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P R O J E T O D I S C I P L I N A S E A D 
 
 
SEMÂNTICA 
 
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 
Prof.ª ANDRÉIA BRAGA 
Aula 4 
__________________________________________________________________________ 
 
1 
 
 
SEMÂNTICA 
 
A semântica é o estudo do significado. Incide sobre a relação entre 
significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles 
representam, a sua denotação. A semântica linguística estuda o significado usado 
por seres humanos para se expressar através da linguagem. Outras formas de 
semântica incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, e 
semiótica. 
 
LINGUAGEM 
 
É a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, 
opiniões e sentimentos. A Linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos; 
onde há comunicação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos de linguagens 
para estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos 
e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por 
exemplo). Num sentido mais genérico, a Linguagem pode ser classificada como 
qualquer sistema de sinais que se valem os indivíduos para se comunicar. 
 
Tipos de Linguagem 
 
A linguagem pode ser: 
ü Verbal: a Linguagem Verbal é aquela que faz uso das palavras para 
comunicar algo. 
ü Não Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não 
são as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais 
de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, 
etc. 
 
LÍNGUA 
 
LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 
Prof.ª ANDRÉIA BRAGA 
Aula 4 
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2 
 
A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras 
gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga produzir 
enunciados que lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Por exemplo: 
 
Falantes da língua portuguesa 
 
A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, 
as quais podem agir sobre ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou 
aquela forma de expressão. Por outro lado, não é possível criar uma língua 
particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada indivíduo 
pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a fala. A fala está 
sempre condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da língua, mas é 
suficientemente ampla para permitir um exercício criativo da comunicação. Um 
indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte maneira: 
ü A família de Regina era paupérrima. 
ü Outro, no entanto, pode optar por: 
ü A família de Regina era muito pobre. 
 
As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas manifestações 
da fala de cada um. Note, além disso, que essas manifestações devem obedecer às 
regras gerais da língua portuguesa, para não correrem o risco de produzir 
enunciados incompreensíveis como: 
 
ü Família a paupérrima de era Regina. 
 
Língua Falada e Língua Escrita 
 
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de 
comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. 
A língua falada é mais espontânea, abrange a comunicação linguística em 
toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes 
por mímicas, incluindo-se fisionomias. 
A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um 
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sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, 
as mímicas e o tom de voz do falante. 
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos 
diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles,destacam-se: 
ü Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um 
habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma 
mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do 
Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na 
capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado. 
ü Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um 
indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma 
pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não 
teve acesso à escola. 
ü Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação 
em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos 
os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de 
formatura. 
ü Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio 
de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos 
específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de 
engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos, 
médicos, linguistas e outros especialistas. 
ü Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores 
naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira 
que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta. 
 
FALA 
 
É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada 
indivíduo, para a manifestação da fala, pode escolher os elementos da língua que 
lhe convém, conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o 
contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc. Desse 
modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados 
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níveis da fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que 
os outros falam; é por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais 
variados graus de cultura, embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente 
como a nossa. 
 
Níveis da fala 
 
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis: 
ü Nível coloquial-popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu 
dia a dia, principalmente em situações informais. Esse nível da fala é mais 
espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou 
não com as regras formais estabelecidas pela língua. 
ü Nível formal-culto: é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em 
situações formais. Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela 
obediência às regras gramaticais estabelecidas pela língua. 
 
Variação Linguística 
 
Tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por 
diversos fatores: regionais, sociais, intelectuais etc. 
A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da 
língua oral, mais espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e 
entonação, que preenchem importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a 
linguagem empregada coloquialmente difere substancialmente do padrão culto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Linguagem Culta Formal ou Padrão 
 
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se 
apresenta com terminologia especial. Caracteriza-sepela obediência às normas 
gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio 
social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. 
 
Linguagem Culta Informal ou Coloquial 
 
Compreende aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se 
quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem 
(solecismo - erro de regência e concordância; barbarismo - erro de pronúncia, grafia 
e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e 
preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. 
 
Linguagem Popular ou Vulgar 
 
Existe uma linguagem popular ou vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos 
grupos extremamente incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum 
contato com a instrução formal. Na linguagem vulgar, multiplicam-se estruturas como 
“nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”, “Vamo i no mercado”, “Tu vai í cum nóis”. 
 
Saudosa Maloca 
Peguemo todas nossas coisas 
E fumo pro meio da rua 
Preciá a demolição 
Que tristeza que nóis sentia 
Cada tauba que caía 
Duía no coração 
Mato Grosso quis gritá 
Mais em cima eu falei: 
Os home tá c’a razão, 
Nóis arranja otrolugá. 
Só se conformemo quando o Jocafalô: 
“Deus dá o frio conforme o cobertô”. 
 
 
BARBOSA, A.In: Demônios da Garoa - Trem das 11. CD, Continental-Warner Music Brasil, 1995. 
 
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Gíria 
 
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos 
utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens 
sejam decodificadas apenas pelo próprio grupo. Assim, a gíria é criada por 
determinados segmentos da comunidade social que divulgam o palavreado para 
outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de massa, como a 
televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos; às vezes, também inventam 
alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer 
no vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso. 
 
Linguagem Regional 
 
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua 
padrão, quanto às construções gramaticais, empregos de certas palavras e 
expressões e do ponto de vista fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares 
amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. 
 
“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — 
ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não 
tem diabo nenhum. Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, 
franco — é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por 
estúrdio que me vejam — é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, 
não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? 
Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela — já 
o campo! 
 
Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe 
agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então 
era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu 
estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças — eu digo. 
Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, 
na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do redemunho... “ 
 
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.) 
 
