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EA
D
O Homem Ser Cultural
8
Prof. Artieres Estevão Romeiro
Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanos Piva
Objetivos
•	 Entender	a	relação	existente	entre	educação	e	cultura.
•	 Analisar	a	dimensão	de	interioridade	da	cultura	pessoal.
•	 Pensar	e	entender	que	a	cultura	brota	do	espírito	do	ho-
mem	e	que	ele	também	é	o	destinatário	da	cultura.
•	 Compreender	que	a	pergunta:	“o	que	é	o	homem?”	de-
penderá	a	configuração	da	cultura.
Conteúdos programáticos
•	 Conceito	de	cultura.
•	 O	homem	ser	 cultural,	 determinado	e	determinante	da	
cultura.	
© Antropologia, Ética e Cultura230
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Orientações para o estudo dos conteúdos 
Esta	 disciplina	 tem	 como	 principal	 referência	 o	 estudo	 da	
obra:
MONDIN,	 Battista.	Definição filosófica da pessoa humana.	
Tradução	de	Ir.	Jacinta	Turolo	Garcia.	Bauru:	Edusc,	1998.
1. INTRODUÇÃO
Nesta	primeira unidade,	iremos	estudar	uma	das	dimensões	
centrais	do	projeto	político	pedagógico	do	Claretiano:	o	homem	
ser	 cultural.	 Prepare-se	 para	 fazer	 uma	 viagem	 pessoal	 rumo	 à	
compreensão	de	como	o	nosso	projeto	pedagógico	se	articula	com	
sua	existência.	
Esta	disciplina	não	visa	apenas	transferir	 informações,	mas	
também	quer	favorecer	uma	compreensão	integral	do	ser	huma-
no,	que	deve	ser	refletida	em	todos	os	nossos	processos	educati-
vos	e	na	vida	de	cada	um.
O	conhecimento	é	inerente	a	todo	homem	e	mulher.	Todos	
desejam	 conhecer,	 descortinar	 e	 descobrir	 o	mundo.	 Em	 nosso	
dia-a-dia,	buscamos	informações	sobre	as	coisas	que	nos	rodeiam.	
Conhecer	é	uma	necessidade	para	o	ser	humano.	
Contudo,	dentre	os	objetos	de	estudo,	há	alguns	que	deve-
riam	preceder	todo	conhecimento:	tratam-se	do	conhecimento	de	
si	e	do	conhecimento	acerca	do	ser	humano.	
No	 Centro	 Universitário	 Claretiano,	 conhecer	 o	 ser	 huma-
no	é	uma	necessidade	primordial	para	que	alcancemos	o	êxito	de	
nossa	proposta	educativa.
O	educador	Claretiano	além	de	ser	um	estudioso,	ou	expert	
em	diversos	 conhecimentos	 deve	 ter	expertise	 em	 ser	 humano.	
Deve	conhecer	e	amar	a	pessoa	e	ser	capaz	de	conduzi-la,	de	for-
ma	integral,	ao	processo	educativo,	formando-a	para	a	vida.
231© O Homem Ser Cultural
Desde	a	infância	até	a	morte,	buscamos	interpretar	o	mun-
do,	 e	 nossos	 sentidos	 impõem-nos	 tal	 necessidade	 obrigatoria-
mente.	O	ser	humano	é	um	ser	aberto,	um	ser	de	relação,	um	ser	
que	 transcende	as	 limitações	de	 tempo	e	do	espaço	e,	por	 isso,	
quer	ir	além,	deseja	transcender.
Diante	do	conhecer	o	mundo	e	do	significar	e	re-significar	da	
existência,	o	ser	humano	pergunta-se	sobre	o	que	são	as	coisas,	
e,	antes	disso,	pergunta-se	o	que	é	o	seu	próprio	ser.	O	que	é	o	
homem?
Tal	pergunta	é	realizada,	a priori,	a	qualquer	conhecimento.	
Responder	às	perguntas	“o	que	é	o	homem?”	e	“qual	sua	natureza	
e	 finalidade?”	é	de	fundamental	 importância	para	qualquer	tipo	
de	educação	ou	concepção	de	mundo.
Para	nós:		
Existe	uma	atividade	superior	que	é	realmente	totalizadora,	porque	
abarca	 todas	 as	 atividades	 indicadas	 por	Hegel,	 Comte,	 Cassirer,	
Croce	e	Pannenberg,	a	ela	nós	chamamos	de	cultura.	De	fato	ela	
abraça	todos	os	produtos	que	são	frutos	da	iniciativa	e	da	genia-
lidade	do	homem.	De	fato	ela	abarca	todos	os	produtos	especifi-
camente	humanos.	Segundo	uma	das	definições	mais	comuns,	a	
cultura	é	o	conjunto	de	todas	as	atividades	e	de	todos	os	produtos	
que	são	frutos	da	iniciativa	e	da	genialidade	do	homem	(PROJETO	
EDUCATIVO	CLARETIANO,	s/d.,	p.	5).
