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Art. Eca resumido

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Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.
                Ninguém pode se eximir do dever de prevenir ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente. Outras regras dessa lei dispõem sobre o dever da família, da sociedade  e do Estado de assegurar a efetivação dos direitos da criança e do adolescente.
                Assegurar os direitos do menor com absoluta prioridade conforme preconiza o art. 4° dessa lei e o art. 227 da CRFB/88 colocando-os a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão e que se previne a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.
                A regra sob análise impõe o dever à sociedade de se abster de praticar qualquer ato nocivo à criança e ao adolescente para a promoção dos seus direitos fundamentais de forma a contribuir para o desenvolvimento saudável do menor em condições de dignidade.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
 
                A Convenção sobre os direitos da criança e adolescente no art. 17 estabelece que os Estados participantes reconheçam a função importante dos meios de comunicação e promoverão o acesso da criança a informações que visam promover o seu bem estar social, espiritual e moral e sua saúde física e mental.
                O direito à cultura, lazer, esportes, diversões deve fazer parte da vida da criança em todas as fases de seu desenvolvimento e a Declaração dos Direitos da Criança aprovada em 20/11/59, no item 7° reconhece à criança o direito a receber educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a desenvolver, em condições de iguais oportunidades suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo, seu senso de responsabilidade moral e social e a tornar-se um membro útil à sociedade, incluindo aí o direito a brincar e se divertir, pois brincando a criança aprende.
                Os espetáculos, produtos e serviços devem respeitar a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, e ser compatíveis à faixa etária do menor. A CRFB/88  art. 220, § 3° estabelece que é de competência da lei federal regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
 
                A prevenção especial não é apenas a definida na seção I do cap. II deste Título III, estabelecido aqui como síntese do estabelecido no art. 227, caput do texto constitucional, em que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
                Como decorrência do poder familiar, os pais devem se responsabilizar e decidir sobre quais espetáculos e diversões são adequados ao seu filho menor
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.
 
                Pessoa física e jurídica pode ser entendida como a família natural ou substituta, e a instituição em que o menor esteja abrigado. As normas de prevenção são destinadas a família e à sociedade com fundamento no conjunto de medidas sociais e jurídicas colocadas à disposição para  garantia e respeito dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.
 
                Muito embora esteja presente no texto constitucional que a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, o art.220, § 3°, dispõe que compete à lei federal, regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada, e também estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
                Sem deixar qualquer dúvida sob como devem se pautar os produtores de espetáculos públicos e programas de televisão o mencionado art. 221 da Magna Carta estabelece que a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão deverão atender aos princípios de dar preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, da promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação, da regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei e do respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
                A Portaria 773 de 19/10/1990, dispondo sobre a classificação de diversões e espetáculos públicos estabelece que as diversões e espetáculos públicos sejam classificados previamente como livres ou como inadequados para menores de 12 (doze), 14 (quatorze) e 18 (dezoito) anos.
                Assim é que, na forma do estabelecido no art. 21, XVI, compete à União exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão, e em consonância com o estabelecido no texto da Constituição, o art. 252 do ECA determina que deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação a pena para essa infração administrativa é de multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
                O legislador teve a grande preocupação em regulamentar a faixa etária, os locais e horários em que se darão as diversões e espetáculo público a fim de se evitar a participação de criança ou adolescente em eventos inadequados para sua faixa etária e prejudiciais a sua formação. O que está em jogo é a formação de um ser humano imaturo que a família, o Estado e a sociedade em geral não podem se descurar de proteger.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
                À criança maior de 10 anos, mesmo sem a companhia do pai ou responsável, está garantido o livre acesso às diversões e espetáculos públicos adequados à sua faixa etária. Os menores de 10 anos poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição de espetáculos se acompanhadas dos pais ou responsável.
                A lei incumbe o pai ou responsável a tarefa de defender os interesses de seusfilhos ou pupilo, lembrando que a inobservância desses preceitos acarretam as penalidades previstas nos arts. 255 e 258 do estatuto
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
 
