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MÉTODOS PARA INSERIR CONCEITOS DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
FERREIRA, Luciana Aparecida �
RU: 707742
FELISBERTO, Lidiane Gomes dos Santos �
RESUMO
Este trabalho, em formato de artigo científico, possui como objetivo investigar e pesquisar métodos capazes de despertar o interesse das crianças para questões ambientais e atitudes sustentáveis. A metodologia escolhida para ser utilizada na elaboração deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica qualitativa sobre o tema, além de serem utilizadas observações feitas durante o período de estágio supervisionado em uma escola da cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. Foi feita uma revisão bibliográfica para relatar a situação ambiental nos dias atuais e como as atividades relacionadas à sustentabilidade são tratadas hoje dentro da sala de aula pelos professores e alunos. Através de artigos, livros, periódicos e sites, foi pesquisado sobre métodos já utilizados para este fim. Também foram elucidadas novas propostas de técnicas diversificadas para estimular as crianças a gostarem do meio ambiente desde cedo, sendo que tais métodos podem ser utilizados em qualquer escola que possua a modalidade de educação infantil. 
Palavras chave: Métodos. Meio Ambiente. Sustentabilidade. Educação Infantil.
1 INTRODUÇÃO 
Inserir conceitos de meio ambiente e sustentabilidade na educação infantil é importantíssimo. Crianças que possuem maior contato com as questões ambientais tendem a se tornarem adultos que tomam mais atitudes sustentáveis. A relação estreita, entre a sociedade e o meio ambiente, vem se tornando uma das principais preocupações mundiais, tanto no campo das políticas públicas quanto no da produção de conhecimento, dentro das salas de aula. A mudança no pensamento, se começada desde cedo, traz inúmeros benefícios visto que a utilização indiscriminada dos recursos naturais tem ocasionado danos irreparáveis ao ambiente, comprometendo também a qualidade de vida na Terra. A criança, que tem contato com questões ambientais na sua primeira infância, aprende conceitos sobre cidadania e visão coletiva.
O despertar da cidadania, em relação aos alunos, é um dos momentos cruciais para a vindoura sociedade. Quando o entendimento sobre direitos e deveres supera os interesses individuais, o resultado é uma nova visão de mundo, com valores coletivos, inclusive em relação aos cuidados com o meio ambiente para resguardar as futuras gerações. É necessário que as escolas de educação infantil contribuam para a criação de um novo relacionamento dos estudantes com o meio onde se encontram e com a sociedade em geral. 
Novas metodologias para a inserção deste conceito são bem vindas às salas de aula, assim como professores com formação contínua na área de Educação Ambiental (EA). Os professores precisam estar em constante evolução para conseguir ensinar de forma efetiva sobre as questões ambientais. O objetivo geral desse artigo científico é investigar métodos capazes de despertar o interesse das crianças para questões ambientais e atitudes sustentáveis. Para que o objetivo estipulado seja atingido, será pesquisado sobre os conceitos gerais e como está a situação do meio ambiente nos dias atuais. Como o tema é tratado dentro das salas de aulas também será explanado. Serão mostradas as leis referentes à Educação Ambiental, assim como os métodos utilizados atualmente por professores para estimular o aprendizado de sustentabilidade nos alunos da educação infantil. 
Neste artigo científico, para esclarecer de forma efetiva o tema, foi descrito diversos tópicos importantes no desenvolvimento. Serão apresentados conceitos importantes na sessão 2.1, a fim de que o leitor compreenda com mais facilidade os termos apresentados durante a elaboração desse trabalho. Já na sessão 2.2 será mostrado um levantamento sobre como está o meio ambiente na atualidade, destacando aspectos sobre a degradação ambiental no país. Na sessão 2.3 será abordado como a EA é disposta nas leis e outros documentos oficiais, para evidenciar o quanto tal assunto é importante na legislação brasileira. Finalmente, na sessão 2.4 serão apresentadas metodologias já utilizadas em salas de aula, estudadas através de artigos publicados, assim como será descrita uma proposta de tarefa sobre educação ambiental que pode ser aplicada em qualquer escola de educação infantil.
