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Nome do Professor Aula 1 Comunitaristas versus Liberais Comunitaristas X Liberais Pontos importantes nesse debate: Identificar as teses mais importantes da teoria liberal; Identificar as teses mais importantes da teoria comunitarista; Comunitaristas X Liberais Uma característica fundamental do mundo contemporâneo é o multiculturalismo. Mas será que não existia diversidade cultural anteriormente, nas sociedades pré-modernas? Sim, existia diversidade, mas compreendida num sentido diferente. Comunitaristas X Liberais O debate entre os liberais e comunitaristas acontece neste contexto multicultural do século XX e busca problematizar a relação entre o particular e o universal, entre concepções de bem e princípios de justiça. Comunitaristas X Liberais As teorias liberais e comunitaristas concordam num ponto fundamental: vivemos em sociedade e, portanto, o ponto de partida para essa convivência comum é o acordo. Por quê? Porque é o acordo que assinala minha relação com a comunidade. Comunitaristas X Liberais O liberalismo é uma tradição de pensamento político que nos remonta aos séculos XVIII, XIX e XX. Concepções como as de Locke, Montesquieu, Kant, Mill, Adam Smith, e outros, por exemplo, que buscaram uma visão política racional em defesa das liberdades individuais – a liberdade negativa, sobretudo. O liberalismo foi um projeto para se buscar limites ao Estado. Comunitaristas X Liberais O comunitarismo, por outro lado, surgiu também a partir das ideologias do séc. XVIII e XIX, em certas concepções sobre o ideal de comunidade. Comunitaristas X Liberais Todavia, ocorreu o predomínio das teorias liberais, sobretudo a partir do pensamento filosófico de John Rawls na obra Teoria da Justiça de 1971 que reinterpretou as categorias liberdade e igualdade. Comunitaristas X Liberais O debate teve o seu início a partir da publicação da obra O liberalismo e os limites da justiça de Michael Sandel em 1982. Comunitaristas X Liberais Temos, portanto, a tradição liberal com expoentes como John Rawls, Ronald Dworkin, Thomas Nagel e Charles Larmore, por exemplo, e a tradição comunitarista com Michael Sandel, Michael Walzer, Charles Taylor e Alasdair MacIntyre, dentre outros (KYMLICKA, 2013). Comunitaristas X Liberais Qual o ponto de partida da crítica comunitarista? a ideia de pertencimento do sujeito numa comunidade e o compromisso com concepções de bem; A prioridade da comunidade sobre a igualdade e liberdade; Acusam os liberais de um ponto de vista abstrato e individualista; Comunitaristas X Liberais Qual o ponto de partida da crítica comunitarista? Acreditam que só é possível o desenvolvimento de um teoria moral no horizonte de uma concepção de bem; Os liberais operam com uma concepção abstrata de pessoa; Utilizam princípios universais para serem aplicados a todas as sociedades; Promove uma atomização da pessoa; Utilizam uma ideia de estado neutro; Comunitaristas X Liberais Qual o ponto de partida da crítica comunitarista? Formulam uma teoria deontológica procedimental que utiliza a tese da prioridade do justo sobre o bem; Comunitaristas X Liberais Qual a questão chave? A negação de princípios universais de justiça que possam ser descobertos pela razão. Comunitaristas X Liberais Por exemplo, na relação com princípios de justiça, liberais como Rawls, defendem que a justiça é a primeira virtude das instituições sociais, com valor enquanto tal. Comunitaristas como Sandel observam que não é bem assim, pois a justiça seria uma virtude que ele denominou de “curativa” no sentido de que só aparece para reivindicar algo que não existe espontaneamente – remediar. Comunitaristas X Liberais Para os antigos, há a prevalência do bem, de concepções de bem e a Ética aristotélica nos fornece um bom exemplo para essa ideia. Para os Modernos, ao contrário, há a impossibilidade de uma convergência sobre o bem, logo temos a prioridade de questões de justiça sobre questões do bem viver. Comunitaristas X Liberais O bem comum é pensado pelos liberais, só que de maneira diversa da forma comunitarista. O Estado não poderá se envolver nos méritos das escolhas pessoais de seus membros em seus diferentes modos de vida, em suas diferentes concepções de bem viver (KYMLICKA, 2013). Comunitaristas X Liberais Liberais Comunitaristas Liberdade e igualdade Prioridade do Justo sobre o bem - posição deontológica. Neutralidade do Estado - autonomia individual. Comunidade Prioridade das concepções de bem sobre o justo – posição teleológica. Estado não é neutro – estimula certas concepções de bem. Comunitaristas X Liberais Carlos Santiago Nino observou Os comunitaristas não compreenderam as teses do liberalismo; O contexto social não é garantia para geração de juízos morais e isso não afasta a possibilidade de padrões universais; Sobre concepções de bem existe um relativismo ético; É extremamente difícil o consenso sobre as concepções de bem – eterno dissenso. Comunitaristas X Liberais Carlos Santiago Nino observou A crítica contra o construtivismo kantiano decorre de um mal entendido sobre o discurso ético; Kant não descreveu o ser humano no mundo, mas uma concepção normativa de pessoa (estrutura racional); A estrutura básica do discurso moral precisa ser depurada do que é contingente; Há diferença entre a moralidade externa (social) e a moralidade interna. Comunitaristas X Liberais “a única coisa que os liberais podem fazer é esperar que os não liberais continuem a compartilhar com eles os mesmos pressupostos básicos ao discutir questões morais” – Santiago Nino, Ética e Direitos Humanos, p. 171. Terias Contratualistas REFERÊNCIAS KYMLICKA, W. Comunitarismo. CANTO-SPERBER, Monique. Dicionário de ética e filosofia moral. São Leopoldo: Unisinos, 2013, p. 194-198. FARAGO, France. A justiça. São Paulo: Manole, 2004. Terias Contratualistas Referências NINO, Carlos S. Ética e direitos humanos. RS: Unisinos, 2011. RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2008. ________. Liberalismo político. São Paulo: Martins Fontes, 2011. SANDEL, M. J. O liberalismo e os limites da justiça. 2. ed. Portugal: Calouste Gulbenkian, 2005. Terias Contratualistas Clara Maria Cavalcante Brum de Oliveira Doutoranda em Direito - PPGD/UNESA (Capes 5). Mestre em Filosofia pela UERJ (1998). Especialista em Filosofia Contemporânea pela UERJ. Especialista em Mediação Pedagógica em EAD - PUC-Rio. Bacharel em Direito - UNESA (2005). Bacharel em Filosofia pela UERJ (2000), Licenciada em Filosofia pela UERJ (2000) e Bacharel em Comunicação Social FACHA (1990). Atualmente é professora universitária e pesquisadora na área de Direitos Fundamentais e Novos Direitos. http://lattes.cnpq.br/2000062113086870
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