Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ICMS ECOLÓGICO – RECEBIMENTO E APLICAÇÃO DO IMPOSTO: UM ESTUDO DE CASO DE DOIS MUNICÍPIOS TOCANTINENSES ECOLOGICAL ICMS – Act of receiving and application of the tax: A study of case of two cities Tocantinenses Antenor da Silva Cirqueira1 Graduando em Tecnologia em Gestão Ambiental na Faculdade Católica do Tocantins (FACTO) José Lopes Soares Neto² Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade do Tocantins (Unitins), Mestre em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Professor Orientador Titular na Faculdade Católica do Tocantins (FACTO) Endereço(1): 207 Sul Alameda 10 QI 2 Lote 20 – Palmas - TO CEP: 77.015-320 Tel.: (63) 3225 2298. e-mail: eletrotins.antenor@terra.com.br ou eletrotins.antenor@uol.com.br Resumo: Este artigo tem como objetivo demonstrar a importância da aplicação adequada do recurso do ICMS Ecológico, tendo com base o estudo de análises feitos nos municípios de Presidente Kennedy e Gurupi. O ICMS Ecológico é um Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, o qual é arrecadado pelo Governo Federal e repassado aos Estados. Utilizou-se como método de pesquisa a leitura em livros, revistas e dados fornecidos pelo NATURATINS, IBGE e na própria Constituição Federal. Os dados selecionados são de 2004 e 2008, em 2004 foi implantado o ICMS Ecológico no estado do Tocantins e 2008; o último ano que os foram contabilizados. Espera-se com a execução do presente trabalho, a conscientização dos órgãos competentes em função da importância da utilização correta desse recurso no meio ambiente, bem como um acompanhamento continuo durante a execução de projetos que venham de encontro às necessidades e asseios locais, contribuindo com a redução dos impactos ambientais e agregando valores nas ações desenvolvidas. Palavras - chave: ICMS Ecológico, Meio Ambiente, Impactos Ambientais. Abstract: This article has as objective to demonstrate the importance of the adequate application of the resource of the Ecological ICMS, having with base the study of analyses made in the cities of President Kennedy and Gurupi. The Ecological ICMS is a Tax on the Circulation of Merchandises and Services, which are collected by the Federal and repassed Government to the States. It was used as research method the reading in books, magazines and data supplied for the NATURATINS, IBGE and in the proper Federal Constitution. The selected data are of 2004 and 2008, in 2004 were implanted the Ecological ICMS in the state of Tocantins and 2008; the last year had been entered that them. One expects with the execution of the present work, the awareness of the competent agencies in function of the importance of the correct use of this resource in the environment, as well as a accompaniment I continue during the execution of projects that come of meeting to the necessities and local asseios, contributing with the reduction of the ambient impacts and adding values in the developed actions. Words – Key – Ecological ICMS, Ambient Environment, Ambient Impacts. 2 1. INTRODUÇÃO O presente artigo tem como tema “ICMS Ecológico – Recebimento e aplicação do imposto: um estudo de caso de dois municípios Tocantinenses”. Fazendo um paralelo entre os municípios de Gurupi e Presidente Kennedy, no qual um recebe e aplica adequadamente o ICMS Ecológico e o outro também recebe mais não desenvolve nenhum projeto ou ação em benefício da preservação ambiental, mostrando o que perdem e o que ganham agindo assim. O referido trabalho abordará que o ICMS Ecológico é um benefício financeiro destinado aos municípios que tenham atitudes positivas em relação ao meio ambiente. O mesmo vem como uma das alternativas para acentuar ou minimizar os impactos ambientais a partir do instante que se utiliza deste recurso em função da elaboração e execução de projetos e programas ambientais de saúde pública, controle de poluição, abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública, entre outras. A escolha dos municípios de Gurupi e