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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA 
 
 
 
 
 
QUÍMICA F 
 
 
Apostila dos Experimentos 
 
 
FÍSICA 
 
 
 
 
Campo Grande, MS, 2004 
Química Básica e Orgânica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professores: 
 
 
 
 Profª Drª Neusa Maria Mazzaro Somera 
 
 
 Prof. Dr. Adilson Beatriz 
 
 
 
 
 
 
Técnicos: 
 
 
Francisco dos Santos Júnior 
 
Waldir Leonel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Química F 
 
 
2 
ÍNDICE 
 
1. INTRODUÇÃO AO TRABALHO NUM LABORATÓRIO 
2. Segurança no Laboratório 
2.1. Normas Básicas de segurança no Laboratório 
2.2. Descarte de Rejeitos (Resíduos) 
2.3. Acidentes comuns em laboratório e primeiros socorros 
3. EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO 
4. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO 
4.1. Aquecimento 
Experiência N0 01 – Manuseio de um bico de Bunsen e aquecimento de 
tubos de ensaio e béquer 
4.2. Manuseio de Vidro 
Experiência N0 02 – Trabalhos com varas de vidro 
4.3. Técnicas de transferência de Líquidos e Sólidos e Técnicas de 
pesagem 
Experiência N0 04 – Utilização de balanças 
4.4. Técnicas de Volumetria 
Experiência No. 05 – Medidas aproximadas e precisas de volumes 
4.5. Técnicas de Resfriamento e de secagem de substâncias 
4.6 . Manuseio do Handbook e do Merck Index 
5. DETERMINAÇÃO DE PROPRIEDADES FÍSICAS 
5.1. Ponto de fusão 
Experiência N0 06 – Determinação do ponto de fusão de uma amostra 
desconhecida 
5.2. Ponto de ebulição 
Experiência N0 07 – Determinação do ponto de ebulição de uma 
amostra desconhecida 
5.3. Densidade 
Experiência N0 08 – Determinação da densidade de líquidos e metais 
6. MÉTODOS USUAIS DE PURIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS E DE 
SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE MISTURAS 
6.1. Destilação 
04 
 
06 
06 
07 
09 
11 
22 
22 
 
23 
 
27 
28 
 
32 
 
36 
39 
46 
 
47 
50 
58 
58 
 
58 
 
62 
62 
 
64 
64 
 
 
67 
67 
Química F 
 
 
3 
6.1.1. Destilação simples 
Experiência N0 09 – Uso da destilação simples para separação dos 
compostos de uma mistura 
6.1.2. Destilação por arraste a vapor 
Experiência N0 10 – Uso da destilação por arraste a vapor e da técnica 
de extração para obtenção de óleo essencial 
6.2. Sublimação, filtração e evaporação 
Experiência n0 11 – Separação dos componentes de uma mistura pelo 
emprego das técnicas de sublimação, filtração e evaporação 
7. REAÇÕES QUÍMICAS 
7.1 Tipos de Reações Químicas em Soluções aquosas 
EXPERIENCIA NO 12 – Observando reações químicas em soluções 
aquosas entre compostos inorgânicos 
7.2 Reações Químicas – Especificidade e sensibilidade 
EXPERIENCIA N0 13 – Verificando reações seletivas, reações 
específicas e sensibilidade de uma reação 
8. SOLUÇÕES 
EXPERIENCIA N0 14 – Preparação de soluções diluídas de ácidos e 
bases fortes 
9. pH 
EXPERIÊNCIA NO. 15 – Medições de pH e obtenção de um indicador 
ácido-base natural 
10. APÊNDICE A –Medidas em laboratório-Tratamento dos dados 
experimentais 
EXPERIÊNCIA NO. 03 – Medidas em Laboratório 
11. BIBLIOGRAFIA 
 TABELA PERIÓDICA 
67 
 
68 
 
71 
 
72 
 
77 
 
78 
81 
81 
 
84 
 
87 
 
87 
 
90 
91 
 
96 
 
100 
 
 
104 
109 
112 
114 
 
Química Básica e Orgânica 
 
1. INTRODUÇÃO AO TRABALHO NUM LABORATÓRIO 
 
O Laboratório Químico é um lugar de experimentação onde os acadêmicos 
terão a oportunidade de aprender Química de um ponto de vista que nunca 
poderiam atingir por intermédio de livros, demonstrações ou filmes; é a possibilidade 
de alcançar maior compreensão da Química e a oportunidade de ver e trabalhar com 
as próprias mãos. Para atingir esses objetivos, são necessárias qualidades tais 
como dedicação, interesse, curiosidade, pontualidade, disciplina, etc. 
A significação dos resultados obtidos dependerá muito do cuidado com que 
se desenvolverão as operações de laboratório. Boa técnica é mais do que uma 
questão de habilidade manual; requer uma atenção total aos propósitos essenciais 
da experiência. Técnicas de Química Experimental não são objetivos, mas sim os 
instrumentos que nos permitem atingir a meta final, de extrair informações úteis a 
partir de observações pessoais. 
Aprender o manuseio de compostos e a manipulação de aparelhos é 
obviamente uma parte essencial à educação dos profissionais das Áreas de 
Ciências Exatas e Biológicas. Para ajudar o desenvolvimento de boas técnicas, 
várias sugestões são apresentadas: 
- Nunca começar uma experiência sem antes compreendê-la totalmente; isto 
significa estudar o experimento antes de entrar no laboratório. 
- Esmero é muito importante para uma boa técnica. Descuidar ao manusear 
compostos químicos e aparelhos, pode não somente levar a maus resultados, como 
também é perigoso. Há geralmente uma razão de como e porque cada operação é 
desenvolvida como descrita na literatura, embora a razão, a princípio, possa não ser 
óbvia para o estudante iniciante. 
As aulas de laboratório têm por finalidade fazer com que você compreenda os 
princípios fundamentais da Química, através de métodos científicos elaborados, 
habilitando-o no manuseio correto e cuidadoso de drogas, aparelhos e utensílios. 
Observe que o laboratório químico contém as seguintes características de 
segurança aos que nele trabalham. 
• Janelas amplas de ambos os lados que possibilitam boa ventilação do 
ambiente; 
• Portas em dois locais distintos, que abram para fora (facilitam a saída em 
caso de emergência), sendo uma das portas grande (dupla) para 
possibilitar a entrada de equipamentos; 
• Lava-olhos e chuveiro – dispositivos para uso em emergências; 
• Extintores de incêndio próximos ao laboratório. 
• Salas anexas para aparelhagem (balanças, aparelhos para ponto fusão, 
dentre outros); 
• Ampla iluminação e 
• Bancadas revestidas com material que permita fácil limpeza. 
 
 
⇒⇒ TRABALHO EM EQUIPE 
 
Todos os trabalhos serão realizados por equipes de dois ou mais alunos. 
Compreenda, pois, o seu papel e colabore para que os trabalhos realizados sejam o 
resultado de um esforço conjunto. Na solução de problemas surgidos esforce-se ao 
Química F 
 
 
5 
máximo para resolve-los, consultando o professor sempre que for preciso. Procure 
estar presente na hora marcada para o início das aulas e evite saídas 
desnecessárias durante os trabalhos de laboratório. 
 
⇒⇒ RELATÓRIO DAS AULAS PRÁTICAS 
 
É muito importante que o estudante tenha o seu caderno de laboratório para 
anotar todos os dados, observações e resultados obtidos em determinada 
experiência. 
Todo profissional, no exercício de sua atividade, necessita se comunicar, seja 
sob a forma escrita ou oral. A elaboração de relatórios de aulas práticas consiste 
num treinamento de comunicação. O enfoque a ser dado a um relatório não é 
apenas o de responder a um questionário ou escrever aleatoriamente sobre o 
trabalho realizado; deve, porém, ser encarado como uma comunicação sobre uma 
atividade prática realizada, dirigida não apenas ao professor, mas a qualquer leitor 
que se interesse pelo assunto. 
Antes de iniciar a elaboração de um relatório, é necessário pensar no assunto 
a ser relatado, analisar os aspectos importantes que devam ser abordados e 
planejar uma seqüência lógica de exposição. Com esta análise preliminar estarão 
sendo definidos os aspectos essenciais do trabalho a serem mencionados. 
 
Para algumas aulas práticas realizadas, a critério do professor, deverá ser 
entregue um relatório contendo: 
 
a) Título da prática executada; 
b) Introdução: Breve históricosobre o processo de que trata o relatório. 
Situa o leitor sobre o assunto a ser exposto; 
c) Objetivo: Mostra, de forma clara, a finalidade do referido projeto ou 
relatório. Descreve o que se espera com a realização do experimento; 
d) Material Utilizado: Descrição sucinta do material de laboratório, dos 
reagentes e da aparelhagem utilizada na realização de cada experiência; 
e) Metodologia ou Resumo do Procedimento: Descrição breve dos 
procedimentos que serão utilizados. Fornece informações básicas sobre a 
técnica empregada; 
f) Resultado(s) Obtido(s): Descrição dos dados colhidos na experiência, de 
preferência, quando oportuno, em tabelas e/ou gráficos. Deverão constar, 
também, os cálculos necessários para a obtenção dos resultados. Todas 
as equações químicas envolvidas no processo deverão ser representadas; 
g) Respostas às perguntas feitas (quando houver); 
h) Críticas, observações, dificuldades encontradas: A critério do 
acadêmico, poderão ser feitas criticas e observações sobre os resultados 
obtidos, possíveis causas de erros, sugestões para o emprego de outros 
métodos, etc. Poderão ser relatados, também, problemas ocorridos 
durante o processo de execução do experimento; 
i) Conclusões: Análise dos resultados em função dos objetivos propostos. 
Poucas frases bem elaboradas para encerrar o trabalho. 
j) Bibliografia Consultada: Ao final de todo trabalho escrito ou oral, devem 
ser citados os autores que forneceram subsídios para sua confecção. 
 
Química F 
 
 
6 
2. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO 
 
2.1. NORMAS BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO 
 
A segurança no laboratório é uma responsabilidade que deve ser assumida 
por professores, monitores e alunos. No recinto do laboratório não é permitida 
brincadeiras ou atitudes que possam provocar danos para si ou outras pessoas. 
Apesar disso, os laboratórios de química não são necessariamente lugares 
perigosos embora muito dos perigos estejam associados a eles. Acidentes são, na 
maioria das vezes, causados por falta de cuidado, ignorância e desinteresse pelo 
assunto. 
Embora não seja possível enumerar todas as causas de possíveis acidentes 
num laboratório, existem alguns cuidados que são básicos e que, se observados, 
ajudam a evitá-los. 
 
