Buscar

Classificação das Constituição

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 1
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
Na aula de hoje, comentarei exercícios sobre o assunto “Classificação 
das Constituições”, que integra a chamada teoria geral do Direito 
Constitucional. 
O meu objetivo será apresentar as variadas denominações criadas pela 
doutrina para singularizar as diferentes espécies de Constituição, a 
partir de suas características marcantes. Serão apresentadas não só as 
denominações reiteradamente cobradas em provas, mas também 
aquelas que não têm sido cobradas - afinal, nada impede que amanhã 
estas últimas apareçam no seu concurso. 
Vamos aos exercícios. 
 
1) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) As constituições 
classificadas quanto à forma como legais são aquelas sistematizadas e 
apresentadas em um texto único. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Nesse enunciado, a Esaf cobrou uma classificação das Constituições 
pouco tradicional, apresentada pelo Professor André Ramos Tavares. 
Para ele, as Constituições podem ser Codificadas ou legais. 
As Constituições codificadas são aquelas sistematizadas em um único 
documento. 
As Constituições legais são aquelas integradas por documentos 
diversos, fisicamente distintos, como foi o caso da Terceira República 
Francesa, formada por inúmeras leis constitucionais, redigidas em 
momentos distintos, tratando cada qual de elementos substancialmente 
constitucionais. 
Como se vê, o enunciado está errado, pois ele apresenta a definição de 
Constituição codificada, e não de Constituição legal. 
 
2) (ESAF/AFC/STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido 
político, formulada por Carl Schmitt, há uma identidade entre o conceito 
de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas 
leis constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do 
Estado. 
Item ERRADO. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 2
Comentário. 
O constitucionalista Carl Schmitt é o responsável pela concepção política 
de Constituição, segundo a qual a Constituição é uma decisão política 
fundamental. 
Para Schmitt, a Constituição surge a partir de um ato constituinte, fruto 
de uma vontade política fundamental de produzir uma decisão eficaz 
sobre modo e forma de existência política de um Estado. 
Essa visão política de Schmitt está assentada numa distinção entre 
Constituição e leis constitucionais, nestes termos: a Constituição 
disporia somente sobre as matérias de grande relevância jurídica, sobre 
as decisões políticas fundamentais do Estado; as demais normas 
integrantes do texto da Constituição seriam, tão-somente, leis 
constitucionais. 
Como se vê, o enunciado está errado porque, em vez de referir-se à 
distinção entre Constituição e leis constitucionais estabelecida por 
Schmitt, afirma que haveria, para o autor, uma identidade entre 
Constituição e leis constitucionais. 
 
3) (ESAF/AFC/CGU/2003) Em sua concepção materialista ou substancial, 
a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas normas, sendo 
pacífico na doutrina quais seriam as matérias consideradas como de 
conteúdo constitucional e que deveriam integrar obrigatoriamente o 
texto positivado. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Esse enunciado versa sobre a classificação das Constituições quanto ao 
conteúdo, que as divide em: materiais e formais. 
Na concepção material (ou substancial) de Constituição, são 
constitucionais as normas – escritas ou não escritas – que estabelecem 
os elementos básicos de organização do Estado, vale dizer, as normas 
que tratam de matérias substancialmente constitucionais, tais como: as 
formas de aquisição e exercício do poder, a estruturação e as finalidades 
do Estado e os direitos fundamentais. Nessa concepção, leva-se em 
conta, para identificar uma norma constitucional, o seu conteúdo (não 
importando, em nada, o seu processo de elaboração). 
Na concepção formal de Constituição, são constitucionais todas as 
normas que integram o texto de uma Constituição escrita, solenemente 
elaborada, por um processo distinto daquele de elaboração das demais 
leis (constituição rígida), independentemente de seu conteúdo. Nessa 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 3
concepção, leva-se em conta, para identificar uma norma constitucional, 
o processo de sua elaboração (não importando, em nada, o seu 
conteúdo). 
Veja que a primeira parte do enunciado está correta, pois, de fato, na 
concepção materialista ou substancial, a Constituição se confundiria com 
o conteúdo de suas normas, haja vista que a Constituição, na concepção 
material, é identificada a partir do conteúdo das normas. 
Porém, a parte final do enunciado está errada, ao afirmar que é pacífico 
na doutrina quais seriam as matérias substancialmente constitucionais, 
e que, por isso, deveriam integrar obrigatoriamente o texto das 
constituições. Ora, essas concepções jurídicas – material e formal – são 
muito subjetivas, e não há nenhum consenso sobre quais seriam as 
normas materialmente (ou substancialmente) constitucionais. Os 
juristas de índole socialista certamente defenderão a presença de 
normas e mais normas de cunho social no texto das Constituições, 
enquanto os liberais defenderão a presença de princípios econômicos, de 
valorização da iniciativa privada etc. 
O erro do enunciado está, portanto, em afirmar que é pacífico na 
doutrina o entendimento sobre quais seriam as normas materialmente 
constitucionais. 
 
4) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a classificação das Constituições, 
adotada por Karl Lowenstein, uma constituição nominativa é um mero 
instrumento de formalização legal da intervenção dos dominadores de 
fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a pretensão de servir 
como instrumento limitador do poder real. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
O constitucionalista alemão Karl Loewenstein (houve um erro de 
digitação da Esaf, que omitiu a letra “e” no nome do jurista!) 
desenvolveu uma classificação para as Constituições levando em conta a 
existência, ou não, de correspondência entre o texto constitucional e a 
vida política do Estado, dividindo as Constituições em três grupos: 
normativas, nominativas e semânticas. 
Para ele, em alguns países há uma perfeita correspondência entre o que 
diz a Constituição e o que, de fato, ocorre na vida política do Estado, 
isto é, a Constituição consegue efetivamente normatizar a vida política 
do Estado, limitando a ingerência deste e estabelecendo direitos aos 
indivíduos. Nesse caso, em que há correspondência entre Constituição e 
vida política do Estado, temos a chamada Constituição normativa. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 4
Em outros países, a Constituição tem o objetivo de regular a vida 
política do Estado, mas não consegue cumprir o seu papel. A 
Constituição, nesse caso, é chamada de nominativa. 
Já em outros países, a Constituição sequer tem por objetivo limitar a 
ingerência estatal em favor do indivíduo, mas somente legitimar os atos 
de determinados governantes, servindo aos exclusivos interesses dos 
atuais detentores do poder. Nesse caso, a Constituição é chamada de 
semântica. 
O enunciado está errado porque o conceito nele apresentado refere-se à 
Constituição semântica (e não à Constituição nominativa, como 
afirmado). 
 
5) (ESAF/AFC/CGU/2003) As Constituições outorgadas, sob a ótica 
jurídica, decorrem de um ato unilateral de uma vontade política 
soberana e, em sentido político, encerram uma limitação ao poder 
absoluto que esta vontade detinha antes de promover a outorga de um 
texto constitucional.Item CERTO. 
Comentário. 
O enunciado versa sobre a classificação das Constituições quanto à 
origem, que as divide em: outorgadas, promulgadas, cesaristas e 
pactuadas. 
As Constituições outorgadas são aquelas elaboradas unilateralmente por 
um agente revolucionário, sem a participação popular. 
As Constituições promulgadas (democráticas ou populares) são aquelas 
elaboradas com a participação popular, normalmente por intermédio de 
uma Assembléia Nacional Constituinte - ANC. 
As Constituições cesaristas são aquelas elaboradas unilateralmente, mas 
submetidas à aprovação ulterior do povo, mediante a realização de um 
referendo. 
As Constituições pactuadas são aquelas resultantes de um pacto de 
governabilidade celebrado entre a monarquia (em processo de 
decadência) e a nobreza (em processo de ascensão). 
O enunciado está correto porque, de fato, sob a ótica jurídica, as 
Constituições outorgadas são resultado de uma vontade unilateral 
soberana (do agente revolucionário). Por outro lado, em sentido político, 
representam a decisão desse agente revolucionário em fixar certos 
limites ao seu próprio poder, até então absoluto. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 5
É verdade que, convenhamos, os golpistas não outorgam uma 
Constituição, limitando em parte sua soberania, preocupados com os 
direitos dos indivíduos! A preocupação, normalmente, é com a 
manutenção do seu próprio poder! No intuito de perpetuarem no poder, 
dão uma de “bonzinhos” e outorgam uma Constituição, limitando, em 
parte, sua soberania e “legitimando” seu governo antidemocrático! 
Para finalizar, é importante saber que, no Brasil, tivemos Constituições 
outorgadas (1824, 1937, 1967 e 1969) e Constituições promulgadas 
(1891, 1934, 1946 e 1988). 
 
6) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, a tendência 
constitucional moderna de elaboração de Constituições sintéticas se 
deve, entre outras causas, à preocupação de dotar certos institutos de 
uma proteção eficaz contra o exercício discricionário da autoridade 
governamental. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Esse enunciado versa sobre a classificação das Constituições quanto à 
extensão, que as divide em: sintéticas e analíticas. 
As Constituições sintéticas (concisas, resumidas, breves, sumárias ou 
sucintas) são aquelas de texto abreviado, que se limitam a estabelecer 
os princípios basilares da organização do Estado. Um bom exemplo é a 
Constituição dos EUA, composta de apenas algumas dezenas de artigos. 
As Constituições analíticas (largas, prolixas, extensas ou amplas) são 
aquelas de texto extenso, que tratam de variadas matérias, e não 
somente de matérias substancialmente constitucionais. É o caso, por 
exemplo, da Constituição Federal de 1988. 
O enunciado está errado porque a tendência moderna não é de 
elaboração de Constituições sintéticas, mas sim de elaboração de 
Constituições analíticas. Constituição sintética, de texto abreviado, é 
coisa do passado. 
Essa tendência moderna de elaboração de Constituições analíticas é 
decorrência, sobretudo, de dois fatores: 
a) conferir maior estabilidade a certas matérias, levando-as para o texto 
da Constituição, no intuito de limitar a discricionariedade do Estado 
sobre elas; e 
b) assegurar uma maior proteção social aos indivíduos (a partir do 
surgimento do Estado social, as Constituições passaram a ter conteúdo 
extenso, de cunho social e programático, estabelecendo não só as bases 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 6
de organização do Estado, mas, também, fixando programas e diretrizes 
de política social para a concretização futura pelos órgãos estatais). 
 
7) (ESAF/AFC/CGU/2003) Na história do Direito Constitucional brasileiro, 
apenas a Constituição de 1824 pode ser classificada, quanto à 
estabilidade, como uma constituição semi-rígida. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Esse item nos remete à classificação das Constituições quanto à 
estabilidade (ou alterabilidade), em que, a depender da maior ou menor 
dificuldade para modificação do seu texto, as Constituições podem ser: 
imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas. 
As imutáveis são aquelas que não admitem nenhuma modificação do 
seu texto. Esse tipo de Constituição está em absoluto desuso nos 
tempos modernos. 
As rígidas são aquelas que admitem modificações no seu texto, desde 
que por um procedimento especial, mais difícil do que aquele de 
elaboração das demais leis do ordenamento. É a espécie predominante 
na atualidade. 
As flexíveis são aquelas que admitem modificações no seu texto pelo 
mesmo procedimento de elaboração das demais leis do ordenamento. 
As semi-rígidas (ou semiflexíveis) são aquelas que exigem um 
procedimento especial para a modificação de parte do seu texto (parte 
rígida), e permitem a modificação de outra parte do seu texto por um 
procedimento simples (parte flexível). 
No Brasil, todas as Constituições foram do tipo rígidas, exceto a 
Constituição Imperial de 1824, que era semi-rígida. 
Como funciona uma Constituição semi-rígida? Como sabemos que parte 
do seu texto é rígida, e que parte é flexível? Bem, a própria Constituição 
traz um dispositivo que indica qual é a sua parte rígida (e que, portanto, 
exige um processo especial para sua modificação) e qual é a sua parte 
flexível (que pode ser modificada por processo legislativo simples, igual 
ao de elaboração das leis). No caso brasileiro, a Constituição de 1824 
apresentava essa regra no seu artigo 178, nos termos seguintes: 
“Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições 
respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos e individuais 
dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado, sem 
as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias.” 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 7
Veja que este artigo estabelecia uma distinção no tocante às 
formalidades necessárias para a alteração dos diferentes dispositivos da 
mesma Constituição: 
a) os dispositivos substancialmente constitucionais (limites e atribuições 
respectivas dos Poderes Políticos e os Direitos Políticos e individuais dos 
Cidadãos) só podiam ser modificados por um procedimento especial 
(parte rígida da Constituição); 
b) os demais dispositivos, considerados não-constitucionais, podiam ser 
modificados pelo processo legislativo ordinário (parte flexível da 
Constituição). 
Além dessa classificação tradicional, o Professor Alexandre de Moraes 
refere-se à Constituição “Super Rígida”. Para ele, a Constituição Federal 
de 1988, por exemplo, seria super rígida, pois, além de exigir um 
processo especial para modificação do seu texto (CF, art. 60, § 2º), 
possui algumas matérias inabolíveis, que são as cláusulas pétreas (CF, 
art. 60, § 4º). 
Essa referência do Professor Alexandre de Moraes à Constituição super 
rígida não tem sido exigida em provas de concursos, mas, como ele é 
um dos constitucionalistas de renome da atualidade, é bom você ficar de 
olho nessa expressão... 
 
8) (ESAF/AFC/CGU/2003) A existência de supremacia formal da 
Constituição independe da existência de rigidez constitucional. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
A supremacia formal das Constituições decorre, precisamente, da rigidez 
do seu texto. 
Vejamos como nasce a supremacia formal. A rigidez, ao exigir 
formalidades especiais para a elaboração das normas constitucionais, 
posiciona a Constituição em um patamar de superioridade hierárquica 
em relação a todas as demais normas do ordenamento, em virtude da 
exigência dessas formalidades especiais. Essa superioridade hierárquica 
da Constituição, decorrente da exigênciade formalidades especiais para 
elaboração de suas normas, é, precisamente, a chamada supremacia 
formal (isto é, supremacia decorrente de forma, decorrente das 
formalidades especiais exigidas para a elaboração das normas 
constitucionais). 
Aliás, é por esse motivo que só se pode falar em supremacia formal 
das normas constitucionais sobre as demais leis do ordenamento num 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 8
sistema de Constituição rígida. Afinal, se estamos num sistema de 
Constituição flexível, não há distinção entre os processos legislativos de 
elaboração das normas constitucionais e das leis ordinárias. Ora, se no 
regime de Constituição flexível não há formalidades especiais para a 
elaboração das normas constitucionais, não podemos falar em 
supremacia formal (que decorre, justamente, da exigência de 
formalidades especiais para a elaboração das normas constitucionais). 
Essa noção de supremacia formal, resultante da rigidez constitucional, 
não pode ser confundida com o conceito de supremacia material da 
Constituição, decorrente da dignidade do conteúdo das normas 
constitucionais. 
Fala-se em supremacia material da Constituição quando se tem em 
conta a superioridade da norma constitucional em razão da dignidade de 
seu conteúdo (sem nenhuma relação com o seu processo de 
elaboração). Por exemplo: diz-se que a norma constitucional que 
assegura o direito à vida é uma norma dotada de supremacia material, 
devido à dignidade de seu conteúdo, por tratar de matéria 
substancialmente constitucional (direito fundamental individual à vida). 
Assim, num sistema de Constituição não-escrita, costumeira, flexível, 
não podemos falar na presença de supremacia formal das normas 
constitucionais sobre as demais leis do ordenamento, pois não há 
diferença “de forma” entre elas (ambas são elaboradas pelo mesmo 
processo legislativo). Porém, mesmo nesse tipo de Constituição, 
podemos falar na existência de supremacia material das normas 
constitucionais sobre as demais leis do ordenamento, em razão da 
“superioridade” do conteúdo daquelas sobre estas. 
Melhor explicando. Imagine a Inglaterra, que adota Constituição não-
escrita, costumeira, em que não há um processo legislativo especial 
para a elaboração de suas normas constitucionais (não há, portanto, 
rigidez constitucional). Ora, se não há um processo especial para a 
elaboração das normas constitucionais, como se distingue, na 
Inglaterra, uma lei ordinária de uma lei constitucional? Se tivermos pela 
frente duas leis inglesas (Lei “A” e Lei “B”), elaboradas pelo mesmo 
parlamento, pelo mesmo processo legislativo, como saberemos qual 
delas é constitucional e qual é ordinária? 
Ah, essa distinção é feita levando-se em conta o conteúdo das duas 
normas. Como assim? Muito fácil: a Lei “A” será constitucional se versar 
sobre matéria considerada substancialmente constitucional pelo Estado 
inglês; a Lei “B” será ordinária se tratar de matéria que nada tenha a 
ver com a organização do Estado inglês. Nesse caso, a Lei “A” 
(constitucional) é dotada de supremacia em relação à Lei “B” 
(ordinária), mas não em razão de formalidade, do processo legislativo 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 9
de sua elaboração. A Lei “A” é dotada de supremacia sobre a Lei “B” em 
razão da dignidade do seu conteúdo (em razão da matéria). Temos, aí, 
a chamada supremacia material (decorrente do conteúdo da norma). 
Muito interessante esse tema, bonito mesmo, de emocionar! 
E, além de emocionante, é importantíssimo numa prova você saber 
distinguir “supremacia formal” (presente somente nas Constituições 
que adotam a rigidez constitucional, por resultar do processo especial de 
elaboração das normas constitucionais) de “supremacia material” 
(decorrente da dignidade do conteúdo das normas substancialmente 
constitucionais sobre as demais leis do ordenamento). 
É comum, após a apresentação desse assunto, surgir a seguinte 
indagação: “e numa Constituição do tipo semi-rígida, podemos falar em 
supremacia formal dos seus dispositivos sobre as demais leis do 
ordenamento?” 
A resposta é afirmativa. Se estivermos diante de uma Constituição 
semi-rígida, poderemos falar em supremacia formal das normas 
constitucionais que integram a parte dessa Constituição que é rígida 
(parte que só pode ser alterada por um procedimento especial). Em 
relação à parte flexível (que pode ser modificada por procedimento 
simples, de elaboração das demais leis), não há que se falar em 
supremacia formal. Poderemos, neste último caso, falar, apenas, em 
supremacia material. 
 
