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Agentes Públicos - Direito Administrativo em questões

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CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O TCU 
PROFESSOR SANDRO BERNARDES 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 6 – AGENTES PÚBLICOS 
 
Olá, amigos, tudo bem? Seguimos, hoje com o segundo tema do Direito 
Administrativo em ordem de importância para o certame do TCU – 
Agentes Públicos. Interessante anotar que o tema é comum às provas 
de Analista e de Técnico do TCU, com o mesmo nível de abrangência: o 
regime constitucional e legal dos servidores públicos. Cito os amigos 
Técnicos, pois muitos alunos nossos (de aulas presenciais) acham que o 
concurso para Técnico do TCU seria mais fácil (menos difícil seria o 
correto) que o de Analista. Nossa experiência permite afirmar que isso 
não se sustenta. 
De fato, a concorrência para Técnico do TCU sempre é elevadíssima! No 
último certame (2004) as médias foram bastante altas. Em torno de, 
pasmem, 80% LÍQUIDOS, EM PROVA DO CESPE! Foi, realmente, um 
concurso acirradíssimo. Mas também, um técnico do TCU, em início de 
carreira, ganha em torno de 7 mil brutos, fora outros benefícios. Dá pra 
entender a concorrência, não é? Então, aos amigos que se preparam 
para o certame de Técnico, sugerimos que não subestimem a prova. 
Cremos, claro, que é possível a aprovação, desde que façam a 
preparação adequada. 
Bom, vamos aos temas da aula de hoje: 
1 – Classificação dos Agentes Públicos; 
2 – Conceitos básicos a respeito de agentes públicos: cargos, funções, 
empregos, cargos efetivos, em comissão, etc.; 
3 – Acessibilidade a cargos e empregos Públicos; 
4 – Estabilidade X Estágio Probatório; 
5 – Sistema remuneratório dos Servidores Públicos 
6 – As penalidades aplicáveis aos servidores públicos com base na Lei 
8.112/90; 
7 – Os meios de apuração de infrações cometidas por servidores regidos 
pela Lei 8.112/90 – PAD e Sindicância 
8 – Seguridade Social do Servidor Público 
 
Como vocês vêem, são muitos assuntos. Assim, teremos uma aula 
maior do que as demais. São mais de 50 páginas líquidas para lermos. 
Peço compreensão de todos, mas o assunto é muito rico (interminável, 
poderíamos dizer), por isso, a maior extensão da aula. Assim, sem mais 
“blá-blá-blá”, passemos à matéria que a hora tá chegando, gente. Rumo 
ao TCU! 
 
1 - (AGU/2004) No direito administrativo, o conceito de agente público 
é amplo e abrange até pessoas sem vínculo jurídico permanente com a 
administração, como é o caso dos componentes de mesas receptoras de 
votos nas eleições, pessoas delegadas de serviços públicos, como 
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permissionários e concessionários de serviços públicos, e pessoas 
detentoras de mandato eletivo, como os membros de câmaras 
municipais e o presidente da República. CERTO 
Gabarito: CERTO 
Tema: Agentes Públicos – Classificação 
Comentários: 
Essa questão é para relembrar uma informação que deve ser 
conhecimento da maioria, senão, de todos: AGENTES SÃO DIFERENTES 
DE SERVIDORES PÚBLICOS. 1º, por uma razão óbvia – se têm nomes 
diferentes, tem que ter diferenças; se fossem para ser iguais, teriam o 
mesmo nome... 
Passemos à classificação de agentes públicos, que podem ser assim 
divididos: políticos, administrativos, honoríficos, delegatários e 
credenciados. 
Os Agentes Políticos são aqueles incumbidos das mais altas diretrizes 
estabelecidas pelo Poder Público. Ocupam os mais elevados postos da 
Administração Pública, sejam cargos, funções, mandatos ou comissões, 
com ampla liberdade funcional e com normas específicas para sua 
escolha. São exemplos:: Membros do Legislativo (Deputados, Senadores 
e Vereadores), Chefes de Poder Executivo (Presidente da República, 
Governadores e Prefeitos) e assessores diretos destes (Ministros e 
Secretários). Nós gostamos de apontar, em turma, que os agentes 
políticos “transpiram” o poder. São aqueles que você 1º lembra quando 
da trata de um poder constituído. Exemplo: quando você fala do Poder 
Executivo Federal, qual a 1ª imagem que vem à lembrança? O 
Presidente da República, o Ministro de Estado. São agentes políticos, 
como vimos. E assim se sucede nos outros poderes. 
Há uma certa discussão doutrinária a respeito da possibilidade de 
inclusão de alguns agentes na categoria dos agentes políticos, tais como 
os Magistrados e os membros do Ministério Público (Procuradores da 
República e Promotores do Ministério Público dos Estados). 
Alguns autores mostram-se a favor; outros apresentam-se contrários a 
tal inclusão. Então como se comportar em PROVA? Informamos que o 
STF no Recurso Extraordinário 228.977/SP, referindo-se especificamente 
aos Magistrados, tratou-os como agentes políticos, investidos para o 
exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena 
liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas 
próprias e legislação específica. 
Assim, sem maiores discussões, além dos integrantes do Legislativo, 
Chefes de Executivo (e seus auxiliares diretos), são agentes políticos, 
como bem os membros do Ministério Público, os membros (Ministros e 
Conselheiros) dos Tribunais de Contas, os Representantes Diplomáticos 
e outras autoridades que atuem com independência no exercício de suas 
atribuições. 
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Duas são as principais características comuns dos agentes políticos: a) a 
maior parte de suas competências é obtida diretamente da Constituição; 
e, b) via de regra, não se submetem às regras comuns aplicáveis aos 
servidores públicos. É o caso dos Juízes, os quais não se submetem à 
Lei 8.112/90, por exemplo. 
Já os Agentes Administrativos constituem o maior contigente dos 
agentes públicos e são aqueles que exercem cargos, empregos ou 
funções públicos, no mais das vezes, de caráter permanente. Não são 
membros de Poder do Estado, tampouco exercem atribuições políticas 
ou governamentais. Integram, sim, o quadro funcional dos entes da 
federação, bem como o das entidades da Administração Indireta. 
Os agentes administrativos submetem-se à hierarquia funcional e ao 
regime jurídico estabelecido pela entidade à qual pertencem. São 
agentes administrativos: servidores públicos regidos por estatuto 
próprio (como a Lei 8.112/1990); exercentes, exclusivamente, de 
cargos em comissão, exercente de empregos ou funções públicos; e os 
servidores temporários (estes últimos são referidos no inc. IX do art. 37 
da CF/88 e serão objeto de questão específica mais abaixo). 
Por sua vez, os Agentes Honoríficos são cidadãos (particulares) que, 
em razão de sua condição cívica, sua honorabilidade ou de sua 
reconhecida capacidade profissional, são convocados para colaborar 
transitoriamente com o Estado, sem vínculos empregatícios ou 
estatutários, e, no mais das vezes, não recebendo remuneração por 
tal atividade (esta é a principal característica dos honoríficos: não são 
remunerados em espécie – dindim. Mas podem receber compensações, 
como por exemplo, folgas por terem trabalhado nas eleições como 
mesários. 
A despeito de não serem servidores públicos (são agentes, não 
servidores), exercem função pública, sendo, por conseqüência, 
considerados funcionários públicos para fins penais. Em razão da 
transitoriedade do vínculo, a função pública desempenhada pelos 
agentes honoríficos não há de ser considerada para efeitos de 
acumulação de cargos, funções ou empregos públicos. São agentes 
honoríficos: jurados, os mesários eleitorais, os comissários de menores, 
etc. 
Os Agentes Delegados ou delegatários são particulares que tem sob 
sua incumbência a execução de certas atividades, obras ou serviços 
públicos, por sua conta e risco, e em seu nome próprio. Sujeitam-se às 
normas e à fiscalização permanente do Estado, em especial do Poder 
Público delegante. 
Ao desempenharem a função que lhe foi delegada, taisagentes 
respondem subjetivamente por eventuais danos causados a terceiros, 
bem como por crimes funcionais, acaso cometidos. Em razão de 
exercerem função cuja natureza é intrinsecamente estatal, os agentes 
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delegados podem ser acionados via mandado de segurança, sendo 
considerados autoridades para tais efeitos. 
São exemplos de agentes delegatários: concessionários, permissionários 
e autorizatários de serviços públicos; os titulares (“donos”) de cartório; 
leiloeiros e tradutores oficiais, etc. 
Por fim, os Agentes Credenciados são os que recebem a incumbência 
da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar 
certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público, em 
momento ou tempo certo. É o caso, por exemplo, dos peritos 
credenciados pela Justiça, para que elaborem laudos necessários à 
tomada de decisão por parte do magistrado. Muitas vezes, o magistrado 
precisa determinar, por exemplo, a indisponibilidade de bens de um 
particular, para fazer frente a uma eventual dívida que vai ser satisfeita 
judicialmente. Só o que Juiz não sabe quanto custa um imóvel 
(ilustrativamente). Daí ocorre a designação do perito credenciado para 
fazer a avaliação. 
Bom, apenas para finalizar: demos EXEMPLOS de cada uma das 
categorias desses agentes, que são infindáveis. Então, se poupem de 
ficar se perguntando se este ou aquele agente público é administrativo, 
honorífico, etc. Entendam os conceitos, logo, fica mais fácil acertar na 
prova, ok? 
 