                O estatuto prevê no art. 154 que transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação sujeita o infrator a pena de multa de vinte a cem salários de referência que pode ser duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
                A televisão ainda é o meio de comunicação mais influente da atualidade, e é notório que há um escancarado desrespeito ao estabelecido no art. 221 da CRFB/88, pois não percebemos das emissoras a preocupação com os princípios estabelecidos nesse artigo para a criação e transmissão dos programas que tem exibido. As programações dos canais de televisão estão recheadas de maus exemplos de personalidade nos seus personagens, linguagem obscena, cenas provocantes etc., muito distante de serem simples manifestações artísticas, em total descumprimento da Constituição e do ECA.
                 As crianças que são expostas a programas inadequados à sua faixa etária acabam por atingir um amadurecimento precoce extremamente prejudicial a sua formação. Foi-se o tempo em que no horário da novela das 21 horas, as crianças de 5 ou 6 anos por exemplo, estariam longe do aparelho de televisão. Hoje vemos famílias reunidas assistindo esse enredo diário acompanhadas de suas crianças, graças a fotos e vídeos que são postados em redes sociais mostrando a reação de assombro das crianças com as cenas fortes desses programas.
                As crianças reconhecem a violência dos programas e espetáculos de diversão transmitidos por rádio ou televisão e forma diferente dos adultos que tem a capacidade de discernimento formada, os infantes estabelecem cognitivamente somente a relação da violência apresentada com o final bem sucedido, aí está feito o mal ao menor.
                Esses maus programas que veiculam comportamentos antiéticos que ferem a sensibilidade infantil devem ser objeto de censura pelos pais ou responsáveis preocupados com a boa formação de seus filhos.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
 
                Nesse dispositivo está presente o dever de cuidar dos proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em desacordo com classificação estabelecida pelo órgão competente, e devem as fitas conter em seu invólucro informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
                A regra é a mesma: é proibido aos menores consumir bebidas alcoólicas que não podem os estabelecimentos comerciais vende-las aos mesmos. Da mesma forma é proibido vender ou alugar filmes impróprios à faixa etária classificada pelo órgão competente ao menor.
                A inobservância da regra contida nesse artigo acarretará a sanção do art. 256 do estatuto.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
 
                A violação dessa norma tem a penalidade prevista no art. 257, multa de 3 a 20 salários mínimos, duplicada em caso de reincidência, sem prejuízo da apreensão da revista e publicação.
                Todas as capas de revistas que mostrem material de conteúdo impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes devem ser comercializadas em embalagem opaca, e as revistas encontradas fora desse padrão objetivo presente na lei devem ser apreendidas de pronto e tiradas de circulação.
                A criança e o adolescente deve ser protegida desse tipo de publicação, ainda que veiculada como nudez artística que não evoca à prostituição, que não tem a intenção de ferir o pudor social de modo lascivo e sensual. A imagem em si motiva ou explora o lado sexual do indivíduo, por isso deve ser destinada exclusivamente aos que tem maturidade para isso. A criança deve ser poupada porque não tem como entender os relacionamentos humanos e isso violenta seu amadurecimento sexual.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
 
                Não nos cabe a árdua tarefa de estabelecer quais os valores éticos e sociais da família que devem ser impostos às revistas e publicações, pois são referenciados de forma genérica.
                Relevante esclarecer que tais valores éticos e sociais devem estabelecer as normas mínimas de convívio social. Cada família vai incutir no jovem seus próprios parâmetros norteadores de ética, mas que não podem entrar em conflito com a moral social geral.
                Assim, expor o menor a ilustrações, fotografias, anúncios que dão destaque a bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições em publicações que lhes são destinadas e que de certa forma contribuem para seu desenvolvimento, pode passar uma imagem positiva sobre tais conceitos, o que seria extremamente ruinoso para um ser ainda em formação.
                O menor poderia associar a diversão que procura na literatura infanto-juvenil a permissão que esta lhe proporciona por coloca-lo em contato com ilustrações e fotografias de álcool, drogas e violência,  que influenciaria de forma negativa a construção de sua personalidade.
                As publicações devem ensinar aos jovens somente o que convém para sua boa formação, em respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família, por isso essa proibição constante no texto legal do estatuto.
                O desrespeito as previsões desse artigo acarretará a pena prevista no art. 257 do estatuto, de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.
 
                A lei prevê como inconveniente à formação da criança e do adolescente os  a entrada e permanência em estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, ainda que sejam jogos lícitos, estatuindo que tais estabelecimentos devem fixar essa proibição em local visível para o público.
                O vício do jogo é algo terrível e a criança e o adolescente não podem ter uma imagem positiva de algo que poderá viciá-lo ou degradar sua moral de modo aterrador.
                O desrespeito às disposições desse artigo podem acarretar diversas penalidades ao estabelecimento infrator e até mesmo seu fechamento.
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
I – armas, munições e explosivos;
II – bebidas alcoólicas;III – produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
IV – fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
V – revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI – bilhetes lotéricos e equivalentes.
 