9) (CESPE/ANALISTA/TCU/2004) As Constituições classificadas como 
não-escritas, produto de lenta síntese histórica, são compostas 
exclusivamente por normas costumeiras, jurisprudência e convenções. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Esse item nos remete à classificação das Constituições quanto à forma, 
em que são divididas em: escritas e não-escritas. 
As Constituições escritas são aquelas solenemente elaboradas num 
determinado momento, resultando num documento escrito único do qual 
constam todas as normas constitucionais. É o caso da Constituição 
Federal de 1988, que foi formalmente elaborada num determinado 
momento (1987/1988), por um órgão especial (Assembléia Nacional 
Constituinte) e em que todas as normas constitucionais estão 
consolidadas num único documento escrito. 
As Constituições não-escritas são aquelas que surgem com o lento 
passar dos tempos, como resultado de lenta síntese da evolução 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 10
histórica do Estado. São integradas por leis escritas esparsas, 
jurisprudências, normas costumeiras e convenções. É o caso da 
Constituição da Inglaterra. 
O enunciado está ERRADO porque afirma que as Constituições não-
escritas são compostas exclusivamente por normas costumeiras, 
jurisprudência e convenções. A expressão “exclusivamente” invalida a 
assertiva, porque num regime de Constituição não-escrita temos, 
também, leis escritas esparsas. 
A diferença é que, num regime de Constituição não-escrita, as leis 
constitucionais escritas não foram formalmente elaboradas como tais, 
por um processo especial, num determinado momento, tampouco estão 
consolidadas num único documento. Foram elas elaboradas como leis 
comuns, estão espalhadas pelo ordenamento jurídico e, com o lento 
passar dos tempos, em razão da importância que assumiram para o 
Estado, passaram a ser consideradas leis constitucionais. 
Vejamos como surge uma lei constitucional na Inglaterra, que adota 
Constituição não-escrita. Uma lei constitucional na Inglaterra não surge 
a partir da sua elaboração solene por um órgão constituinte, que receba 
competência especial para essa tarefa. A lei é elaborada normalmente 
pelo parlamento inglês, como norma ordinária e, com o passar do 
tempo, caso essa norma assuma relevância para o Estado inglês, os 
Tribunais passam a considerá-la uma norma constitucional, isto é, em 
razão de a lei, com o tempo, assumir relevância para o Estado inglês, 
ela é alçada ao nível de norma constitucional. 
 
10) (CESPE/TJMT/2005) A Constituição flexível é aquela que somente 
admite a sua reforma por meio de emenda à constituição. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Constituição flexível é aquela que permite a sua modificação por 
procedimento legislativo simples, empregado para a elaboração das 
demais leis do ordenamento. Num sistema de constituição flexível, o 
texto constitucional poderá ser modificado pela edição de uma lei 
ordinária. Nesse sistema, se uma lei ordinária contrariar o texto 
constitucional, não teremos uma inconstitucionalidade, mas sim a 
alteraçãoda Constituição. 
 
11) (CESPE/TJMT/2005) A Constituição é sempre fruto de um processo 
democrático, não havendo constituição nos países onde há a usurpação 
de poderes por meio de golpes militares ou revolucionários. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 11
Item ERRADO. 
Comentário. 
Vimos que as Constituições poderão ser elaboradas com a participação 
do povo (constituições promulgadas, democráticas ou populares) ou 
sem essa participação (constituições outorgadas). Num ou noutro 
procedimento, teremos Constituição. Se houver usurpação do poder do 
povo por meio de golpes revolucionários, a Constituição resultante será 
do tipo outorgada. 
 
12) (ESAF/AFRF/2000) Numa Constituição classificada como dirigente, 
não se encontram normas programáticas. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Esse enunciado se refere à classificação das Constituições quanto aos 
fins (ou quanto à finalidade), que divide as Constituições em três 
grupos: garantia, balanço e dirigente. 
As Constituições do tipo garantia são aquelas de texto abreviado 
(sintéticas) que se limitam a estabelecer as garantias individuais frente 
ao Estado. São também chamadas “constituições negativas”, pois sua 
preocupação é com a fixação de limites à atuação do Estado, em 
respeito às garantais dos indivíduos. 
As Constituições balanço são aquelas elaboradas para retratar a vida do 
Estado por um período certo de tempo. A Constituição retrataria a 
evolução do Estado num determinado período de tempo, findo o qual, 
far-se-ia um “balanço” dessa evolução e seria elaborado um novo texto 
constitucional, para um novo período. Existiram na antiga URSS, como 
meio de acompanhamento da evolução do antigo Estado comunista 
russo. 
As Constituições dirigentes (ou programáticas) são aquelas de texto 
extenso (analíticas) que, além de estabelecerem as garantias individuais 
frente ao Estado, preocupam-se também com a fixação de programas e 
diretrizes para a atuação futura dos órgãos estatais, normalmente de 
cunho social. Nasceram com o surgimento do chamado Estado social, e 
passaram a introduzir no texto constitucional verdadeiros programas 
sociais a serem concretizados no futuro pelos órgãos estatais. Esses 
programas, em sua maioria de cunho social-democrático, correspondem 
às chamadas “normas programáticas”. 
Portanto, podemos afirmar que a marca de uma Constituição dirigente é 
a presença nela de normas programáticas. Tanto é assim que alguns 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 12
autores denominam esse tipo de Constituição de “Constituição 
programática ou dirigente”. O enunciado está ERRADO porque diz 
justamente o contrário: que numa Constituição dirigente não teríamos 
normas programáticas. 
Vale lembrar que a tendência moderna é de elaboração de Constituições 
dirigentes, recheadas de programas sociais para concretização futura, 
como a nossa Constituição Federal de 1988. Por sua vez, essa tendência 
de introduzir cada vez mais programas sociais nos textos das 
Constituições é que fez com que os textos destas passassem a ser cada 
vez mais extensos, dando origem às chamadas Constituições analíticas. 
Entenderam? A tendência moderna é de elaboração de Constituições 
analíticas, de textos extensos. Por quê? Porque com a elaboração de 
Constituições do tipo dirigentes, com a inserção de programas e mais 
programas de cunho social para concretização futura, os textos 
constitucionais foram ficando cada vez mais extensos. 
 
13) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Constituições semi-rígidas são as 
constituições que possuem um conjunto de normas que não podem ser 
alteradas pelo constituinte derivado. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Constituições semi-rígidas são aquelas que permitem a modificação de 
parte do seu texto por procedimento simples (parte flexível da 
Constituição), mas exigem um procedimento especial, mais dificultoso, 
para a modificação da outra parte do seu texto (parte rígida da 
Constituição). 
Veja que, ao contrário do que afirma o enunciado, todo o texto 
constitucional de uma Constituição semi-rígida poderá ser modificado, 
embora por procedimentos legislativos distintos: uma parte por 
procedimento simples, outra parte por procedimento dificultoso. 
 
14) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Constituições populares são aquelas 
promulgadas apenas após a ratificação, pelos titulares do poder 
constituinte originário, do texto aprovado pelos integrantes da 
Assembléia Nacional Constituinte. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Constituições populares são aquelas elaboradas com participação 
popular. A regra é a convocação de uma Assembléia Nacional 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 13
Constituinte (ANC) ou Convenção para, em nome do povo, elaborar o 
texto constitucional. Com a aprovação da Constituição pelos 
representantes do povo, não há necessidade de ulterior ratificação do 
texto pelo povo. Veja o que aconteceu em 1988: a Constituição Federal 
foi aprovada pela Assembléia Nacional Constituinte (representantes do 
povo) e não houve nenhuma ratificação popular ulterior do texto 
aprovado (não houve referendo para aprovação do texto aprovado pela 
ANC). 
 
15) (CESPE/AUDITOR/ES) Em consonância com os critérios adotados 
para a classificação do texto constitucional, a atual Constituição Federal 
brasileira é escrita, rígida, promulgada, histórica e material. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
A Constituição Federal de 1988 é do tipo escrita (foi solenemente 
elaborada por um órgão especialmente designado para tal e todas as 
normas constitucionais estão consolidadas em um único documento), 
rígida (exige um processo especial para modificação do seu texto, 
previsto no art. 60, § 2º, da CF/88) e promulgada (foi elaborada com 
participação do povo, que elegeu a Assembléia Nacional Constituinte). 
Entretanto, não é do tipo histórica, e sim dogmática. 
Constituição dogmática é aquela escrita num determinado momento, 
segundo as idéias (dogmas) então vigentes. É o caso da Constituição 
Federal de 1988, elaborada num determinado momento, de acordo com 
os dogmas então reinantes. 
As Constituições dogmáticas podem ser ortodoxas ou simples (fundadas 
em uma só ideologia) ou ecléticas ou compromissórias (formadas pela 
síntese de diferentes ideologias, que se conciliam no texto 
constitucional). 
Constituição histórica é aquela não-escrita, formada com o lento passar 
do tempo, correspondendo a uma síntese histórica da evolução do 
Estado. É o caso da Constituição não-escrita da Inglaterra. 
Ademais, a Constituição Federal não é do tipo material, e sim formal: 
foi formalmente elaborada por um órgão especial e todo o texto 
constitucional (rígido) está consolidado em um único documento escrito. 
 
16) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A constituição material do Brasil é a 
parte da Constituição da República integrada pelas regras materialmente 
constitucionais, ou seja, os dispositivos que tratam dos direitos 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 14
fundamentais e da organização do Estado. Já a constituição formal do 
Brasil é a parte da Constituição da República integrada pelas regras 
formalmente constitucionais, ou seja, os preceitos que estão presentes 
no texto constitucional, mas que disciplinam assuntos normalmente 
regulados pelo poder legislativo constituído, e não pelo poder 
constituinte originário. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Esse enunciado do Cespe conseguiu confundir muitos candidatos bem 
preparados, mas a questão é bastante simples, senão vejamos. 
Vimos que a Constituição Federal de 1988 é do tipo analíticaou prolixa, 
por possuir conteúdo extenso e tratar de temas variados, muitos deles 
que nada têm a ver com organização do Estado. 
Sabe-se também que a Constituição Federal é do tipo escrita, 
solenemente elaborada e rígida. Por esse motivo se diz que todos os 
dispositivos da Constituição Federal de 1988 são formalmente 
constitucionais, pelo simples fato de integrarem uma Constituição do 
tipo escrita e rígida. Todo e qualquer dispositivo que integra uma 
Constituição escrita e rígida é, por esse simples motivo, formalmente 
constitucional (tem forma de norma constitucional, porque foi 
solenemente elaborado como tal). 
Entretanto, somente alguns desses dispositivos são, também, 
materialmente constitucionais, por tratarem de matéria 
substancialmente constitucional. Aqueles dispositivos da Constituição 
Federal de 1988 que tratam de matérias substancialmente 
constitucionais (art. 5º, por exemplo) são material (devido ao conteúdo 
substancialmente constitucional) e formalmente (por integrarem o texto 
da Constituição escrita e rígida) constitucionais. Já aqueles dispositivos 
que tratam de matérias que nada têm a ver com a organização do 
Estado (art. 242, § 2º, por exemplo) são apenas formalmente 
constitucionais. 
Não é correto, porém, por esse motivo, afirmar que a Constituição 
Federal de 1988 é parte material e parte formal. De jeito nenhum. Não 
cometa esse equívoco numa prova! Nossa Constituição é do tipo formal, 
porque todos os seus dispositivos foram solenemente elaborados e são 
dotados de rigidez constitucional. Qualquer que seja o conteúdo do 
dispositivo integrante da nossa Constituição Federal é ele formalmente 
constitucional. Enfim, todos, absolutamente todos os dispositivos da 
nossa Constituição Federal são formalmente constitucionais, inclusive 
aqueles integrantes do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 
(ADCT). 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 15
O que é correto, então? O correto é afirmar que a Constituição Federal 
de 1988 é do tipo formal, possuindo algumas normas que são material e 
formalmente constitucionais (por integrarem o texto da Constituição 
rígida e tratarem de matérias substancialmente constitucionais) e outras 
que são apenas formalmente constitucionais (por integrarem o texto da 
Constituição rígida, mas tratarem de matérias que nada têm a ver com 
a organização do Estado). 
 
17) (ESAF/AFC/2000/ADAPTADA) Apresenta característica típica de 
Constituição rígida aquela que 
a) somente admite mudanças no seu texto por meio de 
procedimentos mais demorados e difíceis do que o procedimento comum 
de elaboração das leis. 
b) resulta de lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, 
sendo por isso mesmo dotada de maior estabilidade, decorrente do 
prestígio social das suas prescrições. 
c) não consagra direitos fundamentais no seu texto, em razão de ter 
sido elaborada sem nenhuma participação popular. 
d) não admite a reforma do seu texto por meios institucionais. 
e) possui conteúdo abreviado, versando somente sobre matérias 
substancialmente constitucionais. 
Gabarito: “a” 
Comentário. 
Constituição rígida é aquela que exige um procedimento especial, mais 
dificultoso do que aquele de elaboração das demais leis, para a 
modificação do seu texto. 
São dois os principais mecanismos para se outorgar rigidez a uma 
Constituição: 
(a) exigência de um procedimento mais árduo, mais demorado 
(exigência de dois turnos de votação, por exemplo); e 
(b) exigência de uma deliberação qualificada para a aprovação da 
matéria (exigência de três quintos dos votos dos integrantes do 
Legislativo, por exemplo). 
A Constituição Federal de 1988 adotou os dois mecanismos (CF, art. 60, 
§ 2º): exigência de um procedimento mais demorado (dois turnos de 
votação em cada uma das Casas do Congresso Nacional) e de uma 
deliberação qualificada para aprovação da matéria (votos de três quintos 
dos integrantes das Casas Legislativas). 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 16
A assertiva “a”, portanto, responde perfeitamente ao enunciado da 
questão. 
A assertiva “b” está ERRADA porque apresenta o conceito de 
Constituição histórica, que não é elaborada por procedimento especial, 
dificultoso. 
A assertiva “c” está ERRADA porque Constituição elaborada sem 
nenhuma participação popular é a outorgada, e esse aspecto não tem 
nenhuma relação com a rigidez constitucional (isto é, tanto 
Constituições democráticas quanto Constituições outorgadas podem ser 
rígidas). 
A assertiva “d” está ERRADA porque Constituição que não admite a 
reforma do seu texto por meios institucionais é do tipo imutável. A 
rigidez admite modificações do seu texto, desde que por procedimento 
especial. 
A assertiva “e” está ERRADA porque Constituição que possui conteúdo 
abreviado, versando somente sobre matérias substancialmente 
constitucionais é a sintética, aspecto que não tem nenhuma relação com 
rigidez constitucional (isto é, tanto Constituições sintéticas quanto 
Constituições analíticas podem ser rígidas). 
 
18) (ESAF/AFCE/TCU/2000) Em relação à supremacia material e formal 
das constituições, podemos afirmar: 
a) a formal é reconhecida nas constituições flexíveis 
b) a material está relacionada à produção de um documento escrito 
c) a material tem a ver com o modo como as normas constitucionais 
são elaboradas 
d) a formal resulta da situação da Constituição no topo da hierarquia 
das normas, independentemente da matéria tratada 
e) a jurisdição constitucional está concebida para proteger a 
supremacia material, mas não a supremacia formal da Constituição 
Gabarito: “d” 
Comentário. 
Conforme vimos antes, a supremacia formal das normas 
constitucionais decorre da rigidez constitucional, que posiciona a 
Constituição num patamar de superioridade em relação às demais leis 
do ordenamento. Portanto, a supremacia formal decorre do processo 
especial de elaboração da Constituição e, portanto, só está presente nas 
Constituições que possuem conteúdo rígido. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 17
Por sua vez, a supremacia material decorre da dignidade do conteúdo 
da norma constitucional, isto é, do fato de a norma tratar de matéria 
relevante, substancialmente constitucional. A supremacia material 
independe do processo de elaboração da norma e, por isso, está 
presente também nas Constituições flexíveis, não-escritas, históricas e 
costumeiras. 
Feita essa breve revisão, passemos ao exame das assertivas da 
questão. 
A assertiva “a” está ERRADA porque afirma que a supremacia formal 
está presente nas Constituições flexíveis, o que não é verdade. Afinal, a 
supremacia formal é decorrência da exigência de um procedimento 
especial para a modificação do texto constitucional, o que não existe em 
um sistema de Constituição flexível. 
A assertiva “b” está ERRADA porque a supremacia material não tem 
nenhuma relação com o processo de elaboração da norma 
constitucional, com o fato de a Constituição ser, ou não, escrita. A 
supremacia material decorre unicamente da dignidade do conteúdo da 
norma constitucional, seja ela escrita ou não-escrita. 
A assertiva “c” está ERRADA porque a supremacia material não tem 
nada a ver com o modo como as normas constitucionais são elaboradas. 
Decorre, como vimos, da dignidade do conteúdo da norma 
constitucional, isto é, do fato de tratar de matéria substancialmente 
constitucional. 
A assertiva “d” é a CERTA, pois, de fato, a supremacia formal decorre do 
fato de a Constituição posicionar-se no topo da hierarquia das normas, 
em razão da rigidez constitucional, nada importando a matériatratada 
pela norma. É o que temos, por exemplo, na Constituição Federal de 
1988: todos os seus dispositivos são dotados de supremacia formal em 
relação às demais leis do ordenamento porque a Constituição está, por 
força da rigidez, posicionada no topo do ordenamento jurídico brasileiro. 
A letra “e” está ERRADA porque a jurisdição constitucional, integrada 
por todos os juízes e tribunais do Poder Judiciário, está concebida para 
proteger, especialmente, a supremacia formal da Constituição. No 
Brasil, por exemplo, os órgãos do Poder Judiciário – juízes e tribunais – 
realizam o controle de constitucionalidade levando em conta a 
supremacia formal da Constituição. Com efeito, independentemente do 
conteúdo da norma, se ela integra o texto da Constituição Federal, não 
poderá ser desrespeitada pelas leis inferiores, sob pena de 
inconstitucionalidade. Ou, em outras palavras: ainda que seja uma 
norma apenas formalmente constitucional (dotada, portanto, somente 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 18
de supremacia formal), não poderá ela ser desrespeitada pela legislação 
inferior, sob pena de inconstitucionalidade. 
 
19) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A Constituição brasileira de 1988 pode 
ser classificada como: 
a) Constituição democrática, histórica, programática e analítica. 
b) Constituição semi-rígida, promulgada, programática e dogmática. 
c) Constituição flexível, sintética, promulgada e democrática. 
d) Constituição rígida, promulgada, escrita e programática. 
e) Constituição rígida, dogmática, analítica e histórica. 
Gabarito: “d” 
Comentário. 
A assertiva que responde ao enunciado é a letra “d”, pois a Constituição 
Federal de 1988 é do tipo rígida (porque exige um procedimento 
especial para modificação do seu texto), promulgada (porque foi 
elaborada com participação popular), escrita (porque está 
consubstanciada em um único documento escrito, solenemente 
elaborado num determinado momento) e programática (porque está 
recheada de normas programáticas, que estabelecem programas e 
diretrizes de ordem social para a atuação futura dos órgãos estatais). 
As assertivas “a” e “e” estão ERRADAS porque afirmam ser a 
Constituição Federal histórica; a assertiva “b” está ERRADA porque 
afirma ser a Constituição Federal semi-rígida; e a assertiva “c” está 
ERRADA porque afirma ser a Constituição Federal flexível e sintética. 
 
20) (CESPE/AGENTE/PF/2000) Toda Constituição escrita é rígida. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Embora, em regra, as Constituições escritas sejam do tipo rígida, essa 
relação não é absoluta. Nada impede que uma Constituição escrita seja 
flexível, permitindo a modificação do seu texto por um procedimento 
legislativo simples. Já tivemos, na Itália, Constituições escritas e 
flexíveis. 
 
21) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A Supremacia material e formal das 
normas constitucionais é atributo presente tanto nas constituições 
rígidas quanto nas flexíveis. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 19
Item ERRADO. 
Comentário. 
Conforme vimos, a supremacia formal das normas constitucionais sobre 
as demais leis do ordenamento é decorrência da rigidez constitucional. A 
Constituição passa a ocupar uma posição de superioridade hierárquica 
em relação às demais leis do ordenamento em virtude das formalidades 
especiais exigidas para a modificação do seu texto. Portanto, não se 
pode falar em supremacia formal da Constituição flexível em relação às 
demais leis do ordenamento, porque nesse tipo de Constituição não há 
formalidades especiais para elaboração do seu texto. 
 
22) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A rigidez das constituições é o 
pressuposto do controle de constitucionalidade. 
Item CERTO. 
Comentário. 
Vimos que a rigidez situa a Constituição num patamar de superioridade 
hierárquica em relação a todas as demais leis do ordenamento jurídico. 
Significa dizer que todas as demais normas inferiores somente serão 
válidas se estiverem de acordo com os comandos constitucionais. 
Nenhuma norma inferior poderá desrespeitar os comandos 
constitucionais, sob pena de inconstitucionalidade. Vale dizer, a 
Constituição passa a atuar como fundamento de validade de todo o 
ordenamento jurídico. Enfim, a Constituição passa a ser dotada de 
supremacia formal sobre todas as demais leis do ordenamento. 
Surge, então, a necessidade de se criar um processo de fiscalização 
dessa compatibilidade das normas inferiores com o texto constitucional. 
Esse processo especial é o chamado controle de constitucionalidade 
das leis. Portanto, o controle de constitucionalidade nada mais é do que 
o mecanismo criado pelo legislador constituinte para a fiscalização da 
validade das leis em confronto com a Constituição. 
Ora, só existe o mecanismo de controle de constitucionalidade das leis 
frente à Constituição porque esta está num patamar de superioridade 
hierárquica em relação àquelas. E a Constituição situa-se num patamar 
de superioridade hierárquica em virtude da rigidez constitucional. Logo, 
a rigidez é pressuposto do controle de constitucionalidade. Ou, em 
outras palavras: o controle de constitucionalidade é decorrência da 
rigidez constitucional. 
Conforme veremos mais adiante, no estudo do controle de 
constitucionalidade das leis, em um regime de Constituição flexível não 
há que se falar, propriamente, em controle de constitucionalidade das 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 20
leis. Se no regime de Constituição flexível a lei constitucional e a lei 
ordinária são elaboradas pelo mesmo processo legislativo, como poderá 
ocorrer a fiscalização de uma frente à outra? 
Importantíssimas estas noções: a rigidez constitucional é o pressuposto 
para o controle de constitucionalidade das leis; o controle de 
constitucionalidade das leis é decorrência da rigidez constitucional; logo, 
não se pode falar em controle de constitucionalidade em um regime de 
Constituição flexível. 
 
23) (CESPE/AGENTE/PF/2000) Apenas as normas das constituições 
escritas possuem supremacia. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Vimos que as normas das Constituições não-escritas possuem 
supremacia material sobre as demais leis do ordenamento, em razão 
da dignidade de seu conteúdo. Nos regimes de Constituição flexível só 
não podemos falar em supremacia formal, porque esta é decorrência 
da rigidez constitucional. 
A assertiva estaria certa se a afirmação fosse que apenas as normas das 
Constituições escritas possuem supremacia formal. Porém, como a 
assertiva não especificou o tipo de supremacia, a afirmação está errada 
(afinal, nas Constituições não-escritas temos supremacia, desde que do 
tipo material). 
 
24) Uma das classificações das constituições leva em consideração os 
mecanismos previstos para a mudança delas, do que resultam as 
categorias de constituições rígidas, flexíveis e semi-rígidas; as flexíveis 
são aquelas que não exigem mecanismos especiais de alteração, mais 
solenes e complexos que os aplicados à produção do direito 
infraconstitucional; em todas essas espécies, devido à supremacia 
formal da Constituição, deve haver mecanismos adequados de controle 
de constitucionalidade. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
A parte inicial da assertiva está correta, até a apresentação do conceito 
de Constituição flexível. 
Porém, a parte final invalida a assertiva, ao rezar que em todas as 
espécies de Constituição, devido à supremacia formal das normas 
constitucionais, deve haver controle de constitucionalidade. Ora, vimos 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 21
que nas Constituiçõesflexíveis não há supremacia formal das normas 
constitucionais sobre as demais leis do ordenamento, tampouco existe 
controle de constitucionalidade (este instituto está presente somente 
nas Constituições do tipo rígida). 
25) (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA/MPU/2007) Conforme a 
doutrina dominante, a Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988 é classificada como 
a) formal, escrita, outorgada e rígida. 
b) formal, escrita, promulgada e rígida. 
c) material, escrita, promulgada e imutável. 
d) formal, escrita, promulgada e flexível. 
e) material, escrita, outorgada e semi-rígida. 
Gabarito: “b” 
Comentário. 
A Constituição brasileira é classificada como escrita, democrática, 
dogmática eclética, rígida, formal, analítica, dirigente e normativa. 
Abaixo, faremos apenas uma breve análise das classificações 
necessárias para que respondamos corretamente à questão. 
Quanto ao conteúdo, a Constituição de 1988 é formal, pois foi 
solenemente elaborada por um órgão especialmente criado para esse 
fim, mediante processo especial, distinto daquele de elaboração das 
demais leis do ordenamento. Como se vê, na concepção formal de 
Constituição, leva-se em conta o processo de elaboração das normas 
constitucionais. 
Quanto à forma, a Constituição brasileira de 1988 é escrita, pois, como 
sabemos, ela foi elaborada num determinado momento, por um órgão 
que recebeu a incumbência para esta tarefa (Assembléia Nacional 
Constituinte), sendo as suas normas formalizadas e reunidas de forma 
sistemática num documento escrito e único. 
Quanto à origem, a nossa Constituição é classificada como promulgada 
(popular ou democrática). Isso porque foi produzida com a participação 
popular, mediante democracia representativa, com a escolha, pelo povo, 
de representantes que integraram a Assembléia Nacional Constituinte, 
incumbida de elaborar a Constituição. 
Quanto à estabilidade, a Constituição brasileira é rígida, pois exige um 
processo legislativo especial para modificação do seu texto, mais difícil 
do que o processo legislativo de elaboração das demais leis de nosso 
ordenamento jurídico. Esse processo legislativo especial, exigido para a 
modificação da Constituição, consiste em: votação em dois turnos nas 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 22
duas Casas do Congresso Nacional e aprovação de, pelo menos, três 
quintos dos seus membros. 
Após esses comentários, podemos concluir que a resposta da questão é 
a assertiva “b”, que apresenta as seguintes classificações para a 
Constituição Federal de 1988: formal, escrita, promulgada e rígida. 
 