2 - (Juiz/TJ-CE/2005) Com as reformas constitucionais havidas nos 
últimos anos, a disciplina jurídica dos agentes públicos seguiu caminho 
nitidamente privatista, como ocorreu com a abolição da exigência de 
regime jurídico único para os servidores civis. Estes, no que concerne às 
empresas públicas e às sociedades de economia mista, passaram a ser 
integral e exclusivamente regidos pela legislação trabalhista. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – Classificação – Reformas recentes 
Comentários: 
Esta questão é bem interessante, sobretudo por sua correlação com a 
disciplina de Administração Pública. 
De vez em quando, a impressão que temos é que estão tentando 
“privatizar” a Administração Pública. Claro que isso é, EM PRINCÍPIO, 
inviável, por conta das atribuições do Estado, que dizem respeito ao 
cumprimento dos interesses públicos, de modo geral. Todavia, em um 
país como nosso, já submetido a toda sorte de governos, fica difícil 
acreditar que algo seja inviável... Mas vamos passar, objetivamente, à 
resposta. 
Efetivamente, temos vivido um contexto de mudanças constitucionais. 
São inúmeras reformas que tocam à Administração. Algumas foram 
bastante contundentes. Dentre estas, destaca-se a Emenda 
Constitucional 19 de 1998 - EC 19/98, conhecida como a de “reforma 
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administrativa”. Na oportunidade, dentre outras mudanças, o caput do 
art. 39 da CF/88 foi integralmente substituído, extinguindo-se a 
exigência do estabelecimento de um regime jurídico único no âmbito de 
suas competências, para os servidores da Administração DIRETA, 
AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL. Todavia, recentemente, o STF concedeu 
liminar em uma ADIn (nº 2135) para suspender a eficácia da redação 
atribuída ao referido art. 39, por conta de vícios formais na tramitação 
da Emenda Constitucional que havia atribuído nova redação ao 
dispositivo. 
Em suma, o STF determinou que até o julgamento definitivo da ação (no 
mérito) volte a vigorar a redação inicial do art. 39, que é a seguinte: A 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no 
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira 
para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das 
fundações públicas. Três observações: 
I) o RJU determinado na redação original do art. 39 vale no ÂMBITO DE 
CADA PESSOA FEDERATIVA. Assim, a 8.112, por exemplo, só vale para 
os servidores FEDERAIS; 
II) a determinação de um RJU no âmbito de cada pessoa federativa não 
determina que tenha de ser uma Lei própria de servidores. Você pode 
ter, por exemplo, a CLT como regime único no âmbito de um município; 
III) essa decisão que estamos abordando é POSTERIOR ao edital do 
TCU, pelo que não pode ser exigida no atual certame, pois é conhecida a 
regra de que se pode ser exigido conhecimento quanto ao que vigorava 
no dia de PUBLICAÇÃO do edital. 
Pois bem, apesar de termos a “abolição” do RJU à época deste item (que 
já estaria no atual momento, pelo que expomos), temos dois erros bem 
claros: I) não há um caminho nitidamente “privatista” no que diga 
respeito aos agentes públicos. De forma alguma. O que tem havido é 
uma flexibilização em algumas regras para os agentes públicos, como 
por exemplo a possibilidade de perda de cargo público pelo servidor que 
tiver desempenho insatisfatório (inc. III do art. § 1º do art. 41 da 
CF/88); II) os trabalhadores (empregados) públicos de empresas 
públicas e sociedade de economia mista não PASSARAM a ser regidos 
pela legislação trabalhista. Já o eram. E continuam a ser... 
 
3 - (DPU/2004) A Constituição da República admite a contratação 
temporária de pessoas sem concurso público, desde que a administração 
pública enfrente caso de excepcional interesse público, devidamente 
justificado pelo administrador. Para tanto, não há necessidade de 
previsão expressa em lei para essa modalidade de contratação. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – Possibilidade de contratação temporária 
Comentários: 
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A questão é relativamente fácil, a partir do inc. IX do art. 37 da CF/88, 
que assim estabelece: a lei estabelecerá os casos de contratação por 
tempo determinado para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público. Assim, não se tem dúvida: para a 
contratação temporária exige-se LEI (ante mesmo o princípio da 
legalidade, que já abordamos noutros momentos, em aulas anteriores). 
Mas sigamos com essa proveitosa questão. 
A CF exige concurso público para CARGOS E EMPREGOS públicos (inc. II 
do art. 37 da CF/88), daí, não há necessidade de concurso para os 
temporários. MAS COMO NÃO? O concursando se pergunta: os 
TEMPORÁRIOS NÃO TEM CARGO/EMPREGO? Não! Então, os temporários 
possuem o que? FUNÇÕES públicas temporárias. Passemos, então, às 
principais distinções entre estes. 
Cargos públicos podem ser vistos como as mais simples e indivisíveis 
unidades de competência a serem expressadas por um agente regido 
por estatuto próprio. Tal definição coaduna-se ao disposto na Lei 
8.112/90, que estatui o regime jurídico dos servidores públicos da 
União, na Administração Direta, bem como nas Autarquias (inclusive as 
de regime especial) e nas fundações públicas, em âmbito FEDERAL. 
Apenas para ilustrar, citamos o art. 2º da Lei 8.112/90, que define cargo 
público como: o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas 
na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
Parte da doutrina prefere conceituar cargo público como um lugar 
inserido na organização do serviço público, a ser preenchido por servidor 
público, com funções próprias e remuneração fixada em lei. 
O cargo público difere do emprego público essencialmente no que se 
refere ao vínculo que une o ocupante ao Estado: no caso do cargo 
público, o vínculo é estatutário; no do emprego público, o vínculo é 
contratual, sob regência da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Os 
empregados públicos, a despeito de não terem direito à estabilidade 
constitucional referente ao exercício de cargo público ou ao regime 
própriode previdência dos servidores públicos, devem ser admitidos 
mediante concurso, ante o que estabelece o inc. II do art. 37 da 
Constituição Federal. 
Já a Função pública, de maneira residual, pode ser definida como o 
conjunto de atribuições às quais não corresponde cargo ou emprego 
público. Não se pode dizer que as funções, no sentido de desempenho 
de atribuições, sejam excludentes com relação aos cargos/empregos 
públicos. De fato, na clássica assertiva do mestre Hely Lopes, todo cargo 
tem função, mas pode haver função sem cargo. Agora, nem toda função 
corresponde a cargo. Nesse sentido, quando se fala em funções 
públicas, têm-se claras pelo menos duas situações: 
I) Na contratação temporária de servidores, em razão de 
necessidade temporária de excepcional interesse público 
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(inc. IX do art. 37, Constituição Federal), que, inclusive, é o 
objeto do nosso item. Em razão da transitoriedade que a 
contratação visa atender, muitas vezes em caráter de 
urgência, dispensa-se mesmo a realização de concurso 
público, dado que o trâmite normal de um procedimento 
complexo como o concurso público para seleção de pessoal 
inviabilizaria o atendimento da situação excepcional; 
II) No preenchimento de funções de confiança, referentes à 
chefia, assessoramento ou outro tipo de atividade para as 
quais o legislador não haja criado cargos de natureza 
efetiva. Ressaltamos, desde logo, que há uma distinção 
conceitual IMPORTANTÍSSIMA para concursos públicos entre 
as funções de confiança e os cargos em comissão. Mas 
pedimos permissão para abordá-la tão só na questão abaixo, 
que cuida do assunto. 
Ainda com relação à contratação de temporários, destaque-se julgado 
do STF a respeito de tais profissionais (Adin 3.068/2004). A Corte 
Constitucional, em nova interpretação, registrou que o art. 37, IX, da 
Constituição do Brasil autoriza contratações, sem concurso público, 
desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade temporária de 
excepcional interesse público, quer para o desempenho das atividades 
de caráter eventual, temporário ou excepcional, quer para o 
desempenho das atividades de caráter regular e permanente. A alegada 
inércia da Administração não pode ser punida em detrimento do 
interesse público, que ocorre quando colocado em risco o princípio da 
continuidade da atividade estatal. 
Desse modo, conclui-se que tal tipo de contratação destina-se a atender 
também o desempenho de atividades “fim”, e não só atividades meio da 
Administração, como era o entendimento até então prevalente no STF. 
O que se exige, em ambos os casos, é a temporariedade e a 
excepcionalidade da contratação, não importando qual atividade se 
trate, fim ou meio. 
 