1. É PROIBIDO comer, beber ou fumar no laboratório; 
2. Evite trabalhar sozinho no laboratório, a presença de outras pessoas será 
sempre uma valiosa ajuda em caso de acidentes; 
3. Prepare-se antes de tentar realizar os experimentos. Procure ler e entender os 
roteiros experimentais; consulte a literatura especializada. Em caso de dúvidas, 
discuta o assunto com o professor antes de tentar fazer o experimento; 
4. Utilize sempre que necessário materiais que possam garantir maior segurança 
no trabalho tais como: luvas, pinça, óculos (obrigatório), jaleco (obrigatório) 
etc. Procure manter seu jaleco limpo. 
5. Conserve sempre limpos os equipamentos, vidrarias e sua bancada de 
trabalho. Evite derramar líquidos, mas se o fizer, limpe o local imediatamente; 
6. Gavetas e portas dos armários devem ser mantidas sempre fechadas quando 
não estiverem sendo utilizadas; 
7. Ao término do período de laboratório, lave o material utilizado, limpe sua 
bancada de trabalho, seu banco, a pia e outras áreas de uso em comum. 
Verifique se os equipamentos estão limpos e desligados e os frascos reagentes 
fechados; 
8. Lave suas mãos freqüentemente durante o trabalho prático, especialmente se 
algum reagente químico for respingado. Ao final do trabalho, antes de deixar o 
laboratório, lave as mãos; 
9. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes químicos para evitar 
pegar o frasco errado. Certifique-se de que o reagente contido no frasco é 
exatamente o citado no roteiro experimental; 
10. Nunca torne a colocar no frasco, o reagente não utilizado. Não coloque objeto 
algum nos frascos de reagentes, exceto o conta-gotas de que alguns são 
providos; 
11. Evite contato físico com qualquer tipo de reagente químico. Tenha cuidado ao 
manusear substâncias corrosivas como ácidos e bases-use a CAPELA; 
12. A diluição de ácidos concentrados deve ser feita adicionando-se o ácido, 
lentamente, com agitação constante, sobre a água - com essa metodologia 
adequada, o calor gerado no processo de mistura, é absorvido e dissipado no 
meio. NUNCA proceda ao contrário (água sobre o ácido). 
13. Nunca deixe frascos contendo reagentes químicos inflamáveis próximos à 
chama; 
Química F 
 
 
7 
14. Não deixe nenhuma substância sendo aquecida por longo tempo sem 
supervisão; 
15. Não jogue nenhum material sólido dentro das pias ou ralos. O material inútil 
(rejeito) deve ser descartado de maneira apropriada; 
16. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sobre o 
nariz. Desloque os vapores que se desprendem do frasco com a mão para a 
sua direção; 
17. Use a CAPELA para experiências que envolvem o uso ou liberação de gases 
tóxicos ou corrosivos; 
18. Não aqueça tubos de ensaio com a extremidade aberta voltada para si mesmo 
ou para alguém próximo. Sempre que possível o aquecimento deve ser feito na 
CAPELA; 
19. Não deixe recipientes quentes em lugares em que possam ser pegos 
inadvertidamente. Lembre-se de que o vidro quente tem a mesma aparência do 
vidro frio; 
20. Não pipete de maneira alguma, líquidos corrosivos ou venenosos, por sucção, 
com a boca. Procure usar sempre a “pêra de sucção” para pipetar. 
21. O bico de Bunsen deve permanecer aceso somente quando estiver sendo 
utilizado; 
22. Não trabalhe com material imperfeito; 
23. Em caso de acidentes, comunique o professor imediatamente. Ele deverá 
decidir sobre a gravidade do acidente e tomar as atitudes necessárias; 
24. Em caso de possuir alguma alergia, estar grávida ou em qualquer outra 
situação que possa ser afetado quando exposto a determinados reagentes 
químicos, comunique o professor logo no primeiro dia de aula; 
25. Em caso de incêndio este deverá ser abafado imediatamente com uma toalha 
ou, se necessário, com o auxilio do extintor de incêndio apropriado; 
26. Comunique o professor, monitor ou técnico sempre que notar algo anormal no 
laboratório; 
27. Faça apenas as experiências indicadas pelo professor. Caso deseje tentar 
qualquer modificação do roteiro experimental discuta com o professor antes de 
faze-lo; 
28. No laboratório é OBRIGATÓRIO o uso do jaleco e de óculos de segurança 
(para quem não usa óculos de grau). 
 
 
2.2. DESCARTE DE REJEITOS (RESÍDUOS) 
 
Até há pouco tempo, os laboratórios descartavam seus rejeitos (resíduos) 
sem os cuidados necessários; solventes voláteis eram evaporados (lançados para a 
atmosfera), sólidos eram descarregados em lixo comum e, líquidos e soluções, eram 
descartados na pia. Essas práticas não são recomendadas e, atualmente, existe 
uma preocupação maior no descarte de rejeitos químicos. Existem regras 
estabelecidas para o descarte de rejeitos, especialmente os perigosos; no entanto, 
muitas vezes são difíceis e de custo elevado para serem implementadas. Assim, na 
prática, procura-se, sempre que possível, minimizar a quantidade de resíduos 
perigosos gerados nos laboratórios de ensino. 
Alguns procedimentos são adotados nesse sentido, como por exemplo: 
 
Química F 
 
 
8 
a) Redução da escala (quantidade de sustância) de produtos químicos usados 
nos experimentos; 
b) Substituição de reagentes perigosos por outros menos perigosos; 
c) Conversão dos resíduos para uma forma menos perigosa através de reação 
química, antes do descarte; 
d) Redução dos volumes a serem descartados (concentrando as soluções ou 
separando os componentes perigosos por precipitação); 
e) Recuperação dos reagentes para novamente serem utilizados. 
 
Instruções para descarte dos resíduos são fornecidas junto com as 
experiências.Quando os resíduos gerados na experiência não forem perigosos, 
poderão ser descartados na pia de acordo com as seguintes instruções: 
 
1) Soluções que podem ser jogadas na pia devem ser antes diluídas com 
água, ou jogar a solução vagarosamente acompanhada de água corrente; 
 
2) Sais solúveis podem ser descartados como descrito em 1. 
 
3) Pequenas quantidades de solventes orgânicos solúveis em água (ex: 
metanol ou acetona) podem ser diluídos antes de serem jogados na pia. 
Grandes quantidades desses solventes, ou outros que sejam voláteis, não 
devem ser descartados dessa maneira. No caso, tentar recuperá-los. 
 
4) Soluções ácidas e básicas devem ter seu pH ajustado na faixa de 2 a 11 
antes de serem descartadas. Em caso de pequenos volumes dessas 
soluções (por exemplo, 10 mL ou pouco mais), essas podem ser diluídas e 
descartadas. 
 
5) Em caso de dúvida, perguntar ao professor como proceder o descarte. 
 
 
Algumas orientações básicas: 
 
I) RESÍDUO INSOLÚVEL NÃO PERIGOSO: Papel, cortiça, areia, podem ser, 
descartados em um cesto de lixo comum do laboratório. Alumina, sílica gel, 
sulfato de sódio, sulfato de magnésio e outros, devem ser embalados para 
evitar a dispersão do pó e descartados em lixo comum. Se esses materiais 
estiverem contaminados com resíduos perigosos, deverão ser manuseados 
de outra forma. 
 
II) RESÍDUOS SÓLIDOS SOLÚVEIS NÃO PERIGOSOS: Alguns compostos 
orgânicos (exemplo o ácido benzóico) podem ser dissolvidos com bastante 
água e descarregados no esgoto. Podem, também, ser descartados junto com 
resíduos insolúveis não perigosos. Caso estejam contaminados com materiais 
mais perigosos deverão ser manuseados de outra forma. 
 
III) RESÍDUOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS NÃO PERIGOSOS: Substâncias 
solúveis em água podem ser descartadas no esgoto. Por exemplo, etanol 
pode ser descartado na pia do laboratório; 1-butanol, éter etílico e a maioria 
Química F 
 
 
9 
dos solventes e compostos que não são miscíveis em água, não podem ser 
descartados dessa maneira. Líquidos não miscíveis com a água deverão ser 
colocados em recipientes apropriados para líquidos orgânicos, para posterior 
tratamento. 
 
IV) RESÍDUOS PERIGOSOS GENÉRICOS: Neste grupo estão incluídas 
substâncias como hexano, tolueno, aminas (anilina, trietilamina), amidas, 
ésteres, ácido clorídrico e outros. Deve-se ter especial atenção para as 
incompatibilidades, ou seja, algumas substâncias não podem ser colocadas 
juntas no mesmo recipiente devido à reação entre elas. Por exemplo, cloreto 
de acetila e dietilamina reagem vigorosamente; ambos são reagentes 
perigosos e seus rejeitos devem ser mantidos em recipientes separados. 
Compostos halogenados como 1-bromobutano, cloreto de t-butila e outros, 
também devem ser guardados em recipientes separados dos demais 
compostos. 
 
V) ÁCIDOS E BASES INORGÂNICAS FORTES: Devem ser neutralizados, 
diluídos e então descartados. 
 
VI) AGENTES OXIDANTES E REDUTORES: Oxidar os redutores e reduzir os 
oxidantes antes do descarte. O professor dará informações de como 
proceder. 
 
Esses são alguns exemplos de procedimentos de descarte de rejeitos 
produzidos no Laboratório Químico. É prática comum, antes de iniciar em 
experimento, buscar na literatura especializada informações sobre os efeitos tóxicos 
das substâncias que serão utilizadas e os cuidados necessários para manuseio e 
descarte das mesmas. 
 
 
2.3. ACIDENTES COMUNS EM LABORATORIO E PRIMEIRO SOCORROS 
 
I. QUEIMADURAS 
 
a) Causadas pelo calor - quando leves, aplicar pomada de Picrato de Butesina 
e, quando graves, devem ser cobertas com gaze esterilizada, previamente 
umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio 5%. 
 
b) Causadas por ácidos - deve-se lavar imediatamente a região com bastante 
água durante pelo menos 5 minutos. Em seguida, tratar com solução de 
bicarbonato de sódio a 5% e lavar novamente com água. Secar o local e 
aplicar Merthiolate. 
 
c) Causadas por bases - proceder como em b, aplicando solução de ácido 
acético 1%. 
 
II. ÁCIDOS NOS OLHOS – Deve-ser lavar com bastante água durante 
aproximadamente 15 minutos e aplicar solução de bicarbonato de sódio 1%. 
 
