ECONOMIA UNIDADE 3

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Elasticidade da demanda e da oferta
Na unidade 3 vamos desenvolver o tema elasticidade da demanda e da oferta. Este tema é muito importante na economia, pois ajuda as empresas a analisar as alterações na quantidade demandada e ofertada, de acordo com as alterações nos preços de venda dos bens e serviços. Essa relação interfere diretamente na formação da receita total de uma empresa, já que por meio dela a empresa poderá adotar estratégias em busca da maximização da sua receita, analisando a demanda e reduzindo seus custos por parte da oferta.
Todas as empresas sabem que, dada uma curva de demanda, a quantidade demandada será maior se baixarem os preços. Porém, se estes preços subirem, a quantidade demandada diminuirá. Uma informação de grande interesse às empresas é como as mudanças de preço afetam a receita total. O que os empresários querem saber é se as mudanças nos preços elevarão ou reduzirão a receita total, isto é, qual o resultado da multiplicação do preço pela quantidade vendida. Saber definir qual o preço do produto e a demanda obtida a cada preço dado é muito importante, pois interfere na lucratividade da empresa.
Nessa unidade vamos analisar o conceito de elasticidade-preço da demanda, que mede a relação existente entre a variação de preços e a quantidade demandada de um bem ou serviço. Vamos também analisar a elasticidade-cruzada e a elasticidade-renda de demanda, sendo que na primeira o que interfere na decisão do consumidor é a alteração no preço de um bem substituto e complementar, e na segunda vamos entender como as alterações na renda da população interferem no seu padrão de consumo. Ao final vamos estudar a elasticidade-preço da oferta, que irá analisar a alteração da quantidade disponibilizada de bens no mercado pelos produtores, devido às alterações nos custos dos insumos.
Objetivos específicos da unidade
- Definir o conceito de elasticidade-preço da demanda.
- Analisar o conceito de elasticidade-renda e elasticidade-cruzada da demanda.
- Entender como ocorre a elasticidade-preço da oferta.
1) Qual a importância de um produtor entender o conceito de elasticidade de um bem?
2) Quais fatores determinam se a elasticidade-preço da demanda de um bem será alta ou baixa?
3) O que é elasticidade-preço da oferta?
Elasticidade e sua aplicação
A elasticidade é uma medida do tamanho da resposta dos compradores e vendedores às mudanças das condições do mercado.
Para medirem o quanto a quantidade demandada reage a uma mudança dessas variáveis, os economistas utilizam o conceito de elasticidade.
A Elasticidade-preço da demanda e seus determinantes
A elasticidade-preço da demanda mede o quanto a quantidade demandada reage a uma mudança no preço.
A demanda por um bem é chamada de elástica se a quantidade demandada responde substancialmente a mudanças no preço. Ao fazer o cálculo, o resultado é maior que um para demanda elástica. Quando temos uma demanda elástica, o aumento do preço de um bem gera uma redução, em termos percentuais, muito maior na quantidade demandada, gerando assim uma queda na receita total do produtor. Quando ocorre uma redução nos preços, a aumento na quantidade vendida, em termos percentuais, será muito maior, gerando um aumento na receita total.
A demanda por um bem é inelástica se a quantidade demandada responde pouco a mudanças no preço. Ao fazer o cálculo, o resultado é menor do que um para a demanda inelástica. Nesse caso, o aumento do preço de um bem não gera uma queda muito grande na quantidade demandada, pois são bens mais essenciais. Dessa forma, a receita total eleva. Ao contrário, quando há uma redução no preço desse bem, a quantidade demandada não aumenta tanto, gerando uma redução na receita total do produtor.
A elasticidade-preço da demanda de qualquer bem mede o quanto os consumidores estão dispostos a deixar de adquirir do bem à medida que seu preço aumenta.
Regras gerais sobre o que determina a elasticidade-preço da demanda
Disponibilidade de substitutos próximos: bens com substitutos próximos tendem a ter demanda mais elástica, porque é mais fácil para os consumidores trocá-los por outros.
Bens necessários versus bens supérfluos: os bens necessários tendem a ter uma demanda mais inelástica e os bens supérfluos têm uma demanda mais elástica.
Horizonte de tempo: os bens tendem a apresentar demanda mais elástica em horizontes de tempos mais longos, pois com o passar do tempo as pessoas se adaptam à nova realidade, o que pode diminuir a necessidade de determinado bem.