4 - (2006/CESPE/MDS) Afirmar que um servidor exerce função de 
confiança significa afirmar que ele exerce cargo público em comissão. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – conceitos básicos: cargos em comissão X 
funções de confiança. 
Comentários: 
Aproveitamos este item para fazer uma distinção que é importante para 
fins de concurso público no que diga respeito ao desempenho de cargos 
de chefia e/ou assessoramento. Inicialmente, por oportuno, cumpre 
transcrever o inc. V do art. 37 da CF, que dispõe: as funções de 
confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes 
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de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos 
por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais 
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de 
direção, chefia e assessoramento. 
Pontos comuns entre ambos: 
I) destinam-se à Direção e Assessoramento Superior. É por isso que, 
recorrentemente, referimo-nos a tais cargos como os de D.A.S. 
Ressaltamos que tanto os cargos em comissão, como as funções de 
confiança, devem ter por finalidades atribuições de comando ou de 
assessoria. 
II) são preenchidos sem a necessidade de concurso público prévio, não 
oferecendo garantia de permanência do titular no cargo (estabilidade). 
Dispensam, ainda, motivação para a exoneração de seus ocupantes, 
com exceção feita aos Diretores de Agências Reguladoras, que, a 
despeito de exercerem cargos de direção, não são exoneráveis ad 
nutum, vez que contam com mandato (lembrem do caso recente da 
Diretora da Anac e a confusão para ela sair da Diretoria). 
Distinção fundamental: 
I) funções de confiança: só podem ser ocupadas por servidores 
públicos detentores de cargo efetivo. Cargos em comissão: não há 
estrita necessidade de o servidor ocupar, também, cargo efetivo, 
conforme se depura do dispositivo. É possível, portanto, pessoas 
estranhas à Administração (não detentoras de cargos efetivos) 
ocuparem cargos em comissão, ante o permissivo constitucional. 
Assim, diferente a natureza jurídica de cargos em comissão para as 
funções de confiança: as últimas se destinam tão só a quem seja da 
“casa”, ou seja, quem ocupe cargo efetivo. Ah, detalhe: no TCU são 
muito poucos cargos em comissão (apenas dois por gabinete de 
Ministro). Isso faz com que o corpo técnico do TCU (seus servidores) se 
sinta prestigiado, pois sabemos que somente nós ocuparemos os cargos 
administrativos decisórios no TCU. Bom, não é? 
 
5 - (2007/CESPE/PC-ES/DELEGADO) Candidato classificado para 
ocupar uma das vagas previstas no edital de um concurso público tem 
direito subjetivo à nomeação durante o período de validade do certame, 
caso outro candidato que tenha obtido classificação inferior à dele tome 
posse primeiro, pois, nessa situação, a nomeação passa a ser um ato 
vinculado. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos – concursos públicos 
– expectativa de direito à nomeação 
Comentários: ingressamos em um mundo dos mais nebulosos do 
Direito Administrativo: os concursos públicos. 
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De fato, das matérias relacionadas a servidores públicos, talvez a que 
careça de regulamentação, de forma mais aparente, é o concurso 
público para seleção de servidores. Repassemos, inicialmente, os 
conteúdos gerais a respeito do assunto, a partir do regramento 
constitucional estabelecido no inc. II do art. 37 da CF, que assim dispõe: 
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas de provas ou de provas e títulos, 
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração 
Várias observações podem ser feitas em relação a este inciso. 
Por primeiro, a exigência de concurso público ocorre não só com relação 
aos servidores estatutários, mas também com relação aos empregados 
públicos. Mesmo as empresas estatais referidas no §1º do art. 173 da CF 
(Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas) devem contratar 
seu pessoal por meio de concurso público. Esse é o entendimento do 
STF, inclusive. 
Por segundo, o concurso pode ser só de provas ou de provas e títulos, 
não se admitindo concurso só de títulos (releiam o inc. II do art. 
37). Ressaltamos, para relembrar, que também não estão sujeitas à 
regra do concurso público as contratações temporárias, por excepcional 
interesse público (aquelas referidas no inc. IX do art. 37 da CF e que 
tratamos na questão 3 acima), assim como o preenchimento de 
determinados cargos vitalícios, tais como os de Ministros do STF e do 
Tribunal de Contas da União, dentre outros. 
Pois bem. Seguindo adiante, podemos ver o concurso como um 
procedimento administrativo composto de várias etapas, tais como a 
inscrição, a aprovação e a nomeaçãodo candidato, para citar apenas 
algumas. 
A inscrição não gera ao candidato o direito à realização das provas, haja 
vista que a Administração pode alterar a data ou mesmo desistir de 
realizá-las, tratando-se, pois, de uma expectativa de direito dos 
candidatos. 
Tampouco a aprovação gera direito absoluto de ingresso no serviço 
público, continuando o candidato com mera expectativa de direito à 
investidura no cargo ou emprego em questão, ou seja, o aprovado em 
concurso público tem mera expectativa de direito à nomeação. Esse é o 
entendimento defendido de forma majoritária pela doutrina. 
Todavia, situação bem diversa ocorre quando há inobservância da 
ordem de classificação em um concurso. Exemplo: a Administração 
Pública nomeia o quarto colocado antes dos três primeiros. Aí é 
diferente. De que valeria esse “concurso”, se a Administração 
simplesmente nomeasse quem quisesse? É por isso que a preterição na 
ordem de classificação gera ao candidato preterido direito subjetivo à 
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nomeação. É firme a jurisprudência do STF nessa direção, tal como se 
vê na Súmula 15: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato 
aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem 
observância da classificação. 
Chamamos atenção no item, ainda, que o examinador misturou 
conceitos que são próximos, mas não podem ser confundidos: 
NOMEAÇÃO e POSSE. Vejamos porquê. 
A nomeação é uma das formas de provimento previstas na Lei 8.112/90 
(art. 8º), que é o ato administrativo de designação de uma pessoa para 
o preenchimento de cargo público, ou seja, é o preenchimento do cargo. 
A forma originária de provimento é a nomeação. Antes dela, a pessoa é 
mera pretendente a um cargo, é dizer, um concursando. Já a posse é o 
ato formal em que o NOMEADO firma o compromisso de exercer o 
cargo, ou seja, é o compromisso solene, no qual se afirma: eu quero o 
cargo! Apesar de fazerem parte do mesmo procedimento (o concurso) 
não podem ser confundidos, estes atos. Mas só há posse se tiver 
ocorrido, preliminarmente, nomeação (vejam o § 4º do art. 13 da Lei 
8.112). A posse, na verdade, “aperfeiçoa” a nomeação, é dizer, sem 
posse, de nada vale a nomeação. É por isso que se a doutrina diz que se 
o nomeado não tornar posse, o ato jurídico [de nomeação] será tornado 
sem efeito. Como na questão que estamos analisando, o pior 
classificado tomou posse (e em razão disso, foi nomeado) antes do 
melhor classificado, este último passou a ter direito à nomeação, pois foi 
preterido. 
Ah, duas últimas informações: 
- na posse, não há que se falar em “assinatura de contrato”, mas sim de 
um termo, no qual são firmados os compromissos do servidor; 
- não se pode confundir posse com exercício. Este último, quer dizer 
começar a trabalhar. Pode (apenas para relembrarmos) não coincidir 
com a posse. Olhem só o que diz o § 1º do art. 15 da Lei 8.112: É de 
quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar 
em exercício, contados da data da posse. Bom, só para registro: o 
servidor faz jus à remuneração a partir do EXERCÍCIO e não da POSSE, 
ok? Tem que trabalhar, feliz e infelizmente... 
 
6 - (2006/CESPE/AGU/ADVOGADO) A exigência de exame 
psicotécnico para habilitação de candidato a cargo público somente pode 
ser levada a efeito caso haja lei que assim determine. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos públicos – testes 
psicotécnicos 
Comentários: 
É bom este item para tratarmos de uma questão genérica: é possível a 
limitação ao acesso a cargos públicos? 
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Inicialmente, vejamos o que diz o inc. I do art. 37 da CF: os cargos, 
empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que 
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos 
estrangeiros, na forma da lei. 
Do dispositivo, cabem várias observações. 
Primeira delas, é possível estrangeiros proverem cargos públicos, com 
exceção aos referentes aos privativos de brasileiros natos, como o de 
Presidente da República, por exemplo. 
Segundo, a LEI é o instrumento hábil para a fixação dos requisitos ao 
acesso aos cargos públicos. Pelo dispositivo, não há dúvidas: LEI pode 
estabelecer limitações ao acesso aos cargos públicos, como, por 
exemplo, exigência de exames psicotécnicos citados na questão. Se 
fossemos citar a jurisprudência do STF a respeito do assunto, 
passaríamos horas aqui. Mas basta apenas uma súmula para reafirmar o 
acerto do item. É a Súmula 686 da Corte Constitucional, que assim 
estabelece: 
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a 
habilitação de candidato a cargo público. 
Não há dúvida, portanto: só a LEI possibilita a exigência de exames 
psicotécnicos. 
A questão, como vemos, está resolvida e é correta. Mas sigamos adiante 
tratando dessas limitações, destacando alguns outros pontos essenciais 
com relação ao assunto. 
As limitações ao acesso aos cargos públicos, mesmo que estabelecidas 
em Lei, só podem ser aceitas quando razoáveis e em consonância com a 
ordem jurídica. Destacamos que o caso de veto à participação de 
candidato em concurso público deverá sempre ser motivada, vez que se 
trata de situação que deve ser devidamente esclarecida e que limita o 
interesse de alguém. Tal regra encontra-se consolidada noutra súmula 
do STF, a 684, que estabelece: É inconstitucional o veto não motivado à 
participação de candidato a concurso público. 
Também não devem ser admitidas as odiosas restrições 
discriminatórias, em relação à origem, sexo, raça, religião, etc. De toda 
forma, há necessidade de estabelecimento de requisitos que permitam 
aferir a aptidão do interessado em ingressar no serviço público. Tais 
requisitos, em virtude do princípio da legalidade, devem gozar de 
previsão legal e não estar contidos apenas no edital do certame. Nesse 
quadro, cumpre trazer o RE 184.432-RS, apreciado pelo STF e que é 
extremamente elucidativo: O edital de concurso não é instrumento 
idôneo para o estabelecimento de limite de idade para a inscrição em 
concurso público; para que seja legítima tal exigência é imprescindível a 
previsão em lei. Nada impede que o edital mencione ou mesmo 
reproduza o que dispõe a Lei, a título de exigência. O que se veda é 
realização de exigências exclusivamente por meio de edital. 
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Com relação às limitações de idade, cumpre registrarmos outra súmula 
do STF, que assim dispõe: O limite de idade para a inscrição em 
concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da 
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições 
do cargo a ser preenchido. Ainda que desnecessários outros 
comentários, reforcemos: só é possível a limitação de idade ao acesso 
aos cargos públicos desde que a natureza das atribuições do cargo em 
questão as exijam. 
Por fim, cumpre relembrar a questão do acesso a cargos públicos por 
portadores de necessidades especiais. Assim estabelece a CF/88 por 
meio do inc. VIII, art. 37: a lei reservará percentual dos cargos e 
empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá 
os critérios de sua admissão. 
Primeiro ponto de destaque: o dispositivo constitucional não exime os 
portadores de deficiência de prestar concurso para ingresso nos quadros 
da Administração. O que se preserva, contudo, é o direito de tais 
pessoas de participarem de concursos públicos, para cargos que sejam 
compatíveis com as deficiências que portem. A propósito, a Lei 
8.112/90, ao regulamentar a matéria, estatui: às pessoas portadoras de 
deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concursopúblico 
para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a 
deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas 
até 20% das vagas oferecidas no concurso (o grifo é nosso). Percebe-
se, pelo dispositivo reproduzido, que o limite é máximo, mas não se 
estabelece um mínimo. 
É de incumbência de junta médica oficial avaliar se o portador de 
deficiência possui condições de exercer o cargo pretendido, ou, ainda, 
informar se o candidato é mesmo deficiente. Caso não seja deficiente, o 
candidato que houver concorrido para a vaga nessa qualidade terá sua 
aprovação invalidada, e deverá ser convocado o deficiente seguinte na 
ordem de classificação, para que se adote o mesmo procedimento 
verificatório. 
 