Presidente Kennedy se deu em razão da análise pretendida entre um município que aplica adequadamente o ICMS Ecológico nas questões ambientais e um que não utiliza este de forma adequada. Ao mesmo tempo em que ambos os municípios estão localizados às margens da BR – 153, forte fator gerador de impactos sócio- ambientais positivos e negativos. O trabalho tem como objetivo geral a conscientização de todos - em especial das autoridades competentes em relação às questões ambientais como forma de mostrar-lhes a importância desse recurso para o bem estar social e ambiental do município que o recebe e aplica dentro das exigências legais de forma que todos só tenham a ganhar, obtendo assim uma vida saudável, sabendo que o meio ambiente estará sendo preservado para as gerações futuras também desfrutarem de seus benefícios. Tem-se como objetivo específico - um estudo de caso que venha contribuir com os leitores de forma clara - o que é ICMS Ecológico - seus impactos e as vantagens para os municípios que trabalham projetos que favoreçam este tipo de recursos. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. ICMS Ecológico O ICMS Ecológico, Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços é arrecadado pelo Governo Federal e repassado para os Estados um valor de 25%, os mesmos devem definir critérios para o repasse de 13% aos Municípios, que deve ser aplicado em prol de sanar os Impactos Ambientais dentro das áreas social, econômica e ambiental. (NATURATINS, 2008). 3 Tabela 01: Premissas (valores simulados) EVENTO (mensal) % Reais Os impostos que o Estado arrecada, repassa para a União 100 272.000.000 A União devolve ao Estado 25 68.000.000 O Estado repassa aos Municípios valor a titulo de ICMS 25 17.000.000 Sobre esse percentual, a titulo de ICMS - Ecológico, vai para o município 13 2.250.000 A Constituição Federal de 1988 prevê que o ICMS Ecológico ao ser repassado ao Estado, deve ser direcionado aos municípios obedecendo a Lei Estadual, de forma que preserve a qualidade ambiental nas áreas de preservação permanente, reservas legais, coleta e destinação final do lixo, esgoto, etc. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988). O ICMS ecológico foi regulamentado a nível federal pela Resolução CONAMA Nº 237/97 (Conselho Nacional do Meio Ambiente), neste documento considera-se Impacto Ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetem a saúde, a segurança e o bem estar da população, as atividades sociais e econômicas, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Com isso, Almeida afirma que (1994); Em suma, ´´a avaliação de impactos ambientais é um instrumento de política ambiental formado por um conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o inicio do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas alternativas, que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao publico e aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles devidamente considerados``. A Constituição Federal, em seu artigo 158, IV, determina que 13% dos recursos do ICMS podem ser repassados do Governo Estadual aos Municípios, segundo o que dispuser uma Lei Estadual específica os quais três quartos na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços concretizadas em seus territórios, além disso, deve-se dispor de um quarto de acordo com a lei estadual, ou no caso dos territórios, a lei federal. De acordo coma Lei Estadual nº 1.323 de 04 de abril de 2002, o qual tem por objetivo beneficiar os municípios tocantinenses que desenvolvem ações relacionadas ao meio ambiente como. (CARVALHO, 2006); • Criar leis, decretos e dotações orçamentárias que resultem na estruturação e implementação da Política Municipal de Meio Ambiente e da Agenda 21 local, Elaborar projetos relacionados à preservação do meio ambiente – (2%). 