1.6 corporeificação das palavras pelo exemplo
De pouco ou quase nada valem à falta as
palavras de corporeidade de exemplos. Pensar
certo é fazer certo. A postura do professor é
importante para o aluno, precisa ter segurança
na argumentação tendo uma prática
testemunhal que re diz em lugar de desdizê-lo.
11cafeminista@gmail.com25/03/2011
1.7 risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer 
forma de discriminação 
É próprio do pensar certo, a disponibilidade ao risco, a aceitação do
novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o
critério de recusa ao velho não é apenas cronológico.
A prática preconceituosa de raça, classe e de gênero ofende a
substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia.
A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser
humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se
comunica e a quem comunica, produzir sua compreensão do que vem
sendo comunicado.
12cafeminista@gmail.com25/03/2011
1.8 reflexão crítica sobre a prática 
Não é a partir do pensar certo, como um dado, que se conforma a
prática docente crítica, mas sabe também que sem ela não se funda
aquela. Por isso, é fundamental que na prática da formação
docente, o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar
certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de
professores iluminados intelectuais escrevem desde o centro do
poder, mas, pelo contrário, o pensar certo que supera o ingênuo
tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o
professor formador.
13cafeminista@gmail.com25/03/2011
1.9 reconhecimento e assunção da identidade 
cultural 
O professor tem que propiciar condições em que os
educandos em suas relações uns com os outros e todos
com o professor ensaiam a experiência profunda de
assumir-se. Assumir-se como ser social, histórico,
pensante, comunicante, transformador, criador,
realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é
capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz
de reconhecer-se como objeto.
14cafeminista@gmail.com25/03/2011
CAPÍTULO 2
Ensinar não é transferir conhecimento
ENSINAR EXIGE:
• 2.1 consciência do inacabamento
• 2.2 reconhecimento de ser condicionado
• 2.3 respeito à autonomia do ser educando
• 2.4 bom senso
• 2.5 humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores
• 2.6 apreensão da realidade
• 2.7 alegria e esperança
• 2.8 convicção de que a mudança é possível
• 2.9 curiosidade
15cafeminista@gmail.com25/03/2011
Ensinar não é transferir conhecimentoEnsinar é dar oportunidade ao educando de desenvolver
suas capacidades. É criar espaço para pesquisa,
aprendendo a aprender, tornando assim, educador e
educando parceiros na construção da aprendizagem.
Ensinar é ter esperança, tolerância, alegria e respeito mútuo
entre educador e educando. A aprendizagem é construída ao
longo de uma caminhada que não terá fim, a cada dia o
indivíduo aprende um com o outro.
16cafeminista@gmail.com25/03/2011
2.1 consciência do inacabamento
O inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da
experiência vital, onde há vida, há inacabamento. A
diferença entre um ser inacabado e o ser determinado é
que o primeiro muito embora seja condicionado, tem
consciência do inacabamento. O ser inacabado sabe que a
passagem pelo mundo não é pré-determinada, pré-
estabelecida, e o seu “destino” não é um dado, mas algo que
precisa ser feito e de sua própria responsabilidade.
17cafeminista@gmail.com25/03/2011
2.2 reconhecimento de ser condicionado
Somos seres condicionados, mas conscientes do
inacabamento, e, por isso, sabemos que podemos ir além dele.
Nossa presença no mundo não é a de quem nele se adapta, mas
a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não
ser apenas objeto, mas sujeito também da História. Assim
como as barreiras são difíceis para o cumprimento de nossa
tarefa histórica de mudar o mundo, sabemos também que os
obstáculos não se eternizam.
18cafeminista@gmail.com25/03/2011
2.3 respeito à autonomia do ser educando
O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é
um imperativo ético e não um favor que podemos ou
não conceder uns aos outros. O professor que
desrespeita a curiosidade do educando, seu gosto
estético, sua inquietude, a sua linguagem, e que o
ironiza, que se isenta do cumprimento de seu dever de
ensinar, de estar respeitosamente presente à
experiência formadora do educando, transgride os
princípios fundamentalmente éticos de nossa
existência.
19cafeminista@gmail.com25/03/2011
2.4 bom senso
O professor necessita ter esse saber porque ele tem uma importância enorme na
avaliação que, a todo instante, devo fazer de minha prática.
Autoridade não pode ser entendida como autoritarismo. O professor tem que
entender, em certas ocasiões, pontos falhos do aluno. Ao invés de reprimi-lo,
tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância. O exercício do bom senso,
com o qual só temos o que ganhar, se faz no corpo da curiosidade. Neste
sentido, quanto mais pomos em prática de forma metódica a nossa capacidade
de indagar, de comparar, de duvidar, de aferir, tanto mais eficazmente curiosos
nos podemos tornar e mais crítico se pode fazer o nosso bom senso.
