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CADERNO DE DIREITO CIVIL AULA 6 Auxiliadora Lopes da Silva DIREITOS REAIS Direito das coisas Tendo em vista o código civil, temos um livro especifico para essa matéria. Sendo que dois institutos são trabalhados neste momento. Posse Os direitos reais = > é um conjunto de categorias jurídicas relacionada a propriedade seja ela plena ou restrita. São direitos reias: artigo 1.225 CC/2002. Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 700, de 2015) XIII- laje Nesse sentido, se faz necessário entender os institutos correlacionando estes. No que se refere aos direitos reais,pode ser afirmado que a natureza jurídica desses direitos se destacam dos direitos pessoais. Desta maneira vamos traçar as principais distinções entre os direitos reais e principais. DIREITOS PESSOAIS DIREITOS REIAS Relação entre pessoas Relação entre pessoa e coisa. Efeito erga omnes.(contra todos). Principio da autonomia privada: liberdade de contratar. Principio da publicidade :Para bens moveis – tradição, para bens imóveis- registro. Rol exemplificativo ( artigo 425 CC/2002) Rol taxativo artigo 1.225 CC2002 Todos os bens do devedor respondem A própria coisa responde( direito de Exemplo: fiador sequela) exemplo:hipoteca Dentro desta distinção, não há a situação jurídica da posse. Sendo assim o que seria esse instituto? Para responder esta pergunta inicialmente necessitamos dos atributos do direito de sociedade ( artigo 1.228 caput do CC/2002). Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. § 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. § 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Posse => é a visibilidade ou aparência de propriedade, mas é independente da propriedade, ou seja, é possível ter posse sem propriedade. Exemplo: locatário. Correntes que justificam a existência da posse: A _ teoria subjetivista ou subjetiva= > SAVIGNY. Pra essa teoria posse = corpus (apreensão física)+ animus domini (intenção de ser o dono). B _ teoria objetivista ou objetiva= > IHERING . posse = corpus. Para essa segunda corrente , outras pessoas são habilitadas na condição de possuidor, dentre eles o comodatário, locatário e o depositário. Qual a teoria adotada no Brasil? Como regra geral, adotamos a teoria objetivista nos termos do artigo 1.196 CC/2002.Todavia para efeitos e usucapião aplica se a teoria objetivista. Não confundir posse com detenção, pois nem toda aparência de propriedade revela a existência da posse. Nos termos da Lei são detentores: A- A mera detenção ou custódia artigo 1.198 CC/2002. Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. Exemplo:caseiro,segurança armada,guarda patrimonial . B- A mera permissão ou tolerância ( artigo 1.208 CC/2002). Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Na detenção não há uma defesa da posse em nome próprio mas sim em nome de terceiros.Tendo em vista o código civil e o código de processo civil somente os possuidores podem lançar mão da PROTEÇÃO POCESSORIA: 1 – manutenção de posse =:> turbação, atentado fracionado. 2 _ reintegração de posse => esbulho,alguém invadiu o imóvel. 3 _interdito proibitório => Atentado a posse. O detentor pode tomar alguma providencia quando de algum ataque a posse? Sim! Podem utilizar se da defesa direta que é dividida de duas formas: Legitima defesa no caso de turbação. Desforço imediato em caso de esbulho. Observação:cuidado com o exercício da defesa direta pois esta pode configurar abuso de direito do artigo 187 do CC/2002 como por exemplo o uso de ofendículos ( formas de proteção da propriedade da posse). Exemplo: cerca elétrica. DO CONDOMINIO O condomínio é uma modalidade especial de propriedade, ou seja, é um desdobramento do uso e do gozo por mais de um proprietário. Nesse sentido, teremos uma denominação de propriedade parcial segundo a qual se divide em duas modalidades. Condomínio tradicional=>:duas ou mais pessoas tem propriedade sobre o mesmo objeto. Exemplo: três irmãos compram um rancho em família. Condomínio edilício => é aquele composto por unidades autônomas bem como áreas comuns que pertencem a todos os condôminos Lei 4.591/64. Principais pontos Artigo 504 do CC/2002 . é o direito de preferência, pois não pode um condômino de coisa indivisível vender sua parte a estranhos. Tal situação somente se aplica no condomínio tradicional. Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço. No condomínio edilício como forma de organização das relações existe uma convenção coletiva bem como o regimento interno quando da violação desses documentos nos termos do código civil haverá sanções a esses condôminos. Vide artigos 1.335 e 1.336 CC/2002.. Art. 1.335. São direitos do condômino: I- usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores; III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite. Art. 1.336. São deveres do condômino: I - Contribuir para as despesas do condomínio, na proporção de suas frações ideais; I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. § 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. § 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. OS DIREITOS REAIS E SEUS RESPECTIVOS DESDOBRAMENTOS. DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS. Vamos dividir o presente tópico conforme feito anteriormente , ou seja em categoria de direito reais. 