4 • Abrigar unidades de conservação ambiental e terras indígenas – (3,5%). • Controle de queimadas e combate a incêndios florestais – (2%). • Promover a conservação e o manejo do solo – (2%). • A conservação da água, coleta e destinação do lixo, saneamento básico e esgoto - (3,5%). Entretanto, o ICMS Ecológico, sendo um benefício que prioriza ações no sentido da implantação de políticas municipais de meio ambiente. A Lei Estadual nº 1.323/02 não se trata de mais um imposto e sim de um método de redistribuição de 13% da arrecadação total do IPM – Índice de Participação dos Municípios destinado aos municípios que obtiverem resultados positivos em forma de ações diretas ao meio ambiente, incentivando a aplicação de recursos em áreas de prioridade social, a utilizar as receitas próprias e descentralizar a distribuição do ICMS em prol de um desenvolvimento sustentável. 2.2. Impactos Ambientais A tendência atual do limitado planejamento urbano está levando as cidades a um caos ambiental com custo extremamente alto para a sociedade, caos este que se encontra relacionado principalmente com a contaminação de mananciais superficiais e subterrâneos em conseqüência do inadequado saneamento, lixões e até mesmo lixos espalhados nas ruas e nos mananciais de córregos que atravessam as cidades poluindo o meio ambiente onde todos convivem diariamente, não bastando convive-se também com inundações urbanas devido a ocupação de áreas de risco e desenvolvimento da drenagem totalmente imprópria. Nestes casos percebe-se a grande importância do ICMS Ecológico na conservação do meio ambiente, das belezas raras como grandes áreas verdes, ar mais puro e adequado aos seres humanos e rios com águas cristalinas. Tudo isso pode permanecer ou simplesmente desaparecer, dependendo apenas de uma política municipal mais planejada. Cunha e Guerra afirmam que (2009); Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum ao povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder publico e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Os impactos sociais, econômicos e ambientais sofridos pelos os municípios em função do não recebimento desse recurso se dão por meio da diminuição notável da fonte de renda gerada pela a falta de implantação de projetos sociais e ambientais, os quais gerariam oportunidade de emprego decorrente de programas que beneficiem a qualidade de vida local, 5 como, por exemplo; reciclagem para o reaproveitamento dos lixos residenciais e de possíveis fábricas, indústrias, comércios entre outras, além de disponibilizar um espaço adequado para a destinação do lixo com todos os procedimentos adequados de segurança, saúde e preservação do meio ambiente, ao mesmo tempo a construção de esgotos e saneamento básico em consonância com o crescimento populacional vigente. Como se vê, é imprescindível a regularização urgente dos municípios, ou seja, a elaboração de projetos no que se refere ao ICMS Ecológico, tanto para se trabalhar dentro das vias legais, como também na busca da melhoria da qualidade de vida em todos os aspectos. A Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei Federal no. 6.938/81 tem como objetivo a preservação, recuperação e melhoria da qualidade ambiental que propiciam à vida, assegurando o desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana. 3. METODOLOGIA A metodologia utilizada no presente trabalho se deu através de pesquisa bibliográfica, na busca de livros e revistas e dados fornecidos pelo NATURATINS, IBGE e na própria Constituição Federal. Tais dados foram selecionados para os anos de 2004 e 2008, sendo 2004 o ano em que foi implantado o ICMS Ecológico no estado do Tocantins e 2008 o último ano que os dados estão disponíveis a população, após o levantamento dos dados apresenta-se os resultados em forma de gráficos para facilitar o entendimento a todos que busca conhecimento sobre o assunto. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a realização de uma análise comparativa entre os municípios que recebem ICMS Ecológico foram selecionados os municípios de Gurupi e Presidente Kennedy, utilizando como critério a localização de ambos às margens da Rodovia BR-153, importante vetor de promoção de impactos sócio-ambientais diretos e indiretos e ainda pelo fato de tais municípios ocuparem posições opostas quanto à percepção do ICMS Ecológico. Embora ambos os municípios recebam o repasse do ICMS Ecológico, a diferença é que, enquanto o município de Gurupi recebe e aplica adequadamente esse recurso nas questões ambientais necessárias tanto pela população quanto pelo próprio meio que se encontra inseridas, aumentando gradativamente sua arrecadação. O município de Presidente Kennedy, segundo dados do NATURATINS, recebe o recurso do ICMS Ecológico, no entanto o mesmo não está 6 sendo aplicado adequadamente no município, com isso deixa de aumentar a arrecadação anualmente. (NATURATINS, 2008). A adoção do ICMS Ecológico instala o critério ambiental na redistribuição do imposto. A partir desse mecanismo cria-se uma oportunidade para o Estado influir no processo de desenvolvimento dos municípios, premiando algumas atividades e coibindo outras. A idéia do ICMS Ecológico é proporcionar aos municípios o investimento em saneamento ambiental, por exemplo, e/ou compensar aqueles que sofrem restrições de ocupação e uso de parte de seus territórios, em função das unidades de conservação. Então, o ICMS Ecológico apresenta duas funções principais, quais sejam a de estimular os municípios a adotarem iniciativas de conservação ambiental e desenvolvimento sustentável, seja pela criação de unidades de conservação ou pela manutenção de áreas já criadas ou pela incorporação de propostas que promovam o equilíbrio ecológico, a eqüidade social e o desenvolvimento econômico e recompensar os municípios que possuam áreas protegidas em seu território. (FIUZA, 2003). Ressalta-se que o município de Gurupi, contemplado com um acréscimo dos valores repassados do ICMS Ecológico anos após anos, o qual começou a receber este recurso desde o ano de 2004, neste mesmo ano recebeu um valor equivalente a R$ 35.498,76 (trinta e cinco mil quatrocentos e noventa e oito reais e setenta e seis centavos), já em 2008 o valor foi de R$ 218.772,59 (duzentos e dezoito mil setecentos e setenta e dois reais e cinqüenta e nove centavos), isso graças às inúmeras e diversificadas ações que foram realizadas pela Coordenadoria Municipal do Meio Ambiente (CMMA). Já o município de Presidente Kennedy que no ano de 2004 recebeu um valor equivalente a R$ 28.034,63 (vinte e oito mil tinta e quatro reais e sessenta e três centavos), em 2008 esse valor foi de R$ 76.645,66 (setenta e seis mil seiscentos e quarenta e cinco reais e sessenta e seis centavos). A diferença de valores se dá em relação à área territorial e a populacional, Gurupi conta com uma população de 71.413 habitantes e uma área territorial de 1.836 km²; o município de Presidente Kennedy conta com uma população de 3.680 habitantes e a área territorial de 770 km², dados fornecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nota-se ainda que a grande diferençade valores comparados aos anos, é devido à implantação de políticas voltadas ao meio ambiente, garantido uma melhor qualidade de vida a todos os envolvidos. (SILVA, 2007). 7 Conferindo o gráfico 01, a seguir, observa-se o repasse mês após mês do recurso referente ao ICMS Ecológico repassado aos municípios de Gurupi e de Presidente Kennedy no ano de 2004, em que foi iniciado o repasse aos municípios Tocantinenses. R$ 0,00 R$ 500,00 R$ 1.000,00 R$ 1.500,00 R$ 2.000,00 R$ 2.500,00 R$ 3.000,00 R$ 3.500,00 R$ 4.000,00 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Gurupi Presidente Kennedy Gráfico 01: ICMS Ecológico referente ao ano de 2004 com aplicação mês a mês ao longo de 2004. Observa-se no gráfico 01, que o valor total recebido pelo município de Gurupi foi de R$ 35.498,76 (trinta e cinco mil quatrocentos e noventa e oito reais e setenta e seis centavos), o qual houve bastante variações, em que no mês de janeiro foi recebido um valor de R$ 2.743,30 (dois mil e setecentos e quarenta e três reais e trinta centavos), sendo que já no mês de fevereiro foi elevado para R$ 3.385,97 (três mil trezentos e oitenta e cinco reais e