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Aula 2 FARO - ENGENHARIA DE DEMOLIÇÃO

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FACULDADE DE RONDONIA - FARO 
 
Aula 02 14 de fevereiro de 2014 
Disciplina Construção Civil II 
Professor Ivan Paes de O. Souza 
 
ENGENHARIA DE DEMOLIÇÃO 
 
01- Legislação Vigente 
 
Neste capítulo, além de tratar da legislação vigente, no âmbito Municipal, Estadual e 
Nacional, relativo ao tema estudado, serão também analisadas as normas técnicas 
existentes e relacionadas com os RCD. 
 
02- Nacional 
 
Durante muito tempo as leis ambientais brasileiras se preocuparam quase que 
exclusivamente com questões como a preservação de espécies em extinção, 
desmatamentos, entre outras. 
O primeiro instrumento legal a ser considerado para uma análise na área de resíduos 
sólidos é a Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 30 estabelece como 
competência do município “organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessão 
ou permissão os serviços públicos de interesse local”. 
Existe também a Lei 9.605 de 1998, Lei de Crimes Ambientais-LCA, que faz menção à 
área de resíduos sólidos, entretanto o dispositivo está mais associado ao resíduo 
industrial, já que em seu art. 54 ele trata como atividade lesiva ao meio ambiente, e 
portanto passiva de multas e sanções penais, a poluição de qualquer natureza em níveis 
tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a 
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora. 
No caso dos Resíduos Sólidos Urbanos – RSU, existe atualmente uma maior abundância 
de dispositivos legais, uma vez que foi criado através da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 
1981, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, que além de outras 
competências, é responsável por estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao 
controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente através de suas resoluções. 
No que se refere aos resíduos provenientes de atividades da indústria da construção civil, 
somente a partir de janeiro de 2003, quando entrou em vigor a Resolução nº 307 do 
CONAMA, é que se passou a ter um dispositivo legal capaz de tratar questões específicas 
dos RCD. Tal Resolução estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão 
dos resíduos de construção, definindo e ressaltando a responsabilidade do gerador sobre 
os seus resíduos. 
O3 
Dentre os muitos aspectos tratados pela Resolução nº 307 do CONAMA, pode-se 
destacar alguns pontos: Que pontos são esses? 
· a classificação dos resíduos da construção de acordo com o seu potencial para 
reutilização e reciclagem (Art. 3º); 
· a proibição da disposição dos resíduos da construção em aterros de resíduos 
domiciliares (Art. 4º); 
· a obrigatoriedade da elaboração, como instrumento de gestão dos resíduos de 
construção, do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
(Art. 5º), o qual deverá incorporar: 
 
 
 
 
 
 
- Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser 
elaborado, implementado e coordenado pelos municípios e pelo Distrito Federal, e deverá 
estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades 
dos pequenos geradores (Art. 7º); - projetos de gerenciamento dos resíduos da 
construção civil, que deverão ser elaborados e implementados pelos grandes geradores e 
terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para manejo e destinação 
ambientalmente adequados dos resíduos (Art. 8º). 
 
03-. Estadual 
 
De uma maneira geral as leis estaduais vigentes no Brasil, tratam de forma global a 
questão dos resíduos sólidos, estabelecendo critérios e proibições para seu 
acondicionamento, transporte e disposição final. 
Dessa forma, pode-se destacar na esfera Estadual, a Resolução SMA nº 41, de 17 de 
outubro de 2002, que dispõe sobre procedimentos para o licenciamento ambiental de 
aterros de resíduos inertes e da construção civil no Estado de São Paulo. De acordo com 
Resolução, fica sujeito ao licenciamento ambiental no âmbito estadual (SMA - Secretaria 
do Estado de Meio Ambiente) a construção de aterros para inertes cuja capacidade total 
seja superior a 100.000 m3 e que recebam um volume diário superior a 150 m3, devendo 
portanto os demais casos serem licenciados pela CETESB – Companhia de Tecnologia 
de Saneamento Ambiental. 
 