                O art. 242 do estatuto estabelece que vender fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo, a pena de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, conforme redação da Lei nº 10.764, de 12.11.2003. A pena anterior era de detenção de seis meses a dois anos e multa, passando a novel lei tratar com mais rigor essas situações.
                A legislação penal descreve como contravenção penal servir bebidas alcoólicas a crianças e adolescente, conforme o art. 63, I, punida com prisão simples de dois meses a um ano e multa.
                Alguns produtos são extremamente danosos aos seres humanos causando males físico,  moral e emocional, como as bebidas alcoólicas e drogas. Outros produtos podem colocar em risco a integridade física das pessoas se manuseado de forma incorreta. Nesses casos os maiores riscos estão em serem manuseados pelo público infanto juvenil, como os fogos de artifícios e similares. A penalização para o transgressor nesse caso está prevista no art. 244 que estabelece que vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida, pena de detenção de seis meses a dois anos, e multa.
                Na disposição do inciso III está incluso os medicamentos que se usados inadvertidamente podem causar dependência física e psíquica. A venda desses produtos à criança e ao adolescente incidirá a pena prevista no art. 243 do estatuto, que estabelece que vender fornecer, ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida a pena de detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
                Os adolescentes não podem apostar, jogar e nem mesmo adquirir bilhetes lotéricos e equivalentes, a transgressão a esse preceito pode caracterizar o crime tipificado no art. 174 do Código Penal. Inserir o menor no mundo dos jogos pode despertar a curiosidade para o jogo levando-o ao vício da jogatina, que pode causar tanto mal como drogas ou bebida.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
 
                O hotel, motel, pensão ou congênere não podem aceitar hóspedes sem conferir sua documentação e se assegurar que não esteja hospedando criança ou adolescente desacompanhado de seus pais ou responsável, ou sem autorização desses ou de uma autoridade judiciária.  Pessoas sem boas intenções podem levar menores a esses locais e cometer atrocidades com os mesmos como crimes sexuais.
                O art. 250 do estatuto veda a hospedagem de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere, estabelecendo para esses casos a pena de multa, e em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. Ainda, se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada.
                A proibição prevista nesse artigo trata-se de uma prevenção da ocorrência de ameaça ou violação de direitos do menor, conforme art. 70 desse estatuto.
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.
 
                Essa regra é a exceção ao direito de locomoção prevista no art. 5°, XV da CRFB/88 para proteção da integridade da criança menor de 12 anos. Por esse dispositivo as crianças menores de 12 anos desacompanhadas dos pais ou responsável necessitam de autorização judicial para viajar.
                Se o menor se deslocar para local próximo de sua residência, uma comarca contígua, não haverá necessidade de autorização judicial.
                Para a criança viajar para fora da comarca em que reside sem autorização judicial deve ou estar acompanhada de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco, como avós, tios diretos e irmão maior de 18 anos, ou de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
                Para que o menor viaje desacompanhado de pessoas que não são seus parentes até terceiro grau e com autorização expressa de seus pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
I – estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II – viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida.
 
                A cautela do inciso II encontra sua razão nos casos de pais que disputam a guarda dos filhos, que em muitas situações vem a ser um litígio até mesmo desumano ao menor.
                O Conselho Nacional de Justiça editou a Resolução 131 de 26/05/2011 que em seu art. 1° dispõe os três casos em que a autorização judicial é dispensável para que crianças ou adolescentes brasileiros residentes no Brasil que viajem ao exterior, como ter a companhia de ambos os genitores, ou em companhia de um dos genitores, desde que haja autorização do outro, com firma reconhecida, e desacompanhada ou em companhia de terceiros maiores e capazes, designados pelos genitores, desde que haja autorização de ambos os pais, com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
 
                A expressa autorização judicial é a sentença transitada em julgado que concedeu a adoção internacional. Nessa sentença constará que após o transito em julgado será expedido alvará com a autorização da viagem, nos termos do art. 52, § 9° do estatuto.
 
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
 
                Esse dispositivo é a norma geral de que as políticas públicas que vão atender os direitos da criança e do adolescente se darão através de um conjunto articulado de ações governamentais ou não da União, Estados e Municípios. A partir desse dispositivo resta claro que a intenção do legislador é criar mecanismos capazes de atender a execução da norma do art. 227 da CRFB/88.
                Mora (2012:257) ensina que a política de atendimento, que abrange a promoção, prevenção,proteção e defesa dos direitos da criança, é viabilizada através de uma multiplicidade de ações específicas de natureza diferente e complementar na área das políticas sociais básicas, serviços de prevenção, assistência supletiva, proteção jurídico-social e defesa de direitos.
                Para concretizar os objetivos do ECA, seus princípios norteadores, como a primazia de atendimento do menor e sua proteção integral, é necessário a atuação governamental por todos os entes da Federação, bem como não governamental, com políticas de atendimento em prol da defesa dos direitos da criança.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que deles necessitem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
 VI – políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
 VII – campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
 
