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APOSTILA I

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DIREITO PROCESSUAL PENAL CARREIRAS POLICIAS – PERITO CRIMINAL - 2017
Apostila I
Professora: Deusdedy Solano
1 Princípios 
2 Inquérito policial: 
	
PRINCÍPIOS GERAIS
Conceito
O Direito Processual Penal é o direito instrumental, utilizado pelo Estado para apuração de uma infração penal com o objetivo de aplicar o direito material (Direito Penal) ao caso concreto, é um conjunto de regras jurídicas que trazem as normas e ritos processuais, ou seja, o caminho a ser percorrido pelo Estado Juiz, do cometimento do crime até a sua sanção (punição), haja vista ninguém poder ser processado e julgado sem o devido processo legal, que visa apurar a responsabilidade de cada infrator dentro do contexto fático de um crime ou uma contravenção penal.
Guilherme de Souza Nucci, conceitua o Direito Processual Penal como: “ o corpo de normas jurídicas cuja finalidade é regular o modo, os meios e os órgãos encarregados de punir do Estado, realizando-se por intermédio do Poder Judiciário, constitucionalmente incumbido de aplicar a lei ao caso concreto”. 
Princípios constitucionais de natureza processual 
Princípio do devido processo legal 
O art. 5º, LIV, da Constituição estabelece que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. 
Este princípio deve encartar a ideia de Estado de Direito (devido processo legal objetivo) e inclusive no que concerne ao seu acrescimento democrático, que agrega noções de justiça, igualdade jurídica e respeito aos direitos fundamentais (LIMA, Maria Rosynete Oliveira. Devido Processo Legal. Porto Alegre: SAFE, 1999, p. 174)
Sob o enfoque subjetivo, o devido processo legal exige um juízo de razoabilidade ou proporcionalidade do Poder legiferante, obrigando que se produzam leis de acordo com os valores alçados à categoria de constitucionais ou supraconstitucionais, tais como justiça, dignidade da pessoa humana.
Princípio do contraditório 
O princípio do contraditório atribui, quanto ao réu o direito de ser cientificado do processo, conhecer a acusação e as provas contra ele produzidas, podendo contraditá-las, em igualdade à parte acusatória, o que exige uma ciência bilateral das partes e uma paridade de armas para se assegurar uma efetiva igualdade processual entre defesa e acusação, num sistema processual acusatório.
Portanto, é pelo princípio do contraditório que uma das partes tem o direito de impugnar as provas e alegações produzidas pela outra, principalmente o réu.
Princípio da ampla defesa 
Um consectário do princípio do contraditório é o princípio da ampla defesa que é destinado ao réu.
Diante do excelente aparato do Estado que possui todos os meios à sua disposição para a produção de provas e elaboração de uma acusação contra o indivíduo, percebe-se que este é a parte hipossuficiente do processo. Assim, o princípio da ampla defesa contém norma que assegura ao réu o direito de se valer de todos os meios de prova, em regra, ressalvadas as ilícitas, para contraditar a acusação, bem como da assistência de uma defesa técnica por advogado.
Princípio da plenitude de defesa 
Estabelece o inciso XXXVIII do art. 5º da CF que “é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida”.
O tribunal do júri é constitucionalmente competente para julgar os crimes dolosos contra a vida (homicídio, infanticídio, aborto, instigação, induzimento e auxílio ao suicídio), sendo-lhe assegurada a plenitude de defesa. 
Princípio do estado de inocência 
“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Essa é a norma insculpida no art. 5º, LVII, da CF, que estatui o princípio do estado de inocência ou da não culpabilidade que também tem assento no art. 8º, segundo item do Pacto de São José da Costa Rica – 1992, subscrito, referendado e ratificado pelo Brasil, in verbis: “2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa”.
O princípio do estado de inocência resulta em duas consequências: a) uma relacionada à restrição da liberdade; e b) outra relativa à produção de provas no processo (em face de ninguém ser obrigado o provar nada contra si mesmo).
Jurisprudência atual sobre o momento do início da execução em comparação com o princípio da presunção de inocência (decisão do STF de 17 de fevereiro de 2016 ) a pena pode ser cumprida após decisão de segunda instância, decide STF - Ao negar o Habeas Corpus (HC) 126292 na sessão desta quarta-feira (17), por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a possibilidade de início da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência. Para o relator do caso, ministro Teori Zavascki, a manutenção da sentença penal pela segunda instância encerra a análise de fatos e provas que assentaram a culpa do condenado, o que autoriza o início da execução da pena.
Princípio do juiz natural 
Os órgãos do Judiciário estão previstos na Constituição (art. 92 c/c 98, I,), que em alguns casos fixa a cada um deles uma competência específica ou atribui esta tarefa à lei infraconstitucional. 
O princípio do juiz natural está previsto, sob duas vertentes, na Constituição brasileira, no art. 5º, incisos XXXVII e LIII, que estabelecem, respectivamente: “XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
Princípio do promotor natural
É controvertida no meio doutrinário e na jurisprudência pátrios a existência do denominado princípio do promotor natural. Há quem entenda que esse princípio tem existência no direito brasileiro e é decorrente, também, do art. 5º, LIII, quando determina que ninguém pode ser processado senão pela autoridade competente.
Com efeito, o art. 129, I, da CF estabelece, entre outras funções institucionais do Ministério Público, a promoção, privativa, da ação penal pública. Logo, como o Ministério Público é titular da ação penal, cabe a ele processar criminalmente, mediante a oferta de denúncia, o indivíduo que viole a lei penal, nos casos de ação penal pública. E a Constituição teria garantido que ninguém poderá ser processado senão pela autoridade competente. 
Entretanto, cumpre-nos alertar que o STF é vacilante sobre o tema,. Ora acata a sua existência, ora a rechaça. Foi acatada pelo Plenário da Suprema Corte nos autos do HC 67759-2/RJ de 2003 e nos autos HC 87.388/DF 2006. Foi rechaçada no RE 387974/DF 2003, 2ª Turma.
Princípio da publicidade 
Em regra, os julgamentos e atos do processo penal são públicos, para que se possa fiscalizar a atuação do Judiciário, como se infere do art. 93, IX, da CF:
Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
A publicidade é uma garantia para a sociedade para transparecer a independência, imparcialidade e responsabilidade do judiciário ao julgar as lides, pois os processos são acessíveis a qualquer pessoa, dentro do que chamamos de publicidade geral. Ressalva é feita aos casos que interesse público ou intimidade não admitirem a publicidade geral (segredo de justiça), no máximo haverá a publicidade restrita (entre as partes).