Todo	o	nosso	conhecimento	será	determinado	pela	visão	de	
ser	 humano	 que	 temos.	 Dessa	 forma,	 torna-se	 fundamental	 ao	
educador	ter	clareza	epistemológica	acerca	do	ser	humano.	Esse	é	
um	pressuposto	que	certamente	qualificará	e	determinará	toda	a	
abordagem	do	conhecimento,	bem	como	as	relações	pessoais	e	as	
formas	de	transcendência.
Nesta	unidade,	abordaremos,	portanto,	a	dimensão	cultural	
do	 ser	 humano,	 ou	 seja,	 buscaremos	 compreender	 como	 o	 ho-
mem	determina	e	é	determinado	pela	cultura.
Bons	estudos!
© Antropologia, Ética e Cultura232
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
2. O HOMEM SER CULTURAL
Há	várias	formas	de	definir	o	homem.	Cada	ciência	tem	uma	
maneira	peculiar	de	descrever	e	qualificar	o	ser	humano.	Entretan-
to,	cada	uma	dessas	formas	depende	de	uma	categoria	anterior,	
primeva,	à	cultura.	É	no	seio	da	cultura	que	brota	cada	uma	das	
ciências.
A cultura, nesse sentido, é a síntese entre a natureza e a história.
A	concepção	naturalista	de	homem	define	o	ser	humano	en-
quanto	produto	da	natureza,	 determinado	por	 ela	 e	 totalmente	
dependente	dela.	Outra	concepção	comum	é	a	historicista,	a	qual	
considera	o	ser	humano	como	produto	de	si	mesmo,	como	artífice	
de	toda	vida.	
Há	uma	justa	medida	para	a	antítese	naturalismo	versus	his-
toricismo,	que	trata	da	concepção	de	homem	como	ser	cultural,	
ou	seja,	da	síntese	entre	determinações	naturais	e	autoconstrução	
histórica.
A	cultura	não	é	uma	roupa	que	se	vista	ou	se	dispa	ao	próprio	pra-
zer,	não	é	qualquer	coisa	acidental	ou	secundária,	mas	é	um	ele-
mento	constitutivo	da	essência	do	homem,	ela	faz	parte	da	natu-
reza	humana.	Sem	a	cultura	não	é	possível	existir	nem	a	pessoa	
individualmente,	nem	o	grupo	social	(PROJETO	EDUCATIVO	CLARE-
TIANO,	s/d.,	p.	4).	
É	 preciso	 considerar	 que	 a	 dimensão	 somática	 e	 biológica	
determina	o	homem,	visto	que	é	impossível	a	qualquer	ser	huma-
no	não	sentir	frio,	fome	e	sede.	Dessa	forma,	há	leis	genéticas	e	
biológicas	gerais,	das	quais	nenhum	ser	humano	pode	esquivar-se.	
Contudo,	há,	também,	possibilidades	psíquicas,	que	possibilitam	o	
uso	da	liberdade	de	forma	a	cultivar	e	transformar	a	realidade	que	
nos	cerca.	
233© O Homem Ser Cultural
Logo,	 o	 ser	 humano	 pode	 ser	 artífice	 de	 si	 mesmo,	 pode	
construir	sua	forma	de	ser	no	mundo.
A	cultura,	portanto,	é	o	conceito	e	a	estrutura	mais	abran-
gente	 para	 a	 compreensão	 de	 qualquer	 concepção	 de	 homem,	
pois	dela	depende	toda	possibilidade	de	expressão	individual	ou	
coletiva	da	espécie	humana.	É	a	cultura	que	nos	diferencia	dos	de-
mais	 animais,	 uma	vez	que	abraça	 todas	 as	dimensões	do	 fazer	
humano	 (razão,	 vontade,	 liberdade,	 linguagem,	 técnica,	 religião,	
arte).	
O	homem	não	é	somente	o	sujeito	ativo	da	cultura,	mas	também	o	
sujeito	passivo;	ele	não	é	só	artífice,	mas	também	o	produto	princi-
pal.	Devemos,	de	fato,	reconhecer	que	a	tarefa	primeira	e	principal	
da	cultura	não	é	construir	casas,	carros,	trens,	navios,	aviões,	com-
putadores,	bombas	etc.,	 em	outras	palavras,	 construir	o	mundo.	
Sua	tarefa	principal	é	construir	o	homem,	um	projeto	de	humanida-
de	que	seja	adequado	à	dignidade	e	à	exigência	da	pessoa	humana	
(PROJETO	EDUCATIVO	CLARETIANO,	s/d.,	p.	5).
Desse	modo,	 cada	cultura,	à	 sua	maneira,	 traz	um	projeto	
de	construção	e	promoção	do	ser	humano.	Portanto,	“o	objetivo	
primário	da	cultura	é	promover	a	realização	da	pessoa”	(PROJETO	
EDUCATIVO	CLARETIANO,	 s/d.,	 p.	 5).	 Por	 essa	 razão,	 a	definição	
primeira	de	homem	é	ser	cultural.
