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CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 6 – AGENTES PÚBLICOS Olá, amigos, tudo bem? Seguimos, hoje com o segundo tema do Direito Administrativo em ordem de importância para o certame do TCU – Agentes Públicos. Interessante anotar que o tema é comum às provas de Analista e de Técnico do TCU, com o mesmo nível de abrangência: o regime constitucional e legal dos servidores públicos. Cito os amigos Técnicos, pois muitos alunos nossos (de aulas presenciais) acham que o concurso para Técnico do TCU seria mais fácil (menos difícil seria o correto) que o de Analista. Nossa experiência permite afirmar que isso não se sustenta. De fato, a concorrência para Técnico do TCU sempre é elevadíssima! No último certame (2004) as médias foram bastante altas. Em torno de, pasmem, 80% LÍQUIDOS, EM PROVA DO CESPE! Foi, realmente, um concurso acirradíssimo. Mas também, um técnico do TCU, em início de carreira, ganha em torno de 7 mil brutos, fora outros benefícios. Dá pra entender a concorrência, não é? Então, aos amigos que se preparam para o certame de Técnico, sugerimos que não subestimem a prova. Cremos, claro, que é possível a aprovação, desde que façam a preparação adequada. Bom, vamos aos temas da aula de hoje: 1 – Classificação dos Agentes Públicos; 2 – Conceitos básicos a respeito de agentes públicos: cargos, funções, empregos, cargos efetivos, em comissão, etc.; 3 – Acessibilidade a cargos e empregos Públicos; 4 – Estabilidade X Estágio Probatório; 5 – Sistema remuneratório dos Servidores Públicos 6 – As penalidades aplicáveis aos servidores públicos com base na Lei 8.112/90; 7 – Os meios de apuração de infrações cometidas por servidores regidos pela Lei 8.112/90 – PAD e Sindicância 8 – Seguridade Social do Servidor Público Como vocês vêem, são muitos assuntos. Assim, teremos uma aula maior do que as demais. São mais de 50 páginas líquidas para lermos. Peço compreensão de todos, mas o assunto é muito rico (interminável, poderíamos dizer), por isso, a maior extensão da aula. Assim, sem mais “blá-blá-blá”, passemos à matéria que a hora tá chegando, gente. Rumo ao TCU! 1 - (AGU/2004) No direito administrativo, o conceito de agente público é amplo e abrange até pessoas sem vínculo jurídico permanente com a administração, como é o caso dos componentes de mesas receptoras de votos nas eleições, pessoas delegadas de serviços públicos, como CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 2 permissionários e concessionários de serviços públicos, e pessoas detentoras de mandato eletivo, como os membros de câmaras municipais e o presidente da República. CERTO Gabarito: CERTO Tema: Agentes Públicos – Classificação Comentários: Essa questão é para relembrar uma informação que deve ser conhecimento da maioria, senão, de todos: AGENTES SÃO DIFERENTES DE SERVIDORES PÚBLICOS. 1º, por uma razão óbvia – se têm nomes diferentes, tem que ter diferenças; se fossem para ser iguais, teriam o mesmo nome... Passemos à classificação de agentes públicos, que podem ser assim divididos: políticos, administrativos, honoríficos, delegatários e credenciados. Os Agentes Políticos são aqueles incumbidos das mais altas diretrizes estabelecidas pelo Poder Público. Ocupam os mais elevados postos da Administração Pública, sejam cargos, funções, mandatos ou comissões, com ampla liberdade funcional e com normas específicas para sua escolha. São exemplos:: Membros do Legislativo (Deputados, Senadores e Vereadores), Chefes de Poder Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e assessores diretos destes (Ministros e Secretários). Nós gostamos de apontar, em turma, que os agentes políticos “transpiram” o poder. São aqueles que você 1º lembra quando da trata de um poder constituído. Exemplo: quando você fala do Poder Executivo Federal, qual a 1ª imagem que vem à lembrança? O Presidente da República, o Ministro de Estado. São agentes políticos, como vimos. E assim se sucede nos outros poderes. Há uma certa discussão doutrinária a respeito da possibilidade de inclusão de alguns agentes na categoria dos agentes políticos, tais como os Magistrados e os membros do Ministério Público (Procuradores da República e Promotores do Ministério Público dos Estados). Alguns autores mostram-se a favor; outros apresentam-se contrários a tal inclusão. Então como se comportar em PROVA? Informamos que o STF no Recurso Extraordinário 228.977/SP, referindo-se especificamente aos Magistrados, tratou-os como agentes políticos, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica. Assim, sem maiores discussões, além dos integrantes do Legislativo, Chefes de Executivo (e seus auxiliares diretos), são agentes políticos, como bem os membros do Ministério Público, os membros (Ministros e Conselheiros) dos Tribunais de Contas, os Representantes Diplomáticos e outras autoridades que atuem com independência no exercício de suas atribuições. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 3 Duas são as principais características comuns dos agentes políticos: a) a maior parte de suas competências é obtida diretamente da Constituição; e, b) via de regra, não se submetem às regras comuns aplicáveis aos servidores públicos. É o caso dos Juízes, os quais não se submetem à Lei 8.112/90, por exemplo. Já os Agentes Administrativos constituem o maior contigente dos agentes públicos e são aqueles que exercem cargos, empregos ou funções públicos, no mais das vezes, de caráter permanente. Não são membros de Poder do Estado, tampouco exercem atribuições políticas ou governamentais. Integram, sim, o quadro funcional dos entes da federação, bem como o das entidades da Administração Indireta. Os agentes administrativos submetem-se à hierarquia funcional e ao regime jurídico estabelecido pela entidade à qual pertencem. São agentes administrativos: servidores públicos regidos por estatuto próprio (como a Lei 8.112/1990); exercentes, exclusivamente, de cargos em comissão, exercente de empregos ou funções públicos; e os servidores temporários (estes últimos são referidos no inc. IX do art. 37 da CF/88 e serão objeto de questão específica mais abaixo). Por sua vez, os Agentes Honoríficos são cidadãos (particulares) que, em razão de sua condição cívica, sua honorabilidade ou de sua reconhecida capacidade profissional, são convocados para colaborar transitoriamente com o Estado, sem vínculos empregatícios ou estatutários, e, no mais das vezes, não recebendo remuneração por tal atividade (esta é a principal característica dos honoríficos: não são remunerados em espécie – dindim. Mas podem receber compensações, como por exemplo, folgas por terem trabalhado nas eleições como mesários. A despeito de não serem servidores públicos (são agentes, não servidores), exercem função pública, sendo, por conseqüência, considerados funcionários públicos para fins penais. Em razão da transitoriedade do vínculo, a função pública desempenhada pelos agentes honoríficos não há de ser considerada para efeitos de acumulação de cargos, funções ou empregos públicos. São agentes honoríficos: jurados, os mesários eleitorais, os comissários de menores, etc. Os Agentes Delegados ou delegatários são particulares que tem sob sua incumbência a execução de certas atividades, obras ou serviços públicos, por sua conta e risco, e em seu nome próprio. Sujeitam-se às normas e à fiscalização permanente do Estado, em especial do Poder Público delegante. Ao desempenharem a função que lhe foi delegada, taisagentes respondem subjetivamente por eventuais danos causados a terceiros, bem como por crimes funcionais, acaso cometidos. Em razão de exercerem função cuja natureza é intrinsecamente estatal, os agentes CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 4 delegados podem ser acionados via mandado de segurança, sendo considerados autoridades para tais efeitos. São exemplos de agentes delegatários: concessionários, permissionários e autorizatários de serviços públicos; os titulares (“donos”) de cartório; leiloeiros e tradutores oficiais, etc. Por fim, os Agentes Credenciados são os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público, em momento ou tempo certo. É o caso, por exemplo, dos peritos credenciados pela Justiça, para que elaborem laudos necessários à tomada de decisão por parte do magistrado. Muitas vezes, o magistrado precisa determinar, por exemplo, a indisponibilidade de bens de um particular, para fazer frente a uma eventual dívida que vai ser satisfeita judicialmente. Só o que Juiz não sabe quanto custa um imóvel (ilustrativamente). Daí ocorre a designação do perito credenciado para fazer a avaliação. Bom, apenas para finalizar: demos EXEMPLOS de cada uma das categorias desses agentes, que são infindáveis. Então, se poupem de ficar se perguntando se este ou aquele agente público é administrativo, honorífico, etc. Entendam os conceitos, logo, fica mais fácil acertar na prova, ok? 2 - (Juiz/TJ-CE/2005) Com as reformas constitucionais havidas nos últimos anos, a disciplina jurídica dos agentes públicos seguiu caminho nitidamente privatista, como ocorreu com a abolição da exigência de regime jurídico único para os servidores civis. Estes, no que concerne às empresas públicas e às sociedades de economia mista, passaram a ser integral e exclusivamente regidos pela legislação trabalhista. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – Classificação – Reformas recentes Comentários: Esta questão é bem interessante, sobretudo por sua correlação com a disciplina de Administração Pública. De vez em quando, a impressão que temos é que estão tentando “privatizar” a Administração Pública. Claro que isso é, EM PRINCÍPIO, inviável, por conta das atribuições do Estado, que dizem respeito ao cumprimento dos interesses públicos, de modo geral. Todavia, em um país como nosso, já submetido a toda sorte de governos, fica difícil acreditar que algo seja inviável... Mas vamos passar, objetivamente, à resposta. Efetivamente, temos vivido um contexto de mudanças constitucionais. São inúmeras reformas que tocam à Administração. Algumas foram bastante contundentes. Dentre estas, destaca-se a Emenda Constitucional 19 de 1998 - EC 19/98, conhecida como a de “reforma CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 5 administrativa”. Na oportunidade, dentre outras mudanças, o caput do art. 39 da CF/88 foi integralmente substituído, extinguindo-se a exigência do estabelecimento de um regime jurídico único no âmbito de suas competências, para os servidores da Administração DIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL. Todavia, recentemente, o STF concedeu liminar em uma ADIn (nº 2135) para suspender a eficácia da redação atribuída ao referido art. 39, por conta de vícios formais na tramitação da Emenda Constitucional que havia atribuído nova redação ao dispositivo. Em suma, o STF determinou que até o julgamento definitivo da ação (no mérito) volte a vigorar a redação inicial do art. 39, que é a seguinte: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Três observações: I) o RJU determinado na redação original do art. 39 vale no ÂMBITO DE CADA PESSOA FEDERATIVA. Assim, a 8.112, por exemplo, só vale para os servidores FEDERAIS; II) a determinação de um RJU no âmbito de cada pessoa federativa não determina que tenha de ser uma Lei própria de servidores. Você pode ter, por exemplo, a CLT como regime único no âmbito de um município; III) essa decisão que estamos abordando é POSTERIOR ao edital do TCU, pelo que não pode ser exigida no atual certame, pois é conhecida a regra de que se pode ser exigido conhecimento quanto ao que vigorava no dia de PUBLICAÇÃO do edital. Pois bem, apesar de termos a “abolição” do RJU à época deste item (que já estaria no atual momento, pelo que expomos), temos dois erros bem claros: I) não há um caminho nitidamente “privatista” no que diga respeito aos agentes públicos. De forma alguma. O que tem havido é uma flexibilização em algumas regras para os agentes públicos, como por exemplo a possibilidade de perda de cargo público pelo servidor que tiver desempenho insatisfatório (inc. III do art. § 1º do art. 41 da CF/88); II) os trabalhadores (empregados) públicos de empresas públicas e sociedade de economia mista não PASSARAM a ser regidos pela legislação trabalhista. Já o eram. E continuam a ser... 3 - (DPU/2004) A Constituição da República admite a contratação temporária de pessoas sem concurso público, desde que a administração pública enfrente caso de excepcional interesse público, devidamente justificado pelo administrador. Para tanto, não há necessidade de previsão expressa em lei para essa modalidade de contratação. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – Possibilidade de contratação temporária Comentários: CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 6 A questão é relativamente fácil, a partir do inc. IX do art. 37 da CF/88, que assim estabelece: a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Assim, não se tem dúvida: para a contratação temporária exige-se LEI (ante mesmo o princípio da legalidade, que já abordamos noutros momentos, em aulas anteriores). Mas sigamos com essa proveitosa questão. A CF exige concurso público para CARGOS E EMPREGOS públicos (inc. II do art. 37 da CF/88), daí, não há necessidade de concurso para os temporários. MAS COMO NÃO? O concursando se pergunta: os TEMPORÁRIOS NÃO TEM CARGO/EMPREGO? Não! Então, os temporários possuem o que? FUNÇÕES públicas temporárias. Passemos, então, às principais distinções entre estes. Cargos públicos podem ser vistos como as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente regido por estatuto próprio. Tal definição coaduna-se ao disposto na Lei 8.112/90, que estatui o regime jurídico dos servidores públicos da União, na Administração Direta, bem como nas Autarquias (inclusive as de regime especial) e nas fundações públicas, em âmbito FEDERAL. Apenas para ilustrar, citamos o art. 2º da Lei 8.112/90, que define cargo público como: o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Parte da doutrina prefere conceituar cargo público como um lugar inserido na organização do serviço público, a ser preenchido por servidor público, com funções próprias e remuneração fixada em lei. O cargo público difere do emprego público essencialmente no que se refere ao vínculo que une o ocupante ao Estado: no caso do cargo público, o vínculo é estatutário; no do emprego público, o vínculo é contratual, sob regência da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Os empregados públicos, a despeito de não terem direito à estabilidade constitucional referente ao exercício de cargo público ou ao regime própriode previdência dos servidores públicos, devem ser admitidos mediante concurso, ante o que estabelece o inc. II do art. 37 da Constituição Federal. Já a Função pública, de maneira residual, pode ser definida como o conjunto de atribuições às quais não corresponde cargo ou emprego público. Não se pode dizer que as funções, no sentido de desempenho de atribuições, sejam excludentes com relação aos cargos/empregos públicos. De fato, na clássica assertiva do mestre Hely Lopes, todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. Agora, nem toda função corresponde a cargo. Nesse sentido, quando se fala em funções públicas, têm-se claras pelo menos duas situações: I) Na contratação temporária de servidores, em razão de necessidade temporária de excepcional interesse público CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 7 (inc. IX do art. 37, Constituição Federal), que, inclusive, é o objeto do nosso item. Em razão da transitoriedade que a contratação visa atender, muitas vezes em caráter de urgência, dispensa-se mesmo a realização de concurso público, dado que o trâmite normal de um procedimento complexo como o concurso público para seleção de pessoal inviabilizaria o atendimento da situação excepcional; II) No preenchimento de funções de confiança, referentes à chefia, assessoramento ou outro tipo de atividade para as quais o legislador não haja criado cargos de natureza efetiva. Ressaltamos, desde logo, que há uma distinção conceitual IMPORTANTÍSSIMA para concursos públicos entre as funções de confiança e os cargos em comissão. Mas pedimos permissão para abordá-la tão só na questão abaixo, que cuida do assunto. Ainda com relação à contratação de temporários, destaque-se julgado do STF a respeito de tais profissionais (Adin 3.068/2004). A Corte Constitucional, em nova interpretação, registrou que o art. 37, IX, da Constituição do Brasil autoriza contratações, sem concurso público, desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público, quer para o desempenho das atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, quer para o desempenho das atividades de caráter regular e permanente. A alegada inércia da Administração não pode ser punida em detrimento do interesse público, que ocorre quando colocado em risco o princípio da continuidade da atividade estatal. Desse modo, conclui-se que tal tipo de contratação destina-se a atender também o desempenho de atividades “fim”, e não só atividades meio da Administração, como era o entendimento até então prevalente no STF. O que se exige, em ambos os casos, é a temporariedade e a excepcionalidade da contratação, não importando qual atividade se trate, fim ou meio. 4 - (2006/CESPE/MDS) Afirmar que um servidor exerce função de confiança significa afirmar que ele exerce cargo público em comissão. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – conceitos básicos: cargos em comissão X funções de confiança. Comentários: Aproveitamos este item para fazer uma distinção que é importante para fins de concurso público no que diga respeito ao desempenho de cargos de chefia e/ou assessoramento. Inicialmente, por oportuno, cumpre transcrever o inc. V do art. 37 da CF, que dispõe: as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 8 de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Pontos comuns entre ambos: I) destinam-se à Direção e Assessoramento Superior. É por isso que, recorrentemente, referimo-nos a tais cargos como os de D.A.S. Ressaltamos que tanto os cargos em comissão, como as funções de confiança, devem ter por finalidades atribuições de comando ou de assessoria. II) são preenchidos sem a necessidade de concurso público prévio, não oferecendo garantia de permanência do titular no cargo (estabilidade). Dispensam, ainda, motivação para a exoneração de seus ocupantes, com exceção feita aos Diretores de Agências Reguladoras, que, a despeito de exercerem cargos de direção, não são exoneráveis ad nutum, vez que contam com mandato (lembrem do caso recente da Diretora da Anac e a confusão para ela sair da Diretoria). Distinção fundamental: I) funções de confiança: só podem ser ocupadas por servidores públicos detentores de cargo efetivo. Cargos em comissão: não há estrita necessidade de o servidor ocupar, também, cargo efetivo, conforme se depura do dispositivo. É possível, portanto, pessoas estranhas à Administração (não detentoras de cargos efetivos) ocuparem cargos em comissão, ante o permissivo constitucional. Assim, diferente a natureza jurídica de cargos em comissão para as funções de confiança: as últimas se destinam tão só a quem seja da “casa”, ou seja, quem ocupe cargo efetivo. Ah, detalhe: no TCU são muito poucos cargos em comissão (apenas dois por gabinete de Ministro). Isso faz com que o corpo técnico do TCU (seus servidores) se sinta prestigiado, pois sabemos que somente nós ocuparemos os cargos administrativos decisórios no TCU. Bom, não é? 5 - (2007/CESPE/PC-ES/DELEGADO) Candidato classificado para ocupar uma das vagas previstas no edital de um concurso público tem direito subjetivo à nomeação durante o período de validade do certame, caso outro candidato que tenha obtido classificação inferior à dele tome posse primeiro, pois, nessa situação, a nomeação passa a ser um ato vinculado. Gabarito: CERTO Tema: Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos – concursos públicos – expectativa de direito à nomeação Comentários: ingressamos em um mundo dos mais nebulosos do Direito Administrativo: os concursos públicos. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 9 De fato, das matérias relacionadas a servidores públicos, talvez a que careça de regulamentação, de forma mais aparente, é o concurso público para seleção de servidores. Repassemos, inicialmente, os conteúdos gerais a respeito do assunto, a partir do regramento constitucional estabelecido no inc. II do art. 37 da CF, que assim dispõe: A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração Várias observações podem ser feitas em relação a este inciso. Por primeiro, a exigência de concurso público ocorre não só com relação aos servidores estatutários, mas também com relação aos empregados públicos. Mesmo as empresas estatais referidas no §1º do art. 173 da CF (Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas) devem contratar seu pessoal por meio de concurso público. Esse é o entendimento do STF, inclusive. Por segundo, o concurso pode ser só de provas ou de provas e títulos, não se admitindo concurso só de títulos (releiam o inc. II do art. 37). Ressaltamos, para relembrar, que também não estão sujeitas à regra do concurso público as contratações temporárias, por excepcional interesse público (aquelas referidas no inc. IX do art. 37 da CF e que tratamos na questão 3 acima), assim como o preenchimento de determinados cargos vitalícios, tais como os de Ministros do STF e do Tribunal de Contas da União, dentre outros. Pois bem. Seguindo adiante, podemos ver o concurso como um procedimento administrativo composto de várias etapas, tais como a inscrição, a aprovação e a nomeaçãodo candidato, para citar apenas algumas. A inscrição não gera ao candidato o direito à realização das provas, haja vista que a Administração pode alterar a data ou mesmo desistir de realizá-las, tratando-se, pois, de uma expectativa de direito dos candidatos. Tampouco a aprovação gera direito absoluto de ingresso no serviço público, continuando o candidato com mera expectativa de direito à investidura no cargo ou emprego em questão, ou seja, o aprovado em concurso público tem mera expectativa de direito à nomeação. Esse é o entendimento defendido de forma majoritária pela doutrina. Todavia, situação bem diversa ocorre quando há inobservância da ordem de classificação em um concurso. Exemplo: a Administração Pública nomeia o quarto colocado antes dos três primeiros. Aí é diferente. De que valeria esse “concurso”, se a Administração simplesmente nomeasse quem quisesse? É por isso que a preterição na ordem de classificação gera ao candidato preterido direito subjetivo à CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 10 nomeação. É firme a jurisprudência do STF nessa direção, tal como se vê na Súmula 15: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação. Chamamos atenção no item, ainda, que o examinador misturou conceitos que são próximos, mas não podem ser confundidos: NOMEAÇÃO e POSSE. Vejamos porquê. A nomeação é uma das formas de provimento previstas na Lei 8.112/90 (art. 8º), que é o ato administrativo de designação de uma pessoa para o preenchimento de cargo público, ou seja, é o preenchimento do cargo. A forma originária de provimento é a nomeação. Antes dela, a pessoa é mera pretendente a um cargo, é dizer, um concursando. Já a posse é o ato formal em que o NOMEADO firma o compromisso de exercer o cargo, ou seja, é o compromisso solene, no qual se afirma: eu quero o cargo! Apesar de fazerem parte do mesmo procedimento (o concurso) não podem ser confundidos, estes atos. Mas só há posse se tiver ocorrido, preliminarmente, nomeação (vejam o § 4º do art. 13 da Lei 8.112). A posse, na verdade, “aperfeiçoa” a nomeação, é dizer, sem posse, de nada vale a nomeação. É por isso que se a doutrina diz que se o nomeado não tornar posse, o ato jurídico [de nomeação] será tornado sem efeito. Como na questão que estamos analisando, o pior classificado tomou posse (e em razão disso, foi nomeado) antes do melhor classificado, este último passou a ter direito à nomeação, pois foi preterido. Ah, duas últimas informações: - na posse, não há que se falar em “assinatura de contrato”, mas sim de um termo, no qual são firmados os compromissos do servidor; - não se pode confundir posse com exercício. Este último, quer dizer começar a trabalhar. Pode (apenas para relembrarmos) não coincidir com a posse. Olhem só o que diz o § 1º do art. 15 da Lei 8.112: É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. Bom, só para registro: o servidor faz jus à remuneração a partir do EXERCÍCIO e não da POSSE, ok? Tem que trabalhar, feliz e infelizmente... 6 - (2006/CESPE/AGU/ADVOGADO) A exigência de exame psicotécnico para habilitação de candidato a cargo público somente pode ser levada a efeito caso haja lei que assim determine. Gabarito: CERTO Tema: Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos públicos – testes psicotécnicos Comentários: É bom este item para tratarmos de uma questão genérica: é possível a limitação ao acesso a cargos públicos? CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 11 Inicialmente, vejamos o que diz o inc. I do art. 37 da CF: os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. Do dispositivo, cabem várias observações. Primeira delas, é possível estrangeiros proverem cargos públicos, com exceção aos referentes aos privativos de brasileiros natos, como o de Presidente da República, por exemplo. Segundo, a LEI é o instrumento hábil para a fixação dos requisitos ao acesso aos cargos públicos. Pelo dispositivo, não há dúvidas: LEI pode estabelecer limitações ao acesso aos cargos públicos, como, por exemplo, exigência de exames psicotécnicos citados na questão. Se fossemos citar a jurisprudência do STF a respeito do assunto, passaríamos horas aqui. Mas basta apenas uma súmula para reafirmar o acerto do item. É a Súmula 686 da Corte Constitucional, que assim estabelece: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. Não há dúvida, portanto: só a LEI possibilita a exigência de exames psicotécnicos. A questão, como vemos, está resolvida e é correta. Mas sigamos adiante tratando dessas limitações, destacando alguns outros pontos essenciais com relação ao assunto. As limitações ao acesso aos cargos públicos, mesmo que estabelecidas em Lei, só podem ser aceitas quando razoáveis e em consonância com a ordem jurídica. Destacamos que o caso de veto à participação de candidato em concurso público deverá sempre ser motivada, vez que se trata de situação que deve ser devidamente esclarecida e que limita o interesse de alguém. Tal regra encontra-se consolidada noutra súmula do STF, a 684, que estabelece: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. Também não devem ser admitidas as odiosas restrições discriminatórias, em relação à origem, sexo, raça, religião, etc. De toda forma, há necessidade de estabelecimento de requisitos que permitam aferir a aptidão do interessado em ingressar no serviço público. Tais requisitos, em virtude do princípio da legalidade, devem gozar de previsão legal e não estar contidos apenas no edital do certame. Nesse quadro, cumpre trazer o RE 184.432-RS, apreciado pelo STF e que é extremamente elucidativo: O edital de concurso não é instrumento idôneo para o estabelecimento de limite de idade para a inscrição em concurso público; para que seja legítima tal exigência é imprescindível a previsão em lei. Nada impede que o edital mencione ou mesmo reproduza o que dispõe a Lei, a título de exigência. O que se veda é realização de exigências exclusivamente por meio de edital. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 12 Com relação às limitações de idade, cumpre registrarmos outra súmula do STF, que assim dispõe: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. Ainda que desnecessários outros comentários, reforcemos: só é possível a limitação de idade ao acesso aos cargos públicos desde que a natureza das atribuições do cargo em questão as exijam. Por fim, cumpre relembrar a questão do acesso a cargos públicos por portadores de necessidades especiais. Assim estabelece a CF/88 por meio do inc. VIII, art. 37: a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão. Primeiro ponto de destaque: o dispositivo constitucional não exime os portadores de deficiência de prestar concurso para ingresso nos quadros da Administração. O que se preserva, contudo, é o direito de tais pessoas de participarem de concursos públicos, para cargos que sejam compatíveis com as deficiências que portem. A propósito, a Lei 8.112/90, ao regulamentar a matéria, estatui: às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concursopúblico para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso (o grifo é nosso). Percebe- se, pelo dispositivo reproduzido, que o limite é máximo, mas não se estabelece um mínimo. É de incumbência de junta médica oficial avaliar se o portador de deficiência possui condições de exercer o cargo pretendido, ou, ainda, informar se o candidato é mesmo deficiente. Caso não seja deficiente, o candidato que houver concorrido para a vaga nessa qualidade terá sua aprovação invalidada, e deverá ser convocado o deficiente seguinte na ordem de classificação, para que se adote o mesmo procedimento verificatório. (Defensor/AM/2003) Considerando que Reinaldo foi nomeado para o cargo de defensor público do estado do Amazonas, julgue os itens subseqüentes. 7 - O ato de nomeação de Reinaldo não é vinculado, mas discricionário. Gabarito: CERTO Tema: Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos públicos – expectativa de direito à nomeação Comentários: A presente questão é apenas a título de “reforço”. Como vimos na questão 5, a aprovação em concurso público gera ao candidato CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 13 aprovado expectativa de direito à nomeação. Ressaltamos, contudo, que esse assunto sempre levanta polêmica nas aulas que proferimos. De fato, alguns pensam: Pôxa, mas depois de eu me submeter a uma maratona duríssima que é um concurso público, tendo êxito, passando nas vagas, ainda continuo a ter tão só o direito de ‘esperar’??? Mas isso é terrível! Infelizmente, é nesse sentido a jurisprudência de nossos Tribunais. Vejamos um julgado do STF, o MS 21.780, que ilustra bem o caso: A aprovação em concurso não gera direito à nomeação, constituindo mera expectativa de direito. Esse direito somente surgirá se for nomeado candidato não aprovado no concurso ou se houver o preenchimento de vaga sem observância de classificação do candidato aprovado. Vejam que o direito de ser nomeado só surge com a preterição do candidato na ordem de classificação, como falamos. Apesar de entendermos que o entendimento seja, socialmente, ruim, temos de nos dar por vencidos, PARA FINS DE CONCURSOS PÚBLICOS, e aceitarmos que a aprovação só nos gera mera expectativa de direito. Fazer o que, não é? 8 - Após ser nomeado, e antes de entrar em exercício, Reinaldo deve assinar o termo de posse, que é um contrato administrativo de adesão em que são definidas as regras que regerão a prestação das atividades legalmente definidas para o seu cargo. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos públicos – expectativa de direito à nomeação Comentários: Outra de reforço: só lembrando, Reinaldo é Defensor Público no Estado do Amazonas, portanto, estatutário. Daí, como vimos na questão 5, servidores públicos não possuem contrato de trabalho, como empregados públicos celetistas. De outra forma, os servidores assinam um termo de posse, no qual firmam compromisso formal de aceitação quanto ao exercício do cargo. Portanto, após a nomeação para o cargo, cabe à pessoa manifestar sua vontade de assumir, ou não, o cargo, o que se dá por intermédio da assinatura do termo de posse. ATENÇÃO: Enquanto a nomeação depende da Administração, sendo ato discricionário desta, a posse depende do nomeado. De fato, só há posse se o nomeado aceitar formalmente o cargo, assinando o termo referente. De acordo com a Lei 8.112/90, o prazo legal para assinar o termo de posse é de, no máximo, 30 dias, contados a partir da publicação do ato de provimento (da nomeação). Atenção ao que se disse: o prazo para a posse, a partir da nomeação, é de, NO MÁXIMO, 30 dias, podendo ser inferior. No termo de posse deverão estar contidos os deveres, obrigações, direitos e responsabilidades inerentes ao cargo a ser ocupado. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 14 Cabe destacar que só há posse no provimento originário (nomeação), uma vez que nos provimentos derivados (todas as outras formas, menos a nomeação) já existe o vínculo anterior do ocupante do cargo com a Administração, sendo que a manifestação de vontade já ocorrera também anteriormente (com a posse, precedente ao provimento derivado). Para a posse, o servidor deverá: - Apresentar sua declaração de bens e rendimentos; - Submeter-se à prévia inspeção médica. Ressaltamos que o servidor não terá direito à retribuição pecuniária a partir da posse, mas somente a partir do exercício, que será visto abaixo. Se após o ato de provimento, o servidor não tomar posse, referido ato será tido como “Sem Efeito”. Aproveitando a questão, informamos que, a partir da posse, o servidor terá 15 dias, improrrogáveis, para entrar em exercício, ou seja, para o início do desempenho efetivo das atribuições do cargo. No caso de designação para uma função de confiança, a posse/exercício são imediatos, em razão do que dispõe o § 4º do art. 15 da Lei 8.112/90, a saber: O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. Após a entrada em efetivo exercício, o servidor deverá cumprir uma jornada de trabalho, a qual terá duração semanal máxima de 40 horas, com limites diários mínimo e máximo de 6 e 8 horas, respectivamente. Tal jornada deverá ser estabelecida em função das atribuições decorrentes do respectivo cargo. Enfim, nomeação, posse e exercício são atos de natureza diversa, que não necessariamente coincidirão, em razão dos prazos dados pela Lei. 9 – (2006/CESPE/TRF-5/JUIZ) Conforme entendimento do STF, o servidor público federal tem direito de retornar a cargo federal anterior, mesmo após o estágio probatório de novo cargo assumido. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos públicos – formas de provimento Comentários: Antes de entrarmos na questão, vamos dar aquela nossa boa passeada, agora nas formas de provimento, que, de acordo com a Lei 8.112, são sete: Nomeação, aproveitamento, promoção, reintegração, recondução, readaptação e reversão. O concursando pensa: nossa, que coisa chata! Cheio de nomes! Sabe o que nós fazemos para memorizar? N A P RE RE RE RE! O que é isso? As iniciais de cada uma das formas de CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 15 provimento apontadas pela 8.112. Fazer o quê? Tem que dar um jeito de lembrar. Ah – para cada uma das formas de provimento que começam com RE colocamos uma palavra-chave para memorização. Exemplo: reintegração – palavra chave: DEMISSÃO. Vejamos, então. A nomeação é a única forma de provimento originário de cargo público. Para os cargos de provimento efetivo, deve ser precedida por concurso público. Já para os cargos em comissão, a nomeação prescinde de concurso público, uma vez que ocupantes, exclusivamente, de tais tipos de cargos possuirão apenas um vínculo transitório com a Administração Pública. O aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao serviço público de servidor que estava em disponibilidade. Disponibilidade não é nada mais que estar sem trabalhar, ocorrendo em razão da extinção do cargo ou da declaração da desnecessidade deste. ATENÇÃO: Como a criação de cargos se faz por lei (com exceção dos cargos de legislativo, que são criados por Resolução), a extinção também se faz por Lei, ante um princípio válido para o direito, de modogeral, que chamamos de “simetria” (ou paralelismo de forma), é dizer, como se faz, desfaz-se. Se o cargo público é criado por lei, por lei deve ser extinto. Mas é bom recordar que a CF/88 dá a possibilidade de extinção de cargos públicos VAGOS por decreto (vejam o inc. VI do art. 84 da CF/88). O disponível, o servidor à disposição do Estado, permanece com remuneração proporcional ao tempo de serviço, conforme estabelece o § 3º do art. 41 da atual Constituição Federal, até o adequado aproveitamento, que deve ser em cargo com atribuições compatíveis com o cargo anteriormente ocupado. A promoção é o movimento ascendente no âmbito de uma mesma carreira, com adição de vencimentos e de responsabilidades. Não existe