Princípio da inadmissibilidade das provas ilícitas (art. 5º, LVI da CF e art. 157 do CPP)
Conceito de provas ilícitas 
A Constituição brasileira, no art. 5º, LVI, estatui que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.
Eis o princípio que veda a utilização de provas ilícitas noprocesso. Convém investigar o conceito de provas ilícitas.
A doutrina brasileira, tradicionalmente, considera que as provas colhidas com afronta à lei podem ser do gênero ilegais, cujas espécies são: a) ilícitas e b) ilegítimas. 
as provas ilícitas seriam aquelas colhidas com afronta à uma lei material; 
as provas ilegítimas seriam aquelas colhidas com afronta à uma lei processual.
No entanto, uma recente reforma ao Código de Processo Penal produziu efeitos sobre esse conceito da doutrina. A Lei n. 11.690/2008 modificou o art. 157 do CPP, para regulamentar o art. 5º, LVI, da CF. 
Eis o que dispõe o art. 157 do CPP: 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Pelo caput do art. 157 do CPP supracitado, a prova ilícita é aquela obtida em violação às normas constitucionais e legais. Assim, quando o legislador fala que a prova ilícita é aquela que afronta a lei e não distingue se a lei é processual e material, as duas hipóteses se configuram como ilícitas (nesse sentido, note-se a doutrina de Andrey Borges de Mendonça, em sua excelente obra Nova Reforma do Código de Processo Penal. Ed. Método, p. 171).
g) Princípio da razoável duração do processo 
É certo que a Constituição previu o princípio da inafastabilidade da jurisdição ou da proteção judiciária ao vedar que a lei afaste do judiciário o conhecimento de lesão ou ameaça de lesão a direito (art. 5º, XXXV, da CF).
Entretanto, um processo judicial pode vir a se estender, causando em alguns casos o strepitus fori (escândalo legal) e diversos inconvenientes para as partes. Atento a isso, o Congresso Nacional aprovou a EC n. 45/2004, que, entre outras inovações, acrescentou ao art. 5º da CF o inciso LXXVIII, que traz em seu conteúdo o princípio da celeridade ou da razoável duração do curso do processo, nos seguintes termos: “A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”.
Dessa forma, para evitar a morosidade e procrastinação do processo e de suas consequências maléficas para a liberdade, a propriedade, a honra e a imagem das pessoas, é assegurada a razoável duração do curso do processo.
Outros princípios processuais penais
h) Proibição de juízo de exceção (art. 5º, XXXVII, da CF): “Não haverá juízo ou tribunal de exceção.” 
i) Igualdade ou isonomia (art. 5º, caput, da CF): “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, e à propriedade.” 
j) Duplo grau de Jurisdição: A todos é assegurada a reavaliação de uma sentença judicial. Este princípio está previsto implicitamente na estrutura do poder judiciário. 
k) Intranscedência (art. 5°, XLV, da CF): “A pena não passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, no termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.” 
l) Autodefesa ou da não auto incriminação – ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo, consagrado no acordo internacional de direitos humanos Pacto de São José de Costa Rica, conhecido como princípio do “nemo denetur se detegere”
INQUÉRITO POLICIAL
CONCEITO
É a primeira fase da persecução criminal. O inquérito policial é uma fase apuratória administrativa de caráter informativo, não é fase processual, apenas acompanhará a denúncia ou a queixa–crime quando for base para uma ou outra, segue as regras descritas no Código Processual Penal Brasileiro dos artigos 4º ao 23.
Não se aplica ao inquérito os mesmos princípios processuais da publicidade e do contraditório, o inquérito policial é útil ao processo por ser a apuração investigativa da infração, base para o oferecimento da denúncia ou queixa–crime em juízo, mas é dispensável se houver outros elementos de prova suficientes para o início da ação penal. 
Características do inquérito policial
Temos como características do inquérito:
– o caráter sigiloso – enquanto o processo é público, o inquérito corre de forma sigilosa, acessível somente ao advogado, que dele pode tirar cópias. (vide súmula vinculante nº 14 do STF)
– natureza inquisitiva – o IP é inquisitivo, ou seja, não se admite defesa em fase de inquérito, visto o indiciado que está sendo investigado ser apenas objeto da investigação e não um sujeito de direito, a quem ainda não é dado o direito de defesa, pois ainda não existe uma acusação, apenas uma investigação
– escrito – todas as peças produzidas no inquérito são reduzidas a termo, não havendo no apuratório nenhuma fase oral, tendo como característica ser escrito.
– dispensabilidade – embora útil à ação penal, não é necessário para a instauração do processo, podendo ser dispensado para a propositura da ação, desde que o Ministério Público ou o ofendido possuam peças de informação que subsidiem o oferecimento da denúncia à queixa em juízo.
– indisponibilidade – o inquérito é dispensável para a propositura da ação penal, mas não é disponível para a polícia.
- Informativo – os elementos de informação colhidos na fase inquisitiva só informarão o processo futuro, sendo as provas refeitas em juízo sob o crivo do contraditório e ampla defesa.
- Administrativo – É fase que antecede o processo e por isso tem natureza administrativa e não judicial.
Notitia criminis
Noticia direta ou espontânea: 
A instauração do inquérito se dá com a notícia do crime, notitia criminis, que pode ser de cognição imediata, conhecimento direto pela polícia através do corpo do delito, atendimento da vítima com traumatismos ou lesões em hospital, noticiários da mídia ou de qualquer outra forma capaz de levar o conhecimento direto da infração à polícia, sendo conhecida também como direta ou espontânea. 
Noticia indireta ou provocada: 
Cognição mediata vem através da vítima, do público ou por escrito, com requisição ou pedido de instauração de IP, através de requisição do juiz, promotor ou do Ministro da Justiça ou através de requerimento da vítima; a notícia de cognição mediata também pode ser chamada de provocada. Quando é feita através da vítima ou do público em geral, quando a ação for pública, teremos esta notícia mediata chamada de delatio criminis.
Notícia de atuação obrigatória
Temos ainda a notitia criminis de conhecimento ou cognição coercitiva, que é aquela do flagrante delito, a notícia vem junto com a obrigatoriedade da lavratura e início mediato do inquérito, pois acompanhou a notícia uma prisão em flagrante.