3. CULTURA E EDUCAÇÃO
A	educação	é	um	elemento	social	que	visa	transmitir	 todo	
patrimônio	 cultural	 desenvolvido	 pelas	 gerações	 anteriores.	 As-
sim,	ao	mesmo	tempo	em	que	repassa	inúmeros	conhecimentos,	
promove	a	possibilidade	de	que	cada	indivíduo	avance	criando	no-
vas	nuances	ou	críticas	à	cultura.
Já	a	educação	Claretiana	visa	à	formação	integral	do	homem,	
de	forma	que,	pela	cultura	e	na	cultura,	cada	indivíduo	seja	um	ser	
responsável,	livre	e	autônomo,	capaz	de	ser	agente	comprometido	
com	a	vida	e	vida	em	abundância.	
© Antropologia, Ética e Cultura234
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Nesse	sentido,	todos	os	elementos	culturais	transmitidos	pe-
los	mecanismos	culturais	de	educação	devem	ter	para	o	educador	
Claretiano	a	mesma	finalidade:	levar	o	ser	humano	à	plenitude,	de	
maneira	que	todos	os	saberes	devem	estar	articulados	com	a	vida,	
com	a	existência	da	sociedade	e	de	cada	um.
4. CONSIDERAÇÕES
Ao	discutirmos	cultura,	devemos	ter	em	mente	a	noção	de	
diversidade	cultural,	ou	seja,o	fato	de	que,	diante	da	multiplicida-
de	de	povos	e	culturas,	cada	uma	deve	ser	respeitada.
Observe	que	não	se	trata	de	propor	uma	ética	de	tolerância,	
mas	de	compreender	que	existe	uma	multiplicidade	dos	produtos	
e	das	 relações	 culturais.	 Tolerar	 significa	 suportar	aquilo	de	que	
não	se	gosta.
Nossa	discussão	sobre	cultura	visa	promover	a	compreensão	
de	que	o	ser	humano	é	um	valor	em	si.	Ele	carrega	uma	dignidade	
natural	independentemente	da	cultura	a	qual	pertença.
Nossa	comunidade	educativa	deve,	portanto,	ter	uma	con-
cepção	ampla	de	cultura	e	aberta	para	acolher	a	pluralidade	ou	a	
multiplicidade	cultural	do	Brasil	e	do	mundo.	
Vale	 salientar	 que,	 em	 nosso	 cotidiano,	 já	 vislumbramos	
exemplos	significativos	de	promoção	da	vida	e	da	cultura	huma-
na	com	as	interações	entre	professores,	alunos	e	funcionários	de	
vários	estados	do	Brasil,	como	é	o	caso	de	Rondônia,	Goiás,	Minas	
Gerais,	 Paraná	 e	Distrito	 Federal;	 além	das	 parcerias	 e	 contatos	
com	comunidades	educativas	Claretianas	da	Argentina,	do	Chile	e	
da	Colômbia:	povos	com	culturas	diferentes,	porém	unidos	para	a	
promoção	da	educação	de	pessoas	mais	livres,	fraternas	e	huma-
nas.
O	princípio	educativo	do	diálogo	é	o	caminho	que	possibilita	
uma	compreensão	ampla	e	abrangente	de	cultura.
235© O Homem Ser Cultural
Na	próxima	unidade,	 vamos	 refletir	 sobre	o	homem	como	
ser	livre.	
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASSIRER,	Ernst.	Antropologia filosófica:	ensaio	sobre	o	homem.	São	Paulo:	Mestre	Jou,	
1977.
______.	Ensaio sobre o homem.	São	Paulo:	Martins	Fontes,	1994.
EAGLETON,	Terry.	A idéia de cultura.	São	Paulo:	Unesp,	2005.
FAETHERSTONE,	Mike.	O desmanche da cultura global.	Globalização,	pós-modernidade	e	
identidade.	São	Paulo:	Studio	Nobel,	1997.	
GOMBRICH,	Ernest	Hans.	Para uma história cultural.	Lisboa:	Gradiva,	1994.
JAMESON,	Frederic.	Estudios culturales:	reflexiones	sobre	el	multiculturalismo.	Buenos	
Aires:	Paidòs,	1998.
LARAIA,	Roque.	Cultura:	um	conceito	antropológico.	Rio	de	Janeiro:	Zahar,	2007.
MONDIN,	Battista.	Definição filosófica da pessoa humana.	Tradução	de	Ir.	Jacinta	Turolo	
Garcia.	Bauru:	Edusc,	1998.
______.	O homem, quem é ele?	Elementos	de	antropologia	filosófica.	São	Paulo:	Paulus,	
2005.
PROJETO	EDUCATIVO	CLARETIANO.	Batatais:	Claretiano,	s/d.
RABUSKE,	E.	A.	Antropologia filosófica.	Petrópolis:	Vozes,	2003.	
6. E-REFERÊNCIAS
YOUTUBE.	Povo tupi e rituais de antropofagia.	 Disponível	 em:	 <http://www.youtube.
com/watch?v=3JmQmHTrXaQ&feature=related>.	Acesso	em:	10	set.	2008.	
______.	Cavalhada Pirenópolis.	Disponível	em:	<http://www.youtube.com/watch?v=Gs
U24s3JPlI&feature=related>.	Acesso	em:	10	set.	2008.

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