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CONTEUDO EXERCICIO LINGUA PORTUGUESA

Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

O conceito de língua pode ser apresentado como:
a) um conjunto de signos convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a possibilidade de uma comunicação;
b) uma união de símbolos verbais ou não usados para a comunicação;
c) signos unidos não-convencionais que facilitam a comunicação entre os membros de uma comunidade;
d) um conjunto de significantes convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a possibilidade de uma comunicação;
e) uma união de signos convencionais ou não que possibilita a comunicação entre os membros de uma comunidade.

Pode-se definir a linguagem como:
a) a utilização individual da língua;
b) a ação ou a faculdade de utilização da língua;
c) a marca própria, individual, que recebe o nome de estilo;
d) a representação do pensamento humano através de sinais que garantem a comunicação e a interação entre as pessoas;
e) um código formado por palavras e combinações de leis por meio do qual as pessoas se comunicam entre si.

A fala tem por definição:
a) a comunicação coletiva por meio de palavras e combinações de leis;
b) a ação ou a faculdade de utilização da língua;
c) o estilo de cada um;
d) é a representação do pensamento humano;
e) um conjunto de sinais que permitem a comunicação.

É correto afirmar que discurso é:
a) a combinação das palavras por meio de leis;
b) a representação do pensamento humano através de sinais utilizados na comunicação;
c) a utilização individual da língua;
d) a ação ou a faculdade de utilização da língua;
e) a utilização coletiva da língua.

Baseado no trecho acima, podemos afirmar que:
As palavras nunca estão sozinhas. E qualquer discussão sobre a linguagem, seu sentido e sua natureza deverá, obrigatoriamente, discutir também as condições reais em que ela existe.
a) Os conceitos de erro e acerto não são relativos.
b) A diversidade linguística da oralidade está inegavelmente associada à ignorância do falante.
c) A linguagem é uma realidade exclusivamente escrita.
d) Toda língua é um conjunto de variedades que devem ser consideradas.
e) Não há diferença entre a língua falada e a língua escrita.

São exemplos de linguagem verbal:
a) gestos e cores das bandeiras;
b) discursos políticos;
c) desenhos que distinguem os banheiros femininos dos masculinos;
d) cartões apresentados pelo juiz durante uma partida de futebol a um jogador que tenha cometido uma infração;
e) discursos políticos e cores das bandeiras.

São exemplos de linguagem não-verbal:
a) sinais de trânsito e uma conversa informal entre alunos e professores;
b) cores das bandeiras e sinais de trânsito;
c) cantigas infantis;
d) discursos políticos;
e) apitos e discursos políticos.

Pode-se dizer que:
a) há dicotomia entre língua e fala;
b) não há dicotomia entre língua e fala;
c) tanto a língua quanto a fala são bens públicos e individuais;
d) todas as afirmativas anteriores são corretas;
e) todas as afirmativas anteriores são incorretas.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 9 e 10:
A linguagem possui um papel de grande importância como forma de “transmitir” informações do emissor ao receptor. O texto nos fala ainda de um outro “poder” que tem a palavra. Que “poder” é esse?

TEXTO PARA AS QUESTÕES 9 e 10:
Na frase “deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento”, que características da fala foram destacadas? Explique.

Com relação ao conceito de signo linguístico, é correto afirmar que:
a) A imagem acústica corresponde ao significado da palavra.
b) A forma gráfica corresponde ao significado da palavra.
c) O conceito de signo se constitui de uma relação arbitrária ou convencionalizada entre significante e significado.
d) A imagem psíquica corresponde ao significante da palavra.
e) O elemento material corresponde ao significado da palavra.

Escreva V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as afirmativas abaixo. Depois, marque a alternativa correta:
I – ( ) O significado é o conceito, a ideia, a imagem psíquica que temos dos elementos verbalizados.
II – ( ) O signo linguístico é a fusão do elemento material e da imagem psíquica.
III – ( ) O signo linguístico tem duas faces: o significante e o significado.
a) F – V – F
b) V – V – F
c) F – F – V
d) V – F – F
e) V – V – V

O elemento composto pelos sons da fala e pelas representações gráficas desses sons é:
a) o signo linguístico.
b) o significado.
c) a fala.
d) o significante.
e) a arbitrariedade.

Com relação ao conceito de signo linguístico, identifique a sequência correta:
I – O signo linguístico corresponde a uma relação simbólica e arbitrária entre dois elementos: o significante e o significado.
II – O significante corresponde à representação material da palavra, seja por recursos gráficos ou sonoros.
III – O significante corresponde à representação conceitual da palavra.
IV – O signo linguístico se constitui em uma relação binária entre elementos de natureza concreta e abstrata, respectivamente.
a) V – V – F – F
b) F – V – F – V
c) V – F – V – F
d) F – F – V – V
e) V – V – F – V

Complete os espaços abaixo. Um _____________ compõe-se de um elemento material de caráter linear, denominado __________ e do conceito, da ideia, a imagem psíquica que temos, ou seja: ___________. A alternativa que preenche adequadamente o enunciado é:
a) signo – significante – significado.
b) signo – significado – significante.
c) signo – significante – signo.
d) significante – signo – significado.
e) significado – significante – signo.

Um signo linguístico é a combinação de um elemento concreto com um elemento inteligível. Qual a denominação dada, respectivamente, a cada um desses elementos?
a) Língua e Linguagem.
b) Linguagem e Língua.
c) Significante e Significado.
d) Fala e Discurso.
e) Língua e Fala.

Signo = representação material (Significante) + conceito mental (Significado). É claro que um mesmo significante pode nos remeter a vários significados. Esse fato linguístico chama-se:
a) sinônimo.
b) antônimo.
c) semântica.
d) denotação.
e) polissemia.

O uso das palavras rosa e cravo é recusado pelo enunciador do texto de Jorge Amado. Essa recusa ocorre, pois essas palavras assumem, no texto, o sentido de:
a) ameaça.
b) alienação.
c) infelicidade.
d) cumplicidade.
e) medo.

Para expressar um ponto de vista definido, o enunciador de Nem a rosa, Nem o cravo emprega determinados recursos discursivos. Um desses recursos e a justificativa para seu uso estão presentes em:
a) emprego da 1ª pessoa – discussão de um tema polêmico.
b) resgate de práticas pessoais passadas – conservação de uma visão de mundo.
c) interlocução direta com os possíveis leitores – fortalecimento de um pacto de omissão.
d) presença de um interlocutor em 2ª pessoa - desenvolvimento de uma estratégia de confissão.
e) presença de um narrador em 3ª pessoa – demonstração de pleno conhecimento dos fatos.

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Questões resolvidas

O conceito de língua pode ser apresentado como:
a) um conjunto de signos convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a possibilidade de uma comunicação;
b) uma união de símbolos verbais ou não usados para a comunicação;
c) signos unidos não-convencionais que facilitam a comunicação entre os membros de uma comunidade;
d) um conjunto de significantes convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a possibilidade de uma comunicação;
e) uma união de signos convencionais ou não que possibilita a comunicação entre os membros de uma comunidade.

Pode-se definir a linguagem como:
a) a utilização individual da língua;
b) a ação ou a faculdade de utilização da língua;
c) a marca própria, individual, que recebe o nome de estilo;
d) a representação do pensamento humano através de sinais que garantem a comunicação e a interação entre as pessoas;
e) um código formado por palavras e combinações de leis por meio do qual as pessoas se comunicam entre si.

A fala tem por definição:
a) a comunicação coletiva por meio de palavras e combinações de leis;
b) a ação ou a faculdade de utilização da língua;
c) o estilo de cada um;
d) é a representação do pensamento humano;
e) um conjunto de sinais que permitem a comunicação.

É correto afirmar que discurso é:
a) a combinação das palavras por meio de leis;
b) a representação do pensamento humano através de sinais utilizados na comunicação;
c) a utilização individual da língua;
d) a ação ou a faculdade de utilização da língua;
e) a utilização coletiva da língua.

Baseado no trecho acima, podemos afirmar que:
As palavras nunca estão sozinhas. E qualquer discussão sobre a linguagem, seu sentido e sua natureza deverá, obrigatoriamente, discutir também as condições reais em que ela existe.
a) Os conceitos de erro e acerto não são relativos.
b) A diversidade linguística da oralidade está inegavelmente associada à ignorância do falante.
c) A linguagem é uma realidade exclusivamente escrita.
d) Toda língua é um conjunto de variedades que devem ser consideradas.
e) Não há diferença entre a língua falada e a língua escrita.

São exemplos de linguagem verbal:
a) gestos e cores das bandeiras;
b) discursos políticos;
c) desenhos que distinguem os banheiros femininos dos masculinos;
d) cartões apresentados pelo juiz durante uma partida de futebol a um jogador que tenha cometido uma infração;
e) discursos políticos e cores das bandeiras.

São exemplos de linguagem não-verbal:
a) sinais de trânsito e uma conversa informal entre alunos e professores;
b) cores das bandeiras e sinais de trânsito;
c) cantigas infantis;
d) discursos políticos;
e) apitos e discursos políticos.

Pode-se dizer que:
a) há dicotomia entre língua e fala;
b) não há dicotomia entre língua e fala;
c) tanto a língua quanto a fala são bens públicos e individuais;
d) todas as afirmativas anteriores são corretas;
e) todas as afirmativas anteriores são incorretas.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 9 e 10:
A linguagem possui um papel de grande importância como forma de “transmitir” informações do emissor ao receptor. O texto nos fala ainda de um outro “poder” que tem a palavra. Que “poder” é esse?

TEXTO PARA AS QUESTÕES 9 e 10:
Na frase “deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento”, que características da fala foram destacadas? Explique.

Com relação ao conceito de signo linguístico, é correto afirmar que:
a) A imagem acústica corresponde ao significado da palavra.
b) A forma gráfica corresponde ao significado da palavra.
c) O conceito de signo se constitui de uma relação arbitrária ou convencionalizada entre significante e significado.
d) A imagem psíquica corresponde ao significante da palavra.
e) O elemento material corresponde ao significado da palavra.

Escreva V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as afirmativas abaixo. Depois, marque a alternativa correta:
I – ( ) O significado é o conceito, a ideia, a imagem psíquica que temos dos elementos verbalizados.
II – ( ) O signo linguístico é a fusão do elemento material e da imagem psíquica.
III – ( ) O signo linguístico tem duas faces: o significante e o significado.
a) F – V – F
b) V – V – F
c) F – F – V
d) V – F – F
e) V – V – V

O elemento composto pelos sons da fala e pelas representações gráficas desses sons é:
a) o signo linguístico.
b) o significado.
c) a fala.
d) o significante.
e) a arbitrariedade.

Com relação ao conceito de signo linguístico, identifique a sequência correta:
I – O signo linguístico corresponde a uma relação simbólica e arbitrária entre dois elementos: o significante e o significado.
II – O significante corresponde à representação material da palavra, seja por recursos gráficos ou sonoros.
III – O significante corresponde à representação conceitual da palavra.
IV – O signo linguístico se constitui em uma relação binária entre elementos de natureza concreta e abstrata, respectivamente.
a) V – V – F – F
b) F – V – F – V
c) V – F – V – F
d) F – F – V – V
e) V – V – F – V

Complete os espaços abaixo. Um _____________ compõe-se de um elemento material de caráter linear, denominado __________ e do conceito, da ideia, a imagem psíquica que temos, ou seja: ___________. A alternativa que preenche adequadamente o enunciado é:
a) signo – significante – significado.
b) signo – significado – significante.
c) signo – significante – signo.
d) significante – signo – significado.
e) significado – significante – signo.

Um signo linguístico é a combinação de um elemento concreto com um elemento inteligível. Qual a denominação dada, respectivamente, a cada um desses elementos?
a) Língua e Linguagem.
b) Linguagem e Língua.
c) Significante e Significado.
d) Fala e Discurso.
e) Língua e Fala.

Signo = representação material (Significante) + conceito mental (Significado). É claro que um mesmo significante pode nos remeter a vários significados. Esse fato linguístico chama-se:
a) sinônimo.
b) antônimo.
c) semântica.
d) denotação.
e) polissemia.

O uso das palavras rosa e cravo é recusado pelo enunciador do texto de Jorge Amado. Essa recusa ocorre, pois essas palavras assumem, no texto, o sentido de:
a) ameaça.
b) alienação.
c) infelicidade.
d) cumplicidade.
e) medo.

Para expressar um ponto de vista definido, o enunciador de Nem a rosa, Nem o cravo emprega determinados recursos discursivos. Um desses recursos e a justificativa para seu uso estão presentes em:
a) emprego da 1ª pessoa – discussão de um tema polêmico.
b) resgate de práticas pessoais passadas – conservação de uma visão de mundo.
c) interlocução direta com os possíveis leitores – fortalecimento de um pacto de omissão.
d) presença de um interlocutor em 2ª pessoa - desenvolvimento de uma estratégia de confissão.
e) presença de um narrador em 3ª pessoa – demonstração de pleno conhecimento dos fatos.

Prévia do material em texto

Língua Portuguesa 
 
Língua Portuguesa 
Telma Ardoim 
2ª
 e
di
çã
o 
Língua Portuguesa 
 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Marcio Barros Dutra 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Diretora Claudia Antunes Ruas Guimarães 
Assessora Andrea Jardim 
Coordenadora Geral de Pós-Graduação Maria Alice Correa Ribeiro 
 
FICHA TÉCNICA 
Texto: Telma Ardoim 
Revisão: Livia Antunes Faria Maria e Walter P. Valverde Júnior 
Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, An tonia Machado, Edu ardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus 
Ilustração: Leonardo Siebra, Tatiana Galliac e Eduardo Bordoni 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃ O GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecária: An a Marta Toledo Piza Viana – CRB 7/2224 
 
© Departamento de Ensino a D istância - Universid ade Salgado de Oliveira 
Todos os d ireitos reservados. Nenhuma p arte desta publ icação pode ser reproduzi da, arqu ivada ou tran smitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Sa lgado de O liveira de Educação e Cultura , mantenedora 
da Universidade Salga do de Ol iveira (UNIVERSO). 
 
A6771m Ardoim, Telma. 
Língua Portuguesa / Telma Ardoim. 2.ed – Niterói, RJ: 
 Universo. 2010. 
 149. p . 
 
1. Língua Portuguesa – Estudo ensino. 2. Lingüística. 
3. Linguagem e línguas. Comunicação não- verbal. 5. 
Semântica. I . – Título. 
 
 CDD 469 
Língua Portuguesa 
 
 
 
Informações sobre a disciplina 
 
 
Ementa 
 
A disciplina trata dos princípios básicos da língua escrita e falada e das 
estruturas das diversas modalidades textuais com a intenção de desenvolver a 
compreensão dos mecanismos da comunicação e de sua utilização como forma de 
expressão. 
Língua Portuguesa 
 
 
 
Palavra da Reit ora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO Virtual, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio 
dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço 
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio 
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se 
responsável pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIV ERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
 
Seja bem-vindo à UNIVERSO Virtual! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora
Língua Portuguesa 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
1. Apresentação da disciplina................................ ................................ .......................... 06 
2. Plano da disciplina................................ ................................ ................................ ....... 08 
3. Unidade 1 – A linguagem verbal e a linguagem não verbal................................ ...... 11 
4 Unidade 2 – Os signos linguísticos ................................ ................................ ............. 21 
5. Unidade 3 – Os elementos da comunicação humana................................ ................ 29 
6. Unidade 4 – As funções da linguagem ................................ ................................ ....... 44 
7. Unidade 5 – As diversidades do uso da língua – Os níveis da linguagem................. 60 
8. Unidade 6 – Os mecanismos de combinação e seleção................................ ............. 80 
9. Unidade 7 – Elementos coesivos – O controle de “nós” linguísticos através 
 dos mecanismos coesivos ................................ ................................ ...... 98 
10. Unidade 8 – A semântica: o sentidos das palavras................................ ..................... 109 
11. Unidade 9 – A construção do texto – Os gêneros textuais - Reconhecimento......... 120 
9. Considerações finais ................................ ................................ ................................ .... 141 
10. Conhecendo o autor ................................ ................................ ................................ .... 142 
11. Referências ................................ ................................ ................................ ................... 143 
12. Anexos ................................ ................................ ................................ .......................... 144 
 
 
Língua Portuguesa 
 
 
Apr esentaçã o da Di sci plina 
 
 
Encontramos em Bechara (1991:15-6)1, a seguinte explicação: “Cada 
falante é um poliglota na sua própria língua, à medida que dispõe da sua modalidade 
linguística e está à altura de decodificar algumas outras modalidades linguísticas com 
as quais entra em contato (....)”. 
Em termos estruturais, uma língua pode ser concebida como um sistema 
que, associando os dois planos – falado e escrito – transforma o seu usuário em um 
falante / ouvinte e/ou um leitor / escritor, capaz de integrar-se no meio em que vive, 
como um cidadão que, além de ter o domínio de seu idioma, consegue interagir 
com a língua, cujo código linguístico se insere em algo muito maior – A 
LINGUAGEM – sistema de signos que permite a comunicação. 
Para melhor entendermos essa noção, citamos o linguista dinamarquês 
Louis Hjelmslev2 ( In. Terra, 2002:12 ) que reitera; 
A linguagem é inseparável do homem, 
segue-o em todos os seus atos. A 
linguagem é o instrumento graças ao 
qual o homem modela seu 
pensamento, seus sentimentos, suas 
emoções, seus esforços, sua vontade, 
seus atos, o instrumentograças ao qual 
ele influencia e é influenciado, a base 
mais profunda da sociedade humana. 
 
 Em função daquilo que foi dito acima, o nosso objetivo é levá-lo a 
compreender os mecanismos linguísticos que garantem a coesão e a coerência do 
texto oral e escrito, não nos desviando nunca de que o contato com a língua é um 
processo natural, isto é, deriva do que chamamos de processo internalizado, 
próprio da natureza humana. 
 
1 Gramática Escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. 
2 Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997. 
6 
Língua Portuguesa 
 
 
Ao optar por fazer a disciplina Língua Portuguesa no método de Ensino 
a Distância, você terá uma grande flexibilidade em efetuar o seu trabalho. O tempo, 
por exemplo, será definido por você. Prevemos um prazo para que você termine as 
atividades propostas, portanto, não deixe para o último momento a realização 
delas. Siga sempre as instruções de como proceder. 
 No mais... Bom trabalho. 
Esperamos que você tenha um ótimo desempenho e um excelente 
aproveitamento. 
 
 
7 
Língua Portuguesa 
 
 
Plan o Da Di sci plina 
 
 
 
Dividimos a disciplina em nove unidades, sendo que algumas se subdividem, 
por sua vez, em alguns tópicos para melhor compreensão. 
 Todas as unidades têm como base objetivos claros, baseados nas 
competências e habilidades necessárias para o seu enriquecimento enquanto 
usuário da língua materna. São eles: 
— Aplicar correta e fluentemente a língua, tanto escrita como falada, 
produzindo textos claros e coerentes; 
— Construir meios de expressão oral e escrita através das várias 
modalidades do uso da língua materna atendendo, sempre que necessário, à 
norma culta da língua; 
— Inferir as diversas representações das palavras e das imagens no discurso 
do cotidiano; 
— Aplicar a língua em sua relação com o contexto real da fala, propiciando a 
inter-relação idiomática da sociedade; 
— Consolidar uma reflexão analítica e crítica sobre a linguagem como 
fenômeno psicológico, social, educacional, histórico, cultural, político e ideológico. 
 Faremos, então, um pequeno resumo acerca de cada unidade para que 
você possa ter uma visão global daquilo que irá estudar. 
UNIDADE 1 – A LINGUAGEM VERBAL E A LINGUAGEM NÃO-VERBAL 
 Sendo a linguagem um sistema de signos utilizados para a sua produç ão, 
podemos fazer uso da palavra (escrita ou falada) ou de outras formas de 
comunicação (sons, gestos, desenhos, cores, etc.). Quando utilizamos a palavra, 
estamos diante da LINGUAGEM VERBAL. No outro caso, temos a LINGUAGEM NÃO-
VERBAL. 
 