Química F 
 
 
10 
III. BASES NOS OLHOS – Proceder como em II e aplicar solução de ácido bórico 
1%. 
 
IV. INTOXICAÇÃO POR GASES – Remover a vítima para um ambiente arejado e 
deixar descansar. Em caso de asfixia fazer respiração artificial. 
 
V. INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS – Recomenda-se beber muita água e 
em seguida beber: 
 
a) Um copo de solução de bicarbonato de sódio 1% ou leite de magnésia, em 
caso de ingestão de ácidos; 
 
b) Um copo de solução de ácido cítrico ou ácido acético a 2%, em caso de 
ingestão de bases. 
 
Bibliografia: 4,5,8,11 
 
 
TELEFONES ÚTEIS 
 
SEGURANÇA DO CAMPUS: 345 7085 ou pelos RAMAIS: 
7086 ou 7087 
PRONTO SOCORRO – (HU): 345 3000 
SANTA CASA: 321 5151 
CIT (CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXILÓGICAS): 387 3333 
CORPO DE BOMBEIROS:193 
POSTO POLICIAL: 30DP (JACI,GUANANDI): 386 7823 / 386 
7788 
DEPTO. DE QUIMICA – SECRETARIA: 345 3546 
 FAX: 345 3552 
 – TELEFONE PÚBLICO: 346 3538 
Química F 
 
 
11 
3. EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATORIO 
 
O Laboratório Químico é um lugar especialmente desenhado para um 
trabalho eficiente e satisfatório em Química. Você precisa de espaço para trabalhar, 
mesa resistente ao ataque de drogas químicas, boa iluminação, fontes acessíveis de 
água, gás, eletricidade, área especial para manipulação de gases venenosos, etc. 
Você precisa, finalmente, dos recipientes e equipamentos adequados. 
A Química, como toda ciência, foi obrigada a desenvolver para seu uso, uma 
linguagem particular. Há necessidade de um certo esforço visando aprender o 
significado exato desses novos termos. 
___________________________________________________________________
___ 
 
 
 
 a b 
 
a) Béquer b) Erlenmeyer 
 
Estão entre os recipientes mais 
usados em laboratório. A 
capacidade varia de alguns mililitros 
até litros. Feitos de vidro Pyrex, 
resistem bem ao aquecimento, ao 
resfriamento e ao ataque por drogas 
químicas. São recipientes de fácil 
limpeza. 
 
 
Balões (fundo chato/fundo redondo) 
Usados para conter líquidos ou 
como frascos de reação. Os de 
fundo redondo são mecanicamente 
mais resistentes e mais adequados 
a operações que envolvam 
aquecimento. Os de fundo chato 
têm a vantagem de não requerer 
uso de suporte para serem 
mantidos em posição vertical. 
 
 
Tubos de Ensaios 
 
Tubos fechados numa extremidade, 
usados para conter pequenas 
quantidades de material sólido ou 
líquido na realização de testes e 
reações químicas. A transparência 
permite a perfeita observação dos 
fenômenos que ocorrem. 
 
 
 
Química F 
 
 
12 
Funil de vidro comum 
Apresenta duas aplicações 
importantes: na transfer6encia de 
líquidos para frascos de boca 
estreita ou em filtração, para 
suportar o papel poroso (papel de 
filtro) destinado a reter as partículas 
grosseiras, em suspensão na 
mistura sólido-líquida a ser 
separada. 
 
 
Pisseta 
 
Carregada com o líquido desejado 
(água destilada, solvente orgânico, 
soluções, etc.), destina-se a dirigir 
um jato de líquido, em operações 
como lavagem, acerto grosseiro do 
nível na medida de volume, etc. 
Apresenta vantagens de 
manipulação e controles fáceis. 
 
 
 
Vidro de Relógio 
Usado para cobrir béqueres, 
quando for necessário proteger seu 
conteúdo da contaminação por 
poeira. Usado, ainda, como 
recipiente raso para sólidos ou para 
evaporação lenta de líquidos. Não 
resiste ao aquecimento.Bastão de vidro 
 
Empregado na agitação de líquidos, 
em operações como: 
homogeneização, dissolução, etc., 
auxílio na transferência de líquidos 
de um recipiente para outro (faz-se 
o líquido escorrer pelo bastão de 
vidro ao invés de vertê-lo 
diretamente ao outro frasco). 
 
 Pesa-filtro 
 
Muito usado para conter sólidos 
puros, amostras sólidas, etc. 
Resiste bem ao aquecimento em 
estufa (1100C), daí seu uso na 
operação de secagem, 
determinação de umidade, etc. A 
tampa esmerilhada protege o 
conteúdo da ação da umidade e 
poeira. Sendo de pequeno porte, 
presta-se bem para pesagem 
 
Química F 
 
 
13 
 
 
Proveta ou Cilindro Graduado 
 
Usada em medidas grosseiras de 
volume de líquidos pois comumente 
é graduada em mililitros (erro da 
leitura ± 0,5 mL). Não deve ser 
aquecida em estufa e nem 
carregada com líquidos quentes, 
pois o aparelhos de medida de 
volume são calibrados para uma 
determinada temperatura, próxima à 
atmosférica, que vem gravada no 
aparelho. 
 
 
Pipeta Volumétrica e Graduada 
São aparelhos de medidas precisas 
de volumes de líquidos. O líquido é 
introduzido por sucção, aplicada na 
parte superior, até acima do 
menisco. Deixa-se escoar 
lentamente o líquido para o acerto 
do menisco e posterior transferência 
do volume medido. É muito 
importante o tempo de escoamento, 
pois dele depende o teor em líquido 
que fica aderente às paredes 
internas. Ex. para pipeta de 10 mL, 
o tempo mínimo de escoamento é 
de 20 segundos. 
 
 
Bureta 
É também aparelho de medida de 
volume com precisão (ex: bureta de 
50 mL permite leitura com erro 
absoluto de ± 0,05 mL). A 
graduação é, em geral, até décimos 
de mililitros. É provida de torneira 
que permite interromper o 
escoamento exatamente no instante 
desejado, sendo por isso 
especialmente indicada para uso 
nas titulações. Aqui também o 
tempo de escoamento é um fator de 
importância básica. 
Dessecador Muito usado em laboratório. É um 
recipiente grande, provido de tampa 
bem ajustada, destinado a manter 
atmosfera anidra. Para tal, o 
compartimento inferior é carregado 
com agente dessecante, como 
CaCl2 anidro, H2SO4 concentrado, 
ou sílica-gel. Usado para secagem e 
proteção contra umidade de 
materiais higroscópicos; cadinhos 
são resfriados em seu interior, para 
posterior pesagem, etc. 
Química F 
 
 
14 
Dessecador 
ou sílica-gel. Usado para secagem e 
proteção contra umidade de 
materiais higroscópicos; cadinhos 
são resfriados em seu interior, para 
posterior pesagem, etc. 
 
 
 
Kitassato ou Frasco de Sucção 
 
 
Usado para filtração à pressão 
reduzida. É utilizado em conjunto 
com o funil de Buchner para 
filtrações à vácuo. 
 
 
 
Balão Volumétrico 
 
 
 
Usado para preparar e diluir 
soluções. 
 
 
 
 
Funil de Separação ou de 
Decantação. 
 
 
 
Usado para separação de líquidos 
imiscíveis. 
 
 
 
 
 
Química F 
 
 
15 
 
 a b c 
Condensadores 
 
 
Usados para condensar os gases 
ou vapores na destilação de 
líquidos. 
(a)- Condensador de Liebig ou reto -
usado em destilações; (b) - 
Condensador de Allihn ou de bolas- 
usado para refluxo de líquidos; (c) - 
Condensador de serpentina - usado 
em destilações ou refluxos. 
 
 
Placa de Petri 
 
Usadas para fins diversos tais 
como, secagem de compostos, 
processos de incubação em 
Biologia, etc. 
 
 
Frasco Lavador 
 
 
 
Usado para lavagens, remoção de 
precipitados e outros fins. 
 
 
Termômetro 
 
Usado para medidas de 
temperaturas. 
 
 
Química F 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
Cadinhos 
Resistem bem à elevação de temperatura; 
podem ser aquecidos diretamente sobre 
chama até o rubro; daí seu uso na 
calcinação de pequenas quantidades de 
substâncias ou materiais. Podem ser feitos 
de níquel, ferro, platina, porcelana, etc., 
conforme o uso a que se destina. 
 
 
Cápsula de Porcelana 
 
Sendo um recipiente raso e de superfície 
relativamente grande, presta-se para 
evaporação de soluções. Pode ser 
aquecida, por exemplo, em banho-maria, 
para garantir que a evaporação se processe 
de maneira controlada. 
 
 
 
Almofariz com Pistilo 
 
Usado na trituração de material sólido 
aglomerado, especialmente minérios, 
produtos ou substâncias destinadas a 
posterior pesagem. Sabe-se que a 
velocidade de reações depende da 
superfície de contato entre os reagentes, 
daí a importância de se trabalhar, em 
análises, com material pulverizado. 
 Espátulas 
 
Empregadas para retirar drogas sólidas de 
frascos, material sólido de papéis de filtro 
etc. Espátulas metálicas são muito usadas, 
mas as de porcelana apresentam a 
vantagem de maior resistência ao ataque 
químico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Química F 
 
 
17 
 
 
 
 
Placa de Toque 
É uma placa dotada de cavidades, 
destinadas à execução de reações 
químicas com quantidades diminutas de 
reagentes (geralmente uma ou duas gotas), 
denominadas provas de toque. Resiste bem 
ao ataque da maioria dos reagentes 
químicos. Sendo branca, permite boa 
percepção do aparecimento ou mudanças 
de cores. Para fins especiais, existem 
também, placas de toque pretas e placas 
de toque de vidro. 
 
 
 
Funil de Büchner 
 
Usado em conjunto com o Kitassato, para 
filtração à vácuo ou filtrações sob pressão 
reduzida. 
 
 
 
 
 
Química F 
 
 
18 
 
 
 
 
UTENSÍLIOS PROPRIEDADES E USOS MAIS COMUNS 
 
 
Pinça para Cadinhos 
 
Serve para manipulação de objetos 
aquecidos, especialmente cadinhos. Por 
exemplo, é usado na transferência de um 
cadinho ainda quente (4000C) do triângulo 
para o dessecador (é importante que o 
cadinho ainda esteja quente, pois se fosse 
deixado esfriar na atmosfera do laboratório, 
absorveria umidade). 
 
 
 Bico de Bunsen 
 
Usado para aquecimento em laboratório, 
pela queima de gás. Produz chama cônica 
em que a zona mais quente pode chegar a 
15000C. De acordo com a relação entre as 
velocidades de entrada de gás combustível 
e ar, teremos chama azulada (quando a 
mistura combustível for pobre, ou seja, com 
excesso de ar) ou chama fuliginosa (para 
mistura combustível rica, com excesso de 
combustível e deficiência de ar). 
 