noventa e sete centavos), já em março ouve um declínio para R$ 2.551,45 (dois mil quinhentos e cinqüenta e um reais e quarenta e cinco centavos), entretanto conseguiu se erguer, no ultimo mês do ano com um valor de R$ 3.365,44 (três mil trezentos e sessenta e cinco reais e quarenta e quatro centavos). Já o município de Presidente Kennedy teve como valor total de R$ 28.034,63 (vinte e oito mil trinta e quatro reais e sessenta e três centavos), o qual iniciou o ano no mês de janeiro com um valor de R$ 2.165.05 (dois mil cento e sessenta e cinco reais e cinco centavos), logo no mês de fevereiro caiu para R$ 1.884,39 (um mil oitocentos e oitenta e quatro reais e trinta e nove centavos), com o passar dos meses o repasse foi aumentando e encerrou o ultimo mês do ano com um valor de R$ 2.657,96 (dois mil seiscentos e cinqüenta e sete reais e noventa e seis centavos). Nota-se que no mês de fevereiro, enquanto Gurupi teve 8 um elevado acréscimo, Presidente Kennedy teve uma queda de arrecadação do ICMS Ecológico. (NATURATINS, 2008). R$ 0,00 R$ 5.000,00 R$ 10.000,00 R$ 15.000,00 R$ 20.000,00 R$ 25.000,00 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Gurupi Presidente Kennedy Gráfico 02: ICMS Ecológico referente ao ano de 2008 com aplicação mês a mês ao longo de 2008. No gráfico 02, no ano de 2008, nota-se que o percentual total arrecadado pelo município de Gurupi foi um valor de R$ 218.772,59 (duzentos e dezoito mil setecentos e setenta e dois reais e cinqüenta e nove centavos), sendo que no mês de janeiro recebeu um valor de R$ 18.104,34 (dezoito mil cento e quatro reais e trinta e quatro centavos), no mês de fevereiro teve uma pequena queda de arrecadação para R$ 16.159,18 (dezesseis mil cento e cinqüenta e nove reais e dezoito centavos), mas encerrou o ano com um valor de R$ 18.125,26 (dezoito mil cento e vinte e cinco reais e vinte e seis centavos), com isso observa-se que o município trabalhou adequadamente o recurso do ICMS Ecológico. Já o município de Presidente Kennedy arrecadou como valor total a quantidade de R$ 76.645,66 (setenta e seis mil seiscentos e quarenta e cinco reais e sessenta e seis centavos), sendo que no mês de janeiro recebeu um valor de R$ 6.342,75 (seis mil trezentos e quarenta e dois reais e setenta e cinco centavos), logo após, no mês de fevereiro caiu para R$ 5.661,27 (cinco mil seiscentos e sessenta e um reais e vinte e sete centavos), já no mês de agosto subiu para um valor de R$ 7.156,59 (sete mil centos e cinqüenta e seis reais e cinqüenta e nove centavos), e encerrou o ano no mês de dezembro com uma pequena queda para o valor de R$ 6.350,08 (seis mil trezentos e cinqüenta reais e oito centavos). Contudo nota-se que devido o município de Gurupi trabalhar adequadamente com elaboração de projetos beneficiando o meio ambiente e evitando os impactos ambientais, este teve um desempenho melhor, não somente relacionado 9 à área territorial e populacional, mas sim em relação a um trabalho que vem de encontro à preocupação com o bem – estar da população e do meio ambiente. Ressalta-se que o município de Presidente Kennedy, por não ter desenvolvido ações em relação à conservação e preservação do meio ambiente, teve uma grande perda de tais recursos, e se este município desenvolvesse um trabalho mais voltado para essa questão teria aumentado sua arrecadação. (NATURATINS, 2008). Vale ressaltar que o ICMS Ecológico é parte dos recursos tributários arrecadados pela União e pelo Estado, as chamadas transferências constitucionais, o que da seguinte forma: da União deve destinar para o município parte dos recursos arrecadados do Imposto de Renda, Imposto Financeiro sobre o ouro e parte do Imposto Territorial Rural; o Estado deve destinar parte dos recursos arrecadados do Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) e do Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços o (ICMS). O NATURATINS fica como responsável pelo recolhimento e tabulação dos dados que pontuam no ICMS Ecológico e através deste repasse de recurso pode se