                O estatuto define juridicamente as linhas de políticas de atendimento por elementos determinados pelo legislador que privilegiam os interesses fundamentais da criança e do adolescente.
                As políticas sociais básicas como saúde, educação, cultura, segurança, priorizadas  para atender as necessidades fundamentais da criança e do adolescente  por meio de programas que proporcionem garantia de seus direitos e condições dignas de vida.  As autoridades não podem se omitir na realização dessas políticas sob pena de responsabilidade, passível de ação popular ou ação civil pública.
                Também,  quando os programas de assistência existente não forem suficientes para atender as necessidades do menor,  o Poder Público deve estabelecer políticas e programas de assistência social, para pessoas carentes em caráter supletivo, como complementação da situação familiar e pelo tempo necessário. Não é uma assistência por tempo indefinido, mas transitória enquanto durar a situação que requeira esse especial programa de assistência.
                Crianças e adolescentes devem contar com serviços médicos de prevenção, atendimento psicossocial àqueles que foram vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão. Tais serviços devem ser exigidos pelos cidadãos de um município, que se não tiver recursos para implementação recorrerá ao Estado e esse à União.
                O inciso IV trata do serviço de localização e identificação de pessoas desaparecidas, e não é raro o desaparecimento de pessoas mais notadamente de crianças. O legislador prevê a criação de um serviço de localização e identificação, que pode ser desenvolvido pelo governo como todos os segmentos da sociedade. Esse serviço deve contar com força-policial.
                O Conselho Tutelar é o órgão da sociedade para zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, conforme o art. 131 dessa lei. A proteção jurídico-social pode ser realizada por qualquer entidade que esteja imbuída em resolver os problemas dos menores.
                O convívio familiar é de suma importância para o menor, por esse reconhecimento o estatuto dispõe que as linhas de política de atendimento devem prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar e garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes. Qualquer que seja o programa de assistência a ser criado deve evitar o afastamento dos menores de suas famílias.
                Campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção devem ser estimuladas com a criação de linhas de política de atendimento pelo Estado e sociedade civil, para que esta assuma uma outra postura ao tratar da guarda de menores.
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I – municipalização do atendimento;
II – criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
III – criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-administrativa;
IV – manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
V – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;
VI – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009). 
VII – mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).  
 
                Diretrizes bem traçadas para a criação de políticas de atendimento são necessárias para que se tenha sucesso no trabalho a ser realizado. A lei fala em planejamento da ação, detectando previamente os pontos mais sérios a serem vencidos e a melhor política a ser adotada.
                Essa previsão está em consonância com o art. 227, § 7°, da Magna Carta que faz remissão ao art. 204 estabelecendo que as ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
                I – descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
                II – participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
                A descentralização dessas políticas é medida fundamental para suas realizações. O Poder Executivo do município está mais próximo da realidade dos menores e suas demandas, bem como as características de sua região, poderá realizar um trabalho mais focado na administração dos programas criados.
                Os fundos nacional, estadual e municipal recebem recursos financeiros do governo e da sociedade civil que são geridos pelos conselhos de direitos infanto-juvenis, e a lei trata da diretriz estabelecida para a manutenção e gerência eficaz desses fundos.
                A lei dispõe também sobre a integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregado da execução das políticassociais básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.
                É medida para evitar deslocamentos desnecessários e agilidade para o autor do ato infracional, que se seu caso for de liberação imediata, esse não tenha que esperar muito por uma decisão judicial. Se necessário atendimento pela defensoria pública os responsáveis pelo menor serão prontamente esclarecidos sobre as medidas que serão adotadas. A lei prevê integração operacional para agilização do atendimento ao menor em decorrência do princípio da absoluta prioridade do art. 4° e art. 227 da CRFB/88.
                A participação da comunidade com mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade é uma concentração de esforços para atender as demandas da criança e do adolescente.
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será remunerada.
 
                Os conselhos estaduais e municipais serão compostos por pessoas idôneas, com interesse nos problemas da criança e do adolescente, que prestarão sua colaboração gratuitamente.
                Os membros dos conselhos exercerão função de caráter social de interesse coletivo, por isso é salutar que não recebam remuneração, pois isso afasta pessoas sem qualificações e que priorizem seu próprio benefício.
                Também, os conselheiros não mantém vínculo com nenhum órgão da Administração Publica o que garante sua liberdade de atuação e na tomada de decisões.
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:     (Vide)
I – orientação e apoio sócio-familiar;
II – apoio sócio-educativo em meio aberto;
III – colocação familiar;
IV – acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
V – prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012).
VI – liberdade assistida;         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012).
VII – semiliberdade; e         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012).
VIII – internação.        (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012).
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais deverão proceder à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
§ 1o  As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 2o  Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 3o  Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
        I – o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
        II – a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) .  
        III – em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) .
 