20cafeminista@gmail.com25/03/2011
2.5 humildade, tolerância e luta em defesa dos 
direitos dos educadores
A luta dos educadores em defesa de seus direitos como o de salário
mais digno deve ser vista como um dever irrecusável e uma busca
pela dignidade. O professor deve cultivar a humildade e a
tolerância ao respeitar à pessoa do educando, à sua curiosidade e à
sua timidez. O educador precisa aprender a conviver com o
diferente, a desenvolver a amorosidade aos educandos com que ele
se compromete e ao próprio processo formador do qual faz parte. O
desgostar pela educação não me dá o direito de exercê-la mal e
sim, a humildade de até mesmo abandoná-la.
21cafeminista@gmail.com25/03/2011
2.6 apreensão da realidade
O mínimo que se espera de um professor é uma formação básica
(na sua especialidade) e saberes ligados à atividade docente, que lhe
permita se mover com clareza e segurança no desempenho de sua
prática. Por outro lado, a nossa capacidade de aprender, da qual
decorre a de ensinar, implica a nossa habilidade de apreender a
substantividade do objeto ou conteúdo aprendido, ou seja, nos
possibilita construir, reconstruir, constatar para mudar, em
contraposição à memorização mecânica do objeto ou conteúdo, tão
presente nas escolas e que não caracteriza aprendizado verdadeiro.
22cafeminista@gmail.com25/03/2011
2.7 alegria e esperança
O envolvimento de qualquer professor com sua prática educativa não deve nunca
deixar de ser feito com alegria e, sobretudo, com esperança. A esperança de que
juntos, professor e alunos, podem aprender, ensinar, inquietar-se, produzir e
resistir aos obstáculos da alegria.
Por isso, precisa ser combatido efetivamente as razões objetivas que causam
desesperanças às pessoas. A realidade não é inexoravelmente esta que nos
encontramos; está sendo esta, como poderia ser outra e é para que seja outra que
precisamos lutar. Precisamos, pois, sair da passividade – que fazer? A realidade é
assim mesmo – uma vez que o amanhã não é algo pré-dado, mas um desafio, um
problema, uma possibilidade e, portanto, não podemos nem devemos nos eximir da
luta.
23cafeminista@gmail.com25/03/2011
2.8 convicção de que a mudança é 
possível
Decerto a existência humana não se dá no domínio da determinação, pois se assim
fosse, não faria sentido se falar de opções, de decisão, de liberdade, de ética.
Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra,
constatando apenas. A acomodação do ser humano deve ser somente caminho
para a sua inserção, que implica decisão, escolha, intervenção na realidade.
Com efeito, nós educadores, precisamos acreditar que a mudança é difícil, mas
é possível, que é preciso mudar, que devemos, para tanto, programar nossa ação
político-pedagógica, a partir da leitura de mundo que precede sempre a leitura
da palavra que os educandos fazem de seu contexto imediato, respeitando seus
saberes já adquiridos.
24cafeminista@gmail.com25/03/2011
2.9 curiosidade
Como professor, devo saber que sem a curiosidade que me move, que me
inquieta, não aprendo nem ensino. É ela que faz
perguntar, conhecer, atuar, mais perguntar, re-conhecer. O exercício da
curiosidade convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade
de conjecturar, de comparar, na busca da perfilização do objeto ou do
achado de sua razão de ser. Satisfeita uma curiosidade, a capacidade de
inquietar-me e buscar continua em pé. Não haveria existência humana sem
a abertura de nosso ser ao mundo, sem a transitividade de nossa
consciência.
25cafeminista@gmail.com25/03/2011
CAPÍTULO 3
Ensinar é uma especificidade humana
ENSINAR EXIGE:
• 3.1 segurança, competência profissional e generosidade
• 3.2 comprometimento
• 3.3 compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo
• 3.4 liberdade e autoridade
• 3.5 tomada consciente de decisões 
• 3.6 saber escutar
• 3.8 disponibilidade para o diálogo
• 3.9 querer bem aos educandos
26cafeminista@gmail.com25/03/2011
Ensinar é uma especificidade humana
Para que o professor tenha autoridade, competência e
liberdade na condução de suas aulas são necessário
segurança, conhecimento e generosidade. Só assim,
nascerá um clima de respeito mútuo e disciplina saudável
entre a autoridade docente e as liberdades dos alunos.
Homens e mulheres são seres programados para aprender.
.
27cafeminista@gmail.com25/03/2011
3.1 segurança, competência profissional e 
generosidade
A segurança com que a autoridade docente se move implica
uma outra, a que se funda na sua competência profissional.
Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta
competência. O professor que não leve a sério sua
formação, que não estude, que não se esforce para estar à altura
de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades
de sua classe. A incompetência profissional desqualifica a
autoridade do professor. A generosidade é indispensável à
autoridade em suas relações com as liberdades dos educandos.
