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Minerais: Constituintes Essenciais das Rochas

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Geologia Aplicada à Engenharia 
Profª. Andrea Nummer 
 
MINERAIS 
 
Introdução 
 
Os minerais são os principais constituintes das rochas, que são parte essencial da crosta 
terrestre, e de fundamental importância para o desenvolvimento tecnológico da 
humanidade. 
Normalmente as pessoas pensam que os minerais são cristais que encontram-se em museus, 
gemas valiosas ou metais, mas grãos de areia, flocos de neve e partículas de sal são também 
minerais, que tem muito em comum com o ouro e os diamantes. 
O que dá as rochas e aos minerais as qualidades necessárias e a beleza para que possam ser 
utilizados no dia-a-dia? Uma parte da resposta vem da estrutura dos minerais, isto é, do 
arranjo atômico diferenciado dos elementos que entram na sua composição conferindo a 
eles propriedades diferentes. A outra parte da resposta é a origem geológica dos minerais 
que compõem as rochas e como e onde esses minerais se formaram: na crosta, manto ou 
superfície. 
Compreender as propriedades e origens geológicas das rochas e minerais nos ajuda a 
selecionar estes materiais, bem como os depósitos onde podem ser encontrados e 
explorados e o tipo de matéria-prima que se obtém de cada um deles. 
1. O que são minerais? 
 
São elementos ou compostos químicos inorgânicos com composição química definida 
dentro de certos limites, cristalizados e formados naturalmente como resultado de 
processos geológicos na Terra ou em corpos extraterrestres. Entende-se por: 
- Inorgânico: um mineral deve ser formado, geralmente, por processos inorgânicos, ou seja, 
com uma origem a partir de processos geológicos. Por esta definição o carvão mineral, e o 
petróleo não são considerados minerais, por serem materiais orgânicos e, no caso do 
petróleo, por não ser um sólido cristalino. Existem, porém, divergências quanto a esta 
definição, pois alguns autores consideram que as substâncias puramente biogênicas, 
produzidas por processos biológicos na origem, podem ser incluídas também na definição 
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de mineral, desde que respeitam as demais condições preestabelecidas. Exemplos: conchas 
de moluscos e recifes de coral. 
Lembre-se que o carvão mineral é um combustível fóssil natural extraído da terra por 
processos de mineração. É composto primeiramente por átomos de carbono e magnésio sob 
a forma de betumes. Dos diversos combustíveis produzidos e conservados pela natureza 
sob a forma fossilizada, acredita-se ser o carvão mineral o mais abundante. 
- Composição química definida: os minerais podem ser constituídos por um único elemento 
químico, tais como o ouro (Au) e o diamante (C). Entretanto, a maioria dos minerais são 
compostos formados por dois ou mais elementos, alguns com composição química mais 
simples e outros mais complexas. Exemplo: halita (NaCl) sal de cozinha. 
- Cristalizados com estrutura química definida: os minerais possuem um arranjo atômico 
interno bem definido, no qual os átomos encontram-se distribuídos ordenadamente 
formando uma rede tridimensional. Essa rede é gerada por unidades atômicas ou iônicas 
que se repetem tridimensionalmente e que vai servir de base para a construção do retículo 
cristalino (estrutura cristalina). A figura 1 ilustra a relação entre estrutura cristalina e 
clivagem da Halita (NaCl). 
 
Figura 1. Relação entre estrutura cristalina e cllivagem. 
Fonte: SKINNER, B. J.; PORTER, S. C. (1987, p. 52). 
 
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- Formados naturalmente: São consideradas minerais apenas as substâncias formadas 
espontaneamente na natureza. Substâncias produzidas em laboratórios, como diamantes 
artificiais e zircônia, por exemplo, mesmo apresentando as características físicas e químicas 
de seus equivalentes naturais, não são minerais. São exemplos de minerais, a Galena (PbS) 
e a Halita (NaCl). 
A composição química e as propriedades cristalográficas bem definidas do mineral o 
tornam único dentro do reino mineral, recebendo, assim, um nome característico. Você 
deve ficar atento, pois, os termos: mineral, minério, mineralóide, cristal e gemas, 
representam coisas diferentes. 
 