 
Triângulo 
 
Formado por fios de arame e três tubos de 
porcelana. Colocado sobre o tripé, serve 
para suportar cadinhos que serão 
submetidos a aquecimento direto pelo bico 
de Bunsen. 
 
Química F 
 
 
19 
 
 
 
Tripé e Tela de Amianto 
 
 
São usados juntamente com o bico de 
Bunsen e se destinam a suportar o 
recipiente que contém o sistema a ser 
aquecido. A camada de amianto da tela 
permite a distribuição uniforme do calor da 
chama, na superfície inferior do recipiente 
(geralmente béquer ou erlenmeyer) 
evitando variações bruscas de temperatura 
que ocorreriam se fosse usado 
aquecimento direto. 
 
 
 
 
Garra/Anel para funil/Suporte 
Universal 
 
 
Usados praticamente em todas as 
montagens de equipamentos em 
laboratórios, pois são eles que suportam as 
partes componentes dessas montagens. O 
anel é muito usado para suportar o funil 
numa filtração. As garras não devem ser 
apertadas diretamente sobre materiais de 
vidro, pois estes poderiam se partir pelo 
esforço. Usa-se para proteção, tiras de 
borracha ou de amianto, para casos em que 
haverá aquecimento. 
 
 
Estante para tubos de ensaio 
 
 
Suporte para tubos de ensaio. Pode serfeita de ferro, madeira ou ferro revestido 
com plástico. 
 
 
 
 
Química F 
 
 
20 
 
Pinça de madeira 
 
 
Usado para segurar tubos de ensaio 
durante aquecimentos diretos no bico de 
Bunsen. 
 
 
Lima triangular 
 
 
Usada para cortes de vidros. 
 
 
Trompa de vácuo 
 
 
Usada em conjunto com o Kitassato e o 
funil de Buchner, para fazer vácuo (redução 
da pressão) no Kitassato e facilitar a 
filtração. 
 
 
Garra para condensador 
Usada para sustentar condensadores em 
processos de destilação, refluxo, extração, 
etc. 
 
 
 
 
Química F 
 
 
21 
 
 
Furador de Rolhas 
 
 
 
 
 
Usados para se furar rolhas de diferentes 
diâmetros. Atualmente são utilizados 
furadores de rolhas elétricos (furadeiras 
elétricas) 
 
 
Estufa 
 
 
 
Usada para secagem de materiais; atinge, 
temperaturas de até 2000 C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Química F 
 
 
22 
4. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATORIO 
 
4.1. Aquecimento 
 
Em laboratório, antes de aquecer qualquer substância, é preciso que você 
conheça sua natureza. Acidentes graves têm ocorrido provocando cegueira, 
deformações da pele, etc, simplesmente pela inobservância desta regra elementar. 
Água e éter de petróleo, por exemplo, são líquidos com propriedades inteiramente 
distintas e, por isso, devem ser aquecidos diferentemente. 
No Laboratório Químico, o aquecimento pode ser feito através de 
aquecedores elétricos (chapas, fornos, mantas elétricas, etc), bico de gás, vapor 
d´água ou banhos (de óleo, de água, de areia, etc), lâmpadas incandescentes que 
emitem raios infravermelho ou de outro tipo, etc. 
 
 Aquecimento com bico de gás: É uma dos aparelhos mais usados em 
laboratórios para fins de aquecimento, permitindo alcançarem-se temperaturas da 
ordem de 15000C. Seu uso restringe-se apenas ao aquecimento de sólidos e 
líquidos não inflamáveis, a não ser em condições extremas de segurança. É 
proibido, por medidas de segurança, aquecer líquidos inflamáveis sobre bico de gás. 
O bico de gás é usado somente para aquecimento de porcelana e outros materiais 
resistentes, e para evaporação de soluções aquosas. Quando se vai aquecer um 
líquido à ebulição, recomenda-se colocar algumas esferas de vidro, pedaços de 
algum material poroso (cerâmica, porcelana, carborundum, etc.), a fim de evitar uma 
ebulição violenta, provocada pelo superaquecimento. Contudo, faça isto antes de 
iniciar o aquecimento. 
 
Banho-maria: Utilizado para aquecimento de substâncias inflamáveis e de 
baixo ponto de ebulição (inferior a 1000C). Os mais sofisticados banhos-maria são 
aquecidos eletricamente e permitem a estabilização de temperaturas através de 
termostatos. A forma mais simples de um banho-maria (banho de água) consiste 
num béquer com água, aquecido através de uma chama. Esse processo pode ser 
usado somente para líquidos não inflamáveis. Para líquidos inflamáveis, deve-se 
usar um banho de água eletricamente aquecido, juntamente com um dispositivo para 
manter o nível de água. 
 
Banhos líquidos de alta temperatura: São usados para aquecer 
substâncias de ponto de ebulição superior ao da água. Os líquidos mais comumente 
empregados são a glicerina (ponto de ebulição de 220oC) e os óleos minerais (ponto 
de ebulição variando entre 2500 e 3000C). Os banhos de óleo são usados quando o 
aquecimento é feito até cerca de 2200C. A máxima temperatura alcançada para tais 
banhos irá depender do tipo de óleo usado. A parafina medicinal pode ser 
empregada para temperaturas até 2200C. Para temperaturas até cerca de 2500C 
recomenda-se o óleo de semente de algodão; é claro e não é viscoso. Os fluidos de 
silicone são provavelmente os melhores líquidos para banhos de óleo, pois podem 
ser aquecidos até 2500C sem perda e escurecimento apreciáveis; são, no entanto, 
atualmente, muito caros para o uso geral. Os banhos de óleo devem, sempre que 
possível, serem realizados em capela; deve-se colocar sempre um termômetro no 
banho para evitar aquecimento excessivo. Os banhos de óleo são aquecidos, 
geralmente, por um bico de gás ou uma resistência elétrica. 
Química F 
 
 
23 
É importante salientar, mais uma vez, que o aquecimento de qualquer líquido 
acima de seu ponto de ebulição, pode provocar superaquecimento e mesmo uma 
explosão. Isto pode ser evitado adicionado-se ao líquido, pérolas de vidro (carbeto 
de silício ou carburundum), pedaços de porcelana ou de vidro poroso. Sob 
aquecimento, esses materiais perdem uma pequena quantidade de ar na forma de 
bolhas, assegurando uma ebulição uniforme, devendo ser colocados na líquidos 
ainda frio. 
 
 
EXPERIÊNCIA No. 1 – Manuseio de um Bico de Bunsen e Aquecimento de 
Tubos de Ensaio e Béquer 
 
I. Objetivos 
 
 Aprender a utilizar o bico de Bunsen. 
Aprender a aquecer tubos de ensaio e béquer em laboratório. 
 
II. Introdução 
 
II.1 Uso do bico de Bunsen 
 
Há vários tipos de bicos de gás usados em laboratório, tais como: bico de 
Bunsen, bico de Tirril, bico de Mecker, etc. Todos, entretanto, obedecem ao mesmo 
princípio de funcionamento: o gás combustível é introduzido em uma haste vertical, 
onde há uma abertura para a entrada de ar atmosférico, sendo queimado na sua 
parte superior. Tanto a vazão do gás como a entrada de ar podem ser controlados 
de forma conveniente. 
Como se vê na Figura 1a, com o regulador de ar primário parcialmente 
fechado, distinguimos três zonas de chama. 
Abrindo-se registro de ar, dá-se entrada de suficiente quantidade de O2 (do 
ar), dando-se na região intermediária combustão mais acentuada dos gases, 
formando, além do CO, uma maior quantidade de CO2 e H2O, tornando assim a 
chama quase invisível. 
As reações químicas básicas da combustão são: 
 
 2H2 + O2(ar) → 2H2O 
 2C + O2(ar) → 2CO 
 2CO+ O2(ar) → 2CO2 
 
O bico de Bunsen é usado para a quase totalidade de aquecimentos 
efetuados em laboratório, desde os de misturas ou soluções de alguns graus acima 
da temperatura ambiente, até calcinações, feitas em cadinhos, que exigem 
temperaturas de cerca de 6000C. Procedimentos mais avançados de laboratório 
podem requerer mantas com aquecimento elétrico, chapas elétricas, banhos 
aquecidos eletricamente, maçaricos oxiacetilênicos, fornos elétricos e outros. 
 
Química F 
 
 
24 
Figura 1a – Queimador de gás 
(Bico de Bunsen) 
 
a) Zona externa: Violeta pálida, quase 
invisível, onde os gases fracamente 
expostos ao ar sofrem combustão 
completa, resultando em CO2 e H2O. 
Esta zona é chamada de zona oxidante 
(Temperaturas de 1560-1540ºC). 
b) Zona intermediaria: Luminosa, 
caracterizada por combustão incompleta, 
por deficiência do suprimento de O2. O 
carbono forma CO, o qual se decompõe 
pelo calor, resultando diminutas 
partículas de C (carbono) que, 
incandescentes, dão luminosidade à 
chama. Esta zona é chamada de zona 
redutora (Temperaturas abaixo de 
1540ºC). 
c) .Zona interna: Limitada por uma “casca” 
azulada contendo os gases que ainda 
não sofreram combustão - mistura 
carburante (Temperaturas em torno de 
300ºC). 
 
 
Para se aquecerem bequer, erlenmeyer, balões etc., não se deve usar 
diretamente o bico de Bunsen; estes aquecimentos são feitos através da tela de 
amianto, cuja função é deixar passar o calor uniformemente e não permitir que 
passe a chama. 
 
Para acender o bico do gás, proceda da seguinte maneira: 
 
a) Feche completamente a entrada de ar no bico; 
b) Abra lentamente a válvula do gás e aproxime a chama de um fósforo 
lateralmente, obtendo uma chama grande e luminosa, de cor amarela. 
c) Abra vagarosamente a entradade ar de modo que a chama fique 
completamente azul; 
d) Caso a chama se apague ou haja combustão no interior do tubo, feche a 
entrada do gás e reinicie as operações anteriores. O gás combustível é 
geralmente o gás de rua ou o G.L.P. (gás liquefeito de petróleo). O 
comburente, via de regra, é o ar atmosférico. 
 
