Testes Psicológicos na Avaliação Psicológica

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO - UnC
PATRÍCIA VASCONCELOS SIQUEIRA CAMBOIM
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
CONCÓRDIA
2018
PATRÍCIA VASCONCELOS SIQUEIRA CAMBOIM
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Trabalho Acadêmico, apresentado como exigência para obtenção de nota na disciplina de Avaliação Psicológica, do curso de Psicologia, ministrado pela Universidade do Contestado – UnC, Campus Concórdia, sob Orientação da Professor Valdemir Debastiani.
CONCÓRDIA
2018
TESTES PSICOLÓGICOS: CONCEITO, USO E FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO
A comunidade psicológica brasileira possui cerca de 20 mil psicólogos. Estudos realizados mostram que metade destes profissionais não fazem avaliação psicológica e não utilizam testes psicológicos em suas práticas profissionais. No Brasil existem cerca de 100 testes psicológicos com parecer favorável do Conselho Federal de Psicologia e em condições de uso com fins diagnósticos.
OS TESTES PSICOLÓGICOS E SUA UTILIDADE NOS PROCESSOS AVALIATIVOS
Os testes psicológicos são instrumentos auxiliares no processo de Avaliação Psicológica, em parceria com outros recursos avaliativos, e colaboram para a compreensão da queixa e do indivíduo. É uma medida objetiva, padronizada, com grande rigorosidade científica, de uma amostra de comportamento, que analisam uma pequena parcela, cuidadosamente escolhida, que permite compreensões sobre o comportamento do indivíduo. 
A função deste instrumento é de aferir diferenças entre pessoas ou diferenças entre os mesmos indivíduos em várias situações, tendo como referência a amostra normativa do referido teste. 
Quando bem aplicados, oferecem informações úteis sobre fenômenos não tão facilmente observáveis. O que subsidia a confiança dessas informações, a amostra de comportamento, a interpretação, a característica psicológica, é a pesquisa empírica, que, por sua vez, possibilita a investigação do carácter científico do instrumento psicológico. Quando um instrumento é escolhido, por meio de pesquisas que empregam métodos científicos adequados, sua utilização, além de ampla, inclui os contextos psicológicos, educacionais, sociológicos e culturais apropriados.
No entanto, convém destacar, os testes vêm sendo muito criticados, isso se dá porque concepções equivocadas e aplicações erradas tem levado a decisões infelizes. Essas críticas aos instrumentos datam de longa data, pois eram precários e não forneciam os resultados seguros que se esperavam. 
Parte dessas críticas se refere a questões ideológicas, adequação ao uso, o princípio da construção de testes, por não considerarem as diferenças individuais e a má qualidade de materiais, gerando a preocupação de associações científicas e de pesquisadores.
A rotulação dos indivíduos, o um elemento de poder, a capaz de promover classificações, os encaminhamentos e intervenções inoportunas. Tudo isso atribui, a avaliação psicológica, uma faculdade que não lhe cabe, esqueceu-se de seu caráter auxiliar, e não decisivo, sendo que tais situações ocorreram em âmbito nacional e internacional, reduzindo os indivíduos a meros objetos, não considerando as dimensões sociais e as políticas das instituições de ensino e os culpando por suas incapacidades, ocorrendo generalizações de classes, comportamentos, habilidades e conhecimentos.
Referente a normatização dos testes, a American Educational Rearch Association, American Psychological Association, National Measurement Council of Educational, 1999, determinam que a população para a qual eles são designados devem ser claramente delimitadas e que nenhum teste é válido para todos os objetivos ou para todas as circunstâncias. Pois não se pode desconsiderar as variáveis sociais, econômicas dos indivíduos quando das avaliações, uma vez que os instrumentos de medida são construídos sob condições particulares de análise e interpretação e não podem promover rotulações, pois são apenas instrumentos utilizados por psicólogos, e estes sim podem torna-los nocivos, caso usados de forma indevida.
O que se prioriza é o uso adequado do teste psicológico com o intuito de auxiliar o profissional, como recurso importante, não necessariamente indispensável, na realização dos processos avaliativos. Lembrando que quanto melhor a formação recebida pelos estudantes em sua preparação profissional, tanto melhor sua possibilidade de fazer um bom uso dos instrumentos e da avaliação como um todo.
OS TESTES PSICOLÓGICOS E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM PSICOLOGIA
O papel central do psicólogo avaliador é de ser especialista em comportamento humano, dominando processos complexos e instrumentos de medida, o que implica o domínio da orientação teórica dos mesmos, das considerações sobre aplicação e dos conhecimentos sobre amostra de padronização, validade e precisão.
Cada profissional deve ser capaz de avaliar a aplicabilidade do instrumento nas situações específicas para as quais seu uso é sugerido. Esse tipo de domínio não se obtém a partir de uma formação profissional inconsciente, mas é fruto de sólido entendimento, pois, o mau uso dos testes está diretamente relacionado à formação inadequada.
É importante destacar que apenas uma parcela da comunidade de psicólogos utiliza e continua a estudar após a graduação e a de que mesmo com o ensino deficiente, psicólogos arriscam-se a fazer uso de instrumentos, sem as condições necessárias para tanto. 
É de grande relevância do estabelecimento de conteúdos básicos a serem contemplados na graduação, o desenvolvimento de estratégias para a educação continuada e especialização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A formação adequada tende a gerar ações mais eficazes dos profissionais, com representação de propriedade e serviços psicológicos de excelência da categoria profissional.
Não se insiste que os testes psicológicos sejam usados indiscriminadamente por todos os profissionais, nas variadas situações de trabalho. O que se deseja é o psicólogo crítico, bem formado, atualizado, com habilidades e competências suficientes, exerça com dignidade a psicologia e a defenda como ciência, que pode vir a contribuir para que o homem se conheça e se modifique, e que a técnica seja compreendida como um instrumento a serviço do profissional, que a formação não se restrinja a técnica e que a crítica, a ética e a prática consciente façam parte das atuações dos futuros psicólogos.