Saiba Mais: Minérios: O termo minério é utilizado apenas quando o mineral ou a rocha 
apresentar importância econômica. Nos minérios associam-se dois tipos de minerais: o 
mineral de minério, que é aquele que apresenta valor econômico, e o mineral de ganga ou 
ganga, que não é economicamente aproveitável. Conforme podem ser ou não fonte de 
substâncias metálicas, os minérios são divididos em duas classes: 
1) Minérios metálicos: Corresponde aos minérios que são transformados e utilizados na 
forma de metais ou ligas metálicas. Exemplos: Cassiterita, Galena, Hematita (link para 
outra tela com fotos dos minerais) 
2) Minerais não-metálicos: São os minerais que podem ser utilizados sem maiores 
alterações de suas características naturais. Exemplo: Talco, Fluorita, Amianto. 
Mineralóides: Correspondente às substâncias não-cristalinas de características amorfas ou 
parcialmente amorfas. Exemplo de mineralóide: Obsidiana ou vidro vulcânico. 
Cristal: O Cristal corresponde a qualquer sólido com uma estrutura interna ordenada 
sistemática, a despeito de ele possuir ou não faces externas regulares. Assim, pode-se dizer 
‘todos os minerais são cristais, embora nem todos os cristais sejam minerais’, por exemplo, 
a zircônia e o diamante sintético são cristais, porém não minerais. 
Gemas: As Gemas são substâncias sólidas trabalhadas para o uso como adornos pessoais. 
Podem ser naturais (orgânicas ou inorgânicas) ou artificiais. As gemas apresentam 
determinados padrões estéticos, como cor e forma, além de durabilidade, devido a sua 
resistência física e química. Exemplos de gemas: diamante, esmeralda, ametista. 
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Rochas: São agregados naturais formados de um ou mais minerais. As rochas são divididas, 
de acordo com a origem, em três grandes grupos: rochas ígneas ou magmáticas, rochas 
sedimentares e rochas metamórficas. 
 
1.2. Como se formam os minerais? 
 
Os minerais são formados a partir da cristalização, ou seja, o crescimento de um sólido a 
partir de um material que apresenta uma determinada composição química. O processo de 
cristalização inicia com a formação de um núcleo, ao qual o material vai se aderindo com o 
conseqüente crescimento do cristal. 
A cristalização é controlada, principalmente, por pressão e temperatura, uma vez que o 
processo de cristalização envolve a mudança da matéria de um estado físico para outro. Os 
minerais podem se formar de diferentes maneiras: a partir de soluções, cita-se como 
exemplo a cristalização de sais em depósitos evaporíticos; de uma fusão, como a 
solidificação do magma ou de uma lava; ou mesmo vapor, como a formação de cristais de 
enxofre, em torno das fumarolas vulcânicas, ou de minerais em rochas metamórficas. 
1.3 Classificação química dos Minerais 
 
Diz respeito a classificação das espécies minerais baseada na sua composição química, 
considerando o ânion ou grupo aniônico predominante na fórmula. A classificação dos 
mineirais pode ser vista no Quadro 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 1: Classificação dos minerais. 
Fonte: SGARBI (2007). 
2. Principais Minerais Formadores de Rocha 
 
Embora existam mais de 2000 minerais identificados, cerca de 95% do volume da crosta 
terrestre é composta por um grupo de minerais chamado de silicatos. Isto não deveria ser 
surpreendente, uma vez que o silício e o oxigênio constituem quase três quartos da massa 
da crosta terrestre e, portanto, devem predominar na maioria dos minerais formadores de 
rochas. 
Classe Aniôn Exemplo 
Elemento nativo 
Ocorre na natureza no estado 
elementar.Nenhum (íons 
sem carga) 
Cobre (Cu) 
Ouro (Au) 
Diamante (C) 
Sulfetos 
Resultam da combinação de um 
elemento metálico ou não-metálico com 
o enxofre. 
S-2 Galena (PbS) 
Pirita (FeS2) 
Calcopirita (CuFeS2) 
 