2 MÉTODOS PARA INSERIR CONCEITOS DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na atualidade há uma urgente necessidade de mudança de hábito. Existem muitas injustiças ambientais sendo que o meio ambiente é visto como objeto de exploração, muita das vezes indiscriminada (SECAD, 2007, p14). É dever da escola incluir no plano de ensino matérias relacionadas com o meio ambiente e sustentabilidade, conforme cita a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD):
A educação ambiental assume assim a sua parte no enfrentamento dessa crise radicalizando seu compromisso com mudanças de valores, comportamentos, sentimentos e atitudes, que deve se realizar junto à totalidade dos habitantes de cada base territorial, de forma permanente, continuada e para todos. Uma educação que se propõe a fomentar processos continuados que possibilitem o respeito à diversidade biológica, cultural, étnica, juntamente com o fortalecimento da resistência da sociedade a um modelo devastador das relações de seres humanos entre si e destes com o meio ambiente. (SECAD, 2007, p14).
No ambiente escolar, nas séries iniciais, é feito um dos primeiros passos para a conscientização dos futuros cidadãos em relação ao meio ambiente e sustentabilidade, por isso a Educação Ambiental (EA), quando é interdisciplinar, tem grande impacto para a sociedade como um todo. “A inserção da EA na formação de jovens pode ser uma forma de sensibilizar os educandos para um convívio mais saudável com a natureza” (MEDEIROS et al., 2011, p6). Para que as crianças absorvam o conhecimento, ele precisa ser repassado com uma didática que chame a atenção e ensine ao mesmo tempo.
2.1 CONCEITOS IMPORTANTES
Esclarecer conceitos importantes é necessário para a compreensão deste trabalho. Iniciando com o termo meio ambiente, ele é “o complexo de elementos e fatores físicos, químicos, biológicos e sociais que interagem entre si, com reflexos recíprocos afetando de forma direta e, muitas vezes visível, os seres vivos” (SAPORI; SOUZA, 2015, p. 114). Já de acordo com o manual de educação ambiental, ele é definido como um conjunto de condições que permitem, abrigam e regem a vida em todas as suas formas (BRASIL, 2005). Meio ambiente engloba elementos abióticos, como energia solar, solo, água e ar, e bióticos, como organismos vivos, os quais se integram no planeta.
Por ser abrigo de tantas vidas, o meio ambiente necessita ser preservado, pois reflete o que lhe é feito. “A ação humana é o que define a qualidade do mesmo e, infelizmente, o que vemos no planeta é um abuso desnecessário dos recursos naturais. A necessidade do consumo é uma das maiores responsáveis por esse abuso” (SOUZA e BORGES, 2015, p. 256). O aumento no consumo gera diversos problemas como elevação no consumo de energia, água, mineral entre outros. Há muita poluição da água e do ar. Contaminação e o desgaste do solo. Animais e espécies vegetais estão cada dia mais entrando em extinção devido mudanças climáticas e ações humanas. “Para tentar enfrentar estes problemas surgiram muitas propostas de política ambiental, como consumo verde, consciente, ético, responsável ou sustentável” (BRASIL, 2005, p. 14). 
Dentro desse segmento, se destaca o termo sustentável, visto que muito se é falado sobre sustentabilidade atualmente. Sustentabilidade é a habilidade para sustentar-se e/ou manter-se e desenvolvimento sustentável são aas ações que equilibram a melhoria na qualidade de vida com a capacidade de produção dos ecossistemas, os quais necessitaram para viver, como a natureza em geral (MIKHAILOVA, 2004). O consumo sustentávelé algo a ser buscado. As inovações tecnológicas podem estar associadas ao desenvolvimento sustentável. Mudanças nas escolhas individuais de consumo podem fazer com que os padrões e os níveis de consumismo se tornem mais conectadas às questões ambientais. “Mais do que uma estratégia de ação a ser implementada pelos consumidores, consumo sustentável é uma meta a ser atingida” (BRASIL, 2005, p.19). 