 
8 
Língua Portuguesa 
 
 
UNIDADE 2 – OS SIGNOS LINGUÍSTICOS 
 A Linguística – ciência que estuda as mútuas relações e princípios da 
língua – nos apresenta o signo lingü ístico como o código verbal necessário para a 
comunicação. É a língua a mais concreta manifestação de identidade de um povo. 
UNIDADE 3 – OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA 
 Para que, realmente, a comunicação aconteça se fazem necessários 
alguns elementos que estabeleçam vínculos fundamentais, visando o envio e a 
recepção da mensagem. 
UNIDADE 4 – AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Sempre que nos comunicamos, temos uma razão para fazê-lo. Assim, para 
cada tipo de mensagem que enviamos (ou recebemos) há uma função específica 
que está intrinsecamente ligada aos elementos da comunicação (conteúdo da 
Unidade III). 
UNIDADE 5 - AS DIVERSIDADES DO USO DA LÍNGUA – OS NÍVEIS DA 
LINGUAGEM 
 Do mesmo modo que temos funções diferentes para cada de tipo de 
comunicação, também temos o uso diversificado da língua em diferentes 
situações, ambientes, faixa etária, culturas, etc. É sob esses aspectos que podemos 
caracterizar o dinamismo da língua. 
UNIDADE VI - OS MECANISMOS DE COMBINAÇÃO E SELEÇÂO: A COERÊNCIA – 
A ARTICULAÇÂO DE SENTIDOS 
 A Coerência – a articulação de sentido. Todo texto – independente do seu 
tamanho – necessita de uma estruturação lógica que faz com que palavr as e frases 
componham um todo significativo para seus interlocutores. Não só o texto em si 
deve ser coerente, mas também as idéias terão que estar articuladas entre si. 
UNIDADE VII – ELEMENTOS COESIVOS – O CONTROLE DO ‘NÓS’ LINGUÍSTICOS 
ATRAVÉS DOS MECANISMOS COESIVOS 
 Se em um texto deve haver coerência de idéias; há de haver também uma 
conexão gramatical capaz de fazer as articulações entre as palavras, orações, 
períodos e parágrafos. 
9 
Língua Portuguesa 
 
 
UNIDADE VIII – A SEMÂNTICA: O SENTIDO DAS PALAVRAS 
 Parte da gramática que se dedica ao estudo dos aspectos relacionados 
aos sentidos de palavras e enunciados. A Semântica se detém ao contexto em que 
essas palavras estão empregadas. 
UNIDADE IX – A CONSTRUÇÃ O DO TEXTO – OS GÊNEROS TEXTUAIS – 
RECONHE CIMENTO 
 Ao construirmos um texto, teremos que atentar para o tipo de texto que 
queremos redigir. Sendo assim, reconhecer os gêneros textuais e suas 
características específicas é fundamental para a sua elaboração. 
10 
Língua Portuguesa 
 
A linguagem verbal e a 
linguagem não verbal 
Linguagem e Sociedade. 
A Linguagem e o Processo de Comunicação. 
Conceitos de Linguagem, língua, Fala e Discurso. 
1 
Língua Portuguesa 
 
12 
 
O presente material faz parte da Unidade I do conteúdo da disciplina Língua 
Portuguesa I. 
É importante que você atente para o fato de que, como ser social que é, “usa e 
abusa” da linguagem para se comunicar. 
Imagine-se num mundo sem as diversas formas de comunicação encontradas. 
Seria possível algo assim? 
Já dizia o comunicador Chacrinh a que ‘quem não se comunica, se trumbica’. 
Portanto, vamos começar a nossa primeira comunicação, digo, a nossa 
primeira aula. 
 
TEXTO 1: 
 
Língua e Sociedade 
 
O caráter social de uma língua já parece ter sido fartamente demonstrado. 
Entendida como um sistema de signos convencionais que faculta aos membros de 
uma comunidade a possibilidade de comunicação, acredita-se, hoje, que seu papel 
seja cada vez mais importante nas relações humanas, razão pela qual seu estudo já 
envolve modernos processos científicos de pesquisa, interligados às mais novas 
ciências e técnicas, como, por exemplo, a própria Cibernética. 
Entre sociedade e língua, de fato, não há uma relação de mera casualidade. 
Desde que nascemos, um mundo de signos linguísticos nos cerca e suas inúmeras 
possibilidades comunicativas começam a tornar-se reais a partir do momento em 
que, pela imitação e associação , começamos a formular nossas mensagens. E toda 
Língua Portuguesa 
 
13 
 
a nossa vida em sociedade supõe um problema de intercâmbio e comunicação que 
se realiza fundamentalmente pela língua, o meio mais comum de que dispomos 
para tal. 
Sons, gestos, imagens, diversos e imprevistos, cercam a vida do homem 
moderno, compondo mensagens de toda ordem (Henri Lefèbvre diria 
poeticamente que “niágaras de mensagens caem sobre pessoas mais ou menos 
interessadas e contagiadas”), transmitidas pelos mais diferentes canais, como a 
televisão, o cinema, a imprensa, o rádio, o telefone, o telégrafo, os cartazes de 
propaganda, os desenhos, a música e tantos outros. Em todos, a língua 
desempenha um papel preponderante, seja em sua forma oral, seja através de seu 
código substitutivo escrito. E, através dela, o contato com um mundo que nos 
cerca é permanentemente atualizado. 
Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, que 
compromete não só as relações diárias entre os membros da comunidade, como 
também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativodos meios de 
comunicação de massa até a vida cultural, científica ou literária. 
PRETI, Dino. Sociolingüística: os níveis da fala. São Paulo, Editora Nacional, 1974. 
P. 7 
ATIVIDADE 1 
 
PARA VOCÊ PENSAR 
 
Depois da leitura do texto que abre essa unidade, procure pensar nas 
seguintes questões: 
Como podemos definir Língua, baseado na leitura do 1º parágrafo do texto? 
Língua Portuguesa 
 
14 
 
O 2º parágrafo nos mostra que a relação entre sociedade e língua não é mera 
casualidade. Por quê? 
O que Henri Lefèbre quis dizer ao enunciar que “niágaras de mensagens caem 
sobre pessoas mais ou menos interessadas e contagiadas”, no 3º parágrafo? 
A língua, sendo “suporte de uma dinâmica social” (4º parágrafo) tem uma 
abrangência que vai além de nossas expectativas. Em que níveis isso acontece? 
 
A linguagem e o processo de comunicação: 
 
Muitas vezes não observamos algo que é tão normal para nós que não damos 
a devida atenção: a nossa volt a, a lingu agem está presente em todas as suas 
manifestações o tempo todo, fazendo parte do nosso cotidiano. 
Para isso, faz-se necessário conceituarmos o que é LINGUAGEM, LÍNGUA, FALA e 
DISCURSO – vocábulos que iremos usar com bastante constância em nossas aulas: 
LINGUAGEM: é a representação do pensamento humano através de sina is que 
garantem a comunicação e a interação entre as pessoas. 
LÍNGUA: é um código formado por palavras e combinações de leis por meio do 
qual as pessoas se comunicam entre si. 
FALA: é a ação ou a faculdade de utilização da língua. A opos ição língua X fala 
separa o social do indiv idual. 
DISCURSO: é a utilização individual da língua. Ass im sendo, como a cada um é 
dado um modo próprio de se expressar, essa marca própria, recebe o nome de 
estilo. 
 
Língua Portuguesa 
 
15 
 
Inúmeras linguagens aparecem nos atos de comunicação. Entre elas fazemos 
uso da linguagem verbal (que utiliza a língua oral ou escrita) e a linguagem não-
verbal (faz uso de qualquer código que não seja a palavr a – sinais, símbolos, cores, 
gestos, expressões fisionômicas, sons, etc.). 
Podemos citar como exemplo do uso da linguagem verbal uma carta, um out-
door anunciando grandes promoções de uma loja, um pedido de socorro, um 
grupo de alunos cantando o Hino Nacional. 
Já, o semáforo, o apito de um guarda, o som da sirena de uma ambulância 
pedindo passagem e um cartaz com a foto de uma mulher vestida de enfermeira 
pedindo silêncio apenas com gesto, ao colocar o dedo indicador sobre a boc a, são 
exemplos da linguagem não-verbal. 
Comece a perceber o ambiente que o cerca e a “ouvir” os múltiplos sons que 
existem a sua volta e você terá numerosos exemplos dessa fantástica “máquina” de 
sinais convencionais que se chama LINGUAGEM. 
Língua Portuguesa 
 
16 
 
EXERCÍCIOS – UNIDADE 1 
 
1- O conceito de língua pode ser apresentado como: 
a) um conjunto de signos convencionais que faculta aos membros de uma 
comunidade a possibilidade de uma comunicação; 
b) uma união de símbolos verbais ou não usados para a comunicação; 
c) signos unidos não-convencionais que facilitam a comunicação entre os 
membros de uma comunidade; 
d) um conjunto de significantes convencionais que faculta aos membros de 
uma comunidade a possibilidade de uma comunicação; 
e) uma união de signos convencionais ou não que possibilita a comunicação 
entre os membros de uma comunidade. 
 
2 - Pode-se definir a linguagem como: 
a) a utilização individual da l íngua; 
b) a ação ou a faculdade de utilização da l íngua; 
c) a marca própria, individu al, que recebe o nome de estilo; 
d) a representação do pensamento humano através de sinais que garantem 
a comunicação e a interação entre as pessoas; 
e) um código formado por palavras e combinações de leis por meio do qual 
as pessoas se comunicam entre si. 
 
Língua Portuguesa 
 
17 
3-A fala tem por definição: 
a) a comunicação coletiva por meio de palavras e combinações de leis; 
b) a ação ou a faculdade de utilização da l íngua; 
c) o estilo de cada um; 
d) é a representação do pensamento humano; 
e) um conjunto de sinais que permitem a comunicação. 
 
4 - É correto afirmar que discurso é: 
a) a combinação das palavras por meio de leis; 
b) a representação do pensamento humano através de sinais utilizados na 
comunicação; 
c) a utilização individual da l íngua; 
d) a ação ou a faculdade de utilização da l íngua; 
e) a utilização coletiva da língua. 
 
5-As palavras nunca estão sozinhas. E qualquer discussão sobre a linguagem, seu 
sentido e sua natureza deverá, obrigatoriamente, discutir também as condições 
reais em que ela existe. 
 (Faraco & Cristóvão Tezza) 
 
Baseado no trecho acima, podemos afirmar que: 
 
 
a) Os conceitos de erro e acerto não são relativos. 
b) A diversidade linguística da oralidade está inegavelmente associada à 
ignorância do falante. 
c) A linguagem é uma realidade exclusivamente escrita. 
Língua Portuguesa 
 
18 
d) Toda língua é um conjunto de variedades que devem ser consideradas. 
e) Não há diferença entre a língua falada e a língua escrita. 
 
6 -São exemplos de linguagem verbal: 
 
a) gestos e cores das bandeiras; 
b) discursos políticos; 
c) desenhos que distinguem os banheiros femininos dos masculinos; 
d) cartões apresentados pelo juiz durante uma partida de futebol a um 
jogador que tenha cometido uma infração; 
e) discursos políticos e cores das bandeiras. 
 
7 - São exemplos de linguagem não-verbal: 
 
a) sinais de trânsito e uma conversa informal entre alunos e professores; 
b) cores das bandeiras e sinais de trânsito; 
c) cantigas infantis; 
d) discursos políticos; 
e) apitos e discursos políticos. 
Língua Portuguesa 
 
19 
 
8 - Pode-se dizer que: 
 
a) há dicotomia entre língua e fala; 
b) não há dicotomia entre língua e fala; 
c) tanto a língua quanto a fala são bens públicos e individuais; 
d) todas as afirmativas anteriores são corretas; 
e) todas as afirmativas anteriores são incorretas. 
 
 
TEXTO PARA AS QUESTÕES 9 e 10: 
 
 Tanto que tenho falado, t anto que tenho escrito – como não imaginar 
que, sem querer, feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, 
uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é este, de 
viver em voz alta. 
 Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que 
se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua 
vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa 
boa. 
 Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. 
Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída 
que eu disse com naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci. 
 Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta 
antigo – foi despertar melodias: esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se 
a gente soubesse que de repente, num reino muito distante, uma princesa muito 
Língua Portuguesa 
 
20 
triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um pouco 
as suas pobres choupanas e as suas remotas esperanças. 
(Rubem Braga) 
9 - A linguagem possui um papel de grande importância como forma de 
“transmitir” informações do emissor ao receptor. O texto nos fala ainda de um 
outro “poder” que tem a palavra. Que “pode r” é esse? 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________10 - Na frase “deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com 
naturalidade porque senti no momento”, que características da fala foram 
destacadas? Explique. 
 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________ 
 
Língua Portuguesa 
 
21 
 
Os signos Linguísticos 
 2 
Conceito de signo. 
O significante e o significado – conceituação. 
A relação significante X significado. 
Língua Portuguesa 
 
22 
 
Como vimos na aula anterior, a comunicação se dá pela linguagem verbal e 
pela linguagem não-verbal. 
 Agora, vamos tratar da linguagem verbal e de todos os mecanismos 
que a envolvem. 
 Você terá contato com o s igno linguístico, isto é, com todo o 
processo que envolve a língua. 
 Vamos lá, então? 
 
 Ao introduzirmos essa aula com a definição de signo, queremos ressaltar 
que signo é, antes de mais nada, sinal, símbolo e, portanto, refere-se a alguma 
coisa. 
 Sempre que tentamos representar a realidade por meio da palavra, 
estamos falando de signo linguístico. 
 Conceituamos signo, linguisticamente falando, como a menor unidade 
dotada de sentido. Compõe-se de um elemento material, de caráter linear, 
denominado significante e do conceito, da idéia, a imagem psíquica que temos, - 
estamos falando do significado. 
 Veja o verbete tirado do dicionário Eletrônico Michaelis – UOL, 2002: 
signo 
s. m. 1. Astr. Cada uma das doze partes em que se divide o zodíaco e cada uma 
das constelações respectivas. 2. Linguíst. T udo aquilo que, sob ce rtos aspectos e 
em alguma medida, substitui alguma coisa, representando-a para alguém. — 
S. linguís tico: o que designa a combinação de conceito c om a imagem 
acústica, ou seja, a combinação de um significado com um signif icante. Em 
Língua Portuguesa 
 
23 
 
bola, por exemplo, a sequênc ia de sons b-o-l-a é o signif icante, e a idé ia do 
objeto é o signif icado. S.-de-salomão: emblema místico, símbolo da união do 
corpo e da alma, que consiste em dois triângulos entrelaçados formando uma 
estrela de seis pontas; signo salomão. Era usado, outrora, como amuleto contra a 
febre e outras doenças. S.-salomão: signo-de-salomão. 
 
A relação significante X significado é convencional, ou seja, há um acordo 
implícito e explícito entre os usuários da língua. Convencionou-se chamar de gato 
o animal mamífero, doméstico, da classe dos felídeos, por exemplo.. essa relação 
presente no signo linguístico é também arbitrária, visto que não h á qualquer 
propósito entre a representação gráfica “ g – a – t – o ” e a idéia que temos 
representada em nossas mentes desse animal. 
Também temos o significante “g – a – t – o” com outros significados, como: 
Ladrão, gatuno, larápio ou em expressões do tipo gato-pingado: cada um dos 
poucos assistentes de uma reunião ou espetáculo, ou de algum agrupamento e 
ainda gato e sapato: coisa desprezível. 
Sendo assim, signo é a associação de um significante (sons da fala, imagens 
gráficas, desenhos, etc.) e um significado (conceito, idéia ou imagem mental). 
O signo LIVRO se compõe, portanto de: 
 
 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
24 
 
Devemos ressaltar, ainda, que quando falamos em signo linguístico, referimo-
nos a uma representação da realidade através da palavra. Acentuamos que palavra 
é criação humana, usada para representar algo que temos em mente. A palavra 
maçã não é a maçã (você não come a palavra maçã); mas ao dizermos ou lermos 
essa palavra, é claro que nos vem à mente a idéia da maçã (fruto da macieira). 
Mesmo que o objeto mencionado não esteja na nossa frente, ao evocá-lo, usamos 
a palavr a que o nomeia, a sua imagem surge em nossa mente de maneira 
instantânea. 
Língua Portuguesa 
 
25 
 
 
EXERCÍCIOS – UNIDADE 2 
 
 
1 – Com relação ao conceito de signo linguístico, NÃO é correto afirmar que: 
a) É um conceito binário já que se compõe de dois elementos: o significante 
e o significado. 
b) A imagem acústica é o significado da palavr a. 
c) A imagem psíquica corresponde ao significado da palavra. 
d) /m/e/z/a/ corresponde ao significante fônico da palavra mesa. 
e) A palavra “mesa” corresponde ao significado da palavra. 
 
2 – Com relação ao conceito de signo linguístico, é correto afirmar que: 
a) A imagem acústica corresponde ao significado da palavra. 
b) A forma gráfica corresponde ao significado da palavra. 
c) O conceito de signo se constitui de uma relação arbitrária ou 
convencionalizada entre significante e significado. 
d) A imagem psíquica corresponde ao significante da palavra. 
e) O elemento material corresponde ao significado da palavra. 
 
3 – Escreva V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as afirmativas abaixo. Depois, marque a 
alternativa correta: 
I – ( ) O significado é o conceito, a ideia, a imagem psíquica que temos dos 
elementos verbalizados. 
II – ( ) O signo linguístico é a fusão do elemento material e da imagem psíquica. 
III – ( ) O signo linguístico tem duas faces: o significante e o significado. 
 
a) F – V – F 
b) V – V – F 
Língua Portuguesa 
 
26 
 
c) F – F – V 
d) V – F – F 
e) V – V – V 
 
4 – O elemento composto pelos sons da fala e pelas representações gráficas desses 
sons é: 
 
a) o signo linguístico. 
b) o significado. 
c) a fala. 
d) o significante. 
e) a arbitrariedade. 
 
5 – Com relação ao conceito de signo linguístico, identifique a sequência correta: 
I – O signo linguístico corresponde a uma relação simbólica e arbitrária entre dois 
elementos: o significante e o significado. 
II – O significante corresponde à representação material da palavra, seja por 
recursos gráficos ou sonoros. 
III – O significante corresponde à representação conceitual da palavra. 
IV – O signo linguístico se constitui em uma relação binária entre elementos de 
natureza concreta e abstrata, respectivamente. 
 
a) V – V – F – F 
b) F – V – F – V 
c) V – F – V – F 
d) F – F – V – V 
e) V – V – F – V 
Língua Portuguesa 
 
27 
 
6 – Complete os espaços abaixo. 
Um _____________ compõe-se de um elemento material de caráter linear, 
denominado __________ e do conceito, da ideia, a imagem psíquica que temos, ou 
seja: ___________. 
A alternativa que preenche adequadamente o enunciado é: 
a) signo – significante – significado. 
b) signo – significado – significante. 
c) signo – significante – signo. 
d) significante – signo – significado. 
e) significado – significante – signo. 
 
7 – Um signo linguístico é a combinação de um elemento concreto com um 
elemento inteligível. Qual a denominação dada, respectivamente, a cada um 
desses elementos? 
a) Língua e Linguagem. 
b) Linguagem e Língua. 
c) Significante e Significado. 
d) Fala e Discurso. 
e) Língua e Fala. 
 
8 – Signo = representação material (Significante) + conceito mental (Significado). É 
claro que um mesmo significante pode nos remeter a vários significados. Esse fato 
linguístico chama-se: 
 
a) sinônimo. 
b) antônimo. 
c) semântica. 
d) denotação. 
e) polissemia. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
28 
 
TEXTO PARA A QUESTÃO 9: 
 
 Marina, linda e loira, tinha quatro aninhos, as melenas já estavam nos 
ombros, quando a mãe resolveu dar um trato na cabeça da criança. Pegou uma 
tesoura grande e disse: 
 – Mamãe só vai cortar dois dedinhos. 
 Marina aos prantos, mostrando a mão para a mãezinha, pergunta: 
 – Qual deles, mamãe? 
(ILARI, Rodolfo. Introdução à Semântica – brincando com a gramática) 
 
9 - O humor desta piada surge da confusãoentre os signos e significados de 
algumas palavras. Qual a palavr a que gera confusão no texto lido? Quais os 
significados que esta palavra pode ter? 
 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________ 
 
 
10 – Observe o anúncio publicitário e explique as relações de significado 
exploradas pelo contexto no que diz respeito às palavras destacadas: 
 
 
SE SEU AMIGO USA DROGAS 
E VOCÊ NÃO FALA NADA, 
QUE DROGA DE AMIGO É VOCÊ? 
 
 
 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________ 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
29 
 
Os elementos da 
comunicação humana 
 
3 
Esquematizando o Processo Comunicativo. 
Conceituando emissor, receptor, mensagem, canal, código e 
referente. 
O referente situacional e o referente textual. 
A comunicação unilateral e a comunicação bilateral. 
O ruído. 
A Intencionalidade Discursiva. 
Língua Portuguesa 
 
30 
 
Nessa aula, ainda falaremos dos processos da comunicação humana. Desta 
vez, vamos tratar dos componentes que formam todo esse processo. São, o que 
chamamos de ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO. 
 Falaremos, também, da intencionalidade discursiva, ou seja, dos 
mecanismos utilizados por quem fala/escreve 
 Mãos a obra! 
 