                O artigo em estudo trata especificamente das inscrições, registros e alterações de entidades públicas ou privadas perante o Conselho Municipal.
                As entidades de atendimento, que podem ser governamentais ou não-governamentais de que trata os arts. 90 a 94 desta lei, tem o objetivo executar as medidas de proteção previstas no art. 101 e socioeducativa disciplinada pelo art. 112, atendendo crianças e jovens em situação de risco pessoal e social e adolescentes autores de atos infracionais.
                Essas entidades, se governamentais mantidas com verba do governo, ou particulares mantidas pela sociedade e subvencionada ou não por verbas públicas, são responsáveis pela manutenção das suas próprias unidades, pelo planejamento e execução de seus programas com autonomia de proteção ou socioeducativos. A autonomia das entidades de atendimento tem seu óbice nos princípios fundamentais do estatuto uma vez que a prioridade é a proteção integral do menor que deve receber essa proteção no seio familiar e para esse objetivo devem ser direcionados os programas das entidades de atendimento.
                A unidade de atendimento planejará e executará os programas de proteção e socioeducativos seguindo os regimes de orientação e apoio sócio-familiar, apoio socioeducativo em meio aberto, colocação familiar, acolhimento institucional, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação.
                Os programas deverão ser inscritos junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente especificando os regimes de atendimento, que os analisará quanto a compatibilidade com o estatuto. O Conselho Municipal, além de manter os registros das inscrições e de suas alterações, comunicará as mesmas ao Conselho Tutelar que comunicará a autoridade judiciária.
                Os programas de acolhimento institucional e familiar recebem verbas orçamentárias das pastas da Educação, Saúde e Assistência Social de todas as esferas do governo, observando sempre o princípio da prioridade, tendo em vista o atendimento adequado à criança e o adolescente.
                Os programas estabelecidos pelas unidades de atendimento serão reavaliados a cada dois anos pelo Conselho Municipal, sendo essa reavaliação critério subjetivo para a renovação da autorização de funcionamento da entidade, fornecendo subsídios de fiscalização ao Poder Judiciário, Ministério Público, Conselhos Tutelares. Servirá de critério para concessão de autorização de funcionamento quanto aos programas de acolhimento institucional ou familiar, os índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta.
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.
Parágrafo único. Será negado o registro à entidade que:
§ 1o  Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
a) não ofereçainstalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;
c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 2o  O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
 
                As entidades particulares de atendimento que se dedicam à realização de programas de proteção ao menor e programas socioeducativos não poderão funcionar antes de efetivado o registro no Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente. Se na comarca não existir o Conselho Municipal, os registros, inscrições e alterações serão realizados pela autoridade judiciária.
                A lei estabelece os casos em que o registro será negado à entidade não-governamental, como não oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança, não apresentar plano de trabalho compatível com os princípios do estatuto, quando estiver irregularmente constituída na forma da lei e em seus quadros tenham pessoas inidôneas, e quando não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis.
                O prazo de validade do registro é de quatro anos e cabe ao Conselho reavaliar a cada dois anos para conceder nova renovação.
Art. 92.  As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princípios:
 I – preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
II – integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
III – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV – desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
V – não desmembramento de grupos de irmãos;
VI – evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes abrigados;
VII – participação na vida da comunidade local;
VIII – preparação gradativa para o desligamento;
IX – participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
Parágrafo único. O dirigente de entidade de abrigo e equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito.
        § 1o  O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
        § 2o  Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
        § 3o  Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
        § 4o  Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
        § 5o  As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional somente poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
        § 6o  O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
 
                As entidades particulares que desenvolvam programas de acolhimento deverão se pautar pelos princípios balizadores do estatuto, como proteção integral e prioridade de atendimento a criança e adolescente, e além desses princípios gerais,  esse dispositivo elenca outros específicos relativos ao acolhimento institucional e familiar, como a preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar, a integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família natural ou extensa, o atendimento personalizado e em pequenos grupos, o desenvolvimento de atividades em regime de coeducação, o não desmembramento de grupos de irmãos, evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes abrigados, a participação na vida da comunidade local, a preparação gradativa para o desligamento e a participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
                O detalhamento de princípios fundamentais exigíveis das entidades que desenvolvem programas de acolhimento viabiliza a efetivação dos direitos presentes no art. 227 da CRFB/88.
As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional somente poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.
                A importância do papel do dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é destacada pelo fato de que o legislador o equiparou ao guardião legal de seus acolhidos, para todos os efeitos de direito.
                Os dirigentes de entidades, ou guardiões, que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.
                A entidade de acolhimento institucional é o lar coletivo, em que o acolhido não está privado de liberdade, por isso é importante que as condições se assemelhem a um ambiente familiar para melhor integração emocional do menor.
                As pessoas que vão atender esse menor no lar substituto devem ser qualificadas, e para tanto os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.
                A entidade de acolhimento institucional deve observar e estimular o contato da criança e adolescente com seus familiares visando o fortalecimento dos vínculos familiares do menor.
                Se não houver alternativa ao menor que não seja o acolhimento institucional é melhor que este permaneça em um lugar só, para que facilite sua adaptação, visando preservar a saúde mental desta criança ou adolescente que passa por situação excepcional em sua vida.
                O menor acolhido participará na vidaem comunidade por sua frequência a escola pública, bem como a locais de cultura e lazer existentes na localidade.
                O ideal é que o menor permaneça o mínimo possível na instituição e lá seja preparado para inserção em família substituta tendo em vista a excepcionalidade da medida.
                O dirigente da entidade que submeter o menor a vexame ou constrangimento estará sujeito ao disposto no art. 232  do estatuto, e se cometer tortura incidirá o art. 1°, § 4°, II, da Lei 9.455/97. Se descumprir seus deveres de guardião estará sujeito a multa de três a vinte salários de referência conforme o art. 249 do ECA.
Art. 93.  As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
Parágrafo único.  Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) .
 