Pelo motivo da educação ambiental (EA) ser necessária dentro do contexto escolar desde a primeira infância, Souza e Borges (2015, p. 253) afirmam que o trabalho com Educação Ambiental “é necessário desde os primeiros anos do ser humano e pode ocorrer de diversas formas e em diversos ambientes, contudo, é na escola que ele se formaliza e, na maioria das vezes, onde gera melhores resultados”. A Educação Ambiental, de acordo com os autores deve estar na rotina escolar e ser colocada de forma interdisciplinar, buscando interagir o aluno como o meio (SILVA; SOUZA, 2015).
EA está no processo educativo voltado para a participação de todos os seus atores para a construção de uma nova mentalidade que contemple além das aspirações socioeconômica, também um mundo ambientalmente sadio e equilibrado. (GRZEBIELUKA et al, 2014). Para que a EA seja efetivada, o docente necessita, além de formação continuada, ter uma didática que estimule os alunos sobre a importância do tema. “Podemos conceituar Didática sob duas perspectivas: como um saber, um ramo do conhecimento e, portanto, uma ciência com seu próprio objeto, e como uma disciplina dos cursos de formação de professores” (RAMOS, 2012, p. 2). A educação ambiental é consideradas como uma disciplina que pode unificar a teoria à prática:
Ela é uma disciplina integradora que faz a ligação entre a teoria e a prática. Ordena e estrutura teorias e práticas em função do ensino. Um professor que pretende realizar com sucesso o seu trabalho, vendo acontecer justamente o objetivo do ensino, que é proporcionar a aprendizagem ao seu aluno, certamente não dispensará o conhecimento de toda a teoria que dá suporte ao fazer pedagógico consciente (RAMOS, 2002, p, 2).
A didática para EA é fundamentada em conceitos da psicologia, pedagogia, filosofia e da sociologia, as quais são áreas do conhecimento que explanam sobre a complexidade de se ensinar e aprender (RAMOS, 2002). Um professor deve sempre estar atento à didática adotada, a fim de que sua escolha beneficie o aprendizado das crianças.
2.2 MEIO AMBIENTE NA ATUALIDADE
Atualmente, o meio ambiente está sendo muito degradado. “A natureza está se alterando por causa das intervenções desastrosas causadas pelo ser humano. A ambição desenfreada e a desvalorização da vida têm contribuído muito para a destruição do meio ambiente” (CARDOSO, 2009, p. 1). Muitos são os problemas ambientais de alcance mundial, como por exemplo, chuva ácida, aquecimento global, desmatamento, problemas com as águas, e lixo. “A chuva ácida é provocada principalmente pela atividade humana através da industrialização e uso de transportes que usam combustíveis fósseis” (CARDOSO, 2009, p. 1).
Já o aquecimento global ocorre principalmente devido a grande quantia de poluentes emitidos diariamente. “As conseqüências disso são terríveis, pois leva ao aumento do número de furações, desertificação, ondas violentas de calor e derretimento das calotas polares” (CARDOSO, 2009, p. 1). O desmatamento é outro problema, que causa degradação do solo, extinção de várias espécies e inúmeros danos ao clima. 
A poluição das águas tem crescido nos últimos anos “e com isso aumenta os casos de doenças veiculadas pela água, intoxicação por metais pesados e gastos para o tratamento da mesma” (CARDOSO, 2009, p. 1). O lixo, quando não destinado de forma correta, traz mau cheiro, pode poluir rios e mares, atrai ratos e insetos transmissores de doenças, e, além disso, pode contaminar os solos. 
No Brasil, há muitos desses problemas descritos. “O povo brasileiro não costuma tratar adequadamente o seu ambiente natural. O resultado disso é que o caos, costumeiramente, prevalece” (SUASSUNA, 2006, p. 1). São inúmeras conseqüências negativas dessas atitudes como enchentes decorrentes da obstrução das galerias pluviais pelo lixo jogado nas ruas pela população. “Querer livrar-se do lixo de forma inadequada jogando-o simplesmente na rua é conseqüência direta da falta de preparo da população nas questões referentes à preservação de seu ambiente natural” (SUASSUNA, 2006, p. 1). Através da educação ambiental, e do cumprimento das leis pertinentes ao tema, procura-se mudar essa realidade de degradação do meio ambiente.