Óxidos 
Combinação do oxigênio com um ou 
mais elementos metálicos; e hidróxidos. 
O-2 e OH- Hematita (Fe2O3) 
Magnetita (Fe3O4) 
 
Halóides 
Presença de íons halogênios ligados a 
um metal 
Cl-, F-, Br-, I- Halita (NaCl) 
Fluorita(CaF2) 
 
Carbonatos 
Apresentam o íon carbonato CO3- 2. 
CO3-2 Calcita (CaCO3) 
Dolomita [CaMg(CO3)2] 
Sulfatos SO4-2 Barita (BaSO4) 
Gipso (CaSO4.H2O) 
Silicatos 
Apresentam Silício (Si) e Oxigênio (O) 
formando um ânion complexo. 
SiO4-4 Quartzo (SiO2) 
Piroxênio (MgSiO3) 
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Os minerais silicatados são complexos tanto na composição química quanto na estrutura 
cristalina, entretanto todos contêm um alicerce básico chamado de tetraedro silício-
oxigênio, sendo que a polimerização deste tetraedro possibilita classificar os silicatos em 
grupos, conforme o Quadro 2. Os cátions mais comuns na estrutura dos silicatos são os de 
potássio, sódio, magnésio, ferro bi e trivalente, alumínio, manganês e titânio. 
 
Material de apoio: Veja um tetraedro na animação do link abaixo: 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9e/120px-Tetrahedron-slowturn.gif. 
 
