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FACULDADE ESTÁCIO DO AMAPÁ
COLEGIADO DO CURSO DE PEDAGOGIA
ROANNE PRISCILA CASTRO ALMEIDA
A INCLUSÃO ESCOLAR DOS ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA ESTADUAL PRINCESA IZABEL 
MACAPÁ
2016.1
ROANNE PRISCILA CASTRO ALMEIDA
A INCLUSÃO ESCOLAR DOS ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA ESTADUAL PRINCESA IZABEL
 
Projeto apresentado à disciplina de Pesquisa e prática em Educação do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia como requisito avaliativo parcial – Faculdade Estácio do Amapá – FAMAP, orientado pelo Prof. Dr. José Adnilton Oliveira Ferreira.
MACAPÁ
2016.1
1. JUSTIFICATIVA
Na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, especificamente no seu artigo 26º, incisos I e II dispõe que: todo ser humano tem direito à instrução, que a instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.
A educação durante seu processo histórico de inclusão dos alunos público alvo da educação especial, entendido aqui como estudantes (PAEE) no âmbito do Censo Escolar, deve alicerçar-se nas orientações contidas na Resolução CNE/CEB, nº 4/2009, que no seu artigo 4º, considera público-alvo do AEE: 
I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial. 
II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. 
III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.
Atualmente discute-se muito sobre educação inclusiva, buscando romper com o modelo educacional de integração do aluno com deficiência. 
 No século XX, intensifica-se movimentos de lutas sociais contra as várias formas de discriminação que ainda hoje impedem o exercício da cidadania das pessoas com necessidades especiais. No decorrer desse contexto histórico, fortalece-se a crítica às práticas de categorização e segregação dos estudantes (PAEE), da homogeneização do processo de ensino e avaliação do conhecimento.
A realização deste trabalho faz-se necessária, devido à grande importância da inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação, os quais passaram despercebidos por muito tempo e sofreram com a exclusão desde o início da história. 
A inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação depende da identificação dos mesmos, por parte de professores e profissionais da área da educação que estejam capacitados para realizarem esse processo de reconhecimento e diagnóstico.
Tratando-se de inclusão escolar: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, define, em seu Artigo 58, “a educação especial como modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para os educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação”.
A realização desta pesquisa é de grande valor científica pela contribuição apresentada por vários autores como Gardner, Mazzotta, Otton, Virgolim, Mantoan, Renzulli, Pérez, dentre outros que abordam sobre a inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação. 
A Educação Especial inserida no processo de inclusão se caracteriza como modalidade de ensino que apresenta um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais organizados para dar apoio suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação formal dos educandos que apresentem necessidades educacionais (MAZZOTTA, 1996).
Dessa forma é de extrema relevância esse trabalho em se tratar da inclusão escolar de alunos com altas habilidades/superdotação. Entende-se que a inclusão escolar precisa da efetivação de currículos adequados, para um aprendizado heterogêneo, e uma prática pedagógica flexível com arranjos e adaptações especificas para as necessidades de cada aluno, que favoreçam uma aprendizagem que corresponda as expectativas desses, dando sentido a esses conhecimentos para a vida, onde tudo o que se aprende seja significativo em seu cotidiano. 
É de grande importância que se tenha um aprendizado com significados, a partir de práticas pedagógicas que corrobore para a assimilação dos conteúdos trabalhados em sala de aula durante o processo de desenvolvimento da aprendizagem, estimulando também os alunos com altas habilidades/superdotação a pesquisarem suas curiosidades.
Cabe enfatizar, porém, que Educação Inclusiva não consiste apenas em matricular o aluno com deficiência em escola ou turma regular como um espaço de convivência para desenvolver sua ‘socialização’. A inclusão escolar só é significativa se proporcionar o ingresso e permanência do aluno na escola com aproveitamento acadêmico, e isso só ocorrerá a partir da atenção às suas peculiaridades de aprendizagem e desenvolvimento. (PLETSCH e FONTES, 2006, p.12)
	A inclusão escolar está além de garantir a matricula dos alunos (PAEE) nas escolas. Deve-se assegurar o acesso e a permanência desses alunos, quebrando principalmente barreiras atitudinais, para despertar nos alunos o interesse pela escola, prevenindo assim que esses alunos se evadam ao longo de sua trajetória. A escola precisa está adaptada para receber todos os alunos, com suas necessidades especificas, proporcionando principalmente aos que tem necessidades educacionais especiais, um leque de possibilidades para o desenvolvimento de sua aprendizagem. 