Noticia anônima – também conhecida como apócrifa ou inqualificada – neste caso antes da polícia instaurar o regular procedimento de apuração (inquérito policial) deve a polícia realizar pesquisas com o fim de averiguar se o fato tem verossimilhança e só instaurar o inquérito. A notícia apócrifa, por si só, não pode dar início ao inquérito, salvo se ela se configurar no próprio corpo de delito (a polícia recebe provas com a materialidade da infração)
Início do Inquérito Policial
A instauração é feita pela autoridade policial:
– de ofício – nos casos de ação penal pública incondicionada, ou seja, a notícia chega de forma direta à autoridade policial. Por exemplo, a localização de um cadáver; o delegado de ofício, sem nenhuma provocação, irá dar início ao inquérito.
– mediante requisição - do juiz ao do Ministério Público. Neste caso, o delegado, é obrigado a instaurar o IP. 
– por requerimento – solicitação da vítima; o ofendido pode requerer a instauração de inquérito emqualquer crime, seja de ação pública ou privada, sendo facultativo nos crimes de ação pública e necessário nos crimes de ação privada, pois a autoridade policial só pode instaurar um inquérito nos crimes de ação privada se houver requerimento da vítima.
Quando o crime for de ação pública condicionada, o delegado só pode instaurar o IP mediante a representação da vítima ou de seu representante legal. As peças iniciais do IP são a portaria ou o auto de prisão em flagrante, sendo a primeira dispensável quando for iniciado por requisição do juiz ou requerimento da vítima. No caso de requerimento, a autoridade policial fará análise de justa causa antes de instaurar o inquérito.
Diligências investigativas
Após tomar conhecimento da infração, deverá a autoridade policial se dirigir ao local do fato, apreender objetos relacionados ao crime, ouvir todas as pessoas envolvidas, determinar o reconhecimento de pessoas e coisas, bem como determinar, quando interessar à prova, a reconstituição de crime, desde que não atente contra a moralidade e a ordem pública. Serão realizados exames e perícias técnicas, dentre outras diligências legais e aptas à solução do crime. Quando for necessário, para elucidação do fato, diligências que atinjam as reservas constitucionais, tais como quebra de sigilos bancários ou telefônicos, buscas domiciliares, prisões provisórias ou interceptações telefônicas, a autoridade policial só poderá realizá-las, sob pena de vício e ilegalidade, com prévia determinação judicial, podendo a autoridade policial representar ao judiciário pela expedição dos mandados judiciais.
Identificação criminal de indiciado
	A identificação criminal do indiciado atenderá ao princípio constitucional previsto no artigo 5º, inc. LVIII da CF, ou seja, a pessoa identificada civilmente não o será criminalmente, atendidas às disposições legais. A Lei nº 12.037/2009, que regula a identificação criminal do indiciado, autoriza a identificação criminal quando, por exemplo, o indiciado não for identificado, não comprovar a identificação ou o documento apresentado estiver com os dados comprometidos em razão da precariedade do documento apresentado, bem como aparência de falsificação. ou conste de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações. 
Prazo para conclusão do inquérito policial 
No caso de indiciado preso, o prazo para conclusão do IP é de 10 dias, se o indiciado estiver solto o prazo é de 30 dias, podendo ser prorrogado pelo juiz caso existam diligências necessárias para a conclusão ainda não realizadas no prazo inicial. No caso de crimes apurados pela polícia federal, o prazo será de 15 dias prorrogáveis por mais 15 dias (Lei nº 5010/1966), estando o indiciado preso e de 30 dias prorrogável estando o indiciado solto. A Lei nº 11343/2006 – Lei Antidrogas – prevê que estando o indiciado preso a autoridade policial, terá o prazo de 30 dias para concluir o IP que podem ser prorrogados por mais 30 dias para conclusão, caso necessário, por extrema e comprovada necessidade, e no caso de indiciado solto, o prazo será de 90 dias prorrogáveis por mais 90 dias. Crimes ocorridos na presença ou contra a autoridade policial, quando esta lavrar o auto, deverá ser encaminhado imediatamente ao juiz competente, logo após a lavratura do auto.
Incomunicabilidade de preso
A incomunicabilidade do preso provisório poderá ser decretada pela autoridade judiciária por até três dias, não sendo atingido com essa medida o advogado do preso, que poderá se comunicar com ele por previsão no estatuto da OAB. A doutrina dominante entende que a incomunicabilidade não foi recepcionada pela constituição de 1988, estando então a mesma revogada.
Arquivamento e desarquivamento de inquérito policial
A autoridade policial não poderá determinar o arquivamento de inquérito policial, apenas de notícia, quando não existir justa causa para instauração do IP, porém, se instaurado, mesmo sem justa causa, somente a autoridade judiciária poderá determinar o arquivamento de inquérito.
 O arquivamento só se dará por requerimento do Ministério Público, que é acolhido pelo juiz que determina o arquivamento. Se o juiz não concordar com o requerimento de arquivamento feito pelo MP, encaminhará os autos do inquérito policial ao Procurador-Geral que irá decidir se denuncia, se indica outro membro do MP para denunciar ou se insiste no arquivamento. O membro do MP indicado pelo Procurador para denunciar será obrigado a fazê-lo. E caso o Procurador-Geral insista no arquivamento o juiz é obrigado a arquivar.
Se o inquérito estiver arquivado, só poderá ser desarquivado caso surjam novas provas.
A autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, mesmo se o inquérito estiver arquivado, sempre que tiver conhecimento de alguma prova nova, a qual poderá ensejar o desarquivamento do IP.
Se o pedido de arquivamento houver sido feito por prescrição do crime ou qualquer outra causa extintiva de
punibilidade, ou ainda porque o fato não constitui crime, ou seja, é atípico; mesmo com surgimento de novas provas, a decisão judicial faz coisa julgada e não poderá haver o desarquivamento do inquérito policial.
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA – CPP
DO INQUÉRITO POLICIAL
TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL
        Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.          (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995)
        Parágrafo único.  A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
        Art. 5o  Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
    I - de ofício;
     II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
        § 1o  O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
        a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
        b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
        c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
        § 2o  Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
        § 3o  Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
        § 4o  O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
        § 5o  Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
        Art. 6o  Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
        I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;           (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
        II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;         (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
        III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
        IV - ouvir o ofendido;
        V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
        VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
        VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisqueroutras perícias;
        VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
        IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
        X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.           (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 7o  Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
        Art. 8o  Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
        Art. 9o  Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
        Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
        § 1o  A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
        § 2o  No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
        § 3o  Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
        Art. 11.  Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
        Art. 12.  O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
        Art. 13.  Incumbirá ainda à autoridade policial:
        I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;
        II -  realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
        III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
        IV - representar acerca da prisão preventiva.