(Defensor/AM/2003) Considerando que Reinaldo foi nomeado para o 
cargo de defensor público do estado do Amazonas, julgue os itens 
subseqüentes. 
7 - O ato de nomeação de Reinaldo não é vinculado, mas discricionário. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos públicos – expectativa 
de direito à nomeação 
Comentários: 
A presente questão é apenas a título de “reforço”. Como vimos na 
questão 5, a aprovação em concurso público gera ao candidato 
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aprovado expectativa de direito à nomeação. Ressaltamos, contudo, que 
esse assunto sempre levanta polêmica nas aulas que proferimos. 
De fato, alguns pensam: Pôxa, mas depois de eu me submeter a uma 
maratona duríssima que é um concurso público, tendo êxito, passando 
nas vagas, ainda continuo a ter tão só o direito de ‘esperar’??? Mas isso 
é terrível! Infelizmente, é nesse sentido a jurisprudência de nossos 
Tribunais. Vejamos um julgado do STF, o MS 21.780, que ilustra bem o 
caso: A aprovação em concurso não gera direito à nomeação, 
constituindo mera expectativa de direito. Esse direito somente surgirá 
se for nomeado candidato não aprovado no concurso ou se houver o 
preenchimento de vaga sem observância de classificação do candidato 
aprovado. Vejam que o direito de ser nomeado só surge com a 
preterição do candidato na ordem de classificação, como falamos. 
Apesar de entendermos que o entendimento seja, socialmente, ruim, 
temos de nos dar por vencidos, PARA FINS DE CONCURSOS PÚBLICOS, 
e aceitarmos que a aprovação só nos gera mera expectativa de direito. 
Fazer o que, não é? 
 
8 - Após ser nomeado, e antes de entrar em exercício, Reinaldo deve 
assinar o termo de posse, que é um contrato administrativo de adesão 
em que são definidas as regras que regerão a prestação das atividades 
legalmente definidas para o seu cargo. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos públicos – expectativa 
de direito à nomeação 
Comentários: 
Outra de reforço: só lembrando, Reinaldo é Defensor Público no Estado 
do Amazonas, portanto, estatutário. Daí, como vimos na questão 5, 
servidores públicos não possuem contrato de trabalho, como 
empregados públicos celetistas. De outra forma, os servidores assinam 
um termo de posse, no qual firmam compromisso formal de aceitação 
quanto ao exercício do cargo. Portanto, após a nomeação para o cargo, 
cabe à pessoa manifestar sua vontade de assumir, ou não, o cargo, o 
que se dá por intermédio da assinatura do termo de posse. ATENÇÃO: 
Enquanto a nomeação depende da Administração, sendo ato 
discricionário desta, a posse depende do nomeado. De fato, só há 
posse se o nomeado aceitar formalmente o cargo, assinando o termo 
referente. De acordo com a Lei 8.112/90, o prazo legal para assinar o 
termo de posse é de, no máximo, 30 dias, contados a partir da 
publicação do ato de provimento (da nomeação). Atenção ao que se 
disse: o prazo para a posse, a partir da nomeação, é de, NO MÁXIMO, 
30 dias, podendo ser inferior. 
No termo de posse deverão estar contidos os deveres, obrigações, 
direitos e responsabilidades inerentes ao cargo a ser ocupado. 
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Cabe destacar que só há posse no provimento originário (nomeação), 
uma vez que nos provimentos derivados (todas as outras formas, menos 
a nomeação) já existe o vínculo anterior do ocupante do cargo com a 
Administração, sendo que a manifestação de vontade já ocorrera 
também anteriormente (com a posse, precedente ao provimento 
derivado). 
Para a posse, o servidor deverá: 
- Apresentar sua declaração de bens e rendimentos; 
- Submeter-se à prévia inspeção médica. 
Ressaltamos que o servidor não terá direito à retribuição pecuniária a 
partir da posse, mas somente a partir do exercício, que será visto 
abaixo. Se após o ato de provimento, o servidor não tomar posse, 
referido ato será tido como “Sem Efeito”. 
Aproveitando a questão, informamos que, a partir da posse, o servidor 
terá 15 dias, improrrogáveis, para entrar em exercício, ou seja, para o 
início do desempenho efetivo das atribuições do cargo. No caso de 
designação para uma função de confiança, a posse/exercício são 
imediatos, em razão do que dispõe o § 4º do art. 15 da Lei 8.112/90, a 
saber: O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data 
de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em 
licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que 
recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não 
poderá exceder a trinta dias da publicação. 
Após a entrada em efetivo exercício, o servidor deverá cumprir uma 
jornada de trabalho, a qual terá duração semanal máxima de 40 horas, 
com limites diários mínimo e máximo de 6 e 8 horas, respectivamente. 
Tal jornada deverá ser estabelecida em função das atribuições 
decorrentes do respectivo cargo. Enfim, nomeação, posse e exercício 
são atos de natureza diversa, que não necessariamente coincidirão, em 
razão dos prazos dados pela Lei. 
 