 
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Linguagem das Mídias Eletrônicas 
 
São dois os principais motivos da simplificação e da abreviação de palavras 
entre quem usa a internet e costuma mandar mensagens: o primeiro, a facilidade de 
se escrever de modo simplificado, e o segundo, a pressa. Esta, por sua vez, está 
ligada a outras duas razões: a economia e o desejo de reproduzir virtualmente o 
ritmo de uma conversa oral. 
Boa tarde, amigão. 
 
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 
 
Esses dois conceitos têm sido definidos por oposição mútua. 
ü Denotação é o componente do significado da palavra que nos remete àquilo 
que ela representa, sem levar em conta impressões motivadas por circunstâncias 
ocasionais. Nesse sentido, entende-se por denotação apenas o conjunto de traços 
semânticos estáveis da palavra, aqueles que servem para indicar dominantemente a 
que objeto ou noção a palavra nos remete. 
ü A Conotação resulta dos traços semânticos ocasionais que se superpõem ao 
significado denotativo por causa, sobretudo, de impressões provocadas por 
motivação social ou razões de natureza subjetiva. 
As palavras sinônimas são o melhor exemplo para salientar a diferença entre 
denotação e conotação. No plano da denotação, os sinônimos são praticamente 
iguais, já que nos remetem aos mesmos dados de realidade ou às mesmas noções; 
no plano conotativo, porém, os sinônimos podem distinguir-se por diferenças 
marcantes, pois provocam impressões adicionais muito nítidas. 
Tomemos, por exemplo, as palavras “inexperiente” e “otário”, que os 
dicionários registram como sinônimos. 
No âmbito da denotação podem ter significados aproximados: ambas indicam 
a característica de um indivíduo que não tem malícia, que é inocente. Sob o ponto 
de vista da conotação, porém, há diferenças marcantes entre os dois significados: 
otário tem uma conotação muito mais depreciativa que um simples inexperiente. 
Leva-nos a criar a imagem de uma pessoa idiota, de um bobalhão que se 
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deixa enganar por qualquer um, sem nenhuma competência para reagir contra a 
exploração dos outros. 
Do que se disse sobre conotação e denotação depreende-se que a escolha 
acertada da palavra deve levar em conta não apenas o significado denotativo, mas 
também o conotativo. 
 
Exemplos: 
ü “O racionamento de energia, para felicidade do país, foi uma medida 
peremptória do governo, não para toda a vida.” 
 
A escolha da palavra peremptória não está adequada ao contexto. 
Peremptória é sinônimo de categórico, decisivo, determinante. Nesse caso, o 
significado denotativo da palavra não é compatível com a noção que se quer 
transmitir. O redator pensou uma coisa e escreveu outra. Talvez ache que 
peremptório seja sinônimo de passageiro, momentâneo, provisório. Isso se dá com 
pessoas que se arriscam a usar palavras que não fazem parte do seu repertório. 
 
ü “Com delicadeza e muita sensibilidade, o professor fez a seguinte solicitação: 
os alunos mais ignorantes terão aula de recuperação.” 
 
Nesse caso, a palavra mal escolhida é, sem dúvida, ignorantes, e a má 
escolha, no caso, não se deve ao significado denotativo. Afinal, ignorante é aquele 
que ignora, que desconhece algo. 
Os alunos que devem ser chamados para uma recuperação são os que 
conhecem menos as lições. Mas ignorantes tem conotação muito negativa, causa 
impressão de desacato ao outro, é ofensiva. Nesses casos, apela-se para palavras 
ou expressões polidas, menos agressivas, tais como: os alunos com mais 
dificuldade, mais defasados com a matéria. 
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Para entender melhor esses importantes elementos da linguagem, observe as 
tirinhas: 
 
Hagar, o Horrível. Criação de Chris Browne. É comum encontrarmos nastirinhas recursos expressivos da linguagem, como a conotação 
 
Calvin e Haroldo, criação de Bill Watterson. O uso da conotação confere o 
efeito de humor da tirinha. 
No terceiro quadrinho da primeira tirinha, é possível notar um diálogo 
interessante entre os amigos Hagar e Eddie Sortudo. A pergunta metafórica feita por 
Hagar ganhou uma resposta inesperada, visto que seu amigo não compreendeu o 
sentido conotativo empregado em sua linguagem. A resposta “Você está aqui 
porque o dono do bar deixa você pendurar a conta até o fim do mês” também utiliza 
uma linguagem figurativa, pois “pendurar a conta” quer dizer, na verdade, consumir 
e protelar o pagamento, certo? 
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Na tirinha de Calvin e Haroldo, também encontramos uma expressão 
empregada em seu sentido metafórico: Quando o valentão Moe diz para Calvin que 
ele “vai comer asfalto”, não esperamos que a ameaça seja cumprida ao pé da letra, 
mas sabemos que o sentido dado à expressão é negativo. Moe usou o sentido 
figurado para dizer que Calvin vai passar por “maus pedaços” no quinto ano. Pois 
bem, temos aí bons exemplos de denotação e conotação. 
Pois bem, a denotação e a conotação dizem respeito às variações de 
significado que ocorrem no signo linguístico – elemento que representa o significado 
e o significante. Em outras palavras, podemos dizer que nem sempre os vocábulos 
apresentam apenas um significado, podendo apresentar uma variedade deles de 
acordo com o contexto em que são empregados. Observe oexemplo: 
ü Os donos soltaram os cachorros para que eles pudessem passear na 
fazenda. Eles soltaram os cachorros quando perceberam que foram 
enganados! 
Você diria que a expressão “soltaram os cachorros” foi empregada com a 
mesma intenção nas duas orações? Na primeira, a expressão “soltaram os 
cachorros” foi utilizada em seu sentido literal, isto é, no sentido denotativo, pois de 
fato os animais foram liberados para passear. E na segunda oração? Qual sentido 
você atribuiu à expressão “soltaram os cachorros”? Provavelmente você percebeu 
que ela foi empregada em seu sentido conotativo, pois naquele contexto 
representou que alguém ficou bravo e acabou se exaltando, perdendo a paciência. 
Geralmente, a conotação é empregada em uma linguagem específica, que 
não tenha compromisso em ser objetiva ou literal. Ela é muito encontrada na 
literatura, que utiliza diversos recursos expressivos para realçar um elaborado 
trabalho com a linguagem. Nos textos informativos, por exemplo, a conotação dá 
lugar à denotação, pois a informação deve ser transmitida da maneira mais clara 
possível, para assim evitar interpretações equivocadas e o efeito de ambiguidade. 
Fonte: http://www.portugues.com.br/gramatica/denotacao-conotacao-.html (Adaptado) 
Sintetizando: 
Conotação: Sentido mais geral que se pode atribuir a um termo abstrato, além 
da significação própria. Sentido figurado, metafórico. 
Denotação: Significado de uma palavra ou expressão mais próximo do seu 
sentido literal. Sentido real, denotativo. 
 