2.3 LEIS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O direito brasileiro possui diversas leis que regulamentam sobre o meio ambiente. Foi publicada no ano de 1979 a Lei 6.766. Nela são estabelecidas regras sobre o loteamento urbano, que proíbe a divisão de lotes para venda em áreas de preservação ecológica (BRASIL, 1979). Já em 1981, foi regulamentada a Lei 6.938 que divulga a política e o sistema nacional do meio ambiente. Nesta lei há o preceito de promoção da “educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente” (BRASIL, 1981).
A Lei 7.347/85 divulga a opção de solicitar uma ação civil pública de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados ao meio ambiente (BRASIL, 1985). O documento oficial, Lei 9.394 de 1996, constitui as bases da educação nacional e difunde valores fundamentais à sociedade dentro do ambiente escolar, inclusive sobre o meio ambiente (BRASIL, 1996). 
Educação ambiental, regularizada pela Lei 9.795/99, fala sobre a política nacional de EA em diversos aspectos. Nessa lei é dito que a EA “um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal” (BRASIL, 1999, p.1). Além das leis citadas existem vários outros documentos legais não descritos neste trabalho. 
2.4 MÉTODOS PARA INSERIR CONCEITOS DE MEIO AMBIENTE NAS AULAS
São muitos os métodos possíveis para serem utilizados na transmissão do conhecimento sobre meio ambiente. As atividades de educação ambiental, trabalhadas através de uma didática lúdica, podem promover uma socialização entre as crianças e o tema de forma mais efetiva. As interações entre ensinamentos e práticas ajudam a ultrapassar barreiras que atrapalham o aprendizado e o desenvolvimento humano. “O lúdico na educação infantil pode fazer com que a criança aprenda brincando e não sinta o peso de ser responsável pela construção de seu próprio conhecimento” (BARRA e SILVA, 2015, p. 138). 
A ludicidade deve ser utilizada como um recurso ao ensinar sobre EA, pois o lúdico, se utilizado de forma correta pode ser um recurso facilitador do aprendizado (BARRA e SILVA, 2015). Crianças aprendem de forma mais eficaz e rápida através de atitudes que lhes chamam atenção, como as brincadeiras. Ao utilizar-se do lúdico, o professor conduz a uma aula mais prazerosa e estimulante, o que pode promover o processo de ensino aprendizagem de forma facilitada. “Pela utilização de brinquedos, brincadeiras e jogos, as crianças poderão se sentir, mais estimuladas e motivadas para aprender educação ambiental” (BARRA e SILVA, 2015, p. 138). Por esse motivo é tão importante buscar o lúdico nas aulas.
Uma metodologia já utilizada dentro de escolas, para conscientizar os alunos em relação ao meio ambiente, é a ensinar sobre a reciclagem. Um projeto feito em Belo Horizonte/MG, intitulado ‘Reciclagem: Ênfase em Garrafas PET e Frascos de Plástico’ é um exemplo viável para ser também feito em outras diversas escolas infantis (OLIVEIRA e PEREIRA, 2015). A primeira etapa desse projeto de reciclagem, que foi aplicado com alunos da educação infantil, foi a exposição através de slides de obras de arte feitas com material reciclável, como frascos plásticos e garrafas PET.
 Apresentar as obras foi uma forma para “estimularos alunos a terem criatividade e poderem confeccionar em casa uma obra como as vistas por eles e a serem apresentadas no dia de uma gincana que aconteceu na escola” (OLIVEIRA e PEREIRA, 2015, p. 104). Os objetos artísticos foram confeccionados não só pelos alunos, mas também envolveu os familiares na tarefa.
Na segunda etapa do projeto, uma história sobre o meio ambiente foi contada pelos professores e um folheto de conscientização elaborado. “Para frisar a ideia de preservação transmitida pelo personagem, os alunos confeccionaram um folheto que foi entregue aos seus familiares, com o objetivo de conscientização ambiental” (OLIVEIRA e PEREIRA, 2015, p. 104). 