        Art. 13-A.  Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.            (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
I - o nome da autoridade requisitante;             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
II - o número do inquérito policial; e             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.            (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
Art. 13-B.  Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
§ 1o  Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência.             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
§ 2o  Na hipótese de que trata o caput, o sinal:             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei;             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
§ 3o  Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
§ 4o  Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.            (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
        Art. 14.  O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
        Art. 15.  Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
        Art. 16.  O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
        Art. 17.  A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
       Art. 18.  Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
        Art. 19.  Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
        Art. 20.  A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
      Parágrafo único.  Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes.          (Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012)
        Art. 21.  A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
        Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963)              (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966)
        Art. 22.  No Distrito Federal e nas comarcas em que houvermais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
        Art. 23.  Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.
EXERCICIOS DE FIXAÇÃO - Sobre os princípios no processo 
17. (CESPE TJDFT – Juiz Substituto 2016) Acerca do princípio do livre convencimento 
do juiz, assinale a opção correta. 
a) Tendo formado sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, o juiz poderá proferir decisão baseada exclusivamente nas provas não repetíveis, mas não poderá fazê-lo em caso de provas antecipadas ou cautelares.
b) O juiz deve formar sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo proferir decisão baseada exclusivamente nos elementos informativos colhidos na fase de investigação, tampouco nas provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
c) Dada a previsão de que o juiz deve formar sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório, a prova produzida na fase de investigação poderá fundamentar a decisão do magistrado se a sua produção tiver sido acompanhada pelo advogado do réu, ou seja, poderá o juiz fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos produzidos na fase de inquérito.
d) Em decorrência do princípio do livre convencimento adotado pelo CPP, o juiz pode decidir de acordo com sua vivência acerca dos fatos, desde que sua decisão seja devidamente fundamentada.
e) O juiz deve formar sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, e poderá proferir decisão com base exclusivamente nas provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
2. (VUNESP – 2015 PCCE Inspetor da Polícia Civil - O princípio que rege a atividade probatória – o qual consiste em exigir que o juiz tenha contato direto com as provas de que se valerá para decidir, sendo, em regra, inválida a prova produzida sem a presença do magistrado – é denominado 
a) Princípio da identidade física do juiz 
b) Princípio da comunhão dos meios de prova 
c) Princípio da concentração 
d) Princípio da imediação ou imediatidade 
e) Princípio da investigação. 
3. (FUNIVERSA 2015 – SEAP/DF Agente de Atividades Penitenciárias)
No que se refere ao direito processual penal, julgue o item, segundo o entendimento dos tribunais superiores e da doutrina dominante.
O fato de já existir processo penal deflagrado não altera a natureza das provas colhidas pela autoridade policial, que permanecem inquisitivas, prescindindo-se de contraditório para a obtenção dessas provas. 
4. (CESPE/UNB - Promotor MPE-RO - 2010) Será constitucional e, portanto, não violará o princípio da publicidade dispositivo de regimento interno do tribunal que preveja sessão secreta para o julgamento de autoridade com foro de prerrogativa de função. 
5. (CESPE/UNB 2013 – Juiz de Direito TJRN) - De acordo com o processo penal e com o princípio da presunção de inocência, o juiz não deve receber denúncia quando houver, além da prova da materialidade do crime, apenas indícios de autoria. 
6. (CESPE/UNB – Procurador do Estado -PE) A garantia do juiz natural e a vedação constitucional dos tribunais de exceção afastam do ordenamento jurídico brasileiro o instituto do foro especial ou privilegiado. 
7. (CESPE/UNB - Procurador do Estado-PE) A legislação brasileira alberga o princípio da verdade real de forma relativa, tanto que não é permitida a rescisão de uma absolvição já transitada em julgado quando surjam provas concludentes contra o agente. 
8. (CESPE/UNB - Juiz Federal Substituto-TRF 2ª Região) Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. 
10. (CESPE/UnB – MPE/PI – Promotor 2012) É ilícita a investigação criminal fundada em elementos de informação obtidos mediante gravação ambiental de conversa não protegida por sigilo legal realizada por apenas um dos interlocutores e à revelia do outro.
11. (CESPE/UnB - Defensor Público-ES) O juiz não pode vetar o direito de vista do processo fora da secretaria, mesmo em caso de diversidade de réus e necessidade de juntada freqüente de documentos de interesse de todas as partes, sob pena de violação do princípio da ampla defesa, segundo o STJ. 
12. (CESPE/UnB – MPE/PI – Promotor 2012) - Consoante o entendimento jurisprudencial do STF no que se refere às disposições constitucionais e aos princípios aplicáveis ao direito processual penal, o pacto de São José da Costa Rica institucionalizou o princípio nemo denetur se detegere. Nesse contexto, o chamado réu confesso assume postura incomum, ao afastar-se do instinto do autoacobertamento para colaborar com a elucidação dos fatos. 
13. (CESPE/UnB - Juiz Substituto-TJAL) No direito processual penal, não vigora o princípio da identidade física do juiz, previsto na lei processual civil. 
14. A Constituição Federal estabelece que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”, sendo este o princípio do due process of law que tem como exceção as medidas cautelares.
15. (CESPE/UnB - Exame de Ordem) Acerca do princípio da inocência, o réu tem o dever de provar sua inocência e cabe ao acusador apresentar indícios de autoria e materialidade. 
16. (FUNIVERSA – Delegado PCDF - 2015) O princípio da identidade física do juiz não se aplica ao processo penal. . 
17. (FUNIVERSA 2015 – SEAP/DF Agente de Atividades Penitenciárias)
No que se refere ao direito processual penal, julgue o item, segundo o entendimento dos tribunais superiores e da doutrina dominante.: Ao ser interrogado, o acusado pode calar acerca dos fatos criminosos que lhe são imputados ou, ainda, e via de consequência do sistema de garantias constitucionais, negar a autoria delitiva, sem que isso dê ensejo à apenação criminal ou mesmo à valoração negativa dessas declarações pelo magistrado. 
18. (FCC TJES – 2015 – Juiz Substituto) Em relação às garantias constitucionais do processo penal, é correto afirmar que:
a) a defesa da intimidade não é motivo para restrição da publicidade dos atos processuais.
b) é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurada a competência para o julgamento, exclusivamente, dos crimes dolosos contra a vida. 
c) a garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. 
d) a garantia da duração razoável e os meios que garantam a celeridade da tramitação aplicam-se exclusivamente ao processo judicial. 
e) o civilmente identificado não será submetido, em nenhuma hipótese, a identificação criminal.
