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Plano de Aula: Contratos Empresariais (Cont) DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Contratos Empresariais (Cont) Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 8 Tema Espécies de Contratos Empresariais: Contratos Bancários. Objetivos - analisar os tipos de contratos bancários próprios e impróprios. - identificar a prática usual dos contratos bancários, e a aplicabilidade do CDC.. - analisar os contratos de financiamento usuais do mercado. Estrutura do Conteúdo 1. Contrato de Depósito Bancário: Quando a Instituição Financeira assume na relação negocial o polo passivo, ela se encontra na posição de devedora, pois tais contratos têm a função econômica de captação de recursos dos quais o banco necessita para poder desenvolver a sua atividade bancária. Neste tipo de atividade podemos citar principalmente os Contratos de Depósito e Conta Corrente. No caso, o Contrato de Depósito é aquele através do qual uma pessoa, física ou jurídica, depositante, entrega valores monetários a um banco, depositário, que se obriga a restituí-los quando solicitado pelo depositante. Este é um dos contratos mais comuns, realizados pelos chamados bancos comerciais, sendo o cartão de débito e o cheque um dos instrumentos de restituição dos valores depositados. 2. Contrato de Mútuo Bancário: Este tipo de contrato possui peculiaridades próprias, pois o mútuo bancário é o contrato através do qual o banco, mutuante, empresta a seu cliente uma determinada quantia em dinheiro, cobrando juros e encargos devidos pelo mutuário em razão da utilização do dinheiro, objeto do contrato. O Contrato de Mútuo Bancário se classifica como um contrato, unilateral e real, pois o banco não assume obrigação alguma perante o cliente após a entrega da quantia contratada e somente se concretiza com a efetiva entrega do dinheiro ao cliente mutuário. As obrigações do mutuário, portanto são duas a partir da efetiva entrega do dinheiro: 1) Devolver o valor emprestado no prazo avençado, pagando juros, correção, taxas e encargos, se for o caso; 2) Amortizar a quantia emprestada dentro dos prazos estabelecidos no contrato. 3. Contrato de Desconto Bancário: No desconto propriamente dito o banco antecipa ao cliente o valor do crédito deste contra terceiros. Note-se bem, o instrumento deste contrato tem como base os Títulos de Crédito, como Letras de Câmbio, Notas Promissórias, Duplicatas e Cheques e os demais equiparados por legislação específica do Direito Cambiário. Este tipo de contrato encontra-se regulamentado e tutelado pela doutrina e pelas Leis Cambiarias, ou seja, pelos princípios básicos do direito cambiário. Acentue-se que o instituto do endosso é ato indispensável à concretização do Desconto. No caso, se o título não for pago na data aprazada pelo devedor principal ou por seus coobrigados, o banco tem o direito de cobrar do cliente o crédito consignado no título que não foi realizado pelo terceiro devedor, protegido por toda a legislação cambiaria e processual. 4. Contrato de Abertura de Crédito: Popularmente conhecido como “Cheque Especial”, representa o contratos pelo qual o banco coloca à disposição do seu cliente, determinada quantia a seu favor, que poderá ou não ser utilizada por este. Se o cliente utilizar este limite, será obrigado a pagar os encargos e juros provenientes da apropriação deste crédito. Tal contrato encontra-se intimamente vinculado aos Contratos de Conta Corrente e Depósito. O Contrato de Abertura de Crédito classifica-se como consensual e bilateral, podendo o Banco, terminado o prazo contratual ou por questões de conveniência quando não for mais do seu interesse disponibilizar o crédito ao seu cliente, extingui-lo, ou seja, cortar o crédito. 5. Contratos bancários Impróprios. 