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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA QUÍMICA F Apostila dos Experimentos FÍSICA Campo Grande, MS, 2004 Química Básica e Orgânica Professores: Profª Drª Neusa Maria Mazzaro Somera Prof. Dr. Adilson Beatriz Técnicos: Francisco dos Santos Júnior Waldir Leonel Química F 2 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO AO TRABALHO NUM LABORATÓRIO 2. Segurança no Laboratório 2.1. Normas Básicas de segurança no Laboratório 2.2. Descarte de Rejeitos (Resíduos) 2.3. Acidentes comuns em laboratório e primeiros socorros 3. EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO 4. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO 4.1. Aquecimento Experiência N0 01 – Manuseio de um bico de Bunsen e aquecimento de tubos de ensaio e béquer 4.2. Manuseio de Vidro Experiência N0 02 – Trabalhos com varas de vidro 4.3. Técnicas de transferência de Líquidos e Sólidos e Técnicas de pesagem Experiência N0 04 – Utilização de balanças 4.4. Técnicas de Volumetria Experiência No. 05 – Medidas aproximadas e precisas de volumes 4.5. Técnicas de Resfriamento e de secagem de substâncias 4.6 . Manuseio do Handbook e do Merck Index 5. DETERMINAÇÃO DE PROPRIEDADES FÍSICAS 5.1. Ponto de fusão Experiência N0 06 – Determinação do ponto de fusão de uma amostra desconhecida 5.2. Ponto de ebulição Experiência N0 07 – Determinação do ponto de ebulição de uma amostra desconhecida 5.3. Densidade Experiência N0 08 – Determinação da densidade de líquidos e metais 6. MÉTODOS USUAIS DE PURIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS E DE SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE MISTURAS 6.1. Destilação 04 06 06 07 09 11 22 22 23 27 28 32 36 39 46 47 50 58 58 58 62 62 64 64 67 67 Química F 3 6.1.1. Destilação simples Experiência N0 09 – Uso da destilação simples para separação dos compostos de uma mistura 6.1.2. Destilação por arraste a vapor Experiência N0 10 – Uso da destilação por arraste a vapor e da técnica de extração para obtenção de óleo essencial 6.2. Sublimação, filtração e evaporação Experiência n0 11 – Separação dos componentes de uma mistura pelo emprego das técnicas de sublimação, filtração e evaporação 7. REAÇÕES QUÍMICAS 7.1 Tipos de Reações Químicas em Soluções aquosas EXPERIENCIA NO 12 – Observando reações químicas em soluções aquosas entre compostos inorgânicos 7.2 Reações Químicas – Especificidade e sensibilidade EXPERIENCIA N0 13 – Verificando reações seletivas, reações específicas e sensibilidade de uma reação 8. SOLUÇÕES EXPERIENCIA N0 14 – Preparação de soluções diluídas de ácidos e bases fortes 9. pH EXPERIÊNCIA NO. 15 – Medições de pH e obtenção de um indicador ácido-base natural 10. APÊNDICE A –Medidas em laboratório-Tratamento dos dados experimentais EXPERIÊNCIA NO. 03 – Medidas em Laboratório 11. BIBLIOGRAFIA TABELA PERIÓDICA 67 68 71 72 77 78 81 81 84 87 87 90 91 96 100 104 109 112 114 Química Básica e Orgânica 1. INTRODUÇÃO AO TRABALHO NUM LABORATÓRIO O Laboratório Químico é um lugar de experimentação onde os acadêmicos terão a oportunidade de aprender Química de um ponto de vista que nunca poderiam atingir por intermédio de livros, demonstrações ou filmes; é a possibilidade de alcançar maior compreensão da Química e a oportunidade de ver e trabalhar com as próprias mãos. Para atingir esses objetivos, são necessárias qualidades tais como dedicação, interesse, curiosidade, pontualidade, disciplina, etc. A significação dos resultados obtidos dependerá muito do cuidado com que se desenvolverão as operações de laboratório. Boa técnica é mais do que uma questão de habilidade manual; requer uma atenção total aos propósitos essenciais da experiência. Técnicas de Química Experimental não são objetivos, mas sim os instrumentos que nos permitem atingir a meta final, de extrair informações úteis a partir de observações pessoais. Aprender o manuseio de compostos e a manipulação de aparelhos é obviamente uma parte essencial à educação dos profissionais das Áreas de Ciências Exatas e Biológicas. Para ajudar o desenvolvimento de boas técnicas, várias sugestões são apresentadas: - Nunca começar uma experiência sem antes compreendê-la totalmente; isto significa estudar o experimento antes de entrar no laboratório. - Esmero é muito importante para uma boa técnica. Descuidar ao manusear compostos químicos e aparelhos, pode não somente levar a maus resultados, como também é perigoso. Há geralmente uma razão de como e porque cada operação é desenvolvida como descrita na literatura, embora a razão, a princípio, possa não ser óbvia para o estudante iniciante. As aulas de laboratório têm por finalidade fazer com que você compreenda os princípios fundamentais da Química, através de métodos científicos elaborados, habilitando-o no manuseio correto e cuidadoso de drogas, aparelhos e utensílios. Observe que o laboratório químico contém as seguintes características de segurança aos que nele trabalham. • Janelas amplas de ambos os lados que possibilitam boa ventilação do ambiente; • Portas em dois locais distintos, que abram para fora (facilitam a saída em caso de emergência), sendo uma das portas grande (dupla) para possibilitar a entrada de equipamentos; • Lava-olhos e chuveiro – dispositivos para uso em emergências; • Extintores de incêndio próximos ao laboratório. • Salas anexas para aparelhagem (balanças, aparelhos para ponto fusão, dentre outros); • Ampla iluminação e • Bancadas revestidas com material que permita fácil limpeza. ⇒⇒ TRABALHO EM EQUIPE Todos os trabalhos serão realizados por equipes de dois ou mais alunos. Compreenda, pois, o seu papel e colabore para que os trabalhos realizados sejam o resultado de um esforço conjunto. Na solução de problemas surgidos esforce-se ao Química F 5 máximo para resolve-los, consultando o professor sempre que for preciso. Procure estar presente na hora marcada para o início das aulas e evite saídas desnecessárias durante os trabalhos de laboratório. ⇒⇒ RELATÓRIO DAS AULAS PRÁTICAS É muito importante que o estudante tenha o seu caderno de laboratório para anotar todos os dados, observações e resultados obtidos em determinada experiência. Todo profissional, no exercício de sua atividade, necessita se comunicar, seja sob a forma escrita ou oral. A elaboração de relatórios de aulas práticas consiste num treinamento de comunicação. O enfoque a ser dado a um relatório não é apenas o de responder a um questionário ou escrever aleatoriamente sobre o trabalho realizado; deve, porém, ser encarado como uma comunicação sobre uma atividade prática realizada, dirigida não apenas ao professor, mas a qualquer leitor que se interesse pelo assunto. Antes de iniciar a elaboração de um relatório, é necessário pensar no assunto a ser relatado, analisar os aspectos importantes que devam ser abordados e planejar uma seqüência lógica de exposição. Com esta análise preliminar estarão sendo definidos os aspectos essenciais do trabalho a serem mencionados. Para algumas aulas práticas realizadas, a critério do professor, deverá ser entregue um relatório contendo: a) Título da prática executada; b) Introdução: Breve históricosobre o processo de que trata o relatório. Situa o leitor sobre o assunto a ser exposto; c) Objetivo: Mostra, de forma clara, a finalidade do referido projeto ou relatório. Descreve o que se espera com a realização do experimento; d) Material Utilizado: Descrição sucinta do material de laboratório, dos reagentes e da aparelhagem utilizada na realização de cada experiência; e) Metodologia ou Resumo do Procedimento: Descrição breve dos procedimentos que serão utilizados. Fornece informações básicas sobre a técnica empregada; f) Resultado(s) Obtido(s): Descrição dos dados colhidos na experiência, de preferência, quando oportuno, em tabelas e/ou gráficos. Deverão constar, também, os cálculos necessários para a obtenção dos resultados. Todas as equações químicas envolvidas no processo deverão ser representadas; g) Respostas às perguntas feitas (quando houver); h) Críticas, observações, dificuldades encontradas: A critério do acadêmico, poderão ser feitas criticas e observações sobre os resultados obtidos, possíveis causas de erros, sugestões para o emprego de outros métodos, etc. Poderão ser relatados, também, problemas ocorridos durante o processo de execução do experimento; i) Conclusões: Análise dos resultados em função dos objetivos propostos. Poucas frases bem elaboradas para encerrar o trabalho. j) Bibliografia Consultada: Ao final de todo trabalho escrito ou oral, devem ser citados os autores que forneceram subsídios para sua confecção. Química F 6 2. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO 2.1. NORMAS BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO A segurança no laboratório é uma responsabilidade que deve ser assumida por professores, monitores e alunos. No recinto do laboratório não é permitida brincadeiras ou atitudes que possam provocar danos para si ou outras pessoas. Apesar disso, os laboratórios de química não são necessariamente lugares perigosos embora muito dos perigos estejam associados a eles. Acidentes são, na maioria das vezes, causados por falta de cuidado, ignorância e desinteresse pelo assunto. Embora não seja possível enumerar todas as causas de possíveis acidentes num laboratório, existem alguns cuidados que são básicos e que, se observados, ajudam a evitá-los. 1. É PROIBIDO comer, beber ou fumar no laboratório; 2. Evite trabalhar sozinho no laboratório, a presença de outras pessoas será sempre uma valiosa ajuda em caso de acidentes; 3. Prepare-se antes de tentar realizar os experimentos. Procure ler e entender os roteiros experimentais; consulte a literatura especializada. Em caso de dúvidas, discuta o assunto com o professor antes de tentar fazer o experimento; 4. Utilize sempre que necessário materiais que possam garantir maior segurança no trabalho tais como: luvas, pinça, óculos (obrigatório), jaleco (obrigatório) etc. Procure manter seu jaleco limpo. 5. Conserve sempre limpos os equipamentos, vidrarias e sua bancada de trabalho. Evite derramar líquidos, mas se o fizer, limpe o local imediatamente; 6. Gavetas e portas dos armários devem ser mantidas sempre fechadas quando não estiverem sendo utilizadas; 7. Ao término do período de laboratório, lave o material utilizado, limpe sua bancada de trabalho, seu banco, a pia e outras áreas de uso em comum. Verifique se os equipamentos estão limpos e desligados e os frascos reagentes fechados; 8. Lave suas mãos freqüentemente durante o trabalho prático, especialmente se algum reagente químico for respingado. Ao final do trabalho, antes de deixar o laboratório, lave as mãos; 9. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes químicos para evitar pegar o frasco errado. Certifique-se de que o reagente contido no frasco é exatamente o citado no roteiro experimental; 10. Nunca torne a colocar no frasco, o reagente não utilizado. Não coloque objeto algum nos frascos de reagentes, exceto o conta-gotas de que alguns são providos; 11. Evite contato físico com qualquer tipo de reagente químico. Tenha cuidado ao manusear substâncias corrosivas como ácidos e bases-use a CAPELA; 12. A diluição de ácidos concentrados deve ser feita adicionando-se o ácido, lentamente, com agitação constante, sobre a água - com essa metodologia adequada, o calor gerado no processo de mistura, é absorvido e dissipado no meio. NUNCA proceda ao contrário (água sobre o ácido). 13. Nunca deixe frascos contendo reagentes químicos inflamáveis próximos à chama; Química F 7 14. Não deixe nenhuma substância sendo aquecida por longo tempo sem supervisão; 15. Não jogue nenhum material sólido dentro das pias ou ralos. O material inútil (rejeito) deve ser descartado de maneira apropriada; 16. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sobre o nariz. Desloque os vapores que se desprendem do frasco com a mão para a sua direção; 17. Use a CAPELA para experiências que envolvem o uso ou liberação de gases tóxicos ou corrosivos; 18. Não aqueça tubos de ensaio com a extremidade aberta voltada para si mesmo ou para alguém próximo. Sempre que possível o aquecimento deve ser feito na CAPELA; 19. Não deixe recipientes quentes em lugares em que possam ser pegos inadvertidamente. Lembre-se de que o vidro quente tem a mesma aparência do vidro frio; 20. Não pipete de maneira alguma, líquidos corrosivos ou venenosos, por sucção, com a boca. Procure usar sempre a “pêra de sucção” para pipetar. 21. O bico de Bunsen deve permanecer aceso somente quando estiver sendo utilizado; 22. Não trabalhe com material imperfeito; 23. Em caso de acidentes, comunique o professor imediatamente. Ele deverá decidir sobre a gravidade do acidente e tomar as atitudes necessárias; 24. Em caso de possuir alguma alergia, estar grávida ou em qualquer outra situação que possa ser afetado quando exposto a determinados reagentes químicos, comunique o professor logo no primeiro dia de aula; 25. Em caso de incêndio este deverá ser abafado imediatamente com uma toalha ou, se necessário, com o auxilio do extintor de incêndio apropriado; 26. Comunique o professor, monitor ou técnico sempre que notar algo anormal no laboratório; 27. Faça apenas as experiências indicadas pelo professor. Caso deseje tentar qualquer modificação do roteiro experimental discuta com o professor antes de faze-lo; 28. No laboratório é OBRIGATÓRIO o uso do jaleco e de óculos de segurança (para quem não usa óculos de grau). 2.2. DESCARTE DE REJEITOS (RESÍDUOS) Até há pouco tempo, os laboratórios descartavam seus rejeitos (resíduos) sem os cuidados necessários; solventes voláteis eram evaporados (lançados para a atmosfera), sólidos eram descarregados em lixo comum e, líquidos e soluções, eram descartados na pia. Essas práticas não são recomendadas e, atualmente, existe uma preocupação maior no descarte de rejeitos químicos. Existem regras estabelecidas para o descarte de rejeitos, especialmente os perigosos; no entanto, muitas vezes são difíceis e de custo elevado para serem implementadas. Assim, na prática, procura-se, sempre que possível, minimizar a quantidade de resíduos perigosos gerados nos laboratórios de ensino. Alguns procedimentos são adotados nesse sentido, como por exemplo: Química F 8 a) Redução da escala (quantidade de sustância) de produtos químicos usados nos experimentos; b) Substituição de reagentes perigosos por outros menos perigosos; c) Conversão dos resíduos para uma forma menos perigosa através de reação química, antes do descarte; d) Redução dos volumes a serem descartados (concentrando as soluções ou separando os componentes perigosos por precipitação); e) Recuperação dos reagentes para novamente serem utilizados. Instruções para descarte dos resíduos são fornecidas junto com as experiências.Quando os resíduos gerados na experiência não forem perigosos, poderão ser descartados na pia de acordo com as seguintes instruções: 1) Soluções que podem ser jogadas na pia devem ser antes diluídas com água, ou jogar a solução vagarosamente acompanhada de água corrente; 2) Sais solúveis podem ser descartados como descrito em 1. 3) Pequenas quantidades de solventes orgânicos solúveis em água (ex: metanol ou acetona) podem ser diluídos antes de serem jogados na pia. Grandes quantidades desses solventes, ou outros que sejam voláteis, não devem ser descartados dessa maneira. No caso, tentar recuperá-los. 4) Soluções ácidas e básicas devem ter seu pH ajustado na faixa de 2 a 11 antes de serem descartadas. Em caso de pequenos volumes dessas soluções (por exemplo, 10 mL ou pouco mais), essas podem ser diluídas e descartadas. 5) Em caso de dúvida, perguntar ao professor como proceder o descarte. Algumas orientações básicas: I) RESÍDUO INSOLÚVEL NÃO PERIGOSO: Papel, cortiça, areia, podem ser, descartados em um cesto de lixo comum do laboratório. Alumina, sílica gel, sulfato de sódio, sulfato de magnésio e outros, devem ser embalados para evitar a dispersão do pó e descartados em lixo comum. Se esses materiais estiverem contaminados com resíduos perigosos, deverão ser manuseados de outra forma. II) RESÍDUOS SÓLIDOS SOLÚVEIS NÃO PERIGOSOS: Alguns compostos orgânicos (exemplo o ácido benzóico) podem ser dissolvidos com bastante água e descarregados no esgoto. Podem, também, ser descartados junto com resíduos insolúveis não perigosos. Caso estejam contaminados com materiais mais perigosos deverão ser manuseados de outra forma. III) RESÍDUOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS NÃO PERIGOSOS: Substâncias solúveis em água podem ser descartadas no esgoto. Por exemplo, etanol pode ser descartado na pia do laboratório; 1-butanol, éter etílico e a maioria Química F 9 dos solventes e compostos que não são miscíveis em água, não podem ser descartados dessa maneira. Líquidos não miscíveis com a água deverão ser colocados em recipientes apropriados para líquidos orgânicos, para posterior tratamento. IV) RESÍDUOS PERIGOSOS GENÉRICOS: Neste grupo estão incluídas substâncias como hexano, tolueno, aminas (anilina, trietilamina), amidas, ésteres, ácido clorídrico e outros. Deve-se ter especial atenção para as incompatibilidades, ou seja, algumas substâncias não podem ser colocadas juntas no mesmo recipiente devido à reação entre elas. Por exemplo, cloreto de acetila e dietilamina reagem vigorosamente; ambos são reagentes perigosos e seus rejeitos devem ser mantidos em recipientes separados. Compostos halogenados como 1-bromobutano, cloreto de t-butila e outros, também devem ser guardados em recipientes separados dos demais compostos. V) ÁCIDOS E BASES INORGÂNICAS FORTES: Devem ser neutralizados, diluídos e então descartados. VI) AGENTES OXIDANTES E REDUTORES: Oxidar os redutores e reduzir os oxidantes antes do descarte. O professor dará informações de como proceder. Esses são alguns exemplos de procedimentos de descarte de rejeitos produzidos no Laboratório Químico. É prática comum, antes de iniciar em experimento, buscar na literatura especializada informações sobre os efeitos tóxicos das substâncias que serão utilizadas e os cuidados necessários para manuseio e descarte das mesmas. 