26) (CESPE/GESTOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS - ACRE/2006) Ainda 
quanto à Constituição Federal de 1988, assinale a opção correta. 
a) A Constituição de 1988 é um exemplo de Constituição flexível. 
b) A Constituição de 1988 é, entre as outorgadas, aquela que mais 
sofreu emendas. 
c) A Constituição é rígida quando sua alteração está condicionada à 
realização de processos, solenidades e exigências formais específicas, ao 
contrário das leis ordinárias ou complementares, cujo processo de 
formação é bem menos complexo. 
d) Embora democrática, a Carta de 1988 não se classifica como uma 
Constituição popular. 
Gabarito: “c” 
Comentário. 
A assertiva “a” está errada porque, como vimos, a Constituição Federal 
de 1988 não é do tipo flexível, mas sim, uma Constituição do tipo rígida. 
Isso porque exige, para sua modificação, um processo legislativo 
especial, mais difícil que o processo de elaboração das demais leis 
existentes em nosso ordenamento. 
A assertiva “b” está errada porque a Constituição de 1988 não é uma 
Constituição do tipo outorgada. Nossa Constituição é do tipo 
promulgada, podendo também ser chamada de democrática ou popular. 
Essa classificação diz respeito à sua origem e significa dizer que foi 
elaborada com participação popular. 
A assertiva “c” está certa e é a resposta desta questão. A assertiva 
apresenta o conceito de uma Constituição rígida, qual seja: uma 
Constituição que, para ser modificada, está condicionada a um processo 
legislativo especial (realização de processos, solenidades e exigências 
formais específicas), mais dificultoso e complexo que o processo de 
alteração das leis ordinárias ou complementares. 
A assertiva “d” está errada porque a Constituição de 1988 classifica-se 
como popular ou democrática, pois, para sua elaboração, houve 
participação popular. Essa participação se deu por democracia 
representativa, mediante a escolha, pelo povo, de representantes que 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 23
integraram a Assembléia Nacional Constituinte, incumbida da elaboração 
da Constituição. 
 
27) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – TRE/AM – 
2003) Em tema de classificação das constituições, pode-se afirmar que, 
quanto ao modo de elaboração, elas se classificam em 
a) dogmáticas e históricas. 
b) rígidas, semi-rígidas e flexíveis. 
c) escritas e não escritas. 
d) materiais e formais. 
e) democráticas e outorgadas. 
Gabarito: “a” 
Comentário. 
Quanto ao modo de elaboração, que é o tipo de classificação abordado 
por essa questão da Fundação Carlos Chagas, as Constituições podem 
ser classificadas em dogmáticas ou históricas. A questão pede apenas 
os tipos possíveis de classificação da Constituição quanto ao seu modo 
de elaboração, sendo a resposta da questão, portanto, a apresentada na 
assertiva “a”. 
Apesar de não ser indispensável para a resposta da questão, façamos 
agora uma pequena revisão sobre a classificação das Constituições 
quanto ao seu modo de elaboração. 
As Constituições dogmáticas são aquelas elaboradas num dado 
momento, por um órgão constituinte, segundo as idéias e os dogmas 
então reinantes. Tais Constituições são sempre escritas e tendem a ser 
mais instáveis, por terem sido elaboradas momentaneamente, segundo 
as idéias então reinantes. A Constituição Federal de 1988 é um exemplo 
de Constituição dogmática. 
As Constituições históricas são aquelas que surgem com o lento passar 
do tempo, como resultado dos valores consolidados no âmbito da 
própria sociedade. Tais Constituições são não-escritas e, por resultarem 
do amadurecimento e da consolidação de valores da sociedade, tendem 
a apresentar uma maior estabilidade. Um exemplo de Constituição 
histórica é a Constituição inglesa. 
 
28) (ESAF/AFC/CGU/2006 - MODIFICADA) Sobre Teoria Geral da 
Constituição, Poderes do Estado e suas respectivas funções e 
Supremacia da Constituição, assinale a única opção correta. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 24
a) Nem toda constituição classificada como dogmática foi elaborada por 
um órgão constituinte. 
b) Uma constituição rígida não pode ser objeto de emenda. 
c) A distinção de conteúdo entre uma norma constitucional em sentido 
formal e uma norma constitucional em sentido material tem reflexos 
sobre a aplicabilidade das normas constitucionais. 
d) Uma constituição é classificada como popular, quanto à origem, 
quando se origina de um órgão constituinte composto de representantes 
do povo. 
e) Segundo a doutrina, não há relação entre a rigidez constitucional e o 
princípio da supremacia da constituição. 
Gabarito: “d” 
Comentário. 
A assertiva “a” está errada porque as Constituições dogmáticas são 
necessariamente escritas e, como tais, são elaboradas por um órgão 
constituinte. Tais constituições são elaboradas num determinado 
momento, por um órgão constituinte, segundo os dogmas e idéias então 
reinantes. 
A assertiva “b” está errada, pois uma Constituição rígida pode sim ser 
objeto de emenda. Essasmodificações, entretanto, deverão se dar por 
um processo legislativo especial, mais complexo que o processo de 
alteração das demais normas do ordenamento. 
A assertiva “c” está errada porque, num sistema de Constituição formal, 
como é o nosso, as normas constitucionais se equivalem em termos de 
dignidade, independente de terem conteúdo materialmente 
constitucional ou não. Isso se deve ao fato de terem sido elaboradas 
segundo um procedimento mais solene do que aquele de elaboração das 
demais leis, sendo todas elas dotadas, portanto, de supremacia formal. 
Dessa forma, num sistema de Constituição rígida como o nosso, não há 
que se falar em diferenciação da aplicabilidade das normas 
constitucionais em razão de seu conteúdo. 
A assertiva “d” está certa porque Constituição popular é aquela 
originada de um órgão constituinte formado por representantes do povo. 
A assertiva “e” está errada porque, segundo a doutrina, o princípio da 
supremacia formal da Constituição decorre da rigidez constitucional, isto 
é, da existência de um processo legislativo distinto, mais complexo, 
para elaboração da norma constitucional. Portanto, ao contrário do que 
afirmado o enunciado, a supremacia (formal) da Constituição decorre 
diretamente da rigidez constitucional. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 25
 
29) (FCC/AUDITOR TRIBUTÁRIO/PREFEITURA DE JABOATÃO DOS 
GUARARAPES/2006) Considerados os critérios de classificação das 
Constituições segundo sua estabilidade e extensão, a Constituição 
brasileira vigente é 
a) semi-rígida e histórica. 
b) rígida e analítica. 
c) flexível e sintética. 
d) dogmática e outorgada. 
e) imutável e promulgada. 
Gabarito: “b” 
Comentário. 
O enunciado da presente questão trata de duas formas de classificação 
das Constituições: segundo a estabilidade e segundo a extensão. 
Quanto à estabilidade, as Constituições são classificadas em: 
imutáveis, rígidas, semi-rígidas ou flexíveis. 
Quanto à extensão, as Constituições são classificadas em: analíticas e 
sintéticas. 
O enunciado trata da Constituição de 1988, que, como vimos, é 
classificada, quanto a estabilidade, como rígida e, quanto a extensão, 
como analítica. Portanto, a resposta da questão é a assertiva “b”. 
 
30) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) Uma constituição 
não-escrita é aquela cujas normas decorrem de costumes e convenções, 
não havendo documentos escritos aos quais seja reconhecida a condição 
de textos constitucionais. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Conforme já visto, em um regime de Constituição não-escrita, há as 
seguintes normas constitucionais: convenções, jurisprudência, leis 
esparsas e normas costumeiras. Portanto, não só de normas 
costumeiras é formada uma Constituição não-escrita; temos, também, 
no regime de Constituição não-escrita, textos escritos de natureza 
constitucional (convenções, jurisprudência e leis esparsas). 
 
31) (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ - BA/2005) A propósito da 
classificação das constituições quanto à forma, a grande vantagem das 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 26
escritas sobre as não-escritas é a estabilidade que as primeiras 
propiciam, pois, devido à ausência de suporte escrito, as constituições 
não-escritas são muito mais facilmente modificáveis. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Ao contrário do afirmado nesse enunciado, em regra as Constituições 
não-escritas são mais estáveis do que as Constituições escritas. Por 
exemplo: a Constituição inglesa (não-escrita) preserva os mesmos 
princípios há séculos; a Constituição brasileira, de 1988, já passou por 
várias modificações substanciais, mediante a aprovação de emendas. 
Isso porque, num sistema de Constituição não-escrita, as normas 
constitucionais surgem a partir da lenta evolução da própria sociedade, 
quando tais normas assumem relevância para o Estado e, por isso, 
passam a ter status de normas constitucionais. Já no sistema de 
Constituição escrita, o texto constitucional é elaborado num 
determinado momento, segundo as idéias então reinantes. 
 