04- Municipal 
 
Além das leis e decretos municipais que tratam dos resíduos sólidos urbanos de uma 
forma geral e aquelas que tangem ao transporte e disposição desses resíduos, algumas 
cidades brasileiras possuem legislação própria para a questão dos RCD. 
Na Cidade do Recife o Decreto nº 18.082/98, que regulamenta a Lei nº 16.377/98, trata do 
transporte e disposição de resíduos de construção civil e outros resíduos não abrangidos 
pela coleta regular. 
Dentre os muitos pontos abordados por essa lei, pode-se destacar a proibição da 
utilização de áreas de particulares para o destino final dos resíduos oriundos da 
construção civil sem a prévia autorização da Empresa Municipal de Limpeza Urbana – 
EMLURB, mesmo antes da mesma ser determinada pela Resolução CONAMA nº 307. 
A partir de 2002, com a Resolução CONAMA nº 307 alguns municípios elaboraram leis e 
decretos voltados diretamente para os resíduos da construção civil. 
A exemplo disso têm-se o Decreto 42.217 do município de São Paulo, de 24 de julho de 
2002, que regulamenta o uso de áreas destinadas ao transbordo e triagem de resíduos de 
construção civil e resíduos volumosos. Através deste Decreto, são criados: 
· Pontos de Entrega voluntária, destinados ao recebimento de pequenos volumes (até 
1m3) de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos; 
· Áreas de Transbordo e Triagem de Resíduos da Construção Civil – ATT’s, implantadas e 
operadas por particulares interessados, cuja licença para funcionamento é expedida pelo 
Departamento de Aprovação das Edificações - APROV, da Secretaria da Habitação e 
Desenvolvimento Urbano – SEHAB. 
Na Cidade do Recife, foi elaborada a Lei nº 17.072, de 04 de janeiro de 2005, que 
estabelece as diretrizes e critérios para o Programa de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil. Pode-se ressaltar dentre os seus artigos: 
· a definição do grande gerador como aquele que gera um volume de RCD superior a 
1,0 m3/dia, ficando os demais enquadrados como pequenos geradores; - a proibição da 
disposição de resíduos da construção civil, em qualquer volume, e resíduos provenientes 
 
 
 
 
 
 
de podação e jardinagem, em volume superior a 100 litros/dia, para a coleta domiciliar 
regular (tal artigo altera o volume estabelecido pela Lei 16.377/98, que era de 300 
litros/dia);- a obrigatoriedade da classificação, separação e identificação dos resíduos 
gerados em atividades de construção deve ser feita no local de origem, em obediência ao 
que determinam as resoluções do CONAMA; - a obrigatoriedade de obtenção da licença 
de operação (para início de suas atividades) e para tanto submeter à aprovação do órgão 
gestor da limpeza urbana deste Município o respectivo Projeto de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil, para cada uma das unidades instaladas (canteiros de 
obras), tendo como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e 
destinação ambientalmente adequados dos resíduos gerados na atividade;- o Projeto de 
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil comporá o acervo de documentos 
apresentados na solicitação de Alvará junto a Secretaria de Planejamento; 
 
05- Normas Técnicas 
 
Com o despertar da sociedade para a importância da questão dos resíduos provenientes 
de atividades de construção e a conseqüente percepção da ineficácia dos modelos de 
gestão normalmente adotados pelos municípios, houve a necessidade de adoção de 
novas práticas nas cidades brasileiras. 
04 
No sentido de padronizar e normatizar essas ações foi criada uma série de normas 
técnicas voltadaspara o tema dos RCD, sendo elas:- NBR 15.112/04 – Resíduos da 
construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para 
projeto, implantação e operação; - NBR 15.113/04 – Resíduos sólidos da construção civil 
e resíduos inertes. Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação; - NBR 
15.114/04 – Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de Reciclagem. 
Diretrizes para projeto, implantação e operação; - NBR 15.115/04 – Agregados reciclados 
de resíduos sólidos da construção civil. 
Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos; - NBR 15.116/04 – Agregados 
reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo 
de concreto sem função estrutural – Requisitos. 
Vale salientar ainda que encontra-se em fase de elaboração uma norma técnica cujo 
objetivo é estabelecer os requisitos básicos para utilização de agregados reciclados de 
RCD em concretos com função estrutural. 
 
06- Gestão dos RCD no Brasil 
 
O termo gestão pode ser definido como o uso prudente de um meio para alcançar um fim 
(KARTAM et al., 2004). No caso dos resíduos provenientes de atividades relacionadas à 
indústria da construção civil, nem sempre o termo “gestão” vem sendo empregado de 
forma correta, já que além de, na maioria das vezes, os meios utilizados não serem 
prudentes, os fins quase nunca são alcançados em sua plenitude. 
O modelo de gestão comumente adotado pela maioria das cidades brasileiras para os 
RCD é o corretivo, que se caracteriza por englobar atividades não preventivas, repetitivas 
e custosas, que não surtem resultados adequados, e são, por isso, profundamente 
ineficientes. Dessa forma, pode-se caracterizar a Gestão Corretiva como uma prática sem 
sustentabilidade (EDUFBA, 2001). 
Este modelo de gestão acarreta efeitos “perversos” uma vez que a prática contínua de 
aterramento, nos ambientes urbanos, com volumes tão significativos, elimina, 
progressivamente, as áreas naturais (várzeas, vales, mangues e outras regiões de 
 