Justifica-se a relevância desta pesquisa de campo sobre a inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação na Escola Estadual Princesa Izabel, pois essa servirá como fonte de pesquisa para outros trabalhos, contribuindo também para o processo de inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação nas escolas e na sociedade, deixando esse trabalho como contribuição para o desenvolvimento da sociedade contemporânea. 
Segundo as Diretrizes Gerais da Educação Especial no Brasil a definição de altas habilidades configura-se:
[...] altas habilidades referem-se a comportamentos observados e/ou relatados que confirmam a expressão de “traços consistentemente superiores” em relação a uma média [...] em qualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se entender por “traços” as formas consistentes, ou seja, aquelas que permanecem com frequência e duração no repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registrados em épocas diferentes em situações semelhantes” (Brasil, MEC/SEESP, 1995 a, p. 13).
	São as características próprias dos alunos que os identificam e diferenciam no avanço intelectual, criativo ou sua própria habilidade acima da média. Seu fazer e saber podem não estar relacionados as atividades da sala de aula comum, pois muitos desses alunos despertam seus interesses apenas no que lhe é conveniente, onde persistem com suas ideias em tempos distintos. Diante do processo de inclusão escolar faz-se necessário um olhar mais voltado ao aluno, para uma observação minuciosa de seu desenvolvimento, oferecendo-lhe oportunidades de construção de conhecimento, respeitando as suas peculiaridades e valorizando suas ideias, levando-o a prática de seus interesses na construção e propagação de sua criatividade em seu dia a dia.
 
2. PROBLEMA
Qual a importância da inclusão escolar dos alunos no 3ºano com altas habilidades/superdotação na Escola Estadual Princesa Izabel?
3. QUESTÔES NORTEADORAS
	Acredita-se que as dificuldades apresentadas pelos professores e alunos, no processo de inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação, está na falta de capacitação dos professores e de profissionais na área da educação para a identificação desses alunos, onde muitas vezes esses alunos são levados a esconder ou negar suas habilidades por medo ou receio de rejeição de seus colegas.
Como se configura a inclusão escolar de alunos com altas habilidades/superdotação? 
De que forma as práticas pedagógicas diferenciadas contribuem para a inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação?
Quais as práticas pedagógicas do professor do AEE para o processo de inclusão dos alunos com altas habilidades/superdotação?
Qual a importância da inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação?
4. OBJETIVOS
4.1 GERAL
 Analisar o processo de inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação da Escola Estadual Princesa Izabel.
4.2 ESPECIFICOS
Identificar as dificuldades dos professores e dos alunos no processo de inclusão escolar dos alunos com altas habilidades/superdotação;
Abordar sobre a importância da inclusão dos alunos com altas habilidades/superdotação;
Verificar as práticas pedagógicas do professor do AEE para o processo de inclusão dos alunos com altas habilidades/superdotação;
Compreender como os professores realizam o processo de identificação dos alunos com altas habilidades/superdotação.
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	A inclusão escolar direcionada para uma educação inclusiva, tem como objetivo maior: aceitar as diferenças no ambiente escolar e possibilitar o acesso e permanência do aluno na escola. Inclusão: é a integração absoluta de pessoas que possuem necessidades específicas numa sociedade. Dessa maneira, a inclusão escolar do aluno público alvo da educação especial referido aqui como (PAEE), constitui-se em torná-los participante da escola, assegurando respeito e seus direitos no âmbito escolar. 
Fundamentada, na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, e em demais documentos, especificamente no seu artigo 26º, incisos I e II dispõe que; todo ser humano tem direito à instrução, que a instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. Com base nesses fundamentos, crescem as lutas dos movimentos sociais na busca de uma sociedade mais democrática. 
O Ministério da Educação, em parceria com os sistemas de ensino, implementa a Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação inclusiva (2008), garantindo o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes PAEE no ensino regular, de acordo com a meta de inclusão plena estabelecida no artigo 24 da Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006). Esse documento ao qual podemos nos basear refere-se a perspectiva de uma educação inclusiva, com a mudança do modelo da escola segregada com foco na deficiência para uma concepção organizada com a proposta pedagógico objetivada a atender as particularidades de todos os alunos.