19. (FCC DPE – MA – Defensor Público 2015) A necessidade de assegurar que as partes gozem das mesmas oportunidades e faculdades processuais consiste o conteúdo do princípio processual 
a) da paridade de armas. 
b) do contraditório. 
c) da ampla defesa. 
d) da identidade física do juiz. 
e) do estado de inocência. 
20. (VUNESP 2015 TJ-MS Juiz Substituto)
Com relação ao Princípio Constitucional da Publicidade, com correspondência no Código de Processo Penal, é correto afirmar que 
a) a publicidade ampla e a publicidade restrita não constituem regras de maior ou menor valor no processo penal, cabendo ao poder discricionário do juiz a preservação da intimidade dos sujeitos processuais. 
b) a publicidade restrita tem regramento pela legislação infraconstitucional e não foirecepcionada pela Constituição Federal, que normatiza a publicidade ampla dos atos processuais como garantia absoluta do indivíduo. 
c) de acordo com o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, com nova redação dada pela EC 45/2004, os atos processuais serão públicos, sob pena de nulidade, cabendo ao juiz limitar a presença, nas audiências, de partes e advogados. 
d) a publicidade restrita é regra geral dos atos processuais, ao passo que a publicidade ampla é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, dependendo de decisão judicial no caso concreto. 
e) a publicidade ampla é regra geral dos atos processuais, ao passo que a publicidade restrita é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, dependendo de decisão judicial no caso concreto. 
21. (VUNESP MPE-SP Analista de Promotoria 2015) De acordo com o princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5° , inciso LVII, da Constituição Federal, explícito no processo penal
a) iniciada a ação penal e feita a citação, o réu não é obrigado a comparecer em Juízo e se autoacusar, mas, comparecendo, não tem direito ao silêncio. 
b) em caso de dúvida, por aplicação do princípio da prevalência do interesse da sociedade (in dubio pro societate), condena-se o acusado. 
c) o ônus da prova de inocência cabe à defesa, após recebimento da denúncia ou queixa-crime e consequente início da ação penal. 
d) surge como sua decorrência lógica, a indispensabilidade da medida cautelar extrema, de prisão, ainda que desnecessária à instrução e à ordem pública 
e) presume-se inocente o acusado até pronunciamento de culpa, por sentença condenatória, transitada em julgado. 
22. (FUNIVERSA 2015 SAPeJUS – GO – Agente de Seg. Prisional) 
a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. 
b) São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. 
c) Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se essa não for intentada no prazo legal. 
d) Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
e) Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo
23. (FUNIVERSA 2015 PC-DF – Delegado de Polícia) Com base na legislação processual penal e na jurisprudência e doutrina majoritária relativas à matéria, assinale a alternativa correta
a) Da decisão do delegado de polícia que nega pedido de abertura de inquérito policial formulado pelo ofendido ou por seu representante legal, caberá, nos termos do CPP, correição parcial endereçada ao juiz da causa, além de recurso administrativo dirigido ao chefe de polícia. 
b) A lei veda, em virtude do princípio do ne bis in idem, a aplicação cumulativa de medidas cautelares diversas da prisão. 
c) Na hipótese de descumprimento de medida cautelar pessoal, o juiz poderá, a requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, substituir a medida ou impor outra em cumulação, sendo-lhe vedado, porém, tomar essas providências de ofício. 
d) É vedada a persecução penal fundada exclusivamente em notícia-crime apócrifa ou inqualificada. 
e) Em regra, nos crimes de ação penal pública condicionada à representação do ofendido, o inquérito policial somente poderá ser instaurado se o ofendido ou seu representante tiver procedido à representação, devendo esta, ainda, consoante entendimento do STJ, satisfazer formalidades específicas, como ser apresentada ou reiterada, dentro do prazo decadencial, perante a autoridade judicial
GABARITO SOBRE PRINCÍPIO
E
D
C
E
E
E
C
C
E
E
E
C
E
E
E
E
C
C
A
E
E
E
D
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – SOBRE INQUÉRITO POLICIAL
1. (IADES TER PA 2014 – Analista Judiciário) O inquérito policial é um procedimento administrativo de investigação, a cargo das Polícias Judiciárias estaduais e federal, com a finalidade precípua de subsidiar as futuras ações penais, públicas ou privada. Acerca do tema inquérito policial, é correto afirmar que 
a) inquérito policial é imprescindível ao ajuizamento da ação penal. 
b) caderno investigativo tem como característica marcante o contraditório. 
c) delegado de polícia, na condição de presidente do inquérito policial, pode solicitar o arquivamento caso não vislumbre qualquer linha de investigação. 
d) Sendo a ampla defesa um direito constitucionalmente consagrado, inclusive daquele que acabou de ser preso, caberá ao delegado de polícia velar pela preservação desse direito no inquérito policial. 
e) ato de indiciamento é privativo do delegado de polícia, não podendo o órgão ministerial imiscuir-se em tal questão. 
2 (CESPE TER RS – Analista Judiciário 2015) A respeito dos princípios gerais do direito processual penal e do inquérito policial, assinale a opção correta. 
a) Lei processual que, de qualquer modo, altere rito procedimental, de forma a favorecer o acusado, aplica-se aos atos processuais praticados antes de sua vigência. 
b) A incomunicabilidade do indiciado somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
c) O arquivamento do inquérito policial embasado no princípio da insignificância faz coisa julgada material, o que impede seu desarquivamento diante do surgimento de novas provas. 
d) Expressamente previsto na Constituição Federal, o princípio do promotor natural garante a todo e qualquer indivíduo o direito de ser acusado por órgão imparcial do Estado, previamente designado por lei, vedada a indicação de acusador para atuar em casos específicos. 
e) Diplomata de Estado estrangeiro que cometer crime de homicídio dentro do território nacional será processado conforme o que determina a lei processual brasileira.
 
3. (CESPE TJDFT – Analista Judiciário 2015) Com relação ao inquérito policial e à ação penal, julgue o item que se segue. 
A doutrina e a jurisprudência majoritárias admitem o denominado arquivamento implícito, que consiste no fato de o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público por apenas alguns dos crimes imputados ao indiciado impedir que os demais sejam objeto de futura ação penal. 