                Está presente nesse dispositivo a hipótese excepcional de atendimento institucional. A lei trata o acolhimento institucional e o acolhimento familiar como medidas provisórias e excepcionais, utilizada como forma de transição para reintegração familiar ou se não for possível a colocação do menor em família substituta, conforme disposto no art. 101. Essa situação deve obrigatoriamente ser decidida pela autoridade judiciária. Mas, em  situação de urgência que ocorra a necessidade de acolher crianças sem prévia determinação judicial, o acolhimento pode ocorrer fazendo a comunicação do fato aos juiz da infância em 24 horas, sob pena de responsabilidade do dirigente da instituição.
                A excepcionalidade da medida de acolhimento do menor sem determinação judicial não afasta o critério maior em que o afastamento da família somente ocorrerá em casos de absoluta impossibilidade de sua permanência no círculo familiar.
                Comunicado o juiz, este primeiramente avaliará as hipóteses legais autorizadoras da providência de abrigamento tomado pela entidade em situação de urgência. Se houver violação de direitos da criança e do adolescente medidas cabíveis serão tomadas em face do dirigente da entidade. Empós, este ouvirá o Ministério Público e decidirá por tomar as medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101 desta Lei.
                Se o Ministério Público entender cabível poderá representar imediatamente os genitores do menor, nos termos do art. 194 do ECA.
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
I – observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
II – não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação;
III – oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;
IV – preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;
V – diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;
VI – comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
VII – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
VIII – oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
IX – oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;
X – propiciar escolarização e profissionalização;
XI – propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XII – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
XIII – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV – reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente;
XV – informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;
XVI – comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;
XVII – fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
XVIII – manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;
XIX – providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
XX – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.
§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que mantêm programa de abrigo.
§ 1o  Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento institucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
 
                A internação é privação de liberdade que encontra respaldo no art. 227, § 3°, V, da CRFB/88. O adolescente privado de liberdade ser cuidado pela instituição de internação com dignidade. Assim estará a entidade de internação do menor que por razão extrema precisa ser privado de liberdade, aplicar as obrigações elencadas nesse artigo que visam a integração do infrator ao convívio social.
                Além disso, a internação está sujeita aos princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar do menor como pessoa em desenvolvimento (art. 121 do ECA).
                As obrigações elencadas nesse artigo à entidade de internação são requisitos que deverão ser analisados na ocasião da fiscalização prevista nessa lei. O art. 97 relaciona as medidas aplicáveis às entidades que descumprirem as obrigações constante nesse texto legal, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal dos dirigentes ou prepostos.
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
 
                A fiscalização tem por objetivo conferira proteção integral à criança e ao adolescente que se encontre em acolhimento em relação aos dirigentes das entidades de atendimento. Para esse intento a lei estabelece que tanto o Ministério Público, Autoridade Judiciária e o Conselho Tutelar devem estar atentos e legitimados para a instauração de procedimento de apuração de irregularidades.
                Essa fiscalização deve se dar no aspecto físico da unidade de atendimento como também quanto aos métodos pedagógicos adotados pelos dirigentes da unidade se estão sendo corretamente aplicados por seus prepostos.
                A fiscalização deve ocorrer de forma permanente, em caráter preventivo ou sempre que houver notícias de irregularidades relatadas.
                O art. 236 do estatuto estabelece que os dirigentes das entidades não podem embaraçar a ação da autoridade judiciária, de membro do Conselho Tutelar ou de representante do MinistérioPúblico.
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das dotações orçamentárias.
 