1_ Direitos reais de gozo ou fruição => referidos diretos estão alocados na característica mais voltada a utilização e obtenção de frutos, ou seja, morar e obter renda. Superfície Servidão Usufruto É um elemento contratual. Pode ser contratual mas pode nascer por lei ou ato judicial. Pode ser contratual mas pode nascer por lei ou ato judicial. Totalmente impessoal Totalmente impessoal Personalíssimo. Instrumento principal. Instrumento acessório. Pode ser principal e acessório. É alienável É inalienável É inalienável DIREITO REAL DE SUPERFICIE Referido direito tem relação com a transferência da superfície do bem para um terceiro que ira explorar a mesma ate o prazo Maximo de 30 anos. Referido instituto é algo muito próximo a uma locação mas não pode ser confundido, pois pode der gratuita ou onerosa; é necessário registro para sua constituição; a retribuição pode ser mensal, semestral ou anual;é possível a superfície ser transferidas para terceiros dentre outras características. Exemplo: No estádio do palmeiras foi instituído referido direito para WTORRE. SERVIDÃO E um direito real constituído em favor de um prédio denominado dominante sobre outro prédio, que suporta o ônus denominado serviente. Em tal situação referidos prédios devem pertencer a proprietários distintos. Observação: Não confundir servidão com passagem forçada, pois esse ultimo instituto o imóvel tem de estar encravado( sem acesso a via publica), somente por processo judicial e havera uma indenização a parte que suporta. Artigo 1285 CC/2002. Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. § 1o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem. § 2o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. § 3o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra USUFRUTO O usufrutuário fica com o poder do bem podendo utilizar o bem e receber frutos (propriedade direta), já em um segundo momento o nu- proprietário somente tem poderes de dispor e reaver a coisa, ou seja, estamos diante da elasticidade do direito de propriedade. Exemplo: Um pai que com receio de desamparar sua esposa e seu filho por conta de eventual dissídio ou descontrole econômico transfere usufruto pra mãe e deixa nua-propriedade pro filho. Direito real de uso e direito real de habitação. Inicialmente o direito real de uso é conhecido como ´´usufruto anão``, pois a única diferença é que mão pode ser objeto de pessoa ; não pode ceder para terceiros e os frutos somente podem ser colhidos no máximo quanto a necessidade de sua família . artigo 1.412§ 2° CC/2002. Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família. § 1o Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme a sua condição social e o lugar onde viver. § 2o As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico. A habitação por sua vez prevista no artigo 1414 CC/2002 da direito somente a habitação. Nesse caso nada de colher frutos pois so pode morar. Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. Atenção: artigo 1.831 CC/2002. _ direito real de habitação do cônjuge e do companheiro sobrevivente. Constitui a moradia efetiva sobre imóvel que residia a família, desde que seja o único nessa característica. E vitalício e impede que herdeiro retire do imóvel o cônjuge sobrevivente ou que cobre deste um valor de aluguel. Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Exemplo: Pai falece deixando esposa e filho, com isso, a herança fica dividida pela metade para esposa e um filho.e a casa, que pertencia o pai e a mãe, fica dividida para ambos ( mãe e filho). O filho não aceitando esta condição quer vender a parte dele para terceiros ou cobrar o aluguel da mãe. Ele pode? Não !!! DIREITO REAL DE LAJE Foi incluído em julho de 2017 e tem como objetivo a regularização de áreas urbanizadas. E muito parecido com o direito de superfície mas tem algumas distinções. Dentre elas: 1°_a necessidade de uma construção base; 2°_unidade autônoma imobiliária (prédio); 3°_matricula autônoma; 4°_não há limitação de tempo. Pergunta: As enfiteuses ainda existem? E possível constituir novas enfiteuses? O código civil não extinguiu as enfiteuses já instituídas. Exemplo: ALFAVILLE Todavia a superfície substituiu a enfiteuse. Sendo assim por força de lei novas enfiteuses não podem ser constituídas. DIREITOS REAIS DE GARANTIA E DIREITOS REIAS EM GARANTIA. Referido direitos estão relacionados ao adimplemento de uma obrigação, todavia, no Brasil temos duas formas de garantias reais. A primeira delas voltada a propriedade do bem que fica `` com o devedor da obrigação.Já em um segundo momento a propriedade do bem e transferida para o credor. Desta forma: A_ São direitos reais de garantia: penhor hipoteca e anticrese. B_ são direitos reais em garantia a : Alienação fiduciária , garantia de bem móvel ou imóvel. Exemplo: Ao olhar o documento deum carro financiado por um banco aparece o termo alienado e o proprietário é o banco em conjunto com o dono do carro. Qual é a vantagem da propriedade ser transferida para o banco credor? E mais fácil pegar de volta o que é meu! Ou seja, busca e apreensão ou reintegração de posse. Já no direito real de garantia, é necessário a execução do bem, mandar para hasta pública etc... A hipoteca tem como base fundamental a garantia em bens imóveis. Observação: cuidado com embarcações e aeronaves pois não obstante serem bens moveis excepcionalmente são objetos de hipoteca. Por sua vez o penhor é o direito real de garantia com base fundamental em bens moveis. A anticrese é somente para bens imóveis.
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