4. (FCC TJPI – Juiz de Direito 2015) Conforme o Código de Processo Penal, certos requisitos, sempre que possível, deverão constar do requerimento de instauração de inquérito policial, EXCETO,  
a) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos.  
b) a narração do fato, com todas as suas circunstâncias.  
c) a classificação da infração penal em tese cometida.  
d) as razões de convicção ou de presunção de ser o indiciado o autor da infração.
e) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
5. (FGV PGE RO – Técnico da Procuradora 2015 ) Foi instaurado inquérito policial para apurar a conduta de Ronaldo, indiciado como autor do crime de homicídio praticado em face de Jorge. Ao longo das investigações, a autoridade policial ouviu diversas testemunhas, juntando os termos de oitiva nos autos do procedimento. Concluídas as investigações, os autos foram encaminhados para a autoridade policial. Sobre o inquérito policial, é correto afirmar que:
a) não é permitido à autoridade policial, em regra, solicitar a realização de perícias e exame de corpo de delito, dependendo para tanto de autorização da autoridade judicial;
b) como instrumento de obtenção de justa causa, é absolutamente indispensável à propositura da ação penal;
c) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório, digam respeito ao exercício do direito de defesa;
d) constatado, após a instauração do inquérito e conclusão das investigações, que a conduta do indiciado foi amparada pela legítima defesa, poderá a autoridade policial determinar diretamente o arquivamento do procedimento;
e) uma vez determinado seu arquivamento pela autoridadecompetente, independente do fundamento, não poderá ser desarquivado, ainda que surjam novas provas.
6. (FMP 2015 0 MPE AM Promotor de Justiça) Em relação ao inquérito policial, assinale a alternativa correta. 
a) O inquérito policial somente poderá ser avocado ou redistribuído, mediante decisão fundamentada de superior hierárquico, por motivo de interesse público ou por inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.
b) Em razão de o Poder Judiciário não poder ordenar o Ministério Público a acusar, o processo penal brasileiro não admite recurso contra a decisão que determina o arquivamento do inquérito.
c) Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, de imediato, deverá mandar instaurar inquérito.
d) Ao tomar conhecimento da prática de infração penal de iniciativa pública incondicionada submetida ao procedimento comum, a autoridade policial deverá instaurar inquérito policial de ofício, a fim de obter elementos que apontem a autoria e comprovem a materialidade das infrações.
e) O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que o juízo houver expedido a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
7. ( FAURGS – TJRS 2015 – Outorga de Serviços Notoriais) Assinale a alternativa que contém afirmação correta sobre o inquérito policial. 
a) Após a instauração formal do inquérito, a autoridade policial não poderá determinar o seu arquivamento, sendo essa competência exclusiva do juiz, que poderá assim proceder apenas em caso de solicitação expressa do representante do Ministério Público. 
b) No curso do inquérito policial, a legislação atualmente em vigor não reconhece o direito de petição do indiciado, haja vista a natureza inquisitória de tal procedimento. 
c) A lei processual penal retroage em benefício do acusado, impondo a invalidação e consequente necessidade de repetição de todos os atos praticados sob a vigência da norma revogada. 
d) Determinado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, a pedido do Ministério Público em face da inexistência de elementos suficientes para o oferecimento da denúncia, a autoridade policial não poderá dar seguimento às investigações, sob pena de violação do princípio do ne bis in idem
8. (FCC 2015 – DPE SP Defensor Público) O arquivamento implícito do inquérito policial é 
a) consequência lógica da rejeição parcial da denúncia. 
b) o fenômeno decorrente de o MP deixar de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum suspeito, sem expressa justificação. 
c) o arquivamento promovido fundamentadamente pelo Procurador-Geral da República dos inquéritos que tratam de suposta prática de crimes de competência originária do Supremo Tribunal Federal. 
d) o arquivamento operado de ofício pelo delegado de polícia, quando este entende estarem ausentes prova da materialidade delitiva e indícios mínimos de autoria. 
e) o arquivamento promovido pelo Procurador-Geral de Justiça, após a remessa dos autos pelo juiz de direito que discorda do pedido de arquivamento requerido pelo órgão do Ministério Público em primeiro grau
9. (FGV 2015 – TJ RO Técnico Judiciário) Glória foi vítima de um crime de estupro praticado no interior de sua residência. Sendo a natureza da ação pública condicionada à representação, compareceu, então, à Delegacia, narrou o ocorrido e manifestou o interesse na apuração do fato, razão pela qual foi instaurado inquérito. Considerando a hipótese narrada e as características do inquérito policial, é correto afirmar que: 
a) caso houvesse indícios da autoria e prova da materialidade delitiva, a instauração de inquérito policial seria prescindível para propositura da ação penal; 
b) o inquérito policial tem como algumas de suas principais características a oralidade, a oficialidade e oficiosidade; 
c) uma das características do inquérito policial é o sigilo, razão pela qual não poderá o defensor do indiciado ter acesso aos autos, ainda que em relação àquilo já documentado; 
d) o inquérito policial é disponível, de modo que a autoridade policial poderá determinar seu arquivamento diretamente; 
e) a natureza de ação pública condicionada à representação do crime de estupro exige que a representação seja ofertada para fins de propositura da ação penal, mas não para instauração de inquérito. 
10. (FGV 2015 TJRO – Oficial de Justiça) No dia 30 de março de 2014, Marta foi vítima de um crime de homicídio, razão pela qual foi instaurado inquérito policial para identificação do autor do delito. Após diversas diligências, não foi possível identificar a autoria, razão pela qual foi realizado o arquivamento do procedimento, pela falta de justa causa, de acordo com as exigências legais. Ocorre que, em abril de 2015, a filha de Marta localizou o aparelho celular de Marta e descobriu que seu irmão, Lúcio, havia enviado uma mensagem de texto para sua mãe, no dia 29 de março de 2014, afirmando para a vítima “se você não me emprestar dinheiro novamente, arcará com as consequências”. Diante disso, a filha de Marta apresentou o celular de sua mãe para a autoridade policial. 
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que o arquivamento do inquérito policial:
a) fez coisa julgada material, de modo que não mais é possível seu desarquivamento;
b) não fez coisa julgada, mas não é possível o desarquivamento porque a mensagem de texto não pode ser considerada prova nova, já que existia antes mesmo da instauração do inquérito policial;
c) foi realizado diretamente pela autoridade policial, de modo que não faz coisa julgada material;
d) não fez coisa julgada material, podendo o inquérito ser desarquivado, tendo em vista que a mensagem de texto pode ser considerada prova nova;
e) não fez coisa julgada material, mas não mais caberá desarquivamento, pois passados mais de 06 meses desde a decisão.