32) (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 5ª REGIÃO/2005) A 
constituição dirigente é aquela que, além de legitimar e limitar o poder 
estatal em face da sociedade, define metas para o futuro mediante a 
instituição de normas programáticas. 
Item CERTO. 
Comentário. 
O conceito de Constituição dirigente desse enunciado está perfeito: é 
aquela que, além de se preocupar em limitar o poder estatal, já define 
programas e metas para a atuação futura dos órgãos estatais, por meio 
das chamadas normas programáticas. 
 
33) (CESPE/PROCURADOR DE 1ª CATEGORIA/PROCURADORIA-GERAL 
DO AMAPÁ/2006) A Constituição brasileira de 1946 era semi-rígida 
porque continha algumas normas que poderiam ser alteradas por 
emendas constitucionais e outras que, por serem cláusulas pétreas, 
eram insuscetíveis de alteração por ato do poder constituinte derivado. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Conforme vimos, de todas as Constituições brasileiras, a única que foi 
semi-rígida foi a imperial, de 1824. Todas as demais foram rígidas. 
 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 27
34) (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Na concepção materialista 
de Constituição, é dada relevância ao processo de formação das normas 
constitucionais, que, além de ser intencional, deve produzir um conjunto 
sistemático com unidade, coerência e força jurídica próprias, dentro do 
sistema jurídico do Estado. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Na concepção material de Constituição, é dada relevância ao conteúdo 
da norma, isto é, só serão normas constitucionais aquelas que tratarem 
dos elementos essenciais de organização do Estado – nada importando o 
processo de sua elaboração. 
 
35) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Constituições rígidas 
são as que possuem cláusulas pétreas, que não podem ser abolidas pelo 
poder constituinte derivado. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Constituições rígidas são aquelas que só admitem a mudança do seu 
texto mediante processo especial, mais árduo do que aquele de 
elaboração das demais leis. A Constituição pode ser rígida e não possuir 
cláusula pétrea (isto é, pode exigir um procedimento especial para a 
modificação do seu texto, permitindo, porém, desde que obedecido esse 
procedimento, a abolição de qualquer matéria constitucional). 
 
36) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Segundo a doutrina, 
são características das constituições concisas: a menor estabilidade do 
arcabouço constitucional e a maior dificuldade de adaptação do 
conteúdo constitucional. 
Item ERRADO. 
Comentário. 
Ao contrário do afirmado no enunciado, as Constituições sintéticas são 
mais estáveis e apresentam uma maior facilidade para a sua 
atualização/adaptação em face da evolução da sociedade. Isso porque, 
como ela praticamente se restringe à apresentação dos princípios 
basilares de organização do Estado, a atualização do seu conteúdo é 
facilmente efetuada, por meio da interpretação constitucional. Bem 
diferente de uma Constituição analítica ou prolixa, como a nossa, de 
1988, que, para qualquer atualização, exige modificação formal do seu 
texto, mediante a aprovação de emenda constitucional. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 28
 
37) (FCC/PROCURADOR DE CONTAS DE 2ª CLASSE – AMAZONAS – 
2006) A Constituição é formal e rígida porque 
a) suas normas são imutáveis pelo poder de reforma constitucional. 
b) contém normas formal e materialmente constitucionais. 
c) editada em documento solene por um poder constituinte originário, 
somentepode ser alterada consoante o procedimento especial e a forma 
nela estabelecidos. 
d) não está subordinada hierarquicamente ao direito supra-estatal. 
e) tem como conteúdo matérias exclusivamente constitucionais. 
Gabarito: “c” 
Comentário. 
Como vimos, uma Constituição é formal pelo fato de ter sido 
solenemente elaborada por um órgão constituinte, e é rígida por só 
admitir modificações no seu texto pelo procedimento especial nela 
previsto, mais árduo do aquele de elaboração das demais leis. 
 
38) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO 2ª CLASSE – PREFEITURA DE 
SALVADOR - 2006) Considerando o conceito de Constituição e sua 
classificação, é correto afirmar que 
a) o conceito formal de Constituição aplica-se apenas àquelas 
Constituições que acolhem normas com hierarquia de lei ordinária. 
b) a Constituição inglesa é um exemplo de constituição inteiramente 
costumeira, vale dizer, resultante apenas do costume popular. 
c) as Constituições flexíveis são sempre costumeiras. 
d) a história brasileira não tem exemplos de Constituições outorgadas. 
Todas foram promulgadas, ainda que num contexto político não-
democrático. 
e) a Constituição-dirigente tem como uma de suas características a 
existência de numerosas normas programáticas. 
Gabarito: “e” 
Comentário. 
A assertiva “a” está errada porque o conceito formal de Constituição 
aplica-se a toda Constituição que tenha sido solenemente elaborada, por 
processo legislativo especial, distinto daquele de elaboração das demais 
leis do ordenamento. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 29
A assertiva “b” está errada porque a Constituição inglesa, embora seja 
do tipo não-escrita, não é composta apenas de costume popular. Além 
das normas costumeiras, temos também textos constitucionais escritos, 
consubstanciados em convenções, jurisprudência e leis esparsas. 
A assertiva “c” está errada porque nem sempre as Constituições 
flexíveis são costumeiras. Já tivemos exemplos, na Itália, de 
Constituições flexíveis e escritas. 
A assertiva “d” está errada porque, no Brasil, tivemos Constituições 
outorgadas (1824, 1937, 1967 e 1969) e Constituições promulgadas 
(1891, 1934, 1946 e 1988). 
A assertiva “e” está certa porque, como vimos, o que caracteriza uma 
Constituição como dirigente é justamente o fato de existir nela as 
chamadas “normas programáticas”, que estabelecem programas para a 
atuação futura dos órgãos estatais. 
 
39) (FCC/ ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – TRF/4ªRF – 
2004) No que diz respeito à classificação das constituições, 
considerando- se a origem, observa-se que umas derivam do trabalho 
de uma Assembléia Nacional Constituinte, composta de representantes 
do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração, sendo que outras 
são elaboradas e estabelecidas sem a participação popular, através de 
imposição do poder na época. Nesses casos, tais constituições são 
denominadas, respectivamente, 
a) analíticas e sintéticas. 
b) outorgadas e históricas. 
c) históricas e dogmáticas. 
d) promulgadas e outorgadas. 
e) dogmáticas e promulgadas. 
Gabarito: “d” 
Comentário. 
A questão trata da classificação das Constituições quanto à origem. No 
que diz respeito à origem, as Constituições elaboradas com participação 
popular são denominadas promulgadas, democráticas ou populares. Já 
as Constituições elaboradas sem a participação popular são 
denominadas outorgadas. 
 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 30
40) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TRE – PB/2007) 
Em tema de controle de constitucionalidade, a chamada supremacia 
formal é atributo das Constituições classificadas como 
a) analíticas. 
b) sintéticas. 
c) dogmáticas. 
d) históricas. 
e) rígidas. 
Gabarito: “e” 
Comentário. 
A supremacia formal decorre diretamente da rigidez constitucional. Isso 
porque a rigidez, ao exigir um processo especial para a elaboração das 
normas constitucionais, posiciona a Constituição num patamar de 
superioridade hierárquica em relação a todas as demais normas do 
ordenamento. Como essa superioridade decorre da exigência de 
formalidades especiais para a elaboração das normas constitucionais, tal 
supremacia é denominada formal. 
 
41) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE – 
PB/2007) O princípio da supremacia formal da Constituição em face das 
demais normas que compõem o ordenamento jurídico estatal, é 
característico das Constituições 
a) sintéticas. 
b) rígidas. 
c) flexíveis. 
d) costumeiras. 
e) analíticas. 
 
Gabarito: “b” 
Comentário. 
Como visto na questão anterior, a supremacia formal da Constituição 
decorre diretamente da rigidez constitucional. 
 
 
42) (FCC/AUXILIAR DE CONTROLE EXTERNO /TCE – MG/2007) A 
Constituição Federal brasileira é uma Constituição 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 31
a) não-escrita, porque dotada de muitos princípios de sentido amplo. 
b) não-escrita, porque a compreensão de muitas de suas normas 
depende de manifestação do poder judiciário. 
c) flexível, porque somente pode ser alterada por procedimento especial 
nela prevista. 
d) rígida, porque não pode ser alterada. 
e) rígida, porque somente pode ser alterada por procedimento especial 
nela prevista. 
Gabarito: “e” 
Comentário. 
Conforme já exaustivamente estudado nesta aula, a Constituição 
Federal de 1988 é rígida porque exige um processo especial para a 
modificação do seu texto, previsto no § 2º do seu art. 60. 
 