 
Quadro 2: Polimerização dos tetraedros de sílica dividindo os silicatos em grupos. 
Fonte: SKIMER, B. J.; PORTER, S. C. (1987). 
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Os principais minerais ou grupos de minerais formadores de rocha são: quartzo, feldspatos 
(feldspatos alcalinos e plagioclásios) e minerais ferromagnesianos (micas, piroxênios e 
anfibólios). 
1) QUARTZO – SiO2: é um dos minerais mais abundantes da crosta terrestre. É 
reconhecida por sua dureza elevada, que é maior que a do vidro e pela fratura conchoidal. O 
quartzo puro é incolor ou branco, mas pode apresentar impurezas que o torna rosa, roxo, 
preto, etc. Alguns destes quartzos coloridos são gemas preciosas como no caso a ametista. 
Por causa de sua resistência elevada o mineral é muito comum nos rios e na maioria das 
areias das praias. 
2) FELDSPATOS: Formam o grupo mais importante como constituintes das rochas. São 
translúcidos ou opacos e podem apresentar cristais mistos de três componentes: os 
aluminosilicatos contendo Si, O e Al em combinações com o potássio (K), sódio (Na) ou 
cálcio (Ca). Quanto a sua clivagem, distinguem-se: Ortoclásio (sistema monoclínico, 
clivando em ângulo reto) e Plagioclásio (sistema triclínico, clivando em ângulo oblíquo). 
Os feldspatos são importantes na indústria da cerâmica e do vidro. São geralmente brancos, 
cinza ou rosa e são de dureza média. Graças às suas direções de clivagem os feldspatos se 
apresentam nas rochas ígneas com as superfícies brilhantes e planas. É também considerado 
um mineral duro, que se deixa riscar pelo quartzo, mas que risca o vidro. 
3) MINERAIS FERROMAGNESIANOS: são grupos de silicatos em que o Si e o O 
combinam com o Fe e o Mg. São minerais escuros (verde-escuro, marrom, preto) na 
maioria das rochas (Ex: mica biotita = mica escura, preta ou marrom). Por não serem muito 
resistentes ao intemperismo e processos de erosão, os minerais ferromagnesianos tendem a 
ser alterados ou removidos, relativamente rápido, de seus locais de origem. Eles se alteram 
rapidamente, combinando com o oxigênio para formar argilominerais e sais solúveis. Este 
material, quando abundante, pode produzir rochas de baixa resistência. 
Os Piroxênios e Anfibólios são minerais de aparência muito similar, apresentando cor quase 
preta e com clivagem segundo dois planos, que são entre si quase perpendiculares nos 
piroxênios e oblíquos nos anfibólios. 
1)Piroxênios: São silicatos de Mg, Ca e Fe, com ou sem Al2O3 e Fe2O3. Em relação às 
propriedades, apresentam clivagem boa, formando prismas quase retangulares, cor que 
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varia do preto ao verde-escuro, além de brilho vítreo e dureza 5 a 6. A Augita é um dos 
piroxênios mais comuns. 
2)Anfibólios: Quimicamente são muito parecidos com os piroxênios, entretanto possuem 
(OH) na sua constituição. Possuem clivagem boa segundo 2 planos, formando prismas de 
seção rômbica, dureza de 5 a 6 e a cor é de verde-escura a preta e opaca. O anfibólio mais 
comum é denominado Hornblenda. 
As Micas dizem respeito a um grupo de minerais caracterizados por uma ótima clivagem 
laminar e boa elasticidade. Distinguem-se duas variedades principais de micas: 
a) Muscovita ou mica branca: É incolor, transparente, também esverdeada ou amarelada e 
com brilho vítreo. Apresenta clivagem excelente segundo um plano, podendo apresentar-se 
sob a forma de pacotinhos hexagonais que se desfolham facilmente com a ponta de uma 
agulha. 
b) Biotita ou mica preta: Constitui um silicato complexo, contendo K, Mg, Fe e Al. 
Apresenta cor preta ou preto-acastanhada, às vezes dourada, quando decomposta. Da 
mesma forma que a muscovita, possui clivagem perfeita e formas similares à da muscovita. 
4) OUTROS MINERAIS IMPORTANTES FORMADORES DE ROCHA: Além dos 
silicatos, outros minerais formadores de rochas importantes são os óxidos, carbonatos, 
sulfetos e elementos nativos. A terra contém minerais (especialmente metais) que podem 
ser extraídos sendo chamados de minérios. Os metais mais importantes para a sociedade 
industrial são o Ferro e o Alumínio que são extraídos de minérios que contém óxidos de Fe 
e Al como a Hematita (Fe2O3) e a bauxita (Al2O3). A magnetita (Fe3O4) é também um 
óxido de ferro, porém economicamente menos importante que a hematita. 
O Carbonato mais importante é a calcita (CaCo3). Este mineral é o maior constituinte dos 
calcários e mármores. Durante o intemperismo de tais rochas, a água dissolve a calcita 
produzindo cavernas, buracos subterrâneos. 
3. Principais Propriedades Físicas dos Minerais 
 
Os minerais, por se tratarem de corpos físicos, possuem uma grande diversidade de 
propriedades físicas e morfológicas decorrentes de suas composições químicas e estruturas 
cristalinas. Cada mineral se distingue por apresentar características especiais, as quais 
permitem diferenciá-lo dos demais. As principais propriedades físicas dos minerais: 
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1) Cor: A cor de um mineral resulta da absorção seletiva da luz. O simples fato de o 
mineral absorver mais um determinado comprimento de onda que os outros faz com que os 
comprimentos de ondas restantes se componham numa cor diferente da luz branca que 
chegou ao mineral. Os principais fatores que contribuem para a absorção seletiva da luz são 
a presença de elementos químicos de transição (cobre, ferro, níquel, cromo, etc.) na 
composição química do mineral, os defeitos na sua estrutura atômica, e a presença de 
pequenas inclusões de minerais, dispersas através dos cristais. Alguns minerais têm cores 
bem características, sendo chamados de idiocromáticos, (por exemplo, o enxofre, amarelo). 
Outros são alocromáticos, isto é, sua cor varia amplamente. A turmalina e o quartzo, por 
exemplo, ocorrem em muitas cores. Consequentemente, a cor do mineral nem sempre é 
propriedade confiável na sua identificação. 
 