II.2. Aquecimento de tubos de ensaio 
 
Os tubos de ensaio com líquidos podem ser aquecidos diretamente na chama 
do bico de Bunsen. A chama deve ser média e o tubo deve estar seco por fora, para 
evitar que se quebre ao ser aquecido. O tubo deve ficar virado para a parede ou 
numa direção em que não se encontre ninguém, pois é comum, aos operadores sem 
prática, deixar que repentinamente o líquido quente salte fora do tubo, o que pode 
Química F 
 
 
25 
ocasionar queimaduras. O tubo é seguro próximo de sua boca, pela pinça de 
madeira e agita-se brandamente, para evitar superaquecimento do líquido. 
 
 
 
Assim, tubos de ensaio, ao serem aquecidos, 
devem ser ligeiramente inclinados e seguros 
através de uma pinça, conforme mostrado na 
figura 1b, aquecendo-o na superfície do 
liquido (e não no fundo) e agitando-o, vez por 
outra, fora da chama. Mantenha a boca do 
tubo em direção oposta do seu rosto e 
certifique-se de que nenhum colega será 
atingido caso seja expelido algum líquido. 
 
 
II.3. Aquecimento de Béquer 
 
 
 
Se um bequer ou algum outro frasco de vidro 
precisar ser aquecido com algum líquido, coloque-o 
sobre um tripé contendo uma tela de amianto ou 
sobre um anel, adaptado a um suporte universal, em 
uma altura conveniente; neste caso, não se esqueça, 
de colocar uma tela de amianto sobre o anel a fim de 
evitar danos ao frasco sob aquecimento direto 
(Figura1c). 
 
 
III. Material e Reagentes 
 
Bico de Bunsen; Cápsula de porcelana; Tripé de ferro; Fio de cobre; Tela de amianto; Fio 
de alumínio; Suporte universal; Tubo de ensaio; Anel de ferro; Pinça de madeira; Mufa; 
Pinça metálica; Bequer de 300 mL; Termômetro. 
 
IV - Procedimento Experimental 
 
1. Uso do bico de bunsen 
 
Química F 
 
 
26 
1.1. Luminosidade da chama 
 
a) Note o que acontece à chama quando cada uma das partes ajustáveis 
do bico é movimentada, particularmente quando a válvula de ar é aberta 
e fechada; qual ajuste das partes reguláveis do bico produz uma chama 
não luminosa e qual produz chama luminosa? 
b) Mantenha, segurando com as próprias mãos, por alguns segundos, 
uma cápsula de porcelana contendo um pouco de água fria, na chama 
luminosa por 2-3 segundos. No que consiste o depósito preto formado 
na cápsula? Por que se coloca água na cápsula? 
 
1.2. Regiões da chama: 
 
c) Ajuste o bico e a velocidade de fluxo de gás de forma que a chama seja 
não luminosa. Note que ela forma um cone bem definido e faça um 
esquema da chama indicando as 3 regiões bem definidas. 
 
1.3. Temperatura da chama: 
 
Para ter uma idéia das temperaturas relativas em diferentes regiões de uma 
chama não luminosa proceda da seguinte forma: 
 
d) Mantenha horizontalmente por ≅ 30 seg. um fio de cobre e um de 
alumínio nas seguintes posições da chama: 
a. no topo da chama 
b. no topo do cone inferior 
c. na base do cone inferior 
 
Observação: O cobre funde a 10830C e o Alumínio a 6600C 
 
2. Aquecimento de líquidos em béquer 
 
2.1. Colocar cerca de 100 mL de água em um béquer de 250mL; acrescente 
à água, algumas pérolas de ebulição; 
2.2. Colocar o béquer sobre a tela de amianto, suportada pelo anel ou pelo 
tripé de ferro (Figura 1c); 
2.3. Aquecer o béquer com a chama forte do bico de Bunsen (janelas abertas e 
torneira de gás totalmente aberta). Observar a ebulição da água e anotar sua 
temperatura de ebulição. T = ---------°C. 
2.4. Apagar o bico de Bunsen e deixar o bequer esfriando no mesmo local. 
 
3. Aquecimento de líquidos em tubo de ensaio 
 
3.1. Coloque cerca de 4ml de água em um tubo de ensaio; 
3.2. Com pinça de madeira, segurar o tubo, próximo a boca, conforme Figura 1b; 
3.3. Aquecer a água, na chama média do bico de bunsen (torneira de gás aberta 
pela metade e janelas abertas pela metade), com o tubo voltado para a parede, com 
inclinação de cerca de 45° e com pequena agitação, até a ebulição da água. 
3.4. Retirar o tubo do fogo e deixá-lo esfriar na estante para tubos de ensaio. 
Química F 
 
 
27 
4.2. Manuseio de vidro 
 
O vidro tem muitas utilidades em virtude da sua transparência, da sua elevada 
resistência ao ataque químico, da sua eficiência como isolante elétrico e da sua 
capacidade em reter o vácuo. O vidro é um material quebradiço e tem uma 
resistência compressiva caracteristicamente muito maior que a resistência à flexão. 
As técnicas de reforçamento, a maioria das quais envolve um pré-tensionamento 
para introduzir compressões superficiais, foram aperfeiçoadas a um ponto em que o 
vidro pode ser empregado em condições mais severas que antigamente. Fabricam-
se cerca de 800 tipos diferentes de vidro, alguns com uma propriedade partícular 
realçada, outros com um conjunto de propriedades equilibradas13. 
Historia13 - Como no caso de muitos outros materiais de uso comum da 
nossa civilização moderna, a descoberta do vidro é muito obscura. Uma das 
referências mais antigas a este material encontra-se em Plínio, que conta a história 
bem conhecida de sua descoberta por mercadores fenícios, que estavam 
cozinhando num vaso colocado acidentalmente sobre um pedaço de trona 
(carbonato de sódio), numa praia. A combinação entre a areia e o álcali chamou a 
atenção dos mercadores e levou a tentativas de reproduzir o resultado. Já em 6000 
ou 5000 a.C, os egípcios fabricavam falsas gemas de vidro, algumas de bela feitura 
artesanal e significativa beleza. O vidro de janela é mencionado no ano 290 d.C, o 
cilindro do vidro de janela soprado foi inventado por um monge, no século XII. 
Durante os tempos medievais, Veneza tinha o monopólio de centro da indústria de 
vidro. Somente no século XV o uso de vidro de janela se tornou geral. Até o século 
XVI não se fabricava vidro na Alemanha ou na Inglaterra. A chapa de vidro 
apareceu, como produto laminado, na França, em 1688. 
As fábricas de vidro nos Estados Unidos, foram fundadas em 1608, em 
Jamestown, Virginia, e em 1639, em Salem, Massachusetts. Durante mais de três 
séculos a partir destas datas, os processos eram praticamente todos manuais e 
empíricos. Do ponto de vista químico, a única melhoria durante este período limitou-
se à purificação das matérias-primas e a um aumento da economia de combustível. 
Certamente, entretanto foram estabelecidas algumas relações entre a composição 
química dos vidros e as respectivas propriedades óticas e físicas; no seu todo 
porém, a indústria anterior a 1900 era uma arte, com fórmulas secretas 
ciumentamente guardadas e processos empíricos de manufatura baseados 
primordialmente na experiência. 
Em 1914, foi desenvolvido na Bélgica o processo Fourcault de fabricação 
contínua de folha de vidro. Durante os 50 anos seguintes, os engenheiros e 
cientistas efetuaram modificações no processo de fabricação da folha, visando a 
redução da distorção ótica, característica do vidro de janela, e a diminuição do custo 
de produção do vidro plano esmerilhado e polido. Estes esforços levaram ao estágio 
mais moderno da tecnologia de produção de vidros planos. Na base de conceitos 
patenteados nos Estados Unidos, em 1902 e 1905, um grupo de pesquisa da 
Inglaterra aperfeiçoou o processo da chapa flutuante. Em apenas 10 anos, a folha 
de vidro obtida por flutuação quase eliminou a chapa obtida por outros processos e 
invadiu significativamente o mercado de vidro de janela. Em número crescente, 
cientistas e engenheiros começaram a participar dos esforços no setor, e novos 
produtos apareceram em conseqüênciade pesquisas intensas. Inventaram-se 
máquinas automáticas para a produção de garrafas, de bulbos de lâmpadas etc. Por 
isto, a industria moderna de vidro é um campo muito especializado, onde se 
Química F 
 
 
28 
empregam todas as ferramentas da ciência moderna e da engenharia na produção, 
no controle e no desenvolvimento de muitos dos seus produtos. 
 
Quadro 11.2 Composição química de vidros típicos (em percentagem)13 
No. SiO2 B2O3 Al2O3 Fe2O3 As2O3 CaO MgO Na2O K2O PbO SO3 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 
11 
12 
13 
14 
15 
16 
17 
68,8 
69,4 
70,5 
71,5 
72,88 
72,9 
72,68 
70-74 
73,6 
73,88 
74,2 
67,2 
69,04 
64,7 
80,5 
96,3 
70,3 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
16,48 
0,4 
.......... 
0,25 
10,6 
12,09 
2,9 
4,4 
3,5 
1,9 
1,5 
0,78 
0,7 
0,50 
±2 
1,0 
2,24 
.......... 
.......... 
.......... 
4,2 
2,2 
0,4 
7,5 
.......... 
1,1 
0,4 
.......... 
0,78 
0,7 
0,07 
0,09 
.......... 
2,24 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
0,47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0,73 
0,2 
0,5 
4,0 
7,2 
13,0 
13,0 
12,68 
7,9 
12,95 
.......... 
5,2 
.......... 
4,3 
0,9 
12,07 
0,6 
.......... 
.......... 
4,93 
2,3 
.......... 
.......... 
.......... 
0,22 
2,8 
.......... 
10-13 
3,6 
.......... 
3,2 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
13,7 
17,3 
12,0 
14,0 
12,69 
15,0 
13,17 
.......... 
16,0 
6,67 
17,7 
9,5 
5,95 
7,8 
3,8 
< 0,2 
12,75 
2,3 
.......... 
1,9 
.......... 
.......... 
.......... 
.......... 
13-16 
0,6 
Traços 
.......... 
7,1 
11,75 
0,3 
0,4 
<0,2 
1,97 
.......... 
 
 
 
 
 
.......... 
 