11. (IADES 2014 – TER PA Analista Judiciário) No que se refere aos titulares das ações penais, assinale a alternativa correta. 
a) O Ministério Público somente é titular das ações penais públicas incondicionadas, uma vez que nas ações condicionadas à representação cabe ao ofendido tomar todas as providências para a higidez do processo. 
b) No caso de ação penal privada personalíssima, caso o querelante morra, o direito de queixa poderá ser exercido pelos familiares deles ou seja, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
c) Em caso de crime de ação penal privada, o querelante poderá oferecer queixa-crime ao juiz competente, podendo fazê-lo por meio de advogado, ou ainda, agir em causa própria caso disponha de capacidade postulatória. 
d) Em razão do princípio da indisponibilidade, a vítima de crime de ação penal privada não poderá dela dispor depois do oferecimento da peça acusatória (queixa-crime). 
e) De acordo com o CPP, nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, será possível a retratação, desde que ela ocorra antes do recebimento da denúncia. 
12. (CESPE/UnB – Analista Judiciário – área judiciária TRE/GO 2015) Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento. Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial. 
1. o Ministério Público pode requerer ao juiz a devolução do inquérito à autoridade policial, se necessária a realização de nova diligência imprescindível ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo pericial do local arrombado. 
2. embora fosse possível a instauração do inquérito medianterequisição do juiz, somente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito. 
3. o prazo legal para que o delegado de polícia termine o inquérito policial é de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de dez dias, se preso preventivamente pelo juiz, contado esse prazo, em ambos os casos, da data da portaria de instauração. 
13. (CESPE/UnB – Analista Judiciário – área judiciária TRE/GO 2015). Camila foi presa em flagrante delito pela suposta prática de tráfico de drogas. Após ser citada da ação penal, manifestou interesse em ser assistida pela defensoria pública. Com relação a essa situação hipotética, com base na jurisprudência d o Superior Tribunal de Justiça e nas disposições do Código de Processo Penal. Devido à gravidade do delito de que Camila é acusada, o juiz que receber o auto de prisão em flagrante está legalmente impedido de, de ofício, conceder-lhe liberdade provisória ou aplicar-lhe medidas cautelares. 
14. (CESPE/UnB – Analista Judiciário – Direito TJ/SE 2014) Acerca do inquérito policial, da ação penal e da competência, julgue os próximos itens.
Comprovada, durante as diligências para a apuração de infração penal, a existência de excludente de ilicitude que beneficie o investigado, o delegado de polícia deverá determinar o arquivamento do inquérito policial. 
15. (CESPE/UnB – TJBA - Juiz de Direito Substituto 2012). Considerando os institutos aplicáveis ao direito processual penal, assinale a opção correta.
A) De acordo com o entendimento dos tribunais superiores, em face do princípio da ampla defesa, é direito do defensor, no interesse do representado, ainda que em fase inquisitorial, ter acesso a procedimento investigativo referente à medida de busca e apreensão domiciliar a ser executada. 
B) Consoante o entendimento dos tribunais superiores, o arquivamento de inquérito policial com base na atipicidade do fato tem eficácia de coisa julgada material, exceto se emanada a decisão de juiz absolutamente incompetente.
C) O juiz pode determinar, de ofício, a reconstituição do crime durante a fase inquisitorial.
D) Segundo o entendimento dos tribunais superiores, em hipótese nenhuma, é admitida a persecução penal iniciada com base em denúncia anônima.
16. (CESPE/UnB – Analista Judiciário – área judiciária TJCE 2014) No que diz respeito ao inquérito policial, assinale a opção correta.
Se tratando de crimes de ação penal pública condicionada, o inquérito policial poderá ser iniciado de ofício pela autoridade policial sem a representação do ofendido, necessária apenas para dar início à ação penal.
b) Tratando-se de crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser iniciado mediante requisição do Ministério Público ou da autoridade judiciária.
c) O indiciado pode requerer à autoridade policial qualquer diligência que julgue necessária.
d) A autoridade policial deve nomear curador ao indiciar menor de 18 anos de idade.
e) Nos crimes de ação penal pública, o inquérito policial somente poderá ser iniciado de ofício pela autoridade policial.
17. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA/ES/CESPE) Em relação às normas de direito processual penal, julgue o seguinte item.
De acordo com as novas regras processuais penais, é obrigatória a presença de defensor para o indiciado durante o interrogatório feito na fase policial, cabendo ao defensor o direito de interferência, a fim de que sejam garantidos ao indiciado a ampla defesa e o contraditório ainda na fase inquisitiva. 
18. (MPAL - Promotor de Justiça 2012) Em relação ao inquérito policial, é correto afirmar que
(A) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
(B) a autoridade policial poderá requerer a devolução dos autos do juiz para a realização de ulteriores diligências quando o indiciado estiver preso em flagrante e a diligência for célere.
(C) poderá ser instaurado de ofício nos crimes de ação penal pública incondicionada, mas apenas mediante requisição do Ministério Público ou do juiz. 
(D) poderá ser arquivado pelo Delegado Geral de Polícia quando reconhecida, pela autoridade policial, a ocorrência de legítima defesa.
(E) se o investigado já foi identificado civilmente não deverá ser indiciado.
19. ( MPEAP-Promotor de Justiça 2012). Quanto ao inquérito policial, é INCORRETO afirmar:
(A) Nos crimes processados mediante ação penal de iniciativa pública condicionada à representação, é necessária a formulação desta para que o inquérito seja instaurado.
(B) O indiciado poderá requerer à autoridade policial a realização de qualquer diligência.
(C) O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, prescindíveis ao oferecimento da denúncia.
(D) A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito policial, mesmo se verificada a atipicidade do fato investigado.
(E) O inquérito policial é dispensável para a propositura da ação penal.
20. (MPEMT – Promotor 2012)
Quanto ao prazo para a conclusão do inquérito policial, analise as assertivas abaixo.
I - Segundo o Código de Processo Penal, o inquérito policial deverá terminar no prazo de 15 quinze) dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
II - Conforme o Código de Processo Penal, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou se estiver preso preventivamente, o prazo para terminar o inquérito policial será contado a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
III - No rito da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006), o inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
IV - Os prazos para a conclusão do inquérito policial no rito da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006) podem ser triplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
V - Os prazos para a conclusão do inquérito policial no rito da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006) podem ser triplicados pelo juiz, dispensada a oitiva do Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. 
Estão corretas a assertivas:
(A) I e II, apenas.
(B) III e IV, apenas.
(C) II, III e IV, apenas.
(D) II, IV e V, apenas.