Em se tratando de superdotação, podemos falar de muitas mudanças, as quais esse conceito vem sofrendo desde os séculos passados sendo contextualizado de acordo com cada época. O termo superdotado sempre foi alvo de muitas indagações e grandes debates, onde diversos pesquisadores vem desenvolvendo estudos e trabalhos sobre esse tema.
Segundo O Ministério da Educação e do Desporto, nas Diretrizes Gerais para o Atendimento educacional aos Alunos Portadores de Altas Habilidades/Superdotação e Talento traz a seguinte definição:
Alta Habilidade refere-se aos comportamentos observados e/ou relatados que confirmam a expressão de “traços consistentemente superiores” em relação a uma média (por exemplo: idade, produção, ou série escolar) em qualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se entender por “traços” as formas consistentes, ou seja, aquelas que permanecem com freqüência e duração no repertório dos comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registradas em épocas diferentes e situações semelhantes. Esses educandos apresentam envolvimento com a tarefa, traço que se refere a comportamentos observáveis na demonstração de expressivo interesse, motivação e empenho pessoal nas tarefas que realiza em diferentes áreas, e criatividade, traço que diz respeito a comportamentos criativos observáveis no fazer e no pensar, expressados em diferentes formas: gestual, plástica, teatral, matemática ou musical, entre outras (BRASIL, MEC/SEESP, 1995, p. 13).
Mesmo sabendo que Piaget não tenha realizado pesquisas relacionadas especificamente ao desenvolvimento de altas habilidades/superdotação tratando neste trabalho como AH/S, alguns de seus estudos concebidos em suas teorias podem engrandecer está pesquisa. Grandes explicações sobre a teoria do desenvolvimento humano ainda hoje não foram extremamente esclarecidas. Mas, diante de estudos já realizados, temos dois fatores que inspiram o desenvolvimento da inteligência: a herança genética e a estimulação do ambiente.
Nos estudos de Piaget podemos perceber que a inteligência acontece pelo estímulo de mecanismos internos e a partir do contato ambiental. Piaget explica resumidamente em que consiste sua teoria:
É, portanto, em termos de equilíbrio vamos descrever a evolução da criança e do adolescente. Deste ponto de vista, o desenvolvimento mental é uma construção contínua comparável à edificação de um grande prédio que, à medida que se acrescenta algo ficará mais sólido, ou a montagem de um mecanismo delicado, cujas fases gradativas de ajustamento conduziriam a uma flexibilidade e uma mobilidade das peças tanto maiores quanto mais estável se tornasse o equilíbrio (Piaget, 1997, p.14). 
	
Podemos compreender o autor em suas ideias, que o processo evolutivo de um estágio de desenvolvimento é o mesmo para todos os indivíduos, o que difere é a maneira e a rapidez que as estruturas cognitivas se organizam nas tentativas de entender o mundo e se ambientar a ele. Podemos entrar em uma discussão sobre as variações que ocorrem nos indivíduos com altas AH/S, sendo que a diferença está no modo e no ritmo da composição de suas estruturas cognitivas.
Segundo Stemberg (2000 apud SIMONETTI, 2007, p.2):	
Para compreender habilidades devemos pensar não só em termos de Quoeficiente intelectual, mas também de inteligência existosa. Esta é a habilidade intencional para adaptar-se a diferentes ambientes configurá-los e selecioná-los. Postula que as pessoas inteligentes conhecem suas próprias forças e compensam suas fraquezas. A partir de sua teoria triáquica da inteligência deriva uma concepção plural de superdotação e formula um modelo pentagonal o qual considera que esta deve ter um conjunto de cinco características: excelência, raridade, produtividade, demonstratividade e valor.
Pessoas com altas habilidades/superdotação compreendem o mundo e a partir dessa, tentam geralmente transformá-lo, elas se percebem diferentes e sempre procuram desenvolver seu potencial. Isso dependerá do estimulo que recebem ao seu redor, sendo assim é de grande importância identificá-las e encorajá-las em seu processo de desenvolvimento.