 Para Francis Vanoye
1
 “toda comunicação tem por objetivo a transmissão de 
uma mensagem”. 
 Assim para que a comunicaç ão aconteça temos que ter alguém 
construindo um texto (verbal ou não-verbal) e enviando-o a alguém. Esse material 
enviado se utilizará de um sistema de sinais e de um meio ou contato para fazer 
chegar àquilo que se pretenda comunicar. 
 O ato comunicativo, portanto, sendo um ato social, concretiza várias 
manifestações, tanto do ponto de vista cultural como no nosso cotidiano. Vale 
dizer: sempre estamos nos comunicando com alguém através de uma mensagem. 
 Assim, podemos esquematizar esse processo comunicativo do seguinte 
modo: 
 
1 Usos da Linguagem – problemas e técnicas na produção oral e escrita. 11 
ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
 
Língua Portuguesa 
 
31 
 
 
O emissor – ou destinador ou ainda remetente – é o que emite (envia) a 
mensagem. Essa mensagem pode ser transmitida de forma individual ou em 
grupo. 
O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem. 
A mensagem é o que se denomina, ainda segundo Vanoye “objeto da 
comunicação”. Constitui-se no conteúdo daquilo que é transmitido. 
O canal comunicativo é definido como os meios utilizados pelo emissor a fim 
de enviar a mensagem ao receptor. 
Uma mensagem, por exemplo, que é transmitida por um órgão de controle de 
tráfego – uma placa do tipo “PERMITIDO ESTACIONAR” se dá através dos meios 
visuais de que o receptor é portador. 
 
Língua Portuguesa 
 
32 
 
O som do apito de um guarda, sinalizando algo, acontece através do meio 
sonoro (ondas sonoras, ouvido ...) 
É através do canal de comunicação que utilizamos é que podemos 
empreender a classificação das mensagens. Assim, teremos: 
As mensagens visuais, cuja base são as imagens (desenhos, fotos) e os 
símbolos (a escrita ortográfica). 
 
As mensagens tácteis – um aperto de mão, uma carícia.. 
 
As mensagens sonoras: os diversos sons significativos, as palavras faladas, as 
músicas, etc. 
 
As mensagens gustativas: uma comida, por exemplo, apimentada ou salgada 
demais. 
As mensagens olfativas: um perfume, um escapamento de gás de cozinha, etc. 
 
O código é um conjunto de signos combinados entre si, do qual o emissor se 
utiliza para elaborar a mensagem. Ao montá-la, o remetente estará operando a 
codificação; ao recebê-la, o destinatário – identificando o código utiliz ado – estará 
procedendo a decodificação. 
Os processos de codificação / decodificação se realizam de algumas maneiras, 
tais como: 
 
Língua Portuguesa 
 
33 
 
a) O emissor envia uma mensagem. O destinatário a recebe, mas não a 
compreende, porque não possuem signo em comum. 
 
 
Como exemplo 
poderíamos apontar 
uma tentativa de 
diálogo entre um 
brasileiro e um japonês. 
 
 
 
 
b) O emissor “tenta” manter um diálogo com um receptor que domina pouco 
o código utilizado. Neste caso, a comunicação é retrita, pois são poucos os signos 
em comum. 
 
Um americano recém-
chegado ao Brasil, tentado 
se comunicar com um 
estudante que está 
estudando inglês há apenas 
um ano. 
 
Língua Portuguesa 
 
34 
 
c) A comunicação é mais abrangente; embora ainda não total – quando, por 
exemplo, um professor explica um determinado conteúdo, mas alguns alunos não 
dominaram ainda o anterior, que, por sua vez, seria pré-requisito do atual. 
 
d) Finalmente, temos a comunicação total. Todos os signos emitidos pelo 
emissor são do conhecimento do receptor e a figura assim representará esse caso: 
Língua Portuguesa 
 
35 
 
 O referente é constituído pelo conteúdo ao qual a mensagem nos 
remete. Temos o referente situacional e o referente textual. O 1º diz respeito aos 
elementos da situação e das circunstâncias da transmissão da mensagem. Assim, 
quando uma professora pede aos alunos que abram o livro na página 80, supõe-se 
que ela esteja dentro de uma sala de aula e os alunos, além de possuírem o referido 
livro, saibam sobre o que ela está falando. 
 Já, o referente textual é constituído pelos elementos do contexto 
linguístico. Num conto ou em um romance, por exemplo, todos os referentes são 
textuais, ou seja, têm como base o texto. 
 Temos, ainda, dois tipos de comunicação: a comunicação unilateral e a 
comunicação bilateral. Quando se estabelece de um emissor para o receptor, sem 
qualquer reciprocidade, chama-se comunicação unilateral. Uma palestra, um 
anúncio em out-door ou uma placa de sinalização de trânsito transmitem 
mensagens sem precisar receber resposta, são bons exemplos. 
Língua Portuguesa 
 
36 
 Já, em uma conversa, em um debate em sala de aula temos a 
comunicação bilateral, pois o emissor e o receptor “trocam” de papéis. 
 Muitas vezes, a transmissão da mensagem é prejudicada por algo que 
denominamos ruído. Não podemos entendê-lo apenas como um problema de 
ordem sonora. Na verdade, para o processo de comunicação, ruído é tudo aquilo 
que pode atrapalh ar o receptor em receber a mensagem enviada pelo emissor. 
Podemos estabelecer, por exemplo, que ruído pode ser, entre outros: uma voz 
muito baixa, o barulho de uma britadeira funcionando perto de um “orelhão”, um 
defeito no sistema eletrônico de uma televisão; uma linha cruzada durante uma 
ligação telefônica, uma notícia cujo jornal apresenta uma das pontas rasgadas, não 
permitindo a leitura em seu todo; uma mancha borrada no papel de uma carta, etc. 
 Como vimos, a comunicação humana está muito além de um simples ato 
mecânico de estímulo e resposta. Não haverá comunicação de fato se não houver 
interação entre emissor e receptor; isto é, sempre estamos nos relacionando com o 
outro ou outros, através da linguagem (verbal ou não-verbal) num processo 
contínuo. 
 
A intencionalidade discursiva 
 
 A piadinha que se segue constitui uma situação comunicativa entre duas 
pessoas: 
Um amigo encontra o outro na rua: 
Onde você está morando, rapaz? 
Em Copacaban a. 
Em que altura ? 
No 7º andar. 
Língua Portuguesa 
 
37 
 
Nesse caso,a comunicação entre o emissor e o receptor não tem muito 
sucesso e é aí que o humor se faz presente; exatamente pelo fato de que os 
interlocutores não atenderem a um princípio básico da comunicação: a 
intencionalidade discursiva – intenções (explícitas ou implícitas ) existentes na 
linguagem dos membros que participam de uma determinada situação 
comunicativa. 
Ao interagir com outra pessoa através da linguagem, temos a “intenção” de 
modificar o pensamento ou o comportamento de nosso(s) interlocutor(es). 
O sucesso da comunicação está, portanto, em saber lidar com a 
intencionalidade. É através dela que o emissor impressiona, persuade, informa, 
pede, solicita, etc. o receptor. 
Língua Portuguesa 
 
38 
 
 
EXERCÍCIOS – UNIDADE 3 
 
 
1) Para se obter uma comunicação efetiva, que elemento( s) da comunicação 
humana não pode(m) falhar: 
 
a) o código. 
b) o emissor e o receptor. 
c) o canal. 
d) o assunto. 
e) nenhum dos seis elementos. 
 
2) Na frase “(... ) se eu não compusesse este capítulo, padeceria o leitor um forte 
abalo, assaz danoso ao efeito do livro” de Machado de Assis, os elementos 
sublinhados denotam referência, respectivamente, ao: 
 
a) canal, emissor, receptor. 
b) emissor, contato, canal. 
c) código, receptor, mensagem. 
d) código, receptor, canal. 
e) emissor, receptor, mensagem. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
39 
 
 
Estudo de Texto 
 
Nem a Rosa, Nem o Cravo 
 
 As frases perdem seu sentido, as palavras perdem sua significação 
costumeira, como dizer das árvores e das flores, dos teus olhos e do mar, das 
canoas e do cais, das borboletas nas árvores, quando as crianças são assassinadas 
friamente pelos nazistas? Como falar da gratuita beleza dos campos e das cidades, 
quando as bestas soltas no mundo ainda destroem os campos e as cidades? 
Já viste um loiro trigal balanç ando ao vento? É das coisas mais belas do mundo, 
mas os hitleristas e seus cães danados destruíram os trigais e os povos morrem de 
fome. Como falar, então, da beleza, dessa beleza simples e pura da farinha e do 
pão, da água da fonte, do céu azul, do teu rosto na tarde? 
Não posso falar dessas coisas de todos os dias, dessas alegrias de todos os 
instantes. Porque elas estão perigando, todas elas, os trigais e o pão, a farinha e a 
água, o céu, o mar e teu rosto. (...) Sobre toda a beleza paira a sombra da 
escravidão. É como uma nuvem inesperada num céu azul e límpido. Como então 
encontrar palavras inocentes, 
doces palavras cariciosas, versos suaves e tristes? Perdi o sentido destas palavras, 
destas frases, elas me soam como uma traição neste momento. 
 
(...) 
 
 Mas eu sei todas as palavras de ódio e essas, sim, têm um significado 
neste momento. Houve um dia em que eu falei do amor e encontrei para ele os 
mais doces vocábulos, as frases mais trabalhadas. 
 Hoje só o ódio pode fazer com que o amor perdure sobre o mundo. Só o 
ódio ao fascismo, mas um ódio mortal, um ódio sem perdão, um ódio que venha 
do coração e que nos tome todo, que se faça dono de todas as nossas palavras, 
que nos impeça de ver qualquer espetáculo – desde o crepúsculo aos olhos da 
amada – sem que junto a ele vejamos o perigo que os cerca. 
 Jamais as tardes seriam doces e jamais as madrugadas seriam de 
esperança. Sobre toda beleza do mundo, sobre a farinha e o pão, sobre a pura água 
da fonte e sobre o mar, sobre teus olhos também, se debruçaria a desonra que é o 
nazifascismo, se eles tivessem conseguido dominar o mundo. Não restaria 
nenhuma parcela de beleza, a mais mínima. Amanhã saberei de novo palavras 
doces e frases cariciosas. Hoje só sei palavras de ódio, palavras de morte. Não 
encontrarás um cravo ou uma rosa, uma flor na minha literatura. Mas encontrarás 
um punhal ou um fuzil, encontrarás uma arma contra os inimigos da beleza, contra 
Língua Portuguesa 
 
40 
 
aqueles que amam as trevas e a desgraça, a lama e os esgotos, contra esses restos 
de podridão que sonharam esmagar a poesia, o amor e a liberdade! 
 AMADO, Jorge. Folha da Manh ã. 
22/04/1945) 
 
3) O uso das palavras rosa e cravo é recusado pelo enunciador do texto de Jorge 
Amado. Essa recusa ocorre, pois essas palavras assumem, no texto, o sentido de: 
 
a) ameaça. 
b) alienação. 
c) infelicidade. 
d) cumplicidade. 
e) medo. 
 
4) Para expressar um ponto de vista definido, o enunc iador de Nem a rosa, Nem o 
cravo emprega determinados recursos discurs ivos. 
Um desses recursos e a justificativa para seu uso estão presentes em: 
 
a) emprego da 1ª pessoa – discussão de um tema polêmico. 
b) resgate de práticas pessoais passadas – conservação de uma visão de 
mundo. 
c) interlocução direta com os possíveis leitores – fortalecimento de um 
pacto de omissão. 
d) presença de um interlocutor em 2ª pessoa - desenvolvimento de uma 
estratégia de confissão. 
e) presença de um narrador em 3ª pessoa – demonstração de pleno 
conhecimento dos fatos. 
 
5) O enunciador do texto Nem a Rosa, nem o Cravo defende como modo de reação 
às crueldades referidas, a utilização das mesmas armas dos agressores. O trecho em 
que essa ideia se apresenta mais claramente é: 
 
a) “Sobre toda a beleza paira a sombra da escravidão.” 
Língua Portuguesa 
 
41 
b) “Houve um dia em que eu falei do amor encontrei para ele os mais doces 
vocábulos.” 
c) “Hoje só o ódio pode fazer com que o amor perdure sobre o mundo.” 
d) “Jamais as tardes seriam doces e jamais as madrugadas seriam de 
esperança.” 
e) “Não restaria nenhuma parcela de beleza, a mais mínima.” 
 
 
 
 Leia o texto. 
 
 “Meu coração estrala”... 
Que imagem sem verdade. 
Porém não tive ideia de mentir... 
Foram os nervos, a alma?... 
Que quer dizer estralo! 
Nem ao menos sou Padre Vieira... 
Oh dicionário pequitito!” 
(Mário de Andrade) 
 
6) Este poema salienta um problema relacionado ao emissor, pois fala: 
 
a) da incomunicabilidade entre as pessoas. 
b) da ineficácia das palavras em transmitir sensações e estados d’alma. 
c) da falta de conhecimento de vocabulário. 
d) da solidão. 
e) da ausência de equilíbrio interior. 
 
Leia o trecho com atenção. 
 
“Minhas mãos ainda estão molhadas 
do azul das ondas entreabertas 
e a cor que escorre dos meus dedos 
colore as areias desertas.” ( Cecília Meireles) 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
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7) A estrofe acima revela que o eu-poético ( a voz que fala no texto) desenvolve a 
percepção ................. do mundo. 
 
a) sentimental 
b) racional 
c) emotiva 
d) sensorial 
e) onírica 
 
Leia . 
 
 “ O matuto foi fazer uma consulta médica. 
 O médico pede: 
- Tire a calça. E começa em seguida a examiná-lo. 
- Mas o senhor está totalmente descalcificado! 
- Claro! Foi o senhor que mandou.” ( Ziraldo ) 
 
8) Segundo Saussure, “a língua não existe senão em virtude duma espécie de 
contrato estabe lecido entre os membros da comunidade.” No texto, o contexto 
contraria esse conceito porque houve: 
 
a) identificação da mensagem. 
b) decodificação da mensagem. 
c) diversificação no emprego do código. 
d) sistematização do emprego do código. 
e) identificação e decodificação entre emissor e receptor. 
 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
43 
 
Leia o texto abaixo e responda às questões 1 e 2. 
 
TRÊS APITOS 
 
“ Quando o apito 
Da fábrica de tecidos 
Vem ferir os meus ouvidos, 
 
Eu me lembro de você. 
Mas você anda, 
Sem dúvida bem zangada 
E está mesmo interessada 
Em fingir que não me vê. 
 
Você que atende ao apito 
De uma chaminé de barro 
Por que não atende ao grito, 
Tão aflito, 
Da buzina do meu carro? 
 
Você no inverno 
Sem meias vai para o trabalho, 
Não faz fé com agasalho, 
Nem no firo você crê. 
Mas você é mesmo 
Artigo quenão se imita, 
Quando a fábrica apita 
Faz reclame de você. 
 
Nos meus olhos você lê 
Que eu sofro cruelmente 
Com ciúmes do gerente 
Impertinente 
Que dá ordens a você. 
 
Sou do sereno, 
Poeta muito soturno 
Vou virar guarda-noturno 
E você sabe por quê. 
Mas você não sabe 
Língua Portuguesa 
 
44 
 
Que, enquanto você faz pano, 
Faço junto do piano 
Estes versos pra você.” 
Noel Rosa. 
 
 
 
 
 
 
 
9) Em que pessoa está escrito o texto? Qual o elemento da comunicação em 
evidência? Justifique com palavras retiradas do próprio texto. 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
 
10) Caracterize a segunda pessoa do discurso. A que elemento da comunicação se 
refere? Podemos afirmar que o texto está centrado exclusivamente na segunda 
pessoa do discurso? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
45 
 
As funções da linguagem 
 4 
A função referencial. 
A função expressiva ou emotiva. 
A função conativa ou apelativa: a intenção do emissor e a organização da 
mensagem. 
A função poética. 
A função fática. 
A função metalingüística. 
Língua Portuguesa 
 
46 
 
 
Hoje estaremos falando de como toda mensagem tem uma finalidade 
predominante, quer seja transmitir uma informação, uma emoção, quer seja um 
pedido. 
Você perceberá, no decorrer da leitura, que nenhuma mensagem existe sem 
que haja uma intenção do emissor. 
A nossa, hoje, é lhe ensinar mais um conteúdo necessário para a sua formação 
acadêmica. Boa aula!!! 
 
 Quando realizamos um ato de comunicação verbal, procuramos 
selecionar as palavras e depois de organizá-las, combiná-las entre si, temos que 
adequá-las de acordo com a intenção, com o sentido que queremos dar à 
mensagem que enviaremos ao receptor. 
 Por ser o ato de falar algo bastante automático, raramente percebemos 
que essa organização e adequação das palavr as usadas estão ligadas a uma ou 
mais funções. Sendo assim, ao darmos ênfase a um dos elementos de 
comunicação, já estudados na aula anterior, estaremos priorizando uma das seis 
funções que a linguagem possui. 
 Foi o linguista russo Roman Jakobson quem elaborou, em 1969, estudos 
acerca das funç ões das linguagem. Para cada um dos elementos da comunicação 
humana existe uma função estritamente ligada a c ada elemento, como veremos a 
seguir: 
 
Língua Portuguesa 
 
47 
 
 
Estudaremos uma a uma dessas funções: 
 
1. Função referencial: 
 
Também chamada de função informativa é centrada no referente, isto é, 
naquilo que se fala. Cabe ao emissor a intenção de transmitir ao seu interlocutor, 
de modo direto e objetivo, dados estruturados, geralmente, na ordem direta. Essa 
função está presente em grande parte dos textos dissertativos, técnicos, 
jornalísticos, em receitas médicas, bulas de remédio, manuais de instrução, avisos 
institucionais, mapas, gráficos, etc. 
A função referencial é tratada por alguns autores como função denotativa, visto 
que no texto não há ambigüidades ou duplo sentido. 
 
Língua Portuguesa 
 
48 
 
 
2. Função expressiva ou emotiva: 
 
Centrada no emissor da mensagem, exprime a sua atitude em relação ao 
conteúdo da mensagem e da situação. Nesse caso, o emissor expressa seus 
sentimentos e emoções, resultando num texto subjetivo (diferente da objetividade 
da função referencial). 
A mensagem é estruturada com algumas marcas gramaticais que merecem 
registro: verbos e pronomes em 1ª pessoa, interjeições, adjetivos de valores, sinais 
de pontuação como as reticências, ponto de exclamação. 
 O exemplo que lhe daremos é o famoso Soneto da Fidelidade, escrito por 
Vinícius de Moraes. Repare como o uso da 1ª pessoa é uma marca significativa para 
acentuar a subjetividade do eu-poético. 
 
SONETO DA FIDELIDADE 
 
De tudo ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 
 
Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento. 
 
Língua Portuguesa 
 
49 
 
E assim, quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de que vive 
Quem sabe a solidão, fim de quem ama 
 
Eu possa me dizer do amor ( que tive ): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja infinito enquanto dure. 
MORAES, Vinicius de. Obra Completa e prosa. 
 Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1998. 
 
 
3. Função conativa ou apelativa: 
 
 
O destaque está no receptor que, por sua vez, é estimulado pela mensagem. 
 Os textos em que essa função predomina são marcados por verbos no 
imperativo, por vocativos, por pronomes de tratamento. Outro recurso utilizado 
pela imprensa para prender o receptor e que caracteriza muito bem a função 
CONATIVA é a argumentação, em que o emissor procura a adesão do receptor ao 
seu ponto de vista. 
 Podemos traçar um paralelo entre a intenção do emissor da mensagem e 
a organização da mesma na função conativa. Perceba: 
 
Língua Portuguesa 
 
50 
 
 
INTENÇÃO DO EMISSOR influenciar, envolver, persuadir 
ORGANIZAÇÃO DA MENSAGEM apelo, súplica, ordem, chamamento, 
argumento. 
 
 Numa mensagem publicitária, por exemplo, de um produto para limpeza, 
o texto parece falar com a mulher – dona-de-casa – a quem interessa vender o 
produto. 
 Já, quando o objetivo é influenciar um jovem a comprar uma mochila, por 
exemplo, a intenção discursiva é outra e, consequentemente, o texto vai privilegiar 
palavr as do universo dos adolescentes, usando gírias do momento, termos 
centrados em seu linguajar. 
 Assim, a função conativa ou apelativa da linguagem é 
predominantemente encontrada nos anúncios publicitários, nos discursos 
políticos, nos horóscopos, nos livros de auto-ajuda, nas preces religiosas, etc. 
 
 
4. Função poética 
 
Acontece quando a comunicação dá ênfase à própria mensagem. 
Uma das características dessa função é o uso de recursos literários na 
construção da linguagem. Ao selecionar as palavras para compor um texto, o poeta 
escolhe as que realçam o sentido que ele quer dar ao seu texto e também a sua 
sonoridade e o ritmo; privilegiar as figuras de linguagem, os recursos fonológicos, a 
falta ou o excesso de sinais de pontuação. 
Língua Portuguesa 
 
51 
 
Nos textos em que predomina a função poética da linguagem, podemos 
encontrar, com muita frequência, o sentido conotativo das palavras. 
 
Tem tudo a ver 
 
A poesia 
tem tudo a ver 
com o sorriso da criança, 
o diálogo dos namorados, 
as lágrimas diante da morte, 
os olhos pedindo pão. 
 