9 – (2006/CESPE/TRF-5/JUIZ) Conforme entendimento do STF, o 
servidor público federal tem direito de retornar a cargo federal anterior, 
mesmo após o estágio probatório de novo cargo assumido. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – Agentes Públicos – Acessibilidade a cargos 
públicos – formas de provimento 
Comentários: 
Antes de entrarmos na questão, vamos dar aquela nossa boa passeada, 
agora nas formas de provimento, que, de acordo com a Lei 8.112, são 
sete: Nomeação, aproveitamento, promoção, reintegração, recondução, 
readaptação e reversão. O concursando pensa: nossa, que coisa chata! 
Cheio de nomes! Sabe o que nós fazemos para memorizar? N A P RE 
RE RE RE! O que é isso? As iniciais de cada uma das formas de 
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provimento apontadas pela 8.112. Fazer o quê? Tem que dar um jeito 
de lembrar. Ah – para cada uma das formas de provimento que 
começam com RE colocamos uma palavra-chave para memorização. 
Exemplo: reintegração – palavra chave: DEMISSÃO. Vejamos, então. 
A nomeação é a única forma de provimento originário de cargo público. 
Para os cargos de provimento efetivo, deve ser precedida por concurso 
público. Já para os cargos em comissão, a nomeação prescinde de 
concurso público, uma vez que ocupantes, exclusivamente, de tais tipos 
de cargos possuirão apenas um vínculo transitório com a Administração 
Pública. 
O aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao serviço público 
de servidor que estava em disponibilidade. Disponibilidade não é nada 
mais que estar sem trabalhar, ocorrendo em razão da extinção do cargo 
ou da declaração da desnecessidade deste. ATENÇÃO: Como a criação 
de cargos se faz por lei (com exceção dos cargos de legislativo, que são 
criados por Resolução), a extinção também se faz por Lei, ante um 
princípio válido para o direito, de modogeral, que chamamos de 
“simetria” (ou paralelismo de forma), é dizer, como se faz, desfaz-se. Se 
o cargo público é criado por lei, por lei deve ser extinto. Mas é bom 
recordar que a CF/88 dá a possibilidade de extinção de cargos públicos 
VAGOS por decreto (vejam o inc. VI do art. 84 da CF/88). 
O disponível, o servidor à disposição do Estado, permanece com 
remuneração proporcional ao tempo de serviço, conforme estabelece o 
§ 3º do art. 41 da atual Constituição Federal, até o adequado 
aproveitamento, que deve ser em cargo com atribuições compatíveis 
com o cargo anteriormente ocupado. 
A promoção é o movimento ascendente no âmbito de uma mesma 
carreira, com adição de vencimentos e de responsabilidades. Não existe 
com relação a cargos isolados, uma vez que estes não compõem uma 
carreira. A promoção pode ocorrer por merecimento ou por antiguidade 
(tempo de serviço). Chamamos atenção, ainda, para dois pontos com 
relação à promoção: 
I) muitos doutrinadores criticam a inserção da promoção como forma de 
provimento. De fato, ao ser promovido, o servidor continua ligado ao 
cargo público, sendo discutível, DOUTRINARIAMENTE, ver-se a 
promoção como forma de provimento. Todavia, PARA FINS DE 
CONCURSO PÚBLICO, não cabe tal discussão, vez que a Lei 8.112 
coloca, textualmente, a promoção como forma de provimento; 
II) não há que se falar de promoção de uma carreira para outra, como 
de técnico para analista do TCU, por exemplo. Nesse caso, a hipótese é 
diferente. Seria uma espécie de “ascensão”, o que é inadmissível, na 
visão do STF; 
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III) a promoção é também uma forma de vacância, prevista no art. 33 
da Lei 8.112. Atentem para essa informação, vez que o examinador 
adora “brincar” com ela. 
A reintegração ocorre no caso de desfazimento de decisão que levou à 
demissão de servidor estável. A palavra-chave para a reintegração é, 
portanto, DEMISSÃO. A invalidação (desfazimento) da decisão pode ser 
administrativa ou judicial. Mas, vem a pergunta: e se o cargo do sujeito 
que foi demitido estiver ocupado? Vai ser reintegrado onde? Se o cargo 
do reintegrado estiver ocupado, o ocupante, se estável, deverá ser 
reconduzido ao seu cargo de origem, aproveitado em outro cargo, ou 
mesmo posto em disponibilidade. Interessante anotar que a condição 
para a reintegração/recondução do servidor público é a ESTABILIDADE 
Apesar de extremamente criticável, é o que dispõe a CF/88 (vejam o § 
2º do art. 41 da CF). Ressalte-se, ainda, que a Lei 8.112/90 assegura ao 
injustamente demitido o ressarcimento de todas as vantagens 
(remunerações, por exemplo) que faria jus. 
A recondução ocorre em duas hipóteses – na reintegração do ocupante 
do cargo e na inabilitação de estágio probatório e a palavra-chave é 
RETORNO AO CARGO ANTERIOR. A 1ª hipótese já foi abordada acima. 
No caso da inabilitação em estágio probatório, o inabilitado deverá ter 
ocupado cargo anterior, no qual já era estável. Desse modo, ao ser 
inabilitado no novo cargo, deverá retornar ao anteriormente ocupado. 
Interessante questão diz respeito à possibilidade da recondução a 
pedido. A exemplo, exponha-se a situação: um Analista do TCU logrou 
êxito (foi aprovado) no concurso para Perito da Polícia Federal. O 
Analista, que já era estável no serviço público, resolve tomar posse e 
entrar em exercício no cargo de perito. Posteriormente, descontente 
com o novo cargo, revolve pedir para ser reconduzido. Tal situação é 
juridicamente possível, dado se tratar de um ato menos gravoso do que 
a reprovação do servidor no estágio probatório, que poderia dar motivo 
à recondução. Esse foi o entendimento perfilhado pelo STF ao apreciar, 
dentre outros, o RMS 22.933-DF, de 1998. Portando, não há dúvida: 
reconhece-se o direito do servidor estável à recondução 
enquanto durar o estágio probatório do novo cargo. Seja pela 
inabilitação no novo cargo, ou mesmo em razão de pedido do servidor, o 
STF tem resguardado esse direito do servidor, ENQUANTO DURA O 
ESTÁGIO PROBATÓRIO NO NOVO CARGO. Ah: alguém deve estar se 
indagando será que eles não irão dizer quanto dura o estágio probatório 
dos servidores federais? Sim, claro. Adiantamos que, PARA O 
CONCURSO DO TCU, fixem: estágio probatório dura 24 meses e fim de 
papo (por enquanto)! 
A readaptação trata da possibilidade de recolocação do servidor que 
tenha sofrido limitação (que é nossa palavra-chave), física ou mental, 
em suas habilidades, impeditiva do exercício das atribuições do cargo 
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que ocupava. Portanto, por intermédio da readaptação, o servidor será 
remanejado para um cargo compatível com sua nova situação laboral. 
Para que possa ocorrer a readaptação, o novo cargo terá que ser 
compatível com o anterior, é dizer, com atribuições afins, nível de 
escolaridade compatível, etc. Desse modo, não pode um auditor do 
INSS – cargo de atribuição de nível superior, por exemplo, ser 
readaptado na condição de motorista – cargo de atribuição de nível 
médio, com atribuições nitidamente diferenciadas. Ressalte-se que, na 
hipótese de inexistência de cargo vago, o readaptando exercerá suas 
atribuições na condição de excedente. ATENÇÃO: EXCEDENTE é 
diferente de DISPONÍVEL. Excedente, trabalha, e, por isso, recebe 
normalmente sua remuneração. Disponível não está trabalhando, 
recebendo, por conseguinte, remuneração proporcional ao tempo de 
serviço. 
Reversão é o retorno do servidor aposentado à atividade 
(APOSENTADO é a palavra-chave. Aposentou, voltou, volta por 
reversão). Pode ocorrer em decorrência de duas situações. Na 1ª, a 
insubsistência de motivo de invalidez (reversão DE OFÍCIO), a causa 
que levou à aposentadoria (uma enfermidade) não existe mais. Em tal 
situação, o servidor em processo de reversão deverá ser submetido ao 
exame de junta médica oficial, a qual, então, deverá declarar que 
inexiste (insubsistente) o fato motivador da aposentadoria. Estando 
provido o cargo do servidor revertido, este exercerá suas atribuições 
como excedente, até a ocorrência de vaga. Na 2ª situação, a reversão 
ocorre a pedido do servidor, desde que haja interesse da administração 
(ato discricionário), e se cumpridas as seguintes condições: 
- pedido do servidor, o qual deveria ser estável na atividade; 
- aposentadoria ocorrida nos 5 anos anteriores à solicitação, sendo que 
essa aposentadoria tem que ter sido “a pedido”. Não há que se falar 
em reversão para: I) aposentados pela compulsória, pois 
completaram a idade máxima para o exercício de cargos EFETIVOS; 
II) aposentados por invalidez: neste caso, se não existir mais o 
motivo de invalidez e não for impossível a reversão pelo transcurso 
de prazo decadencial, o servidor será revertido DE OFÍCIO; e, 
- tem que haver cargo vago. ATENÇÃO: não há que se falar em 
excedente na reversão a pedido, pois a Lei EXIGE a existência de 
cargo vago para tal hipótese. 
- Depois de aferidos todos os requisitos anteriores, a reversão a pedido 
é ATO DISCRICIONÁRIO da Administração Pública, ou seja, ficam a 
critério desta. Isso serve para que a Administração avalie se a 
reversão em questão refere-se a um servidor que tem um histórico 
de “útil” ao interesse público. Não fosse assim, a Administração teria 
de reverter alguns que, absolutamente, não teriam contribuição 
significativa a dar ao poder público, por seu histórico. Daí, bem 
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racional que a reversão A PEDIDO do servidor fique A CRITÉRIO DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
Por fim, uma última informação: REMOÇÃO e REDISTRIBUIÇÃO não são 
formas de PROVIMENTO, mas sim de DESLOCAMENTO do servidor ou do 
cargo público,respectivamente. Guardem essa informação, pois nos 
será útil para a resolução da questão 13 mais abaixo. 
 