2) Brilho: É a capacidade de reflexão da luz incidente pela superfície de um mineral. Os 
minerais que refletem mais de 75% da luz incidente exibem brilho metálico, sendo opacos 
à luz natural, e compreendem os metais nativos e a maior parte dos sulfetos, sulfossais e 
óxidos. Os minerais com brilho não-metálico apresentam, geralmente, cores claras e 
transmitem a luz em várias intensidades, em fragmentos delgados. São utilizados diversos 
adjetivos para descrever os diferentes tipos de brilho não-metálico, comovítreo, perláceo, 
sedoso e adamantinado. 
 
3) Estrutura/Hábito: Pode ser entendida como a forma geométrica externa, habitual, 
exibida pelos cristais de minerais. Pode ser observada quando o mineral cresce em 
condições geológicas ideais. Os hábitos mais comuns são: geminado, radial, geodo, terroso, 
fibroso, foliáceo, prismático e dendrítico. Já o Sistema Cristalino, que fornece a estrutura 
externa do mineral, formado pelo conjunto dos hábitos, pode ser classificado em sete: 
cúbico, tetragonal, trigonal, hexagonal, rômbico, monoclínico e tetraclínico. 
 
4) Fratura: Chama-se de fratura a superfície irregular e curva resultante da quebra de um 
mineral. É uma propriedade utilizada nos minerais de clivagem muito difícil e 
imperceptível. As superfícies de fratura, obviamente controladas pela estrutura atômica 
interna do mineral, podem ser irregulares ou conchoidais. 
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6) Clivagem: é a propriedade dos minerais se romperem, segundo planos paralelos e em 
determinadas direções, formando faces ou planos lisos, denominados de planos de 
clivagem. A clivagem pode ser muito fácil de se obter, como no caso das micas e calcitas, 
como pode ser apenas percebida por linhas paralelas na superfície do cristal, no caso dos 
feldspatos. A direção de clivagem está relacionada com a estrutura interna ou atômica do 
mineral, sempre paralela aos planos de maior agrupamento dos átomos. 
 
7) Dureza: é a propriedade que expressa a resistência que a superfície lisa de um mineral 
oferece ao risco ou à abrasão, estando relacionada à estrutura interna e à natureza das 
ligações interatômicas. Numericamente, a dureza consiste em um valor adimensional e 
relativo, baseado na Escala de Mohs (Figura 2). 
 
Figura 2: Escala de Mohs 
Fonte: http://www.arikah.net/enciclopedia-portuguese/Escala_de_Mohs 
 
A dureza se mede por comparação, determinando o grau de dificuldade com que um 
mineral é riscado. Um mineral sempre é riscado por qualquer mineral mais duro que ele, o 
contrário não é válido, assim, cada elemento da escala de dureza risca os precedentes e é 
riscado pelos seguintes. Os minerais de dureza abaixo de 2,5 podem ser riscados pela unha 
humana, sendo considerados de dureza baixa. Os minerais de dureza 3, 4 e 5 são riscados 
pelo estilete de aço e não riscam o vidro, sendo considerados de dureza média. Os minerais 
de dureza acima de 5,5 não são riscados pelo estilete de aço, mas riscam o vidro (com 
menor ou maior intensidade) e, assim, apresentam dureza alta. O Quadro 3 faz uma relação 
entre a escala de dureza do mineral e a facilidade em ser riscado por outro material. 
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Dureza Mineral 
1 TALCO (pode ser arranhado facilmente com a unha) 
2 GIPSITA ou gesso (pode ser arranhado com unha com um pouco mais 
de dificuldade) 
3 CALCITA (pode ser arranhado com uma moeda de cobre) 
4 FLUORITA (pode ser arranhada com uma faca de cozinha) 
5 APATITA (pode ser arranhada dificilmente com uma faca de cozinha) 
6 FELDSPATO/ORTOCLÁSIO (pode ser arranhado com uma liga de 
aço 
7 QUARTZO (capaz de arranhar o vidro) 
8 TOPÁZIO (a Esmeralda também possui esta dureza) 
9 CORINDON (safira e rubi são formas de coridom) 
10 DIAMANTE (é o mineral natural mais duro) 
Quadro 3: Escala de dureza 
Fonte: http://www.arikah.net/enciclopedia-portuguese/Escala_de_Mohs 
 