A poesia 
– é só abrir os olhos e ver – 
tem tudo a ver 
com tudo. 
Elias José. Segredinhos de amor. 
São Paulo, Moderna, 1991 
 
 
5. função fática 
 
Esta função se manifesta quando se percebe a preocupação do emissor em 
manter contato como receptor, sem deixar com que a comunicação se perca. 
Centrada no can al, ou c ontato como alguns autores preferem, a função fática 
acontece tanto na comunicação oral, através de sons do tipo “Hum ... hum ...”, 
“Hein? ...”, “Tá... tá ...”, “Sim ... sei ...”; de frases como “Está me ouvindo?”, “Estão me 
entendendo?” e de marcas sonoras como o famoso “plim ! plim!” da Rede Globo que 
chama o telespectador “distraído” para a retomada de comunicação. 
 
Língua Portuguesa 
 
52 
 
Como na comunicação escrita, encontramos a função fática da linguagem ao 
empregarmos marcadores linguísticos que se repetem, como os balões que você 
vê e lê no início e no fim de cada aula desse curso. 
 
 
 
 
6. função metalinguística 
 
 
Acontece quando a ênfase está no código, isto é, quando o código é o tema da 
mensagem ou é usado para explicar o próprio código. 
 Sabemos que, na linguagem verbal, o código é a língua; portanto, 
quando utilizamos a língua para explicar a própria l íngua, temos a metalinguagem 
ou seja, a função metalinguística. 
Língua Portuguesa 
 
53 
 
Um exemplo bem claro são os dicion ários e as gramátic as, pois utilizam 
palavr as para explicar as próprias palavras. 
 
 fren.te 
s. f. 1. Parte superior do ros to, desde 
os cabelos até as sobrancelhas. 
2. Parte anterior de qua lquer coisa. 
3. Fachada de edifício. 4. Mil. Vanguarda. 
5. Meteor. Superf ície que marca o contato 
de duas massas de ar convergentes 
e de temperaturas diferentes. 
 
Língua Portuguesa 
 
54 
 
EXERCÍCIOS – UNIDADE 4 
 
 
TEXTO PARA AS QUESTÕES 1 e 2: 
 
O último poema 
 
Assim eu quereria o meu último poema 
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais 
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas 
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume 
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos 
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação." 
(Manuel Bandeira, Libertinagens) 
 
1. Qual a função predominante nessa poesia? 
 
a) função referencial ou informativa. 
b) função poética. 
c) função emotiva ou expressiva. 
d) função metalinguística. 
e) função conativa ou apelativa. 
Língua Portuguesa 
 
55 
 
 
2. Podemos detectar outra função, não predominante, mas presente ainda no 
poema. Marque o item em que ele se encontra. 
 
a) função referencial ou informativa. 
b) função poética. 
c) função emotiva ou expressiva. 
d) função metalinguística. 
e) função conativa ou apelativa. 
 
3. Veja o texto abaixo – adaptado de um anúncio publicitário – e escolha o item 
correto quanto à função predominante: 
 
 
“CETIVA: Vitamina C sem cama. Adquira o hábito de tomar CETIVA 
regularmente e você terá mais saúde, dinamismo e resistência às infecções. 
Tome CETIVA todos os dias e vá para a cama só quando você bem 
entender.” 
 
 
a) função referencial ou informativa. 
b) função poética. 
c) função emotiva ou expressiva. 
d) função metalinguística. 
e) função conativa ou apelativa. 
 
Língua Portuguesa 
 
56 
 
 
 
4. Diga qual a função da lingu agem predominante em: 
 
 
Promover a recuperação de trabalhadores acidentados ou incapacitados 
física ou mentalmente para o trabalho, a nobre tarefa que o SESI realiza 
através da Subdivisão de Reabilitação. 
 
 
a) função referencial ou informativa. 
b) função poética. 
c) função emotiva ou expressiva. 
d) função metalinguística. 
e) função conativa ou apelativa. 
 
5. A partir do texto abaixo, marque o item correto em relação à função 
predominante: 
 
 
Língua Portuguesa 
 
57 
a) função referencial ou informativa. 
b) função poética. 
c) função emotiva ou expressiva. 
d) função fática. 
e) função conativa ou apelativa. 
 
6. Leia o texto abaixo e marque a função da linguagem que nele predomina: 
 
 
“CNBB aceita explicações de Arcoverde depois de um telefonema do Ministro 
Waldir Arcoverde que, segundo o secretário-geral da CNBB, D. Luciano 
Mendes, fez reparos ao Programa de Planejamento familiar, a Conferência 
Nacional dos Bispos do Brasil divulgou nota atribuindo a um ‘equívoco da 
imprensa’ a notícia de que o Governo está disposto a adotar a esterilização 
como método anticoncepcional.” (JB, 30/12/80) 
 
 
a) função referencial ou informativa. 
b) função poética. 
c) função emotiva ou expressiva. 
d) função metalinguística. 
e) função conativa ou apelativa. 
Língua Portuguesa 
 
58 
 
7. Numere os parênteses de acordo com a coluna da esquerda e depois escolha o 
item correto: 
 
1. função conativa. 
2. função fática. 
3. função poética. 
4. função emotiva. 
5. função referencial. 
6. função metalinguística. 
 
 
 
( ) centrada no emissor. 
( ) centrada no receptor. 
( ) centrada no canal. 
( ) centrada no referente. 
( ) centrada no código. 
( ) centrada na mensagem
a) 2 – 5 – 6 – 4 – 1 – 3 
b) 4 – 2 – 3 – 5 – 3 – 6 
c) 6 – 2 – 4 – 1 – 2 – 5 
d) 4 – 1 – 2 – 5 – 6 – 3 
e) 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 
 
8. Leia o texto de Millôr Fernandes e marque a alternativa que contém a função da 
linguagem predominante: 
 
 
 “A ‘boite’ é um local em que o excesso de escuridão faz com 
que cada um dance com a mulher do outro. Desse engano constante 
nasce o infinito número de maridos enganados. É tão escura a ‘boite’ que 
nunca se sabe o que a orquestra está tocando. Nem o que se está 
comendo. Nem o que se está pagando. A ‘boite’ é o louvor da incógnita.” 
 
 
a) função referencial ou informativa. 
b) função poética. 
c) função emotiva ou expressiva. 
d) função metalinguística. 
e) função conativa ou apelativa. 
 
Língua Portuguesa 
 
59 
 
9. Dê a função da linguagem do seguinte anúncio vinculado nas tevês, revistas e 
jornais e depois, justificando a sua resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
10. Leia a poesia que se segue e diga quais as du as funções da linguagem que 
podem caracterizar o texto. Qual das duas é a predominante? Por quê? 
 
 
 “Que é Poesia? 
 uma ilha 
 cercada 
 de palavras 
por todos 
os lados.” (Cassiano Ricardo) 
 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
Língua Portuguesa 
 
60 
 
5 As diversidades do uso da língua – os níveis da 
linguagem 
A modalidade escrita e falada. 
As variantes socioculturais – a norma culta e a norma coloquial; a gíria; a 
linguagem da Internet. 
As variantes regionais. 
As variantes de época. 
·As variantes de estilo. 
Língua Portuguesa 
 
61 
 
Hoje, trataremos dos níveis da linguagem, ou seja, da diversidade lingüística, 
fato que ocorre, muitas vezes com bastante evidência; em outras, de forma pouco 
perceptível. Mas, de qualquer maneira, o estudo dessas variedades de uma língua 
implica em fatores de vital importância para o bom uso dela. 
 Boa aula!!! 
 
TEXTO 1: 
 
“Uma das características mais evidentes das línguas é sua variedade. Entende-se 
por isso, fundamentalmente, que as línguas apresentam formas variáveis em 
determinada época, o que significa que não são faladas uniformemente por todos os 
falantes de uma sociedade. (....) Esta característica não é exclusivadas língua 
modernas. O latim e o grego antigo também tinham formas variáveis. O português, 
por exemplo, descende do chamado latim vulgar (popular), diferente em vários 
aspectos do latim dos escritores que chegou até nós.(...). 
Uma outra característica das línguas é que as diferenças que apresentam 
decorrem do fato de que os falantes de uma comunidade linguística não são 
considerados iguais pela própria sociedade. As diferenças de linguagem são uma 
espécie de distintivo ou emblema dos grupos, e, nesse sentido, colaboram para 
construir sua identidade. (...) As variedades (ou os dialetos) correspondem em grande 
parte a grupos sociais relativamente definidos: os que residem numa região ou em 
outra; os que pertencem a uma classe social ou a outra; os que são mais jovens ou mais 
velhos; os que são homens ou são mulheres; os que têm uma profissão ou outra etc.“ 
M.B.M. Abaurre e S. Possenti. Vestibular Unicamp: Língua Portuguesa. 
 
Língua Portuguesa 
 
62 
 Apenas prestando atenção, percebemos intuitivamente que uma língua 
não é falada do mesmo modo por todos os seus falantes. Em particular, veremos o 
caso da Língua Portuguesa, falada em Portugal, no Brasil, em Angola, Moçambique, 
Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe; em regiões asiáticas como Macau, 
Goa, Damão e Dio e em Timor Leste, na Oceania. 
 Além do fator geográfico, temos também a variação de ordem social do 
falante, a situação em que ele deve falar ou escrever, etc. 
 Sendo assim, podemos dizer que uma língua sofre variações de acordo 
com cinco eixos, criados pelo linguista romeno Eugenio Coseriu, que são: 
 
1º EIXO: a modalidade escrita e falada. 
2º EIXO: as variantes socioculturais – a norma culta e a norma coloquial. 
3º EIXO: as variantes regionais. 
4º EIXO: as variantes de época. 
5º EIXO: as variantes de estilo. 
 
 Não podemos esquecer de que, enquanto a linguagem em si mesma é 
um fenômeno universalmente igual para todos, a língua se manifesta de maneira 
diferente entre os falantes de uma mesma comunidade linguística, quer por fatores 
de ordem interna como externa. 
 As línguas, portanto, manifestam a mesma capacidade humana de 
expressão, mas há, por exemplo, maneiras típicas de falar relacionadas às regiões 
de um país – principalmente o nosso, com essa dimensão continental, às faixas 
etárias, aos grupos e classes sociais, às situações em que nos encontramos, ao estilo 
Língua Portuguesa 
 
63 
individual e até mesmo ao sexo, visto que, em algumas situações, há palavras que 
contemplam mais o sexo masculino que o feminino. 
 Para tanto, existem as normas linguísticas. Algumas são mais livres e 
espontâneas; outras mais rígidas, com “sansões” formais àqueles que infringem a 
norma culta ou formal. 
 O gramático Adriano da Gama Kury (In. Novas lições de análise sintática. 2 
ed. São Paulo: Ática, 1985.) tem uma frase que sintetiza todas essas variações de 
uma língua dinâmica e potencialmente rica: “O bom falante é um poliglota em sua 
própria língua.” 
 Vamos, então, analisar um a um os cinco eixos dessas variantes 
linguísticas: 
 
1º eixo: a modalidade escrita e falada: 
 
 As diferenças entre o código escrito e o falado não podem ser ignoradas, 
visto que, ao contrário da modalidade escrita, a falada tem uma característica 
marcante que se fundamenta na profunda vinculação às situações em que é usada. 
Normalmente, o contato entre os interlocutores é direto e, ao conversarem sobre 
um determinado assunto, esses interlocutores elaboram mensagens marcadas por 
fatos da língua falada. O vocabulário utilizado é fortemente alusivo, pois usamos 
pronomes como eu, você, isso e advérbios como aqui, agora, cá, lá, etc. 
 O código oral também conta com elementos expressivos que o código 
escrito não contempla. Nesse caso, aparece a entonação, capaz de modificar 
totalmente o significado de certas frases. 
 Sabemos que nem todas as sociedades do mundo tem domínio sobre a 
modalidade escrita, mas todas as sociedades humanas fazem uso da modalidade
Língua Portuguesa 
 
64 
 oral. A essas sociedades – como muitas das comunidades indígenas do Brasil – 
damos o nome de sociedades ágrafas. 
 Já, nas sociedades ditas letradas podemos classificar a linguagem em 
três categorias, que veremos mais adiante: temos a linguagem coloquial, a norma 
culta ou padrão e a linguagem literária. 
 Mas, antes da classificação cit ada, vamos analisar, no quadro que se 
segue – tirado de MESQUITA, Melo Roberto. Gramática da Língua Portuguesa. 8 ed. 
ref. atual. São Paulo: Editor a Sar aiva, 1999 – as diferenças entre a língua falada e a 
língua escrita: 
 
LINGUA FALADA 
 
LÍNGUA ESCRITA 
 
Numa situação de comunicação, 
a mensagem é transmitida de forma 
imediata. 
Numa situação de comunicação, a 
mensagem é transmitida de forma 
imediata. 
Em geral, o emissor e o receptor 
devem conhecer bem a situação e as 
circunstâncias que os rodeiam. Se, 
por qualquer motivo, isso não 
acontecer, pode haver problemas de 
comunicação ou, simplesmente, não 
haver mensagem. 
O receptor não precisa conhecer de 
forma direta e situação do emissor nem o 
contexto da mensagem. 
Língua Portuguesa 
 
65 
 
A mensagem costuma ser 
transmitida de forma mais breve, 
notando-se nítida tentativa de 
economizar palavras. 
Com a presença de um 
interlocutor, que pode, a qualquer 
momento, interromper a conversa, é 
comum o emprego de construções 
mais simples, frases incompletas, 
com ênfase nas orações 
coordenadas, “mais espontâneas e 
mais livres, menos reflexivas”2 
São empregadas construções mais 
complexas, mais planejadas, pois 
subtende-se que o emissor teve mais 
tempo para elaborar a mensagem, 
repensando-a, modificando-a. É, por 
isso, mais comum o uso de orações mais 
complexas, subordinadas, que exigem 
mais esforço de memória ou de 
raciocínio. 
Há elementos prosódicos, como 
entonação, pausa, ritmo e gestos, 
que enfatizam o significado dos 
vocábulos e das frases. 
Como não é possível, na língua 
escrita, a utilização dos elementos 
prosódicos da língua falada, o emprego 
dos sinais de pontuação tenta reconstruir 
alguns desses elementos. 
 
2º eixo: as variantes socioculturais – a norma 
culta e a norma coloquial. 
 
 Quanto à variaç ão da linguagem (quer falada, quer escrita), deparamo-
nos com alguns registros que merecem a nossa atenção: 
 
2 BORBA, Francisco da Silva. Introdução aos estudos linguísticos. São 
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1975. p. 262. 
Língua Portuguesa 
 
66 
LINGUAGEM COLOQUIAL ou norma popular: é a linguagem que empregamos 
em nosso cotidiano, em determinadas situações que não exigem formalidade, com 
interlocutores que consideramos “iguais” a nós no que diz respeito ao domínio da 
língua. 
 
Nesse tipo de linguagem, não temos preocupação em falar “certo” ou “errado”, 
já que não somos obrigados a usar regras e o nosso objetivo é a transmissão da 
informação, dando prioridade à expressividade. 
 
1. Norma culta ou norma padrão: 
 
Leia o que nos fala Magda Soares, em Linguagem e escola: uma perspectiva 
social. 3 ed. São Paulo: Ática, 1986. 
“Dialeto padrão: também chamado norma padrão culta, ou simplesmente norma 
culta, é o dialeto a que se atribui, em determinado contexto social, maior prestígio; é 
considerado o modelo – daí a designação de padrão, de norma – segundo o qual se 
avaliam os demais dialetos. É o dialeto falado pelas classes sociais privilegiadas, 
particularmente em situações de maior formalidade, usado nos meios decomunicação 
de massa (jornais, revistas, noticiários de televisão etc.), ensinado na escola, e 
codificado nas gramáticas escolares (por isso, é corrente a falsa idéia de que só o 
dialeto padrão pode ter uma gramática, quando qualquer variedade linguística pode 
ter a sua). É ainda, fundamentalmente, o dialeto usado quando se escreve (há, 
naturalmente, diferenças formais,. Que decorrem das condições específicas de 
produção da língua escrita, por exemplo, de sua descontextualização). Efetuadas 
Língua Portuguesa 
 
67 
diferenças de pronúncia e pequenas diferenças de vocabulário, o dialeto padrão 
sobrepõe-se aos dialetos regionais, e é o mesmo, em toda a extensão do país.” 
 
A) A gíria: Segundo William Cereja (In. Gramática Reflexiva: texto, semântica e 
interação. São Paulo: Editor a Atual, 1999. p. 11) “a gíria é um dos dialetos de uma 
língua. Quase sempre criada por um grupo social, como o dos fãs de ‘rap’, de ‘heavy 
metal’, o dos que praticam certas lutas, como capoeira, jiu-jítsu, etc. quando ligada a 
profissões, a gíria é chamada de jargão. É o caso do jargão dos jornalistas, dos 
médicos, dos dentistas e de outras profissões.” 
Temos a gíria como uma contribuição da definição da identidade de um grupo 
que a utiliza, às vezes de caráter contestador, como a dos jovens de uma 
determinada geração, funcionando como uma espécie de meio de exclusão dos 
indivíduos externos ao grupo. Algumas,funcionam como transgressoras dos 
padrões sociais vigentes e, por conseqüência da própria língua. 
Para ilustrar, leia o texto que se segue: 
 
TRUS MOSTRAM VITALIDADE DA GÍRIA EM SP 
 
Termo derivado de truta (amigo, companheiro), é usual nas rodinhas de 
estudantes. 
 
Ficar na port a de uma escola paulistana na hora da saída de aula pode ser uma 
experiência única. Para quem não faz parte da turma, compreender o que se diz é 
tarefa pra lá de difícil. Meninos e meninas, com idade entre 13 e 17 anos, não 
economizam em gírias das mais variadas e engraçadas, num código indecifrável: 
Língua Portuguesa 
 
68 
E aí, tru?! Belê? 
Sussu 
Vô na minha goma. Ta na fita? 
Se pá eu vou lá. 
Cola lá. Falou? 
Trata-se do diálogo entre amigos. Um convida o outro para ir à sua casa. O que 
foi convidado diz que talvez vá, mas não tem certeza. O outro reafirma o convite e 
despede-se. 
As gírias paulistanas, que nem sempre pegam ou viram mania nacion al como 
as do Rio, onde recentemente nasceram sangue bom, sarado e o ah1 Eu tô maluco!, 
originam-se, segundo os jovens da capital, nos bailes funk e escolas e entre 
praticantes de skate e de surfe. 
Depois de criadas, elas podem ser ouvidas nas conversas de jovens de todas as 
regiões da cidade. Além das já imortalizadas mina e ô, meu, são incontáveis as 
expressões inventadas pela moçada. “Não sei explicar, mas minha goma é o 
mesmo que minha casa”, diz Jonas Spindell, de 16 anos, estudante do Colégio 
Equipe, em Pinheiros, zona oeste. 
Só para falar – Escrever o que se diz é uma dificuldade. “Acho que sussu se 
escreve assim, com dois esses”, arrisca Pedro Fiorino Barros, de 15 anos. “A gíria é 
para ser dita e não escrita”, define Spindell. 
Muitas vezes, elas têm dois ou mais significados ou são criadas a partir de 
outras. Tru, por exemplo, vem de truta, que significa companheiro, amigo. Nos 
últimos meses, os garotos têm pontuado suas frases com o tá ligado?. Usam a 
expressão no fim das frases para reafirmar uma idéia. “Tipo assim é outra coisa que 
a gente fala muito”, diz Gabriela Gehrke, de 15 anos. 
Língua Portuguesa 
 
69 
Colega de classe de Gabriela, Soraia Barbosa Cardoso, de 15 anos, é nova na 
escola, mas já ganhou um novo repertório de palavras. “No outro colégio não se 
falava tant a gíria”, diz. “É uma coisa que, quando a gente vê, já está falando.” 
Há divergências na hor a de empregar as palavras. Os meninos não saem mais 
para azarar, mas para c atar umas minas. 
“Acho muito feio dizer isso”, diz Luísa Werneck, de 17 anos, Sua colega Renata 
Lins Alves, de 15 anos, não se intimida em adaptar a expressão: “As meninas 
podem dizer que vão catar uns manos.” 
“Procedê” – Na escola Estadual Padre Manuel da Nóbrega, na Casa Verde, zona 
norte, são as meninas que mais usam termos esquisitos, “Quando um cara está 
interessado, mas não quero nada, digo: Ih! Parei com as drogas”, diz Gabriela 
Novaes do Amaral, de 15 anos. 
“Surfar é o mesmo que transar, trocar um procedê é quando o cara quer ficar 
com uma menina”, ensina Jaqueline de Oliveira Santos, de 14 anos. “Pá e tal, 
derrepentemente também serve para dizer que a pessoa está a fim de ficar”, 
completa Diana Chaves da Silva de 15. 
( Cláudia Fontoura. O Estado de S. Paulo, 5 out. 1997.) 
 
 Lendo e respondendo sobre o texto 
 
1) O uso de gíria por parte dos jovens estudantes tem algum propósito 
definido? Comente. 
2) Qual a função do itálico no texto? Há coerência no seu emprego? 
3) Explique por que é difícil escrever os termos de gírias. 
Língua Portuguesa 
 
70 
4) O texto está dividido em três partes. Essa divisão corresponde ao 
esquema de idéias adotado pelo redator para desenvolver seu texto? 
Explique. 
5) Você usa gíria? Os textos que lê ou escreve apresentam termos de 
gíria?Comente. 
 