10 - (2006/CESPE/TRF-5/JUIZ) Suponha que Pedro seja professor 
em uma universidade pública. Nesse caso, ele poderá acumular o seu 
cargo de professor com um cargo de analista judiciário, área meio, em 
tribunal regional federal. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – Acumulação de cargos públicos. 
Comentários: 
Muito boa a questão, pois serve para a possibilidade de acumulação de 
cargos e empregos públicos, QUE NÃO É REGRA, MAS EXCEÇÃO. 
Vejamos. 
A regra geral é que se veda a acumulação remunerada de cargos, 
empregos e funções públicos, seja na Administração Direta, seja na 
Administração Indireta. A regra da não acumulação abrange, portanto, 
também autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de 
economia mista. A partir da EC 19/98 a regra passou a abarcar as 
subsidiárias daquelas entidades, bem como as sociedades controladas 
direta ou indiretamente pelo Poder Público. Por conseqüência, a 
presente regra não é impeditiva de ocupações privadas por parte do 
servidor público, desde que tais ocupações não sejam incompatíveis 
com o cargo exercido pelo servidor. 
De plano, há que se ter um pressuposto para que possa ocorrer a 
acumulação remunerada: a compatibilidade de horários. Não existindo 
compatibilidade de horários, toda e qualquer acumulação de 
cargos/empregos públicos será vedada. A jurisprudência do TCU admite 
acumulação com jornada máxima de 60 horas, ou seja, um 
cargo/emprego de 40 horas + um cargo/emprego de 20 horas, por 
exemplo. 
Outro ponto a ser levado em consideração diz respeito à observância 
dos tetos constitucionais remuneratórios, estabelecidos no art. 37, XI, 
da CF, os quais, no caso de acumulação, não poderão ser superados. 
De acordo com o inc. XVI do art. 37 da CF é permitida a acumulação de 
cargos e empregos públicos nas seguintes situações: 
a) dois cargos de professor; 
b) um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas. 
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Não há maiores controvérsias no que diz respeito à acumulação de dois 
cargos de professor. Todavia, não é o que se verifica nas duas outras 
hipóteses. 
Há falta de precisão no que se refere à definição de cargo técnico ou 
científico, o que tem provocado algumas dúvidas na interpretação que 
se faz da expressão. A despeito das controvérsias, pode-se afirmar que 
há possibilidade de cargos de nível médio serem tidos como técnicos, 
desde que as características de seu exercício possam ser entendidas 
como técnicas. Como exemplo de cargos de nível médio que podem ser 
entendidos como de características técnicas citamos: Programador, 
Técnico de laboratório, Técnico de Contabilidade, Auxiliar de 
Enfermagem e desenhista. Cargos de nível médio, cujas atribuições 
sejam de baixa complexidade, no mais das vezes fazendo parte da 
rotina administrativo-burocrática do Estado, não devem ser 
considerados “técnicos ou científicos”, não podendo, por conseqüência, 
serem acumulados com outro de professor. São exemplos de tais tipos 
de cargos, de acordo com o parecer H – 194, da extinta Consultoria 
Geral da República: Agentes Administrativos, Agente de Portaria, etc. 
No mesmo sentido, podemos afirmar que não são todos os cargos de 
nível superior. Exemplo disso: analistas administrativos, de modo geral, 
que não tenham por atribuição tarefas técnicas, como na questão que 
estamos analisando, analistas da área meio. Logo, não cabe cogitar de 
acumulação neste caso, pois, ainda que se trate de um cargo de 
professor, o outro não é visto como técnico. 
A acumulação de cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde deve ser vista com atenção. A atividade deve ser diretamente 
ligada ao serviço de saúde, cujas profissões já sejam regulamentadas, 
tais como as de médico, odontólogo, fisioterapeuta etc. Não alcança, 
portanto, os serviços administrativos da área da saúde, como, por 
exemplo, diretores de unidades hospitalares. Enfim, são profissionais DE 
saúde e não DA saúde! 
Aproveitando a questão, falemos um pouco do acúmulo de 
cargo/empregos públicos por parte de aposentados. Havia certa 
controvérsia doutrinária se estes poderiam, ou não acumular os 
proventos da aposentadoria com a retribuição pecuniária do cargo, 
emprego ou função. Tal dúvida foi dirimida, contudo, com a redação 
dada pela EC 19/98 ao § 10º do art. 37 da CF, que diz: É vedada a 
percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrente do art. 
40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou 
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta 
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em 
lei de livre nomeação e exoneração. Assim, o aposentado pode acumular 
os proventos recebidos com: 
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I) a retribuição pecuniária de outro cargo/emprego/função, desde 
que a hipótese de acumulação fosse permitida caso em atividade 
estivesse; 
II) cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, etc.); e, 
III) cargos em comissão. 
Há que se destacar, ainda, que as hipóteses de acumulação referem-se 
a DOIS cargos, empregos ou funções públicos. Assim, não se admite o 
acúmulo de 3 ou mais cargos/empregos, ainda que algum deles 
provenha da aposentadoria. Há apenas uma hipótese de acumulação de 
3 cargos, em virtude da norma temporária contida no § 1ºdo art. 17 da 
ADCT: dois de médico civil, com outro de médico militar. Mas, em 
concursos públicos, de cinco anos para cá, não temos visto o CESPE 
tratar do assunto. 
A vedação à acumulação também não abrange empregos da iniciativa 
privada, conforme já dito anteriormente. 
Outras hipóteses de acumulação permitida são as seguintes: 
a) Mandato de Vereador com as vantagens de cargo, emprego ou 
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. Deve 
haver, óbvio, compatibilidade de horários, e servidor deve 
exercer seu cargo; 
b) Ministro do TCU com outra função de magistério (art. 73, §3º, 
da CF/88); 
c) Magistrado com uma função de magistério (art. 95, § único, I, 
da CF 88); e, 
d) Membro do Ministério Público com outra função pública de 
magistério (art. 128, § 5º, II, d, da CF/88). 
Mais uma vez, vale a lembrança: É VEDADA A ACUMULAÇÃO DE 
CARGOS/EMPREGOS/FUNÇÕES PÚBLICOS, ADMITINDO-SE TÃO SÓ OS 
CASOS DE PREVISÃO CONSTITUCIONAL, DESDE QUE HAJA 
COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS NO EXERCÍCIO DAS OCUPAÇÕES 
PÚBLICAS. 
 
11 – (TJ/BA/2005) Considere a seguinte situação hipotética. Marcelo 
era servidor público estadual da administração direta e foi eleito 
vereador por um município baiano. Como havia compatibilidade entre o 
horário de trabalho dele e o exercício da vereança, o município passou a 
pagar-lhe, cumulativamente com os vencimentos do cargo efetivo, as 
vantagens do cargo de vereador. Um cidadão ajuizou ação popular 
contra esse pagamento cumulativo, alegando ilegalidade e lesividade 
desses atos. Nessa situação, o pedido da ação deveria ser julgado 
improcedente. 
Gabarito: CERTO 
Tema: Agentes Públicos – Acumulação de cargos públicos. 
Comentários: 
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É só para realçar o que vimos na questão anterior com relação ao caso 
específico dos vereadores: desde que o exercente da vereança consiga 
exercer, simultaneamente, o cargo efetivo que seja detentor, poderá 
receber pelos dois, ou seja, o subsídio do cargo eletivo mais a 
remuneração do cargo ativo. 
 
(ABIN/2004) Julgue os seguintes itens, considerando queAlessandra 
é servidora estável ocupante de cargo público de provimento efetivo na 
ABIN. 
12 - Afirmar que Alessandra foi redistribuída do Ministério da Fazenda 
(MF) para a ABIN equivale a dizer que ela foi transferida de um cargo 
lotado no MF para um cargo lotado na ABIN. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – Formas de deslocamento - redistribuição 
Comentários: 
Retomemos a questão 10 para reafirmarmos que REMOÇÃO e 
REDISTRIBUIÇÃO não são formas de PROVIMENTO, mas sim de 
DESLOCAMENTO do servidor ou do cargo público, respectivamente. 
Lembramos, de início, que transferência é utilizada, popularmente, 
como sinônimo de remoção. Todavia, na 8.112, não existe transferência, 
que foi revogada desde 1997. Assim, devemos utilizar remoção ou 
redistribuição, conforme o caso, para que estejamos tecnicamente 
corretos a nos referirmos às formas de deslocamento. 
Remoção é o deslocamento do SERVIDOR, com ou sem mudança de 
sede, para desempenhar suas atribuições em outra unidade do mesmo 
quadro. Redistribuição é o deslocamento do CARGO EFETIVO, ocupado 
ou não, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou 
atividade. 
A remoção pode ocorrer de ofício (no interesse da administração) ou a 
pedido do servidor. 
Na remoção de ofício (no interesse da Administração Pública), caso 
seja necessária a mudança de sede do servidor, este tem direito a uma 
ajuda de custo, uma indenização (prevista nos arts. 53/57 da 8.112), 
para compensar despesas incorridas. Garante-se, ademais, o direito de 
o servidor e de seu cônjuge, filhos, enteados ou menor sob sua guarda, 
de se matricular em instituições de ensino congênere, em qualquer 
época, independente de vaga ou de época. 
A remoção a pedido pode a ser a critério da administração ou 
independente do interesse desta. Na primeira hipótese, o servidor faz o 
pedido e a Administração avalia a conveniência. Já remoção a pedido, 
independente do interesse da administração, ocorre nas seguintes 
hipóteses: 
- Para acompanhamento do cônjuge, que também deve ser 
servidor, ou militar, de qualquer dos poderes da União, dos 
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Estados, dos Municípios, que foi deslocado no interesse da 
administração; 
- Por motivo de doença do servidor, cônjuge, ou dependente que 
viva às suas expensas, sendo que o fato deverá constar do 
assentamento funcional do servidor; 
- Em virtude de concurso de remoção, desde que haja vaga na 
unidade de destino. 
Em todas as hipóteses, sempre que a remoção/redistribuição implicar o 
exercício de atribuições do servidor em outro município, será concedido 
um prazo àquele de 10 a 30 dias contados da publicação do ato para a 
retomada do efetivo desempenho de suas atividades, estando incluso 
nesse prazo o tempo de deslocamento para a nova sede. Estando o 
servidor afastado, ou de licença, o prazo aqui referenciado deverá ser 
contado a partir do término do impedimento. 
 
