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Processo Penal II

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Processo Penal II
Prof. Larissa
Provas
* elementos que comprovam determinados fatos;
* Só é considerada Prova quando se passa pelo crivo do Contraditório e da Ampla Defesa;
Ônus da prova: de quem alega;
MP ou Querelante: deve provar tudo que contém na peça de acusação; deve trazer para o processo os regulamentos ou portarias que dizem respeito ao crime em questão (ex.: normas municipais, estaduais ou estrangeiras; regulamento que indica qual o porte de determinada arma, se arma de uso restrito, etc.);
Acusado:
* fatos incontroversos devem ser comprovados obrigatoriamente no processo penal, mesmo que Acusação e Defesa concordam com tal fato;
* fatos notórios não precisam ser provados; ex.: provar que o Prefeito é Prefeito;
* fatos inúteis e irrelevantes não precisam ser provados; ex.: que comida a vítima estava comendo no restaurante onde ocorreu o crime;
Finalidade da atividade probatória: convencer o juiz;
Provas cautelares, não repetíveis ou antecipadas (ouvir testemunha do processo que está doente e corre risco de morrer): provas que podem desaparecer se não forem produzidas em determinado momento; ex.: exame de lesões corporais leves, escuta telefônica, etc.;
Indícios: são provas indiretas; indicam que tal fato possivelmente tenha ocorrido; vários indícios somados podem ser utilizados para comprovar determinado fato; ex.: pessoa recebe R$3.000,00 para levar determinada mala de Foz do Iguaçu para o Rio de Janeiro; aparentemente, trata-se de algum ilícito;
Presunções no processo penal:
Menoridade penal: presunção absoluta;
Se o maior de 18 anos é imputável (possui conhecimento do caráter ilícito do fato): presunção relativa;
Estupro de vulnerável (menor de 14 anos): presunção absoluta;
Prova direta: comprova o fato;
Prova indireta: comprova algo que presume o fato; ex.: álibi;
Contraprova: prova contrária a prova existente;
Prova emprestada: prova trazida de outro processo; requisito: devem ser as mesmas partes em relação ao fato, já submetidas ao crivo da ampla defesa e do contraditório;
Iniciativa de produção de prova por parte do juiz: desde que de forma subsidiária, pode o juiz mandar produzir provas; a primeira iniciativa é do Acusador ou do Defensor; ex.: quem realiza as perguntas para a testemunha arrolada pelo MP é o Promotor e se o juiz achar conveniente fazer mais perguntas pode fazê-las;
Sistema de avaliação da prova adotado no Brasil: livre convencimento motivado; o juiz deve analisar todas as provas produzidas no processo e indicar os motivos do seu convencimento pela absolvição ou condenação;
Íntimo convencimento: sistema utilizado pelo Tribunal do Júri, como única exceção ao Sistema do Livre Convencimento Motivado; os jurados não precisam motivar suas convicções para absolvição ou condenação;
Princípio da Presunção da Inocência: presume-se sempre que o réu é inocente; o processo deve fornecer elementos para condenar o réu; exceção à obrigatoriedade de uso deste princípio: na Decisão de Pronúncia, a dúvida deve levar o juiz a submeter o réu ao Tribunal do Júri;
Princípio da não obrigação de produção de prova contra si: nemo tenetur se detegere; ninguém é obrigado a produzir prova contra si;
Princípio da Busca da Verdade: o processo deve buscar produzir uma verdade material com a maior aproximação possível da verdade efetivamente ocorrida;
Princípio da Comunhão da Prova: todos se aproveitam da prova produzida, tanto Defesa quanto Acusação;
Princípio de Auto-responsabilidade da Prova: cada parte é responsável por provar o que alega nos autos;
Limitações ao Direito de Prova: são inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos; as provas obtidas por derivação de provas ilícitas também são consideradas ilícitas; a prova ilegal é dividida em duas categorias:
Ilícita: aquelas provas que são obtidas com violação a um direito material; normalmente são anteriores ou fora do processo; ex.: violação do sigilo de comunicação; busca e apreensão ilícita; confissão sob tortura;
Consequência: a prova é inexistente no mundo do direito e deverá ser desentranhada do processo;
Ilegítima: aquelas provas que são colhidas com violação a um direito processual; normalmente o vício é endoprocessual; ex.: vítima que reconhece o autor do fato sem a formalidade legal exigida para o caso;
Conseqüência: conforme entendimento jurisprudencial e doutrinário, a nulidade da prova ilegítima é relativa; há que ser demonstrado o prejuízo sofrido para que a prova seja considerada nula;
 Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
 § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
Exceções:
Teoria da Fonte Independente: o órgão de acusação pode provar que a prova foi obtida por outro meio que não de forma derivada da prova ilícita;
Teoria da Descoberta Inevitável ou Exceção da Fonte Hipotética Independente: o órgão de acusação pode provar que a prova seria de descoberta inevitável, validando-a, mesmo que tenha sido obtida por derivação de prova ilícita;
Teoria da Exceção da Boa-fé: ex.: o policial se utiliza de um depoimento falso de uma testemunha para obter um mandado de busca e apreensão; no ato de busca, encontra-se a prova do fato criminoso; esta prova não é considerada ilícita, pois o juiz, ao deferir sua produção, agiu de boa-fé; pode o policial ser responsabilizado pelos atos errados que tenha cometido, mas a prova não será comprometida;
Teoria do Risco: ex.: se a pessoa que tem o dever de guardar sigilo dos fatos de seu conhecimento (ex.: padre, psicólogo, etc.) falar algo em juízo, tal prova será ilícita; se o fato foi contado para terceira pessoa e foi esta terceira pessoa quem depôs em juízo, a prova será considerada lícita;
Teoria da Limitação da Destruição da Mentira do Inimputável: quando a prova ilícita seria utilizada apenas para provar que a pessoa está mentindo; *** ler em algum livro e complementar.......
Teoria do Encontro Fortuito de Prova: quando o policial, por exemplo, entra em algum local para procurar prova de certo crime e acaba encontrando prova de outro ilícito; a prova do outro crime será considerada lícita;
Teoria da Renúncia do Interessado: se a pessoa que teve o direito violado renunciar tal direito, a prova será considerada lícita; ex.: busca e apreensão ilegal em que o proprietário da casa invadida acaba permitindo tal ato;
 § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
 § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
Exame de Corpo de Delito
É o exame pericial relacionado ao local e circunstâncias onde se realizou algum crime, assim como no objeto material deste crime, quando for o caso;
É obrigação da autoridade policial tomar as providências para colher todos os vestígios materiais do crime, determinando os exames periciais necessários;
O promotor também pode requerer a realização do exame pericial;
O juiz também pode determinar a produção de exame pericial; durante o inquérito policial o juiz não pode, de ofício, determinar a produção de provas;
Os peritos possuem autonomia técnica; não podem ser conduzidos, nem pela defesa nem pela acusação, para concluir algo de forma divergente ao que constatam;
Os peritos também estão sujeitos às mesmas regras de suspeição e impedimento a que estão sujeitos os juízes e promotores; os peritos não precisam motivar a sua suspeição, se resolverem não atuar em determinado processo;
O juiz pode negar o pedido de realização de perícia se entender que tal provaé desnecessária;
O laudo pericial é composto de um preâmbulo, uma descrição narrativa, uma fundamentação e uma conclusão;
O laudo pericial não é peça obrigatória para se iniciar a ação penal;
Segundo posição doutrinária majoritária, o laudo pericial pode ser juntado ao processo até 10 dias antes da Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ); na prática, isto não ocorre exatamente assim; o que não se permite é a falta de contraditório judicial diferido, ocasião que os peritos poderão ser inquiridos pela defesa e acusação;
O juiz não é obrigado a decidir conforme o laudo pericial; porém, desde que contrarie tal laudo, deve fundamentar os motivos de sua decisão amparando-se em outras provas;
