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Medindo saúde e doença – parte 1 EPIDEMIOLOGIA GERAL UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Maria Regina Fernandes de Oliveira Pedro Luiz Tauil Elisabeth Carmen Duarte Margarita Urdaneta Medir saúde e doença? O quê? Como? Por quê? Quando? Em todo o mundo: • ~ 800.000 pessoas cometem suicídio a cada ano – uma morte a cada 40 segundos – Suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos • Em 2015, foram estimados 10,4 milhões de novos casos de Tuberculose e 1,8 milhão de mortes Medindo saúde e doença Fonte: www.who.int – 2017 É o estudo da distribuição dos eventos de saúde e dos determinantes desses eventos, na população Epidemiologia Fonte da imagem: http://ciencias- naturais9.blogspot.com.br/2014/10/indicadores-de-saude-da- populacao.html A epidemiologia ocupa-se da freqüência e do padrão de eventos de saúde na população • Freqüência – Quantificação por meio de medidas/indicadores • Padrão – Tempo Quando? – Lugar Onde? – Pessoa Quem? Epidemiologia DADOS BRASILEIROS • A taxa de mortalidade geral do Brasil em 2015 foi de 6,1 mortes por 1.000 hab*. • Em 2013, o SUS registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito sendo 88.682 com motociclistas. Desses, 78,76% das vítimas são homens, na faixa etária de 20 a 39 anos. ** *(fonte: IBGE; http://brasilemsintese.ibge.gov.br/populacao/taxas-brutas-de-mortalidade.html. Consulta em agosto de 2017) ** (fonte: Mnistério da Saúde. http://www.blog.saude.gov.br/35535-brasil-e-o-quinto-pais-no-mundo-em-mortes-por- acidentes-no-transito.html. Consulta em agosto de 2017). Medindo saúde e doença DADOS BRASILEIROS • No Brasil, no período de 2005 a 2014: – Em média, ao ano, 72 mil casos novos de tuberculose – Coeficiente de incidência, foi de 33,8 por 100 mil hab. em 2014* *(fonte: MS. Saúde Brasil 2014) Medindo saúde e doença INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS • Conceito “Medidas - contadas ou calculadas*- capazes de ‘revelar’ uma situação de saúde” * São construídos a partir de observações quantitativas Merchán-Hamman E, Tauil PL, Costa, MP. Terminologia das Medidas e Indicadores em Epidemiologia: Subsídios para uma possível nomenclatura. Informe Epidemiológico do SUS 2000; 9 (4): 273 - 284 TIPOS DE MEDIDAS/INDICADORES • Números absolutos • Números relativos ou “relativizados” – Proporções » Coeficientes ou taxas – Razões – Índices – Odds INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS • Números absolutos – Ex.: contagem do nº de casos novos, num período - incidência - de um evento de saúde- doença • Nº de casos novos de Febre por Ebola em 2014 – Ex.: contagem do nº de pessoas expostas a um hábito - prevalência • Nº de fumantes numa comunidade INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS • Números absolutos • Podem expressar a extensão e evolução de um problema • Limitados para comparações Ex. Numero de casos de HIV/aids no Brasil, comparado com o numero de casos de HIV/aids em Barbados • Úteis para propósitos de planejamento Ex. Estimativa de número de vacinas para imunização de crianças - número absoluto de nascidos vivos por ano TIPOS DE MEDIDAS/INDICADORES • Números absolutos • Números relativos ou “relativizados” • Números relativos – Proporções • Coeficientes ou taxas – Razões – Índices – Odds INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS • Risco: é a probabilidade de um evento ocorrer • O evento é uma mudança de status: – de saúde para doença, de morte, de ter um efeito adverso • Incidência INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS • Proporção: numerador de uma fração é um sub-conjunto do denominador dessa fração - o numerador está contido no denominador • Expressa uma probabilidade • Pode ou não expressar risco INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS • Proporção - em geral em percentagem –Mortalidade proporcional por causa –Mortalidade proporcional por sexo –Mortalidade proporcional por faixa etária –Proporção de partos cirúrgicos –Proporção de RN de baixo peso INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Mortalidade proporcional por causa Fonte: Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2010. Proporção de partos cirúrgicos • INDICADOR DE SWAROOP-UEMURA • Mortalidade proporcional • Mede a porcentagem de pessoas que morrem com 50 anos ou mais, em relação ao total de óbitos Nº de óbitos em pessoas de 50 anos x 100 Total de óbitos INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS http://www.japaoemfoco.com/ Coeficientes ou Taxas • Expressam eventos no tempo – um momento no tempo ou no decorrer de um tempo • Podem expressar risco - eventos incidentes Mortalidade Morbidade INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Coeficientes ou Taxas Mortalidade • Coefic. mortalidade geral • Coefic. mortalidade geral por causas • Coefic. mortalidade infantil INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Registro do óbito • Direito Civil - Registro assegura juridicamente a realidade da morte – Rompem-se laços do indivíduo com a sociedade – Continuam a existir direitos materiais relativos ao patrimônio • Saúde - Estudo das mortes segundo diversas variáveis – Idade, gênero, cor, estado civil, naturalidade – Causa exata da morte Bloco VI Declaração de óbito - Condições e causa do óbito • Este bloco destina-se a qualificar as condições e causas que provocaram o óbito. Contempla o modelo internacional de Atestado de óbito adotado pela organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1948. Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM 1948 – “Modelo Internacional de Atestado de Óbito” 1950 – Brasil implanta esse modelo, mas os dados de identificação e outros informes não eram padronizados 1975 - Desenvolvimento e implantação do SIM - Estipulou modelo único da DO - Definiu fluxo dos documentos - Definiu prioridades a serem computadas 1991 - INFORMATIZAÇÃO DO SISTEMA – em rede Registro de óbitos • OMS - 1950 – Morte • É o desaparecimento permanente de todo sinal de vida em um momento qualquer depois do nascimento vivo ou cessação dos sinais vitais sem possibilidade de ressuscitação – Morte fetal • Morte do produto da concepção antes da expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez • Coefic. mortalidade geral • Risco de qualquer pessoa da população tem de morrer, em determinado local e ano Nº de óbitos totais no tempo X e local Y x 10n População na mesma área e período • Brasil: 6,1 mortes por 1.000 hab. 2015 INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS • Coefic. mortalidade geral por causas • Risco de uma pessoa de determinada população de morrer por uma determinada doença ou agrupamento de doenças Nº de óbitos por tal doença no tempo X e local Y x 10n população na mesma área e período • Taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares no Brasil, em 2008: 51,6/100.000 habitantes INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Fonte: Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2009 Coeficiente de mortalidade geral por causas • Coefic.mortalidade infantil • Risco de uma criança nascida viva morrer antes de completar 1 ano de idade • Indicador sensível que permite avaliar as condições de vida e saúde de uma comunidade INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Nº de óbitos em menores de 1 ano__ x 103 Nº de nascidos vivos na mesma área e período INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Coeficiente de mortalidade infantil • OMS 1950 – Nascimento vivo é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independente da duração da gestação, de um produto de concepção que, depois dessa separação, respira ou manifesta outro qualquer sinal de vida, tal como batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou contração efetiva de algum músculo de contração voluntária, haja ou não sido cortado o cordão umbilical e esteja ou não desprendida a placenta. Nascimento vivo Base Legal: Lei no. 6.015 de 31 de dezembro de 1973 Implantação do SINASC: 1989 - 1990 Declaração de Nascidos Vivos (DN): documento padronizado, impresso de maneira centralizada pelo MS, pré-numerado com 3 vias DN: preenchida em todo o território nacional para todos os nascidos vivos - qualquer idade gestacional - independente do local de nascimento: unidades de internação ou de emergência nascidos fora dos serviços de saúde, mas que neles venham a receber assistência imediata nascidos em domicílio ou em outros locais SINASC: SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS Bloco III - Informações sobre a Mãe • Identificação e história reprodutiva da mãe, e características demográficas e socioeconômicas selecionadas (ex. idade, estado civil, escolaridade). • Atenção para o campo de “Município de residência” Bloco IV - Gestação e Parto • Refere-se às características da gestação e do parto que deram origem ao recém-nascido em questão. • Atenção para os campos de “tipo de parto” e “n. de consultas” Bloco V - Recém-Nascido Pontos 0 1 2 Freqüência cardíaca Ausente <100/minuto >100/minuto Respiração Ausente Fraca, irregular Forte/Choro Tônus muscular Flácido Flexão de pernas e braços Movimento ativo/Boa flexão Cor Cianótico/Pálido Cianose de extremidades Rosado Irritabilidade Reflexa Ausente Algum movimento Espirros/Choro A taxa de mortalidade infantil no Brasil* • 47,1 mortes/1.000 NV em 1990 • 29,0 mortes/1.000 NV em 2000 • 16,4 mortes/1.000 NV em 2011 • 15,0 mortes/1.000 NV em 2013 • 13,8 mortes/1.000 NV em 2015 Coeficiente de mortalidade infantil *(fonte: IBGE; http://brasilemsintese.ibge.gov.br/populacao/taxas-brutas-de- mortalidade.html. Consulta em agosto de 2017) Coeficiente de mortalidade infantil Islândia: 1,6 Suécia: 2,4 Noruega: 3,2 França: 3,5 Cuba: 4,0 Chile: 7,0 Argentina: 11,1 Colômbia: 13,6 Guiné-Bissau: 60,3 Nigéria: 69,4 Coeficiente de mortalidade infantil – mortes por 1.000 NV - 2015 Fonte: http://gamapserver.who.int/gho/interactive_charts/MDG4/atlas.html?indicator=i1 (em 12/08/16) ODM – 1990-2015 Mortalidade Infantil e perinatal Perinatal 22ªsem DN 7 dias 28 dias 1 ano 0 a 6 7 a 27 28 dias Precoce Tardia Pós-Neonatal Neonatal Infantil Bruno Moreira Ottani Marcos Vinicius da Silva França Mortalidade Infantil – Brasil - 2011 Nascidos Vivos – Brasil – 2000-2013 • Coeficiente de letalidade –Risco de morrer de uma pessoa doente – Coef. = nº óbitos determinada doença x 10n nº acometidos pela doença - Ex.: O coeficiente de letalidade da febre amarela foi de 41% na epidemia ocorrida em 2008-2009 – Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (Ministério da Saúde) INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Coeficientes ou Taxas • Mortalidade • Morbidade INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Questões 1. Supondo-se uma região onde o indicador de Swaroop-Uemura foi determinado em cerca de 75%, o programa de saúde que provavelmente terá maior impacto na redução da mortalidade geral será: a) Terapia de reidratação oral b) Rastreamento de parasitoses intestinais na comunidade c) Detecção e tratamento precoce de doenças crônicas não- transmissíveis Questões 1. Analisando o Coeficiente Geral de Mortalidade do Brasil do ano de 2015, de 6 mortes por 1.000hab., pode-se inferir que: a) É um indicador que não permite estimar o risco de morte da população brasileira. b) O risco de morte para brasileiros, na média, no ano de 2015 era de 6 por mil hab. c) Nada se pode inferir sobre o risco de morrer, pois não foi informada a fonte dos dados.
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