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SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS 
 
Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias: 
 
Ø Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproximado. 
ü Alfabeto, abecedário. 
ü Brado, grito, clamor. 
ü Extinguir, apagar, abolir, suprimir. 
ü Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial. 
 
Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelo outro. Embora 
irmanados pelo sentido comum, os sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos 
outros, por matizes de significação e certas propriedades que o escritor não pode 
desconhecer. Com efeito, estes têm sentido mais amplo, aqueles, mais restrito 
(animal e quadrúpede); uns são próprios da fala corrente, desataviada, vulgar, 
outros, ao invés, pertencem à esfera da linguagem culta, literária, científica ou 
poética (orador e tribuno, oculista e oftalmologista, cinzento e cinéreo). 
A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, em nossa língua, 
de numerosos pares de sinônimos. 
ü Adversário e antagonista. 
ü Translúcido e diáfano. 
ü Semicírculo e hemiciclo. 
ü Contraveneno e antídoto. 
ü Moral e ética. 
ü Colóquio e diálogo. 
ü Transformação e metamorfose. 
ü Oposição e antítese. 
 
O fato lingüístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia, palavra que 
também designa o emprego de sinônimos. 
Ø Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos: 
ü Ordem e anarquia. 
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ü Soberba e humildade. 
ü Louvar e censurar. 
ü Mal e bem. 
 
A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo. 
ü bendizer/maldizer 
ü simpático/antipático 
ü progredir/regredir 
ü concórdia/discórdia 
ü explícito/implícito ativo/inativo 
ü esperar/desesperar 
ü comunista/anticomunista 
ü simétrico/assimétrico 
ü pré-nupcial/pós-nupcial. 
 
Ø Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a mesma 
grafia, mas significação diferente. Exemplos: 
ü São (sadio), são (forma do verbo ser) e são(santo). 
ü Aço (substantivo) e asso (verbo). 
Só o contexto é que determina a significação dos homônimos. A homonímia 
pode ser causa de ambiguidade, por isso é considerada uma deficiência dos 
idiomas. 
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto fônico (som) e o 
gráfico (grafia). Daí serem divididos em: 
 
1. Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes no timbre ou na 
intensidade das vogais. 
ü Rego (substantivo) e rego (verbo). 
ü Colher (verbo) e colher (substantivo). 
ü Jogo (substantivo) e jogo (verbo). 
ü Apoio (verbo) e apoio (substantivo). 
ü Para (verbo parar) e para (preposição). 
ü Providência (substantivo) e providencia (verbo). 
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ü Às (substantivo), às (contração) e as (artigo). 
ü Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração deper+o). 
 
2. Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e diferentes na escrita. 
ü Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir). 
ü Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar). 
ü Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato deconsertar). 
ü Cegar (tornar cego) e segar (cortar,ceifar). 
ü Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acelerar). 
ü Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verboselar). 
ü Censo (recenseamento) e senso (juízo). 
ü Cerrar (fechar) e serrar (cortar). 
ü Paço (palácio) e passo (andar). 
ü Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo). 
ü Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar =anular). 
ü Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão (tempo de uma 
reunião ou espetáculo). 
 
3. Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na pronúncia. 
ü Caminhada (substantivo), caminhada (verbo). 
ü Cedo (verbo), cedo (advérbio). 
ü Somem (verbo somar), somem (verbo sumir). 
ü Livre (adjetivo), livre (verbo livrar). 
ü Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr). 
ü Alude (avalancha), alude (verbo aludir). 
 
Obs. as homônimas perfeitas são, também, denominadas polissêmicas, 
polifônicas, plurívocas ou plurissignificativas. 
 
 
ü Atenção! 
 
A maioria das palavras da língua portuguesa, embora tenham a mesma 
grafia e a mesmapronúncia, possuem sentidos diferentes. 
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FORMAS VARIANTES 
 
São as palavras que, embora tenham um mesmo sentido, admitem grafias e 
pronúncias diferentes. 
Veja os exemplos abaixo: 
ü catorze/quatorze – cociente/quociente – cotidiano/quotidiano 
ü traslado/translado – percentual/porcentual – céptico/cético 
ü projétil (projéteis)/projetil (projetis) – aterrissar/aterrizar 
ü caráter/carácter/caractere (só um plural: caracteres) 
 
Parônimos: Ocorre no campo da forma dos vocábulos – quando palavras ou 
expressões possuem grafia e pronúncia parecidas, mas têm sentidos diferentes. 
ü coro e couro 
ü cesta e sesta 
ü eminente e iminente 
ü degradar e degredar 
ü cético e séptico 
ü prescrever e proscrever 
ü descrição e discrição 
ü infligir (aplicar) e infringir (transgredir) 
ü sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder) 
ü comprimento e cumprimento 
ü deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar) 
ü ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir) 
ü vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso (congestionado: 
rosto vultuoso). 
 