Calculando a elasticidade-preço da demanda
	Elasticidade-preço da demanda =
	Variação percentual da quantida de demandada
	
	Variação percentual do preço
Suponha que um aumento de 10% no preço do sorvete provoque uma queda de 20% nas compras desse bem. Qual a sensibilidade da demanda de sorvetes a variações no seu preço?
Epd= 20% / 10% = 2
Portanto, como o resultado é maior do que um, a demanda de sorvete é elástica. Isso indica que, se o preço do sorvete aumentar, como esse produto é muito sensível a variações no preço, sua demanda caíra mais que proporcionalmente ao preço.
Quando o resultado obtido é superior a um, a demanda é considerada elástica, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente mais do que o preço.
Quando o resultado obtido é inferior a um, a demanda é considerada inelástica, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente menos do que o preço.
Se a elasticidade é igual a um, a variação da quantidade é proporcionalmente igual à variação do preço, e diz-se que a demanda possui elasticidade unitária.
Como a elasticidade-preço da demanda mede o quanto a quantidade demandada responde a mudanças nos preços, está estreitamente relacionada à curva de demanda. Quanto mais horizontal for a curva de demanda, maior será a elasticidade-preço da demanda. Quanto mais vertical for uma curva de demanda, menor será a elasticidade-preço da demanda.
Casos extremos
Perfeitamente inelástica: a curva de demanda é vertical, pois a quantidade demandada se mantém a mesma, qualquer que seja o preço.
Perfeitamente elástica: a curva de demanda é horizontal, refletindo o fato de que o preço interfere fortemente na decisão de compra.
FIGURA 2 - Demanda perfeitamente elástica
Fonte: Domínio Público.
Receita total e elasticidade-preço da demanda  Aos estudarmos mudanças na oferta ou demanda em um mercado, uma variável observada é a receita total, que é a quantia paga pelos compradores e recebida pelos vendedores de um bem.
Receita total: P x Q
Se a demanda for inelástica, um aumento no preço causará um aumento na receita total, porque a diminuição na quantidade demandada é proporcionalmente menor que o aumento no preço.
Ex: P1 = 1, P2 = 3 e Q1 = 100, Q2 = 80
R1 = 100 e R2 = 240 
Se a demanda for elástica, um aumento no preço causa uma redução na receita total, porque a diminuição na quantidade demandada é proporcionalmente maior do que o aumento no preço.
Ex: P1 = 4, P2 = 5 e Q1 = 50 e Q2 = 20
R1 = 200 e R2 = 100
No exemplo acima, houve uma redução na receita total devido ao aumento do preço de venda do produto. Isso ocorreu porque a quantidade demandada do bem foi reduzida quando houve um aumento de preço. Podemos afirmar que trata-se de uma demanda elástica, pois o aumento no preço, fez com que o consumidor reduzisse a quantidade demandada por esse bem.
 
Viagens ao exterior
Os Estados Unidos é um país bom para se viver, mas muito caro para se visitar. Em 1992, 18,6 milhões de canadenses visitaram os Estados Unidos, mas apenas 11,8 milhões de residentes dos Estados Unidos visitaram o Canadá. Em 2002, contudo, os papéis se inverteram: mais residentes dos Estados Unidos visitaram o Canadá do que vice-versa.
Por que o tráfego de turistas mudou de direção? O Canadá não esquentou entre 1992 e 2002, mas ficou mais barato para os americanos. O motivo foi a grande mudança na taxa de câmbio entre as moedas das duas nações: em 1992, um dólar canadense valia $0,80, mas em 2002 tinha se desvalorizado em quase 20%, para$0,65.
Isso significa que os bens e serviços canadenses, em particular hotéis e refeições, estavam cerca de 20% mais baratos para os americanos em 2002 do que em 1992.
Então o Canadá tornou-se em 2002 um lugar de férias baratas para os americanos. Mas as coisas não eram vistas assim do outro lado da fronteira: as férias nos Estados Unidos haviam ficado 20% mais caras para os canadenses, e os canadenses responderam tirando férias em seu próprio país ou em outras partes do mundo, que não nos Estados Unidos.
Viagens ao exterior são um exemplo de bens que têm elevada elasticidade-preço da demanda. Uma razão é que viagens ao exterior são um bem de luxo para a maioria das pessoas – pode ser uma pena não ir a Paris este ano, mas pode-se viver sem isso. Um segundo motivo é que tipicamente existe um bom substituto para viagens ao exterior: viagens dentro do país. Um canadense que ache muito caro passar férias em São Francisco este ano pode achar que Vancouver é uma boa alternativa.