As infrações que permitem perícias são aquelas materiais (crimes não transeuntes, que deixam vestígios); nos crimes materiais a doutrina aponta que é necessário haver o exame de corpo de delito direto ou indireto (prova através de outros meios que não o exame de corpo de delito direto; ex.: fotos, testemunhas, documentos, etc.);
Casos em que é obrigatório o exame pericial, determinados pela lei: entorpecentes, propriedade imaterial, mercadorias inadequadas ao consumo; nos crimes do Estatuto do Desarmamento a condenação de alguém exige o exame pericial de eficácia da arma;
No roubo, existem duas correntes doutrinárias sobre a necessidade de exame pericial da arma, uma que defende a obrigatoriedade de tal exame e a outra que diz ser desnecessário o exame, defendendo que a simples aparência de arma é suficiente para aceitá-la como arma;
Na majoração do furto por arrombamento também há duplo entendimento doutrinário, um que diz ser necessário o exame e o outro que diz que outras evidências podem suprir a falta do exame;
Perito oficial: funcionário público; perito oficial pode fazer sozinho a perícia; ex.: médico legista, perito grafotécnico, médico psiquiatra;
Perito não-oficial: quando a especialidade é rara ou é insuficiente o quadro funcional do Estado, o juiz nomeia o perito para o caso; o perito assina um Termo de Compromisso assumindo as responsabilidades inerentes ao encargo; perito não-oficial é obrigatório que sejam nomeadas duas pessoas; ex.: perito em ouro;
Se o perito aceitar alguma vantagem indevida para manipular o laudo pericial responde pelo crime de concussão (art. 316, CP);
Nos Jecrims não é exigida toda a formalidade pericial para prova de fatos;
Na Recuperação Judicial o Administrador da Massa Falida deve apresentar no processo cível da falência em que crimes em tese os empresários envolvidos com o caso incorreram; tal relatório vale como perícia;
Exs. de perícia: autópsia, exumação (deve ser autorizada pelos familiares da vítima), exame do local do crime, exames de laboratório, exames de confrontação gráfica, etc.;
A gravidade da lesão deve ser atestada por laudo pericial; ex.: incapacidade funcional por mais de 30 dias, lesão permanente, etc.;
Interrogatório Judicial
Natureza jurídica: segundo a corrente doutrinária majoritária, é meio de prova e de defesa; o que o réu falar em audiência pode ser utilizado em seu benefício ou malefício;
Momento para realização do interrogatório: é o último ato do processo;
Para interrogatório o acusado não pode ser conduzido coercitivamente; o acusado tem o direito constitucional de ficar em silêncio e de pedir dispensa de comparecimento à audiência;
Foro competente para realização do interrogatório: no juízo onde a causa será julgada; se o réu residir em outra comarca, pode ser expedida carta precatória para sua oitiva; réu preso será ouvido na comarca em que estiver preso;
Obrigatoriedade do interrogatório: o juiz é obrigado a dar a oportunidade de o acusado ser ouvido; o acusado não é obrigado a comparecer ao interrogatório;
Se ao acusado foi aplicada alguma medida cautelar de comparecimento em todos os atos processuais, deverá comparecer no interrogatório; não o fazendo, poderá ser decretada sua prisão;
Testemunha tem a obrigação de dizer a verdade e não pode silenciar;
Interrogatório é ato personalíssimo; somente o próprio acusado pode ser interrogado;
Ordem de perguntas no interrogatório: juiz, acusação e defesa;
Direito de defesa: é direito do acusado que possua defesa técnica no momento de seu interrogatório; este é um ato necessariamente assistido tecnicamente; mesmo que o réu admita ser ouvido sem defensor, não poderá fazê-lo; também é direito do acusado se reunir anteriormente com seu defensor;
O interrogatório é um ato oral; no caso de surdo-mudo pode-se perguntar/responder de forma escrita; não sendo alfabetizada a pessoa surda-muda, haverá interprete;
O réu não é obrigado a assinar o termo do auditório;
Havendo mais de um réu, nenhum presenciará o interrogatório do outro;
O interrogatório é um ato bifásico: na primeira fase pergunta-se sobre a qualificação e vida do acusado e na segunda fase pergunta-se sobre o fato ao qual está sendo acusado;
O réu não pode autoacusar-se e nem atribuir-se falsa identidade;
O interrogatório, em regra, será realizado após a oitiva das testemunhas/peritos, etc.; na hipótese de réu não localizado, uma vez que apareça, poderá ser interrogado até o momento anterior ao trânsito em julgado da sentença;
Formas de realização do interrogatório: pessoalmente, no presídio onde estiver o réu preso ou por videoconferência;
Curador para acompanhar o interrogatório: não se considera mais nulo o interrogatório de maior de 18 e menor de 21 anos desacompanhado de curador; no caso de indígenas, é obrigatório que se nomeie alguém da Funai para acompanhamento do interrogatório;
Não será causa de nulidade do ato se o MP ou Querelante, intimado, não comparecer ao interrogatório;
Confissão
Quando o réu admite, total ou parcialmente, a prática dos fatos que são imputados a ele;
No processo penal não existe a confissão ficta;
A confissão é um ato personalíssimo, livre e espontâneo; é retratável (quando na fase extrajudicial ocorre a confissão e na fase judicial o acusado se retrata); é divisível (pode-se confessar um fato delituoso e não outros);
Valor probatório da confissão: do ponto de vista legal, tem o mesmo valor de qualquer outra prova;
Nas infrações não transeuntes é obrigatório que se faça o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo o juiz basear-se exclusivamente na confissão;
A confissão é uma atenuante, que será considerada na fixação da pena;
Confissão extrajudicial: quando ocorre na fase policial ou por outro meio que não o judicial;
Confissão judicial: feita na presença do juiz e do defensor;
Confissão explícita: quando a confissão é feita de maneira evidente;
Confissão implícita: ocorre quando o acusado paga a indenização no processo civil; ex.: acusado quer negar a culpa em um processo culposo, mas, no processo civil ficou provada sua culpa;
Confissão simples: quando o acusado confessa que cometeu o delito e não alega nenhuma excludente em seu favor;
Confissão qualificada: quando o acusado confessa que cometeu o ato, mas alega alguma excludente em seu favor;
Confissão delatória: quando o acusado confessa a prática do fato delituoso e indica a participação de outra pessoa no mesmo;
Declarações do Ofendido
A vítima pode ser ouvida no processo penal; não tem a obrigação de dizer a verdade, já que tem interesse no fato;
Não pode denunciar alguém sabendo que tal pessoa é inocente, pois estaria praticando uma denúncia caluniosa;
As declarações do ofendido são especialmente valorizadas naqueles crimes em que não se costuma ter testemunhas; ex.: estupro;
As declarações do ofendido devem estar em consonância com as demais provas constantes nos autos;
Se o ofendido tiver que falar fatos íntimos, pode pedir para que o juiz decrete segredo de justiça no processo;
Prova Testemunhal
Natureza jurídica: meio de prova;
Testemunha é a pessoa desinteressada no processo, que presta o compromisso de dizer a verdade;
A testemunha declarará o que sabe sobre os fatos naforma como os percebeu e os entendeu (percepção sensorial);
Não se pode perguntar para a testemunha de forma a fazê-la interpretar o fato e indicando a culpa do acusado, por exemplo; deve ser perguntado sobre o que ela presenciou e não o seu julgamento de valor a respeito do fato;
Qualquer pessoa pode ser testemunha, desde que seja dotada de capacidade física para depor; a incapacidade jurídica é irrelevante (uma pessoa de 16 anos, por exemplo, pode ser testemunha);
Características:
Judicialidade: as testemunhas sempre são ouvidas em juízo, na presença do MP ou Querelante e do Defensor do réu; não estando presente o defensor, o juiz nomeia outro para o ato;
Oral; surdo-mudo pode escrever, se alfabetizado ou será ouvido através de interprete;
Deveres das Testemunhas:
Não pode se recusar a comparecer em juízo; se não comparecer, por motivo injustificado; podem se recusar a depor aquelas pessoas que seriam consideradas Informantes no processo;
São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério ou profissão, devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada;