B) A linguagem da Internet: a natureza interativa da Internet, ao contrário 
da televisão, tenta estimular o intercâmbio entre as pessoas, como interlocutores 
das famosas “ salas de bate-papos”. É bom ressaltar, entretanto, que a língua escrita, 
na rede, assume uma forma peculiar, em que foi criado um código misto, que faz 
uso de sinais capazes de expressão alegria, tristeza, choro, dúvida, decepção, etc. 
Também lançam mão de abreviaturas, de início de palavras, de apenas uma 
letra para significar muitas palavras e até frases. É bom lembrar, porém, que essa 
linguagem serve apenas para incrementar a agilidade da conversação, mas nunca 
para responder a questionário, enviar curriculum, mandar mensagens de caráter 
formal, etc. 
 
 
 
3º Eixo: variantes regionais 
 
 Também chamadas de variação geográfica ou dialetos, esse tipo de 
variante, no Brasil, é bastante grande e facilmente notada. Caracteriza-se pela 
diferenciação do acento linguístico – conjunto das qualidades fisiológicas do som 
no que tange à altura, ao timbre, à intensidade – e por isso é um tipo de variante 
cujas marcas se notam basicamente na pronúncia. 
Língua Portuguesa 
 
71 
 Também percebemos essa variaç ão geográfica no vocabulár io, em certas 
frases estruturadas de modo diferente e no sentido que algumas palavras 
assumem em diversas regiões do país. Também chamadas de dialetos, essas 
variantes regionais podem ser bem distintas, quer no falar nordestino, pela 
abertura das vogais pré-tônicas; quer na pronúncia dos gaúchos, que se caracteriza 
por uma entonação particular; quer na maneira peculiar de se pronunciar o fonema 
“s” final das palavras (normalmente, de modo chiado). 
 Ainda, chamamos atenção para as variações geográficas encontradas no 
vocabulário. Basta percebermos o uso de expressões encontradas nas diferentes 
regiões geográficas brasileiras, com toda a sua peculariedade e distinção. 
 Da mesma maneira, as regiões urbanas e rurais possuem vocabulário e 
pronúncias diferentes, além das expressões típicas que encontramos em cada uma 
dessas localidades. 
 
 
4º eixo: as variantes de época: 
 
Sabemos que as línguas não são fixas, estáticas. Esse caráter dinâmico, 
mutável é que nos apresenta palavras cujo uso está defasado, perderam o seu 
sentido original, deram lugar a outras palavras; enfim, houve uma mudança 
significativa que é registradapelos livros escritos no início do século XVIII, em 
contrapartida com os de hoje, por exemplo. 
 Para ilustrar esse tipo de variante, leia os trechos de dois textos de Carlos 
Drummond de Andrade, que mostram como a língua vai mudando com o tempo: 
 
 
Língua Portuguesa 
 
72 
 
TEXTO 1: ANTIGAMENTE 
 
 Antigamente, as moças chamam-se mademoiselles e eram todas mimosas 
e prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geram dezoito. Os 
janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, 
mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era 
tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (..) Os mais idosos, depois da 
janta, faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomavam cautela de 
não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao 
cinematógrafo, chupando balas de altéia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os 
quais, de pouco siso, se metiam em camisas de onze varas, e até em calças pardas; 
não admira que dessem com os burros n’água. 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 
1988. 
 
TEXTO 2: ENTRE-PALAVRAS 
 Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras – circulamos. A 
maioria delas não figura nos dicionários de há trinta anos, ou figura com outras 
acepções. A todo momento impõe-se tomar conhecimento de novas palavras e 
combinações de. 
.................................................................................................................................... 
 O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete, o 
linóleo, o nylon, o nycron, o dit afone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex 
..... existiam em 1940? 
.................................................................................................................................... 
Língua Portuguesa 
 
73 
 Estão reclamando, porque não citei a conotaç ão, o conglomerado, a 
diagramação, o ideograma, o idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações 
triangulares, o zoom e a guitarra elétrica. 
.................................................................................................................................... Não havia nada 
disso no jornal do tempo de Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luís. 
Algumas dessas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na 
esquina, para consumo geral. A enumeração caótica não é uma invenção crítica de 
Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, 
morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que significado? 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988. 
 
5º Eixo: as variantes de estilo: 
 
Entendemos, aqui, as variações nos enunciados linguísticos que se relacionam 
aos diferentes graus de formalidade do contexto de interlocução. Podemos 
explicá-las, partindo do princípio de maior ou menor conhecimento e proximidade 
entre os falantes. Em um dos pólos, tomando-o como eixo contínuo de 
formalidade, temos as situações informais em que se manifesta a linguagem. No 
outro extremo desse mesmo eixo temático, encontramos as situações formais de 
uso da linguagem (por exemplo, as escolhas linguísticas caracterizando um 
discurso feito em um Congresso). 
 Também podemos lembrar que as variações de estilo podem ocorrer em 
relação aos escritores e poetas da nossa literatura. Mesmo sendo representantes de 
um mesmo momento literário, encontramos autores com estilos bastante 
diferentes. Como exemplo, podemos citar Manuel Bandeira e Mário de Andrade. 
Língua Portuguesa 
 
74 
 
EXERCÍCIOS – UNIDADE 5 
 
 
As diversidades do uso da língua: os níveis de linguagem 
 
Leia os itens abaixo e responda à questão 1: 
I) Positivo! O elemento acaba de ser preso 
II) Que mandioca o quê, mineiro, aqui, isso se chama macaxeira 
III) Ó meu docinho, a mamãe te ama 
 
1) Sobre os enunciados acima, só não é correto afirmar que: 
(a) em I, II e III, há variedades linguísticas 
(b) em I e II, há, respectivamente, jargão profissional e variedade regional 
(c) em III, há predominância do uso familiar da linguagem 
(d) em I, II e III, há exemplificação de homogeneidade linguística 
(e) em III, há afetividade por parte do falante. 
 
 
2) Em “ vou cumprimentar a mademoiselle que completa 18 primaveras hoje”; 
“olá, que tal um passeio pela cidade” e “o propósito da presente palestra é 
tornar claros os seguintes pontos: assiduidade profissional e credibilidade”, 
registram-se, respectivamente, as seguintes modalidades linguísticas: 
 
(a) de época, coloquial e formal 
Língua Portuguesa 
 
75 
(b) coloquial, de época e formal 
(c) formal, de época e padrão 
(d) formal, de época e coloquial 
(e) coloquial, de época e coloquial. 
 
3) Um professor, em uma turma de 8a série, ao solicitar que cada grupo de alunos 
redija um texto, opinando sobre a redução da maioridade penal, e o envie para 
destinatários diferentes: ao presidente da República do Brasil; a um jornal de 
grande circulaç ão de sua cidade; à autoridade máxima de sua denominação 
religiosa; ao colega de outro turno escolar, objetiva, especialmente, que: 
 
(a) os alunos respeitem a variação regional de cada falante 
(b) os alunos conheçam apenas a modalidade culta da língua 
(c) os alunos aprendam a usar diferentes registros linguísticos no meio 
social 
(d) os alunos preconizem apenas a modalidade coloquial da língua 
(e) os alunos deem preferência a modalidade oral da língua 
 
Leia o relato a seguir e responda ao que se pede: 
 
Nóis fico sem lúiz. 
Tem uns inquilinu lá né, então, 
Tudo barracu qui meu padastru tinha alugadu. 
Então um cumeçô num pagá, atrasá c’ u alugue, 
Dipois num pagava lúiz nem nada. 
Aí us otru falaru: “Só nóis qui vai pagá, tudu mundu usanu! 
Aí cumeçaru a num pagá tamém, 
Um pagá, u otru num pagá, 
Aí meu padastru pego i corto. 
 
Num pagô tamém na laiti, 
Língua Portuguesa 
 
76 
Aí cortaru né. 
Aí ficamu sem lúiz dipois, né. 
(narrativa de um adolescente nascido em São Paulo, carregador de pacotes em 
um grande supermercado e morador de uma das favelas da cidade, in: 
TARALLO, Fernando. A Pesquisa Sociolinguística. Ática, São Paulo, 1994). 
 
4) Através do texto, nota-se um pensamento de grande parte dos brasileiros: 
“não é justo somente uma pessoa trabalhar e as outras apenas usufruírem 
desse trabalho”. A alternativa abaixo que contém uma frase demonstradora 
desse pensamento é: 
 
(a) nóis fico sem luiz aí, seis méis sem luiz 
(b) tem us inquilinu lá né, então 
(c) aí us otru falaru: “Só nóis qui vai pagá, tudu mundu usanu” 
(d) aí cortaru né 
(e) aí ficaru sem luiz depois, né 
 
5) Sobre o texto é correto afirmar que: 
 
(a) há predominância de termos regionais 
(b) o texto é altamente formal, embora faça parte de um relato 
(c) há, no texto, pormenores sociais de uma comunidade ágrafa 
(d) a escrita do texto representa particularidades da oralidades linguística 
(e) o texto deixa transparecer particularidades linguísticas de uma 
modalidade de época 
 
Língua Portuguesa 
 
77 
6) Marque a opção abaixo que registra aspectos predominantes na modalidade 
oral da língua: 
(a) háusos de elementos como: entonação, gestos, ritmos, etc. 
(b) há amplo uso de oração subordinada 
(c) há necessidade de explicar o contexto situacional (lugar onde se fala, 
momento da fala, etc.) 
(d) há emprego marcante de sinais de pontuação, tais como: dois pontos, 
ponto e vírgula 
(e) há preferência pelo uso de frases longas 
 
7) O uso coloquial da língua só é adequado na situação descrita na seguinte 
alternativa: 
(a) pronunciamentos de altas autoridades em cerimônias de posses 
(b) palestras para graduandos em congressos sobre Educação 
(c) relatos de jogos de futebol aos amigos 
(d) cumprimentos a autoridades como juízes, governadores e prefeitos 
(e) editoriais feitos por telejornais como Jornal Nacional, Jornal Band e 
Repórter Record. 
 
Leia o texto abaixo e responda ao que se pede: 
 
 (...)- Então lá [Portugal] há moças bem arreadas?- perguntou Emília. 
Sim - respondeu a velha. Uma dama bem arreada não espanta ninguém lá no 
outro lado. Aqui [Brasil], MOÇO significa jovem; lá, significa serviçal, criado. 
 
Língua Portuguesa 
 
78 
 
Também no modo de pronunciar as palavras existem variações. Aqui, todos 
dizem PEITO; lá, todos dizem PAITO, embora escrevam a palavra da mesma 
maneira. Aqui se diz TENHO e lá se diz TANHO. Aqui se diz VERÃO e lá se diz V’RÃO. 
- Também eles dizem por lá VATATA, VACALHAU, BAVA, VESOURO- lembrou 
Pedrinho. 
- Sim, o povo de lá troca muito o V pelo B e vice-versa. 
Nesse caso, aqui nesta cidade [Brasil] se fala mais direito do que 
na cidade velha [Portugal] - concluiu Narizinho. (...) 
O que sucede é que uma língua, sempre que muda de terra, começa a variar 
muito mais depressa do que se não tivesse mudado. Os costumes são outros, a 
natureza é outra - as necessidades de expressão tornam-se outras. Tudo junto força 
uma língua que emigra a adaptar-se à sua nova pátria (...). 
 (MONTEIRO LOBATO in Emília no País da Gramática) 
 
8) A respeito do texto de Monteiro Lobato, acima, é correto afirmar que: 
(a) uma língua sofre variação apenas no âmbito da escrita 
(b) uma língua não sofre variação na modalidade oral 
(c) a língua que emigra perde totalmente as características de sua terra 
de origem 
(d) a mudança linguística ocorre em razão da falta de apego à pátria 
(e) a variação linguística ocorre em função de fatores particulares: costumes, 
histórias, etc. 
 
Língua Portuguesa 
 
79 
 
 
 
9 - Explique o que se pode entender por variação linguística e identifique a 
principal var iedade linguística ilustrada no texto de Monteiro Lobato 
exemplificado na questão 8: 
 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
Observe o texto seguinte para responder à questão 10: 
 
Cara, esse trambolho aí já era: pineu furado, para brisa ferrado. Ah! 
Troque ele por outro carro mais chão. 
 
10- Leia texto acima e responda ao que se pede nos itens I e II: 
I) Diferencie modalidades formal e coloquial da língua 
II) Reescreva o trecho ilustrado acima para a modalidade formal da língua. 
 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
80 
 
6 
Os mecanismos de 
combinação e seleção: a 
coerência – a articulação de 
sentidos 
Os mecanismos de combinação e articulação de sentidos. 
A Coerência Textual. 
Os Tipos de Coerência Textual: a coerência semântica, a coerência 
sintática, a coerência estilística, a coerência pragmática. 
A diferença entre coerência global e coerência local. 
Língua Portuguesa 
 
81 
 
 Conforme falamos na nossa aula anterior, o assunto dessa semana trata de 
como podemos combinar os elementos para a formação de um texto coeso, claro, 
conciso e coerente. 
Uma excelente semana de aula para você!!! 
 
 Como você já deve ter percebido, escrever não é só colocar as ideias no 
papel. Até porque essas idéias não surgem do nada. Elas fazem parte do processo 
de comunicação de que participamos e de todas as informações que nos chegam, 
através de trocas de experiências com seus interlocutores e muita, muita leitura. 
 Veja a manchete de um jornal de grande circu lação nacional que 
publicou o seguinte: 
Professoras mandam carta a deputados protestando contra 
o aumento de seus salários. 
 
 Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o leitor poderia 
entendê-la de dois modos diversos: as professoras, chateadas com o aumento 
insignificante de seus salários, reclamam, protestando, através de uma carta, aos 
senhores deputados; ou as professoras questionam o aumento de salário que os 
deputados tiveram, comparando com o salário delas e escrevem-nos protestando. 
 Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece quando menos 
esperamos? 
 Nesse caso, é o emprego do pronome “seus” o causador desse duplo 
sentido. Podemos dizer que o pronome possessivo destacado também pode se 
referir aos salários das professoras como dos deputados. 
Língua Portuguesa 
 
82 
 Sendo o texto ‘uma unidade de sentido’, os elementos que o 
compõem (palavras, orações, períodos) precisam se relacionar harmonicamente. 
 A estruturação de uma simples frase pode ser comparada com a 
articulação de um esqueleto com seus ossos. Do mesmo jeito que uma articulação 
entre dois ou mais ossos acontece, resultando num movimento, as palavras devem 
combinar umas com as outras numa articulação de pensamentos, tornando o texto 
coeso, com nexo. Não se esqueça de que nexo significa “ligação, vínculo” 
 Esse modo de estruturar o texto, a combinação e seleção das palavras 
para evitar a falta de nexo, recebem o nome de mecanismos de coesão. 
 A coesão decorre das relações de sentido que se operam entre os 
elementos de um texto. Também resulta da perfeita relação de sentido que tem de 
haver entre as partes de um texto. Assim, o uso de conectivos é de grande 
importância para que possa haver coesão textual. 
 Veja o significado da palavra conectivo, t irado do dicionário Michaellis 
Eletrônico – Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa – 2000. 
 
co.nec.ti.vo adj (lat connect(ere) 
+ivo) Que liga, ou une. sm 1 Gram Vocábulo que estabelece conexão entre 
palavr as ou partes de uma frase. Em português são conectivos: conjunções, 
pronomes relativos e preposições (Matoso Câmara Jr.). 
 
 Veja o texto que se segue: 
 
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações é preciso que 
todos sejam livres para manifestar opiniões e críticas sobre o comportamento do 
Língua Portuguesa 
 
83 
 
governo. Não basta, porém, dizer na Constituição que essas liberdades existem. É 
preciso que existam meios concretos ao alcance de todo o povo par a a obtenção e 
divulgação de informações, e por esses meios o povo participe constantemente do 
governo, que existe para realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades e 
promover a melhoria de suas condições de vida. “ 
 DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São Paulo: Editora 
Moderna, 1985. p. 41.Atente para o fato de que as orações que formam esse trecho apresentam uma 
perfeita relação de sentido criada com a ajuda dos conectivos. Vamos analisar um a 
um os períodos encontrados no texto transcrito acima para entender esses 
mecanismos relacionais que os conectivos nos dão. 
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações é preciso que todos 
sejam livres para manifestar opiniões e críticas sobre o comportamento do governo.” 
No 1º segmento, encontramos a locução conjuntiva ‘além de’ que introduz as 
orações seguintes, ambas subordinadas adverbiais finais ‘para receber e (para) 
transmit ir’, que por sua vez são coordenadas aditivas entre si, ou seja, têm a 
mesma função. 
Na 2ª oração “Não basta, porém, dizer na Constituição que essas liberdades 
existem”, a conjunção destacada indica contradição, oposição ou restrição ao que 
foi dito na oração anterior. 
Já, no último segmento do texto, no trecho sublinhado, encontramos o 
pronome relativo que retomando o substantivo governo da oraç ão anterior e que 
aparece como oração principal de três outras orações subordinadas a ela, também 
com o sentido de finalidade – para realizar sua vontade; (para) satisfazer suas 
necessidades e (para) promover a melhoria de suas condições de vida. 
Língua Portuguesa 
 
84 
 
Veja o trecho agora, por inteiro: 
 ‘É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo o povo para a 
obtenção e divulgação de informações, e por esses meios o povo participe 
constantemente do governo, que existe para realizar sua vontade, satisfazer suas 
necessidades e promover a melhoria de suas condições de vida’ 
 
Repare que trabalhamos com os conectores (outro nome para os conectivos) 
visando à perfeita relação de sentido que deve haver entre as partes que compõem 
um texto. 
Sendo os conectivos elementos que relacionam partes de um discurso, 
estabelecendo relações de significado entre essas partes, possuem valores 
próprios, uns exprimindo finalidade, outros, oposição; outros, escolha e assim por 
diante. 
 A seleção vocabular é também um importante mecanismo coesivo e a 
estamos empregando quando substituímos uma palavra que já foi usada por outra 
que lhe retoma o sentido. Podemos usar sinônimos, pronomes (retos ou oblíquos), 
pronomes relativos, etc. 
 Esse mecanismo seletivo, além de dar coesão ao texto, tem função 
estilística, pois permite que as palavras não sejam repetidas. 
De maneira geral, podemos dizer que temos um texto coerente e coeso 
quando este não contém contradições, o vocabulário utilizado está adequado, as 
afirmações são relevantes para o desenvolvimento do tema, os fatos estão 
corretamente seqüenciados; ou seja, o texto deverá estar constituído de relações 
de sentido entre os vocábulos, expressões e frases e do encadeamento linear das 
unidades lingüísticas no texto. 
Língua Portuguesa 
 
85 
 
O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não haverá coesão quando, por 
exemplo, empregarmos conjunções e pronomes de modo inadequado, deixarmos 
palavr as ou até frases inteiras desconectadas e quando a escolha vocabular foi 
inadequada, levando à ambiguidade, entre outros problemas. 
 Aconselhamos que, para se perceber a falta de coesão no texto produzido 
por você, o melhor que se tem a fazer é lê-lo atentamente, estabelecer as relações 
entre as palavras que o compõem, as orações que formam os períodos e, por fim, 
os períodos que formam o texto. 
 
Vejamos a acepção do vocábulo coerência, retirado do Dicionário Houaiss da 
Língua Portuguesa - Eletrônico / 2001. 
 
CO.E.RÊN.CIA 
■ substantivo feminino 
qualidade, condição ou estado de coerente 
ligação, nexo ou harmonia entre dois fatos ou duas ideias; relação harmônica, 
conexão 
congruência, harmonia de uma coisa com o fim a que se destina 
uniformidade no proceder, igualdade de ânimo 
 
Como você deve ter percebido, coerência diz respeito a tudo que se 
harmoniza entre si, que tem ligação. O conceito da palavra se relaciona à presença 
de conexão, de nexo entre as ideias. Isso porque buscamos sempre a existência de 
sentido, quer seja ao refletirmos sobre algo; quer seja, interpretando o que nos 
Língua Portuguesa 
 
86 
 
rodeia; quer seja, ao tentarmos compreender o conteúdo daquilo que nos é 
apresentado em forma de texto escrito. 
Para que possamos exemplificar as acepções do vocábulo, na prática, leia o 
texto que se segue que consiste em uma redação de um vestibulando, cujo 
conteúdo, como veremos ao lê-lo, é truncado e, por vezes, há a necessidade da 
retomada da leitura para a sua melhor compreensão. 
“Felicidade é um viver como aprendiz. É retirar de cada fase da vida uma 
experiências significativa para o alc ance de nossos ideais. 
É basear-se na simplicidade do caráter ao executar problemas complexos; ser 
catarse permanente de doação sincera e espontânea. 
A felicidade, onde não existem técnicas científicas para sua obtenção, faz-se de 
pequenos fragmentos captados de sensíveis expressões vivenciais. Cada dia traz, 
inserido na sua forma, um momento cujo silêncio sussurra no interior de cada 
vivente chamando-o para a reflexão de um episódio feliz.” 
Vestibular – Universidade Federal de Uberlândia. Apud Ingedore Villaça Koch e 
Luiz Carlos Travaglia. In. A Coerência Textual. São Paulo: Contexto, 2001. p. 36 
 Assim, podemos inferir que o uso de algumas expressões compromete o 
entendimento do texto. Como exemplo, citamos “simplicidade do caráter ao 
executar problemas complexos” e “ser catarse permanente de doação sincera e 
espontânea”. Também, o pronome relativo ‘onde’ – indicativo de lugar – na oração 
“A felicidade, onde não existem técnicas científicas para sua obtenção ...” está 
completamente inadequado. Até a construção inversa da frase, compromete-a. 
 Mesmo tendo uma incoerência, causada pelo mau uso de elementos 
lingüísticos, conseguimos detectar o tema e o assunto do texto. Portanto, essa 
incoerência não impede totalmente a sua compreensão. 
Língua Portuguesa 
 
87 
 
 Sendo assim, a coerência textual é um processo que inclui dois fatores 
básicos: 
1º) o conhecimento que o emissor e o receptor têm do que está sendo tratado 
no texto; 
2º) o conhecimento que têm da língua usada: a tipologia textual, o 
vocabulário, os recursos da estilísticas, etc. 
 
