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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVIL DA COMARCA DE NOVO HAMBURGO
PROCESSO Nº: XXXXXXXXXX
CASTELO BRANCO, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu Advogado e procurador legalmente constituídos, vem à presença de Vossa Excelência, opor o presente EMBARGOS DE DECLARAÇÃO com cabimento no artigo 944, IV do Novo Código de Processo Civil e fundamento no artigo 1.022 , II do Novo Código de Processo Civil em face da sentença de fls. XXX – XXX, pelos fatos e fundamentos jurídicos que seguem:
I – DOS FATOS:
Na data de 31 de julho de 2017 foi publicada a sentença que condenou o réu, Senhor Maurício Cardoso, ao pagamento de Indenização por Danos Morais, no valor de R$ 20.000,00 em favor do autor, Senhor Castelo Branco. Contudo, a sentença não fixou honorários advocatícios em face do Procurador do autor. 
II – DOS FUNDAMENTOS:
Trata-se de Embargos de Declaração, cuja finalidade é suprir omissão presente na sentença de fls. XXXX. Na decisão foi constatada a omissão do julgado eis que deixou de condenar o réu em honorários advocatícios. Mesmo que não conste nos pedidos iniciais, os honorários de sucumbência são devidos pela parte vencida no processo, independentemente de pedido expresso neste sentido. Vejamos o artigo 85 do Novo Código de Processo Civil:
Art. 85.  A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
A percepção dos honorários advocatícios é um direito assegurado a todo advogado pelo exercício de suas atividades profissionais. O Estatuto da Ordem dos advogados do Brasil prevê expressamente este direito em seu artigo 22, que tem natureza alimentar, e sem o qual o advogado não pode manter seu escritório em funcionamento e prover o seu sustento e de sua família.
Ademais, a fixação dos honorários deve observar as normas dos incisos I, II, III e IV, do parágrafo 2º do artigo 85 do Novo Código de Processo Civil, ou seja, o grau de zelo profissional, o lugar da prestação do serviço, além da natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. Nesse sentido:
Art. 85.  A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
	Assim sendo, deve o juiz manifestar-se a cerca dos honorários advocatícios. Como no caso em questão houve omissão e o magistrado não impôs a condenação não se pode considerar existente a condenação implícita. Vejamos a doutrina de Bruno Vasconcelos Carrilho Lopes:
"Apesar de o juiz ter o poder-dever de tratar dos honorários advocatícios na sentença, caso ele se omita e não imponha a condenação, não se pode considerar existente condenação implícita . Como observa Pontes de Miranda, a condenação em honorários 'não é ex lege; é ato que a lei ordena seja praticado pelo juiz'. Não há em nosso sistema processual condenação implícita. De qualquer modo, a condenação em honorários não decorre automaticamente da sucumbência. É necessária a intervenção do juiz para arbitrar o valor dos honorários, e, como já ressaltado por diversas vezes, a identificação do devedor depende da apuração de nexo de causalidade que não se confunde propriamente com a discussão do mérito da causa." (Honorários advocatícios no processo civil. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 184/185.)
	No mesmo segmento, menciono o seguinte julgado:
"TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. COISA JULGADA. INVERSÃO DOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. EFEITO SUBSTITUTIVO DA APELAÇÃO. AUSÊNCIA DE BASE DE CÁLCULO. ILIQUIDEZ DO TÍTULO. IMPOSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO PELO JUIZ DA EXECUÇÃO.
1. Discute-se nos autos a ocorrência de violação à coisa julgada pela fixação da base de cálculo dos honorários advocatícios na fase de execução.
2. O título executivo em que se baseia a ação de cobrança dos honorários advocatícios carece de liquidez, pois, uma vez afastada a condenação, deixou de existir base de cálculo para a incidência da verba de sucumbência, uma vez que fixada em 10% sobre o valor da condenação. Assim, caberia à parte vencedora a oposição de embargos de declaração para suprir a omissão. Transitada em julgado a decisão omissa, não cabe ao juízo da execução a fixação da base de cálculo dos honorários advocatícios, sob pena de violação da coisa julgada.
3. A expressão "invertam-se os ônus sucumbenciais no percentual fixado na origem" remete ao acórdão recorrido, ou seja, à decisão exarada pelo Tribunal a quo, até porque, reformada a sentença em sua totalidade pelo provimento da apelação, aquela deixa de ter qualquer valor jurídico, prevalecendo o acórdão. É o chamado efeito substitutivo da apelação. Qualquer menção aos termos da sentença deveria constar expressamente na decisão prolatada pelo STJ, o que não ocorreu no caso dos autos.
Agravo regimental improvido." (AgRg no REsp n. 1.466.888/RS, relator Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe de 22/4/2015.)
III – DOS PEDIDOS:
	A oposição dos Embargos de Declaração caracteriza-se para suprimento de omissão aos preceitos legais, ISTO POSTO, requer seja dado acolhimento a presente medida com o regular prosseguimento, para que seja arbitrado honorários de sucumbência, no valor de XX% sobre o valor atribuído à reforma da sentença sendo, condenado ao pagamento das custas e despesas processuais.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
NOVO HAMBURGO, 07 DE AGOSTO DE 2017.

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