2.3. ACIDENTES COMUNS EM LABORATORIO E PRIMEIRO SOCORROS I. QUEIMADURAS a) Causadas pelo calor - quando leves, aplicar pomada de Picrato de Butesina e, quando graves, devem ser cobertas com gaze esterilizada, previamente umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio 5%. b) Causadas por ácidos - deve-se lavar imediatamente a região com bastante água durante pelo menos 5 minutos. Em seguida, tratar com solução de bicarbonato de sódio a 5% e lavar novamente com água. Secar o local e aplicar Merthiolate. c) Causadas por bases - proceder como em b, aplicando solução de ácido acético 1%. II. ÁCIDOS NOS OLHOS – Deve-ser lavar com bastante água durante aproximadamente 15 minutos e aplicar solução de bicarbonato de sódio 1%. Química F 10 III. BASES NOS OLHOS – Proceder como em II e aplicar solução de ácido bórico 1%. IV. INTOXICAÇÃO POR GASES – Remover a vítima para um ambiente arejado e deixar descansar. Em caso de asfixia fazer respiração artificial. V. INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS – Recomenda-se beber muita água e em seguida beber: a) Um copo de solução de bicarbonato de sódio 1% ou leite de magnésia, em caso de ingestão de ácidos; b) Um copo de solução de ácido cítrico ou ácido acético a 2%, em caso de ingestão de bases. Bibliografia: 4,5,8,11 TELEFONES ÚTEIS SEGURANÇA DO CAMPUS: 345 7085 ou pelos RAMAIS: 7086 ou 7087 PRONTO SOCORRO – (HU): 345 3000 SANTA CASA: 321 5151 CIT (CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXILÓGICAS): 387 3333 CORPO DE BOMBEIROS:193 POSTO POLICIAL: 30DP (JACI,GUANANDI): 386 7823 / 386 7788 DEPTO. DE QUIMICA – SECRETARIA: 345 3546 FAX: 345 3552 – TELEFONE PÚBLICO: 346 3538 Química F 11 3. EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATORIO O Laboratório Químico é um lugar especialmente desenhado para um trabalho eficiente e satisfatório em Química. Você precisa de espaço para trabalhar, mesa resistente ao ataque de drogas químicas, boa iluminação, fontes acessíveis de água, gás, eletricidade, área especial para manipulação de gases venenosos, etc. Você precisa, finalmente, dos recipientes e equipamentos adequados. A Química, como toda ciência, foi obrigada a desenvolver para seu uso, uma linguagem particular. Há necessidade de um certo esforço visando aprender o significado exato desses novos termos. ___________________________________________________________________ ___ a b a) Béquer b) Erlenmeyer Estão entre os recipientes mais usados em laboratório. A capacidade varia de alguns mililitros até litros. Feitos de vidro Pyrex, resistem bem ao aquecimento, ao resfriamento e ao ataque por drogas químicas. São recipientes de fácil limpeza. Balões (fundo chato/fundo redondo) Usados para conter líquidos ou como frascos de reação. Os de fundo redondo são mecanicamente mais resistentes e mais adequados a operações que envolvam aquecimento. Os de fundo chato têm a vantagem de não requerer uso de suporte para serem mantidos em posição vertical. Tubos de Ensaios Tubos fechados numa extremidade, usados para conter pequenas quantidades de material sólido ou líquido na realização de testes e reações químicas. A transparência permite a perfeita observação dos fenômenos que ocorrem. Química F 12 Funil de vidro comum Apresenta duas aplicações importantes: na transfer6encia de líquidos para frascos de boca estreita ou em filtração, para suportar o papel poroso (papel de filtro) destinado a reter as partículas grosseiras, em suspensão na mistura sólido-líquida a ser separada. Pisseta Carregada com o líquido desejado (água destilada, solvente orgânico, soluções, etc.), destina-se a dirigir um jato de líquido, em operações como lavagem, acerto grosseiro do nível na medida de volume, etc. Apresenta vantagens de manipulação e controles fáceis. Vidro de Relógio Usado para cobrir béqueres, quando for necessário proteger seu conteúdo da contaminação por poeira. Usado, ainda, como recipiente raso para sólidos ou para evaporação lenta de líquidos. Não resiste ao aquecimento.Bastão de vidro Empregado na agitação de líquidos, em operações como: homogeneização, dissolução, etc., auxílio na transferência de líquidos de um recipiente para outro (faz-se o líquido escorrer pelo bastão de vidro ao invés de vertê-lo diretamente ao outro frasco). Pesa-filtro Muito usado para conter sólidos puros, amostras sólidas, etc. Resiste bem ao aquecimento em estufa (1100C), daí seu uso na operação de secagem, determinação de umidade, etc. A tampa esmerilhada protege o conteúdo da ação da umidade e poeira. Sendo de pequeno porte, presta-se bem para pesagem Química F 13 Proveta ou Cilindro Graduado Usada em medidas grosseiras de volume de líquidos pois comumente é graduada em mililitros (erro da leitura ± 0,5 mL). Não deve ser aquecida em estufa e nem carregada com líquidos quentes, pois o aparelhos de medida de volume são calibrados para uma determinada temperatura, próxima à atmosférica, que vem gravada no aparelho. Pipeta Volumétrica e Graduada São aparelhos de medidas precisas de volumes de líquidos. O líquido é introduzido por sucção, aplicada na parte superior, até acima do menisco. Deixa-se escoar lentamente o líquido para o acerto do menisco e posterior transferência do volume medido. É muito importante o tempo de escoamento, pois dele depende o teor em líquido que fica aderente às paredes internas. Ex. para pipeta de 10 mL, o tempo mínimo de escoamento é de 20 segundos. Bureta É também aparelho de medida de volume com precisão (ex: bureta de 50 mL permite leitura com erro absoluto de ± 0,05 mL). A graduação é, em geral, até décimos de mililitros. É provida de torneira que permite interromper o escoamento exatamente no instante desejado, sendo por isso especialmente indicada para uso nas titulações. Aqui também o tempo de escoamento é um fator de importância básica. Dessecador Muito usado em laboratório. É um recipiente grande, provido de tampa bem ajustada, destinado a manter atmosfera anidra. Para tal, o compartimento inferior é carregado com agente dessecante, como CaCl2 anidro, H2SO4 concentrado, ou sílica-gel. Usado para secagem e proteção contra umidade de materiais higroscópicos; cadinhos são resfriados em seu interior, para posterior pesagem, etc. Química F 14 Dessecador ou sílica-gel. Usado para secagem e proteção contra umidade de materiais higroscópicos; cadinhos são resfriados em seu interior, para posterior pesagem, etc. Kitassato ou Frasco de Sucção Usado para filtração à pressão reduzida. É utilizado em conjunto com o funil de Buchner para filtrações à vácuo. Balão Volumétrico Usado para preparar e diluir soluções. Funil de Separação ou de Decantação. Usado para separação de líquidos imiscíveis. Química F 15 a b c Condensadores Usados para condensar os gases ou vapores na destilação de líquidos. (a)- Condensador de Liebig ou reto - usado em destilações; (b) - Condensador de Allihn ou de bolas- usado para refluxo de líquidos; (c) - Condensador de serpentina - usado em destilações ou refluxos. Placa de Petri Usadas para fins diversos tais como, secagem de compostos, processos de incubação em Biologia, etc. Frasco Lavador Usado para lavagens, remoção de precipitados e outros fins. Termômetro Usado para medidas de temperaturas. Química F 16 Cadinhos Resistem bem à elevação de temperatura; podem ser aquecidos diretamente sobre chama até o rubro; daí seu uso na calcinação de pequenas quantidades de substâncias ou materiais. Podem ser feitos de níquel, ferro, platina, porcelana, etc., conforme o uso a que se destina. Cápsula de Porcelana Sendo um recipiente raso e de superfície relativamente grande, presta-se para evaporação de soluções. Pode ser aquecida, por exemplo, em banho-maria, para garantir que a evaporação se processe de maneira controlada. Almofariz com Pistilo Usado na trituração de material sólido aglomerado, especialmente minérios, produtos ou substâncias destinadas a posterior pesagem. Sabe-se que a velocidade de reações depende da superfície de contato entre os reagentes, daí a importância de se trabalhar, em análises, com material pulverizado. Espátulas Empregadas para retirar drogas sólidas de frascos, material sólido de papéis de filtro etc. Espátulas metálicas são muito usadas, mas as de porcelana apresentam a vantagem de maior resistência ao ataque químico. Química F 17 Placa de Toque É uma placa dotada de cavidades, destinadas à execução de reações químicas com quantidades diminutas de reagentes (geralmente uma ou duas gotas), denominadas provas de toque. Resiste bem ao ataque da maioria dos reagentes químicos. Sendo branca, permite boa percepção do aparecimento ou mudanças de cores. Para fins especiais, existem também, placas de toque pretas e placas de toque de vidro. Funil de Büchner Usado em conjunto com o Kitassato, para filtração à vácuo ou filtrações