 
 
 
14,8 
 
1,0 
 
 
 
 
 
0,44 
 
Fontes: Dados de Sharp. Chemical Composition of Commercial Glasses. Ind. Eng. Chem., 25, 755 (1933). Blau, 
Chemical Trends. Ind. Eng. Chem., 32, 1429 (1940), e Shand, Glass Engineering Handbook, 2a. ed., McGraw-
Hill, 1958. 1. vidro egípicio, de Tebas, 1.500 a. C. (Blau); 2. vidro de janela, Pompéia (Blau); 3. vidro de janela, 
Alemanha, 1849, soprado (Blau); 4. vidros representativos de janela e de garrafas do séc. XIX (Sharp); 5. vidro 
laminado (Sharp); 6. folha de vidro de processo Fourcault, com 0,7% de BaO (Sharp); 7. chapa polida com 
0,18% de Sb2O3 (Sharp); 8. vidraria de vidro de cal e soda (Shand); 9. vidro de bulbo de lâmpada elétrica 
(Shand); 10. vidro de Jena, de lampião a gás (Sharp); 11. louça de cristal a cálcio (Sharp); 12. louça de cristal a 
chumbo (Sharp); 13. vidro de óculos, com 0,9% de Sb2O3 (Sharp); 14. vidro de Jena, para laboratório, com 
10,9% de ZnO, de 1911 (Sharp); 15. Pyrex para laboratório 7740 (Shand); 16. vidro de sílica, a 16,96%, no. 790 
(Shand); 17. vidro de sílica (sílica fundida) (Shand). 
 
EXPERIÊNCIA N0. 2 – TRABALHOS COM VARAS DE VIDRO 
 
I. Objetivos 
 
Adquirir habilidade de trabalhar com varas de vidro para montagem de 
aparelhos de laboratório. 
 
II. Introdução 
 
A interligação entre peças diferentes de uma aparelhagem a ser montada é 
feita com o auxilio de mangueiras de látex, quando é exigida flexibilidade, e com 
vidros quando se necessita de rigidez e inércia química. 
Nesta experiência serão relatadas as operações mais freqüentes com vidro e 
técnicas corretas de trabalho. Devemos lembrar que em todas as operações se deve 
tomar cuidados e uma atenção especial a fim de se evitar queimaduras, nas 
operações com aquecimento, e eventuais cortes nas mãos, devido a quebras 
acidentais. É necessário, portanto nesta experiência, ter à mão os materiais de 
primeiros socorros. 
 
III. Material e reagentes 
 
Química F 
 
 
29 
Bico de Bunsen ; Borboleta ou leque; Varas de vidro (vários diâmetros); Lima 
triangular; Tela de amianto; Rolhas de cortiça e borracha; Pano grosso; Glicerina; 
Jogo de furadores de rolhas; Balão de fundo redondo; Vidro de relógio 
 
IV. Procedimento Experimental 
 
1. Corte do vidro 
1.1 Produzir um leve arranhão, no ponto que se 
quer cortar o vidro, com uma lima triangular ou 
diamante (Figura 2a). 
 
1.2 Segurar o pedaço do vidro, com as mãos 
envoltas por um pano grosso e, com os 
polegares, exercer pressão para o lado oposto 
à parte arranhada (figura 2b). 
Observação: Cortar um pedaço de vidro de 
aproximadamente 20 cm. 
 
 
2. Polimento das Bordas do Vidro 
 
2.1. As extremidades de um pedaço de vidro que 
foi cortado são, geralmente, muito afiadas e podem 
produzir cortes ou estragar as rolhas. Por isso, 
devem ser polidas no fogo antes de serem usadas 
(figura 2c). 
 
2.2. Manter o pedaço de vidro numa posição quase 
vertical, ficando a extremidade não polida na zona 
mais quente do bico de Bunsen. 
 
2.3 Para que o aquecimento seja uniforme, deve-
se girar o pedaço de vidro; assim o vidro irá fundir 
e polir-se lentamente. 
 
2.4 Após essa operação, colocar o vidro quente 
sobre uma tela de amianto até esfriar 
completamente. 
 
3. Curvatura do vidro 
 
3.1. Para se dobrar o vidro, deve-se adaptar ao 
bico de Bunsen, uma peça chamada borboleta ou 
leque; a mistura gás-ar deve ser ajustada de modo 
a fornecer uma chama bem quente. A borboleta 
deve estar em condições de fornecer uma chama 
uniforme como mostrado na Figura 2d onde a 
chama (3) é a mais adequada. 
 
 
 
 
Química F 
 
 
30 
chama (3) é a mais adequada. 
 
3.2. O pedaço da vara de vidro deve ser mantido 
numa posição horizontal sobre a zona mais quente 
da chama. 
 
3.3. Girar a vara continuamente com as duas 
mãos, de maneira uniforme (Figura 2e). 
 
3.4. Quando a vara estiver suficientemente mole 
para ser trabalhada, no momento em que começa 
a deformar por causa de seu próprio peso, deve 
ser removida da chama e rapidamente dobrada no 
ângulo ou na forma desejada. Para isso exerce-se 
pressão nas extremidades da vara dirigindo-se 
para cima (Figura 2f) 
 
3.5. Uma curvatura bem feita deve ser suave e a 
vara deve manter o mesmo diâmetro em toda a sua 
extensão. A figura 2g mostra uma curvatura bem 
feita e duas curvaturas mal feitas. 
 
4- Tubos Capilares 
 
4.1. Os tubos capilares são tubos de diâmetro 
reduzido e podem ser obtidos pela distensão das 
varas de vidro. 
 
4.2. Segurar a vara de vidro e introduzi-la na 
chama mais quente do bico, sem borboleta. 
 
4.3. Girar a vara de vidro continuamente na região 
quente do bico de Bunsen (Figura 2h). 
 
4.4. Retirar a vara de vidro do fogo, quando esta 
estiver bastante mole, distende-la como se 
estivesse abrindo os braços (Figura 2h). 
 
4.5. Deixar esfriar e cortar o capilar. 
 
4.6. Para a confecção de um conta-gotas, corta-se 
uma das extremidades do capilar (Figura 2i). 
 
5. Furagem de rolhas. 
 
5.1. Colocar a rolha de borracha ou cortiça sobre a 
bancada, com a base maior voltada para baixo. 
 
5.2. Girar o furador de rolhas com movimentos 
circulares, até perfurar toda a rolha (Figura 2j). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Química F 
 
 
31 
circulares, até perfurar toda a rolha (Figura 2j). 
 
5.3 – Introduzir uma vara de vidro de diâmetro 
adequado, na rolha perfurada. Se for necessário 
pingar uma gota de glicerina na ponta do tubo para 
lubrificá-lo. 
 
Observação: Proteger as mãos com um pano 
grosso (Figura 2k). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Química F 
 
 
32 
4.3. Técnicas de Transferência de Líquidos e 
Sólidos e Técnicasde Pesagem. 
 
Parte 1- Retirada de líquidos de frascos 
 
Antes de retirar líquidos de um frasco, deve-se 
tomar alguns cuidados, quais sejam: 
 
a) Ler o rótulo do frasco pelo menos duas vezes 
para se assegurar de que se tem em mãos, 
realmente, o líquido desejado; 
b) Se o líquido que se estiver manuseando for 
corrosivo, certifique-se que o frasco não esteja 
externamente umedecido; caso esteja, limpe-o 
com papel-toalha úmido e seque-o; 
c) Para verter um líquido de um frasco, faça-o 
sempre no lado oposto ao rótulo; isto evita que o 
líquido escorra externamente sobre o rótulo, 
danificando-o e podendo, futuramente, impedir a 
identificação do líquido; 
d) Ao retirar uma tampa plástica rosqueável de um 
frasco, nunca a coloque sobre a bancada com o 
lado aberto tocando a bancada. Deste modo, 
evita-se que o líquido, eventualmente, escorra 
da tampa para a bancada e, também, que a 
tampa se contamine por contato com a bancada; 
e) Sob nenhuma hipótese, coloque objetos sujos 
no interior de um frasco, pois isto contaminaria a 
substância; só retorne uma substância ao seu 
frasco original se tiver certeza absoluta que ela 
não foi contaminada durante o seu manuseio; 
f) Se a substância que se está manuseando é 
volátil, isto é, se ela evapora facilmente à 
temperatura ambiente (como é o caso de 
algumas substâncias nesta experiência), nunca 
cheire uma substância diretamente na boca do 
frasco, pois ela pode ser muito tóxica. Para 
evitar intoxicações graves, cheire as substâncias 
através do deslocamento de seus vapores, 
conforme ilustrado a seguir. 
 
 
 
Figura 3.3.2 – Métodos de 
transferência de Líquidos9. 
 
 
g) Sempre que algum 
líquido entrar em contato 
com as mãos lave-as 
imediatamente com muita 
água e sabão. 
 
 
Química F 
 
 
33 
Parte 2 - Transferência de Sólidos 
 
Antes de retirar o sólido de um frasco, deve-se 
tomar alguns cuidados, quais sejam: 
 
a) Ler o rótulo do frasco pelo menos duas 
vezes para se assegurar de que se tem em 
mãos, realmente, o sólido desejado; 
 
b) Se o sólido que se estiver manuseando for 
corrosivo, certifique-se que o frasco não esteja 
externamente umedecido; caso esteja, limpe-o 
com papel-toalha úmido e seque-o. 
 
c) Ao retirar uma tampa plástica rosqueável de um 
frasco, nunca a coloque sobre a bancada com o 
lado aberto tocando a bancada, para evitar que 
a tampa se contamine por contato com a 
bancada; 
 
d) Sob nenhuma hipótese coloque objetos sujos no 
interior de um frasco, pois isto contaminaria a 
substância nele contida. Somente retorne uma 
substância ao seu frasco original se tiver certeza 
absoluta que ela não foi contaminada durante o 
seu manuseio; 
 
e) Sempre que algum sólido entrar em contato com 
as mãos, leve-as imediatamente com muita 
água e sabão. 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.3.1 – Métodos de 
transferência de sólidos9. 
Química F 
 
 
34 
 Parte 3 - Técnicas de Pesagem. 
 
Uma das mais comuns e importantes operações de laboratório é a 
determinação de massa ou “pesagem”. O termo pesagem se refere à medida de 
massa de um corpo que é feita por comparação com massas conhecidas, com a 
utilização de balanças. 
Há uma grande variedade de balanças de laboratório, desde as mais 
grosseiras até as de mais alta sensibilidade. É comum se encontrar, por exemplo, 
balanças de escala tripla, para determinação de massas até centenas de gramas, 
com precisão de ± 0,1 g ou ± 0,01 g, e balanças analíticas, para carga máxima de 
160 g, com precisão de ± 0,0001 g e até com 5 casas decimais. 
 
• Balanças de plataforma: Utilizadas para pesagem de 0,1g a 
centenas de gramas. 
 
 
 
• Balança de escala tripla: Empregada para pesagem entre 100 e 
0,01g. 
 
Química F 
 
 
35 
• Balanças Elétricas/Eletrônicas: A cada dia, as balanças estão se 
modernizando, tornando-se mais exatas e de manejo mais 
simplificado. Atualmente, as balanças eletrônicas têm escala digital, 
fornecendo o peso instantaneamente, sem necessidade de manipular 
botões. 
 