Deve prestar o compromisso de dizer a verdade;
Deve comunicar eventual mudança de residência;
Espécies de Testemunhas:
Testemunhas numerárias: são aquelas consideradas no ponto máximo de testemunhas, que prestarão o compromisso legal de dizer a verdade;
Testemunhas extranumerárias ou informantes: são aquelas que não prestarão o compromisso de dizer a verdade, sendo consideradas como Informantes do juízo;
Testemunha direta: pessoa que presenciou de forma direta o fato;
Testemunha indireta: pessoa que conheceu os fatos por outra via que não a direta;
Testemunha própria: pessoa que vem depor sobre o fato típico que é imputado ao acusado;
Testemunha imprópria: pessoa que vem falar sobre a irregularidade de algum ato do processo; ex.: documento obtido de maneira fraudulenta;
Testemunha referida: aquela que não foi arrolada por nenhuma das partes, mas seu nome é mencionado no processo, podendo ser determinada sua oitiva, de ofício ou por pedido de alguma das partes;
Na hipótese de risco iminente de morte da testemunha, o juiz pode determinar que ela seja ouvida antecipadamente;
Também pode ocorrer o depoimento antecipado quando, por exemplo, trata-se de criança vítima de algum crime sexual; por preservação da integridade psicológica da criança pode ser determinado que ela seja ouvida apenas uma vez no processo, logo após os fatos, na presença de técnicos especializados em sua inquirição (psicólogos, assistentes sociais, etc.);
Na primeira fase do procedimento do Júri é possível arrolar até 8 testemunhas por parte; na segunda fase é possível arrolar até 5 testemunhas por parte; no procedimento da Lei de Drogas pode ser arrolado até 5 testemunhas;
Momento de arrolar as testemunhas: a acusação deve arrolar na peça de Acusação; a defesa deve arrolar na Defesa Prévia; devem ser informados dados de localização das testemunhas, sob pena de seu indeferimento;
As testemunhas são intimadas por Oficial de Justiça para comparecer na AIJ;
As testemunhas podem ser substituídas, desde que a outra parte não se oponha e que não fique evidenciada a má-fé;
As partes podem desistir da inquirição de alguma testemunha;
Se o MP ou Querelante desistir de uma testemunha sua, que não esteja também arrolada como testemunha da Defesa, esta perderá a oportunidade de ouvir tal testemunha;
Princípio da Incomunicabilidade das Testemunhas: as testemunhas são inquiridas separadamente; uma não pode ficar ouvindo o depoimento da outra para que não influencie no seu depoimento;
A testemunha pode pedir para que não seja ouvida na presença do acusado; o defensor do acusado deve permanecer durante a inquirição;
Se a testemunha diz que não possui nenhum interesse no processo e tal declaração é falsa, a parte que sabe de tal fato pode contraditar a testemunha, apresentando os motivos pelos quais ela possui interesse; a contradita deve ser feita no momento imediatamente anterior à tomada do compromisso da testemunha; é dada oportunidade de a outra parte se manifestar da contradita;
As perguntas serão formuladas diretamente pelas partes às testemunhas; sobre os pontos não inquiridos, pode haver perguntas complementares do juiz;
Ordem de oitiva: testemunhas de acusação e depois de defesa; a inversão da ordem pode ocorrer desde que as partes concordem que não haverá prejuízo para a instrução;
O acusado não pode se manifestar sobre o que a testemunha está falando; apenas o seu defensor poderá inquirir a testemunha;
Quando duas ou mais testemunhas digam fatos contraditórios entre si, é possível que o juiz determine sua acareação; as partes podem fazer perguntas, mas quem conduz a acareação é o juiz;
Reconhecimento de Pessoas e Coisas
Ato processual que deve ser praticado perante a autoridade policial, segundo o procedimento da lei; segundo alguns doutrinadores, também é possível que tal procedimento ocorra em juízo;
Não se confunde com o Retrato Falado, que se trata de meio de investigação;
Procedimento previsto no art. 226 do CPP:
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
 I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
 Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
 III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
 IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
 Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento.
O fato de o acusado ser disposto ao lado de outras pessoas para o reconhecimento não fere o Princípio da Não Produção de Provas Contra Si, já que não haverá nenhuma ação por parte deste para a produção da prova em si;
O reconhecimento que não tenha sido feito nos moldes legais também tem validade probatória; ex.: a vítima, em audiência, aponta qual dos réus estava portando a arma do crime;
Também é possível o reconhecimento fotográfico do acusado;
Da mesma forma, é possível o reconhecimento fonográfico do acusado, sendo menos utilizado tal método;
Acareação
A Acareação, cuja validade é bem questionável, também é considerada como meio de prova; requisito para que o juiz defira este tipo de prova: que sobre um mesmo fato haja controvérsia entre os acusados ou testemunhas ou vítima (esta não é obrigada à acareação);
Prova Documental
Qualquer peça escrita que condensa alguma informação relevante, necessária ou que sirva de indício no processo, pode ser utilizada como meio probatório; ex.: duplicata falsa, cheque falsificado, etc.;
Provas Documentais podem ser trazidas ao processo a qualquer momento processual anterior à Audiência de Instrução e Julgamento; exceção: no Tribunal do Júri a prova documental pode ser apresentada até 3 dias antes da reunião plenária; provas apresentadas posteriormente a este prazo podem ser alvo de protesto pela outra parte;
Pareceres emitidos por juristas não são entendidos como Documento, segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial;
Espécies de documento: documento original; documento público (procuração, duplicata, etc.); documento particular (aquele que não é compreendido como documento público);
Para realização do exame grafotécnico é obrigatória a apresentação do documento original; para outros fins o documento em cópia autenticada pode ser utilizado;
Os microfilmestambém são considerados como documento original, exceto para o exame grafotécnico;
O acusado não é obrigado a fornecer documento escrito para o exame grafotécnico, já que não é obrigado a produzir prova contra si;
Qualquer outro documento que tenha sido escrito pelo acusado pode ser utilizado processualmente; ex.: cheque emitido por ele;
A prova documental pode ser espontânea ou provocada pelo juiz;
Não se pode trazer ao processo nenhum documento obtido de forma ilícita; ex.: correspondência aberta por pessoa não autorizada;
Indícios
No CPP a palavra Indício é utilizada tanto como Prova Indireta (fato que permite inferir algum comportamento) como Prova Semiplena (prova da materialidade do fato e indícios da autoria);
Busca e Apreensão
Não é um meio de prova e sim um meio de obtenção de provas;
Pode realizar a busca e apreensão: a autoridade policial;
Iniciativa da busca: para busca pessoal a autoridade policial pode fazer sem autorização judicial; para busca domiciliar é obrigatória a autorização judicial, a não ser que a pessoa franqueie a entrada da autoridade policial em sua residência;
Objetos dos pedidos de busca e apreensão: prender criminosos; apreender coisas obtidas por meios criminosos; apreender instrumentos do crime; colher elementos de convicção de provas; etc.;
O juiz pode determinar a busca e apreensão de cartas; trata-se de uma mitigação da inviolabilidade da comunicação escrita, que pode ser realizada pela autoridade judiciária;
As buscas e apreensão devem ser cumpridas durante o dia;
Escritório de advocacia: os documentos que se encontram em poder de advogados são invioláveis, a não ser que tais profissionais estejam sendo acusados de partícipes do crime; os documentos ou coisas que disserem respeito a outros processos que não o que foi determinada a busca e apreensão não poderão ser apreendidos;
Na autorização para Busca Domiciliar está compreendida também a autorização para se realizar a Busca Pessoal;
Delação Premiada e Interceptação Telefônica concluem a Teoria Geral das Provas e serão objeto de trabalho do bimestre.