sob pressão reduzida. Química F 18 UTENSÍLIOS PROPRIEDADES E USOS MAIS COMUNS Pinça para Cadinhos Serve para manipulação de objetos aquecidos, especialmente cadinhos. Por exemplo, é usado na transferência de um cadinho ainda quente (4000C) do triângulo para o dessecador (é importante que o cadinho ainda esteja quente, pois se fosse deixado esfriar na atmosfera do laboratório, absorveria umidade). Bico de Bunsen Usado para aquecimento em laboratório, pela queima de gás. Produz chama cônica em que a zona mais quente pode chegar a 15000C. De acordo com a relação entre as velocidades de entrada de gás combustível e ar, teremos chama azulada (quando a mistura combustível for pobre, ou seja, com excesso de ar) ou chama fuliginosa (para mistura combustível rica, com excesso de combustível e deficiência de ar). Triângulo Formado por fios de arame e três tubos de porcelana. Colocado sobre o tripé, serve para suportar cadinhos que serão submetidos a aquecimento direto pelo bico de Bunsen. Química F 19 Tripé e Tela de Amianto São usados juntamente com o bico de Bunsen e se destinam a suportar o recipiente que contém o sistema a ser aquecido. A camada de amianto da tela permite a distribuição uniforme do calor da chama, na superfície inferior do recipiente (geralmente béquer ou erlenmeyer) evitando variações bruscas de temperatura que ocorreriam se fosse usado aquecimento direto. Garra/Anel para funil/Suporte Universal Usados praticamente em todas as montagens de equipamentos em laboratórios, pois são eles que suportam as partes componentes dessas montagens. O anel é muito usado para suportar o funil numa filtração. As garras não devem ser apertadas diretamente sobre materiais de vidro, pois estes poderiam se partir pelo esforço. Usa-se para proteção, tiras de borracha ou de amianto, para casos em que haverá aquecimento. Estante para tubos de ensaio Suporte para tubos de ensaio. Pode serfeita de ferro, madeira ou ferro revestido com plástico. Química F 20 Pinça de madeira Usado para segurar tubos de ensaio durante aquecimentos diretos no bico de Bunsen. Lima triangular Usada para cortes de vidros. Trompa de vácuo Usada em conjunto com o Kitassato e o funil de Buchner, para fazer vácuo (redução da pressão) no Kitassato e facilitar a filtração. Garra para condensador Usada para sustentar condensadores em processos de destilação, refluxo, extração, etc. Química F 21 Furador de Rolhas Usados para se furar rolhas de diferentes diâmetros. Atualmente são utilizados furadores de rolhas elétricos (furadeiras elétricas) Estufa Usada para secagem de materiais; atinge, temperaturas de até 2000 C. Química F 22 4. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATORIO 4.1. Aquecimento Em laboratório, antes de aquecer qualquer substância, é preciso que você conheça sua natureza. Acidentes graves têm ocorrido provocando cegueira, deformações da pele, etc, simplesmente pela inobservância desta regra elementar. Água e éter de petróleo, por exemplo, são líquidos com propriedades inteiramente distintas e, por isso, devem ser aquecidos diferentemente. No Laboratório Químico, o aquecimento pode ser feito através de aquecedores elétricos (chapas, fornos, mantas elétricas, etc), bico de gás, vapor d´água ou banhos (de óleo, de água, de areia, etc), lâmpadas incandescentes que emitem raios infravermelho ou de outro tipo, etc. Aquecimento com bico de gás: É uma dos aparelhos mais usados em laboratórios para fins de aquecimento, permitindo alcançarem-se temperaturas da ordem de 15000C. Seu uso restringe-se apenas ao aquecimento de sólidos e líquidos não inflamáveis, a não ser em condições extremas de segurança. É proibido, por medidas de segurança, aquecer líquidos inflamáveis sobre bico de gás. O bico de gás é usado somente para aquecimento de porcelana e outros materiais resistentes, e para evaporação de soluções aquosas. Quando se vai aquecer um líquido à ebulição, recomenda-se colocar algumas esferas de vidro, pedaços de algum material poroso (cerâmica, porcelana, carborundum, etc.), a fim de evitar uma ebulição violenta, provocada pelo superaquecimento. Contudo, faça isto antes de iniciar o aquecimento. Banho-maria: Utilizado para aquecimento de substâncias inflamáveis e de baixo ponto de ebulição (inferior a 1000C). Os mais sofisticados banhos-maria são aquecidos eletricamente e permitem a estabilização de temperaturas através de termostatos. A forma mais simples de um banho-maria (banho de água) consiste num béquer com água, aquecido através de uma chama. Esse processo pode ser usado somente para líquidos não inflamáveis. Para líquidos inflamáveis, deve-se usar um banho de água eletricamente aquecido, juntamente com um dispositivo para manter o nível de água. Banhos líquidos de alta temperatura: São usados para aquecer substâncias de ponto de ebulição superior ao da água. Os líquidos mais comumente empregados são a glicerina (ponto de ebulição de 220oC) e os óleos minerais (ponto de ebulição variando entre 2500 e 3000C). Os banhos de óleo são usados quando o aquecimento é feito até cerca de 2200C. A máxima temperatura alcançada para tais banhos irá depender do tipo de óleo usado. A parafina medicinal pode ser empregada para temperaturas até 2200C. Para temperaturas até cerca de 2500C recomenda-se o óleo de semente de algodão; é claro e não é viscoso. Os fluidos de silicone são provavelmente os melhores líquidos para banhos de óleo, pois podem ser aquecidos até 2500C sem perda e escurecimento apreciáveis; são, no entanto, atualmente, muito caros para o uso geral. Os banhos de óleo devem, sempre que possível, serem realizados em capela; deve-se colocar sempre um termômetro no banho para evitar aquecimento excessivo. Os banhos de óleo são aquecidos, geralmente, por um bico de gás ou uma resistência elétrica. Química F 23 É importante salientar, mais uma vez, que o aquecimento de qualquer líquido acima de seu ponto de ebulição, pode provocar superaquecimento e mesmo uma explosão. Isto pode ser evitado adicionado-se ao líquido, pérolas de vidro (carbeto de silício ou carburundum), pedaços de porcelana ou de vidro poroso. Sob aquecimento, esses materiais perdem uma pequena quantidade de ar na forma de bolhas, assegurando uma ebulição uniforme, devendo ser colocados na líquidos ainda frio. EXPERIÊNCIA No. 1 – Manuseio de um Bico de Bunsen e Aquecimento de Tubos de Ensaio e Béquer I. Objetivos Aprender a utilizar o bico de Bunsen. Aprender a aquecer tubos de ensaio e béquer em laboratório. II. Introdução II.1 Uso do bico de Bunsen Há vários tipos de bicos de gás usados em laboratório, tais como: bico de Bunsen, bico de Tirril, bico de Mecker, etc. Todos, entretanto, obedecem ao mesmo princípio de funcionamento: o gás combustível é introduzido em uma haste vertical, onde há uma abertura para a entrada de ar atmosférico, sendo queimado na sua parte superior. Tanto a vazão do gás como a entrada de ar podem ser controlados de forma conveniente. Como se vê na Figura 1a, com o regulador de ar primário parcialmente fechado, distinguimos três zonas de chama. Abrindo-se registro de ar, dá-se entrada de suficiente quantidade de O2 (do ar), dando-se na região intermediária combustão mais acentuada dos gases, formando, além do CO, uma maior quantidade de CO2 e H2O, tornando assim a chama quase invisível. As reações químicas básicas da combustão são: 2H2 + O2(ar) → 2H2O 2C + O2(ar) → 2CO 2CO+ O2(ar) → 2CO2 O bico de Bunsen é usado para a quase totalidade de aquecimentos efetuados em laboratório, desde os de misturas ou soluções de alguns graus acima da temperatura ambiente, até calcinações, feitas em cadinhos, que exigem temperaturas de cerca de 6000C. Procedimentos mais avançados de laboratório podem requerer mantas com aquecimento elétrico, chapas elétricas, banhos aquecidos eletricamente, maçaricos oxiacetilênicos, fornos elétricos e outros. Química F 24 Figura 1a – Queimador de gás (Bico de Bunsen) a) Zona externa: Violeta pálida, quase invisível, onde os gases fracamente expostos ao ar sofrem combustão completa, resultando em CO2 e H2O. Esta zona é chamada de zona oxidante (Temperaturas de 1560-1540ºC). b) Zona intermediaria: Luminosa, caracterizada por combustão incompleta, por deficiência do suprimento de O2. O carbono forma CO, o qual se decompõe pelo calor, resultando diminutas partículas de C (carbono) que, incandescentes, dão luminosidade à chama. Esta zona é chamada de zona redutora (Temperaturas abaixo de 1540ºC). c) .Zona interna: Limitada por uma “casca” azulada contendo os gases que ainda não sofreram combustão - mistura carburante (Temperaturas em torno de 300ºC). Para se aquecerem bequer, erlenmeyer, balões etc., não se deve usar diretamente o bico de Bunsen; estes aquecimentos são feitos através da tela de amianto, cuja função é deixar passar o calor uniformemente e não permitir que passe a chama. Para acender o bico do gás, proceda da seguinte maneira: a) Feche completamente a entrada de ar no bico; b) Abra lentamente a