Polissemia 
 
Polissemia significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”. 
Contudo, assim que se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico 
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e assume significado específico, isto é, significado contextual. 
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A 
cada um deles dá-se o nome de acepção. 
ü A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço. 
ü Ele é o cabeça da rebelião. 
ü Edgar Abreu tem boa cabeça. 
 
Obs. O antônimo de polissemia é monossemia – que ocorre quando uma palavra 
apresenta apenas um sentido. Por exemplo, o vocábulo “televisor”. 
 
Contexto! 
 
O contexto determina a acepção de dada palavra polissêmica. Palavras como 
“flor”, “cabeça”, “linha”, “ponto”, “pena”, entre outras, assumem, em variados 
contextos, novas acepções. 
 
CONTEXTO ACEPÇÃO 
Adoro flor vermelha! parte de uma planta 
 
“Última flor do Lácio” Descendente 
 
Vagava à flor da água. Superfície 
 
Ela é uma flor de pessoa. Amável 
 
Ele não é flor que se cheire. indigno, falso 
 
Está na flor da idade. Juventude 
 
 
Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser empregadas no 
sentido próprio ou no sentido figurado. 
ü Construí um muro de pedra. (sentido próprio). 
ü Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado). 
ü As águas pingavam da torneira, (sentido próprio). 
ü As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado). 
 
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O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações 
visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à 
polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir 
a ideia que pretende veicular. 
ü Edgar ocupa um alto posto na Casa. = cargo 
ü Abasteci o carro no posto da estrada. = posto de gasolina. 
ü Os eventos eram de graça. = gratuitos 
ü Aquela mulher era uma graça. = beleza. 
ü Os fiéis agradecem a graça recebida. = auxílio divino 
 
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17 
 
FIGURAS DE LINGUAGEM 
 
São recursos estilísticos usados por quem fala ou escreve para reforçar a 
linguagem, tornando-a mais interessante e original. Tais recursos costumam se 
desviar das regras da gramática e dos sentidos frios das acepções de dicionários. 
As figuras de linguagem se dividem em: 
Ø Figuras de palavras: envolvem as alterações semânticas. 
Ø Figuras de pensamento: ligadas à compreensão das ideias. 
Ø Figuras de construção: associadas à sonoridade e à sintaxe. 
 
ü Atenção! 
As figuras de linguagem, embora sejam consideradas meros enfeites do 
texto, contribuem, ao aprimorar a mensagem, para ampliar a nossa capacidade de 
reflexão, de análise e, consequentemente, de compreensão do fato anunciado. 
 
As figuras de palavras (tropos): caracterizam-se por apresentar uma 
mudança, substituição ou transposição do sentido real da palavra para assumir um 
sentido figurado (de acordo com o contexto). A substituição de uma palavra por 
outra, de sentido figurado, simbólico, pode acontecer por uma relação muito 
próxima (contiguidade) ou por uma associação/comparação (similaridade). 
 
ü Atenção! 
Esse recurso favorece o exercício da criatividade linguística, pois abre a 
possibilidade, ao usuário da língua, de se expressar com mais eficácia nos diversos 
contextos comunicativos. 
 
ü Metáfora: consiste no emprego de palavras fora do seu sentido normal, ou 
seja, é a substituição de um termo por outro, porque é possível estabelecer entre 
eles uma relação de semelhança (analogia). Por isso, a metáfora tem caráter 
absolutamente subjetivo e momentâneo. Observe os exemplos: 
ü “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” [Profundo] (Fernando Pessoa) 
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ü “A propaganda é a alma do negócio!” [A essência] 
ü “O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais” (Carlos Drummond de 
Andrade). 
 
Atenção! 
Toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento 
comparativo não aparece: 
ü “Meu pai é um leão quando joga futebol.” [Tão agressivo como] 
ü “Minha vida é um jiló.” [Tão amarga quanto] 
ü “Eu não acho a chave de mim.” [Desvelar a intimidade] 
 
ü Comparação (símile): consiste em substituir uma palavra ou expressão por 
outra de universo diferente, pelo fato de haver entre elas uma relação de sentido, de 
ser possível estabelecer uma relação de semelhança entre as ideias atribuídas por 
ambas. Veja os exemplos: 
ü “Ele chorou feito um condenado”. 
ü “Meu pai é agressivo como um leão quando joga futebol”. 
ü “A sombra das roças é macia e doce, é que nem uma carícia”. (Jorge Amado) 
 
ü Atenção! 
A comparação usa alguns elementos conectores (termos comparativos) para 
comparar características entre dois ou mais elementos. Exemplo: como se..., 
feito..., que nem..., assim como..., tal qual..., qual..., etc. 
 
ü Metonímia: ocorre quando empregamos uma palavra em lugar de outra, com 
a qual aquela se achava relacionada por um sentido qualquer. A metonímia 
estabelece uma relação qualitativa entre os termos, ou seja, a implicação entre os 
conceitos decorre da relação de contiguidade entre eles. Por exemplo, a causa pelo 
efeito, o continente pelo conteúdo, o autor pela obra, o lugar pelo produto, o 
instrumento pela pessoa que o utiliza. Veja: 
ü “Para gostar de literatura, não comece lendo Shakespeare”. [Seus livros] 
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ü “Sócrates tomou a morte”. [Veneno] 
ü “Na atual conjuntura, espera-se que a balança penda para o lado dos 
honestos”. [A justiça] 
ü Esta é a geração Danoninho”. [Queijo “petitsuisse”, da marca Danone]. 
 