Nos primeiros anos do século XX, o padrão mais aceito para a avaliação de inteligência, criado por Alfred Binet, eram os testes que mediavam a capacidade de domínio do raciocínio. Conhecido como teste de QI (coeficiente de inteligência), o que se referia ao domínio de raciocínio, que hoje é conhecido como lógico-matemático. Mas usou-se os testes de QI por um longo período de tempo. Esses eram utilizados para avaliar o desenvolvimento das crianças nas escolas, com intuito de aferir se o desempenho correspondia com a idade das crianças. 
Em confronto da ideia do teste de QI, Howard Gardner iniciou em 1967, juntamente com outros teóricos, o projeto que ficou conhecidocomo “Projeto Zero”, o que tinha como objetivo a investigação dos processos de aprendizagem em crianças, adultos e organizações, o qual serviu de base para o desenvolvimento de muitos projetos de pesquisas. A partir desse, Gardner propõe mudanças de pensamento sobre a inteligência. Compreende-se com base nas suas teorias que a inteligência está ligada a capacidade de resolver problemas. Em concordância com o autor que conceitua inteligência como “um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados em uma cultura” (GARDNER, 1999, P.47). 
São oito as inteligências caracterizadas por Gardner, assim são denominadas: linguística, lógico-matemática, espacial, corporal cinestésica, naturalista musical, intrapessoal e interpessoal. Gardner (1994, p.131) enfatiza que cada uma dessas inteligências “[...] possui seus próprios mecanismos de ordenação e a maneira como uma inteligência desempenha sua ordenação reflete seus próprios princípios e seus próprios meios preferidos”. É nessa linha de pensamento que pode-se compreender que a particularidade de interesse da pessoa com HA/S está ligada ao que lhe é conveniente.
É necessário que se faça então a observação sistemática dos indicadores de altas habilidades/superdotação, de como se determinam as altas habilidades/superdotação. Dessa forma determina traços que constituem as altas habilidades e superdotação, usando como definição de comportamento: 
O comportamento superdotado consiste nos comportamentos que refletem uma interação entre três grupamentos básicos dos traços humanos - sendo esses grupamentos: habilidades gerais e/ou específicas acima da média, elevados níveis de comprometimento com a tarefa e elevados níveis de criatividade. As crianças superdotadas e talentosas são aquelas que possuem ou são capazes de desenvolver este conjunto de traços e que os aplicam a qualquer área potencialmente valiosa do desempenho humano. (RENZULLI, 1986, p.11/12)
Um perfil próprio de cada pessoa com altas habilidades/superdotação, onde ressaltam características marcantes, que são a rapidez de aprendizagem e facilidade no engajamento nas tarefas que lhe interessam. De acordo com Renzulli (1986), os três traços que compõem os comportamentos de altas habilidades/superdotação são: habilidade acima da média, comprometimento com a tarefa e altos graus de criatividade. Renzulli em seu Modelo dos Três anéis, considera que os comportamentos de superdotação resultam de três conjuntos de características:
Habilidade acima da média: é a capacidade de utilizar o pensamento abstrato ao processar informações e de agregar experiências que tenham respostas adequadas e adaptadas a novas situações;
Envolvimento com a tarefa: implica-se em motivação, vontade de realizar uma tarefa, perseverança, autoconfiança e concentração;
Criatividade: envolve aspectos que geralmente aparecem juntos na literatura, tais como: fluência, flexibilidade, originalidade de pensamento, abertura a novas experiências, curiosidade, sensibilidade e coragem para correr riscos.
	
O Círculo dos Três Anéis de Renzulli
Fonte: Secretária de Estado da Educação de Santa Catarina, 2011.
 A superdotação raramente pode ser medida nos processos formais de avaliação escolar homogenia, em vista que suas características enfatizam o pensamento divergente, o elevado nível de criatividade e a capacidade de produção independente, quando em contato com seu centro de interesse. Nem sempre a superdotação é identificada na escola, visto que os interesses e habilidades raramente estão contemplados no currículo escolar.
Os alunos com altas habilidade/superdotação podem ser identificados, por várias pessoas na escola (pedagogos, professores do atendimento especializado e professores da sala de aula comum), sendo que estes devem estar capacitados e comprometidos com a observação e a indicação destes alunos.
