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CONCORDÂNCIA VERBAL

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	Observemos, nas duas tirinhas abaixo, o modo como se estabelecem as relações de concordância entre alguns verbos e seus sujeitos:
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Na primeira tirinha, temos o verbo “vir” referindo-se ao substantivo “mamãe”. Sujeito no singular e em 3ª pessoa (“mamãe”) + verbo no singular e em 3ª pessoa (“vem”). Seu emprego está correto.
Na segunda tirinha, temos o mesmo verbo, também referindo-se a um sujeito em 3ª pessoa (“metade dos partidos”), só que no plural (“vêm”). Núcleo do sujeito no singular (“metade”) + verbo no plural. A concordância não foi aplicada corretamente. 
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Também no primeiro quadrinho, há um verbo que merece atenção: o verbo “fazer” impessoal (com o sentido de tempo transcorrido). Na tirinha, ele está empregado corretamente: em 3ª pessoa do singular. “Mais de dois anos” não será seu sujeito, e sim seu objeto. Um verbo impessoal não possui sujeito.
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Concordância é o mecanismo através do qual as palavras alteram suas terminações para se adequarem harmonicamente umas às outras na frase.
Concordância verbal é a adequação, em número e pessoa, das terminações do verbo ao seu sujeito.
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A Concordância, de acordo com CUNHA E CINTRA (2004), evita a repetição do sujeito, que pode ser indicado pela flexão verbal a ele ajustada. 
	Quando acordei, já era tarde. Todos tinham saído.
	O sujeito (eu) é indicado pela terminação do verbo em 1ª pessoa.
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REGRAS GERAIS:
Com um só sujeito: O verbo concorda em número e pessoa com o seu sujeito, venha ele claro ou subentendido:
	A paisagem era encantadora.
Tinha adquirido uma alma. E uma nova poesia.
Com mais de um sujeito: o verbo deve ficar no plural, respeitando-se as seguintes regras:
Se o sujeito for composto por elementos da 3ª pessoa, o verbo irá para a 3ª pessoa do plural:
O gato e o cachorro dormem mais que o homem.
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Se o sujeito for composto por elementos de pessoas gramaticais diferentes, o verbo irá para o plural, obedecendo à seguinte lei de prevalência:
A primeira pessoa prevalece sobre as demais:
O zoológico e eu alimentaremos os animais amanhã.
A segunda pessoa prevalece sobre a terceira:
Tu e os teus filhos alimentareis os animais amanhã.
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Sujeito composto posposto ao verbo: este poderá concordar com o núcleo mais próximo.
Chegou o mapa e o dicionário.
Chegaram o mapa e o dicionário.
Há casos, também, em que o sujeito composto, mesmo anteposto ao verbo, admite o verbo no singular:
Quando os núcleos são sinônimos ou quase sinônimos.
A distância e a saudade tornou-o estranho à amada.
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Quando os núcleos vierem dispostos em gradação.
Uma indignação, uma raiva profunda, um rancor ferino apossou-se dele.
Quando os núcleos do sujeito composto são dois infinitivos (desde que não exprimam ideias opostas).
Trabalhar e estudar fazia dele um homem feliz.
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Nomes que só se usam no plural:
	
Na frase em destaque, acima, houve um erro de concordância.
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Quando o sujeito é um nome que só se usa no plural e não vem precedido de artigo, o verbo fica no singular:
“EUA não está nem estará em guerra com o Islã, diz Obama.”
Caso venha antecipado de artigo, o verbo deverá estar no mesmo número em que estiver o artigo.
“Os EUA não estão nem estarão em guerra com o Islã, diz Obama.”
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Quando o sujeito é o pronome relativo que: o verbo deverá concordar com o antecedente desse pronome:
Fui eu que falei.
Foi ele que falou.
Quando o sujeito é o pronome relativo quem: o verbo deverá concordar com esse pronome, ficando na 3ª pessoa do singular:
Fui eu quem falou.
Foram eles quem falou.
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O sujeito é “mais de um”, “mais de dois”: em geral, o verbo deverá estar no mesmo número em que estiver o numeral dessas expressões.
Mais de um aluno faltou.
Mais de um aluno faltaram.
Há dois casos em que a expressão “mais de
um” exige verbo no plural:
Quando vier repetida:
Mais de um aluno, mais de um professor faltaram.
2. Quando indicar reciprocidade:
Mais de um atleta cumprimentaram-se.
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Verbos dar, bater, soar indicando horas: concordam normalmente com o sujeito.
O relógio deu duas horas.
O sino da igreja bateu duas horas.
Obs.: Quando não está expresso na frase quem deu as horas, o sujeito é o número de horas indicado, com o qual o verbo deverá concordar:
Deu uma hora no relógio da igreja.
Deram duas horas no relógio da igreja.
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Verbo com índice de indeterminação do sujeito: o verbo fica obrigatoriamente no singular. Tratar-se-á sempre de um verbo transitivo indireto.
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Verbo com partícula apassivadora:
 Entre essas duas opções, a segunda é que segue corretamente as regra de concordância verbal.
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Dão-se aulas de português. 
Aulas de Português são dadas. 
O verbo concordará normalmente com o sujeito expresso na oração. Tratar-se-á sempre de um verbo transitivo direto.
Vende-se uma casa de veraneio. 
Casa de veraneio é vendida. 
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Verbos impessoais são os que não possuem sujeito. Devem ficar sempre na 3ª pessoa do singular. São eles:
Verbos que exprimem fenômenos naturais:
Choveu torrencialmente ontem.
Os verbos fazer, ser, estar indicando tempo cronológico ou clima.
Faz dois anos que ele foi embora.
Aqui faz muito frio.
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O verbo “haver” com o sentido de existir ou de tempo transcorrido:
Havia cinco alunos na biblioteca.
Deve haver cinco alunos na biblioteca.
Há dois meses que não vejo Maria.
	Obs.: O verbo “existir” não é impessoal, possui sujeito e com ele deverá concordar.
Existem vários compromissos a serem cumpridos.
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Expressões que indicam porcentagem: o verbo concordará com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem. Apenas se vier anteposto à expressão de porcentagem, o verbo deverá concordar com o numeral.
50% dos alunos aprovaram a decisão da professora.
Aprovaram a decisão da professora 50% dos alunos.
	Obs.: Em casos relativos a 1%, o verbo permanece no singular.

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