 É claro que o tipo de texto influencia no processo da construção de 
sentido. Os textos literários e publicitários, Por exemplo, manifestam a coerência de 
um modo diferente da coerência de um texto dissertativo, em que os recursos 
lingüísticos devem facilitar a compreensão do assunto. Um poeta não precisa 
desses mecanismos da linguagem, pois o sentido de um texto literário não tem o 
compromisso de contemplar o raciocínio lógico-argumentativo de uma 
dissertação. 
As autoras Marina Ferreira e Tânia Pellegrini – em seu livro Redação: palavra e 
arte . São Paulo: Atual, 1999. – fazem uma chamada na p. 221 que vale à pena 
reproduzir: 
 
“Quando você estiver lendo um texto qualquer; veja se é capaz de falar sobre seus 
pontos mais importantes, se consegue discorrer sobre ele, ligando uma ideia à outra, 
numa sequência lógica. Se não conseguir, é porque ainda não compreendeu esse texto. 
Nesse caso, tente identificar se sua dificuldade reside nos termos empregados, na 
organização das frases ou no próprio assunto debatido. Leia, então, de novo, uma vez, 
outra, até entender. 
Língua Portuguesa 
 
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E ao escrever sua redação, antes de passá-la a limpo, observe se há 
continuidade no desenvolvimento das idéias, se uma ‘puxa’’ a outra, se você as 
percebe globalmente, como um todo, se não há contradições,enfim, se é um texto 
coerente. E lembre-se de que fazer rascunhos é muito importante para o exercício 
da coerência. 
 
 A coerência textual, tem basicamente a ver com as condições para se 
estabelecer um sentido em um determinado contexto. 
 Sendo assim, coerência textual é a relação harmônica que se dá entre as 
partes de um texto, em um contexto específico, sendo responsável pela percepção 
de uma unidade de sentido. 
 Para detectarmos se um texto é coerente ou incoerente teremos que 
levar em conta o contexto em que um texto (ou ainda uma gravura, uma pintura, 
uma escultura) foi feito. 
 Queremos deixar claro que nada é incoerente por si só. Algumas 
passagens textuais (quer orais, quer escritas) apresentam incoerência por falta de 
habilidade do emissor no uso da língua, em seus diversos níveis. Muitas vezes, ao 
indicarmos alguma incoerência ou contradição na fala ou no texto escrito por 
alguém, ouvimos: “Não foi bem isso que eu quis dizer!” “Eu escrevi isso?” 
 No livro A Coerência Textual de Ingedore V. Koch e Luiz Carlos Travaglia 
(Editora Contexto, 1996) trata dos vários níveis em que a coerência textual se 
manifesta. 
COERÊNCIA SEMÂNTICA: diz respeito à relação entre os significados dos 
elementos das frases em sequência em um texto ou entre os elementos de um 
texto como um todo. 
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A contradição de sentidos também compromete a coerência semântica como 
podemos perceber no exemplo que se segue: 
“A frente da casa de vovó é voltada para o leste e tem uma enorme varanda. 
Todas as tardes ela fica na varanda em sua cadeira de balanço apreciando o pôr-do-
sol. ” 
Assim, a posição da frente da casa e o fato da avó ver o pôr-do-sol são 
contraditórios, visto que o sol se põe a oeste e a localização da casa está no leste. 
 
COERÊNCIA SINTÁTICA: trata dos meios sintáticos para expressar a coerência 
semântica, ou seja, o uso de conectivos, pronomes, sintagmas nominais. A 
coerência sintática nada mais é do que um dos aspectos da coesão. 
 
COERÊNCIA ESTILÍSTICA: responde pelo fato de um usuário empregar em 
seu texto elementos linguísticos pertencentes ao mesmo registro linguístico. Seria, 
por exemplo, incoerente, o uso de gíria em textos acadêmicos. 
 
COERÊNCIA PRA GMÁTICA: tem a ver com o texto visto como uma sequência 
do ato de falar. Os atos da fala devem satisfazer as condições presentes em uma 
dada situação comunicativa. Isso quer dizer que se um amigo faz um pedido a 
outro, este deverá responder algo que esteja dentro do “contexto”, ou seja, dentro 
de uma situação de comunicação. 
 
Veja, como exemplo, um diálogo com incoerência pragmática para que você 
possa entender melhor esse aspecto: 
Língua Portuguesa 
 
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Você pode me emprestar seu livro do Guimarães Rosa? 
Hoje eu comi um chocolate que é uma delícia. 
 
Existe, também, uma distinção importante que deve ser citada aqui. É a 
diferença entre coerência global – propriedade tomada em um texto como um 
todo e a coerência local, que pode ser percebida em sequências textuais menores. 
Muitas vezes, o fato de ocorrer incoerência de ordem local em um texto, não 
significa que o mesmo foi prejudicado como um todo, pois podemos entender a 
sua mensagem, mesmo como trechos incoerentes. 
Sendo assim, concluímos que a coerência é resultado da não-contradição 
entre os diversos segmentos textuais. 
Reiteramos que enquanto a coesão existe no plano linguístico, isto é, nas 
relações semânticas e gramaticais entre as partes de um texto, a coerência se 
estende para o plano das idéias, dos conceitos. 
 
Língua Portuguesa 
 
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EXERCÍCIOS – UNIDADE 6 
 
Os mecanismos de combinação e seleção: a coerência - a articulação dos 
sentidos 
Leia o texto abaixo e responda às questões 1 e 2: 
 
A Vaguidão Específica 
 
“As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica.” 
(Richard Gehman) 
 
- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. 
- Junto com as outras? 
- Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer 
qualquer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia. 
- Sim senhora. Olha, o homem está aí. 
- Aquele de quando choveu? 
- Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo. 
-Que é que você disse a ele? 
- Eu disse para ele continuar. 
- Ele já começou? 
- Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse. 
- É bom? 
- Mais ou menos. O outro parece mais capaz. 
- Você trouxe tudo para cima? 
- Não senhora, trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou 
para deixar até a véspera. 
- Mas traga, traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. 
É melhor senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite. 
- Está bem, vou ver como. 
 
Millôr Fernandes in: Trinta anos de Mim Mesmo) 
Língua Portuguesa 
 
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1. Pode-se dizer que, para o leitor, o desconhecimento do local, da época e do 
grau de afinidade entre as duas mulheres do diálogo implica: 
(a) diálogo coerente, pois é fácil inferir o tema da conversa das duas 
mulheres. 
(b) falta de conexão gramatical no diálogo das duas mulheres. 
(c ) incoerência textual , pois não é possível entender o assunto das duas 
mulheres. 
(d) ausência de interação comunicativa entre as duas mulheres. 
(e) interação comunicativa estabelecida entre leitor e as duas mulheres. 
 
2. A respeito do Título “Vaguidão específica” e da frase de Richard Gehman 
associados ao diálogo das duas mulheres, pode-se afirmar que: 
(a) há incoerência de Millôr Fernandes, pois a frase de outro autor ficou 
descontextualizada no diálogo das personagens. 
(b) o título do texto e a frase de R.. Gehman demonstram vaguidão de 
Millôr Fernandes em relação ao texto. 
(c) a vaguidão dita por Millôr refere-se à falta de leitura do leitor e não das 
mulheres do diálogo. 
(d) a frase de R. Gehman e o título do texto tornam coerente o texto de 
Millôr. 
(e) a frase de R. Gehman e o título do texto enfraquecem a tese de Millôr 
sobre o falar das mulheres. 
Língua Portuguesa 
 
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Leia o texto abaixo e responda às questões 3 e 4. 
Perguntas idiotas 
Garçon (para o casal que senta à mesa) - É para dois? 
Homem - Não, eu vou comer e ela só vai ficar assistindo. 
Maître (ao freguês que chega) - É pra jantar? 
Freguês - Não, é pra jogar tênis. (pausa) Tem raquete? Não?! Então a gente 
aproveita e janta. 
Mulher (ao marido chegando em casa todo molhado) - Está chovendo? 
Marido - Não , é que todo mundo na rua resolveu cuspir em mim, 
Amigo 1 (encontrando outro na rua) - Cortou o cabelo? 
Amigo 2 - Não, caiu 
Repórte r de TV (para senhora subindo escadaria da igreja de joelhos) - Pagando 
promessas? 
Senhora - Não, é que sou muito alta, então eu ando assim pra não chamar a 
atenção. 
Dona de casa (abrindo a porta para o convidado) - Oi, você veio? 
Convida do - Não, não sou eu não, é o outro. 
Namorada (recebendo flores) - São flores? 
Namorado - Não, são cenouras. 
Namorada (na volta do cinema, encontrando namorado com capacete na mão) - 
Veio de moto? 
Namorado - Não, eu vim com isso na cabeça pra não despentear o cabelo. 
Chefe (no escritório) - Voltou de férias? 
Empregado - Não, ainda tô lá. 
Passageiro 1 (a bordo do avião) - Está indo pra Goiás? 
Passageiro 2 - Não, eu peguei o avião errado. 
Ascensorista (no térreo, para hóspede que chega) - Sobe? 
Hóspede - Não, eu quero só ficar dentro do elevador parado. 
Apostador (no prado) - A senhora gosta de corridas de cavalos?Apostadora - Não, eu venho aqui para sofrer. 
Médico - Dói? 
Paciente - Não, eu estou gritando só pra assustar a enfermeira. 
Senhora (ao ver um senhor acendendo um charuto) - O senhor fuma charuto? 
Senhor - Não, senhora, é que eu estou treinando pra pai-de-santo. 
Banhista fora d’água - Aí onde você está dá pé? 
Banhista dentro d’água - Só lá no fundo. 
 
 (Jô Soares in Revista Veja, 30/06/93). 
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3. O texto de Jô Soares, acima, apresenta um título: 
(a) coerente, pois as perguntas são desnecessárias em razão do contexto 
situacional em que ocorrem. 
(b) incoerente, pois todo mundo tem direito a perguntar o que quiser. 
(c) ofensivo, pois choca o leitor e o afasta da leitura. 
(d) fora de contexto, pois toda pergunta merece uma resposta. 
(e) sem coerência, pois fala de várias situações ao mesmo tempo. 
 
4. Através do humor de Jô Soares, nota-se que a coerência de um texto pode 
ser estabelecida por todos os itens constantes nas alternativas abaixo, 
excetuando-se: 
(a) inferência ou deduções por parte do leitor. 
(b) conhecimento, exclusivamente, dos mecanismos de coesão por parte 
do leitor. 
(c) conhecimento do lugar em que estão os interlocutores. 
(d) conhecimento dos papéis sociais (ou da profissão) dos interlocutores 
por parte do leitor. 
(e) pressuposições por parte do leitor. 
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Leia os textos I e II do quadro abaixo e responda à questão 5: 
 
I) 
Luís Cláudio, os professores da 
UNIVERSO, a Lúcia e o genro, a atleta 
Dayane dos Santos, o porteiro do 
prédio. 
 
II) 
Novo ataque aos Estados 
Unidos, todas as escolas do Brasil 
terão de hastear a Bandeira 
Nacional, o preço da gasolina cai 
pela metade, o otimismo faz bem 
à saúde. 
 
5. Se acrescentarmos as expressões “Segue a lista de convidados para a festa 
natalina”( par a o texto I) e “Estas são as notícias dos jornais de hoje”, (para o 
texto II), tornaremos os textos: 
(a) incoerentes. 
(b) imprecisos. 
(c) coerentes. 
(d) apenas coesos. 
(e) sem coesão e sem coerência. 
 
6. No seguinte texto “ Da costela de Adão, Deus fez a mulher. O único a fazer uma 
costela melhor que a nossa (Estrela do Sul- Churrascaria – RJ)”, o anúncio só terá 
efeito de sentido (coerência) para o leitor que tiver conhecimento linguístico e de 
mundo, pois a mensagem primordial do texto é: 
 
(a) só Deus todo-poderoso sabe fazer costelas quentinhas e bem passadas. 
(b) a existência da mulher depende da existência do homem. 
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(c ) apenas a Estrela do Sul supera a sabedoria de Deus. 
(d) a Estrela do Sul oferece o melhor churrasco da cidade. 
(e) a Estrela do Sul agradece a Deus pela existência das mulheres. 
 
Leia os textos abaixo e responda à questão 07: 
Eu sou uma pessoa totalmente a favor da leitura. Através da leitura, o ser humano 
fica preso a um mundinho só dele, sem interagir com outras pessoas, sem 
perspectiva de vida. Isso enfraquece a humanidade. 
 
7. O texto acima apresenta-se incoerente, pois: 
(a) há erros de ortografia em várias palavras. 
(b) o texto apresenta uma ideia e, em seguida, contradiz essa mesma 
ideia. 
(c) o texto não apresenta ideias e nem argumentos. 
(d) o texto fala de uma at ividade cultur al, desmerecendo outras também 
importantes. 
(e) o texto não apresenta elementos de coesão. 
 
8. Uma distinção pertinente a respeito de coesão e coerência encontra-se na 
seguinte alternativa: 
(a) a coesão faz parte da superfície do texto e a coerência faz parte da 
interpretabilidade do leitor. 
(b) a coesão é estabelecida pelo leitor e a coerência apenas pelo autor. 
Língua Portuguesa 
 
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(c) a coerência depende somente dos elementos linguísticos do texto e a 
coesão depende da interpretação do leitor. 
(d) a coesão depende do conhecimento prévio do leitor, a coerência 
depende do conhecimento de gramática. 
(e) a coerência depende da interpretação do leitor e a coesão depende 
apenas de deduções do leitor. 
 
9. Leia o texto “O aluno queria passar no concurs o, porém estudou muito e 
passou em primeiro lugar” e reescreva-o apenas substituindo a palavra 
sublinhada por outra que torne o texto, exemplificado, coerente para o 
leitor. 
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Durante uma entrevista ao apresentador Clodovil Hernandes, a dupla Pepê e 
Neném afirmou “não tememos ser enganadas pelo nosso novo empresário no 
momento, visto que ele está agindo conforme a lei, bem diferente do anterior”. 
10. Leia o trecho da entrevista de Pepê e Neném, acima, e diga qual a 
informação primordial a dupla fornece sobre o empresário anterior. 
Possíveis respostas: 
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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
 
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7 Elementos coesivos – o controle dos ‘nós’ linguísticos através dos 
mecanismos coesivos 
A Coesão Referencial: os processos de substituição de elementos e 
de reiteração de elementos. 
A Coesão Recorrencial: recorrência de termos, paráfrase, recursos 
fonológicos, elipse. 
A Coesão Seqüencial: a condicionalidade, a causalidade, a 
implicação lógica e a explicação ou justificativa. 
Língua Portuguesa 
 
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Nesta semana estaremos abordando – ainda dentro da Coesão Textual – os 
elementos coesivos, ou seja, o controle dos “nós” linguísticos através dos 
mecanismos coesivos. 
Uma ótima semana de aulas para você!!! 
 
 Sendo a coesão uma das marcas fundamentais da textualidade, ela pode 
ocorrer através de alguns mecanismos que iremos abordar aqui. 
 Temos três tipos de coesão: a coesão referencial, a coesão recorrencial e a 
coesão sequencial. 
 
1. Coesão referencial: 
 
 Acontece quando um elemento da sequência textual se remete a outro 
elemento do mesmo texto, substituindo-o. 
Ex. Encontrei o livro que tanto procurava. Ele estava guardado na estante. 
 Ainda dentro da coesão referencial temos: 
A substituição de um elemento por outro: se dá nas seguintes situações: 
Nas formas pronominais: 
Pronomes pessoais de terceira pessoa: 
 Ex. Os meninos saíram cedo da escola. Eles foram treinar para o torneio de 
futebol. 
Língua Portuguesa 
 
100 
 
 
Pronomes Indefinidos : 
Ex. O aluno e a mãe foram chamados à direção da escola, mas ninguém 
compareceu. 
Pronomes Possessivos: 
Ex. Cássio levou um livro de suspense para a escola, porém quis ler o meu. 
Pronomes Demonstrativos: 
Ex. Márcia experimentou uma saia azul escura, mas decidiu comprar aquela. 
Pronomes Interrogativos: 
Ex. Celso, Ricardo e Tânia depuseram na Delegacia, entretanto quem disse a 
verdade? 
Pronomes Relativos: 
Ex. Todos os alunos que foram convocados compareceram à reunião. 
 
Nas formas verbais: nesse caso, encontramos os verbos fazer e ser empregados 
referindo-sea todo o predicado da frase; não somente ao verbo. 
Ex. A professora de Português corrigiu todas as provas, mas o de Matemática 
não pode fazer o mesmo. 
 
Nas formas adverbiais: substitui a circunstância indicada pelo advérbio 
presente. 
Ex. A garota saía cerca de três vezes por mês; seu irmão, nunca. 
Língua Portuguesa 
 
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Nas formas numerais: são usadas para substituir tudo aquilo que pode ser 
mensurável. 
Ex: O pai premiou o filho com duas surpresas; a primeira delas era um 
computador novo. 
 Já li trinta pág inas desse livro, mas amanhã pretendo ler o dobro. 
 
Reiteração de elementos do texto: 
 
As repetições do mesmo termo: 
 
de forma idêntica: 
Ex. Comprou um lindo carro, mas o carro não era novo. 
 
com um novo determinante: 
Ex. Comprou um lindo carro, mas o esse carro estava batido. 
 
de forma abreviada: 
Ex. A Fundação Nacional do Índio quer combater os maus garimpeiros; portanto 
a FUNAI controla as terras indígenas. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
102 
 
de forma ampliada: 
Ex. O IBGE divulgou ontem alguns gráficos sobre a nossa economia; porém, o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística não falou dos índices de inflação. 
 
com palavra cognata: 
Ex. Sabemos que passear é ótimo e muitos passeios são, ao mesmo tempo, fonte 
de cultura. 
 
Os sinônimos ou quase-sinônimos: 
 
uso de hipônimos: 
Ex. Houve um acidente envolvendo três veículos; os carros tiveram que ser 
rebocados. 
 
uso de hiperônimos: 
Ex. Recebi um buquê de rosas amarelas; as flores estavam lindas! 
 
nomes genéricos: 
Ex. Comprei legumes, verduras, frutas e muitas outras coisas. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
103 
 
termos-símbolos: 
Ex. Durante o filme vimos os nazistas em ação; a cruz da suástica estava sempre 
presente. 
 
 
Apostos: 
 
Ex. Pelé, rei do futebol, foi também Ministro dos Esportes. 
 
A coesão recorrencial: 
 
Tem como característica a repetição de um elemento anterior como alusão a 
um mesmo referente. Esse tipo de coesão se dá pela: 
 
Recorrênc ia de termos: 
Ex. Ricardo tremia, tremia, tremia ... 
 
Paralelismo: refere-se à recorrência da mesma estrutura sintática. 
Ex. Amor escondido, dinheiro no banco e sol na segunda-feira nos trazem 
insatisfação. 
 
Língua Portuguesa 
 
104 
 
Paráfrase: consiste na recorrência de conteúdos semânticos marcada por 
expressões chamadas de introdutórias como isto é; ou seja; quer dizer; digo; ou 
melhor; em outras palavras, etc. 
Ex. Ele ainda não chegou até esse momento; isto é, não deve vir mais. 
 
Recursos Fonológic os: fazemos uso de palavras que tenham sons idênticos, 
ou quase, para dar idéia de rima. 
Ex. Os problemas do Brasil são a corrupção, a inflação, a falta de feijão e a 
alienação. 
 