* estupro, não existindo o exame de corpo de delito: é possível a condenação, segundo jurisprudência do STF; outros meios de prova podem suprir tal ausência;
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Este artigo é uma exceção ao Princípio da Livre Apreciação das Provas pelo juiz, já que indica ser imprescindível o exame de corpo de delito para os crimes que deixam vestígios;
* não sendo perito oficial e um dos peritos deixou de assinar o laudo pericial: segundo jurisprudência do STF não gera nulidade da prova;
* interrogatório judicial sem a presença do defensor: gera nulidade absoluta, anulando todo o processo;
* réu com advogado constituído e este não comparece à audiência: o juiz pode nomear um advogado para acompanhar o réu em tal audiência; na prática, o juiz permite que as alegações finais sejam peticionadas por novo advogado a ser constituído pelo réu, com prazo estipulado;
* anulação do interrogatório: somente anula o processo a partir do ato declarado nulo;
* surdo-mudo alfabetizado: é desnecessária a presença de interprete, já que a comunicação pode ocorrer de forma escrita;
* prova testemunhal de agente policial: não possui valor probatório diferente do depoimento de outras pessoas em juízo;
* delação por co-réu: não é suficiente para obter a condenação do réu delatado; deve haver outras provas para se obter a condenação;
* testemunha acobertada pelo sigilo profissional: não pode se recusar a comparecer em juízo; deve ir e dizer para o juiz qual a razão que a impede de falar sobre o caso;
* ação exclusivamente privada: o juiz pode chamar ao processo outras testemunhas não arroladas pelas partes;
* inversão da ordem das testemunhas: implica em nulidade relativa, devendo o réu provar que foi prejudicado para que provoque a nulidade do ato;
* prática falso testemunho: a testemunha pode se retratar até o momento de prolação da sentença para se escusar do crime de falso testemunho;
* desistência das testemunhas: se o MP desiste de uma de suas testemunhas e a defesa não arrolou tal testemunha e não concorda com a desistência, gera nulidade relativa ao processo; o contrário também é verdadeiro; a jurisprudência ainda é dividida sobre esta questão, uma corrente entendendo que a testemunha é da instrução, o que daria direito a ambas as partes de inquiri-la, e outra corrente entendendo que a testemunha é da parte que a arrolou;
* substituição de testemunhas sem o conhecimento da outra parte: gera nulidade relativa;
* testemunha referida: a parte que quiser ouvir a testemunha referida deve provar que teve prejuízo por não ter ouvido tal testemunha; nulidade relativa;
* prova emprestada: é possível;
* o advogado pode se recusar a depor como testemunha: somente se o fato que ele for inquirido estiver acobertado pelo sigilo profissional;
Procedimento Comum:
Ordinário: crimes com pena máxima igual ou maior que 4 anos;
Sumário: crimes com pena máxima maior que 2 e menor que 4 anos;
Sumaríssimo: crimes com pena máxima de até 2 anos; crimes julgados pelos Jecrims; Lei 9099/1995; não é utilizado na hipótese de não localização do réu, sendo deslocado o crime para julgamento pelo rito Sumário;
Procedimentos Especiais:
Tribunal do Júri;
Crimes Militares;
Crimes Eleitorais;
Crimes Contra a Administração Pública;
* as qualificadores e as causas de aumento ou diminuição da pena interferem na fixação do procedimento; o órgão de acusação propõe o procedimento de acordo com tal enquadramento do crime;
* as agravantes e atenuantes não interferem na fixação do procedimento;
* em concurso de crimes somam-se as penas máximas para determinar o rito a ser seguido;
* a conexão entre crimes leva ao estabelecimento do rito processual mais especial ou o mais extenso;
* se houver previsão de rito específico para determinado crime, será este o rito adotado, independentemente da quantidade da pena máxima;
* o Rito Ordinário é o rito a ser aplicado em caso de não enquadramento em qualquer outro;
Procedimento Ordinário
1) Recebimento da Denúncia;
Casos de Rejeição da Denúncia ou da Queixa: art. 395
Inépcia:
Ausência da Qualificação do Acusado;
Ausência de Provas;
Ausência da narrativa do fato criminoso e falta da tipificação do CP que o agente violou; sem que tal tipificação seja definida, a defesa do réu fica prejudicada; o erro na classificação jurídica não é causa suficiente para rejeição da Denúncia ou Queixa;
Ausência dos Pressupostos Processuais:
Competência do Juiz;
Imparcialidade do Juiz (não impedimento);
Capacidade processual das partes;
Não existência de litispendência ou coisa julgada;
Ausência de Justa Causa para o exercício da Ação Penal: a denúncia deve vir acompanhada de um mínimo de provas de que o fato efetivamente ocorreu;
2) Citação do Acusado: a partir do art. 351;
É determinada pelo juiz, quando Recebe a Denúncia ou Queixa-crime;
É cumprida pelo Oficial de Justiça;
É o ato que dá ciência ao acusado que contra ele está se movimentando uma ação penal; é o ato que o chama para o processo, indicando qual o teor da acusação que corre contra ele; deve acompanhar uma cópia da denúncia ou queixa-crime; a citação é pessoal, mesmo daquelas pessoas insanas (neste caso acompanhada do seu representante legal);
Citação Real: quando se encontra o acusado pessoalmente; deve-se esgotar todos os meios possíveis de citação pessoal para somente depois optar pela Citação Ficta; a Citação Real será por:
Mandado: ordem escrita emitida pela autoridade competente que determina a citação de determinada pessoa; é emitido quando o acusado está na comarca onde corre o processo; 
Art. 352. O mandado de citação indicará: 
 I - o nome do juiz; 
 II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; 
 IV - a residência do réu, se for conhecida; 
 V - o fim para que é feita a citação; 
 VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; 
* não mais utilizado, já que o interrogatório deixou de ser o próximo ato processual posteriormente à citação;
 VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
 I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação;
 II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa.
Carta Precatória: quando o acusado reside fora do limite territorial da comarca em que está sendo processado; a carta precatória é itinerante: o juízo deprecado pode remetê-la para a comarca que se encontra o acusado, apenas comunicando o juízo deprecante;
Citação do Militar: é feita por requisição ao chefe do serviço em que se encontra o militar; caberá ao seu chefe fazer a comunicação; tem que obedecer todos os requisitos intrínsecos e extrínsecos do Mandado;
Citação do Preso: são citados pessoalmente por Mandado;
Citação do Funcionário de Público: deve ser notificado o seu superior para que em determinados momentos tal funcionário possa se afastar das suas atividades para promover sua defesa;
Réu no Estrangeiro: a citação é feita por Carta Rogatória, se conhecido seu endereço;
Citação por Carta de Ordem: citação determinada pelos Tribunais naqueles crimes de competência originária;
Citação Ficta:
Citação por Hora Certa: art. 362;
Edital: é providência excepcional, somente podendo ser adotada depois de esgotados todos os meios para localização do acusado; o prazo do edital é de 15 dias, a partir do dia de sua publicação;
A citação válida não interrompe a prescrição; o que a interrompe é o Recebimento da Denúncia ou Queixa-crime;
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante: o processo será suspenso pelo prazo prescricional máximo, que é de 20 anos. Da decisão que suspende o prazo prescricional cabe recurso em sentido estrito.
A norma deste artigo é aplicada somente aos crimes praticados após sua edição, em 1996. É uma norma processual com efeitos penais.
A falta de citação é causa de nulidade absoluta;
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
 I - for manifestamente inepta;
 II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal;
 III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
O principal efeito da citação é que ela completa a relação jurídica processual;
Uma vez citado, o réu fica vinculado ao processo e a todos os ônus do mesmo (ex.: deve comparecer a todos os atos processuais a que for chamado); o não comparecimento pode ser entendido como obstáculo ao prosseguimento do processo e acarretar a decretação da sua prisão;
Quando o réu não contesta os fatos alegados pela acusação: não faz presunção de verdade dos fatos alegados;
A citação do réu é para que, no prazo de 10 dias, apresente defesa em peça escrita;
3) Defesa Preliminar
É obrigatória a apresentação da Defesa Preliminar; se o réu não se manifestou no prazo de 10 dias, o juiz nomeia um advogado para que elabore tal peça; o momento de juntar ou relacionar as provas da defesa é em tal ato;
A falta de Defesa Preliminar é causa de nulidade do processo;
Os mesmos casos de rejeição da denúncia podem ser utilizados na defesa para buscar pela absolvição sumária;
Antes do reconhecimento da causa de absolvição sumária o juiz deve dar vistas ao MP ou ao Querelante para que ocorra o contraditório;
* no Rito Ordinário cada parte pode apresentar até 8 testemunhas compromissadas; no Rito Sumário são 5 testemunhas;
* no Rito Ordinário, o juiz tem 60 dias após a apresentação da Defesa Preliminar para designar a AIJ; no Rito Sumário o prazo é de 30 dias; não se trata de prazo rigoroso, mas, na hipótese de haver prisão preventiva, pode configurar constrangimento ilegal a manutenção da prisão; não há nulidade no processo pelo desrespeito ao prazo;
4) Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ)
Ouve-se, em sequência: o ofendido, testemunhas de acusação, testemunhas de defesa, peritos, acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e, por último, o acusado;
Após, o juiz aprecia a necessidade de produção de provas complementares eventualmente requeridas pelas partes; produzidas novas provas, abre-se prazo para as duas partes falarem a respeito; após, abre-se prazo sucessivo (Acusação e depois Defesa) de 5 dias para alegações finais; este último prazo não é rígido, permitindo-se que ambas as partes possam apresentar suas peças posteriormente;
As Alegações Finais também são peças obrigatórias no Processo Penal;
As Alegações Finais, quando não há deferimento de produção de novas provas, são Orais; cada parte tem 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, de acordo com a complexidade da causa; havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual;
A sentença é, obrigatoriamente, escrita; na hipótese de serem deferidas a produção de provas complementares, o juiz terá o prazo de 10 dias, após as Alegações Finais, para proferir a sentença; também não se trata de um prazo absoluto, não causando nulidade o seu não cumprimento;
A jurisprudência tem admitido o número de 90 dias como prazo médio razoável para conclusão do processo penal quando o réu encontra-se preso; tal número é flexibilizado de acordo com a complexidade do caso e o número de acusados;
Tudo que ocorre em audiência é reduzido a escrito no Termo de Audiência; ex.: indeferimento de produção de alguma prova, desistência de alguma testemunha, se as partes concordaram com a alteração de ordem de oitiva de testemunhas, etc.;
Com base no Termo de Audiência, ocorrido algo em prejuízo de alguma das partes, poderá ela alegar nulidade no ato, na hipótese de Apelação;