 
 
 
 
 
 
baixada), que servem como escoadouro dos elevados volumes de água concentrados nas 
superfícies urbanas impermeabilizadas (EDUFBA, 2001). 
Porém, tal realidade vem dando sinais de mudanças, uma vez que, segundo PINTO (1999), 
a intensidade de geração de resíduos e a extensão dos impactos por ele causados nas 
áreas urbanas apontam claramente para a necessidade de ruptura com a ineficácia da 
Gestão Corretiva. A gestão dos espaços urbanos em municípios de médio e grande porte 
não mais comporta intervenções continuamente emergenciais e coadjuvantes das reações 
de geradores e coletores à ausência de soluções. 
Enquanto a Gestão Corretiva constitui, em ampla maioria dos municípios, um sistema de 
coleta “às avessas” com os geradores e coletores de pequeno porte, muitas vezes 
definindo os locais onde é mais racional a disposição dos RCD, a chamada Gestão 
Diferenciada reconhece essas características e a partir delas define uma logística e 
estratégias para atração eficiente desses resíduos (PINTO, 1999). 
De acordo com a Resolução CONAMA nº 307, a estrutura de gestão de resíduos da 
construção civil deve seguir o esquema apresentado.. 
Estrutura de gestão dos resíduos, conforme a Resolução CONAMA Nº 307 (OH, et al., 
2003). Pode-se observar ainda na Figura 1 que dentro da estrutura proposta, estão 
presentes práticas como a da reciclagem e reutilização dos RCD, assim como o 
atendimento a exigências normativas específicas para tais resíduos. Tais ações são 
típicas de uma Gestão Diferenciada, cujos princípios básicos, segundo PINTO (1999), 
são: Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos 
Pequenos Geradores Grandes Geradores 
Resíduos da Construção Civil 
Aterros de Resíduos da Construção Civil 
Área de destinação temporária dos RCD 
Reciclagem ou Reutilização Dos RCD 
Exigências Específicas e Normativas 
Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos 
Projetos de Gerenciamento de Resíduos 
· Captação máxima dos resíduos gerados, através da constituição de redes de áreas de 
atração, diferenciadas para pequenos e grandes geradores/coletores; 
· Reciclagem dos resíduos captados, em áreas perenes especialmente definidas para a 
tarefa; · Alteração de procedimentos e culturas, no tocante à intensidade de geração, à 
correção da coleta e disposição e às possibilidades de utilização dos resíduos reciclados. 
Ainda segundo PINTO (1999), os objetivos gerais da Gestão Diferenciada dos resíduos 
de construção e demolição são: 
· Redução dos custos municipais com a limpeza urbana, com a destinação dos resíduos 
 e com a correção dos impactos ocorrentes na Gestão Corretiva; 
· Disposição facilitada de pequenos volumes de RCD gerados; 
· Descarte racional dos grandes volumes gerados; 
· Preservação do sistema de aterros como condição para a sustentação do 
 desenvolvimento; 
· Melhoria da limpeza urbana; 
· Incentivo à presença e consolidação de novos agentes de limpeza urbana; 
· Preservação ambiental com a redução dos impactos por má deposição, redução do 
 volume aterrado e redução das resultantes da exploração de jazidas naturais de 
 agregados para a construção civil; 
· Preservação da paisagem e da qualidade de vida nos ambientes urbanos; 
· Incentivos às parcerias para captação, reciclagem e reutilização de RCD; 
· Incentivo à redução da geração de resíduo nas atividades construtivas. 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, é possível verificar que a correta gestão dos RCD traz consigo inúmeras melhorias 
para todos os agentes envolvidos no processo e para a sociedade de forma geral. Porém 
a simples importação de modelos e planos de gestão aplicados em outros países ou 
cidades pode gerar problemas que levem ao seu fracasso. É indispensável então, que 
sejam realizadas todas as adaptações necessárias, levando-se em consideração as 
características regionais. GALIVAN & BERNOLD, citado por OLIVEIRA (2003, p. ), 
descreveu quatro passos para a definição de uma gestão ótima para os RCD, cuja 
aplicabilidade permanece atualmente. São eles: 
· Avaliar a composição e estimar o volume de resíduos de RCD gerados; 
· Determinar o potencial de reciclagem (volume, mercado, custos e retorno econômico); 
· Avaliar as opções de disposição disponíveis (reciclagem, aterro e incineração); 
· Levar em consideração o lado econômico e a proteção ambiental. 
 