O efeito da elasticidade-renda e da elasticidade-cruzada na quantidade demandada
No Brasil, anualmente temos aumento do salário mínimo, garantindo o poder de compra da população, e este é relacionado à taxa de inflação do ano anterior. Supondo um aumento dos salários dos brasileiros bem superior à taxa de inflação, teríamos um aumento real na renda. Dessa forma poderíamos presenciar um aumento na demanda por bens e serviços. Esse é o efeito do aumento da renda na demanda.
Outro tipo de alteração na demanda ocorre devido à existência de bens substitutos e complementares. Quando há uma alteração nos preços desses bens, verificamos uma alteração na demanda dos bens relacionados. 
A partir dessas informações, reflita:
Qual o efeito da elasticidade-renda e da elasticidade-cruzada na quantidade demandada?
Um sistema dinâmico de aumento de valor
Dez anos atrás, os consultores Eric Almquist, Andy Pierce e César Paiva (Os autores Eric Almquist, Andy Pierce e César Paiva são vice-presidentes da Mercer Management Consulting. Almquist e Pierce estão sediados em Boston, e Paiva, em Paris) publicaram um artigo na revista HSM Management que antecipava a necessidade de evoluir na negociação de valor com clientes e fornecedores. O destaque era o desafio de toda empresa em tornar-se o único fornecedor possível de seus clientes.Segundo eles previram, o caminho é criar um sistema de aumento do valor oferecido que possa mudar junto com a mudança das prioridades dos clientes. Isso é possível com uma atitude de “testar e aprender”.
As empresas de sucesso sabem que conseguem atrair investidores quando se mostram capazes de entender e oferecer o que os clientes querem e estão dispostos a pagar. Para tanto, elas devem criar um sistema de aumento de valor para os clientes, que se apoia em quatro pontos.
Esse artigo traz exemplos reais de empresas que implementaram os quatro pontos, como uma firma de marketing direto, um provedor de serviços de internet, uma fabricante de tecnologia de atuação mundial, uma companhia de serviços financeiros e a Tsutaya Online (TOL), maior rede de venda de vídeos, livros e CDs no Japão.
Mas há um segredo: é preciso administrar ativamente esse sistema de aumento de valor para os clientes. Como as prioridades destes estão em constante mudança, as proposições de valor para eles também devem estar em constante mudança. Isso é possível com uma atitude permanente de testar e aprender.
No mundo dos negócios, algumas coisas nunca mudam: para gerar valor para os investidores, é preciso primeiro criar valor para os clientes. Entretanto, nunca o ato de servir bem os clientes foi tão desafiador e importante como hoje. Isso ocorre porque estamos vivendo uma era em que os clientes são ativos. Tanto nos mercados de consumo como no business to business (B2B), eles se tornaram muito sofisticados e exigentes. Ponderam suas escolhas e, em muitas categorias de produtos, trocam de fornecedores se acharem um negócio melhor. E novos negócios surgem a toda hora.
Na maioria dos países, há muito tempo o número de produtos no mercado vem aumentando muito mais depressa do que o número de clientes (e a população como um todo), e essa tendência não apresenta sinais de mudança. Abençoados com essa proliferação de escolhas, os clientes ativos de hoje estão ávidos por opções, conveniência e atendimento, enquanto mantêm um grau mais alto de controle.
As empresas vencedoras conseguem criar valor para os investidores ao entender e disponibilizar o que os clientes ativos querem e estão dispostos a pagar. Para isso, é necessária uma compreensão tanto do valor de cada segmento de clientes – ou mesmo de clientes individuais – ao longo do tempo como de suas necessidades e prioridades, em constante mudança. Então, a empresa precisa desenvolver um sistema vencedor para captar esse valor. Administrar o cliente ativo exige que uma empresa, de forma coerente:
- concentre-se nos clientes que “prometem” maiores lucros e valor mais duradouro e defina asiniciativasquecaptamessevalor;
- apresente uma oferta de preço atraente e com preço adequado;
- utilize o poder da marca para se diferenciar e se comunicar;
- possibilite uma experiência que atenda ou ultrapasse as expectativas do cliente em cada interação. O sistema deve ser gerido de forma a que todos os componentes funcionem harmoniosamente. Isso exige não apenas grandes habilidades de marketing, mas também a capacidade analítica que a ciência do marketingtem. Os dois segredos para produzir o valor para o cliente são: manter os componentes em equilíbrio dinâmico. Assegurar que todo o sistema vai ficar em sintonia com o cliente dinâmico ao adotar uma cultura de “testar e aprender” baseada em fatos (veja o quadro da página 84 com a esquematização do sistema).