ü Atenção! 
A metonímia se relaciona comumente com as marcas de produtos que se 
tornaram mais famosas que o próprio produto. Exemplo: cotonete, marca de um 
tipo de hasteflexível de algodão. 
Enquanto na metáfora se substitui um termo pelo outro, por haver entre eles 
uma relação de semelhança, na metonímia, se substitui um termo pelo outro por 
haver entre eles uma relação qualquer de sentido. 
 
ü Sinédoque: ocorre quando a relação entre os termos é quantitativa, ou seja, 
quando se alarga ou se reduz a significação da palavra. Essas relações entre os 
termos são basicamente as seguintes: a parte pelo todo, o singular pelo plural, o 
gênero pela espécie, o particular pelo geral (ou vice-versa). Observe: 
ü “O homem é o ser mais confuso da Terra”. [Os homens]. 
ü “Os sem-teto fizeram uma manifestação na Esplanada dos Ministérios”. 
[Pessoas sem casa para morar] 
 
ü Atenção! 
Atualmente, não se faz mais a distinção entre metonímia e sinédoque. Por 
ser mais abrangente, o conceito de metonímia prevalece sobre o de sinédoque. 
 
ü Perífrase: consiste no uso de uma expressão que designa um ser (coisas ou 
animais) por meio de características, atributos ou, ainda, de um fato que o tornou 
célebre. Nesse caso, utiliza-se uma expressão para traduzir o sentido que a palavra 
original, sozinha, não conseguiria exprimir. Observe: 
ü “Pretendo visitar o país do sol nascente”. [Japão] 
ü “Última flor do Lácio, inculta e bela”. [Língua portuguesa] (Olavo Bilac) 
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ü “Agora, o país do futebol está marcado na imprensa internacional como o 
‘país da propina”. [Brasil] 
Outros exemplos de perífrase: 
ü o berço dos faraós (Egito); 
ü o astro-rei (osol); 
ü a cidade maravilhosa (RJ); 
ü a capital da esperança 
(Brasília); 
ü a Veneza brasileira (Recife); 
ü o rei dos animais (o Leão). 
 
ü Antonomásia (epíteto): é uma figura que consiste na substituição de um 
nome próprio (de pessoa) pela qualidade, atributo, característica ou fato que o 
distingue. A antonomásia é uma variante da metonímia. Veja: 
ü “Os brasileiros já esqueceram o Águia de Haia”. [Rui Barbosa] 
ü “O poeta dos escravos é o autor do poema ‘O navio negreiro’” [Castro Alves] 
 
Outros exemplos de antonomásia: 
ü o patriarca da medicina (Hipócrates); 
ü o rei do futebol (Pelé); 
ü a dama do teatro brasileiro (Cacilda Becker); 
ü o poeta da Vila (Noel Rosa); 
ü o anjo das pernas tortas (Garrincha). 
 
ü Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico ou pelo fato de o 
termo apropriado não ser de uso comum, toma-se outro “de empréstimo”. Assim, 
passamos a empregar as palavras com sentido desviado de sua natural significação. 
Veja alguns exemplos: 
ü “Formigueiro humano” (Formigueiro = Porção de formigas). 
ü “Realidade das coisas” (Res = Coisa). 
ü “Espalhar dinheiro” (Espalhar = Separar a palha). 
ü “Péssima caligrafia” (Caligrafia = Boa letra). 
ü “Embarcar num avião” (Embarcar = Tomar a barca). 
 
ü Atenção! 
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Devido ao uso contínuo e indiscriminado, muitas vezes, nem conseguimos 
mais perceber que esse uso é figurado. Por isso, a catacrese é considerada uma 
“metáfora desgastada”. 
 
ü Apóstrofe (ou vocativo): consiste na “invocação” de alguém ou de coisa 
personificada, ou seja, é o chamamento do receptor da mensagem, seja ele 
imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento do 
discurso, destacando-se, assim, a entidade a quem se dirige e a própria ideia 
assinalada. Observe: 
 
ü “Povo de Juazeiro! É com grande alegria…” 
ü “Minha Nossa Senhora, o que foi isso?!?” 
ü “Valha-me, Deus, que eu não posso mais com esse menino”. 
ü “Ó soberbos titulares, tão desdenhosos e altivos!” (Cecília Meireles, 
Romanceiro da Inconfidência) 
 
ü Atenção! 
A apóstrofe é uma figura bastante usada na linguagem cotidiana, 
principalmente nas orações religiosas, nos discursos políticos e nas situações mais 
diversas. 
 
ü Paronomásia: consiste na aproximação de palavras parecidas na grafia e na 
pronúncia, mas de sentidos diferentes (ou seja, de palavras parônimas) com o 
propósito de obter efeito poético ou humorístico. Exemplos: 
ü “Cada leitão em seu leito / cada paixão com seu jeito”. 
ü “Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias” (Padre Antônio 
Vieira). 
ü “Aquela cativa que me tem cativo porque nela vivo já não quer que viva” (Luís 
Vaz de Camões, Redondilhas). 
ü “A gente se 
embala Se embora 
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Se embola Só para 
na porta da igreja 
A gente se olha 
Se beija se molha 
De chuva, suor e cerveja...” (Caetano Veloso, em Chuva, suor e cerveja) 
 
FIGURAS DE SINTAXE (DE CONSTRUÇÃO) 
 
Consistem em uma modificação (às vezes brusca) que é feita na estrutura da 
oração – por meio de uma inversão, uma repetição ou omissão de termos. Assim, a 
lógica da frase é substituída pela maior expressividade ocasionada por essa 
mudança. 
 