A identificação alunos com AH/S tem passado por diferentes fases, sendo que há alguns anos os testes da inteligência eram os mais usados no processo de identificação dos alunos com altas habilidades/superdotação. Nos dias de hoje, são inúmeras as maneiras de se chegar a estes alunos, através de um olhar multidimensional da inteligência, tendo várias estratégias e podendo utilizar diferentes instrumentos de identificação e avaliação. Virgolim (2007, p.58) que afirma:
Há muitas estratégias para identificar o aluno com altas habilidades/superdotação. A atitude mais recomendável entre os especialistas é a inclusão de múltiplas formas de avaliação, buscando dados sobre os talentos e capacidades de alunos tanto em teses formais quanto em procedimentos informais e de observação.
Ao professor cabe a missão de proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento da aprendizagem, encorajando os alunos a desenvolverem seus talentos em potencial, para que assim efetive-se a sua permanecia na escola. Mas para isso, é fundamental e necessário que esse professor esteja capacitado e bem preparado, com contínuas formações para propiciar uma excelência em seu atendimento a esses alunos, considerando as diferenças individuais e encorajando o desenvolvimento de talentos, habilidades e competências.
É necessário deixar de ser mero executor de currículo e programas predeterminados, para se transformar em responsável pela escolha de atividades, conteúdos ou experiências mais adequadas ao desenvolvimento das capacidades fundamentais dos seus alunos, tendo em conta o nível e as necessidades deles. Para tanto, é necessário conhecer as características individuais dos alunos com altas habilidades/superdotação e as diferentes formas de manifestação de suas singularidades por meio de observações que lhe permita identificar as preferências e facilidades de cada um, assim como suas limitações. (FREITAS; PÉRÉZ, 2010, p.5)
Tanto os professores quanto a escola devem estar em constantes mudanças, para melhor receberem os seus alunos para a efetivação de fato da inclusão escolar dos alunos público alvo da educação especial, quebrando as barreiras da escola excludente, criando planejamentos com novas metodologias e novos projetos direcionados as curiosidades dos alunos e suas necessidades.
Nesse sentido, o Ministério da Educação e a Secretaria de Educação Especial (MEC/SEESP, 2007, p.55), nas estratégias de identificação de alunos com altas habilidades/superdotação, declarou:
A identificação e a avaliação do aluno com altas habilidades/superdotação têm se constituído um desafio para educadores e psicólogos. A simples rotulação de um indivíduo com altas habilidades/superdotação não tem valor ou importância se não for contextualizada dentro de um planejamento pedagógico ou de uma orientação educacional.
 
Várias são as mudanças que devem ocorrer na escola para que a inclusão escolar realmente se efetive, a começar pelo Projeto Político Pedagógico, no qual devem conter politicas educativas específicas para a educação especial, dentro da perspectiva de uma educação inclusiva. Novos caminhos devem ser traçados, com práticas inovadoras para que se possa atender as necessidades particulares de cada aluno, levando-os a satisfação. Compreendendo desta forma a sociedade a qual está inserido.
A noção de interdependência transforma em efetivo espaço social de compreensão, como projeta Mantoan (2005 s/p):
 [...] aprendemos realmente quando reconhecemos o outro e a nós mesmos como seres singulares, que estabelecem vínculos entre si. Desses vínculos [...] é que nascem o entendimento, a compreensão [...] que contextualizam, humanizam, criam laços entre o objeto e o sujeito do conhecimento. Esses laços afetivos fazem o conhecimento expandir-se [...] e penetrar em regiões mais fundas e significativas – as emoções, as sensações que surgem do aprender “com” os outros, de fazer a “quatro mãos”. 
A inclusão escolar só se viabilizará quando o professor juntamente com toda a comunidade escolar mudarem a maneira de lidar com as diferenças ou particularidades,através da aceitação de formas relacionadas a afetividade, de escuta e de compreensão, suspendendo juízos de valores como pena, repulsa e descrença. Temos que estar convictos que essa mudança se faz necessária para uma melhor interação em uma sociedade onde todos devem ter os mesmos direitos.
6. METODOLOGIA
O problema e os objetivos propostos para a pesquisa levam-nos a desenvolver uma pesquisa baseada na abordagem qualitativa. Dentre os tipos de pesquisa qualitativa, optamos pelo Estudo de Caso, por compreendermos que atende aos objetivos definidos neste estudo. A pesquisa qualitativa fundamenta-se na qualidade da ação educativa, propiciando um contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente pesquisado. Esses momentos serão necessários para que se possa repensar as teorias, rever as certezas para melhorar as relações entre os envolvidos, com a natureza e a sociedade na qual estão inseridos.