A elipse: 
Ex. Tudo o queremos não é só o seu sucesso, mas a sua felicidade. (Seria o 
mesmo que dizer: ‘Tudo o queremos não é só o seu sucesso, como (queremos também) 
a sua felicidade) 
 
A coesão sequencial: 
 
Para esse tipo de coesão, fazemos uso de termos pertencentes ao mesmo campo 
semântico por meio de novos acréscimos ao texto. 
Esses acréscimos se dão através da: 
 
Condicionalidade: 
Ex. Caso ele apareça, mande-o me procurar. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
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Causalidade : 
Ex. Todos se interessaram pelo livro, porque falava de um assunto dado em aula. 
 
Implicação Lógica: 
Ex. Existe apenas um jeito de conseguir novamente a sua confiança: falando-
lhe toda a verdade. 
 
Explicação ou Justif icativa: 
Ex. A prova estava fáci l, pois todas as questões foram comentadas em sala-de-
aula.
Língua Portuguesa 
 
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EXERCÍCIOS – UNIDADE 7 
 
 
1. “A definição clássica de democracia a descreve como o governo do povo, pelo 
povo e para o povo. Há aqui, de saída, uma homogeneização da cidadania (...)” 
O advérbio acima sublinhado, de valor referencial, se aplica especificamente: 
 
(A) ao Brasil. 
(B) às sociedades capitalistas 
(C) a uma sociedade de classes. 
(D) à definição clássica de democracia. 
(E) à realidade “em que há exploradores e explorados”. 
 
2. O período no qual a falta de coerência se deve ao uso indevido da conjunção é: 
 
(A) “Meu colega se esforçou muito, portanto não passou de ano.” 
(B) “Mas, apesar dessas coisas todas, eu gosto de onde eu estudo.” 
(C) “Só um na minha sala passou direto, que a escola não é muito boa...” 
(D) “Porque não está num lugar adequado, não temos uma escola decente.” 
(E) “Se a escola fosse boa, isso não acontecia que nós não somos tão ‘burros’ 
assim.” 
Língua Portuguesa 
 
107 
 
Indique os mecanismos de coesão realizados nos segmentos textuais abaixo. 
 
3. “O aluno saiu, mas ele e sua mãe voltaram logo a seguir.” 
 
(A) coesão referencial de reiteração por sinônimo ou quase-sinônimo. 
(B) coesão referencial de substituição por pronome substantivo indefinido. 
(C) coesão referencial de substituição por um pronome pessoal de 3ª pessoa. 
(D) coesão referencial de reiteração de elementos do texto. 
(E) coesão referencial de reiteração de forma idêntica. 
 
4. “Comprou flores e deu as rosas para a mulher.” 
 
(A) coesão referencial de substituição por formas pronominais. 
(B) coesão referencial por sinônimos ou quase-sinônimos: hiperônimos. 
(C) coesão referencial por reiteração de forma ampliada. 
(D) coesão referencial por reiteração de forma idêntica. 
(E) coesão referencial por sinônimos ou quase-sinônimos: hipônimos. 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
108 
 
5. “ Pão no forno, água na garrafa e fruta na geladeira não alimentam.” 
 
(A) coesão recorrencial por paráfrase. 
(B) coesão recorrencial por paralelismo. 
(C) coesão recorrencial com a repetição idêntica de termos. 
(D) coesão recorrencial por elipse. 
(E) coesão recorrencial por sinônimos. 
 
6. “Os males do Brasil são a corrupção , a educação e o Fernandão! 
 
(A) coesão recorrencial por recursos fonológicos. 
(B) coesão recorrencial por paráfrase. 
(C) coesão recorrencial por paralelismo. 
(D) coesão recorrencial por recorrência de termos. 
(E) coesão sequencial. 
 
7. “Todos foram de roupa de praia porque estava fazendo sol.” 
 
(A) coesão sequencial por condicionalidade. 
(B) coesão sequencial por implicação lógica. 
(C) coesão sequencial por explicação ou justificativa. 
(D) coesão sequencial por causalidade. 
(E) coesão sequencial por explicação. 
Língua Portuguesa 
 
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8. “Todos chegaram na hora marcada, pois o trânsito estava bom.” 
 
(A) coesão sequencial por condicionalidade 
(B) (B) coesão sequencial por explicação ou justificativa. 
(C) (C) coesão sequencial por implicação lógica. 
(D) (D) coesão sequencial por causalidade. 
(E) (E) coesão sequencial por acréscimo de conjunção. 
 
 
Para cada frase abaixo, redija uma segunda, utilizando o recurso de coesão 
sugerido entre parênteses. 
 
9. “Um dos graves problemas das metrópoles são os meios de locomoção.” 
(palavra sinônima ou quase-sinônima) 
 
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10. “ Não se pode comparar São Paulo com o Rio de Janeiro.” ( uso de pronomes) 
_____________________________________________________________________
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110 
8 A semântica: o sentido das palavras 
O valor denotativo ou referencial. 
O valor conotativo ou figurado. 
A relação entre o sentido e o contexto no plano das significações: o 
sentido literal e o sentido figurado. 
Língua Portuguesa 
 
111 
 
Passaremos, a partir dessa semana, à nossa segunda etapa de conteúdos. 
Depois da elaboração da V1, entraremos no estudo semântico das palavras e 
estudaremos o sentido real e o sentido figurativo da palavra. 
 
Boa aula!!! 
 
 A Semântica é o estudo da significação das palavras. Aqui, é bom que 
esclareçamos que as palavras e os enunciados de uma língua natural transitam por 
dois eixos de significação: o eixo denotativo ou referencia l e o eixo conotativo 
ou afetivo. 
 Dizemos que uma palavra ou enunciado tem valor denotativo qu ando é 
utilizada em seu sentido literal, isto é, aquele que aparece como a primeira (e 
segunda) acepção de um vocábulo no dicionário de língua. Portanto, esse sentido 
comum caracteriza os textos chamados de textos informativos, quer estejam na 
modalidade oral, quer estejam na modalidade escrita. 
 Em contrapartida, dizemos que um vocábulo tem valor conotativ o 
quando o seu sentido não é tomado literalmente, e sim modificado ou até mesmo 
ampliado por quem o estiver usando. O objetivo para esse uso é obter um efeito 
particular em um contexto específico. 
 Vamos exemplificar o que acabamos de relatar com o vocábulo noite. 
Para tanto, vamos reproduzir as acepções da palavra, guiando-nos pelo Dicionário 
Eletrônico de Antônio Houaiss – 2001. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
112 
 
noi. te (substantivo feminino ) 
tempo que transcorre entre o ocaso e o nascer do sol, em determinado lugar 
da Terra, de outro planeta ou de um satélite [Nas regiões terrestres situadas no 
equador, a noite vai das 18h do dia anterior até as 6h do dia seguinte, o que, nas 
outras latitudes, só ocorre nos equinócios.] 
horário em que está escuro, por falta da luz solar, e em que geralmente. as 
pessoas descansam ou dormem . 
Derivação: por extensão de sentido: ausência de claridade; escuridão, trevas. 
Derivação por metáfora: estado de dor, desesperança; tristeza, melancolia, 
abatimento. 
Derivação: sentido figurado. falta da visão; cegueira 
Derivação: por metáfora: falta de estudos, de cultura, com predomínio do 
preconceito e das superstições; ignorância, obscurantismo. 
 
Poderíamos, por conseguinte, formular frases, em que o vocábulo aparecesse 
com a primeira acepção e, portanto, com o valor denotativo: 
 
As noites de inverno são mais longas que as do verão. 
ou 
Passei a noite toda tossindo e quase não consegui dormir. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
113 
 
Já, nas frases que se seguem, o mesmo vocábulo aparece com acepções cujos 
valores fogem dos literais e são ampliados em estruturas diferenciadas. Estamos 
diante do valor conotativo da palavr a. 
 
 Sua vida tornou-se uma noite sem fim com a morte do filho. 
e 
No Renascimento, o mundo emerge da noite medieval. 
 
 Por exemplo, na 1ª frase, o vocábulo destacado aparece com a acepção 
número 4: estado de dor, desesperança; tristeza, melancolia, abatimento. 
 Na oração dois, noite aparece com o significado de ignorância, 
obscurantismo. 
 
 Sabemos que existe uma relação entre o plano de expressão ou 
significante e o plano do conteúdo ou significado. Sendo assim, toda palavra que 
esteja em estado de dicionário, usada em seu sentido primitivo, informando aquilo 
que é objetivo, concreto tem a função denotativa; enquanto que a palavra 
carregada de emoções, resultado das associações que representam algo mais do 
que o estado de dicionário tem o valor conotativo. 
Língua Portuguesa 
 
114 
 
EXERCÍCIOS – UNIDADE 8 
 
1. Leia as frases e a seguir marque a opção correta quanto ao sentido. 
 
I. A esperança pousou na toalha. 
II. A esperança é alma da humanidade. 
III. A D. Esperança será homenageada. 
IV. A esperança é verde da cor da folhagem. 
 
a) Denotativo, conotativo, denotativo e denotativo. 
b) Denotativo, conotativo, conotativo e conotativo. 
c) Denotativo, conotativo, denotativo e conotativo. 
d) Denotativo, denotativo, denotativo e denotativo. 
e) Conotativo, denotativo, denotativo e conotativo. 
 
2. Leia as frases abaixo e marque a opção correta quanto ao sentido. 
 
I. O relógio é uma convenção social. ( ) 
II.O relógio do coração marca o compasso da vida. ( ) 
III. O relógio é um tear de sonhos. ( ) 
Língua Portuguesa 
 
115 
 
a) Denotativo, conotativo e denotativo. 
b) Denotativo, conotativo e conotativo. 
c) Denotativo, denotativo e conotativo. 
d) Conotativo, conotativo e conotativo. 
e) Conotativo, denotativo e denotativo. 
 
3. Indique nos parênteses (P) próprio e (F) Figurado quanto ao sentido e assinale a 
opção correta. 
 
As bruxas estão soltas. ( ) 
As bruxas voam em vassouras. ( ) 
A inspetora é uma bruxa. ( ) 
 
a) F – F – F 
b) F – P – P 
c) P – P – P 
d) P – P – F 
e) P – F – F 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
116 
 
4. Em: “Comprei um excelente carro com um bom rádio que venderei 
imediatamente”. Marque a alternativa correta quanto ao sentido. 
 
a) Ocorre um significado único. 
b) Ocorre ambiguidade. 
c) Ocorre a denotação. 
d) Ocorre a conotação. 
e) Não ocorre ambiguidade. 
 
5. Leia as frases abaixo e a seguir assinale a alternativa que contenha ambiguidade 
semântica. 
 
O homem trouxe o carrinho. 
A cliente encontrou a linha e o vendedor que procurava. 
Comprou um carro novo com um bom som. 
 
a) I e III. 
b) I e II. 
c) Apenas a I. 
d) Apenas a II. 
e) Apenas a III. 
Língua Portuguesa 
 
117 
 
6. Leia as frases usando (P) para próprio e (F) para figurado e indique a alternativa 
correta: 
 
Um homem caminha devagar pelo calçadão; ( ) 
As janelas espiam os homens; ( ) 
João foi para a Inglaterra; ( ) 
“Café preto que nem a preta velha”. (C.D.A) ( ) 
 
a) P – F – P - F 
b) P – F – F – F 
c) P – F – P – P 
d) F – F – F – F 
e) P – P – P – P 
 
7. Leia as sentenças abaixo. 
 
I. “Alguns anos vivi em Itabira”. (C.D.A) 
II. “Oitenta por cento de ferro nas almas”. (C.D.A) 
III. Itabira era a terra natal do poeta. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
118 
 
Indique respectivamente os sentidos das frases acima. 
 
a) Denotativo, denotativo e denotativo. 
b) Denotativo, conotativo e denotativo. 
c) Denotativo, denotativo e conotativo. 
d) Conotativo, conativo e conotativo. 
e) Conotativo, denotativo e denotativo. 
 
8 - Leia as sentenças abaixo. 
 
O carnaval será animado em Salvador. 
Assistiremos ao desfile de carnaval. 
Tudo no Brasil acaba em carnaval. 
 
Indique respectivamente os sentidos das frases acima. 
 
a) Denotativo, denotativo e denotativo. 
b) Denotativo, conotativo e conotativo. 
c) Denotativo, denotativo e conotativo. 
d) Conotativo, conativo e conotativo. 
e) Conotativo, denotativo e denotativo. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
119 
 
9 - Em: Conheci o prefeito e a menina de que gosto. Ocorre a ambiguidade. Por 
quê? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
 
 Leia o fragmento abaixo:: 
 
O garçom pergunta a um sujeito que entra no bar: 
– O senhor, o que toma? 
Ele responde: 
– Eu tomo uma boa vitamina pela manhã, remédio para combater minha dor 
nas costas e, aos sábados, umacervejinha com os amigos. 
 
10 - O diálogo acima contém uma interpretação errônea pelo cliente do bar. Por 
quê? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
 
 
Língua Portuguesa 
 
120 
Considerações finais 
9 A construção do texto – os gêneros textuais - 
reconhecimento 
 
Os conceitos básicos de descrição, narração e dissertação. 
A Narração e seus elementos. 
A Descrição objetiva X a descrição subjetiva. 
A Descrição Técnica. 
A Dissertação: a persuasão e a argumentação. 
A dissertação objetiva X a dissertação subjetiva. 
O texto dissertativo-argumentivo: a tese, os argumentos, os fatos e 
as hipóteses. 
Língua Portuguesa 
 
121 
 
Desta vez, vamos estudar os Gêneros Textuais em que as produções se 
classificam. Teremos três momentos para esse estudo. Primeiramente, falaremos da 
NARRAÇÃO, em um segundo estágio, da DESCRIÇÃO e por fim, da DISSER TAÇÃO. 
Tenha uma boa aula !!! 
 
Para podemos entender bem a tipologia textual é necessário, antes de tudo, 
reconhecermos o seu modo de organização discursiva e as características 
peculiares a cada um deles. 
 De imediato podemos dizer que existem, basicamente, três tipos de 
textos: a descrição, a narração e a dissertação. 
 Primeiramente, leia o trecho abaixo: 
 
 “Descrever, narrar e dissertar são, na verdade, as três formas básicas com 
que, em nossa vida cotidiana, desvendamos as situações reais, as situações 
imaginárias, o entrelaçamento daquilo que chamamos dia-a-dia e daquilo que 
chamamos fantasia, na e pela linguagem. Trata-se das várias linguagens da 
linguagem, da diversidade de procedimentos através dos quais vamos encorpando 
e solidificando a nossa capacidade de expressão. [...] do descrever ao narrar 
percorremos muitos caminhos dentro de nós. Todos eles, de uma forma ou de 
outra, convergem para o dissertar.” 
AMARAL, Emília & ANTÔNIO, Severino. Novíssimo curso vestibular – redação I. 
São Paulo: Nova Cultur al, 1990. p. 2. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
122 
 
Resumindo, temos na descrição o registro de características de pessoas, 
objetos, lugares; na narração, o relato de um fato contado por um narrador e na 
dissertação, a expressão de opinião a respeito de um assunto. 
 É bom ressaltar que esses tipos de textos se misturam e é fácil encontrar 
elementos descritivos, narrativos e dissertativos num mesmo texto, com a 
predominância de um ou de outro. A narração de um passeio, por exemplo, poderá 
ser predominantemente narrativo, mas também pode apresentar descrições de 
lugares e pessoas e, por fim, trazer um comentário sobre o descuido em que a 
prefeitura deixou determinado lugar. Nesse caso, teremos, sem dúvida, 
características dissertativas. 
 A seguir, colocaremos um quadro-resumo das principais características 
de cada formatação textual: 
 
Narração: 
 
relato de fatos; 
presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo; 
apresentação de um conflito; 
uso de verbos de ação; 
geralmente, é mesclada de descrições; 
o diálogo direto e o indireto são frequentes. 
Língua Portuguesa 
 
123 
 
 
Descrição: 
 
retrato de pessoas, ambientes, objetos; 
predomínio de atributos;uso de verbos de ligação; 
frequente emprego de metáforas, comparações e outras figuras de linguagem; 
tem como resultado a imagem física ou psicológica. 
 
Dissertação: 
 
defesa de um argumento: 
apresentação de uma tese que será defendida, 
desenvolvimento ou argumentação, 
c) fechamento; 
predomínio da linguagem objetiva; 
prevalece a denotação. 
 
CAMPEDELLI, Samira Yousseff & SOUZA, Jésus Barbosa. Produção de Textos & 
Usos da Linguagem – Curso de Redação. São Paulo: Editora Saraiva, 1998. p. 89. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
124 
 
 
A narração e seus elementos 
 
 Começaremos o nosso estudo de tipologia textual pela NARRAÇÃO – 
relato centrado em um fato ou acontecimento. É um tipo de texto marcado por 
uma progressão temporal, em que atuam personagens e um narrador, cujo papel é 
relatar e ação. 
 As ações narradas direcionam-se para um conflito, desenvolvidas sempre 
numa linha de tempo e num determinado espaço. 
 Vamos agora discorrer acerca dos elementos da narrativa: 
ENREDO = caracteriza-se pelo desenrolar dos acontecimentos na trama da 
narrativa. É o fato em si. 
NARRADOR = é aquele que narra, relata os fatos. Quando o narrador participa dos 
acontecimentos narrados, temos a ação em 1ª pessoa, portanto, ele é um narrador-
personagem. Já, quando o narrador não participa, mas fica observando tudo o que 
ocorre, temos a ação em 3ª pessoa e um denominado onisciente ou narrador-
observador. 
PERSONAGENS = são aqueles que vivenciam os acontecimentos. Ao(s) 
personagem(ns) principal(is), chamamos protagonista(s) e àquele(s) que se 
opõe(m) ao primeiro, antagonista(s). 
AMBIENTE = caracteriza o espaço, o cenário pelo qual os personagens transitam e 
onde se desenrolam os acontecimentos. 
TEMPO = diz respeito à época, ao momento em que acontecem os fatos. Podemos 
classificar o tempo em duas modalidades: o tempo cronológico – aquele narra os 
Língua Portuguesa 
 
125 
 
fatos no momento em que eles estão acontecendo ou entremear o presente e 
passado, em forma de ‘flash-back’ – e o tempo psicológico, em que o tempo não 
mantém nenhuma relação com o tempo propriamente dito. 
 
As propostas de redação, normalmente, deixam claro o tipo de texto desejado. 
É basicamente impossível fazer uma boa redação sem entender o que está sendo 
proposto. 
 
A descrição 
 
Conforme falamos na semana anterior, estamos entrando no 2º momento do 
estudo dos tipos de textos. Hoje, falaremos da DESCRIÇÂO – uma das tipologias 
muito conhecidas de quem fotografa, através da palavra, algo ou alguém. 
Tenha um bom aproveitamento nessa aula!!! 
 
É através dos sentidos que construímos as imagens das pessoas, coisas ou 
lugares. Quando utilizamos a linguagem para expressar essa imagem que 
construímos, estaremos elaborando um texto descritivo. 
 Consultando o Dicionário Eletrônico Houaiss – 2001 encontramos o 
vocábulo ‘descrição’ assim definido: 
 DESCRIÇÃO: substantivo feminino 
ato ou efeito de descrever; reprodução, traçado, delimitação 
representação fiel, imitação, cópia, retrato 
representação oral ou escrita de; exposição 
Língua Portuguesa 
 
126 
 
A descrição tem como característica básica o fato de ser o que os manuais de 
redação chamam de ‘retrato verbal’ de objetos, cenas, pessoas ou ambientes. O 
texto procura trabalhar com as imagens, permitindo quase que uma visualização 
daquilo que está sendo descrito. 
Nos textos descritivos predominam os adjetivos e as locuções adjetivas. 
Normalmente, os períodos são curtos, prevalecendo as comparações. 
Existem alguns tipos de descrição que devemos ressaltar. Temos a descrição 
objetiva que procura transmitir uma imagem concreta e precisa, bem próxima da 
realidade, com os detalhes que caracterizam o cenário bem nítidos. Já, na descrição 
subjetiva, o narrador descreve a personagem, partindo de um ponto de vista 
pessoal. 
Revisando: 
A descrição pode ir além de um simples retrato. Muitas vezes, transmite ao 
leitor uma visão pessoal ou a interpretação do autor acerca do que está descrito. 
Quando o narrador não emite juízos de valor, nem estabelece comparações de 
caráter subjetivo, transmitindo uma imagem concretae precisa, bem próxima da 
realidade, falamos que estamos diante de uma descrição objetiva. 
 Já, a descrição subjetiva marca uma visão muito pessoal do narrador. Na 
verdade, são impressões que transmitem um retrato bem íntimo daquilo que os 
personagens são. Há, na descrição subjetiva, um juízo de valor a respeito dos 
hábitos, costumes e até do perfil psicológico dos personagens. 
Há, também um tipo especial de descrição que é a descrição técnica – uma 
espécie de descrição objetiva que transmite a imagem do objeto com vocabulário 
preciso, ligado ao um ramo da ciência ou tecnologia. Como exemplo, podemos 
citar a descrição de determinados órgãos do corpo humano, peças de automóvel, 
manuais de instrução e artigos científicos. 
Língua Portuguesa 
 
127 
 
Raramente você verá um texto de ficção exclusivamente descritivo. É comum 
encontrar trechos descritivos inseridos em textos narrativos e dissertativos. 
Finalmente, é bom ressaltar que numa descrição utilizamos os cinco sentidos 
(visão, audição, olfato, gosto, tato e audição). Isso porque a realidade que nos cerca 
pode ser apresentada através dos sentidos e depois interpretada por imagens 
lingüísticas (ou seja, pelas palavras) 
Sendo assim, essas descrições fazem uso de adjetivos com valor sensorial. 
 