07- Experiência Nacional no Gerenciamento dos RCD 
 
No Brasil, como relatado anteriormente, a maior parte das cidades tem seus modelos de 
gestão baseados em ações de caráter meramente corretivo. Porém, algumas cidades já 
apresentam sistemas de gerenciamento dos RCD mais elaborados, alguns destes 
iniciados mesmo antes de 2002, quando entrou em vigor a Resolução CONAMA nº 307. 
Dentre essas cidades estão: São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Recife, cujas 
experiências serão descritas nos tópicos a seguir. 
 
08- São Paulo 
 
A situação encontrada para os resíduos da construção civil em São Paulo vem 
preocupando bastante não só o poder público, cujos gastos no sentido de minimizar os 
impactos negativos gerados tem aumentado cada vez mais, mas também a sociedade em 
geral, que constitui a principal vítima dos impactos gerados por esses resíduos. 
A nova política de gestão dos resíduos da construção civil da Prefeitura de São Paulo é 
implementada pelo Plano Municipal de Gestão Sustentável de Entulho. O plano, que já 
atende as novas diretrizes estabelecidas pela Resolução CONAMA nº 307 para os 
municípios brasileiros, está aumentando a oferta de áreas para deposição regular dos 
resíduos da construção e demolição de pequenos a grandes geradores, além de facilitar e 
incentivar a reciclagem desses materiais. 
Um dos principais problemas encontrados, como ocorre em grande parte das cidades 
brasileiras, é a prática de descarte final dos RCD em áreas inadequadas para esse fim, 
acarretando dessa formaalém de prejuízos a paisagem urbana, diversos impactos 
negativos, sejam eles diretos ou indiretos. Para solucionar definitivamente o problema do 
entulho despejado em vias públicas, o plano gestor estimula a iniciativa privada a 
implantar e operar Áreas de Transbordo e Triagem de Entulho, as chamadas ATT`s 
regulamentadas pelo Decreto 42.217/02, e prevê a instalação de Eco Pontos (pontos de 
entrega voluntária de RCD) em áreas públicas de cada um dos 96 distritos municipais. 
Uma outra ação adotada pela Prefeitura foi o aumento considerável nas atividades de 
fiscalização para coibir a deposição irregular desses resíduos em espaços públicos. 
 
09- Belo Horizonte 
 
Mesmo não tendo sido o primeiro município brasileiro a aderir à reciclagem de RCD, que 
foi São Paulo, Belo Horizonte é uma referência fundamental na gestão desses resíduos, 
 
 
 
 
 
 
Assim como na gestão de outras parcelas dos Resíduos Sólidos Urbanos – RSU, por ter 
desenvolvido desde 1993 um plano pioneiro de gestão diferenciada (denominado à época 
de Programa de Correção Ambiental e Reciclagem dos Resíduos de Construção). Esse 
plano programou ações específicas para captação, reciclagem, informação ambiental e 
recuperação de áreas degradadas. Ele fez parte de um conjunto maior de ações que 
constituiu o Modelo de Gestão de Resíduos Sólidos de Belo Horizonte desenvolvido pela 
equipe técnica da Superintendência de Limpeza Urbana e premiado em 1996 pela 
Fundação Ford e Fundação Getúlio Vargas como melhor experiência de gestão municipal 
brasileira (PINTO, 1999). 
O modelo de gestão dos RCD aplicado em Belo Horizonte é baseado nos princípios da 
Gestão diferenciada, com ênfase na facilitação da disposição e diferenciação dos 
resíduos. Para isso existe na cidade uma rede de captação para os RCD, constando de 4 
áreas para entrega voluntária, denominadas Unidades de Recebimento. 
A diferenciação de resíduos em Belo Horizonte tem propiciado a valorização de todos os 
resíduos comercializáveis (papel, plástico, metais e outros) e dos RCD, que são 
deslocados para as Estações de Reciclagem (PINTO, 1999). A cidade conta atualmente 
com duas Estações de Reciclagem, situadas de forma descentralizadas, nos bairros de 
Estoril e Pampulha. 
O principal uso dado aos materiais reciclados nas estações de Belo Horizonte é em 
pavimentação e manutenção de vias urbanas, e em serviços como preparação de vias 
internas e células no aterro municipal, em substituição ao solo nobre anteriormente 
importado. Os usos são feitos principalmente por empreiteiras contratadas pelo município, 
que estão sendo induzidas a usar crescentemente o material (PINTO, 1999). 
Dessa forma, é possível afirmar que a Gestão Diferenciada dos RCD em Belo Horizonte 
está definitivamente consolidada, e seu desafio é hoje não mais o de consolidar-se, mas 
sim o de expandir-se – estendendo o alcance das unidades de recebimento para que 
ocorra a facilitação da disposição em todas as regiões, o de ampliar a intensidade da 
reciclagem – acompanhando a elevação da geração, e finalmente, o de promover o 
necessário envolvimento de outro.

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