Encerrada a Instrução, caso seja necessário corrigir a tipificação do delito, em virtude das evidências contidas no processo, o MP ou Querelante deve pedir vista dos autos para aditar a Denúncia ou Queixa no prazo de 5 dias, indicando novas provas a produzir, se assim desejar; a defesa terá direito de se manifestar novamente sobre esta denúncia ou queixa e de produzir novas provas, se for o caso;
Se o juiz determinar, as partes não podem se recusar a oferecer Alegações Finais Orais, a não ser por motivos justificáveis;
Se a parte pede a produção de uma prova e o juiz indefere (decisão interlocutória), não cabe recurso sobre esta decisão; na hipótese de condenação, o réu pode pedir a anulação do processo pelo cerceamento de defesa;
A inversão da ordem de inquirição de testemunhas somente pode anular o processo se comprovado o prejuízo para a parte que pleitear a anulação;
Se uma testemunha, intimada, deixa de comparecer à audiência, poderá ser conduzida de forma coercitiva; não sendo possível realizar tal diligência, é possível que seja marcada uma nova audiência para ser ouvida esta testemunha; se o não comparecimento não tiver justificativa plausível, a testemunha arcará com as custas da diligência do oficial de justiça;
Se a parte indicar o rol de testemunhas e dizer que tais pessoas comparecerão emjuízo independentemente de intimação e uma destas testemunhas não comparecer, o juiz não marcará nova audiência para ouvi-la; o ônus de levar a testemunha à audiência, neste caso, é da parte que disse não necessitar da intimação;
Se alguma testemunha não foi localizada pelo oficial de justiça, a parte que a arrolou pode substituí-la por outra ou pedir um prazo para que a localize; o indeferimento do pedido de substituição ou de prazo para localização da testemunha pode caracterizar o cerceamento de defesa;
Segundo o Princípio da Identidade Física do Juiz, o juiz que produziu a prova do processo fica vinculado ao julgamento da causa, salvo exceções de substituição permitidas pela lei; se o juiz for transferido para outra vara/comarca, leva os processos que estão conclusos para sentença e os sentencia; o MP não tem este princípio, podendo ser diferentes promotores a atuar nas diferentes fases do processo;
Nenhum ato processual será adiado sem justificativa plausível;
* distinção doutrinária entre notificação e intimação: notificação é para ato futuro (ex.: comparecer em audiência) e intimação é para ato já praticado (ex.: advogados são intimados de determinada decisão);
* a intimação do réu e do MP ou Querelante deve ser pessoal; para os advogados a intimação pode ser pela publicação em órgão oficial; o defensor público ou dativo também tem que ser intimado pessoalmente das decisões; no caso de mais de um advogado constituído, a intimação de qualquer deles é válida;
* em caso de carta precatória, o prazo começa a contar do dia da juntada desta nos autos;
* se decretada a revelia do réu, dispensa-se sua intimação para atos posteriores;
* se a testemunha será ouvida por carta precatória e o réu estiver solto e desejar ouvir a inquirição, poderá fazê-lo; o Estado não é obrigado a enviar o réu preso para acompanhar a inquirição da testemunha; somente seria declarada a nulidade do ato se comprovado o efetivo prejuízo para a defesa;
* se determinada a oitiva de uma testemunha por carta precatória e esta carta ainda não voltou, o juiz não pode determinar a apresentação de Alegações Finais; seria causa de nulidade do processo;
* intimação do MP: há uma divisão doutrinária, uma corrente indicando que o prazo começa a correr quando o agente administrativo encarregado de receber as intimações a recebe; a outra corrente indica a necessidade de intimação na pessoa do promotor;
* a falta de intimação da parte de que ocorrerá a oitiva de alguma testemunha por carta precatória pode ser causa de nulidade;
Procedimento Sumaríssimo
Juizados Especiais Criminais (Lei 9099/1995; vigor em 26/11/1995): julga as contravenções penais, os crimes com pena máxima de até 2 anos e os crimes punidos apenas com multa;
Previsão Constitucional:
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
 I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
Os Jecrims inovaram no processo penal ao trazer a figura da vítima para o processo e trazer a idéia da composição;
Princípios do Jecrim:
Oralidade dos atos processuais;
Informalidade: os atos não precisam ser cercados de rigor formal;
Economia processual: devem ser praticados os atos da maneira mais concentrada, no menor espaço de tempo e da maneira menos onerosa; ex.: intimação das testemunhas por telefone; citação pode ser feita em secretaria;
Celeridade: os processos devem correr de maneira bastante célere, já que o tempo de prescrição dos delitos é curto;
Finalidade e Prejuízo: para serem invalidados os atos processuais no juizado deve haver a demonstração do prejuízo;
Se o crime ofender algum interesse da União, a competência é do Juizado Especial Criminal Federal;
Conexão ou continência: crime da justiça comum com juizado especial é competente a justiça comum; no julgamento do processo, para o crime de competência do Jecrim, devem ser dados os mesmos privilégios processuais (ex.: composição), pois trata-se de direito subjetivo do réu;
Principais inovações:
Crimes que tem vítima: deve ser realizada inicialmente uma audiência de conciliação (presidida por juiz leigo), com vistas na composição civil entre as partes;
Transação penal:
Não havendo conciliação ou se tratando de crime de ação pública incondicionada, o MP pode propor a transação penal; a aceitação da transação penal não implica na confissão do ato delituoso; se o MP não faz a proposta de transação é caso de nulidade absoluta do processo; 
O juiz pode deixar de homologar a transação; desta decisão cabe Apelação;
No caso de descumprimento da transação penal: primeira posição (adotada em Cascavel): é regredido o regime de cumprimento da pena; outra posição: será oferecida a denúncia;
Natureza jurídica da transação penal: a primeira corrente doutrinária a entende como pena; a segunda corrente doutrinária a entende que não existe pena sem processo, classificando-a como um benefício penal criado em favor do réu, que pode aceitar ou não o benefício;
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
 § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
 § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
 I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
 II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
 III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
 § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
 § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
 § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
 § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Casos que não podem continuar no Jecrim: casos de impossibilidade de citação pessoal do acusado; casos complexos em relação ao rito do juizado;
Concurso de crimes, crime continuado: haverá o somatório da pena para indicar se ainda se enquadra no Jecrim;
Reincidência não impede que o acusado responda por outro delito no juizado; o que impede é a possibilidade de transação penal;
Para o crime de porte de drogas há uma espécie de transação penal (aceitar a advertência);
* AIJ no Jecrim: defesa prévia é oral; a defesa pode pedir para que sejam intimadas suas testemunhas para o comparecimento na AIJ até cinco dias antes da data designada; também é possível que a defesa traga suas testemunhas para a audiência sem que precisem ser intimadas (tal entendimento deve-se aos Princípios da Informalidade e da Celeridade nos processos contra crimes de menor potencial ofensivo);
AIJ: defesa prévia; oitiva do ofendido; oitiva de testemunhas; oitiva do acusado; juiz profere a sentença;
A Sentença deve ser escrita; da Sentença cabe Apelação,que será julgada pela Turma Recursal;
A Turma Recursal é composta por juízes de 1º Grau; são juízes nomeados para composição da Turma, que tem a competência de julgamento de recursos dos Jecrims de determinada região;
Se, no Tribunal do Júri, há desclassificação do crime para crime de menor potencial ofensivo, o juiz Presidente do Tribunal do Júri é obrigado a oferecer a proposta de transação penal, se cabível;
Transação Penal
Lei 9099/1995 Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
 § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
 § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
 I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
 II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
 III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
 § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
 § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
 § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
 § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Cabível nos crimes de pequeno potencial ofensivo: pena máxima de até 2 anos;
Requisitos para que o agente tenha direito à transação penal: não reincidência; não pode ter sido beneficiado pelo instituto pelo prazo de 5 anos antecedentes;
Contagem dos 5 anos da transação penal: conta-se da data da Homologação da Transação e não do seu cumprimento, em benefício do réu;
Se já foi condenado e não cumpriu a transação e já passaram os 5 anos, tal fato será considerado negativo na análise do art. 76, § 2º, III;
Momento para propositura da transação penal: antes da denúncia;
O MP deve oferecer a transação se o agente tem direito subjetivo a tal (presentes os requisitos); se o MP não ofertar, o juiz pode remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça, em analogia ao art. 28 do CPP;
Aceitada a proposta, o juiz aplica ou pena restritiva de direitos ou multa;
Filosofia da transação penal: beneficiar aquelas pessoas que não tenham uma personalidade voltada à prática de delitos, que praticou um fato ilícito de menor potencial lesivo e reverter a pena em benefício da própria sociedade;
Se o agente se recusar a aceitar a transação penal, a ação penal será proposta;
Da sentença de homologação da transação penal cabe apelação;
Transação penal nos casos de ação penal privada: o entendimento dos tribunais é de que também é cabível a proposta de transação penal por parte do MP;
Havendo divergência entre defesa e acusação em relação à proposta nos casos de ação penal privada: prevalece o interesse do noticiado;
* antes de oferecida a denúncia as partes são tratadas como: noticiante e noticiado; o que se tem ainda é o Termo Circunstanciado e não a Ação Penal;
O juiz não pode modificar o teor da transação penal; pode utilizar-se do instituto previsto no art. 28 do CPP se entender diferente do proposto;
A Sentença Homologatória não gera reincidência; também não serve como base para executar alguma pretensão judicial na área cível;
Noticiado não aceita a transação penal: o MP oferece, de forma oral, a denúncia e o Instituto da Suspensão Condicional do Processo (art. 89), se preenchidos os requisitos;
Suspensão Condicional da Pena – art. 77 do Código Penal
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
 I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
 II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
 III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
 § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.
 § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
Suspensão Condicional do Processo
É também uma norma despenalizadora; incide tanto nos crimes julgados pelo Jecrim quanto pela Justiça Comum, em função dos critérios definidos no art. 89 da Lei 9099/1995;
* causas de aumento ou diminuição de pena devem ser analisadas para verificar se cabe a suspensão condicional do processo; se for mais de um crime, da mesma forma, devem ser somadas as penas para ver sobre o enquadramento com este benefício;
Requisitos subjetivos: acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime; e requisitos da suspensão condicional da pena;
Condições: § 1º do art. 89; tratam-se de condições obrigatórias; todas as condições são aplicadas cumulativamente ao agente;
Cumprida a suspensão: não gera reincidência e extingue a punibilidade;
É nula a denúncia que não propõe a suspensão condicional do processo, se cabível tal instituto;
O juiz não pode deixar de homologar uma proposta, a não ser que ela esteja absolutamente contra a lei;
Não aceita a suspensão condicional do processo: MP oferece denúncia oral, que é reduzida a termo; juiz designa audiência de instrução e julgamento, já intimando o réu para comparecimento;
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
 § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
 I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
 II - proibição de freqüentar determinados lugares;
 III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
 IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
 § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
 § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
 § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
 § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
 § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
 § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista nesteartigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
Violência Doméstica e Familiar – Lei Maria da Penha (11340/2006)
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
Violência doméstica e familiar: é a violência cometida no âmbito familiar ou em decorrência de relações de afeto e a violência é praticada contra a mulher;
Esta lei também é aplicável para as relações homoafetivas entre mulheres; mãe que espanca a filha também pode responder criminalmente por esta lei; apesar de que esta lei foi criada em proteção à mulher, em casos como estes exemplos, também a mulher pode ser penalizada segundo seus institutos, desde que a vítima seja mulher;
Entre namorados, o entendimento não é firme sobre a aplicação ou não desta lei;
* se um homem aplica violência sobre uma mulher desconhecida, não se aplica esta lei;
Alguns Tribunais (ex.: RS) já vem entendendo que para os crimes praticados nas circunstâncias de violência doméstica e familiar contra homem também seja cabível o tratamento por esta lei; no Paraná prepondera o entendimento de que se a vítima for homem não se aplica a Lei Maria da Penha;
A Lei Maria da Penha retirou estes crimes do âmbito de incidência do Jecrim, ainda que a pena seja inferior a dois anos; esta lei prevê a criação de juizados específicos para tratamento de casos de violência doméstica e familiar;
Nos crimes de sua incidência, não cabe Transação Penal e nem Suspensão Condicional do Processo; em casos de contravenção penal, ainda que sejam originados de violência doméstica, os Tribunais têm se posicionado majoritariamente que são cabíveis tais benefícios;
Esta lei também evita que a penalização do agente seja apenas pecuniária ou de prestação de cestas básicas, devendo aplicar, ao final, uma prestação de serviços à comunidade;
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Criou várias medidas protetivas que a vítima pode solicitar à autoridade, como, por exemplo, que seja determinado o afastamento do ofensor do lar, que seja determinada a proibição de que o ofensor freqüente determinados lugares, que seja determinada a proibição de contato do ofensor com a vítima, etc.;
Se a mulher desejar se retratar da representação, deverá ir até o juiz, pessoalmente, e dizer em juízo que não deseja que a ação tenha prosseguimento;
Resultado desta Lei: trouxe importantes medidas protetivas para a mulher; a estrutura judiciária (varas específicas) ainda não está preparada para dar efetividade aos seus institutos; por serem condutas julgadas pela Justiça Comum, muitas delas são extintas por prescrição;
Prova 1º bimestre: Teoria da Prova; Procedimentos Ordinário, Sumário e Sumaríssimo; Violência Doméstica;
2º BIMESTRE
Crimes Contra a Honra (injúria, calúnia e difamação)
Seguem um Procedimento Especial previsto no CPP entre os arts. 519 e 523; por mais que a lei se refira apenas à calúnia e injúria, também se aplica à difamação;
Em regra, procedem-se mediante ação penal privada; Exceções:
Injúria de que resulta lesões corporais;
Injúria decorrente de preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência; nestes casos a ação penal é pública condicionada à representação;
Crimes contra a honra do Presidente da República, chefe de governo estrangeiro; é crime de ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça;
Crime contra a honra de funcionário público no exercício da função; é crime de ação penal pública;
O procedimento se inicia, em regra, com o oferecimento da Queixa-crime;
Na sequência o juiz designa uma audiência para tentativa de conciliação;
Se o querelante não comparece a esta audiência: uma parte da doutrina entende que há extinção da punibilidade do agente, já que o querelante não está mostrando interesse no processo; outra parte da doutrina entende apenas que o querelante não tem interesse na conciliação, mas que deseja mesmo o curso do processo;
Se o querelado não comparece a esta audiência: a conciliação fica frustrada e o processo segue seu curso;
Se o juiz não designar a audiência de conciliação: gera nulidade relativa, devendo a parte interessada provar seu prejuízo no processo;
Após a audiência de conciliação o juiz analisa se é caso de recebimento ou não da queixa-crime; obs.: a procuração para o advogado interpor queixa-crime deve ser específica e narrar o fato a ser processado, sendo caso de rejeição o não cumprimento destes requisitos;
Após a resposta à queixa-crime fala o MP, que atuará nestes processos como custos legis;
Após a manifestação do MP, o juiz analise se é caso de absolvição sumária; não sendo, marca-se audiência de instrução e julgamento;
A retratação do querelado é possível a qualquer momento; ocorrendo a retratação perde-se o objeto da ação penal;
Exceção da verdade: nos crimes de calúnia o réu pode provar, no curso do processo, que o fato que disse é verdadeiro, deixando de existir o crime de calúnia; a exceção da verdade correrá através de outra ação, que buscará demonstrar a verdade do fato; sendo provada a verdade, extrai-se cópia das peças relevantes para proposição da ação penal que visará à responsabilização do agente pelo fato criminoso praticado; 
Não é cabível a exceção da verdade: quando a calúnia é praticada contra o Presidente da República ou Chefe de Governo estrangeiro; quando o fato imputado for de ação penal privada e o autor do fato não sofreu condenação irrecorrível ou houve absolvição;
Nos crimes de difamação e de injúria não é possível a exceção da verdade, já que tais crimes ferem a honra da pessoa, não existindo interesse público em saber se o fato imputado é verdade ou não;
Crimes Funcionais
São aqueles crimes praticados por funcionário público no exercício da função pública;
Todos os crimes funcionais (próprios ou impróprios) se submetem ao Procedimento Especial previsto no art. 514 do CPP;
Crime funcional próprio: aquele que só pode ser praticado por funcionário público;
Crime funcional impróprio: aquele que pode ser praticado também por particulares;
Neste procedimento, antes de receber a denúncia ou queixa, o juiz notifica para apresentação da defesa preliminar em 15 dias; a denúncia ou queixa somente é recebida depois de analisada a defesa preliminar; assim, há um contraditório prévio ao recebimento da denúncia ou queixa;