28cafeminista@gmail.com25/03/20113.2 comprometimento
Ensinar exige comprometimento, sendo necessário que se aproxime
cada vez mais os discursos das ações, pois afinal, o professor é o
exemplo para os alunos. O docente deve querer bem aos alunos, e
isso significa ter uma aproximação cada vez maior entre o que digo
e o que faço entre o que pareço ser e o que realmente estou sendo.
Ele pode dizer não sabe para algum questionamento do aluno, mas
precisará buscar a resposta, pois não poderá afirmar seguidamente
que não sabe. Sendo professor, é necessário conhecer o que ocorre
no espaço escolar e estar ciente de que a sua presença não passa
despercebida pelos alunos.
29cafeminista@gmail.com25/03/2011
3.3 compreender que a educação é uma forma de 
intervenção no mundo
O conhecimento que o professor deve passar ao aluno, não dever ser
usado, apenas para que o aluno adquira o saber reproduzido pela
ideologia dominante, mas muitas das vezes, este conhecimento deve levar o
aluno a assumir opiniões contraditórias a essas ideologias e que o mesmo
tome uma posição. O que a educação jamais pode assumir, é o papel da
neutralidade, pois ela pode implicar tanto o esforço da reprodução da
ideologia dominante quanto o seu desmascaramento.
30cafeminista@gmail.com25/03/2011
3.4 liberdade e autoridade
O educador tem um grande problema quando se trata de liberdade, pois ela está
ligada a necessidade do limite e de exercício de decisões. Segundo Freire, é
decidindo que se aprende a decidir e faz parte do aprendizado da decisão, a
assunção das consequências do ato de decidir. Sendo assim, ninguém é sujeito da
autonomia de ninguém. O individuo vai conquistando sua autonomia
diariamente, não sendo conquistada de um dia para o outro.
A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser. É
neste sentido, que o professor ao trabalhar com uma pedagogia da autonomia centra
seu trabalho em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade,
experiências estas respeitosas da liberdade.
31cafeminista@gmail.com25/03/2011
3.5 tomada consciente de decisões 
Esse saber necessário à prática educativa acaba por voltar
na questão central do texto, de que a educação é uma
especificidade humana e um ato de intervenção no
mundo.
Para Freire, quem não toma decisões por si mesmo,
acaba tomando uma atitude de neutralidade escondendo
assim, sua opção ou até mesmo tendo medo de acusar a
injustiça.
32cafeminista@gmail.com25/03/2011
3.6 saber escutar
Ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender
não é memorizar o perfil do conteúdo transmitido no discurso do
professor. Um educador não deve falar para o educando, mas sim
com ele, e isso só é possível quando o educador sabe escutar.
Porém, a escuta não deve ser passiva, onde o escutar exija de quem
realmente escuta sua redução ao outro que fala, isto seria auto
anulação e não escuta. A verdadeira escuta não diminui em mim, em
nada, a capacidade de exercer o direito de discordar, de me opor, de
me posicionar ativamente.
33cafeminista@gmail.com25/03/2011
3.7 reconhecer que a educação é 
ideológica
Ensinar exige também, reconhecer que a educação é
ideológica, e para isso, os professores precisam ser
críticos diante dos acontecimentos. No fundo, a ideologia
tem um poder de persuasão indiscutível. O discurso
ideológico nos ameaça de anestesiar a mente, de
confundir, das coisas, dos acontecimentos. Não podemos
escutar, sem um mínimo de reação crítica, discursos como
este: "Maria é negra, mas é bondosa e competente.”.
34cafeminista@gmail.com25/03/2011
3.8 disponibilidade para o diálogo
Como professor não devo poupar oportunidade para testemunhar aos
alunos a segurança com que me comporto ao discutir um tema, ao analisar
um fato, ao expor minha posição em face de uma decisão governamental.
Minha segurança não repousa na falsa suposição de que sei tudo, de que
sou o maior. Minha segurança se funda na convicção de que sei algo e de
que ignoro algo a que se junta a certeza de que posso saber melhor o que
já sei, conhecer o que ainda não sei. Minha segurança se alicerça no
saber confirmado pela própria experiência de que, se minha inconclusão,
de que sou consciente, atesta, de um lado, minha ignorância, me abre, de
outro, o caminho para conhecer.
35cafeminista@gmail.com25/03/2011
3.9 querer bem aos educandos
O docente precisa estar aberto ao gosto de quer bem aos educandos e à
própria prática educativa que participa. Não é um querer bem que obriga a
gostar igualmente de todos os alunos, mas não ter medo de expressar sua
afetividade. Afetividade esta que não deve interferir no cumprimento
ético de seu dever de professor no exercício de sua autoridade. A prática
educativa vivida com afetividade e alegria não prescinde a da formação
científica, pois ela é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica,
domínio técnico a serviço da mudança ou lamentavelmente, da
permanência do hoje.
36cafeminista@gmail.com25/03/2011
37cafeminista@gmail.com25/03/2011

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