válvula do gás e aproxime a chama de um fósforo lateralmente, obtendo uma chama grande e luminosa, de cor amarela. c) Abra vagarosamente a entradade ar de modo que a chama fique completamente azul; d) Caso a chama se apague ou haja combustão no interior do tubo, feche a entrada do gás e reinicie as operações anteriores. O gás combustível é geralmente o gás de rua ou o G.L.P. (gás liquefeito de petróleo). O comburente, via de regra, é o ar atmosférico. II.2. Aquecimento de tubos de ensaio Os tubos de ensaio com líquidos podem ser aquecidos diretamente na chama do bico de Bunsen. A chama deve ser média e o tubo deve estar seco por fora, para evitar que se quebre ao ser aquecido. O tubo deve ficar virado para a parede ou numa direção em que não se encontre ninguém, pois é comum, aos operadores sem prática, deixar que repentinamente o líquido quente salte fora do tubo, o que pode Química F 25 ocasionar queimaduras. O tubo é seguro próximo de sua boca, pela pinça de madeira e agita-se brandamente, para evitar superaquecimento do líquido. Assim, tubos de ensaio, ao serem aquecidos, devem ser ligeiramente inclinados e seguros através de uma pinça, conforme mostrado na figura 1b, aquecendo-o na superfície do liquido (e não no fundo) e agitando-o, vez por outra, fora da chama. Mantenha a boca do tubo em direção oposta do seu rosto e certifique-se de que nenhum colega será atingido caso seja expelido algum líquido. II.3. Aquecimento de Béquer Se um bequer ou algum outro frasco de vidro precisar ser aquecido com algum líquido, coloque-o sobre um tripé contendo uma tela de amianto ou sobre um anel, adaptado a um suporte universal, em uma altura conveniente; neste caso, não se esqueça, de colocar uma tela de amianto sobre o anel a fim de evitar danos ao frasco sob aquecimento direto (Figura1c). III. Material e Reagentes Bico de Bunsen; Cápsula de porcelana; Tripé de ferro; Fio de cobre; Tela de amianto; Fio de alumínio; Suporte universal; Tubo de ensaio; Anel de ferro; Pinça de madeira; Mufa; Pinça metálica; Bequer de 300 mL; Termômetro. IV - Procedimento Experimental 1. Uso do bico de bunsen Química F 26 1.1. Luminosidade da chama a) Note o que acontece à chama quando cada uma das partes ajustáveis do bico é movimentada, particularmente quando a válvula de ar é aberta e fechada; qual ajuste das partes reguláveis do bico produz uma chama não luminosa e qual produz chama luminosa? b) Mantenha, segurando com as próprias mãos, por alguns segundos, uma cápsula de porcelana contendo um pouco de água fria, na chama luminosa por 2-3 segundos. No que consiste o depósito preto formado na cápsula? Por que se coloca água na cápsula? 1.2. Regiões da chama: c) Ajuste o bico e a velocidade de fluxo de gás de forma que a chama seja não luminosa. Note que ela forma um cone bem definido e faça um esquema da chama indicando as 3 regiões bem definidas. 1.3. Temperatura da chama: Para ter uma idéia das temperaturas relativas em diferentes regiões de uma chama não luminosa proceda da seguinte forma: d) Mantenha horizontalmente por ≅ 30 seg. um fio de cobre e um de alumínio nas seguintes posições da chama: a. no topo da chama b. no topo do cone inferior c. na base do cone inferior Observação: O cobre funde a 10830C e o Alumínio a 6600C 2. Aquecimento de líquidos em béquer 2.1. Colocar cerca de 100 mL de água em um béquer de 250mL; acrescente à água, algumas pérolas de ebulição; 2.2. Colocar o béquer sobre a tela de amianto, suportada pelo anel ou pelo tripé de ferro (Figura 1c); 2.3. Aquecer o béquer com a chama forte do bico de Bunsen (janelas abertas e torneira de gás totalmente aberta). Observar a ebulição da água e anotar sua temperatura de ebulição. T = ---------°C. 2.4. Apagar o bico de Bunsen e deixar o bequer esfriando no mesmo local. 3. Aquecimento de líquidos em tubo de ensaio 3.1. Coloque cerca de 4ml de água em um tubo de ensaio; 3.2. Com pinça de madeira, segurar o tubo, próximo a boca, conforme Figura 1b; 3.3. Aquecer a água, na chama média do bico de bunsen (torneira de gás aberta pela metade e janelas abertas pela metade), com o tubo voltado para a parede, com inclinação de cerca de 45° e com pequena agitação, até a ebulição da água. 3.4. Retirar o tubo do fogo e deixá-lo esfriar na estante para tubos de ensaio. Química F 27 4.2. Manuseio de vidro O vidro tem muitas utilidades em virtude da sua transparência, da sua elevada resistência ao ataque químico, da sua eficiência como isolante elétrico e da sua capacidade em reter o vácuo. O vidro é um material quebradiço e tem uma resistência compressiva caracteristicamente muito maior que a resistência à flexão. As técnicas de reforçamento, a maioria das quais envolve um pré-tensionamento para introduzir compressões superficiais, foram aperfeiçoadas a um ponto em que o vidro pode ser empregado em condições mais severas que antigamente. Fabricam- se cerca de 800 tipos diferentes de vidro, alguns com uma propriedade partícular realçada, outros com um conjunto de propriedades equilibradas13. Historia13 - Como no caso de muitos outros materiais de uso comum da nossa civilização moderna, a descoberta do vidro é muito obscura. Uma das referências mais antigas a este material encontra-se em Plínio, que conta a história bem conhecida de sua descoberta por mercadores fenícios, que estavam cozinhando num vaso colocado acidentalmente sobre um pedaço de trona (carbonato de sódio), numa praia. A combinação entre a areia e o álcali chamou a atenção dos mercadores e levou a tentativas de reproduzir o resultado. Já em 6000 ou 5000 a.C, os egípcios fabricavam falsas gemas de vidro, algumas de bela feitura artesanal e significativa beleza. O vidro de janela é mencionado no ano 290 d.C, o cilindro do vidro de janela soprado foi inventado por um monge, no século XII. Durante os tempos medievais, Veneza tinha o monopólio de centro da indústria de vidro. Somente no século XV o uso de vidro de janela se tornou geral. Até o século XVI não se fabricava vidro na Alemanha ou na Inglaterra. A chapa de vidro apareceu, como produto laminado, na França, em 1688. As fábricas de vidro nos Estados Unidos, foram fundadas em 1608, em Jamestown, Virginia, e em 1639, em Salem, Massachusetts. Durante mais de três séculos a partir destas datas, os processos eram praticamente todos manuais e empíricos. Do ponto de vista químico, a única melhoria durante este período limitou- se à purificação das matérias-primas e a um aumento da economia de combustível. Certamente, entretanto foram estabelecidas algumas relações entre a composição química dos vidros e as respectivas propriedades óticas e físicas; no seu todo porém, a indústria anterior a 1900 era uma arte, com fórmulas secretas ciumentamente guardadas e processos empíricos de manufatura baseados primordialmente na experiência. Em 1914, foi desenvolvido na Bélgica o processo Fourcault de fabricação contínua de folha de vidro. Durante os 50 anos seguintes, os engenheiros e cientistas efetuaram modificações no processo de fabricação da folha, visando a redução da distorção ótica, característica do vidro de janela, e a diminuição do custo de produção do vidro plano esmerilhado e polido. Estes esforços levaram ao estágio mais moderno da tecnologia de produção de vidros planos. Na base de conceitos patenteados nos Estados Unidos, em 1902 e 1905, um grupo de pesquisa da Inglaterra aperfeiçoou o processo da chapa flutuante. Em apenas 10 anos, a folha de vidro obtida por flutuação quase eliminou a chapa obtida por outros processos e invadiu significativamente o mercado de vidro de janela. Em número crescente, cientistas e engenheiros começaram a participar dos esforços no setor, e novos produtos apareceram em conseqüênciade pesquisas intensas. Inventaram-se máquinas automáticas para a produção de garrafas, de bulbos de lâmpadas etc. Por isto, a industria moderna de vidro é um campo muito especializado, onde se Química F 28 empregam todas as ferramentas da ciência moderna e da engenharia na produção, no controle e no desenvolvimento de muitos dos seus produtos. Quadro 11.2 Composição química de vidros típicos (em percentagem)13 No. SiO2 B2O3 Al2O3 Fe2O3 As2O3 CaO MgO Na2O K2O PbO SO3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 68,8 69,4 70,5 71,5 72,88 72,9 72,68 70-74 73,6 73,88 74,2 67,2 69,04 64,7 80,5 96,3 70,3 .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... .......... 16,48 0,4 .......... 0,25 10,6 12,09 2,9 4,4 3,5 1,9 1,5 0,78 0,7 0,50 ±2 1,0 2,24 .......... .......... .......... 4,2 2,2 0,4 7,5 .......... 1,1 0,4 .......... 0,78 0,7 0,07 0,09 .......... 2,24 .......... .......... .......... .......... .......... .......... 0,47 0,73 0,2 0,5 4,0 7,2 13,0 13,0 12,68 7,9 12,95 .......... 5,2 .......... 4,3 0,9 12,07 0,6 .......... .......... 4,93 2,3 .......... .......... .......... 0,22 2,8 .......... 10-13 3,6 .......... 3,2 .......... .......... .......... .......... .......... .......... 13,7 17,3 12,0 14,0 12,69 15,0 13,17 .......... 