aumentar a geração de renda dentro do município e amenizar o problema de desemprego da comunidade local. (NATURATINS, 2008). R$ 0,00 R$ 50.000,00 R$ 100.000,00 R$ 150.000,00 R$ 200.000,00 R$ 250.000,00 2004 2008 Gurupi Presidente Kennedy Gráfico 03: ICMS Ecológico relativo aos anos de 2004 e 2008 dos municípios de Gurupi e de Presidente Kennedy. Conforme o gráfico 03 nota-se quanto o município de Gurupi elevou sua arrecadação, enquanto o município de Presidente Kennedy eleva-se lentamente, praticamente no mesmo patamar, no ano de 2004 e com grande diferença comparados a 2008. Tudo isso ocorreu devido o município de Presidente Kennedy ter se mantido alheio diante das causas relacionadas ao meio ambiente, perdendo assim grandes chances de fazer algo pela população 10 e pelo próprio meio ambiente. Entretanto, se o município em questão estivesse se empenhado mais com elaboração de projetos ambientais, ações ambientais, o resultado seria diferente. No ano de 2004, tanto o município de Gurupi quanto o município de Presidente Kennedy se encontravam praticamente no mesmo patamar, já no ano de 2008 a realidade está totalmente diferente, observa-se que Gurupi soube trabalhar muito bem as questões ambientais, aumentando consideravelmente a arrecadação do IMCS Ecológico em seu próprio beneficio. Com base em alguns artigos relacionados ao ICMS Ecológico, nota-se que os autores abordam o tema com muita segurança. No entanto (SANTANA, 2005), expõe que o ICMS Ecológico possibilita o incremento de suas receitas tributárias, com base em critérios de preservação ambiental e de melhoria de qualidade de vida, afasta o argumento, há muito enraizado em administrações municipais e servindo como justificativa para a aprovação de leis lesivas ao meio ambiente, de que o crescimento, a geração de empregos e o aumento das receitas, dependem única e exclusivamente dos incentivos industriais que são potencialmente poluidores. Já FIUZA, (2003) afirma que o ICMS Ecológico é um instrumento importante para a gestão ambiental na medida em que possibilita a implementação de alternativas econômicas menos degradadoras para os municípios. Para uma gestão ambiental pública mais eficaz necessita de busca por alternativas e o ICMS Ecológico está dentre tais possibilidades. FIUZA, (2003) acrescenta, que as experiências com o ICMS Ecológico têm demonstrado que se trata de uma medida positiva, principalmente em relaçãoà conscientização sobre a conservação ambiental. Os municípios já conseguem perceber as unidades de conservação como uma oportunidade de gerar renda, e não como um empecilho ao desenvolvimento. A perspectiva de ampliar a receita advinda do ICMS Ecológico estimula os municípios a investir na conservação. Nota-se que os artigos pesquisados possui uma mesma linha de pensamento, em que defendem o recurso do ICMS Ecológico e sua forma correta de aplicação, com isso obtendo suas vantagens, tanto a população quanto o próprio meio ambiente. LOUREIRO, (2002), diz que “O ICMS Ecológico tem representado um instrumento de compensação, mas acima de tudo incentivo e em alguns casos, como contribuição complementar à conservação ambiental”. Um aspecto importante do ICMS Ecológico é que se trata de um instrumento eficiente economicamente, na medida em que incentiva a conservação ambiental em áreas que não possuem grande atividade produtiva, permitindo o desenvolvimento dessas atividades em áreas que apresentam vantagem comparativa para produção. (SILVA, 2007). 11 Para uma maior efetividade do ICMS Ecológico, é indispensável a perseverança dos gestores públicos e um forte programa institucional de longo prazo para a conservação da biodiversidade, investimentos humanos e financeiros e maior fiscalização. Esses fatores, aliados à vontade e determinação política, participação e cobrança da sociedade, produzirão resultados positivos de grande alcance socioambiental. (SANTANA, 2005). O ICMS Ecológico, que nasceu como uma forma de compensar os municípios pela restrição de uso do solo em locais protegidos (unidades de conservação e outras áreas de preservação específicas), uma vez que algumas atividades econômicas são restritas ou mesmo proibidas em determinados locais a fim de garantir sua preservação, felizmente, se mostrou um ótimo meio de incentivar os municípios a criar ou defender a criação de mais áreas de preservação e a melhorar a qualidade das áreas já protegidas com o intuito de aumentar a arrecadação. (FIUZA, 2003). 