com relação a cargos isolados, uma vez que estes não compõem uma carreira. A promoção pode ocorrer por merecimento ou por antiguidade (tempo de serviço). Chamamos atenção, ainda, para dois pontos com relação à promoção: I) muitos doutrinadores criticam a inserção da promoção como forma de provimento. De fato, ao ser promovido, o servidor continua ligado ao cargo público, sendo discutível, DOUTRINARIAMENTE, ver-se a promoção como forma de provimento. Todavia, PARA FINS DE CONCURSO PÚBLICO, não cabe tal discussão, vez que a Lei 8.112 coloca, textualmente, a promoção como forma de provimento; II) não há que se falar de promoção de uma carreira para outra, como de técnico para analista do TCU, por exemplo. Nesse caso, a hipótese é diferente. Seria uma espécie de “ascensão”, o que é inadmissível, na visão do STF; CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 16 III) a promoção é também uma forma de vacância, prevista no art. 33 da Lei 8.112. Atentem para essa informação, vez que o examinador adora “brincar” com ela. A reintegração ocorre no caso de desfazimento de decisão que levou à demissão de servidor estável. A palavra-chave para a reintegração é, portanto, DEMISSÃO. A invalidação (desfazimento) da decisão pode ser administrativa ou judicial. Mas, vem a pergunta: e se o cargo do sujeito que foi demitido estiver ocupado? Vai ser reintegrado onde? Se o cargo do reintegrado estiver ocupado, o ocupante, se estável, deverá ser reconduzido ao seu cargo de origem, aproveitado em outro cargo, ou mesmo posto em disponibilidade. Interessante anotar que a condição para a reintegração/recondução do servidor público é a ESTABILIDADE Apesar de extremamente criticável, é o que dispõe a CF/88 (vejam o § 2º do art. 41 da CF). Ressalte-se, ainda, que a Lei 8.112/90 assegura ao injustamente demitido o ressarcimento de todas as vantagens (remunerações, por exemplo) que faria jus. A recondução ocorre em duas hipóteses – na reintegração do ocupante do cargo e na inabilitação de estágio probatório e a palavra-chave é RETORNO AO CARGO ANTERIOR. A 1ª hipótese já foi abordada acima. No caso da inabilitação em estágio probatório, o inabilitado deverá ter ocupado cargo anterior, no qual já era estável. Desse modo, ao ser inabilitado no novo cargo, deverá retornar ao anteriormente ocupado. Interessante questão diz respeito à possibilidade da recondução a pedido. A exemplo, exponha-se a situação: um Analista do TCU logrou êxito (foi aprovado) no concurso para Perito da Polícia Federal. O Analista, que já era estável no serviço público, resolve tomar posse e entrar em exercício no cargo de perito. Posteriormente, descontente com o novo cargo, revolve pedir para ser reconduzido. Tal situação é juridicamente possível, dado se tratar de um ato menos gravoso do que a reprovação do servidor no estágio probatório, que poderia dar motivo à recondução. Esse foi o entendimento perfilhado pelo STF ao apreciar, dentre outros, o RMS 22.933-DF, de 1998. Portando, não há dúvida: reconhece-se o direito do servidor estável à recondução enquanto durar o estágio probatório do novo cargo. Seja pela inabilitação no novo cargo, ou mesmo em razão de pedido do servidor, o STF tem resguardado esse direito do servidor, ENQUANTO DURA O ESTÁGIO PROBATÓRIO NO NOVO CARGO. Ah: alguém deve estar se indagando será que eles não irão dizer quanto dura o estágio probatório dos servidores federais? Sim, claro. Adiantamos que, PARA O CONCURSO DO TCU, fixem: estágio probatório dura 24 meses e fim de papo (por enquanto)! A readaptação trata da possibilidade de recolocação do servidor que tenha sofrido limitação (que é nossa palavra-chave), física ou mental, em suas habilidades, impeditiva do exercício das atribuições do cargo CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 17 que ocupava. Portanto, por intermédio da readaptação, o servidor será remanejado para um cargo compatível com sua nova situação laboral. Para que possa ocorrer a readaptação, o novo cargo terá que ser compatível com o anterior, é dizer, com atribuições afins, nível de escolaridade compatível, etc. Desse modo, não pode um auditor do INSS – cargo de atribuição de nível superior, por exemplo, ser readaptado na condição de motorista – cargo de atribuição de nível médio, com atribuições nitidamente diferenciadas. Ressalte-se que, na hipótese de inexistência de cargo vago, o readaptando exercerá suas atribuições na condição de excedente. ATENÇÃO: EXCEDENTE é diferente de DISPONÍVEL. Excedente, trabalha, e, por isso, recebe normalmente sua remuneração. Disponível não está trabalhando, recebendo, por conseguinte, remuneração proporcional ao tempo de serviço. Reversão é o retorno do servidor aposentado à atividade (APOSENTADO é a palavra-chave. Aposentou, voltou, volta por reversão). Pode ocorrer em decorrência de duas situações. Na 1ª, a insubsistência de motivo de invalidez (reversão DE OFÍCIO), a causa que levou à aposentadoria (uma enfermidade) não existe mais. Em tal situação, o servidor em processo de reversão deverá ser submetido ao exame de junta médica oficial, a qual, então, deverá declarar que inexiste (insubsistente) o fato motivador da aposentadoria. Estando provido o cargo do servidor revertido, este exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. Na 2ª situação, a reversão ocorre a pedido do servidor, desde que haja interesse da administração (ato discricionário), e se cumpridas as seguintes condições: - pedido do servidor, o qual deveria ser estável na atividade; - aposentadoria ocorrida nos 5 anos anteriores à solicitação, sendo que essa aposentadoria tem que ter sido “a pedido”. Não há que se falar em reversão para: I) aposentados pela compulsória, pois completaram a idade máxima para o exercício de cargos EFETIVOS; II) aposentados por invalidez: neste caso, se não existir mais o motivo de invalidez e não for impossível a reversão pelo transcurso de prazo decadencial, o servidor será revertido DE OFÍCIO; e, - tem que haver cargo vago. ATENÇÃO: não há que se falar em excedente na reversão a pedido, pois a Lei EXIGE a existência de cargo vago para tal hipótese. - Depois de aferidos todos os requisitos anteriores, a reversão a pedido é ATO DISCRICIONÁRIO da Administração Pública, ou seja, ficam a critério desta. Isso serve para que a Administração avalie se a reversão em questão refere-se a um servidor que tem um histórico de “útil” ao interesse público. Não fosse assim, a Administração teria de reverter alguns que, absolutamente, não teriam contribuição significativa a dar ao poder público, por seu histórico. Daí, bem CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 18 racional que a reversão A PEDIDO do servidor fique A CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Por fim, uma última informação: REMOÇÃO e REDISTRIBUIÇÃO não são formas de PROVIMENTO, mas sim de DESLOCAMENTO do servidor ou do cargo público,respectivamente. Guardem essa informação, pois nos será útil para a resolução da questão 13 mais abaixo. 10 - (2006/CESPE/TRF-5/JUIZ) Suponha que Pedro seja professor em uma universidade pública. Nesse caso, ele poderá acumular o seu cargo de professor com um cargo de analista judiciário, área meio, em tribunal regional federal. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – Acumulação de cargos públicos. Comentários: Muito boa a questão, pois serve para a possibilidade de acumulação de cargos e empregos públicos, QUE NÃO É REGRA, MAS EXCEÇÃO. Vejamos. A regra geral é que se veda a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicos, seja na Administração Direta, seja na Administração Indireta. A regra da não acumulação abrange, portanto, também autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. A partir da EC 19/98 a regra passou a abarcar as subsidiárias daquelas entidades, bem como as sociedades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público. Por conseqüência, a presente regra não é impeditiva de ocupações privadas por parte do servidor público, desde que tais ocupações não sejam incompatíveis com o cargo exercido pelo servidor. De plano, há que se ter um pressuposto para que possa ocorrer a acumulação remunerada: a compatibilidade de horários. Não existindo compatibilidade de horários, toda e qualquer acumulação de cargos/empregos públicos será vedada. A jurisprudência do TCU admite acumulação com jornada máxima de 60 horas, ou seja, um cargo/emprego de 40 horas + um cargo/emprego de 20 horas, por exemplo. Outro ponto a ser levado em consideração diz respeito à observância dos tetos constitucionais remuneratórios, estabelecidos no art. 37, XI, da CF, os quais, no caso de acumulação, não poderão ser superados. De acordo com o inc. XVI do art. 37 da CF é permitida a acumulação de cargos e empregos públicos nas seguintes situações: a) dois cargos de professor; b) um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 19 Não há maiores controvérsias no que diz respeito à acumulação de dois cargos de professor. Todavia, não é o que se verifica nas duas outras hipóteses. Há falta de precisão no que se refere à definição de cargo técnico ou científico, o que tem provocado algumas dúvidas na interpretação