Este privilégio processual foi criado, segundo posicionamento doutrinário, para proteger a própria administração pública;
Dada a importância que exerce sobre a vida do réu a existência de um processo contra si, a doutrina defende a tese de que a defesa preliminar deveria ser sempre anterior ao recebimento da denúncia ou queixa, independentemente do crime;
Se o réu não apresentar a defesa preliminar o juiz nomeará advogado para apresentá-la antes do recebimento da denúncia ou queixa; a defesa preliminar é uma peça obrigatória;
Recebida a denúncia ou queixa os próximospassos processuais são iguais ao do Procedimento Ordinário;
Crimes Contra a Propriedade Imaterial (arts. 184 e §§ do CP)
A ação penal, em regra, é exclusivamente privada; nas formas qualificadas (§§ 1º e 2º) é pública condicionada à representação;
A diferença processual em relação a estes crimes é a obrigatoriedade da realização de perícia na fase judicial;
Crimes Falimentares
O processo também é regido por um Procedimento Especial, previsto na Lei 11101/2005;
O juiz que preside a falência remete cópia dos autos ao MP, que verificará se é caso ou não de se instaurar inquérito policial para apurar a existência de crime;
Ao receber a denúncia por crime falimentar o juiz deve motivar sua decisão;
Júri – parte geral
CF, art. 5º XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
 a) a plenitude de defesa;
 b) o sigilo das votações;
 c) a soberania dos veredictos;
 d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
No Tribunal do Júri o Poder de Jurisdição é conferido a pessoas comuns do povo; trata-se de uma composição que contém mais humanidade em detrimento da técnica jurídica;
Posicionamento dos que Defendem o Júri: dá-se a justiça no caso concreto quando o acusado é julgado pelos seus pares;
Posicionamento dos que Abominam o Júri: pode-se condenar ou absolver o acusado segundo a boa oratória da Acusação ou da Defesa, não se produzindo efetivamente a Justiça;
Princípios Constitucionais que regem o Júri:
Princípio da Plenitude da Defesa: não se pode falar no Devido Processo Legal sem se falar em Ampla Defesa; no Tribunal do Júri há uma ampliação deste conceito de Ampla Defesa para Plenitude de Defesa; o juiz deve garantir que haja no processo não a ampla defesa, mas a plenitude de defesa; ex.: um advogado desqualificado pode representar falta de Defesa Técnica para o acusado, o que pode levar o Juiz a nomear outro profissional para exercer a defesa, conforme art. 497, V; ex.: o advogado de Defesa falta à audiência do Plenário: o juiz não pode nomear outro advogado para exercer o ato no momento, pois não ocorreria uma defesa efetiva;
Princípio do Sigilo das Votações: deve ser assegurado que o voto dos jurados não seja conhecido, nem mesmo pelos seus pares; também como garantia do sigilo das votações, não é revelado o resultado numérico da votação, e sim se a votação foi por maioria ou por unanimidade; este princípio é uma exceção ao Princípio da Publicidade que rege todos os atos processuais;
Princípio da Soberania dos Veredictos: se o Tribunal, em grau de recurso, entender que a decisão do Júri foi contrária às provas dos autos, deve anular o Júri e determinar a formação de novo Júri, em que são impedidos os jurados anteriores; o quantum de pena que o juiz fixou o Tribunal pode modificar em grau de recurso. No posicionamento de Guilherme Nucci nem em sede de Revisão Criminal o Tribunal poderia reformar a decisão do Júri; o posicionamento que tem prevalecido nos Tribunais é de que é possível a reforma da decisão na própria Ação de Revisão Criminal;
Princípio da Competência para Julgamento de Crimes Dolosos Contra a Vida: trata-se de uma competência pétrea determinada pela CF, que não pode ser modificada nem por Emenda Constitucional;
Procedimento do Júri
Possui três fases judiciais:
1ª Fase: Formação da culpa: desde quando é oferecida a ação penal até a decisão de Pronúncia, Impronúncia, Absolvição Sumária ou Desclassificação do Crime; corre perante o juízo comum singular;
Hipóteses em que pode haver Querelante no Tribunal do Júri: em casos de Ação Penal Privada, como por exemplo: injúria em concurso com tentativa de homicídio; em casos de Ação Penal Privada Subsidiária da Pública;
2ª Fase: Preparação do Processo Para Julgamento em Plenário: fase que se inicia após a Pronúncia e vai até a formação do Conselho de Sentença; as partes podem arrolar provas, requerer diligências; há a formação do Conselho de Sentença;
3ª Fase: Formação do Conselho de Sentença e Julgamento em Plenário;
1ª Fase: Formação da culpa
Pronúncia
Não é uma Sentença, é uma Decisão Interlocutória Mista (mista, pois também tem um caráter decisório e faz o processo passar de uma fase para outra) que submete o réu a julgamento pelo Tribunal do Júri, por entender o juiz que existe prova da materialidade do fato doloso contra a vida e indícios suficientes de autoria que a recaem sobre o réu;
A prova da materialidade que o juiz deve estar convencido é sobre o Fato e não sobre o crime, até porque, o fato pode ser sido amparado por alguma excludente e não configurar crime;
Ocorre depois de produzida toda a prova do processo;
É uma decisão de admissibilidade da acusação;
Nesta decisão a análise do juiz recairá apenas sobre o crime doloso contra a vida; potenciais crimes conexos serão analisados e julgados pelo Tribunal do Júri; o crime conexo ao doloso contra a vida não precisa passar pelo mesmo crivo do juiz; segundo posicionamento do STJ, o juiz natural da causa para os crimes conexos ao crime doloso contra a vida será o Tribunal do Júri; apenas na hipótese de o crime conexo ser absolutamente incabível o juiz o afastará de julgamento pelo Tribunal do Júri, não recebendo a denúncia ou absolvendo o acusado de tal crime;
Esta decisão possui os mesmos requisitos de uma sentença (relatório, fundamentação e dispositivo); a fundamentação da pronúncia, em exceção ao Princípio do Livre Convencimento Motivado, deve ser sucinta, admitindo o juiz a acusação sem influenciar o ânimo de quem vier a julgar o réu sobre o cometimento do crime; se o juiz analisar muito profundamente todas as teses apresentadas no processo vai esvaziar o julgamento do Tribunal do Júri ou vai interferir na convicção dos jurados, podendo ser causa de nulidade da sua decisão; a Soberania do Conselho de Sentença deve ser preservada;
Na fase de Formação da Culpa o brocardo jurídico principiológico aplicável é o in dúbio pro societa (na dúvida plausível, o juiz dará a Decisão de Pronúncia e quem decidirá será o Tribunal do Júri); o entendimento da doutrina e jurisprudência para que ocorra a Pronúncia nestas circunstâncias é de que a dúvida deve ser razoável, pois se existem provas ou indícios mínimos, seria caso de absolvição ou de impronúncia; há decisão do STF indicando que a dúvida deve recair sobre a autoria e não sobre a materialidade, pois esta última deve estar provada;
Da Decisão de Pronúncia cabe Recurso em Sentido Estrito;
Na decisão de pronúncia o juiz somente faz menção ao tipo penal básico e as circunstâncias; não poderá falar sobre agravantes e atenuantes ou critérios de fixação da pena, pois tais temas serão de tratamento do Juiz Presidente do Tribunal do Júri em Plenário;
Qualificadoras são tratadas na decisão de pronúncia; a manutenção da qualificadora será alvo de decisão do Tribunal do Júri; o afastamento da qualificadora pelo juiz somente pode ocorrer se esta for absolutamente incabível;
Outro tema que não poderá ser tratado de maneira exaustiva pelo juiz na decisão de pronúncia é sobre o Dolo;
Deve estar contida na decisão de pronúncia em relação a cada réu qual foi sua conduta, se autoria, co-autoria, partícipe, etc.;
Também devem estar contidas nesta decisão as motivações para que o réu seja mantido preso, se necessária tal medida cautelar; caso contrário, ele será posto em liberdade para aguardar o julgamento pelo Tribunal do Júri;
A pronúncia pode ser modificada depois do seu trânsito em julgado se algum fato superveniente ocorrer e implicar na modificação da classificação que foi dada ao fato; ex.: o réu é pronunciado por tentativa de homicídio e, antes de seu julgamento em plenário, a vítima falece em decorrência das lesões causadas; a pronúncia será alterada, garantindo vistas à acusação e à defesa;