No fim do projeto, na terceira etapa, uma horta vertical foi produzida na escola usando as garrafas PET que os alunos trouxeram de casa. A horta foi escolhida por unir na prática conceitos sobre reciclagem e preservação do meio ambiente. “As garrafas foram cortadas e perfuradas, de maneira que fosse possível colocar a terra e amarrar essas garrafas em uma tela dos fundos da escola” (OLIVEIRA e PEREIRA, 2015, p. 104). Nesse processo foram necessárias garrafas PET, estilete, barbante, terra, pá de jardim, tesoura, enxada, esterco, mudas de hortaliças, água e regadores.
Outro projeto relacionado a essa questão de plantios foi realizado na cidade de Ponta Grossa, no estado do Paraná. As informações relacionadas a esse projeto foram obtidas através de um artigo que tem como título: “Cores, cheiro e sabores: a reestruturação do espaço ocioso” (GRZEBIELUKA et al, 2014). O projeto tem como objetivo dar oportunidade as crianças para aprender a sobre o cultivo de diversas plantas. Segundo os professores envolvidos no projeto, a necessidade de sua elaboração foi observada durante a transformação ocorrida no espaço dentro da escola, de um local sem função para hortas e jardins.
Os alunos da educação infantil contribuíram, juntamente com os professores, para a transformação do espaço vazio e sem utilidade em hortas e pequenos jardins. As crianças tiveram grande autonomia e puderam escolher os plantios que seriam realizados. Elas optaram por cultivar alguns temperos, verduras e flores (GRZEBIELUKA et al, 2014). A pesquisa iniciou-se com estudos teóricos ainda em sala de aula das cores e alimentação saudável. “As professoras perceberam que as crianças demonstravam muito interesse pelos assuntos e que os mesmos não seriam esquecidos tão cedo” (GRZEBIELUKA et al, 2014, p. 9). Através das cores que se destacam em um jardim, do cheiro de algumas flores e do sabor de algumas verduras os alunos aprendiam sobre meio ambiente. Ao longo do projeto os alunos experimentaram sentimentos e sensações provenientes do ato de cultivar a terra, além de acompanhar com entusiasmo o crescimento das plantas.
Esse projeto de restauração do espaço ocioso se destaca por sua contribuição à evolução dos conceitos de meio ambiente, sem haver muitos gastos financeiros, visto que muitas escolas não possuem recursos para implementar atividades que demandam custos excessivos. Durante o estágio supervisionado, foi observado que falta uma maior participação dos pais durante o processo educacional dos discentes. Demonstrar interesse pela vida escolar dos filhos é fundamental para o processo de aprendizagem das crianças. Com a percepção que pais e familiares têm interesse por seus estudos e experiências, a criança sente-se amada, valorizada, e desenvolve-se com mais segura e autoestima elevada (FERREIRA, 2017). De acordo com o mesmo autor o acompanhamento dos pais em relação a rotina escolar da criança é muito benéfico:
Acompanhar o crescimento educacional dos filhos aumenta suas habilidades sociais e diminui a chance de problemas comportamentais. Quanto maior o envolvimento dos pais nas experiências escolares das crianças, mais facilidade de fazer amigos elas terão! Sendo assim, quanto mais os pais conversam sobre a escola, visitam o local, se envolvem com as lições e os trabalhos e incentivam o progresso educacional dos filhos em casa, melhores serão suas habilidades sociais (FERREIRA, 2017, p. 1).
A participação da família na vida escolar dos seus filhos os levam à adquirir qualidades como um maior autocontrole e comportamento cooperativo com as demais pessoas em sua volta. Os pais e/ou responsáveis necessitam entender que acompanhar a vida escolar das crianças não significa apenas cobrar resultados das mesmas. Acompanhar é muito mais do que isso, é estimular, motivar, valorizar, ensinar, conversar, prestigiar, discutir, e acima de tudo ajudar quando for preciso (FERREIRA, 2017). Quando a criança se sente acolhida, ela se estimulada mais para aprender e aproveitar todas as oportunidades que a escola promove. Neste processo ganha a criança, a família, a escola e toda a sociedade.