4.1. Recomendações Baseado nos resultado que obtivemos no decorre deste trabalho de pesquisa, temos algumas sugestões que possa contribuir com os municípios analisados, considerando a realidade de cada município no ano de 2008; 4.1.1. Para o município de Gurupi; 9 Melhorar avaliação da Qualidade da Água. 9 Melhorar a qualidade do Controle e Combate a Queimada. 9 Implantar Unidades de Conservação. 9 Promover a conservação e o manejo do solo. 4.1.2. Para o município de Presidente Kennedy; 9 Melhorar a Coleta e Destino Final do Lixo. 9 Melhorar avaliação da Qualidade da Água. 9 Implantar o Controle e Combate a Queimada. 9 Implantar Estação de Tratamento de Esgoto e Saneamento Básico. 9 Desenvolver políticas de Meio ambiente. 9 Implantar Unidades de Conservação. 9 Promover a conservação e o manejo do solo. 12 5. CONCLUSÃO Após análises de documentos, livros e pesquisas em departamentos responsáveis pelo ICMS Ecológico, bem como a comparação entre um município que recebe e usufrui corretamente e outro que, apesar de receber não desenvolve políticas condizentes com o setor, conclui-se o quanto é importante esse recurso para todos os que recebem e aplicam adequadamente o IMCS Ecológico, inclusive em relação às questões de preservação e diminuição dos impactos ambientais. Como conseqüência positiva, também pode-se citar a melhoria da qualidade de vida local, visto que estará oferecendo à comunidade local maior qualidade de vida com saneamento básico, esgotos, destinação adequada ao lixo produzido diariamente dentre outros inúmeros benefícios, os quais atingem positivamente a relação de urbanização e meio ambiente, tudo de acordo com a demanda e o crescimento vigente de cada um. Espera-se, com a execução do presente trabalho, a conscientização dos órgãos competentes em função da importância da utilização correta desse recurso, bem como um acompanhamento contínuo durante a execução de ações e projetos que venham de encontro às necessidades e asseios locais, tudo em prol de uma sociedade sadia, caminhando lado a lado com o meio ambiente, em cooperação um com o outro sempre. 6. REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. R. Avaliação de Impactos Ambientais. In: I Encontro Brasileiro de Ciências Ambientais. Rio de Janeiro. BNDES, (2). 1994. BRASIL. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. CARVALHO, Adriana Alves. ICMS Ecológico no Estado do Tocantins (Conservação e Manejo do Solo). Gurupi, 2006. Monografia (Especialização em Agronomia) UFT de Gurupi. CONAMA 237, Art. 8, de 1997 – Conselho Nacional do Meio Ambiente. CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. Avaliação e Perícia Ambiental. 9º ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009. 13 FIUZA, Anete Garcia. ICMS Ecológico: Um instrumento para a gestão ambiental. Direito Ambiental. 25: 85-88, 2003. Disponível em: http://www.mt.trfl.gov.br/jud5/icms.htm. Acesso em: 09 de novembro de 2009. LOUREIRO, Wilson. Contribuição do ICMS Ecológico à conservação da biodiversidade no Estado do Paraná. Curitiba, 2002. Monografia (Especialização em Engenharia Florestal) Universidade Federal do Paraná. NATURATINS, ICMS ECOLOGICO – Manual de Orientação Técnica. 30p. 2008. SATANA, Fernanda de Morais. O ICMS Ecológico como instrumento para o desenvolvimento sustentável. Goiânia, 2005. Monografia (Especialização em direito ambiental) - Departamento de ciências jurídicas, Universidade Católica de Goiânia. SILVA, Fábio Araújo. ICMS Ecológico no Tocantins: Tributo à Ecologia. Gurupi, 2007. Monografia (Especialização em Agronomia) UFT de Gurupi.
Compartilhar