O réu, preso ou solto, deve ser intimado da decisão de pronúncia; quanto ao réu solto, se não localizado, pode ser intimado por edital;
Provas novassomente podem modificar a pronúncia se o órgão acusador aditar a denúncia e correr todo o processo novamente, sob o crivo da ampla defesa e do contraditório;
Impronúncia
É uma Decisão Interlocutória Mista de conteúdo terminativo (termina com o processo), em que o juiz entende que não existem provas suficientes de materialidade do crime ou indícios de autoria para submeter o réu a julgamento pelo Tribunal do Júri;
Não há um julgamento de mérito na decisão de impronúncia, dizendo ser o réu culpado ou inocente; o posicionamento do juiz será no sentido de afirmar que não há prova suficiente para submeter o réu ao julgamento pelo Tribunal do Júri;
Esta decisão deve ser bastante fundamentada, porém, não adentrando no mérito da questão;
É uma decisão que indica que até aquele momento processual não existem provas suficientes; se a acusação, posteriormente, vier a acrescentar outras provas no processo, pode levar a uma decisão de Pronúncia, sempre com base em novas provas;
É uma decisão bastante questionada pela doutrina, já que, em princípio, ninguém pode ser julgado pelo mesmo fato mais de uma vez; ainda assim, nos crimes dolosos contra a vida, em razão da sua gravidade e importância dedicada pela legislação, abre-se esta possibilidade; na última reforma do CPP em relação ao Procedimento do Júri, vários doutrinadores defendiam que a Decisão de Impronúncia deveria ter sido extirpada do ordenamento jurídico; entendem estes doutrinadores que se não há provas nos autos, o réu deve ser absolvido, não permitindo ao Estado o direito de ficar investigando indefinidamente o acusado pela prática do fato;
Da decisão de impronúncia cabe apelação, tanto por parte da defesa quanto da acusação; a defesa pode pleitear pela absolvição sumária do acusado; a acusação pode pleitear a pronúncia ou a absolvição sumária do acusado;
Despronúncia é a decisão de 2º Grau, em sede de recurso, em que se desfaz a pronúncia;
Desclassificação do Crime
É uma decisão interlocutória simples; ocorre quando o juiz entende, com base nas provas do processo, que não se trata de crime de competência de julgamento pelo Tribunal do Júri, não se tratando de um crime doloso contra a vida;
A desclassificação do crime exige certeza e fundamentação profunda por parte do juiz;
Desclassifica-se o fato para outro fato; ex.: o juiz entende que não houve tentativa de homicídio e sim o delito de lesão corporal ou de disparo de arma de fogo; ex.: não houve homicídio por dolo eventual e sim um crime culposo no trânsito;
Nesta decisão o juiz diz que a competência para julgamento do fato não é do Tribunal do Júri; se este mesmo juiz for competente para julgamento do crime, ele mesmo já o julga; não sendo competente para o julgamento do crime, o juiz remeterá os autos ao juízo competente;
Da desclassificação cabe recurso em sentido estrito, com base no art. 581, II, do CPP, pois se trata de uma decisão que reconhece a incompetência do Tribunal do Júri para julgamento do fato;
Absolvição Sumária
É uma decisão terminativa de mérito; há julgamento do mérito do processo, absolvendo o acusado; é uma decisão em que o juiz entende que não ocorreu o fato criminoso ou que não há prova de que o réu praticou tal fato ou que o fato não é criminoso;
Desta decisão cabe apelação;
A absolvição sumária somente ocorrerá quando o juiz tiver certeza de que o processo, com base em suas provas, jamais levaria à condenação do acusado;
Se o acusado é considerado inimputável ou havendo dúvida sobre sua imputabilidade, o fato deve ser levado a julgamento pelo Tribunal do Júri, não podendo o juiz absolvê-lo sumariamente; tal análise é de competência do Tribunal do Júri;
2ª Fase: Preparação do Processo Para Julgamento em Plenário
Anteriormente à reforma de 2008 no CPP, a peça de acusação no Tribunal do Júri era o libelo criminis, que resumia a denúncia;
Após a reforma, a Decisão de Pronúncia, que é o resumo da acusação, passou a ser a peça sobre a qual a Defesa deverá se opor; a maioria da doutrina critica tal mudança, já que a decisão de pronúncia, em função da escassa fundamentação e exploração por parte do juiz singular, não é tão clara, prejudicando a ampla defesa do acusado;
Tudo que for perguntado aos jurados (questionário), deve estar contido na decisão de pronúncia;
De acordo com o art. 422 do CPP inicia-se esta fase com o oferecimento de prazo sucessivo de 5 dias às partes (acusação e depois defesa) para que indiquem as provas (todos os tipos) que pretendem produzir;
Limite de testemunhas do plenário do Tribunal do Júri: 5 de defesa e 5 de acusação; de acordo com o arbítrio do juiz poderá ser deferida a oitiva de outras testemunhas além das numerárias;
Da decisão de indeferimento de oitiva de testemunha além das numerárias não cabe recurso; se o defensor ou acusador não concordar com o indeferimento, deve protestar da decisão, logo no início do júri, fazendo constar o fato em ata; se, ao final do julgamento a parte teve decisão desfavorável, poderá utilizar como argumento o cerceamento de defesa ou de acusação;
Todas as potenciais nulidades que ocorram após a decisão de pronúncia devem constar em ata para que a parte possa eventualmente recorrer sobre elas;
Nada impede que o próprio jurado, na sessão de julgamento, peça para ser ouvida alguma testemunha que entenda ser essencial ao processo;
Se a parte entender que a oitiva de determinada testemunha é essencial à sua tese, deverá arrolá-la no processo com caráter de imprescindibilidade; caso esta testemunha for intimada e não comparecer, o juiz poderá mandar conduzi-la ou adiará a sessão de julgamento; se o requerimento não for com caráter de imprescindibilidade o julgamento poderá ser realizado, mesmo sem a oitiva da testemunha que faltar;
A testemunha que mora fora da comarca não pode ser arrolada com caráter de imprescindibilidade, pois nenhuma testemunha é obrigada a se deslocar à comarca de julgamento para prestar depoimento; se a parte entender que tal testemunha é realmente necessária, poderá envidar esforços próprios para que ela venha à sessão de julgamento; caso contrário, a testemunha poderá ser ouvida por carta precatória;
A juntada de documentos pode ser realizada em até 3 dias antes da sessão plenária;
Ao final desta fase o juiz deve elaborar um relatório sucinto do processo, contendo: resumo do conteúdo da denúncia, resumo do conteúdo da defesa prévia, resumo do elenco das provas, resumo do conteúdo das alegações finais, resumo do conteúdo da pronúncia e resumo da fase de preparação para julgamento;
Todos os 25 jurados sorteados para a sessão de julgamento, quando intimados, poderão requerer cópia do relatório do processo preparado pelo juiz;
Dasaforamento:
É uma decisão judicial que altera a competência territorial em alguns casos, determinando que o processo seja julgado em outra comarca, para assegurar a isenção do julgamento pelo Tribunal do Júri; é necessário comprovar materialmente a necessidade do desaforamento;
Pode haver reiterados pedidos de desaforamento;
Quatro causas podem levar ao pedido de desaforamento:
Interesse da ordem pública; ex.: comoção social elevada em relação ao fato, sem que a comarca tenha um efetivo policial suficiente para garantir a ordem pública;
Dúvida quanto à imparcialidade do júri;
Dúvida quanto à segurança pessoal do réu;
Demora do julgamento do processo não provocado pela defesa; os tribunais somente tem aceitado esta causa para desaforamento no caso de réu preso, passados mais de 6 meses da data da pronúncia;
O próprio juiz pode representar pelo desaforamento, se perceber a presença de uma das 3 primeiras causas;
Quando requerido por alguma das partes, deve se abrir vistas para a outra parte se manifestar a respeito;
O desaforamento é distribuído no Tribunal de Justiça para julgamento; tem preferência de julgamento;
Momento para se pedir o desaforamento: somente é processado, conhecido e provido, cuidando-se de processos prontos para julgamento em plenário do júri,

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