A dissertação – persuasão e argumentação 
 
 
Nesse momento, estudaremos o mecanismo e as características de um texto 
dissertativo. Veremos o quanto usamos a DISSER TAÇÃO no nosso dia-a-dia, mesmo 
sem darmos conta disso. 
Uma excelente aula para você !!! 
 
 Começaremos respondendo à pergunta: O que é dissertar? 
 Dissertar é expor uma ideia, argumentando, comparando os defendendo 
um ponto de vista. 
 As características de um texto dissertativo podem ser resumidos em: 
 é um texto temático – toda a sua evolução parte de um raciocínio; 
 é um texto que analisa e interpreta; 
Língua Portuguesa 
 
128 
 
 é um texto que aponta para relações lógicas de idéias, fazendo 
comparações, mostrando correspondências, analisando 
consequências; 
 é um texto que usa, preferencialmente, os verbos no presente. 
 
A dissertação apresenta a seguinte estrutura: 
 
INTRODUÇÃ O: Consiste na apresentação da ideia ou do ponto de vista que será 
defendido. É importante que uma introdução: 
 defina a questão, situando o problema; 
 indica o caminho que será seguido. 
DESENVOLVIMENTO: consiste em se desenvolver o ponto de vista, tentando 
convencer o leitor. Devemos usar, para isso, uma argumentação sólida, 
exemplificar, citar opiniões de pessoas ou órgãos especializados, fornecer dados 
que promovam a fundamentação do(s) argumento(s) empregado por você. 
CONCLUSÃO: é o desfecho do texto até aqui escrito. Ela deve ser coerente com o 
desenvolvimento, com o(s) argumento(s) apresentado(s). 
 
No que diz respeito à linguagem, deve prevalecer o sentido denotativo das 
palavr as e as orações deverão apresentar-se na ordem direta. É de vital 
importância, em um texto dissertativo que as ideias estejam coerentes umas com 
as outras e os elementos coesivos – estudados na Unidade VII – explicitem e liguem 
as relações entre as idéias expostas. 
Língua Portuguesa 
 
129 
 
É fundamental, para que possamos elaborar um texto dissertativo-
argumentativo, que preparemos um plano ou um roteiro para que não fiquemos 
perdidos, dando voltas em torno do tema. 
Num texto dissertativo, devemos ser objetivos, impessoais e imparciais. Para 
tanto, devemos optar pela 3ª pessoa. 
Podemos caracterizar a dissertação, levando-se em conta a pessoa do discurso 
em que foi elaborada em dissertação objetiva e dissertação subjetiva. 
A primeira, o autor expõe os argumentos de forma impessoal e objetiva, 
procurando não se incluir na explanaç ão, conferindo ao texto um caráter imparcial. 
Embora saibamos que o autor está nos transmitindo a sua visão pessoal a respeito 
de um determinado tema, ele não aparece para o leitor de maneira a que 
possamos defini-lo. 
Já, a dissertação subjetiva, o autor perde o caráter impessoal e assume, de 
forma explícita, um caráter subjetivo, pessoal. O verbo aparece em 1ª pessoa do 
singular ou do plural, sendo esse último mais comumente encontrado. 
 Na dissertação, temos que definir um importante aspecto que é 
a argumentação. É muito comum ouvirmos fala de um texto dissertativo-
argumentativo – aquele em que o enunciador busca convencer o leitor sobre um 
determinado ponto de vista. Ao fazê-lo, ele se utiliza de elementos básicos para a 
construção desse tipo de texto: a tese e os argumentos. Na primeira, o enunciador 
expõe um ponto de vista sobre determinado assunto polêmico e procura 
convencer o leitor de que essa opinião é a mais adequada. E, para defender essa 
opinião, o autor deverá se valer dos argumentos persuasivos, que procurarão 
confirmar a tese apresentada. A mais eficiente forma de se argumentar é aquela 
que busca demonstrar a tese se baseando em fatos e não em hipóteses – 
proposição que se admite, independentemente do fato de ser verdadeira ou falsa. 
Língua Portuguesa 
 
130 
 
Ao redigirmos uma dissertação é bom atentarmos para alguns tópicos de vital 
importância. De modo geral, os assuntos são muito amplos e abrangentes. Para 
isso, é preciso delimitarmos previamente o tema e depois faz-se necessário a 
elaboração de um encadeamento lógico das idéias para que não nos 
atrapalhemos. Sugerimos fazer um esquema por parágrafo e ir colocando, em 
forma de tópicos, as ideias que surgirem. Essas ideias, normalmente, vêm sem 
qualquer ordem. É preciso, portanto, ordená-las, selecionar as melhores e colocá-
las em ordem de importância. 
 
Língua Portuguesa 
 
131 
 
EXERCÍCIOS – UNIDADE 9 
 
 
1 - Indique a tipologia textual nos trechos abaixo de acordo com a coluna: 
 
“O homem viu o rio e se entusiasmou pela sua beleza. O rio pela planície, 
contornando árvores e molhando grandes pedras. Refletia o sol e era margeado 
pela grama verde e macia.” 
“Ergueu-se precipitado, encostou-se à parede, com receio de vergar os 
joelhos”; 
“Apagaram-se as últimas luzes do bar da esquina e meu quarto ficou às 
escuras”; 
“É necessário que se ensine às crianças o que seja moral; contudo, é 
dispensável que se lhes ensine o que seja imoral”. 
 
a) narração, dissertação, descrição e descrição; 
b) descrição, descrição, dissertação e narração; 
c) descrição, narração, descrição e dissertação; 
d) narração, descrição, dissertação e descrição; 
e) descrição, narração, dissertação e descrição. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
132 
 
2 - Leia os textos e a seguir marque a opção correta quanto à tipologia textual: 
 
Texto I 
 
“O quarto estava localizado na parte oeste de Santa Catarina. Não era grande 
mas tinha uma estante, um abajour, uma c ama de solteiro. Um jarro com girassóis 
sobre a mesa.” 
 
Texto II 
“Fernando viajou para Paris, no final de julho. Ao chegar à cidade dirigiu-se ao 
hotel. Ao ocupar o aposento deixou sobre a cama um baú com fotos e cartas de 
sua amada (...)” 
 
Texto III 
“O artista tem uma alma distinta. O seu olhar sobre a cidade se detém em 
pequenos detalhes das coisas e das imagens, enfim, seu olhar contempla a vida e a 
poesia por entre os caras e ruas da cidade.” 
 
a) descrição, descrição e narração; 
b) descrição, narração e narração; 
c) descrição, narração e dissertação; 
d) descrição, descrição e descrição; 
e) narração, narraç ão e narração. 
Língua Portuguesa 
 
133 
 
3 - Leia o trecho abaixo e a seguir marque a tipologia textual: 
 
Texto I 
 
“De súbito, surgiu no jardim,um gato. Um gato arr astava um novelo de lã. 
Passeava pelo jardim, tomava sol e se espichava na grama.” 
 
Texto II 
“Cada um tira dos acontecimentos a conclusão que bem entende. Cada 
cidadão tem sua visão de mundo.” 
 
a) narração e argumentação; 
b) narração e descrição; 
c) narração e narração; 
d) descrição e descrição; 
e) argumentação e argumentação. 
Língua Portuguesa 
 
134 
 
4 - Marque a opção correta quanto à tipologia textual: 
 
Texto I 
“Um cão, que carregava um pedaço de carne na boca, enquanto atravessava 
um rio, viu seu reflexo na água. Julgou, de imediato, que um outro cão levava um 
outro pedaço de carne maior do que o seu (...)” 
 
Texto II 
“Ontem fui ao banco depositar certa quantia, visitei um amigo no hospital, 
assisti a uma palestra da universidade e escrevi duas cartas para amigos distantes. “ 
 
a) descrição e descrição; 
b) narração e narração; 
c) narração e descrição; 
d) descrição e narração 
e) narração e dissertação. 
 
5 - Leio os textos I e II e a seguir assinale a opção correta quanto à tipologia textual. 
 
Texto I 
“João entrou no bar, sentou-se de costume e dois minutos depois, já estava 
mais calmo, tomando o chope de sempre”. 
Língua Portuguesa 
 
135 
 
 
Texto II 
“Depois de muito tempo de pescaria sem nenhum resultado, os pescadores se 
lastimavam, sentados num barco e pediram ajuda a Zeus. Logo a seguir, um atum, 
que havia sido perseguido por eles, mas que havia conseguido escapar, lançou-se 
dentro do barco. Os pescadores o pegaram, levaram-no à cidade e o venderam”. 
 
a) narração e narração; 
b) descrição e descrição; 
c) narração e descrição; 
d) descrição e narração; 
e) narração e dissertação. 
 
6 - Leia os textos I e II e a seguir marque a opção correta: 
 
Texto I 
 
“Um pastor que conduzia seu rebanho pela beira do mar notou a calmaria das 
águas e resolveu navegar para fazer comércio. Após vender parte dos seus 
cordeiros, comprou tâmaras e partiu de volta para casa. Uma forte tempestade o 
apanhou no caminho de volt a e, temeroso de que o barco afundasse, jogou toda a 
carga no mar e conseguiu salvar-se.” 
Língua Portuguesa 
 
136 
 
Texto II 
 
“Em redor o vasto campo. Mergulhado em névoa br anda, o verde era pálido e 
opaco. Contra o céu erguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciam 
recortados a faca. Espetado na ponta da pedra mais alta, o sol espiava através de 
uma nuvem.” 
 
a) narração e narração; 
b) descrição e descrição; 
c) narração e descrição; 
d) descrição e narração; 
e) narração e argumentação 
 
7 - Leia as afirmativas que seguem sobre os textos 1 e 2 e assinale a alternativa 
correta: 
 
TEXTO 1: 
“O velho, um bêbedo esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira 
palavr as amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada 
entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher 
jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a c abeça dava-lhe o aspecto 
de uma figura antiga.” 
Língua Portuguesa 
 
137 
 
TEXTO 2: 
“Zeca era pequeno, tez baça e magríssimo. Nunca vi ninguém mais magro. 
Magro assim, só quem está às últimas. Mas o Zeca era magro assim e tinha um 
porte, uma vivacidade de rapaz com perfeita saúde. Esse contraste era coisa 
surpreendente.” 
 
 
 
I – Os textos 1 e 2 apresentam o foco narrativo em primeira pessoa, o que 
podemos perceber pelos verbo e pronome destacados nos fragmentos. 
II – Em ambos os textos predomina a descrição de personagens. 
III – No texto 1 temos um narrador-personagem, no texto 2 temos um 
narrador-observador. 
 
a) Estão corretas as afirmativas I e III. 
b) Estão corretas as afirmativas II e III. 
c) Estão corretas as afirmativas I e II. 
d) Todas as afirmativas estão corretas. 
e) Todas as afirmativas estão incorretas. 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
138 
 
8 - Observe os textos I e II e a seguir, marque a alternativa correta: 
 
Texto I 
 
“Um casarão abandon ado abrig ava bom número de ratos, até que um gato 
descobriu a fartura de roedores e resolveu morar ali também. Foi um massacre. 
Famílias inteiras de ratos viram-se devastadas em poucas semanas.” 
 
Texto II 
 
“Dario vinh a apressado, o guarda-chuva no br aço esquerdo e, assim que 
dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma 
casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ain da úmida da 
chuva, e descansou no chão o cachimbo.” 
 
a) narração e narração; 
b) descrição e descrição; 
c) descrição e narração; 
d) narração e argumentação; 
e) narração e descrição. 
 
 
Língua Portuguesa 
 
139 
 
Leia o texto a seguir para as questões discursivas: 
 
Várias situações que presenciei ao longo desses anos me fizeram refletir 
bastante sobre o melhor modo de analisar a racionalidade de uma cultura diferente 
da nossa – no meu caso, de algumas nações indígenas brasileiras. (...) 
Minha primeira investida n a busca da r acionalidade waimiri-atroari foi com os 
silogismos. Iniciei explicando ‘como o branco pensa` (para eles os não-índios são 
denominados brancos, independente da raça), mostrando alguns silogismos 
clássicos e outros do cotidiano deles, como por exemplo: “Todo índio waimiri-
atroari caç a com arco e flecha, Marcelo é um waimiri-atroari, logo Marcelo caç a 
com arco e flecha”. Isto era mais que natural para eles, pois Marcelo é um professor 
waimiri-atroari e todos sabiam que ele caçava com arco e flecha. 
Quando solicitei que construíssem silogismos, obtive frases do tipo: “Todo 
waimiri-atroari pesca pirarucu, Pedrinho caça, logo Davi é casado”. Todas as 
afirmações são verdadeiras, mas não seguem um caminho lógico para o silogismo. 
Acredito que o que significou para eles um silogismo eram verdades que 
conhecem. Foram incapazes de construir silogismos descontextualizados de suas 
realidades. 
FERREIRA, Eduardo Sebastiani. Racionalidade dos índios brasileiros. 
In: Scientific American Brasil. Etnomatemática , nº 11, pp.90-93. 
 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
140 
 
9 - O texto em questão é argumentativo. Os textos dissertativos podem ser 
objetivos ou subjetivos. Como você o classificaria? Justifique. 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
 
10 - A estrutura dos textos dissertativos divide-se em introdução, desenvolvimento 
e conclusão. Identifique qual(is) parágrafo(s) caracteriza(m) cada parte. 
 
Introdução: _________________________________________________________ 
Desenvolvimento: ____________________________________________________ 
Conclusão: __________________________________________________________ 
Língua Portuguesa 
 
141 
 
Considerações finais 
 
Ao chegarmos ao fim do nosso estudo, queremos parabenizá-lo pela aquisição 
de novos conteúdos na disciplina Língua Portuguesa. 
 Durante todo o semestre você tomou conhecimento de muitos 
mecanismos e conceitos a respeito da linguagem, da língua e da fala – ferramentas 
indispensáveis no seu dia-a-dia, tanto no uso da língu a formal-culta como na 
língua coloquial, aquela que você usa para as conversas com amigos, tentando 
“desamarrar os nós lingüísticos” do texto. 
 Agora, você pode articular o sentido do texto e também do contexto, 
quer nos textos narrativos, descritivos ou dissertativos. 
 É de vital importância que você pratique aquilo que foi aprendido, pois o 
seu bom desempenhoem usar a nossa língua-mãe lhe trará bons frutos. 
 Por fim, reflita sobre as palavras do escritor francês Victor Hugo (1773 – 
1828): 
 
 “A palavra, como se sabe, é um ser vivo.” 
 
Sucesso!
Língua Portuguesa 
 
142 
 
Conhecen do o aut or 
 
 
 
 
A professora Telma Ardoim é Mestre em Língua Portuguesa pela Universidade 
do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, é professora da Universidade Salgado de 
Oliveira – UNIVERSO, atua na Coordenação de Projetos dos cursos de Capacitação 
em Serviço e participa como Coordenadora Setorial do Programa de Alfabetização 
Solidária. 
Língua Portuguesa 
 
143 
 
Referências 
 
 
ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 11 ed. São Paulo: Ática, 2001. 
CARNEIRO, Agostinho Dias. Texto em construção: interpretação de texto. 2 ed. São 
Paulo: Moderna, 1996. 
FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais. 8 ed. São Paulo: Editora Ática, 
2000. 
GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. 3 ed. 5 imp. São Paulo: Editora 
Ática, 2002. 
SOUZA, Luiz Marques, de & Carvalho, Sérgio Waldeck. Compreensão e Produção de 
Textos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. 
TERRA. Ernani. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997. 
VALENTE, André Crim. A linguagem nossa de cada dia. Petrópolis: Vozes, 1997. 
VANOYE, Francis. Usos da Linguagem – problemas e técnicas na produção oral e 
escrita. 11 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 
 
Língua Portuguesa 
 
144 
 
Anexos 
Língua Portuguesa 
 
145 
 
Gabaritos 
 
Unidade 1 
 
1. A 
2. D 
3. B 
4. C 
5. D 
6. B 
7. B 
8. A 
 
9. O texto fala em troca de informações e toca na questão dos sentimentos, isto 
é, a linguagem manifesta os sentimentos do emissor e pode despertar, em 
função disso, emoções no receptor. 
10. A frase destaca o caráter individual e espontâneo da fala, que foi transferido 
para algum texto escrito pelo autor 
 
Unidade 2 
1. B 
2. C 
3. E 
4. D 
5. E 
6. A 
7. C 
8. E 
 
9. A palavra que gera confusão é “dedinhos”. Para a menina, a mãe quer lhe 
cortar dois dedos, enquanto para a mãe é uma medida (similar a dois 
centímetros) para cortar o cabelo. 
10. A palavra droga, no primeiro momento, significa narcótico (por exemplo, 
maconha, cocaína, etc.), no segundo, droga quer dizer “um amigo ruim”. 
 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
146 
 
Unidade 3 
1. E 
2. E 
3. B 
4. D 
5. C 
6. B 
7. D 
8. C 
 
9. O texto está escrito na 1ª pessoa do singular. Refere-se ao emissor. Exemplos: 
“Vem ferir os meus ouvidos / Eu me lembro de você”, por exemplo. 
10. A segunda pessoa do discurso, tratada por você, a interlocutora do falante, é 
a operária de uma fábrica de tecidos. Não podemos afirmar que o texto está 
centrado exclusivamente na segunda pessoa do discurso. O texto está 
orientado para a destinatária, mas, escrito em primeira pessoa, exprime 
desejos e intenções do falante. 
 
Unidade 4 
1. C 
2. B 
3. E 
4. A 
5. D 
6. A 
7. D 
8. D 
 
9. A função predominante é a função conativa ou apelativa, pois está centrada 
no receptor, tentando convencê-lo de que beber não combina com direção. 
10. As funções encontradas no texto são a função poética e a função 
metalinguística. A função predominante é a poética, pois está centrada na 
mensagem. 
Língua Portuguesa 
 
147 
 
Unidade 5 
 
1. D 
2. A 
3. C 
4. C 
5. D 
6. A 
7. C 
8. E 
 
9. Respostas possíveis: 
Variação linguística refere-se a alterações que uma língua pode sofrer, 
conforme a região, a classe social, a profissão, a escolaridade, a idade, 
dentre outros fatores, da comunidade de fala. 
A principal variedade ilustrada no texto de M. Lobato é a variação regional 
também conhecida por variação geográfica 
10. Possíveis respostas: 
I) modalidade formal refere-se ao emprego da língua conforme 
recomendações da gramática normativa do português, em situações 
formais; modalidade coloquial refere-se ao uso espontâneo da língua, sem 
preocupações com regras gramaticais. É o uso da língua com amigos e 
familiares, por exemplo. 
II) Amigo, esse carro está ultrapassado: Ah! Pneu furado, para-brisa quebrado. 
Troque-o por outro mais potente 
 
 
 
Língua Portuguesa 
 
148 
 
Unidade 6 
1. C 
2. D 
3. A 
4. B 
5. C 
6. D 
7. B 
8. A 
 
9. Possíveis respostas: 
a) O aluno queria passar no concurso, por isso, estudou muito e passou em 
primeiro lugar. 
b) O aluno queria passar no concurso, portanto, estudou muito e passou em 
primeiro lugar. 
c) O aluno queria passar no concurso, desta forma, estudou muito e passou em 
primeiro lugar. 
10. Possíveis respostas: 
O empresário anterior era desonesto com a dupla. 
O empresário anterior agia fora da lei em relação à dupla. 
O empresário anterior enganava a dupla. 
 
 
Unidade 7 
1. D 
2. A 
3. C 
4. E 
5. B 
6. A 
7. D 
8. B 
 
 
Língua Portuguesa 
 
149 
9. Um dos graves problemas das metrópoles são os meios de locomoção. Os 
transportes são em número insuficiente para a população. 
10. Não se pode comparar São Paulo com o Rio de Janeiro. Esta é mais bonita que 
aquela. 
 
Unidade 8 
1. A 
2. B 
3. D 
4. B 
5. D 
6. C 
7. B 
8. C 
 
9. Ocorre a ambiguidade porque não fica claro de quem se gosta: do prefeito ou 
da menina. 
10. A interpretação equivocada se dá pelo fato de o receptor (cliente) não 
perceber a intencionalidade discursiva do emissor (garçom), visto que ambos 
estão em um bar. 
 
Unidade 9 
1. C 
2. B 
3. A 
4. B 
5. A 
6. C 
7. C 
8. A 
 
9. O texto é uma dissertação subjetiva, pois apresenta opiniões pessoais do 
autor, por isso está em primeira pessoa. 
10. introdução: primeiro parágrafo. 
desenvolvimento: segundo e terceiro parágrafos. 
conclusão: quarto parágrafo.

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