(E) II e III, apenas. 
21. (VUNESP TJRJ-Juiz Substituto 2012) Assinale a alternativa correta no que concerne ao regramento que o CPP dá ao inquérito policial.
(A) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas, ainda que tenha notícia de outras provas.
(B) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
(C) Em qualquer crime de ação pública não é necessária a representação da vítima para que o inquérito seja iniciado.
(D) É irrecorrível o despacho da autoridade policial que indefere o requerimento de abertura de inquérito.
22. (TJMS – Juiz 2012). Analise as proposições acerca do inquérito policial. 
I. A notitia criminis inqualificada, de per si, é considerada pelos tribunais superiores como fundamento insuficiente capaz de ensejar a instauração de inquérito policial.
II. Existe dependência formal entre o inquérito policial e a ação penal com base nele ajuizada. Por essa razão, eventual mácula identificada no bojo das investigações criminais contaminará a ação penal superveniente.
III. O inquérito policial pode ser considerado uma importante garantia do Estado Democrático de Direito, na medida em que, ao promover diligências na tentativa da colheita preliminar de provas concretas da materialidade de um delito e de indícios robustos de sua autoria, pode emprestarà ação penal a justa causa necessária ao seu ajuizamento ao mesmo passo em que pode impedir o processamento criminal de inocentes, preservando-os de acusações judiciais infundadas e temerárias. 
IV. A instauração de inquérito policial é uma das causas interruptivas da prescrição penal.
V. Em regra, nos delitos que ensejam ação penal pública condicionada à representação, o inquérito policial somente deverá ser instaurado se houver representação do ofendido ou de seu representante legal. Segundo orientação do STJ, a representação em comento não exige formalidade específica, bastando que expresse a vontade do legitimado na apuração do fato criminoso. 
Está(ão) CORRETA(S):
A) Apenas as proposições I, III e V.
B) Apenas as proposições I e IV.
C) Apenas as proposições I, II e V.
D) Apenas as proposições II, III e IV.
E) Apenas as proposições III, IV e V.
23. (DELEGADO DE POLÍCIA/SC-ACAFE) Sobre o inquérito policial, considere as seguintes afirmativas.
O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
A instauração de inquérito nas ações penais públicas é essencial ao oferecimento da denúncia.
Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência da infração penal em que caiba ação pública poderá verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial para que seja instaurado inquérito.
Assinale a alternativa correta.
a. As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
b. Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
c. Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
d. Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
e. Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
24. (FUNIVERSA 2015 – PCDF Delegado de Polícia) Assinale a alternativa correta em relação ao inquérito policial.
(A) Há, no ordenamento jurídico brasileiro, expressa previsão do inquérito policial 
judicialiforme.
(B) Nos crimes em que a ação pública depender de representação, o inquérito não poderá em ela ser iniciado.
(C)O inquérito policial, cuja natureza é cautelar, constitui uma das fases processuais.
(D)O inquérito policial é dispensável à propositura da ação penal privada e da ação penal pública 
condicionada, mas é indispensável à propositura da ação penal pública incondicionada.
(E) Segundo jurisprudência pacificada no STF, o poder de investigação do Ministério Público é amplo e irrestrito
25. (FUNIVERSA 2015 – PCDF Delegado de Polícia) Com base na legislação, na jurisprudência e na doutrina majoritária, assinale a alternativa correta acerca do inquérito policial, da prisão temporária e da participação do Ministério Público na investigação criminal.
(A) O inquérito policial é um procedimento administrativo, prevalecendo, na doutrina, o entendimento de que se devem observar todas as garantias ínsitas ao contraditório e à ampla defesa durante o inquérito policial, o que concede ao investigado, por exemplo, o direito à dialeticidade processual e à produção de provas.
(B)Conforme o STJ, a participação de um membro do Ministério Público na fase de investigação criminal não acarreta o seu impedimento ou a sua suspeição para o oferecimento da denúncia.
(C)Em casos teratológicos, o STF e o STJ têm admitido que a autoridade policial que preside o procedimento administrativo promova o arquivamento do inquérito policial perante o juiz.
(D)O descumprimento do prazo previsto em lei para concluir o inquérito policial justifica, 
ipso facto, o relaxamento da prisão por excesso de prazo.
(E)Após recente inovação legislativa, o prazo da prisão temporária foi unificado, independentemente de o crime ser hediondo ou a ele equiparado.
26. (FUNIVERSA 2015 – PCGO Papiloscopista)
Com relação ao habeas corpus e ao inquérito policial, segundo entendimento do STJ, assinale a alternativa correta. 
a) Como regra, o habeas corpus serve para o trancamento de inquérito policial. 
b) O rito do habeas corpus prescinde de prova pré-constituída do direito alegado, não necessitando a parte de demonstrar, por meio de documentos que evidenciem a pretensão aduzida, a existência de constrangimento ilegal. 
c) É inadmissível a utilização do habeas corpus para o trancamento de inquérito policial quando restar provada, inequivocamente, sem a necessidade de exame valorativo do conjunto fático-probatório, a ausência de indícios de autoria ou de prova da materialidade do delito. 
d) O mero indiciamento em inquérito policial, ainda que existam fundadas suspeitas de participação ou autoria delitiva, configura constrangimento ilegal sanável mediante habeas corpus. 
e) O habeas corpus pode ser utilizado para trancar o inquérito policial quando restar provada, inequivocamente, sem a necessidade de exame valorativo do conjunto fático-probatório, a atipicidade dos fatos
27. (FUNIVERSA 2015 – SEAP/DF Agente de Atividades Penitenciárias)
a) Segundo a doutrina, arquivamento indireto do inquérito policial é o fenômeno de ordem processual que decorre de quando o titular da ação penal deixa de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem expressa manifestação desse procedimento, e o juiz recebe a denúncia sem remeter a questão ao chefe institucional do Ministério Público. 
b) Na visão do pretório excelso, a decisão que determina o arquivamento do inquérito policial, a pedido do Ministério Público, quando o fato nele apurado for considerado atípico, produz, mais que preclusão, coisa julgada material, impedindo ulterior instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio, mesmo com a existência de novas provas. 
c) Uma das características do inquérito é a sua publicidade, uma vez que a Constituição Federal assegura a publicidade dos procedimentos realizados por autoridades públicas. 
d) Em regra, admite-se recurso contra a decisão que arquiva os autos do inquérito policial. 
e) Segundo o CPP, o inquérito deverá terminar no prazo de 5 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nessa hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 15 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
GABARITO – INQUÉRITO
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