8) Traço: O traço é a cor do pó do mineral. Pode ser obtida riscando o mineral contra uma 
placa ou um fragmento de porcelana, em geral de cor branca. Esta propriedade só é útil 
como elemento identificador dos minerais opacos ou minerais ferrosos, que apresentam 
frequentemente traços coloridos (vermelho, marrom, amarelo, etc.). A maioria dos minerais 
translúcidos ou transparentes exibe traço branco. Exemplificando a propriedade cita-se a 
hematita, que apresenta cor do traço vermelho, embora sua cor seja preto. 
Observação: ao provar minerais mais duros (dureza, aproximadamente 7 na escala de 
Mohs) que a porcelana, o traço resultante não é do mineral, mas sim da porcelana. A cor do 
pó destes minerais somente pode ser observada por moagem do mineral. 
 
4. Exploração e emprego dos recursos minerais 
 
O estilo de vida que herdamos, praticamos e que certamente passaremos para as próximas 
gerações é inegavelmente dependente do uso e de aplicações de recursos minerais. São 
muitos os exemplos de situações cotidianas que se viabilizam à base da extração de 
recursos minerais. Basta olharmos atentamente ao redor de nosso ambiente de trabalho, em 
nossa casa, na escola e mesmo no lazer para que identifiquemos equipamentos, aparelhos, 
móveis, utensílios – uma série de objetos – cuja fabricação envolve uma variedade de 
produtos derivados de bens minerais, alguns exemplos constam no Quadro 4. 
 
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Minerais Derivados e emprego 
Amianto O amianto é uma variedade fibrosa do piroxênio, sendo empregado na 
fabricação de material de fibrocimento, como telhas, caixas d’água, tubos e 
outros. 
Barita É fonte de obtenção dos sais de bário. A maior utilidade é no preparo de lama 
pesada para os poços de perfuração petrolífera, com a finalidade de evitar jorros 
inesperados de petróleo. Também é empregada nas indústrias de tintas, de 
vidros e de borracha. 
Ferro O ferro é extraído de minerais como a hematita e a magnetita. 
Galena Mineral de chumbo. 
Rutilo Fonte do mineral de titânio, importante para as indústrias de tintas e de 
eletrodos de soldas. 
Manganês Material importante na siderurgia de aço. São importantes fontes de manganês: 
pirolusita, manganita, braunita, rodonita, rodocrosita. 
Cassiterita Fonte do mineral de estanho, o qual é importante na fabricação das folhas de 
flandres e na indústria de latas. 
Cromita Fonte do mineral de cromo, muito importante na indústria de tintas e na 
fabricação de tijolos refratários para altos fornos siderúrgicos. 
Níquel e Cobalto O mineral que contém o níquel é a garnierita, e o cobalto é a psilomelana. 
Fosfatos, Titânio, Nióbio 
e Vermiculita 
São fontes de fertilizantes. 
Quadro 4: Alguns dos principais minerais, seus derivados e emprego. 
Fonte: FLEURY, J. M., (1995, p. 42). 
 
As atividades industriais modernas em diferentes áreas de metalurgia, química, fertilizante, 
cimento, construção civil, elétrica, etc. conforme o Quadro 5, usam e transformam bens 
minerais, gerando produtos manufaturados, inimagináveis pelos nossos antepassados, que 
permitem a execução de nossas atividades com eficiência e certo conforto. 
ÁREA DE 
CONSUMO 
SUBÁREA EMPREGO BENS MATERIAIS 
 
Alimentação 
Agricultura 
 
Salina 
Indústria alimentar 
Fertilizantes 
 
Tempero culinário 
Embalagens 
 
Fosfato, potássio, Nitrato, clacário, 
etc. 
Sal de cozinha 
Estanho, Ferro, etc (latas); Caulin, 
Talco, etc. (caixas) 
 
Saúde e higiene 
Indústria de 
cosméticos 
Indústria 
farmacêutica 
Higiene pessoal 
 
Remédios 
Caulim, talco, alumínio, chumbo, 
quartzo, calcário. 
Sais minerais, petróleo, etc. 
 