que se faz da expressão. A despeito das controvérsias, pode-se afirmar que há possibilidade de cargos de nível médio serem tidos como técnicos, desde que as características de seu exercício possam ser entendidas como técnicas. Como exemplo de cargos de nível médio que podem ser entendidos como de características técnicas citamos: Programador, Técnico de laboratório, Técnico de Contabilidade, Auxiliar de Enfermagem e desenhista. Cargos de nível médio, cujas atribuições sejam de baixa complexidade, no mais das vezes fazendo parte da rotina administrativo-burocrática do Estado, não devem ser considerados “técnicos ou científicos”, não podendo, por conseqüência, serem acumulados com outro de professor. São exemplos de tais tipos de cargos, de acordo com o parecer H – 194, da extinta Consultoria Geral da República: Agentes Administrativos, Agente de Portaria, etc. No mesmo sentido, podemos afirmar que não são todos os cargos de nível superior. Exemplo disso: analistas administrativos, de modo geral, que não tenham por atribuição tarefas técnicas, como na questão que estamos analisando, analistas da área meio. Logo, não cabe cogitar de acumulação neste caso, pois, ainda que se trate de um cargo de professor, o outro não é visto como técnico. A acumulação de cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde deve ser vista com atenção. A atividade deve ser diretamente ligada ao serviço de saúde, cujas profissões já sejam regulamentadas, tais como as de médico, odontólogo, fisioterapeuta etc. Não alcança, portanto, os serviços administrativos da área da saúde, como, por exemplo, diretores de unidades hospitalares. Enfim, são profissionais DE saúde e não DA saúde! Aproveitando a questão, falemos um pouco do acúmulo de cargo/empregos públicos por parte de aposentados. Havia certa controvérsia doutrinária se estes poderiam, ou não acumular os proventos da aposentadoria com a retribuição pecuniária do cargo, emprego ou função. Tal dúvida foi dirimida, contudo, com a redação dada pela EC 19/98 ao § 10º do art. 37 da CF, que diz: É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrente do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. Assim, o aposentado pode acumular os proventos recebidos com: CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 20 I) a retribuição pecuniária de outro cargo/emprego/função, desde que a hipótese de acumulação fosse permitida caso em atividade estivesse; II) cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, etc.); e, III) cargos em comissão. Há que se destacar, ainda, que as hipóteses de acumulação referem-se a DOIS cargos, empregos ou funções públicos. Assim, não se admite o acúmulo de 3 ou mais cargos/empregos, ainda que algum deles provenha da aposentadoria. Há apenas uma hipótese de acumulação de 3 cargos, em virtude da norma temporária contida no § 1ºdo art. 17 da ADCT: dois de médico civil, com outro de médico militar. Mas, em concursos públicos, de cinco anos para cá, não temos visto o CESPE tratar do assunto. A vedação à acumulação também não abrange empregos da iniciativa privada, conforme já dito anteriormente. Outras hipóteses de acumulação permitida são as seguintes: a) Mandato de Vereador com as vantagens de cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. Deve haver, óbvio, compatibilidade de horários, e servidor deve exercer seu cargo; b) Ministro do TCU com outra função de magistério (art. 73, §3º, da CF/88); c) Magistrado com uma função de magistério (art. 95, § único, I, da CF 88); e, d) Membro do Ministério Público com outra função pública de magistério (art. 128, § 5º, II, d, da CF/88). Mais uma vez, vale a lembrança: É VEDADA A ACUMULAÇÃO DE CARGOS/EMPREGOS/FUNÇÕES PÚBLICOS, ADMITINDO-SE TÃO SÓ OS CASOS DE PREVISÃO CONSTITUCIONAL, DESDE QUE HAJA COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS NO EXERCÍCIO DAS OCUPAÇÕES PÚBLICAS. 11 – (TJ/BA/2005) Considere a seguinte situação hipotética. Marcelo era servidor público estadual da administração direta e foi eleito vereador por um município baiano. Como havia compatibilidade entre o horário de trabalho dele e o exercício da vereança, o município passou a pagar-lhe, cumulativamente com os vencimentos do cargo efetivo, as vantagens do cargo de vereador. Um cidadão ajuizou ação popular contra esse pagamento cumulativo, alegando ilegalidade e lesividade desses atos. Nessa situação, o pedido da ação deveria ser julgado improcedente. Gabarito: CERTO Tema: Agentes Públicos – Acumulação de cargos públicos. Comentários: CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 21 É só para realçar o que vimos na questão anterior com relação ao caso específico dos vereadores: desde que o exercente da vereança consiga exercer, simultaneamente, o cargo efetivo que seja detentor, poderá receber pelos dois, ou seja, o subsídio do cargo eletivo mais a remuneração do cargo ativo. (ABIN/2004) Julgue os seguintes itens, considerando queAlessandra é servidora estável ocupante de cargo público de provimento efetivo na ABIN. 12 - Afirmar que Alessandra foi redistribuída do Ministério da Fazenda (MF) para a ABIN equivale a dizer que ela foi transferida de um cargo lotado no MF para um cargo lotado na ABIN. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – Formas de deslocamento - redistribuição Comentários: Retomemos a questão 10 para reafirmarmos que REMOÇÃO e REDISTRIBUIÇÃO não são formas de PROVIMENTO, mas sim de DESLOCAMENTO do servidor ou do cargo público, respectivamente. Lembramos, de início, que transferência é utilizada, popularmente, como sinônimo de remoção. Todavia, na 8.112, não existe transferência, que foi revogada desde 1997. Assim, devemos utilizar remoção ou redistribuição, conforme o caso, para que estejamos tecnicamente corretos a nos referirmos às formas de deslocamento. Remoção é o deslocamento do SERVIDOR, com ou sem mudança de sede, para desempenhar suas atribuições em outra unidade do mesmo quadro. Redistribuição é o deslocamento do CARGO EFETIVO, ocupado ou não, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou atividade. A remoção pode ocorrer de ofício (no interesse da administração) ou a pedido do servidor. Na remoção de ofício (no interesse da Administração Pública), caso seja necessária a mudança de sede do servidor, este tem direito a uma ajuda de custo, uma indenização (prevista nos arts. 53/57 da 8.112), para compensar despesas incorridas. Garante-se, ademais, o direito de o servidor e de seu cônjuge, filhos, enteados ou menor sob sua guarda, de se matricular em instituições de ensino congênere, em qualquer época, independente de vaga ou de época. A remoção a pedido pode a ser a critério da administração ou independente do interesse desta. Na primeira hipótese, o servidor faz o pedido e a Administração avalia a conveniência. Já remoção a pedido, independente do interesse da administração, ocorre nas seguintes hipóteses: - Para acompanhamento do cônjuge, que também deve ser servidor, ou militar, de qualquer dos poderes da União, dos CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 22 Estados, dos Municípios, que foi deslocado no interesse da administração; - Por motivo de doença do servidor, cônjuge, ou dependente que viva às suas expensas, sendo que o fato deverá constar do assentamento funcional do servidor; - Em virtude de concurso de remoção, desde que haja vaga na unidade de destino. Em todas as hipóteses, sempre que a remoção/redistribuição implicar o exercício de atribuições do servidor em outro município, será concedido um prazo àquele de 10 a 30 dias contados da publicação do ato para a retomada do efetivo desempenho de suas atividades, estando incluso nesse prazo o tempo de deslocamento para a nova sede. Estando o servidor afastado, ou de licença, o prazo aqui referenciado deverá ser contado a partir do término do impedimento. 13 - (2007/CESPE/NOTÁRIOS-DF) É de 24 meses o período de estágio probatório dos servidores públicos federais regidos pela Lei n.º 8.112/1990, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Gabarito: CERTO Tema: Agentes Públicos – Estágio Probatório - Duração Comentários: Finalmente, o estágio probatório! Que questão boa para esclarecermos, PARA O CONCURSO DO TCU, a duração desse período: 24 meses. E ponto! Mas vamos dar aquela nossa velha e boa passeada no assunto. Estágio probatório é o período a que deve ser submetido o servidor ESTATUÁRIO nomeado para cargo de provimento efetivo. No estágio probatório, a capacidade e a aptidão do servidor para desempenho do cargo serão constantemente avaliados. A grande confusão quanto ao instituto em estudo é quanto a sua duração: se de 36 meses (em decorrência da EC 19/98, que alterou o período de aquisição da estabilidade), ou se de 24 meses, conforme consta do texto da Lei 8.112/90. Alguns autores afirmam que o estágio probatório é de três anos, e sua transposição é necessária para a aquisição da estabilidade. Em nível federal, a matéria é extremamente confusa. Mas, olha o que examinador nos deu “de presente”, para abreviar a discussão: a visão do STJ. Por este Tribunal, o estágio probatório CONFORME A 8.112 é de 24 meses. Foi a posição consignada pelo STJ no MS 9373. Aproveitando, ressaltamos que esta também é posição do STF, conforme, por exemplo, o Agravo de Instrumento 543.714: Durante o período de 24 (vinte e quatro) meses do estágio probatório, o servidor será observado pela Administração com a finalidade de apurar sua aptidão para o exercício de um cargo determinado, mediante a verificação de específicos requisitos legais. 2. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 23 A estabilidade é o direito de permanência no serviço público outorgado ao servidor que tenha transposto o estágio probatório. Ao término de três anos de efetivo exercício, o servidor será avaliado por uma comissão especial constituída para esta finalidade. 3. O prazo de aquisição de estabilidade no serviço público não resta vinculado ao prazo do estágio probatório. Esse julgado do STF é bastante ilustrativo para que não vejamos o estágio probatório como “colado” à estabilidade, apesar de sua transposição ser necessária para aquisição desta última. Aliás, aproveitando, façamos uma rápida revisão da estabilidade, em seus principais aspectos. A estabilidade é a garantia constitucional dada ao servidor ocupante de cargo efetivo, nomeado em virtude de concurso público, quanto à permanência no serviço público após 3 anos de efetivo exercício. Na redação original da CF/88, a estabilidade seria adquirida após 2 anos de efetivo exercício, apenas com o decurso do tempo, ou seja, um direito objetivo, atingido com o transcurso do tempo. Contudo, após a EC 19/98, para a aquisição da estabilidade são exigidos 3 anos de efetivo exercício, ao término dos quais deverá procedida avaliação especial de desempenho por comissão especial instituída para esse fim1, pelo que, pode-se afirmar, a estabilidade deixou de ser estritamente objetiva, uma vez que depende da mencionada avaliação especial.. Feitos esses comentários iniciais, passemos a analisar o instituto em referência, em seus principais aspectos. Sinteticamente, podem ser apontadas quatro condições necessárias para aquisição da estabilidade: I) aprovação em concurso público. Tal condição exclui a possibilidade de aquisição para quaisquer agentes públicos que tenham vínculos empregatícios provisórios ou transitórios junto à Administração Pública, tais como os contratados temporariamente por excepcional interesse público (art. 37, inc. IX, CF/88). II) nomeação para cargo de provimento efetivo. Tal condição afasta, por exemplo, a aquisição de estabilidade pelos empregados públicos, regidos pela CLT, ou, ainda, pelos ocupantes, exclusivamente, de cargos em comissão. III) cumprimento de estágio probatório. Só lembrando que, PARA O STJ/STF, o estágio probatório deve ser visto com duração de 24 meses. IV) avaliação especial de desempenho para fins de aquisição de estabilidade (§4º do art. 41 da CF). Assim, o servidor não adquire estabilidade pelo simples decurso de prazo, mas, de outro modo, deve se sujeitar à avaliação específica para tanto. Questão interessante surge na possibilidade de a Administração não proceder à avaliação de que ora se trata. Nesse caso, na ausência de 1 Art. 41, caput e § 4º, CF. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 24 avaliação, seria o servidor estável ou não? A resposta é que o servidor deve ser considerado estável,em razão da avaliação positiva de forma tácita, para efeitos de estabilidade. Ressalte-se que tal avaliação funcional foi criada em favor da Administração. Contudo, não poderia o servidor ser prejudicado pela inércia administrativa. O STF corroborou essa afirmativa ao apreciar o MS 25.543-DF, em 21.8.2003, registrando que a ausência de avaliação de desempenho não afasta a presunção de estabilidade no cargo. Apesar de pouco exigido em concursos públicos, lembramos que a CF/88, por meio do art. 19 da ADCT, fixou hipótese excepcional de aquisição da estabilidade por parte de certos agente públicos. Tal instituto tem recebido a denominação por parte da doutrina de estabilização constitucional. O referido dispositivo constitucional afirma que devem ser considerados estáveis todos os servidores públicos civis federais, estaduais, distritais e municipais, da Administração Direta, Indireta, que estivessem em exercício há pelo menos 5 anos na data de promulgação da Magna Carta de 88 e que não houvessem sido admitidos na forma estabelecida no art. 37 da CF (por via de concurso público). O mesmo artigo deixa claro que a regra da estabilização não se aplica aos cargos, empregos e funções de confiança e aos que a lei declare de livre nomeação e exoneração. Não se aplica, também, aos professores de nível superior, nos termos a serem dispostos em lei. Por fim, a perda do cargo por parte do servidor federal estável pode ocorrer nas seguintes hipóteses previstas na Lei 8.112/90: em virtude de sentença judicial transitada em julgado e por processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa2. Cabe destacar, ainda, que o estágio probatório é o período que se destina à avaliação da capacidade do servidor desempenhar atividades próprias do cargo. Assim, a cada novo cargo o servidor tem de se submeter a novo estágio probatório. Já a estabilidade é adquirida no serviço público e não no cargo, e só é perdida nas hipóteses listadas anteriormente. 14 - (Auditor de Contas/TCE/PE/2005) É vedada a extinção de cargo ocupado por servidor estável. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – Extinção de cargo Comentários: Na realidade, esta questão é uma pegadinha: é que o inc. VI do art. 84 da CF dá a possibilidade de extinção de cargo VAGO, por Decreto. Quando o leitor incauto lê só esse último dispositivo citado, a impressão que tem é que não seria possível a extinção de cargo PREENCHIDO. É possível, sim, e a questão é simplificada a partir da leitura do § 3º do 2 Há outras hipóteses de perda do cargo, não preceituadas na Lei 8.112/90, tais como o excesso de despesa (vide LRF). CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 25 art. 41 da CF, que estabelece: extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Agora, por simetria (vejam a questão 10), o cargo público PREENCHIDO só pode ser extinto por Lei, vez que esta é o instrumento cabível para criação de cargo público, em regra (é que no legislativo cargos são criados por Resolução). Ficamos assim, nessa questão: I) cargos públicos VAGOS podem ser extintos por Decreto; II) cargos públicos preenchidos também podem ser extinto, mas, para tanto, demanda-se LEI de extinção. 15 - (Delegado/PF/Regional/2004) A vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou função e pode ocorrer com extinção do vínculo pela exoneração, demissão e morte, ou sem extinção do vínculo, pela promoção, aposentadoria, readaptação ou recondução. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – Vacância Comentários: Bom, a questão trata das formas de vacância que desfazem, ou não, o vínculo do titular do cargo com a Administração Pública. Vejamos o item, com ênfase nessa informação. Inicialmente, podemos definir vacância como a situação em que o cargo público está vago, sem ocupante, tornando-o passível de ser provido por alguém. As formas de vacância previstas na 8.112/90 são (art. 33): exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e falecimento. IMPORTANTE: A ascensão e a transferência foram expressamente revogadas pela Lei 9.527/97. Sempre é útil lembrar a diferença entre exoneração e demissão. Esta última é uma penalidade, prevista na Lei 8.112/90 (art. 127 e 132), bem como no código penal. Já os casos de exoneração não constituem punições, mas sim tratam de hipóteses específicas, com previsão na Lei 8.112/90 (arts. 34 e 35). Ambas desfazem o vínculo com a Administração. Promoção é, a um só momento, vacância, em cargo inferior, e provimento, em cargo superior, no âmbito de uma carreira. Pode ocorrer por antiguidade ou por merecimento. É importante observar que além da promoção, há outras formas de vacância/provimento concomitante: a readaptação (releiam a questão 9, para lembrança); a posse em outro cargo inacumulável, quando o servidor deverá pedir vacância do primeiro, ao passo que toma possa no segundo cargo, sem interromper o vínculo com a administração pública; e a recondução, em decorrência de inabilitação em estágio probatório. Nessa última hipótese, o servidor, caso estável, deverá ser CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 26 reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, provendo-o de forma derivada. NENHUMA DESSAS TRÊS FORMAS EXTINGUE O VÍNCULO DO SERVIDOR COM A ADMINISTRAÇÃO, vez que o dito servidor continua a ocupar um cargo público e em atividade. O falecimento, como forma de vacância, é bastante óbvia: com o falecimento do titular do cargo, extingue-se o vínculo com a Administração. Pois, resta-nos a aposentadoria, que também é das formas de vacância e que, sem dúvida, rompe (extingue) o vínculo EFETIVO do servidor (agora aposentado) com a Administração. Por isso, o erro da questão: ao contrário do informado no comando, a aposentadoria EXTINGUE o vínculo efetivo do servidor aposentado. Há, em nosso ver, um outro pequeno erro semântico (de significado de expressão) no item: afirma-se que a vacância é um ato por intermédio do qual o servidor é “destituído” de cargo, emprego ou função. Em realidade, na Lei 8.112/90, a destituição diz respeito tão só aos cargos e funções COMISSIONADOS e uma das penas previstas no art. 127 da dita norma. Atribuir equivalência da vacância à destituição também pode ser visto como erro, como dissemos. 