A partir dos exercícios até aqui comentados, examinamos todas as 
classificações tradicionais, a saber: quanto à origem (outorgadas, 
promulgadas, cesaristas e pactuadas); quanto à forma (escritas e não-
escritas); quanto ao modo de elaboração (históricas e dogmáticas); 
quanto à estabilidade (imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas); 
quanto ao conteúdo (materiais e formais); quanto à extensão (analíticas 
e sintéticas); quanto à correspondência com a realidade (normativas, 
nominativas e semânticas); e quanto aos fins (garantia, dirigentes e 
balanço). 
Apresentarei, a seguir, algumas outras denominações utilizadas pela 
doutrina para designar certas Constituições. São classificações que, 
embora ainda não cobradas em concursos públicos até esta data, 
poderão aparecer em certames futuros. Então, não custa nada conhecê-
las... 
Constituição nominalista - é aquela cujo texto da Carta Constitucional 
já contém verdadeiros direcionamentos para os problemas concretos, a 
serem resolvidos mediante aplicação pura e simples das normas 
constitucionais. Ao intérprete caberia tão-somente interpretá-la de 
forma gramatical-literal (Alexandre de Moraes). 
Constituições reduzidas - aquelas sistematizadas, cujas normas estão 
consolidadas em um único código; e Constituições variadas - aquelas 
formadas por textos esparsos, espalhados no ordenamento jurídico 
(Pinto Ferreira). 
Constituições codificadas - sistematizadas em um único documento; 
e Constituições legais - integradas por documentos diversos, 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 32
fisicamente distintos, como foi o caso da Terceira República Francesa, 
formada por inúmeras leis constitucionais, redigidas em momentos 
distintos, tratando cada qual de elementos substancialmente 
constitucionais (André Ramos Tavares). 
Constituições liberais - são aquelas resultantes do triunfo da ideologia 
burguesa, dos ideais do Liberalismo, correspondentes ao primeiro 
período de surgimento dos direitos humanos, que exigiam a não-
intervenção do Estado na esfera privadados particulares; e 
Constituições sociais - correspondem a um momento posterior do 
constitucionalismo, em que se passou a exigir do Estado atuação 
positiva, corrigindo as desigualdades sociais e proporcionando o 
surgimento do Estado do bem comum (André Ramos Tavares). 
Constituição expansiva – como a Constituição Federal de 1988, que é 
caracterizada por dois aspectos: (i) a abordagem de novos temas, não 
presentes nas Constituições brasileiras pretéritas; e (ii) a ampliação do 
tratamento de temas permanentes, já presentes nas Constituições 
pretéritas (Raul Machado Horta). 
Alguns autores referem-se, ainda, à Constituição plástica, embora 
não haja consenso quanto ao seu significado. 
Para o Professor Pinto Ferreira, Constituição plástica é sinônimo de 
Constituição flexível, isto é, que admite modificações no seu texto 
mediante procedimento simples, igual ao de elaboração das leis 
infraconstitucionais. 
Entretanto, para o constitucionalista Raul Machado Horta, o vocábulo 
“plástica” designa as Constituições nas quais há grande quantidade de 
disposições de conteúdo aberto, de tal sorte que é deixada ao legislador 
ordinário ampla margem de atuação em sua tarefa de mediação 
concretizadora, de densificação ou “preenchimento” das normas 
constitucionais, possibilitando, com isso, que o texto constitucional 
acompanhe as oscilações da vontade do povo, assegurando a 
correspondência entre a Constituição normativa e a Constituição real. 
Um forte abraço – e até a próxima aula. 
Vicente Paulo 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 33
LISTA DOS EXERCÍCIOS COMENTADOS NESTA AULA 
 
1) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) As constituições 
classificadas quanto à forma como legais são aquelas sistematizadas e 
apresentadas em um texto único. 
 
2) (ESAF/AFC/STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido 
político, formulada por Carl Schmitt, há uma identidade entre o conceito 
de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas 
leis constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do 
Estado. 
 
3) (ESAF/AFC/CGU/2003) Em sua concepção materialista ou substancial, 
a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas normas, sendo 
pacífico na doutrina quais seriam as matérias consideradas como de 
conteúdo constitucional e que deveriam integrar obrigatoriamente o 
texto positivado. 
 
4) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a classificação das Constituições, 
adotada por Karl Lowenstein, uma constituição nominativa é um mero 
instrumento de formalização legal da intervenção dos dominadores de 
fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a pretensão de servir 
como instrumento limitador do poder real. 
 
5) (ESAF/AFC/CGU/2003) As Constituições outorgadas, sob a ótica 
jurídica, decorrem de um ato unilateral de uma vontade política 
soberana e, em sentido político, encerram uma limitação ao poder 
absoluto que esta vontade detinha antes de promover a outorga de um 
texto constitucional. 
 
6) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, a tendência 
constitucional moderna de elaboração de Constituições sintéticas se 
deve, entre outras causas, à preocupação de dotar certos institutos de 
uma proteção eficaz contra o exercício discricionário da autoridade 
governamental. 
 
7) (ESAF/AFC/CGU/2003) Na história do Direito Constitucional brasileiro, 
apenas a Constituição de 1824 pode ser classificada, quanto à 
estabilidade, como uma constituição semi-rígida. 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 34
 
8) (ESAF/AFC/CGU/2003) A existência de supremacia formal da 
Constituição independe da existência de rigidez constitucional. 
 
9) (CESPE/ANALISTA/TCU/2004) As Constituições classificadas como 
não-escritas, produto de lenta síntese histórica, são compostas 
exclusivamente por normas costumeiras, jurisprudência e convenções. 
 
10) (CESPE/TJMT/2005) A Constituição flexível é aquela que somente 
admite a sua reforma por meio de emenda à constituição. 
 
11) (CESPE/TJMT/2005) A Constituição é sempre fruto de um processo 
democrático, não havendo constituição nos países onde há a usurpação 
de poderes por meio de golpes militares ou revolucionários. 
 
12) (ESAF/AFRF/2000) Numa Constituição classificada como dirigente, 
não se encontram normas programáticas. 
 
13) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Constituições semi-rígidas são as 
constituições que possuem um conjunto de normas que não podem ser 
alteradas pelo constituinte derivado. 
 
14) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Constituições populares são aquelas 
promulgadas apenas após a ratificação, pelos titulares do poder 
constituinte originário, do texto aprovado pelos integrantes da 
Assembléia Nacional Constituinte. 
 
15) (CESPE/AUDITOR/ES) Em consonância com os critérios adotados 
para a classificação do texto constitucional, a atual Constituição Federal 
brasileira é escrita, rígida, promulgada, histórica e material. 
 
16) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A constituição material do Brasil é a 
parte da Constituição da República integrada pelas regras materialmente 
constitucionais, ou seja, os dispositivos que tratam dos direitos 
fundamentais e da organização do Estado. Já a constituição formal do 
Brasil é a parte da Constituição da República integrada pelas regras 
formalmente constitucionais, ou seja, os preceitos que estão presentes 
no texto constitucional, mas que disciplinam assuntos normalmente 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 35
regulados pelo poder legislativo constituído, e não pelo poder 
constituinte originário. 
 
17) (ESAF/AFC/2000/ADAPTADA) Apresenta característica típica de 
Constituição rígida aquela que 
a) somente admite mudanças no seu texto por meio de 
procedimentos mais demorados e difíceis do que o procedimento comum 
de elaboração das leis. 
b) resulta de lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, 
sendo por isso mesmo dotada de maior estabilidade, decorrente do 
prestígio social das suas prescrições. 
c) não consagra direitos fundamentais no seu texto, em razão de ter 
sido elaborada sem nenhuma participação popular. 
d) não admite a reforma do seu texto por meios institucionais. 
e) possui conteúdo abreviado, versando somente sobre matérias 
substancialmente constitucionais. 
 
18) (ESAF/AFCE/TCU/2000) Em relação à supremacia material e formal 
das constituições, podemos afirmar: 
a) a formal é reconhecida nas constituições flexíveis 
b) a material está relacionada à produção de um documento escrito 
c) a material tem a ver com o modo como as normas constitucionais 
são elaboradas 
d) a formal resulta da situação da Constituição no topo da hierarquia 
das normas, independentemente da matéria tratada 
e) a jurisdição constitucional está concebida para proteger a 
supremacia material, mas não a supremacia formal da Constituição 
 
19) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A Constituição brasileira de 1988 pode 
ser classificada como: 
a) Constituição democrática, histórica, programática e analítica. 
b) Constituição semi-rígida, promulgada, programática e dogmática. 
c) Constituição flexível, sintética, promulgada e democrática. 
d) Constituição rígida, promulgada, escrita e programática. 
e) Constituição rígida, dogmática, analítica e histórica. 
 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 36
20) (CESPE/AGENTE/PF/2000) Toda Constituição escrita é rígida. 
 
21) (CESPE/AGENTE/PF/2000) A Supremacia material e formal das 
normas constitucionais é atributo presente tanto nas constituições 
rígidas quanto nas flexíveis.

Continue navegando