16,0 6,67 17,7 9,5 5,95 7,8 3,8 < 0,2 12,75 2,3 .......... 1,9 .......... .......... .......... .......... 13-16 0,6 Traços .......... 7,1 11,75 0,3 0,4 <0,2 1,97 .......... .......... 14,8 1,0 0,44 Fontes: Dados de Sharp. Chemical Composition of Commercial Glasses. Ind. Eng. Chem., 25, 755 (1933). Blau, Chemical Trends. Ind. Eng. Chem., 32, 1429 (1940), e Shand, Glass Engineering Handbook, 2a. ed., McGraw- Hill, 1958. 1. vidro egípicio, de Tebas, 1.500 a. C. (Blau); 2. vidro de janela, Pompéia (Blau); 3. vidro de janela, Alemanha, 1849, soprado (Blau); 4. vidros representativos de janela e de garrafas do séc. XIX (Sharp); 5. vidro laminado (Sharp); 6. folha de vidro de processo Fourcault, com 0,7% de BaO (Sharp); 7. chapa polida com 0,18% de Sb2O3 (Sharp); 8. vidraria de vidro de cal e soda (Shand); 9. vidro de bulbo de lâmpada elétrica (Shand); 10. vidro de Jena, de lampião a gás (Sharp); 11. louça de cristal a cálcio (Sharp); 12. louça de cristal a chumbo (Sharp); 13. vidro de óculos, com 0,9% de Sb2O3 (Sharp); 14. vidro de Jena, para laboratório, com 10,9% de ZnO, de 1911 (Sharp); 15. Pyrex para laboratório 7740 (Shand); 16. vidro de sílica, a 16,96%, no. 790 (Shand); 17. vidro de sílica (sílica fundida) (Shand). EXPERIÊNCIA N0. 2 – TRABALHOS COM VARAS DE VIDRO I. Objetivos Adquirir habilidade de trabalhar com varas de vidro para montagem de aparelhos de laboratório. II. Introdução A interligação entre peças diferentes de uma aparelhagem a ser montada é feita com o auxilio de mangueiras de látex, quando é exigida flexibilidade, e com vidros quando se necessita de rigidez e inércia química. Nesta experiência serão relatadas as operações mais freqüentes com vidro e técnicas corretas de trabalho. Devemos lembrar que em todas as operações se deve tomar cuidados e uma atenção especial a fim de se evitar queimaduras, nas operações com aquecimento, e eventuais cortes nas mãos, devido a quebras acidentais. É necessário, portanto nesta experiência, ter à mão os materiais de primeiros socorros. III. Material e reagentes Química F 29 Bico de Bunsen ; Borboleta ou leque; Varas de vidro (vários diâmetros); Lima triangular; Tela de amianto; Rolhas de cortiça e borracha; Pano grosso; Glicerina; Jogo de furadores de rolhas; Balão de fundo redondo; Vidro de relógio IV. Procedimento Experimental 1. Corte do vidro 1.1 Produzir um leve arranhão, no ponto que se quer cortar o vidro, com uma lima triangular ou diamante (Figura 2a). 1.2 Segurar o pedaço do vidro, com as mãos envoltas por um pano grosso e, com os polegares, exercer pressão para o lado oposto à parte arranhada (figura 2b). Observação: Cortar um pedaço de vidro de aproximadamente 20 cm. 2. Polimento das Bordas do Vidro 2.1. As extremidades de um pedaço de vidro que foi cortado são, geralmente, muito afiadas e podem produzir cortes ou estragar as rolhas. Por isso, devem ser polidas no fogo antes de serem usadas (figura 2c). 2.2. Manter o pedaço de vidro numa posição quase vertical, ficando a extremidade não polida na zona mais quente do bico de Bunsen. 2.3 Para que o aquecimento seja uniforme, deve- se girar o pedaço de vidro; assim o vidro irá fundir e polir-se lentamente. 2.4 Após essa operação, colocar o vidro quente sobre uma tela de amianto até esfriar completamente. 3. Curvatura do vidro 3.1. Para se dobrar o vidro, deve-se adaptar ao bico de Bunsen, uma peça chamada borboleta ou leque; a mistura gás-ar deve ser ajustada de modo a fornecer uma chama bem quente. A borboleta deve estar em condições de fornecer uma chama uniforme como mostrado na Figura 2d onde a chama (3) é a mais adequada. Química F 30 chama (3) é a mais adequada. 3.2. O pedaço da vara de vidro deve ser mantido numa posição horizontal sobre a zona mais quente da chama. 3.3. Girar a vara continuamente com as duas mãos, de maneira uniforme (Figura 2e). 3.4. Quando a vara estiver suficientemente mole para ser trabalhada, no momento em que começa a deformar por causa de seu próprio peso, deve ser removida da chama e rapidamente dobrada no ângulo ou na forma desejada. Para isso exerce-se pressão nas extremidades da vara dirigindo-se para cima (Figura 2f) 3.5. Uma curvatura bem feita deve ser suave e a vara deve manter o mesmo diâmetro em toda a sua extensão. A figura 2g mostra uma curvatura bem feita e duas curvaturas mal feitas. 4- Tubos Capilares 4.1. Os tubos capilares são tubos de diâmetro reduzido e podem ser obtidos pela distensão das varas de vidro. 4.2. Segurar a vara de vidro e introduzi-la na chama mais quente do bico, sem borboleta. 4.3. Girar a vara de vidro continuamente na região quente do bico de Bunsen (Figura 2h). 4.4. Retirar a vara de vidro do fogo, quando esta estiver bastante mole, distende-la como se estivesse abrindo os braços (Figura 2h). 4.5. Deixar esfriar e cortar o capilar. 4.6. Para a confecção de um conta-gotas, corta-se uma das extremidades do capilar (Figura 2i). 5. Furagem de rolhas. 5.1. Colocar a rolha de borracha ou cortiça sobre a bancada, com a base maior voltada para baixo. 5.2. Girar o furador de rolhas com movimentos circulares, até perfurar toda a rolha (Figura 2j). Química F 31 circulares, até perfurar toda a rolha (Figura 2j). 5.3 – Introduzir uma vara de vidro de diâmetro adequado, na rolha perfurada. Se for necessário pingar uma gota de glicerina na ponta do tubo para lubrificá-lo. Observação: Proteger as mãos com um pano grosso (Figura 2k). Química F 32 4.3. Técnicas de Transferência de Líquidos e Sólidos e Técnicasde Pesagem. Parte 1- Retirada de líquidos de frascos Antes de retirar líquidos de um frasco, deve-se tomar alguns cuidados, quais sejam: a) Ler o rótulo do frasco pelo menos duas vezes para se assegurar de que se tem em mãos, realmente, o líquido desejado; b) Se o líquido que se estiver manuseando for corrosivo, certifique-se que o frasco não esteja externamente umedecido; caso esteja, limpe-o com papel-toalha úmido e seque-o; c) Para verter um líquido de um frasco, faça-o sempre no lado oposto ao rótulo; isto evita que o líquido escorra externamente sobre o rótulo, danificando-o e podendo, futuramente, impedir a identificação do líquido; d) Ao retirar uma tampa plástica rosqueável de um frasco, nunca a coloque sobre a bancada com o lado aberto tocando a bancada. Deste modo, evita-se que o líquido, eventualmente, escorra da tampa para a bancada e, também, que a tampa se contamine por contato com a bancada; e) Sob nenhuma hipótese, coloque objetos sujos no interior de um frasco, pois isto contaminaria a substância; só retorne uma substância ao seu frasco original se tiver certeza absoluta que ela não foi contaminada durante o seu manuseio; f) Se a substância que se está manuseando é volátil, isto é, se ela evapora facilmente à temperatura ambiente (como é o caso de algumas substâncias nesta experiência), nunca cheire uma substância diretamente na boca do frasco, pois ela pode ser muito tóxica. Para evitar intoxicações graves, cheire as substâncias através do deslocamento de seus vapores, conforme ilustrado a seguir. Figura 3.3.2 – Métodos de transferência de Líquidos9. g) Sempre que algum líquido entrar em contato com as mãos lave-as imediatamente com muita água e sabão. Química F 33 Parte 2 - Transferência de Sólidos Antes de retirar o sólido de um frasco, deve-se tomar alguns cuidados, quais sejam: a) Ler o rótulo do frasco pelo menos duas vezes para se assegurar de que se tem em mãos, realmente, o sólido desejado; b) Se o sólido que se estiver manuseando for corrosivo, certifique-se que o frasco não esteja externamente umedecido; caso esteja, limpe-o com papel-toalha úmido e seque-o. c) Ao retirar uma tampa plástica rosqueável de um frasco, nunca a coloque sobre a bancada com o lado aberto tocando a bancada, para evitar que a tampa se contamine por contato com a bancada; d) Sob nenhuma hipótese coloque objetos sujos no interior de um frasco, pois isto contaminaria a substância nele contida. Somente retorne uma substância ao seu frasco original se tiver certeza absoluta que ela não foi contaminada durante o seu manuseio; e) Sempre que algum sólido entrar em contato com as mãos, leve-as imediatamente com muita água e sabão. Figura 3.3.1 – Métodos de transferência de sólidos9. Química F 34 Parte 3 - Técnicas de Pesagem. Uma das mais comuns e importantes operações de laboratório é a determinação de massa ou “pesagem”. O termo pesagem se refere à medida de massa de um corpo que é feita por comparação com massas conhecidas, com a utilização de balanças. Há uma grande variedade de balanças de laboratório, desde as mais grosseiras até as de mais alta sensibilidade. É comum se encontrar, por exemplo, balanças de escala tripla, para determinação de massas até centenas de gramas, com precisão de ± 0,1 g ou ± 0,01 g, e balanças analíticas, para carga máxima de 160 g, com precisão de ± 0,0001 g e até com 5 casas decimais. • Balanças de plataforma: Utilizadas para pesagem de 0,1g a centenas de gramas. • Balança de escala tripla: Empregada para pesagem entre 