Atenção! 
Como têm por objetivo destacar a expressividade e a subjetividade do autor/ 
interlocutor, as figuras de sintaxe se encontram muito presentes na linguagem 
literária, na publicitária e na linguagem cotidiana de forma geral. 
 
ü Pleonasmo (estilístico) é uma figura de linguagem gramatical criada por 
meio da repetição, na fala ou na escrita, de ideias ou palavras de mesmo sentido – 
com o objetivo de realçá-las, de torná-las mais expressivas. Exemplos: 
ü “E rir meu riso e derramar meu pranto.” (Vinícius de Moraes) 
ü “E quem sabe sonhavas meus sonhos por fim.” (Cartola) 
ü “Isso eu vi com meus próprios olhos!” (Frase popular) 
 
Atenção! 
O pleonasmo torna-se vicioso quando a repetição for considerada 
desnecessária ou quando a redundância não trouxer reforço algum à ideia. Como 
exemplo as construções “descer para baixo”; “sair para fora”; “subir para cima”; 
“fato real”. 
 
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ü Silepse – ocorre quando efetuamos a concordância, não com os termos 
expressos na oração, mas, sim, com a ideia associada em nossa mente ou com os 
termos subentendidos. Como a silepse não obedece às regras de concordância 
gramatical, o que se estabelece então é uma concordância meramente ideológica. 
Existem três tipos de silepse: 
Silepse de gênero – ocorre quando há uma discordância gramatical entre os 
gêneros dos artigos, substantivos, adjetivos, pronomes. Então, a concordância se 
faz com a ideia que o termo comporta. 
ü A criança nasceu. Era magnífico. 
ü “Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove.” (Olavo Bilac) 
ü “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” (João Guimarães Rosa) 
 
Silepse de pessoa – ocorre silepse quando há discordância entre o sujeito e 
a pessoa verbal. Normalmente, o emissor se inclui num sujeito da terceira pessoa do 
plural (eles), fazendo a flexão verbal na primeira pessoa do plural (nós). Ou seja, o 
verbo não concorda com o sujeito da oração, mas, sim, com a pessoa que está 
inscrita nesse sujeito. Veja: 
ü “Todos os sertanejos somos assim.” (Rachel de Queiroz) 
ü “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos.” (Machado 
de Assis) 
 
Silepse de número – ocorre quando o sujeito é uma palavra no singular que 
transmite uma ideia de coletividade, havendo uma discordância gramatical entre o 
sujeito e o verbo das orações que estão mais distantes desse sujeito. Nesse caso, o 
verbo concorda coma ideia que nele está contida. Observe: 
ü “O casal de patos nada disse, (…). Mas espanaram, ruflaram as asas e 
voaram embora.” (Guimarães Rosa) 
ü “Coisa curiosa é gente velha. Como comem!” (Aníbal Machado) 
 
ü Hipérbato – caracteriza-se pela inversão da ordem natural e direta dos 
termos da oração, ou da ordem natural das orações no período e é empregado, 
deliberadamente, com o fito de obter determinado efeito estilístico. Veja: 
ü Ao ódio venceu o amor. (a ordem direta seria “O amor venceu ao ódio”) 
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ü “Os bons vi sempre passar / no mundo graves tormentos” (Luís Vaz de 
Camões). 
ü “Passeiam, à tarde, as belas na Avenida” (Carlos Drummond de Andrade). 
ü “Passarinho, desisti de ter” (Rubem Braga). 
ü “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado 
retumbante.” (Hino Nacional Brasileiro) 
 
Obs.:o hipérb ato é um dos artifícios mais usados pelos poetas, com o intuito de 
trazer maior desenvoltura à língua no que tange a ritmo, melodia, sonoridade ou até 
ambiguidades originais capazes de marcar um estilo. 
 
ü Polissíndeto – é uma figura que consiste no uso excessivo e repetitivo de 
conjunções entre palavras e entre orações, tanto na linguagem escrita como falada. 
E as conjunções mais frequentemente repetidas são as conjunções coordenativas e, 
nem, ou. Observe: 
ü “Suspira, e chora, e geme, e sofre, e sua...”(Olavo Bilac). 
ü “Mãe gentil, mas cruel, mas traiçoeira” (Alberto de Oliveira). 
ü “Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e 
rola, e tomba, e se espedaça, e morre” (Olavo Bilac). 
 
Obs.: apesar de ser utilizado com o objetivo de aumentar a expressividade da 
mensagem, por meio da ideia de acréscimo, sucessão e continuidade, o polissíndeto 
deixa o texto mais lento e mais solene. 
 
ü Assíndeto – é uma figura que consiste na omissão reiterada de conjunções 
entre as orações. E a conjunção mais omitida é a coordenativa, a qual é 
normalmente substituída por vírgulas ou algum outro sinal de pontuação. Assim, o 
uso deste recurso resulta na construção de orações coordenadas assindéticas. 
Observe os exemplos: 
ü “Vim, [e] vi, [e] venci” (Júlio César). 
ü “O homem há de morrer como viveu: sozinho! Sem ar! sem luz! sem Deus! 
sem fé! sem pão! sem lar!” (Olavo Bilac). 
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ü “Tua raça quer partir, [e] guerrear, [e] sofrer, [e] vencer, [e] voltar”. (Cecília 
Meireles) 
 
Obs.: ao mesmo tempo em que destaca a expressividade da mensagem, o 
assíndeto possibilita a criação de um texto dinâmico, conciso e, acima de tudo, 
enérgico! 
 