13 - (2007/CESPE/NOTÁRIOS-DF) É de 24 meses o período de 
estágio probatório dos servidores públicos federais regidos pela Lei n.º 
8.112/1990, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça 
(STJ). 
Gabarito: CERTO 
Tema: Agentes Públicos – Estágio Probatório - Duração 
Comentários: 
Finalmente, o estágio probatório! Que questão boa para esclarecermos, 
PARA O CONCURSO DO TCU, a duração desse período: 24 meses. E 
ponto! Mas vamos dar aquela nossa velha e boa passeada no assunto. 
Estágio probatório é o período a que deve ser submetido o servidor 
ESTATUÁRIO nomeado para cargo de provimento efetivo. No estágio 
probatório, a capacidade e a aptidão do servidor para desempenho do 
cargo serão constantemente avaliados. 
A grande confusão quanto ao instituto em estudo é quanto a sua 
duração: se de 36 meses (em decorrência da EC 19/98, que alterou o 
período de aquisição da estabilidade), ou se de 24 meses, conforme 
consta do texto da Lei 8.112/90. Alguns autores afirmam que o estágio 
probatório é de três anos, e sua transposição é necessária para a 
aquisição da estabilidade. Em nível federal, a matéria é extremamente 
confusa. Mas, olha o que examinador nos deu “de presente”, para 
abreviar a discussão: a visão do STJ. Por este Tribunal, o estágio 
probatório CONFORME A 8.112 é de 24 meses. Foi a posição consignada 
pelo STJ no MS 9373. Aproveitando, ressaltamos que esta também é 
posição do STF, conforme, por exemplo, o Agravo de Instrumento 
543.714: Durante o período de 24 (vinte e quatro) meses do 
estágio probatório, o servidor será observado pela Administração com 
a finalidade de apurar sua aptidão para o exercício de um cargo 
determinado, mediante a verificação de específicos requisitos legais. 2. 
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A estabilidade é o direito de permanência no serviço público 
outorgado ao servidor que tenha transposto o estágio 
probatório. Ao término de três anos de efetivo exercício, o servidor 
será avaliado por uma comissão especial constituída para esta 
finalidade. 3. O prazo de aquisição de estabilidade no serviço 
público não resta vinculado ao prazo do estágio probatório. 
Esse julgado do STF é bastante ilustrativo para que não vejamos o 
estágio probatório como “colado” à estabilidade, apesar de sua 
transposição ser necessária para aquisição desta última. Aliás, 
aproveitando, façamos uma rápida revisão da estabilidade, em seus 
principais aspectos. 
A estabilidade é a garantia constitucional dada ao servidor 
ocupante de cargo efetivo, nomeado em virtude de concurso público, 
quanto à permanência no serviço público após 3 anos de efetivo 
exercício. Na redação original da CF/88, a estabilidade seria adquirida 
após 2 anos de efetivo exercício, apenas com o decurso do tempo, ou 
seja, um direito objetivo, atingido com o transcurso do tempo. Contudo, 
após a EC 19/98, para a aquisição da estabilidade são exigidos 3 anos 
de efetivo exercício, ao término dos quais deverá procedida avaliação 
especial de desempenho por comissão especial instituída para esse fim1, 
pelo que, pode-se afirmar, a estabilidade deixou de ser estritamente 
objetiva, uma vez que depende da mencionada avaliação especial.. 
Feitos esses comentários iniciais, passemos a analisar o instituto em 
referência, em seus principais aspectos. 
Sinteticamente, podem ser apontadas quatro condições necessárias para 
aquisição da estabilidade: 
I) aprovação em concurso público. Tal condição exclui a 
possibilidade de aquisição para quaisquer agentes públicos que tenham 
vínculos empregatícios provisórios ou transitórios junto à Administração 
Pública, tais como os contratados temporariamente por excepcional 
interesse público (art. 37, inc. IX, CF/88). 
II) nomeação para cargo de provimento efetivo. Tal condição 
afasta, por exemplo, a aquisição de estabilidade pelos empregados 
públicos, regidos pela CLT, ou, ainda, pelos ocupantes, 
exclusivamente, de cargos em comissão. 
III) cumprimento de estágio probatório. Só lembrando que, PARA O 
STJ/STF, o estágio probatório deve ser visto com duração de 24 meses. 
IV) avaliação especial de desempenho para fins de aquisição de 
estabilidade (§4º do art. 41 da CF). Assim, o servidor não adquire 
estabilidade pelo simples decurso de prazo, mas, de outro modo, deve 
se sujeitar à avaliação específica para tanto. 
Questão interessante surge na possibilidade de a Administração não 
proceder à avaliação de que ora se trata. Nesse caso, na ausência de 
 
1 Art. 41, caput e § 4º, CF. 
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avaliação, seria o servidor estável ou não? A resposta é que o servidor 
deve ser considerado estável,em razão da avaliação positiva de forma 
tácita, para efeitos de estabilidade. Ressalte-se que tal avaliação 
funcional foi criada em favor da Administração. Contudo, não poderia o 
servidor ser prejudicado pela inércia administrativa. O STF corroborou 
essa afirmativa ao apreciar o MS 25.543-DF, em 21.8.2003, registrando 
que a ausência de avaliação de desempenho não afasta a presunção de 
estabilidade no cargo. 
Apesar de pouco exigido em concursos públicos, lembramos que a 
CF/88, por meio do art. 19 da ADCT, fixou hipótese excepcional de 
aquisição da estabilidade por parte de certos agente públicos. Tal 
instituto tem recebido a denominação por parte da doutrina de 
estabilização constitucional. O referido dispositivo constitucional 
afirma que devem ser considerados estáveis todos os servidores 
públicos civis federais, estaduais, distritais e municipais, da 
Administração Direta, Indireta, que estivessem em exercício há pelo 
menos 5 anos na data de promulgação da Magna Carta de 88 e que não 
houvessem sido admitidos na forma estabelecida no art. 37 da CF (por 
via de concurso público). O mesmo artigo deixa claro que a regra da 
estabilização não se aplica aos cargos, empregos e funções de confiança 
e aos que a lei declare de livre nomeação e exoneração. Não se aplica, 
também, aos professores de nível superior, nos termos a serem 
dispostos em lei. 
Por fim, a perda do cargo por parte do servidor federal estável pode 
ocorrer nas seguintes hipóteses previstas na Lei 8.112/90: em virtude 
de sentença judicial transitada em julgado e por processo administrativo 
em que seja assegurada a ampla defesa2. Cabe destacar, ainda, que o 
estágio probatório é o período que se destina à avaliação da capacidade 
do servidor desempenhar atividades próprias do cargo. Assim, a cada 
novo cargo o servidor tem de se submeter a novo estágio probatório. Já 
a estabilidade é adquirida no serviço público e não no cargo, e só é 
perdida nas hipóteses listadas anteriormente. 
 
14 - (Auditor de Contas/TCE/PE/2005) É vedada a extinção de 
cargo ocupado por servidor estável. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – Extinção de cargo 
Comentários: 
Na realidade, esta questão é uma pegadinha: é que o inc. VI do art. 84 
da CF dá a possibilidade de extinção de cargo VAGO, por Decreto. 
Quando o leitor incauto lê só esse último dispositivo citado, a impressão 
que tem é que não seria possível a extinção de cargo PREENCHIDO. É 
possível, sim, e a questão é simplificada a partir da leitura do § 3º do 
 
2 Há outras hipóteses de perda do cargo, não preceituadas na Lei 8.112/90, tais como o excesso de despesa (vide LRF). 
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art. 41 da CF, que estabelece: extinto o cargo ou declarada a sua 
desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com 
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado 
aproveitamento em outro cargo. Agora, por simetria (vejam a questão 
10), o cargo público PREENCHIDO só pode ser extinto por Lei, vez que 
esta é o instrumento cabível para criação de cargo público, em regra (é 
que no legislativo cargos são criados por Resolução). Ficamos assim, 
nessa questão: I) cargos públicos VAGOS podem ser extintos por 
Decreto; II) cargos públicos preenchidos também podem ser extinto, 
mas, para tanto, demanda-se LEI de extinção. 
 
15 - (Delegado/PF/Regional/2004) A vacância é o ato 
administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou 
função e pode ocorrer com extinção do vínculo pela exoneração, 
demissão e morte, ou sem extinção do vínculo, pela promoção, 
aposentadoria, readaptação ou recondução. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – Vacância 
Comentários: 
Bom, a questão trata das formas de vacância que desfazem, ou não, o 
vínculo do titular do cargo com a Administração Pública. Vejamos o 
item, com ênfase nessa informação. 
Inicialmente, podemos definir vacância como a situação em que o cargo 
público está vago, sem ocupante, tornando-o passível de ser provido por 
alguém. As formas de vacância previstas na 8.112/90 são (art. 33): 
exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse 
em outro cargo inacumulável e falecimento. IMPORTANTE: A ascensão e 
a transferência foram expressamente revogadas pela Lei 9.527/97. 
Sempre é útil lembrar a diferença entre exoneração e demissão. Esta 
última é uma penalidade, prevista na Lei 8.112/90 (art. 127 e 132), 
bem como no código penal. Já os casos de exoneração não constituem 
punições, mas sim tratam de hipóteses específicas, com previsão na Lei 
8.112/90 (arts. 34 e 35). Ambas desfazem o vínculo com a 
Administração. 
Promoção é, a um só momento, vacância, em cargo inferior, e 
provimento, em cargo superior, no âmbito de uma carreira. Pode ocorrer 
por antiguidade ou por merecimento. 
É importante observar que além da promoção, há outras formas de 
vacância/provimento concomitante: a readaptação (releiam a questão 9, 
para lembrança); a posse em outro cargo inacumulável, quando o 
servidor deverá pedir vacância do primeiro, ao passo que toma possa no 
segundo cargo, sem interromper o vínculo com a administração pública; 
e a recondução, em decorrência de inabilitação em estágio probatório. 
Nessa última hipótese, o servidor, caso estável, deverá ser 
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reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, provendo-o de forma 
derivada. NENHUMA DESSAS TRÊS FORMAS EXTINGUE O VÍNCULO DO 
SERVIDOR COM A ADMINISTRAÇÃO, vez que o dito servidor continua a 
ocupar um cargo público e em atividade. 
O falecimento, como forma de vacância, é bastante óbvia: com o 
falecimento do titular do cargo, extingue-se o vínculo com a 
Administração. 
Pois, resta-nos a aposentadoria, que também é das formas de vacância 
e que, sem dúvida, rompe (extingue) o vínculo EFETIVO do servidor 
(agora aposentado) com a Administração. Por isso, o erro da questão: 
ao contrário do informado no comando, a aposentadoria EXTINGUE o 
vínculo efetivo do servidor aposentado. 
Há, em nosso ver, um outro pequeno erro semântico (de significado de 
expressão) no item: afirma-se que a vacância é um ato por intermédio 
do qual o servidor é “destituído” de cargo, emprego ou função. Em 
realidade, na Lei 8.112/90, a destituição diz respeito tão só aos cargos e 
funções COMISSIONADOS e uma das penas previstas no art. 127 da dita 
norma. Atribuir equivalência da vacância à destituição também pode ser 
visto como erro, como dissemos. 
 