                As entidades de atendimento se reportarão ao Estado ou ao Município declarando como pretendem receber verbas de dotações orçamentárias e aplica-las em seus programas de atendimento à criança e adolescente, tanto de proteção como socioeducativo.
                Depois de executados os programas a entidade terá de prestar do uso da verba recebida.
                A fiscalização dos recursos entregues às entidades de atendimento é importante para o cumprimento dos objetivos estatais de proteção ao menor e atendimento aos seus direitos de pessoa em desenvolvimento.
               A intenção de fiscalizar é coibir o desvio de verbas e a corrupção. Encontrado irregularidades o art. 191 estabelece que o procedimento de apuração terá inicio por portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
I – às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
II – às entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
Parágrafo único. Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.
§ 1o  Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
 § 2o  As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responderão pelos danos que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
 
                Para o caso de descumprimento de qualquer das obrigações dispostas no art. 94, cujo rol é exemplificativo, esse artigo dispõe sobre as medidas aplicáveis às entidades faltosas. As medidas aplicáveis às entidades governamentais e as não-governamentais, estabelecendo às primeiras advertência, afastamento provisório de seus dirigentes, afastamento definitivo de seus dirigentes e fechamento de unidade ou interdição de programa. Já as segundas o rol é mais severo, estabelecendo a advertência, suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas, interdição de unidades ou suspensão de programa e cassação do registro.
                Para o caso de reincidência das infrações cometidas pela unidade de atendimento que coloquem em risco os direitos assegurados à criança e ao adolescente o fato deve ser levado ao Ministério Público ou representado perante a autoridade judiciária competente para as providências cabíveis. Os arts. 191 a 193 do ECA estabelecem o procedimento para apuração dessas irregularidades.
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.
 
                São aplicáveis as medidas de proteção à criança e ao adolescente sempre que ocorrer violação de seus direitos por ação ou omissão da sociedade ou do Estado, ou por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável.
                Também é garantido ao menor medidas de proteção socioeducativa em razão de sua conduta pela prática de atos infracionais.
                Esse disposto define precisamente em que condições são exigíveis as medidas de proteção à criança e ao adolescente, autorizando ao Conselho Tutelar, através de requisição, ao Ministério Público pela representação em juízo, e à autoridade judiciária com decisão fundamentada agir em prol dos direitos do menor.
                A criança e o adolescente devem ser colocados a salvo de qualquer risco à sua integridade física e psíquica. As medidas protetivas devem ser aplicadas sempre que houver risco a integridade física do menor.
                O art. 4°, caput, e 70 do estatuto todos, Estado, família e sociedade, devem agir em cooperação para salvaguardar os direitos da criança e do adolescente ante a responsabilidade presente no texto legal. Nesse dispositivo a criança e o adolescente têm seus direitos violados por ação ou omissão da sociedade e do Estado. Ocorrendo isso, a comunidade e a família poderão cobrar do Estado a aplicação correta das leis. Assim, o Estado não atendendo as demandas dos menores, como vagas em creche, fornecimento de medicamentos de alto custo, cultura e lazer, atendimento médico, pode ser demandado a garantir a proteção integral do menor no que este precise.
                Os direitos do menor que o Estado deve assegurar estão elencados no art. 54 dessa lei. O art. 70 preceitua que é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação de direitos ao menor.
                A sociedade poderá garantir a proteção integral ao menor se mobilizando com  campanhas educativas, implementação de programas comunitários em apoio à família, etc.
                A responsabilidade dos pais ou responsável em salvaguardar os direitos do menor decorre do poder familiar. Medidas de proteção ao menor devem ocorrer nos casos em que a criança e o adolescente forem vítima dos pais ou responsável, seja pela falta, omissão ou abuso. O art. 22 do estatuto dispõe sobre os deveres dos pais em relação ao sustento, guarda e educação dos filhos menores. O art. 55 dispõe sobre o dever dos pais de matricular os filhos na rede regular de ensino. No art. 129, inc. I-VI, estão dispostas as medidas aplicáveis ao pai ou responsável.
                Praticando o menor ato infracional a disciplina é a do art. 103 e seguintes desta lei, devendo ser tratado com medidas socioeducativas.
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
 
                As medidas específicas de proteção são as que devem ser utilizadas nos casos previstos no art. 99, incisos I-III, e objetivam fazer cumprir os direitos da criança e do adolescente por aqueles que os estão violando.
                As medidas poderão ser aplicadas isoladas e cumulativamente, visto que são compatíveis entre si, conforme a necessidade. Podem também ser substituídas se não atingirem seu propósito inicial. São medidas que tem natureza cautelar, pois pressupõe a existência de que há violação ou ameaça de violação de direitos da criança e do adolescente, devendo ser aplicadas de imediato e depois discutido seu mérito.
                São medidas que visam proporcionar ao menor um desenvolvimento sadio e adequado em respeito a situação peculiar do menor como pessoa em desenvolvimento.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Parágrafo único.  São também princípios que regem a aplicação das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
I – condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentessão os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
II – proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares;  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
III – responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais;  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
 IV – interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto;  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
V – privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
VI – intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida;  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
VII – intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
VIII – proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
IX – responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
X – prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isto não for possível, que promovam a sua integração em família substituta; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
XI – obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
XII – oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
 