ü Anáfora (ou EPANÁFORA) – consiste na repetição de palavra (ou 
expressões) no início de orações ou de versos consecutivos. É muito usada em 
quadrinhos, letras de música e literatura em geral, especialmente na poesia, com o 
propósito de realçar a mensagem, pela ênfase que é dada aos sentidos dos termos 
repetidos. Veja os exemplos: 
ü “…O que será que será? 
Que vive nas ideias desses amantes 
Que cantam os poetas mais delirantes 
Que juram os profetas embriagados” (Gonzaguinha). 
 
ü “Vi uma estrela tão alta, 
Vi uma estrela tão fria! 
Vi uma estrela luzindo 
Na minha vida vazia (Manoel Bandeira). 
 
ü pau, é pedra, é o fim do caminho 
um resto de toco, é um pouco sozinho 
um caco de vidro, é a vida, é o sol 
a noite, é a morte, é o laço, é o anzol (Tom Jobim) 
 
Atenção! 
Anáfora constitui, também, um recurso sintático e coesivo por meio do qual 
um termo faz referência a uma informação previamente mencionada. Esse termo é 
chamado nas provas de elemento anafórico. Veja um exemplo: 
ü Tício comprou uma fazenda em Minas Gerais. Ele pretende criar ali um 
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santuário ecológico. 
 
 
FIGURAS DE PENSAMENTO 
 
As Figuras de pensamento constituem processos expressivos que 
introduzem uma ideia diferente daquela que a palavra normalmente exprime. Estão, 
portanto, muito mais ligadas àquilo que revela o sentimento que o emissor quis 
provocar em seu interlocutor do que aos aspectos sintáticos relacionados à 
construção das orações. 
 
Atenção! 
As figuras de pensamento dão ênfase ao aspecto semântico da linguagem, 
ou seja, por meio da exploração do sentido das palavras, pode-se suavizar uma 
ideia, enfatizar o sentido de um termo, juntar conceitos opostos etc. 
 
Ø Eufemismo – consiste na suavização de uma ideia desagradável, por meio 
da substituição do termo exato por outro menos ofensivo ou menos inconveniente, 
sem que haja alteração do conteúdo. É um recurso essencial para que haja maior 
harmonia nas relações sociais. Observe os exemplos: 
ü O pobre homem entregou a alma a Deus. [morreu] 
ü Quem faltar com a verdade, será punido. [mentir] 
ü Quando a mais indesejada das gentes chegar... [a morte] (Manuel Bandeira) 
ü Um exemplo de eufemismo famoso (e útil, na época) na História aconteceu 
quando D. João II rebatizou o “Cabo das Tormentas” (que marca o encontro dos 
oceanos Atlântico e Índico) como “Cabo da Boa Esperança”. 
 
Obs.: o eufemismo é, muitas vezes, utilizado com um sentido pejorativo e 
inadequado, geralmente em frases que se referem à morte, que beira a 
indelicadeza. A esse artifício, dá-se o nome de DISFEMISMO. Como exemplo, 
temos frases do tipo “Ir para a terra dos pés juntos”, “Comer capim pela raiz”, “Vestir 
o paletó de madeira” etc. 
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Ø Antítese (CONTRASTE) – é a figura que salienta o confronto de conceitos 
opostos, que podem ocorrer, inclusive, de maneira simultânea numa mesma oração. 
Na antítese, os conceitos antônimos não se contradizem nem representam uma 
realidade absurda, apenas se encontram próximos, sendo que cada conceito indica 
um referente distinto. Observe: 
ü “Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz!” 
ü “Tristeza não tem fim, felicidade sim!” (Vinícius de Moraes) 
ü O mito é o nada que é tudo” (Fernando Pessoa). 
ü Quando os tiranos caem, os povos se levantam. 
 
Ø Paradoxo (OXÍMORO) – é uma figura de linguagem que se caracteriza pela 
associação de conceitos contraditórios na representação de uma só ideia. Embora 
esses conceitos possam parecer contraditórios, ilógicos, acabam formando uma 
unidade semântica aceitável, próxima da realidade. Observe: 
ü “Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar” (Caetano Veloso). 
ü “Sendo a sua liberdade / Era a sua escravidão” (Vinicius de Moraes). 
ü “Dor, tu és um prazer!” (Castro Alves). 
ü “Amor é fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente” (Luís Vaz 
de Camões). 
 
Atenção! 
O paradoxo se difere da antítese porque, no paradoxo, os termos 
contraditórios se referem à mesma ideia e na antítese os termos contraditórios se 
referem a ideias distintas. Alguns autores defendem que o termo oxímoro, por ser 
da área da Linguística, mais adequado do que paradoxo, que, por sua vez, 
pertence à área da filosofia. 
 
Ø Hipérbole – é uma figura caracterizada pelas afirmações exageradas (ou de 
formações da verdade) com o propósito de dar um efeito expressivo à mensagem. 
Esse exagero da realidade visa a intensificar ou enfatizar um sentimento ou ação. A 
hipérbole está muito presente no nosso cotidiano, na linguagem corrente,em 
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construções como: “chorar rios de lágrimas”; “dizer um milhão de vezes”; 
ü “desconfiar da própria sombra”; “morrer de rir”. 
 
Atenção! 
Uma figura de linguagem bastante utilizada na propaganda, no discurso 
publicitário, para dar ênfase a um produto ou serviço, ganhando, muitas vezes, 
uma vertente humorística, por causa do aumento exagerado (voluntário ou não) 
das características do produto ou do serviço que esteja promovendo. 
 