16 - (2007/CESPE/NOTÁRIOS-SE) Os vencimentos dos cargos do 
Poder Legislativo e do Poder Judiciário podem ser superiores aos pagos 
pelo Poder Executivo. 
Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – sistema remuneratório dos servidores 
públicos 
A questão é relativamente simples, a partir do regramento 
constitucional. Vejamos o inc. XII do art. 37, que trata da matéria: os 
vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não 
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. 
Em realidade, o examinador quis “pegar” o candidato, a partir de algo 
que, na prática, não acontece. Via de regra, o Executivo Federal, paga 
pior que os outros dois poderes, o que seria uma violação constitucional 
evidente. Contudo, a vida real, muitas vezes, pode ser diferente do 
nosso “mundo” dos concursos. Muito cuidado, então, na hora de 
transpor exemplos da vida para a prova. O examinador pode nos induzir 
ao erro... 
 
17 - (2006/CESPE/ANA/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Segundo 
doutrina majoritária do direito administrativo, a autonomia das 
instâncias administrativa, civil e penal autoriza, em princípio, a 
imposição de sanção disciplinar, independentemente da conclusão deprocesso criminal. 
Gabarito: CERTO 
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Tema: Agentes Públicos – Responsabilização do Servidor – 
independência das instâncias 
Comentários: 
O indevido exercício do cargo público pode levar o seu ocupante, o 
servidor, a responder pelas infrações cometidas. Conhecidamente, a 
responsabilização do servidor pode ocorrer em três esferas: civil 
(prejuízo material), penal (crimes e contravenções) e administrativa, de 
acordo com o caso. 
Estas esferas, com as respectivas penalidades, ainda que 
independentes, poderão ser cumulativas, é dizer, um servidor que 
tenha sofrido uma sanção na esfera administrativa poderá também ser 
apenado cível e crimininalmente, em razão de um mesmo fato. 
Destrinche-se essa última assertiva, tendo em conta, sobretudo, a 
apuração criminal. 
Caso se chegue à conclusão na esfera penal de que o servidor é 
culpado, o resultado interferirá nas esferas cível e administrativa. Da 
mesma forma, a absolvição negando a autoria do crime ou a afirmando 
a inexistência do fato também interfere nas outras duas esferas. Por que 
a esfera criminal repercute nas demais? Isso se deve à apreciação das 
provas na esfera criminal, que é muito mais ampla, mais minudente. De 
fato, o Juiz criminalista é o mais cuidadoso possível na condução do 
processo de sua competência e na aplicação da pena de sua alçada, até 
tendo em conta que as penas “capitais” em nosso país, praticamente, 
vêm da esfera criminal (não há prisão por dívida/civil no Brasil, salvo 
aqueles casos “bobos” que o examinador não coloca mais em prova: não 
pagamento de pensão alimentícia e depositário infiel). De toda forma, se 
na esfera criminal houve a absolvição por insuficiência de provas, o 
resultado não interfere nas demais instâncias, nas quais se poderia 
muito bem aplicar punições ao servidor infrator. Um pequeno exemplo: 
suponhamos que haja desaparecido um note book no TCU. Feita a 
denúncia criminal (não importa o trâmite, pois não cai em nossa prova) 
e instaurado o processo judicial, o Juiz responsável absolve o potencial 
infrator, pela falta de provas cabais que levem à conclusão de aquele 
servidor seria, efetivamente, o culpado. A situação, que não é tão rara, 
ocorre, no essencial, por conta de dois princípios: em dúvida, em 
benefício do réu; e, todos são inocentes até que se PROVE o contrário. 
Desse modo, havendo dúvida se o servidor seria, ou não, culpado, resta 
ao Juiz absolvê-lo. Pois bem. Instaurado um processo administrativo (de 
natureza disciplinar, ressaltamos), a Administração estaria impedida de 
aplicar uma punição ao faltoso? NÃO. Por exemplo: adverti-lo, em razão 
de não ter guardado o equipamento em local adequado, no qual ficasse 
for do alcance de pessoas mal intencionadas. Em suma: é possível 
punição administrativa no caso de absolvição criminal POR 
INSUFICIÊNCIA DE PROVAS, até em razão mesmo da natureza das 
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punições administrativas, bem mais “leves” que as criminais. Alguns 
autores gostam de chamar essa situação de “resíduo administrativo”: a 
infração potencial não poderia ser punida criminalmente, ante a 
insuficiência de provas para tanto, mas poderia ser punida 
administrativamente, desde que haja provas para tal fim. 
Desnecessária, portanto, a conclusão (ou sequer a instauração) de 
processo criminal para que uma eventual punição administrativa seja 
aplicada a um servidor faltoso. 
A responsabilização civil pressupõe que houve um prejuízo material 
causado a alguém e tem por fim a reparação do dano. No caso de 
falecimento do servidor que houver proporcionado o prejuízo, a 
obrigação de ressarcir se estende aos herdeiros (sucessores) até o limite 
do valor da herança recebida. ATENÇÃO: ainda não chegamos à 
matéria, mas bom registrar, desde logo, que o SERVIDOR responde 
subjetivamente, ou seja, só ser culpado (em sentido amplo) pelo 
prejuízo causado à alguém. Já a responsabilidade da Administração 
Pública PODERÁ SER OBJETIVA, caso enquadrada nos casos 
preceituados no § 6º do art. 37 da CF/88, que ainda carece de 
aprofundamento. É cedo para adentrarmos o assunto com mais 
incisividade, pois teremos aula própria para tratá-lo (a do dia 13/09). 
A responsabilização administrativa decorre de infrações da mesma 
espécie, conforme previsão em norma, no nosso estudo, em especial, a 
8.112/90, a qual indica as seguintes punições como passíveis de serem 
aplicadas aos servidores por ela regidos (art. 127): 
a) Advertência; 
b) Suspensão; 
c) Demissão; 
d) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; e, 
e) Destituição de cargo em comissão ou função comissionda. 
Duas informações finais: 
I) Para os servidores públicos, demissão é punição. Assim, quando 
alguém não deseja mais permanecer no cargo, não pedirá 
demissão, mas sim exoneração; e, 
II) A exoneração não é um ato punitivo, mas tão só uma forma de 
vacância prevista na Lei 8.112 (art. 34 – leiam). Assim, servidor 
regido por esta norma não pode ser punido com exoneração, vez 
que não se trata de punição. 
 
Em relação aos poderes da administração, julgue os itens a seguir. 
18 - (2005/CESPE/TJ-BA) O Estado somente pode punir agente 
público (em sentido lato) nas estruturas estatais baseadas na hierarquia 
entre a autoridade competente para aplicar a punição e os agentes a ela 
sujeitos, hierarquia que deve abranger, sobretudo, o exercício das 
funções desses agentes. 
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Gabarito: ERRADO 
Tema: Agentes Públicos – Responsabilização do servidor – penalidades 
aplicáveis 
Comentários: 
Questão no “estilão” CESPE, correlacionando assuntos diversos. Vamos 
lá, enfrentá-la. 
Vimos, dentre os poderes administrativos, que a Administração pode 
punir, administrativamente, pessoas não sujeitas à sua hierarquia 
interna por intermédio do poder de polícia (lembram da aula 4?). Então, 
desde logo, o erro da questão (somente, quase sempre SÓ MENTE! 
Lembram-se?). Muito bem. Gabaritamos a questão, mas um registro 
necessário, tendo em conta, sobretudo, a indagação: a autoridade 
administrativa competente pode determinar a apuração e punir com 
relação aos fatos/servidores que estejam sob sua “batuta”? Mas quais 
seriam os meios para investigação/punição destas eventuais 
irregularidades? A resposta, de acordo com a 8.112, é: sindicâncias e 
processos administrativos disciplinares - PAD. Contudo, deixamos para 
tratar de tais processos na questão logo abaixo. 
 
 (2004/CESPE/STJ/Analista Judiciário) Um servidor público estável, 
ocupante de cargo público efetivo em uma autarquia federal, faltou ao 
serviço, sem causa justificada, nos períodos de 1.º/10/2003 a 
15/10/2003 e de 17/10/2003 a 31/10/2003, tendo comparecido ao 
serviço no dia 16/10/2003, uma quinta-feira, e cumprido integralmente 
o horário de trabalho estabelecido. Com o objetivo de apurar a falta 
funcional do servidor, foi instaurado procedimento administrativo, no 
âmbito da autarquia. Ao final do procedimento, a comissão processante 
emitiu relatório por meio do qual recomendou a aplicação ao servidor de 
pena de suspensão. Todavia, em 2/3/2004, foi publicada portaria 
editada pelo ministro de Estado ao qual a autarquia estava vinculada, 
aplicando ao servidor a pena de demissão. Em 15/3/2004, o servidor 
impetrou mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
contra a referida portaria. 
Com relação à situação hipotética acima, julgue os itens seguintes. 
19 - A demissão — uma das modalidades de vacância do cargo público 
— constitui uma penalidade aplicável ao servidor público em decorrência 
da prática de determinados atos ilícitos enumerados

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