 
 
Cuidados Gerais com Balanças de Laboratórios 
 
 O manejo de qualquer balança requer cuidados especiais por ser um 
instrumento de alto custo e de grande sensibilidade. 
 
a) Não remova os pratos, nem os troque com os de outra balança. Mantenha 
a balança no seu lugar; 
 
b) Não coloque na balança nenhuma substância que não esteja à 
temperatura ambiente; 
 
c) Mantenha a balança em local onde a vibração, mudanças bruscas de 
temperatura ou de umidade e movimento do ar sejam mínimos; 
 
d) Conserve a balança sempre limpa, retirando qualquer respingo, partículas 
ou poeira de seus pratos com uma escova especial; 
 
e) Nunca coloque qualquer objeto diretamente sobre a balança. Líquidos e 
sólidos, em pó ou granulado, devem ser mantidos em algum recipiente 
seco, previamente pesado (tarado) e à temperatura ambiente. Se, durante 
a pesagem, o material for passível de interagir com a atmosfera 
Química F 
 
 
36 
(evaporação, oxidação, absorção de umidade), o frasco deve ser fechado. 
Para sólidos que não requerem proteção da atmosfera e que sejam 
inertes, a pesagem é feita colocando-se sobre os pratos, uma folha de 
papel adequado; 
 
f) Toda transferência de substância e/ou de pesos, deve ser feita somente 
quando os pratos estivem travados; 
 
g) Execute todas as operações com movimentos suaves e cuidadosos; 
 
h) Use pinças e espátulas; nunca use os dedos para manusear os objetos e 
substâncias que estão sendo pesadas; 
 
i) Ao terminar seu trabalho, remova todos os pesos e objetos da balança. 
Mantenha-a coberta ou fechada. No caso de balanças elétricas, tenha a 
certeza de que ela esteja desligada. 
 
EXPERIÊNCIA Nº. 04 – UTILIZAÇÃO DE BALANÇAS. 
 
I. Objetivos 
 
Aprender a utilizar balanças em laboratório. 
 
II. Procedimento Experimental 
 
Normas para utilização da balança de plataforma 
 
Para a utilização de uma balança de plataforma (figura dada a seguir), deve-se 
inicialmente ajustá-la, com o auxilio do dispositivo A, de modo que o fiel fique no 
centro da escala B. O objeto é colocado no prato C da balança e os pesos móveis 
D são deslocados nos cursores do braço da balança, até que o fiel retorne ao centro 
da escala. O valor da massa é dado pela posição dos pesos nos cursores. Por 
exemplo, se as posições dos pesos forem as indicadas pelas flechas E, na figura 
dada a seguir, a massa será 356,6 g. 
 
Primeiramente nivele a balança e acerte o zero da escala. Em seguida proceda a 
pesagem do recipiente vazio e anote o resultado. Faça a pesagem da substância 
sólida indicada e anote o resultado. A subtração da pesagem da (amostra + frasco) 
da pesagem do frasco dará a massa da amostra. 
 
Proceder da mesma maneira com uma amostra líquida. 
 
Observar todos os cuidados citados para o manuseio da balança. 
 
Química F 
 
 
37 
 
 
 
 Efetue as operações de pesagem dadas a seguir. 
 
a) Pesagem de um composto sólido. 
 
1. Pese, numa balança eletrônica, 1 béquer de 50 mL. Anote o resultado. 
 
2. Tare o béquer de 50 mL usado no item 1, na balança eletrônica e pese nessa 
balança, 2,0 g de cloreto de sódio. 
 
3. Pese o béquer contendo o cloreto de sódio, usado no item 2, na balança de 
plataforma. Anote o resultado. 
 
⇒ Complete os dados na tabela dada a seguir. 
 
b) Pesagem de um composto líquido. 
 
1. Pese, numa balança eletrônica, 1 erlenmeyer de 125 mL. Anote o resultado. 
 
2. Tare o erlenmeyer de 125 mL usado no item 1, na balança eletrônica e pese 
nessa balança, 20 mL de água destilada contida numa proveta; 
 
3. Pese o erlenmeyer contendo água, usado no item 2, na balança de plataforma. 
Anote o resultado. 
 
⇒ Completeos dados na tabela dada a seguir. 
 
 
 
 
 
 
Química F 
 
 
38 
 
Tabela dos resultados de pesagem obtidos na EXPERIÊNCIA Nº. 04 – 
UTILIZAÇÃO DE BALANÇAS. – Comparação de medidas de pesagens. 
 
 
Comente e compare os resultados obtidos. 
Recipiente VAZIO 
 
CHEIO 
 Balança 1 
(Plataforma) 
Balança 2 
(Eletrônica) 
Balança 1 
(Plataforma) 
 
Balança 2 
(Eletrônica) 
Béquer 
- 
 
 
Erlenmeyer 
- 
 
 
Resultado da medida feita do Béquer cheio na Balança de Plataforma = ( ± ) g 
 
Resultado da medida feita do Béquer cheio na Balança Eletrônica = ( ± ) g 
 
Resultado da medida feita do erlenmeyer cheio na Balança de Plataforma = ( ± ) g 
 
Resultado da medida feita do erlenmeyer cheio na Balança Eletrônica =( ± ) g 
 
Química F 
 
 
39 
4.4. Técnicas de Volumetria 
 
Introdução 
 
De um modo geral, para medidas aproximadas de volumes de líquidos, usam-se 
cilindros graduados ou provetas; para medidas precisas, usam-se pipetas, buretas e 
balões volumétricos, que constituem o chamado material volumétrico. Aparelhos 
volumétricos são calibrados pelo fabricante a uma temperatura padrão de calibração 
de 20º C. 
Em trabalhos de laboratório, as medidas de volume aproximadas são efetuadas, 
na quase totalidade dos casos, com provetas graduadas, as de modo muito 
grosseiro, com béqueres com escala e as medidas volumétricas, chamadas 
precisas, com aparelhos volumétricos (Figuras 4a e 4b). 
 
 
Aparelhos volumétricos: A prática de análise volumétrica requer a medida de 
volumes líquidos com elevada precisão. Para efetuar tais medidas são empregados 
vários tipos de aparelhos, que podem ser classificados em duas categorias: 
 
a) Aparelhos calibrados para dar escoamento a determinados volumes. 
b) Aparelhos calibrados para conter um volume líquido. 
Química F 
 
 
40 
Na classe a estão contidas as pipetas e as buretas e, na classe b, estão incluídos 
os balões volumétricos (Figura 4b). 
A medida de volumes líquidos com qualquer dos referidos aparelhos está sujeita 
a uma série de erros devido às seguintes causas: 
 
a) Ação da tensão superficial sobre as superfícies líquidas. 
b) Dilatações e contrações provocadas pelas variações de temperatura. 
c) Imperfeita calibração dos aparelhos volumétricos. 
d) Erros de paralaxe. 
 
A leitura de volume de líquidos claros deve ser feita pela parte inferior e a de 
líquidos escuros pela parte superior, como mostra a Figura 4c, para que sejam 
evitados os erros de paralaxe. 
 
 
 
 
 
 
 
Química F 
 
 
41 
Aparelhos Volumétricos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Balões volumétricos: Os balões volumétricos 
são balões de fundo chato e gargalo comprido, 
calibrados para conter determinados volumes 
líquidos (Figura 4d). 
Os balões volumétricos são providos de rolhas 
esmerilhadas de vidro ou de polietileno. O traço 
de referência marcando o volume pelo qual o 
balão volumétrico foi calibrado é gravado sobre a 
meia-altura do gargalo (bulbo). A distância entre o 
traço de referência e a boca do gargalo deve ser 
relativamente grande para permitir a fácil agitação 
do líquido ( a solução deve ser bem 
homogeneizada), depois de ser completado o 
volume até a marca. O traço de referência é 
gravado sob a forma de uma linha circular, tal 
que, por ocasião da observação, o plano tangente 
à superfície inferior do menisco tem que coincidir 
com o plano do círculo de referência. Os balões 
volumétricos são construídos para conter volumes 
diversos; os mais usados são os de 50, 100, 200, 
500, 1000, 2000 mL. 
Os balões volumétricos são especialmente 
usados na preparação de soluções de 
concentração conhecida. 
 Para se preparar uma solução em um 
balão volumétrico, transfere-se ao mesmo, o 
soluto ou a solução a ser diluída. Adiciona-se, a 
seguir, solvente até cerca de 3/4 da capacidade 
total do balão. Misturam-se os componentes e 
deixa-se em repouso até atingir a temperatura 
ambiente, tendo-se o cuidado de não segurar o 
balão pelo bulbo. Adiciona-se solvente até 
“acertar o menisco”, isto é, até o nível do líquido 
coincidir com a marca no gargalo. As últimas 
porções do solvente devem ser adicionadas com 
um conta-gotas, lentamente, e não devem ficar 
gotas presas no gargalo. O ajustamento do 
menisco ao traço de referência deverá ser feito 
com a maior precisão possível. Fecha-se bem o 
balão e vira-se o mesmo de cabeça para baixo, 
várias vezes, agitando-o, para homogeneizar o 
seu conteúdo. 
 
2. Pipetas: Existem duas espécies de pipetas: 
 
a) Pipetas volumétricas ou de transferência, 
construídas para dar escoamento, a um 
determinado volume (Fig. 4e-1). 
Química F 
 
 
42 
 
 
→→ 
 
 
 
 
determinado volume (Fig. 4e-1). 
 
b) Pipetas graduadas ou cilíndricas que 
servem para escoar volumes variáveis de 
líquidos (Fig. 4e-2). 
 
• As pipetas volumétricas são constituídas 
por um tubo de vidro com um bulbo na parte 
central. O traço de referência é gravado na 
parte do tubo acima do bulbo. A extremidade 
inferior é afilada e o orifício deve ser ajustado 
de modo que o escoamento não se processe 
rápido demais, o que faria com que pequenas 
diferenças de tempo de escoamento 
ocasionassem erros apreciáveis. As pipetas 
volumétricas são construídas com as 
capacidades de 1, 2, 5, 10, 20, 50, 100 e 200 
mL, sendo de uso mais freqüente as de 25 e 50 
mL. 
 
• As pipetas graduadas consistem de um 
tubo de vidro estreito, geralmente graduado em 
0,1mL. São usadas para medir pequenos 
volumes líquidos. Encontram pouca aplicação 
sempre que se quer medir volumes líquidos 
com elevada precisão. Têm a vantagem de se 
poder medir volumes variáveis. 
 