5.1 Contrato de Arrendamento Mercantil (Leasing): Quando mencionamos a expressão Leasing, nos vem à ideia de uma compra financiada. Isto para os leigos de uma forma geral. Para os estudiosos no assunto, o Leasing ou Arrendamento Mercantil é definido doutrinariamente como um contrato de natureza mista que envolve uma locação de um bem que é caracterizada pela faculdade que possui o locatário, ao término da locação de optar pela compra deste bem locado. Na realidade este contrato reúne intrinsecamente dois contratos, o da locação e o opcional de compra e venda. Por ato unilateral, o arrendatário ou locatário do bem, findo o prazo locatício pode optar pela compra deste bem pagando o chamado valor residual, ou seja, pagando o equivalente ao valor do bem locado debitado as prestações anteriormente pagas durante a locação a título de aluguel. 5.2. Alienação Fiduciária em Garantia: É o contrato através do qual uma das partes denominada fiduciante, proprietária do bem, objeto do contrato, aliena-o em confiança (em fidúcia) para outra parte, denominada fiduciário, que se obriga a devolver a propriedade deste bem ao fiduciante, de acordo com as condições estabelecidas no contrato. No caso, o fiduciante é o devedor e mutuário e o fiduciário o mutuante, credor. Em outras palavras, dando o exemplo da compra e venda de veículos, o proprietário do bem é o fiduciante, que aliena o veículo à financeira que lhe concedeu o financiamento para o pagamento deste veículo. Sendo quitada a dívida pelo fiduciante, o fiduciário, credor ou mutuante, que é a financeira, devolve ao fiduciante a propriedade do bem. 5.3. Contrato de Factoring: Também chamado de fomento mercantil, o Contrato de Faturização ou Factoring é aquele através do qual o faturizador (Instituição Financeira) presta ao faturizado (Empresário) o serviço de administração de crédito, garantindo ao empresário o pagamento das faturas por ele emitidas. Nos dias atuais, em razão da grande concorrência no comércio, na indústria e na prestação de serviços, se o empresário não colocar à disposição do consumidor ou de seu cliente a facilitação no pagamento das mercadorias ou serviços, pode perdê- los para outro empresário concorrente.Permitindo o pagamento com prazos maiores instrumentados por cheques, promissórias ou duplicatas, realiza a sua atividade empresária a contento e em contrapartida, utiliza-se do mecanismo da faturização para a antecipação destes créditos. Aplicação Prática Teórica CASO CONCRETO: (XIII Exame OAB - 2014.1 (FGV – MAR/14) Direito Empresarial Banco Colares S/A, com fundamento no inadimplemento de contrato de alienação fiduciária em garantia celebrado nos termos do artigo 66-B, da Lei nº 4.728/65, requereu a busca e apreensão do bem, com pedido de liminar. Previamente ao pedido, o fiduciário comprovou o não pagamento por Augusto Corrêa, fiduciante, das quatro últimas parcelas do financiamento. O pedido foi deferido e a liminar executada. O fiduciante não apresentou resposta no prazo legal, porém, dois dias após executada a liminar, pagou a integralidade da dívida pendente, em conformidade com os valores apresentados pelo fiduciário na inicial. Diante do pagamento comprovado nos autos, o Juiz determinou a entrega do bem livre de ônus, mas este já havia sido alienado pelo fiduciário durante o prazo legal para o pagamento da dívida. O fiduciário justificou sua conduta pela ausência de resposta do fiduciante ao pedido de busca e apreensão. a) Poderá ser aplicada alguma penalidade ao fiduciário pela alienação do bem, ou este agiu em exercício regular do direito? Justifique b) Comprovado pelo fiduciante que a alienac¸a~o do bem lhe causou danosemergentes e lucros cessantes, que medida podera´ propor seu advogado em face do fiducia´rio? . QUESTÃO OBJETIVA: (MAGISTRATURA/DF – 2011) Espécie de leasing em que o bem arrendado já pertence à empresa arrendadora é: A) leasing financeiro; B) leasing de retorno; C) leasing operacional; D) nenhuma das alternativas anteriores é correta.
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