Diante dessa observação, uma proposta de projeto sobre área de meio ambiente que pode ser aplicado em qualquer escola é o “Mudança de atitude: da escola pra sociedade” onde serão repassadas tarefas para os estudantes que estimulem novas atitudes ambientais dentro da família. Tarefas como a separação do lixo no lar do estudante, é um exemplo. Essa coleta seletiva é a separação e recolhimento do o lixo seco, que pode ser reaproveitado, separando-o do lixo orgânico (LOUREDO, 2018).
Outra tarefa que pode ser aplicada é incentivar o consumo consciente. A atividade consiste em abaixar o consumo de energia elétrica e água da casa, sendo que, para ela ser cumprida, o discente deve mostrar duas contas de meses consecutivos, contendo gastos decrescentes. Os consumidores podem priorizar atitudes de consumo que trarão impactos positivos e, desta forma, contribuir para a construção de um mundo mais sustentável (MMA, 2018). 
Para que o projeto tenha bons resultados, os pais e demais familiares precisam estar comprometidos com as tarefas a serem feitas por todos. Outro afazer que pode ser solicitado dentro do projeto é, que em um dia pré-agendado, o discente leve como lanche algum alimento que seria desperdiçado em outras circunstâncias. Por exemplo, “com cascas de fruta (maçã, laranja, goiaba e abacaxi) você pode preparar um maravilhoso chá e também um saboroso suco. Essas bebidas também podem ser aproveitadas para substituir ingredientes líquidos no preparo de bolos” (IDEIAS NA MESA, 2013, p. 17). Atitudes como essas citadas farão toda a diferença na formação de cidadãos conscientes no presente e no futuro.
2.5 METODOLOGIA
 
Este trabalho foi feito utilizando-se pesquisas bibliográficas qualitativas sobre o tema. Também foi exposto sobre o conhecimento adquirido através do estágio, feito em uma escola municipal de Ouro Preto, em Minas Gerais, além de toda teoria aprendida no decorrer do curso de pedagogia. Uma revisão bibliográfica foi utilizada, sendo que ela também pode ser chamada de revisão de literatura. Ela é “feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites” (FONSECA, 2002, p. 32).
O uso do método de revisão de literatura foi possível através dos estudos em livros, sites sobre o tema, artigos, monografias, documentos legais, banco de trabalhos de universidades, entre outras fontes de conhecimento. Para relatar a situação ambiental nos dias atuais e como é abordado o tema nas salas de aula, houve uma pesquisa principalmente em artigos que mostravam boas práticas já utilizadas. 
Essa pesquisa bibliográfica é considerada qualitativa, pois o estudo tem o teor predominantemente qualitativo, sem envolver coleta de dados quantitativos. A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão do tema pesquisado (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
Foi dado destaque aos conceitos, verificação dos aspectos atuais sobre o tema, leis que regulamentam as atividades que possuem algum impacto ambiental, e, principalmente, foram mostrados os procedimentos já feitos em escolas e aprovados pelos alunos e toda comunidade. Para a escolhados projetos já realizados, para embasar esse artigo, buscou-se identificar aqueles que não precisavam de muito incentivo financeiro, visto que muitas escolas não dispõem de investimentos para compra de materiais a serem utilizados em sala de aula, principalmente as escolas custeadas pelo poder público.
A proposta de uma nova técnica para estimular as crianças a gostarem do tema foi feita observando necessidades de melhoria durante o estágio supervisionado. As atividades englobam a presença mais constante da família no meio escolar, pois também no estágio foi perceptível que muitos pais e/ou responsáveis não acompanham de forma efetiva a evolução de aprendizagem dos filhos. A proposta visa unificar os conceitos de meio ambiente e melhorar a participação familiar na comunidade escolar.
Os procedimentos utilizados para a elaboração do TCC foram vários. Inicialmente optou-se pelo tema proposto e a pesquisa científica foi iniciada. Foram feitas diversas pesquisas para a seleção dos textos utilizados como referenciais, elaborando o artigo tendo eles como base. 
 
REFERÊNCIAS
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� Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. 1°-2018
� Professor orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.

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