A hipérbole, por seu caráter enfático, está muito presente nos textos poéticos, 
como letras de música, por exemplo! Veja: 
ü “Por você eu dançaria tango no teto, / eu limparia os trilhos do metrô, / eu iria 
a pé do Rio a Salvador...” (Roberto Frejat). 
ü “Queria querer gritar / setecentas mil vezes / como são lindos / como são 
lindos os burgueses” (Caetano Veloso). 
ü “Eu quero ter um milhão de amigos / e, bem mais forte, poder 
cantar!”(Roberto Carlos) 
ü Pessoas até muito mais vão lhe amar, 
Até muito mais difíceis que eu, pra você. 
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões. 
Todos iguais (Gilberto Gil – Esotérico). 
 
Ø Personificação (ou PROSOPOPEIA) – figura de linguagem que consiste em 
atribuir características, ações e sentimentos próprios de seres humanos a seres 
inanimados e a seres irracionais. A personificação é considerada uma figura de 
pensamento porque está ligada à compreensão do texto, oral ou escrito, e tem por 
objetivo realçar a expressividade da mensagem, possibilitando a criação de um 
mundo mais poético. Observe os exemplos abaixo: 
ü “As margens plácidas do [rio] Ipiranga ouviram o brado retumbante de um 
povo heroico...” (Hino Nacional Brasileiro). 
ü “O cravo brigou com a rosa debaixo de uma sacada...” (cantiga popular) 
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ü “As casas espiam os homens / Que correm atrás das mulheres” (Carlos 
Drummond de Andrade). 
A prosopopeia é um das figuras mais usadas nos textos literários, 
principalmente fábulas e apólogos. Mas está presente, também, nas conversas 
cotidianas, por meio de expressões como “a vida é cruel”, “o carnaval da Bahia pede 
passagem”, “o Rio pede socorro!”, “a cidadezinha chora a morte...” etc. 
 
Atenção! 
A REIFICAÇÃO (do latim, RES = coisa) é uma figura de linguagem que 
consiste em dar tratamento de coisa a pessoas (embora seja considerada uma 
figura, ela é muito utilizada com sentido pejorativo). Veja os exemplos: 
ü “No Brasil de hoje, é mais fácil comprar um senador do que um vereador”. 
ü “Nas grandes cidades, os passageiros andam empilhados nos ônibus 
urbanos”. 
 
Ø Sinestesia – é uma variante de metáfora que engloba um conjunto geral de 
percepções e sensações interligadas por processos sensoriais provenientes 
de diferentes sentidos (visão, tato, olfato, paladar e audição) em uma só 
sensação. Na sinestesia, a qualidade de um sentido é atribuída a outro, 
havendo uma mescla das sensações auditivas, olfativas, gustativas, visuais e 
táteis. Veja: 
ü No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. 
ü “e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada” (Ferreira Gullar). 
ü Era uma sonoridade aveludada como a superfície de uma flor (GiulianoFratin). 
 
Atenção! 
Na sinestesia, a qualidade de um sentido é atribuída a outro, havendo uma 
mescla das sensações auditivas, olfativas, gustativas, visuais e táteis. 
 
Ø Ironia – consiste em expressar ideias ou pensamentos com sentidos 
contrários, de modo que apresentem um sentido diferente do habitual e produzam 
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um efeito sutil de humor. Com a correta entonação, o falante sugere quais termos 
estão sendo usados ironicamente, demonstrando ao mesmo tempo graça e irritação, 
bem como desagrado com uma situação que pretende satirizar e/ou depreciar. 
Observe os exemplos: 
ü “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis...” (Machado 
de Assis). 
ü O ministro foi sutil como uma jamanta e delicado como um “hipopótamo”. 
ü A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças” (Monteiro 
Lobato). 
ü “Moça linda bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: um 
amor!” (Mário de Andrade) 
 
Ø Gradação (ou CLÍMAX) – ocorre quando se encadeiam ideias (semelhantes 
ou não) numa escala progressiva, aportando maior intensidade à expressão. Na 
gradação, os termos da oração são fruto de hierarquia: vêm em ordem crescente ou 
decrescente. 
Seguindo uma ordem crescente (CLÍMAX), a gradação apresenta uma 
progressão ascendente, intensificando e exagerando a mensagem transmitida: 
ü “Pisadas, espezinhadas, ameaçadas. Desprotegidas e exploradas. Ignoradas 
da Lei, da Justiça e do Direito” (Cora Coralina – Mulher da Vida). 
ü “As pessoas chegaram à festa, sentaram, comeram e dançaram”. 
Seguindo uma ordem decrescente (ANTICLÍMAX), a gradação apresenta uma 
progressão descendente, suavizando a mensagem transmitida: 
ü Estava longe; hoje, perto; agora, aqui. 
“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada” (Monteiro Lobato). 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARAÚJO, Vânia. Semântica. Disponível em: 
http://www.grancursosonline.com.br.Acesso em: 14 Jun. 2018. 
 
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. revista, ampliada e 
atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2009. 
 
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES,Thereza Cochar / CLETO,Ciley. Conecte – 
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Prof.ª ANDRÉIA BRAGA 
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Gramática Reflexiva. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2013. (Coleção Projeto Conecte). 
 
CUNHA, Celso; Cintra, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 
5 ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008. 
 
SEVERINO, Antônio Joaquim. A Organização da Vida de Estudos 
naUniversidade. IN: Metodologia do Trabalho Científico. 22. São Paulo: 
Cortez, 
2007. 
 
TELLES, Vinícius. Redação e Gramática revisada e atualizada. 4 ed. Curitiba: 
BNL, 2009. 
 
TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. 6 ed. São Paulo: Scipione, 2011. 
 
ZAMBELLI, Carlos. Semântica. Disponível em: www.acasadoconcurseiro.com.br. 
Acesso em: 11 Jun. 2018. 
 
ZAMBELLI, Carlos. Denotação e conotação. Disponível em: 
www.acasadoconcurseiro.com.br. Acesso em: 11 Jun. 2018.

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