• Para se encher uma pipeta, coloca-se a 
ponta da mesma no líquido e faz-se a sucção 
com a pêra de sucção (evitar usar a boca para 
pipetagem em laboratórios). Deve-se ter o 
cuidado em manter a ponta da mesma sempre 
abaixo do nível da solução do líquido. Caso 
contrário, ao se fazer a sucção, o líquido 
alcança a pêra de sucção ou a boca. A sucção 
deve ser feita até o líquido ultrapassar o traço 
de referência. Feito isto, tapa-se a pipeta com o 
dedo indicador (ligeiramente úmido), caso não 
se esteja usando a pêra de sucção, e deixa-se 
escoar o líquido lentamente até o traço de 
referência (zero). O ajustamento deve ser feito 
de maneira a evitar erros de paralaxe. 
 
• Os líquidos que desprendem vapores 
tóxicos e os líquidos corrosivos devem sempre 
serem introduzidos na pipeta, através de pêras 
de sucção. 
Química F 
 
 
43 
 
• Para escoar os líquidos, deve-se colocar a pipeta na posição vertical, com a 
ponta encostada na parede do recipiente que vai receber o líquido; caso esteja 
usando a boca na pipetagem (técnica desaconselhável), levanta-se o dedo 
indicador até que o líquido escoe totalmente. Esperam-se 15 ou 20 segundos e 
retira-se a gota aderida a ponta da pipeta, encostando-a à parede do recipiente 
(Figura 4f). 
 
i) Pipetas com escoamento total: contêm duas faixas na parte superior, indicando 
que as mesmas são calibradas para - assoprando-se até a ultima gota - liberar sua 
capacidade total. 
 
ii) Pipetas com esgotamento parcial: contêm na parte superior uma faixa estreita 
que as diferencia das pipetas de escoamentototal. Não precisa ser assoprada (vide 
figura 4f- letra d). 
 
 
 
 
Química F 
 
 
44 
3-Buretas 
 
 As buretas servem para dar escoamento a volumes variáveis de líquidos. São 
constituídas de tubos de vidro uniformemente calibrados, graduados em 1mL e 0,1 
mL. São providas de dispositivos, torneiras de vidro ou polietileno entre o tubo 
graduado e sua ponta afilada, que permitem o fácil controle de escoamento 
 
• As buretas podem ser dispostas em suportes universais contendo mufas 
(Figura 4g). 
 
• As buretas de uso mais constantes são as de 50 mL, graduadas em décimos 
de mL; também são muito usadas as de 25 mL. 
 
• Nos trabalhos de escala semimicro, são freqüentemente usadas as buretas 
de 5 e 10 mL, graduadas em 0,01 ou 0,02mL. 
 
• Para o uso com soluções que possam sofrer o efeito da luz, são 
recomendadas buretas de vidro castanho. 
 
• As torneiras das buretas, quando forem de vidro, devem ser levemente 
lubrificadas para que possam ser manipuladas com mais facilidade. Serve 
para este fim uma mistura de partes iguais de vaselina e cera de abelhas; 
misturas especiais são encontradas no comércio. 
 
RECOMENDAÇÕES PARA USO DA BURETA 
 
a) A bureta limpa e vazia deve ser fixada em um suporte na posição vertical. 
 
b) Antes de se usar um reagente líquido, deve-se agitar o frasco que o contem, 
pois não é raro haver na parte superior do mesmo, gotas de água 
condensada. 
 
c) A bureta deve ser lavada, pelo menos uma vez, com uma porção de 5 mL do 
reagente em questão, o qual deverá ser adicionado por meio de um funil, em 
buretas que não possuam gargalo especial; cada porção é deixada escoar 
completamente antes da adição da seguinte. 
 
d) Enche-se então a bureta até um pouco acima do zero da escala e remove-se 
o funil. 
 
e) Abre-se a torneira para encher a ponta ou expulsar todo o ar e, deixa-se 
escoar o líquido, até que a parte inferior do menisco coincida exatamente com 
a divisão zero (Figura 4g). Quando se calibra a bureta (acerto do zero) deve-
se tomar o cuidado de eliminar todas as bolhas de ar que possam existir. 
 
Química F 
 
 
45 
 
f) Coloca-se o frasco que vai receber o líquido sob a bureta e deixa-se o líquido 
escoar, gota a gota, geralmente a uma velocidade não superior a 10 mL por 
minuto. Controla-se a torneira da bureta com a mão esquerda (Figura 4h). 
Após o escoamento da quantidade necessária de líquido, espera-se de 10 a 
20 segundos e lê-se o volume retirado. 
 
Química F 
 
 
46 
EXPERIÊNCIA N0 5- MEDIDAS APROXIMADAS E PRECISAS DE VOLUMES 
 
Procedimento Experimental 
 
1. Medir 50 mL de H2O em béquer, transferir para o erlenmeyer (efetue a leitura do 
volume nesse recipiente) e, a seguir, transferir para a proveta graduada (efetue a 
leitura do volume nesse recipiente). Anotar todos os volumes medidos na tabela 
dada a seguir. Repetir o procedimento mais uma vez e anotar os resultados. Faça a 
média dos valores obtidos e calcule o Desvio Padrão (σ). 
 
Determinação do erro de cada aparelho: Observe o erro de cada recipiente e 
coloque-os em ordem crescente de precisão, após completar os seguintes dados: 
Béquer: ( ± ) mL, Erlenmeyer: ( ± ) mL e Proveta: ( ± ) mL . 
 
2. Pipetar 10 mL de H2O com pipeta volumétrica e transferir para a proveta (efetue a 
leitura do volume nesse recipiente). Repita o procedimento mais uma vez e anote os 
volumes medidos na tabela dada a seguir. Faça a média dos valores obtidos e 
calcule o Desvio Padrão (σ). 
Leituras (mL) Pipeta volumétrica Proveta 
1 10 
2 10 
(Valor médio +/- σσ) mL ( 10+/-0 ) mL 
 
Determinação do erro de cada aparelho: Observe o erro de cada recipiente e 
coloque-os os 2 aparelhos em ordem crescente de precisão, após completar os 
seguintes dados: Pipeta Volumétrica ( ± ) mL e Proveta ( ± ) mL 
 
3. Pipetar, com pipeta graduada, e transferir para os tubos de ensaio, os seguintes 
volumes: 
Tubos de ensaio 1 2 3 4 5 
VVolume H2O (mL) 1,0 5,0 2,7 3,8 4,5 
 
4. Encher uma bureta com 25 mL de H2O, acertar o menisco e transferir o volume 
para uma proveta de 50mL. Repita o procedimento mais uma vez e anote os 
volumes medidos na proveta, na tabela dada a seguir. Faça a média dos valores 
obtidos e calcule o Desvio Padrão (σ). 
 
 
 
 
 
 
Determinação do erro de cada aparelho: Observe o erro de cada recipiente e 
coloque-os os 2 aparelhos em ordem crescente de precisão, após completar os 
seguintes dados: Pipeta Volumétrica ( ± ) mL e Proveta ( ± ) mL 
Leituras (em mL) Béquer Erlenmeyer Proveta Graduada 
1 50 
 
2 50 
 
(Valor médio +/- σσ) mL ( 50+/-0 ) mL 
Leituras (ml) bureta Proveta 
1 25 
2 25 
(Valor médio +/- σσ) mL ( 25+/-0 ) mL 
Química F 
 
 
47 
4.5. TÉCNICAS DE RESFRIAMENTO E DE SECAGEM DE SUBSTÂNCIAS 
 
a) Técnicas de Resfriamento. 
 
Tanto aquecimento como resfriamento são operações largamente usadas no 
Laboratório de Química, já que muitas reações químicas dependem das condições 
de temperatura empregadas. 
A forma mais barata e mais conveniente de resfriamento é a torneira de água 
cuja temperatura oscila entre 40C e 250C, dependendo da estação do ano. O frasco 
de reação é usualmente resfriado colocando-o embaixo da corrente de água ou 
imergindo-o em água fria. 
Para resfriamento a 0oC usa-se gelo picado. Para resfriamento a 
temperaturas abaixo de 0oC usam-se misturas refrigerantes. 
 
Misturas refrigerantes14 
Substâncias Empregadas Temperaturas obtidas 
3 partes gelo e 1 parte NaCl - 50 a – 200 C 
5 partes CaCl2 cristalino e 4 partes gelo Abaixo de – 500 C 
Gelo seco (a ) + Etanol Absoluto - 720 C 
Gelo seco + Éter Etílico - 770 C 
Gelo seco + acetona (b ) - 780 C 
Nitrogênio líquido -1960 C 
(a) Gelo seco = dióxido de carbono sólido 
(b) Mistura largamente empregada em laboratórios de Química Orgânica. 
 
b) Técnicas de secagem de substâncias. 
 
Secagem é o processo de remoção de umidade ou de solventes orgânicos de 
uma substância, em qualquer estado de agregação. O agente secante deve agir 
rapidamente e não deve se dissolver em líquidos orgânicos e nem interagir com a 
substância que está sendo seca. 
 
• Processos Empregados para Secagem de Sólidos 
 
1. Secagem ao ar - Expõe-se o sistema ao ar, à temperatura ambiente, até que 
sua massa não varie mais. 
2. Secagem por aquecimento - Aquece-se o sistema, a uma temperatura 
apropriada, em banhos ou em estufa: (recomenda-se o aquecimento a uma 
temperatura de 5 a 100C acima da temperatura de ebulição do líquido que 
impregna o sólido). Após o aquecimento, a substância é geralmente colocada 
em um dessecador, para que volte à temperatura ambiente, sem absorver 
umidade do ar. 
3. Secagem sob pressão reduzida – Esse tipo de secagem deve ser feito pelo 
uso de dessecadores; para que se mantenha uma atmosfera com baixo teor 
de umidade, o dessecador deve conter um agente desidratante, em sua parte 
inferior, e ser submetido à vácuo. A fim de tornar os dessecadores livres de 
ar, unta-se as superfícies esmerilhadas da tampa e do corpo dos mesmos 
com vaselina ou outro lubrificante. 
 
Química F 
 
 
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• Processos Empregados para secagem de Líquidos 
 
Os líquidos ou soluções de substâncias orgânicas em solventes orgânicos 
são geralmente secos pelo contato direto com um agente dessecante apropriado. A 
seleção desse agente dessecante deve ser orientada pelas seguintes 
considerações: (1) não deve reagir com o composto orgânico; (2) deve ter uma 
capacidade de secagem rápida e efetiva; (3) não deve se dissolver apreciavelmente 
no líquido; (4) deve ser tão econômico quanto possível e, (5) não deve ter nenhum 
efeito catalisador na promoção de

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