Energia 
Combustíveis 
sólidos, líquidos e 
gasosos. 
Energia elétrica 
Automóveis, gás de 
cozinha, indústrias 
 
Iluminação, 
eletrodomésticos, 
indústrias, etc. 
Petróleo, carvão, gás natural, etc. 
 
 
Cobre, ferro, alumínio, brita, 
calcário, areia, petróleo, etc. 
 
Construção civil 
Habitação Moradia Ferro, zinco, areia, brita, chumbo, 
cobre, etc. 
Quadro 5: Emprego dos minerais em diferentes áreas de consumo.Fonte: FLEURY, J. M., 
(1995, p. 42). 
 
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Se analisarmos os usos que a humanidade faz dos diversos bens minerais, perceberemos a 
dependência que temos deles e, se somarmos as quantidades utilizadas, poderemos chegar a 
númerosno mínimo curiosos em termos de consumo per capita desses bens, que pode ser 
observado na Figura 3, em particular nos países altamente industrializados. 
 
 
Figura 3: Consumo médio de alguns recursos minerais por pessoa nos EUA. 
Fonte: TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M. de; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. (2000, p. 468). 
 
Diferentemente de outros recursos naturais, tais como os de origem vegetal ou animal, a 
maioria dos recursos minerais não é renovável, e a extração se dá numa velocidade bem 
maior do que aquela com que eles se formam (milhares ou mesmo milhões de anos). Uma 
vez lavrados e utilizados, eles podem não mais se formar na escala de tempo da vida 
humana. Decorre daí a disponibilidade finita de bens minerais, pelo menos em termos dos 
tipos de depósitos que atualmente conhecemos e que estamos habituados a lavrar. 
Os aproximadamente seis bilhões de habitantes da Terra estão progressivamente 
procurando o bem-estar que o consumo mineral pode proporcionar e pressionam para que 
sejam encontrados e produzidos cada vez mais bens minerais. No entanto, notamos uma 
distribuição desequilibrada do consumo dos bens minerais, cabendo a maior fatia aos países 
industrializados, ao passo que um menor consumo caracteriza os menos desenvolvidos. 
Para estes países é lógico prever que, com o aumento do padrão de vida, passarão a 
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consumir sua parte de minerais, necessária a seu desenvolvimento, levando o consumo 
mineral per capita a crescer mais rápido e implicando a intensificação da produção mineral. 
O crescimento populacional é também um fator de aceleração da produção mineral. 
Embora a taxa de expansão demográfica venha diminuindo globalmente, é evidente que o 
consumo de vários bens minerais tem crescido mais rápido que a população, tal como é 
observado com o petróleo. 
Além disso, estamos nos tornando cada vez mais conscientes de que sua produção e uso 
devem ser conduzidos preservando o meio ambiente. A produção e uso inadequados do 
bem mineral podem direta ou indiretamente levar a diferentes formas da degradação 
ambiental, outrora de efeitos locais e regionais, agora amplos (aquecimento global, chuva 
ácida, deterioração da camada de ozônio, poluição de reservatórios de água, etc.). Assim, 
não só a provável futura escassez do bem mineral nos aflinge, mas também as 
conseqüências nocivas e, às vezes, desastrosas de sua lavra e utilização (TEIXEIRA, 
W.;TOLEDO, M. C. M. de.; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. p. 468). 
A Figura .4 procura dar idéia do uso dos recursos minerais em nossa própria casa. Nela 
podemos identificar um grande número de coisas e de materiais que têm ligação direta com 
a mineração. 
 
Figura 4: Nossa casa vem da mineração. 
Fonte: CPRM (1995).

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