                A criança e o adolescente têm garantido seus direitos fundamentais, estão equiparadas pela Constituição e pelo Estatuto aos adultos com prerrogativas asseguradas por sua peculiar situação de pessoa em desenvolvimento, recebem proteção legal pela por que são titulares dos direitos e não apenas considerados menores em situação irregular ou em situação de risco como ocorria no antigo Código de Menores.
                Em razão disso, ao aplicar as medidas previstas no Estatuto, a autoridade judiciária e os membros do Conselho Tutelar devem levar em consideração seu caráter pedagógico, visto que as medidas socioeducativas aplicáveis à criança e ao adolescente não tem caráter punitivo.
                O fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários devem ter primazia na aplicação das medidas socioeducativa, devendo estes serem mantidos próximos à sua família e do meio comunitário a que pertence.
                 As medidas de proteção são regidas pelos princípios de proteção estatuídos nos incisos I-XII e são direcionados para a busca dos fins sociais  a que se destinam conforme previsão do art. 6° desta lei.
                A titularidade dos direitos protegidos por essa lei pertence ao menor e é ele que todos devem zelar e colocar a salvo de lesão ou ameaça a violação de seus direitos. A proteção dos direitos essenciais das crianças deve ser integral, por isso a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares.
                Para a aplicação das medidas de proteção em primeiro lugar será chamado o Poder Público que deverá se responsabilizar pela realização total dos direitos assegurados ao menor.
                Na existência e risco para o adolescente e perigo para o idoso o interesse do idoso deve ser considerado, pois é igualmente tido como superior pelo ordenamento devendo ser tratados de forma equânime para que não haja desamparo a nenhuma das partes atendidas.
                A privacidade infanto-juvenil deve ser preservada na promoção de seus direitos sendo proibido ingerências indevidas em sua privacidade e intimidade.
                Os pais ou responsáveis devem sempre assumir suas obrigações para com o menor, não podendo delega-las a outrem sem autorização judicial.
                No acolhimento do menor em situação de risco  deve-se primar para que sempre que possível esse fique com sua família natural, e em caso de impossibilidade com família substituta.
                A criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão e seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa, visto ser direito também do menor ser ouvido em separado, bem como seus pais têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII – acolhimento institucional;  (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009).
Parágrafo único. O abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma de transição para a colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 1o  O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 2o  Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providênciasa que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 3o  Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
  I – sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
 II – o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
III – os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
IV – os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
 § 4o  Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 5o  O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).       
§ 6o  Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
I – os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
II – os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
III – a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 7o  O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 8o  Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 9o  Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 10.  Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos complementares ou outras providências que entender indispensáveis ao ajuizamento da demanda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
§ 11.  A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
 § 12.  Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimento.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
 
                Aplicam-se as medidas de proteção ocorrendo ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente, por ação ou omissão da sociedade ou do Estado, a falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável, ou ainda em razão de sua conduta, conforme disposto no art. 98 dessa lei e observando os princípios descritos no art. 100.
                As medidas de proteção são medidas excepcionais em seu modo de aplicação e em relação à medida de acolhimento, visto que a proteção do menor se dá por meio de programas sociais e políticas públicas, como educação, saúde, habitação, que estão garantidos a toda população.
                Essas medidas são aplicadas pela autoridade competente, que nos termos do art. 136, I, VI, do Estatuto, são atribuições do Conselho Tutelar atender as crianças e adolescentes nas hipótese do art. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII, providenciando esse órgão a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, I-VI, para o adolescente autor de ato infracional.
                Assim, estabelecida a medida de proteção ao adolescente infrator pela autoridade judiciária, o Conselho Tutelar terá a incumbência de tomar as providências necessárias para que essa seja cumprida.
                A família é o primeiro responsável para assegurar a efetivação dos direitos da criança e do adolescente, conforme disposto no art. 4° dessa Lei. Em razão disso o adolescente será encaminhado aos pais ou responsável mediante termo de responsabilidade para que se possibilite a reintegração familiar do mesmo. O Estatuto privilegia que o menor fique com sua família natural desde que o ambiente não seja prejudicial à sua educação e ao desenvolvimento de sua personalidade.
                Caso o menor seja reintegrado em sua família biológica esta poderá solicitar orientação, apoio e acompanhamento temporários seja pela conduta do mesmo ou por conflitos familiares, ainda mais se o adolescente estiver inconquistável pela orientação dos pais. Essa medida também poderá ser solicitada se o menor for inserido em família substituta ou encaminhado a uma instituição de acolhimento.
                O pai ou responsável pela criança ou adolescente deve garantir seu acesso à educação por matricula-lo e observar sua frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino fundamental, visando sua capacitação para o trabalho futuro.
                 A educação básica é um preceito constitucional que está previsto no art. 208 estabelecendo que essa será efetivada mediante a garantia de sua gratuidade aos menores dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade. Ainda o art. 205 complementa

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