16 - (2007/CESPE/NOTÁRIOS-SE) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário podem ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – sistema remuneratório dos servidores públicos A questão é relativamente simples, a partir do regramento constitucional. Vejamos o inc. XII do art. 37, que trata da matéria: os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Em realidade, o examinador quis “pegar” o candidato, a partir de algo que, na prática, não acontece. Via de regra, o Executivo Federal, paga pior que os outros dois poderes, o que seria uma violação constitucional evidente. Contudo, a vida real, muitas vezes, pode ser diferente do nosso “mundo” dos concursos. Muito cuidado, então, na hora de transpor exemplos da vida para a prova. O examinador pode nos induzir ao erro... 17 - (2006/CESPE/ANA/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Segundo doutrina majoritária do direito administrativo, a autonomia das instâncias administrativa, civil e penal autoriza, em princípio, a imposição de sanção disciplinar, independentemente da conclusão deprocesso criminal. Gabarito: CERTO CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 27 Tema: Agentes Públicos – Responsabilização do Servidor – independência das instâncias Comentários: O indevido exercício do cargo público pode levar o seu ocupante, o servidor, a responder pelas infrações cometidas. Conhecidamente, a responsabilização do servidor pode ocorrer em três esferas: civil (prejuízo material), penal (crimes e contravenções) e administrativa, de acordo com o caso. Estas esferas, com as respectivas penalidades, ainda que independentes, poderão ser cumulativas, é dizer, um servidor que tenha sofrido uma sanção na esfera administrativa poderá também ser apenado cível e crimininalmente, em razão de um mesmo fato. Destrinche-se essa última assertiva, tendo em conta, sobretudo, a apuração criminal. Caso se chegue à conclusão na esfera penal de que o servidor é culpado, o resultado interferirá nas esferas cível e administrativa. Da mesma forma, a absolvição negando a autoria do crime ou a afirmando a inexistência do fato também interfere nas outras duas esferas. Por que a esfera criminal repercute nas demais? Isso se deve à apreciação das provas na esfera criminal, que é muito mais ampla, mais minudente. De fato, o Juiz criminalista é o mais cuidadoso possível na condução do processo de sua competência e na aplicação da pena de sua alçada, até tendo em conta que as penas “capitais” em nosso país, praticamente, vêm da esfera criminal (não há prisão por dívida/civil no Brasil, salvo aqueles casos “bobos” que o examinador não coloca mais em prova: não pagamento de pensão alimentícia e depositário infiel). De toda forma, se na esfera criminal houve a absolvição por insuficiência de provas, o resultado não interfere nas demais instâncias, nas quais se poderia muito bem aplicar punições ao servidor infrator. Um pequeno exemplo: suponhamos que haja desaparecido um note book no TCU. Feita a denúncia criminal (não importa o trâmite, pois não cai em nossa prova) e instaurado o processo judicial, o Juiz responsável absolve o potencial infrator, pela falta de provas cabais que levem à conclusão de aquele servidor seria, efetivamente, o culpado. A situação, que não é tão rara, ocorre, no essencial, por conta de dois princípios: em dúvida, em benefício do réu; e, todos são inocentes até que se PROVE o contrário. Desse modo, havendo dúvida se o servidor seria, ou não, culpado, resta ao Juiz absolvê-lo. Pois bem. Instaurado um processo administrativo (de natureza disciplinar, ressaltamos), a Administração estaria impedida de aplicar uma punição ao faltoso? NÃO. Por exemplo: adverti-lo, em razão de não ter guardado o equipamento em local adequado, no qual ficasse for do alcance de pessoas mal intencionadas. Em suma: é possível punição administrativa no caso de absolvição criminal POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS, até em razão mesmo da natureza das CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 28 punições administrativas, bem mais “leves” que as criminais. Alguns autores gostam de chamar essa situação de “resíduo administrativo”: a infração potencial não poderia ser punida criminalmente, ante a insuficiência de provas para tanto, mas poderia ser punida administrativamente, desde que haja provas para tal fim. Desnecessária, portanto, a conclusão (ou sequer a instauração) de processo criminal para que uma eventual punição administrativa seja aplicada a um servidor faltoso. A responsabilização civil pressupõe que houve um prejuízo material causado a alguém e tem por fim a reparação do dano. No caso de falecimento do servidor que houver proporcionado o prejuízo, a obrigação de ressarcir se estende aos herdeiros (sucessores) até o limite do valor da herança recebida. ATENÇÃO: ainda não chegamos à matéria, mas bom registrar, desde logo, que o SERVIDOR responde subjetivamente, ou seja, só ser culpado (em sentido amplo) pelo prejuízo causado à alguém. Já a responsabilidade da Administração Pública PODERÁ SER OBJETIVA, caso enquadrada nos casos preceituados no § 6º do art. 37 da CF/88, que ainda carece de aprofundamento. É cedo para adentrarmos o assunto com mais incisividade, pois teremos aula própria para tratá-lo (a do dia 13/09). A responsabilização administrativa decorre de infrações da mesma espécie, conforme previsão em norma, no nosso estudo, em especial, a 8.112/90, a qual indica as seguintes punições como passíveis de serem aplicadas aos servidores por ela regidos (art. 127): a) Advertência; b) Suspensão; c) Demissão; d) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; e, e) Destituição de cargo em comissão ou função comissionda. Duas informações finais: I) Para os servidores públicos, demissão é punição. Assim, quando alguém não deseja mais permanecer no cargo, não pedirá demissão, mas sim exoneração; e, II) A exoneração não é um ato punitivo, mas tão só uma forma de vacância prevista na Lei 8.112 (art. 34 – leiam). Assim, servidor regido por esta norma não pode ser punido com exoneração, vez que não se trata de punição. Em relação aos poderes da administração, julgue os itens a seguir. 18 - (2005/CESPE/TJ-BA) O Estado somente pode punir agente público (em sentido lato) nas estruturas estatais baseadas na hierarquia entre a autoridade competente para aplicar a punição e os agentes a ela sujeitos, hierarquia que deve abranger, sobretudo, o exercício das funções desses agentes. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU PROFESSOR SANDRO BERNARDES www.pontodosconcursos.com.br 29 Gabarito: ERRADO Tema: Agentes Públicos – Responsabilização do servidor – penalidades aplicáveis Comentários: Questão no “estilão” CESPE, correlacionando assuntos diversos. Vamos lá, enfrentá-la. Vimos, dentre os poderes administrativos, que a Administração pode punir, administrativamente, pessoas não sujeitas à sua hierarquia interna por intermédio do poder de polícia (lembram da aula 4?). Então, desde logo, o erro da questão (somente, quase sempre SÓ MENTE! Lembram-se?). Muito bem. Gabaritamos a questão, mas um registro necessário, tendo em conta, sobretudo, a indagação: a autoridade administrativa competente pode determinar a apuração e punir com relação aos fatos/servidores que estejam sob sua “batuta”? Mas quais seriam os meios para investigação/punição destas eventuais irregularidades? A resposta, de acordo com a 8.112, é: sindicâncias e processos administrativos disciplinares - PAD. Contudo, deixamos para tratar de tais processos na questão logo abaixo. (2004/CESPE/STJ/Analista Judiciário) Um servidor público estável, ocupante de cargo público efetivo em uma autarquia federal, faltou ao serviço, sem causa justificada, nos períodos de 1.º/10/2003 a 15/10/2003 e de 17/10/2003 a 31/10/2003, tendo comparecido ao serviço no dia 16/10/2003, uma quinta-feira, e cumprido integralmente o horário de trabalho estabelecido. Com o objetivo de apurar a falta funcional do servidor, foi instaurado procedimento administrativo, no âmbito da autarquia. Ao final do procedimento, a comissão processante emitiu relatório por meio do qual recomendou a aplicação ao servidor de pena de suspensão. Todavia, em 2/3/2004, foi publicada portaria editada pelo ministro de Estado ao qual a autarquia estava vinculada, aplicando ao servidor a pena de demissão. Em 15/3/2004, o servidor impetrou mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a referida portaria. Com relação à situação hipotética acima, julgue os itens seguintes. 19 - A demissão — uma das modalidades de vacância do cargo público — constitui uma penalidade aplicável ao servidor público em decorrência da prática de determinados atos ilícitos enumerados
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