100 e 0,01g. Química F 35 • Balanças Elétricas/Eletrônicas: A cada dia, as balanças estão se modernizando, tornando-se mais exatas e de manejo mais simplificado. Atualmente, as balanças eletrônicas têm escala digital, fornecendo o peso instantaneamente, sem necessidade de manipular botões. Cuidados Gerais com Balanças de Laboratórios O manejo de qualquer balança requer cuidados especiais por ser um instrumento de alto custo e de grande sensibilidade. a) Não remova os pratos, nem os troque com os de outra balança. Mantenha a balança no seu lugar; b) Não coloque na balança nenhuma substância que não esteja à temperatura ambiente; c) Mantenha a balança em local onde a vibração, mudanças bruscas de temperatura ou de umidade e movimento do ar sejam mínimos; d) Conserve a balança sempre limpa, retirando qualquer respingo, partículas ou poeira de seus pratos com uma escova especial; e) Nunca coloque qualquer objeto diretamente sobre a balança. Líquidos e sólidos, em pó ou granulado, devem ser mantidos em algum recipiente seco, previamente pesado (tarado) e à temperatura ambiente. Se, durante a pesagem, o material for passível de interagir com a atmosfera Química F 36 (evaporação, oxidação, absorção de umidade), o frasco deve ser fechado. Para sólidos que não requerem proteção da atmosfera e que sejam inertes, a pesagem é feita colocando-se sobre os pratos, uma folha de papel adequado; f) Toda transferência de substância e/ou de pesos, deve ser feita somente quando os pratos estivem travados; g) Execute todas as operações com movimentos suaves e cuidadosos; h) Use pinças e espátulas; nunca use os dedos para manusear os objetos e substâncias que estão sendo pesadas; i) Ao terminar seu trabalho, remova todos os pesos e objetos da balança. Mantenha-a coberta ou fechada. No caso de balanças elétricas, tenha a certeza de que ela esteja desligada. EXPERIÊNCIA Nº. 04 – UTILIZAÇÃO DE BALANÇAS. I. Objetivos Aprender a utilizar balanças em laboratório. II. Procedimento Experimental Normas para utilização da balança de plataforma Para a utilização de uma balança de plataforma (figura dada a seguir), deve-se inicialmente ajustá-la, com o auxilio do dispositivo A, de modo que o fiel fique no centro da escala B. O objeto é colocado no prato C da balança e os pesos móveis D são deslocados nos cursores do braço da balança, até que o fiel retorne ao centro da escala. O valor da massa é dado pela posição dos pesos nos cursores. Por exemplo, se as posições dos pesos forem as indicadas pelas flechas E, na figura dada a seguir, a massa será 356,6 g. Primeiramente nivele a balança e acerte o zero da escala. Em seguida proceda a pesagem do recipiente vazio e anote o resultado. Faça a pesagem da substância sólida indicada e anote o resultado. A subtração da pesagem da (amostra + frasco) da pesagem do frasco dará a massa da amostra. Proceder da mesma maneira com uma amostra líquida. Observar todos os cuidados citados para o manuseio da balança. Química F 37 Efetue as operações de pesagem dadas a seguir. a) Pesagem de um composto sólido. 1. Pese, numa balança eletrônica, 1 béquer de 50 mL. Anote o resultado. 2. Tare o béquer de 50 mL usado no item 1, na balança eletrônica e pese nessa balança, 2,0 g de cloreto de sódio. 3. Pese o béquer contendo o cloreto de sódio, usado no item 2, na balança de plataforma. Anote o resultado. ⇒ Complete os dados na tabela dada a seguir. b) Pesagem de um composto líquido. 1. Pese, numa balança eletrônica, 1 erlenmeyer de 125 mL. Anote o resultado. 2. Tare o erlenmeyer de 125 mL usado no item 1, na balança eletrônica e pese nessa balança, 20 mL de água destilada contida numa proveta; 3. Pese o erlenmeyer contendo água, usado no item 2, na balança de plataforma. Anote o resultado. ⇒ Completeos dados na tabela dada a seguir. Química F 38 Tabela dos resultados de pesagem obtidos na EXPERIÊNCIA Nº. 04 – UTILIZAÇÃO DE BALANÇAS. – Comparação de medidas de pesagens. Comente e compare os resultados obtidos. Recipiente VAZIO CHEIO Balança 1 (Plataforma) Balança 2 (Eletrônica) Balança 1 (Plataforma) Balança 2 (Eletrônica) Béquer - Erlenmeyer - Resultado da medida feita do Béquer cheio na Balança de Plataforma = ( ± ) g Resultado da medida feita do Béquer cheio na Balança Eletrônica = ( ± ) g Resultado da medida feita do erlenmeyer cheio na Balança de Plataforma = ( ± ) g Resultado da medida feita do erlenmeyer cheio na Balança Eletrônica =( ± ) g Química F 39 4.4. Técnicas de Volumetria Introdução De um modo geral, para medidas aproximadas de volumes de líquidos, usam-se cilindros graduados ou provetas; para medidas precisas, usam-se pipetas, buretas e balões volumétricos, que constituem o chamado material volumétrico. Aparelhos volumétricos são calibrados pelo fabricante a uma temperatura padrão de calibração de 20º C. Em trabalhos de laboratório, as medidas de volume aproximadas são efetuadas, na quase totalidade dos casos, com provetas graduadas, as de modo muito grosseiro, com béqueres com escala e as medidas volumétricas, chamadas precisas, com aparelhos volumétricos (Figuras 4a e 4b). Aparelhos volumétricos: A prática de análise volumétrica requer a medida de volumes líquidos com elevada precisão. Para efetuar tais medidas são empregados vários tipos de aparelhos, que podem ser classificados em duas categorias: a) Aparelhos calibrados para dar escoamento a determinados volumes. b) Aparelhos calibrados para conter um volume líquido. Química F 40 Na classe a estão contidas as pipetas e as buretas e, na classe b, estão incluídos os balões volumétricos (Figura 4b). A medida de volumes líquidos com qualquer dos referidos aparelhos está sujeita a uma série de erros devido às seguintes causas: a) Ação da tensão superficial sobre as superfícies líquidas. b) Dilatações e contrações provocadas pelas variações de temperatura. c) Imperfeita calibração dos aparelhos volumétricos. d) Erros de paralaxe. A leitura de volume de líquidos claros deve ser feita pela parte inferior e a de líquidos escuros pela parte superior, como mostra a Figura 4c, para que sejam evitados os erros de paralaxe. Química F 41 Aparelhos Volumétricos 1. Balões volumétricos: Os balões volumétricos são balões de fundo chato e gargalo comprido, calibrados para conter determinados volumes líquidos (Figura 4d). Os balões volumétricos são providos de rolhas esmerilhadas de vidro ou de polietileno. O traço de referência marcando o volume pelo qual o balão volumétrico foi calibrado é gravado sobre a meia-altura do gargalo (bulbo). A distância entre o traço de referência e a boca do gargalo deve ser relativamente grande para permitir a fácil agitação do líquido ( a solução deve ser bem homogeneizada), depois de ser completado o volume até a marca. O traço de referência é gravado sob a forma de uma linha circular, tal que, por ocasião da observação, o plano tangente à superfície inferior do menisco tem que coincidir com o plano do círculo de referência. Os balões volumétricos são construídos para conter volumes diversos; os mais usados são os de 50, 100, 200, 500, 1000, 2000 mL. Os balões volumétricos são especialmente usados na preparação de soluções de concentração conhecida. Para se preparar uma solução em um balão volumétrico, transfere-se ao mesmo, o soluto ou a solução a ser diluída. Adiciona-se, a seguir, solvente até cerca de 3/4 da capacidade total do balão. Misturam-se os componentes e deixa-se em repouso até atingir a temperatura ambiente, tendo-se o cuidado de não segurar o balão pelo bulbo. Adiciona-se solvente até “acertar o menisco”, isto é, até o nível do líquido coincidir com a marca no gargalo. As últimas porções do solvente devem ser adicionadas com um conta-gotas, lentamente, e não devem ficar gotas presas no gargalo. O ajustamento do menisco ao traço de referência deverá ser feito com a maior precisão possível. Fecha-se bem o balão e vira-se o mesmo de cabeça para baixo, várias vezes, agitando-o, para homogeneizar o seu conteúdo. 2. Pipetas: Existem duas espécies de pipetas: a) Pipetas volumétricas ou de transferência, construídas para dar escoamento, a um determinado volume (Fig. 4e-1). Química F 42 →→ determinado volume (Fig. 4e-1). b) Pipetas graduadas ou cilíndricas que servem para escoar volumes variáveis de líquidos (Fig. 4e-2). • As pipetas volumétricas são constituídas por um tubo de vidro com um bulbo na parte central. O traço de referência é gravado na parte do tubo acima do bulbo. A extremidade inferior é afilada e o orifício deve ser ajustado de modo que o escoamento não se processe rápido demais, o que faria com que pequenas diferenças de tempo de escoamento ocasionassem erros apreciáveis. As pipetas volumétricas são construídas com as capacidades de 1, 2, 5, 10, 20, 50, 100 e 200 mL, sendo de uso mais freqüente as de 25 e 50 mL. • As pipetas graduadas consistem de um tubo de vidro estreito, geralmente graduado em 0,1mL. São usadas para medir pequenos volumes líquidos. Encontram pouca aplicação sempre que se quer medir volumes líquidos com elevada precisão. Têm a vantagem de se poder medir volumes variáveis. • Para se encher uma pipeta, coloca-se a ponta da mesma no líquido e faz-se a sucção com a pêra de sucção (evitar usar a boca para pipetagem em laboratórios). Deve-se ter o cuidado em manter a ponta da mesma sempre abaixo do nível da solução do líquido. Caso contrário, ao se fazer a sucção, o líquido alcança a pêra de sucção ou a boca. A sucção deve ser feita até o líquido ultrapassar o traço de referência. Feito isto, tapa-se a pipeta com o dedo indicador (ligeiramente úmido), caso não se esteja usando a pêra de sucção, e deixa-se escoar o líquido lentamente até o traço de referência (zero). O ajustamento deve ser feito de maneira a evitar erros de paralaxe. • Os líquidos que desprendem vapores tóxicos e os líquidos corrosivos devem sempre serem introduzidos na pipeta, através de pêras de sucção. Química F 43 • Para escoar os líquidos, deve-se colocar a pipeta na posição vertical, com a ponta encostada na parede do recipiente que vai receber o líquido; caso esteja usando a boca na pipetagem (técnica desaconselhável), levanta-se o dedo indicador até que o líquido escoe totalmente. Esperam-se 15 ou 20 segundos e retira-se a gota aderida a ponta da pipeta, encostando-a à parede do recipiente (Figura 4f). i) Pipetas com escoamento total: contêm duas faixas na parte superior, indicando que as mesmas são calibradas para - assoprando-se até a ultima gota - liberar sua capacidade total. ii) Pipetas com esgotamento parcial: contêm na parte superior uma faixa estreita que as diferencia das pipetas de escoamentototal. Não precisa ser assoprada (vide figura 4f- letra d). Química F 44 3-Buretas As buretas servem para dar escoamento a volumes variáveis de líquidos. São constituídas de tubos de vidro uniformemente calibrados, graduados em 1mL e 0,1 mL. São providas de dispositivos, torneiras de vidro ou polietileno entre o tubo graduado e sua ponta afilada, que permitem o fácil controle de escoamento • As buretas podem ser dispostas em suportes universais contendo mufas (Figura 4g). • As buretas de uso mais constantes são as de 50 mL, graduadas em décimos de mL; também são muito usadas as de 25 mL. • Nos trabalhos de escala semimicro, são freqüentemente usadas as buretas de 5 e 10 mL, graduadas em 0,01 ou 0,02mL. • Para o uso com soluções que possam sofrer o efeito da luz, são recomendadas buretas de vidro castanho. • As torneiras das buretas, quando forem de vidro, devem ser levemente lubrificadas para que possam ser manipuladas com mais facilidade. Serve para este fim uma mistura de partes iguais de vaselina e cera de abelhas; misturas especiais são encontradas no comércio. RECOMENDAÇÕES PARA USO DA BURETA a) A bureta limpa e vazia deve ser fixada em um suporte na posição vertical. b) Antes de se usar um reagente líquido, deve-se agitar o frasco que o contem, pois não é raro haver na parte superior do mesmo, gotas de água condensada. c) A bureta deve ser lavada, pelo menos uma vez, com uma porção de 5 mL do reagente em questão, o qual deverá ser adicionado por meio de um funil, em buretas que não possuam gargalo especial; cada porção é deixada escoar completamente antes da adição da seguinte. d) Enche-se então a bureta até um pouco acima do zero da escala e remove-se o funil. e) Abre-se a torneira para encher a ponta ou expulsar todo o ar e, deixa-se escoar o líquido, até que a parte inferior do menisco coincida exatamente com a divisão zero (Figura 4g). Quando se calibra a bureta (acerto do zero) deve- se tomar o cuidado de eliminar todas as bolhas de ar que possam existir. Química F 45 f) Coloca-se o frasco que vai receber o líquido sob a bureta e deixa-se o líquido escoar, gota a gota, geralmente a uma velocidade não superior a 10 mL por minuto. Controla-se a torneira da bureta com a mão esquerda (Figura 4h). Após o escoamento da quantidade necessária de líquido, espera-se de 10 a 20 segundos e lê-se o volume retirado. Química F 46 EXPERIÊNCIA N0 5- MEDIDAS APROXIMADAS E PRECISAS DE VOLUMES Procedimento Experimental 1. Medir 50 mL de H2O em béquer, transferir para o erlenmeyer (efetue a leitura do volume nesse recipiente) e, a seguir, transferir para a proveta graduada (efetue a leitura do volume nesse recipiente). Anotar todos os volumes medidos na tabela dada a seguir. Repetir o procedimento mais uma vez e anotar os resultados. Faça a média dos valores obtidos e calcule o Desvio Padrão (σ). Determinação do erro de cada aparelho: Observe o erro de cada recipiente e coloque-os em ordem crescente de precisão, após completar os seguintes dados: Béquer: ( ± ) mL, Erlenmeyer: ( ± ) mL e Proveta: ( ± ) mL . 2. Pipetar 10 mL de H2O com pipeta volumétrica e transferir para a proveta (efetue a leitura do volume nesse recipiente). Repita o procedimento mais uma vez e anote os volumes medidos na tabela dada a seguir. Faça a média dos valores obtidos e calcule o Desvio Padrão (σ). Leituras (mL) Pipeta volumétrica Proveta 1 10 2 10 (Valor médio +/- σσ) mL ( 10+/-0 ) mL Determinação do erro de cada aparelho: Observe o erro de cada recipiente e coloque-os os 2 aparelhos em ordem crescente de precisão, após completar os seguintes dados: Pipeta Volumétrica ( ± ) mL e Proveta ( ± ) mL 3. Pipetar, com pipeta graduada, e transferir para os tubos de ensaio, os seguintes volumes: Tubos de ensaio 1 2 3 4 5 VVolume H2O (mL) 1,0 5,0 2,7 3,8 4,5 4. Encher uma bureta com 25 mL de H2O, acertar o menisco e transferir o volume para uma proveta de 50mL. Repita o procedimento mais uma vez e anote os volumes medidos na proveta, na tabela dada a seguir. Faça a média dos valores obtidos e calcule o Desvio Padrão (σ). Determinação do erro de cada aparelho: Observe o erro de cada recipiente e coloque-os os 2 aparelhos em ordem crescente de precisão, após completar os seguintes dados: Pipeta Volumétrica ( ± ) mL e Proveta ( ± ) mL Leituras (em mL) Béquer Erlenmeyer Proveta Graduada 1 50 2 50 (Valor médio +/- σσ) mL ( 50+/-0 ) mL Leituras (ml) bureta Proveta 1 25 2 25 (Valor médio +/- σσ) mL ( 25+/-0 ) mL Química F 47 4.5. TÉCNICAS DE RESFRIAMENTO E DE SECAGEM DE SUBSTÂNCIAS a) Técnicas de Resfriamento. Tanto aquecimento como resfriamento são operações largamente usadas no Laboratório de Química, já que muitas reações químicas dependem das condições de temperatura empregadas. A forma mais barata e mais conveniente de resfriamento é a torneira de água cuja temperatura oscila entre 40C e 250C, dependendo da estação do ano. O frasco de reação é usualmente resfriado colocando-o embaixo da corrente de água ou imergindo-o em água fria. Para resfriamento a 0oC usa-se gelo picado. Para resfriamento a temperaturas abaixo de 0oC usam-se misturas refrigerantes. Misturas refrigerantes14 Substâncias Empregadas Temperaturas obtidas 3 partes gelo e 1 parte NaCl - 50 a – 200 C 5 partes CaCl2 cristalino e 4 partes gelo Abaixo de – 500 C Gelo seco (a ) + Etanol Absoluto - 720 C Gelo seco + Éter Etílico - 770 C Gelo seco + acetona (b ) - 780 C Nitrogênio líquido -1960 C (a) Gelo seco = dióxido de carbono sólido (b) Mistura largamente empregada em laboratórios de Química Orgânica. b) Técnicas de secagem de substâncias. Secagem é o processo de remoção de umidade ou de solventes orgânicos de uma substância, em qualquer estado de agregação. O agente secante deve agir rapidamente e não deve se dissolver em líquidos orgânicos e nem interagir com a substância que está sendo seca. • Processos Empregados para Secagem de Sólidos 1. Secagem ao ar - Expõe-se o sistema ao ar, à temperatura ambiente, até que sua massa não varie mais. 2. Secagem por aquecimento - Aquece-se o sistema, a uma temperatura apropriada, em banhos ou em estufa: (recomenda-se o aquecimento a uma temperatura de 5 a 100C acima da temperatura de ebulição do líquido que impregna o sólido). Após o aquecimento, a substância é geralmente colocada em um dessecador, para que volte à temperatura ambiente, sem absorver umidade do ar. 3. Secagem sob pressão reduzida – Esse tipo de secagem deve ser feito pelo uso de dessecadores; para que se mantenha uma atmosfera com baixo teor de umidade, o dessecador deve conter um agente desidratante, em sua parte inferior, e ser submetido à vácuo. A fim de tornar os dessecadores livres de ar, unta-se as superfícies esmerilhadas da tampa e do corpo dos mesmos com vaselina ou outro lubrificante. Química F 48 • Processos Empregados para secagem de Líquidos Os líquidos ou soluções de substâncias orgânicas em solventes orgânicos são geralmente secos pelo contato direto com um agente dessecante apropriado. A seleção desse agente dessecante deve ser orientada pelas seguintes considerações: (1) não deve reagir com o composto orgânico; (2) deve ter uma capacidade de secagem rápida e efetiva; (3) não deve se dissolver apreciavelmente no líquido; (4) deve ser tão econômico quanto possível e, (5) não deve ter nenhum efeito catalisador na promoção de
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