 Na visão de Ludke e André (1986, p. 17), o estudo de caso é sempre bem delimitado, devendo ter seus contornos claramente definidos no desenrolar do estudo. [...] O interesse incide naquilo que ele tem de único, de particular, mesmo que posteriormente venham a ficarem evidentes certas semelhanças com outros casos ou situações. O estudo de caso qualitativo possui, segundo André (2003, p. 18), tem as seguintes características: “desenvolve-se numa situação natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”. Este tipo de pesquisa necessita de uma imersão no contexto no qual se desenvolve a prática docente.
A pesquisa qualitativa na abordagem do estudo de caso, necessita do contato direto por um período de tempo considerável para que o pesquisador possa ter a vivencia com o ambiente o qual será investigado. Nesse período o investigador deverá aplicar técnicas necessárias para a produção de dados, levando em consideração que Bogdan e Biklen (1994, p.48) nos afirma que que investigadores qualitativos “frequentam os locais de estudo porque se preocupam com o contexto. Entendem que as ações podem ser melhor compreendidas quando observadas no seu ambiente natural de ocorrência”.
A Escola Estadual Princesa Izabel no Município de Macapá/AP, será o ambiente onde ocorrerá a pesquisa de campo, sendo que esse ambiente propiciará o contato com a realidade dos sujeitos investigados, através da coleta de dados que serão realizadas com a observação e com as falas dos investigados, minunciosamente registrados para uma melhor compreensão da realidade vivenciada. Todos os dados serão de grande valor para a pesquisa.
Para a coleta dos dados serão realizadas entrevistas semiestruturadas, observação e análise documental. Entrevistaremos 02(dois) professores das turmas que estudam os alunos com altas habilidades/superdotação, 02(dois) alunos com altas habilidades/superdotação, o professor do atendimento educacional especializado, 01(um) coordenador pedagógico, o diretor da escola e os pais/responsáveis dos alunos com altas habilidades/superdotação. 
As pesquisas qualitativas, em concordância com Alves-Mazzotti (2002, p.163) “são multimetodológicas, isto é, usam uma grande variedade de procedimentos e instrumentos para coleta de dados”. Dessa maneira, serão executadas entrevistas semiestruturadas para a coleta de dados e a observação in lócus das práticas pedagógicas dos professores das salas de aula regular e do atendimento educacional especializado, esses registros também serão feitos através de fotografias. 
O procedimento de entrevista semiestruturada é projetado por Laville e Dione (2000) como uma série de perguntas, feitas verbalmente, em uma ordem prevista, mas na qual o pesquisador pode acrescentar perguntas de esclarecimento às questões fundamentais. 
Além das entrevistas, será realizada também a observação das práticas pedagógicas do educador na sala de aula e no atendimento educacional especializado, registrando a vivencia do dia a dia em um diário de campo.
A observação, como assinala Triviños (1987), permite que o pesquisador chegue mais perto da perspectiva dos sujeitos, à medida que o observador acompanha in lócus, as experiências diárias dos sujeitos, por tentar apreender a sua visão de mundo, isto é, o significado que eles atribuem à realidade que os cerca e às suas próprias ações. 
Alves-Mazzotti (2002, p.164) ressalta benefícios e vantagens atribuídas à observação enquanto técnica para produção de dados:
[...] a) permite checar na prática a sinceridade de certas respostas que, às vezes, são dadas só para causar boa impressão; b) permite identificar comportamentos não intencionais ou inconscientes e explorar tópicos que os informantes não se sentem à vontade para discutir; c) permite o registro do comportamento em seu contexto temporal-espacial.
É através da técnica de observação que se pode fazer a comparação do discurso e da prática, possibilitando a veracidade dos fatos ocorridos, se realmente é da maneira que é relatado pelo entrevistado.
 
7. CRONOGRAMA
	ATIVIDADES REALIZADAS
	MESES/ ANO 2016
	
	JAN
	FEV
	MAR
	ABR
	MAI
	JUN
	ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
	X
	X
	
	
	
	
	REVISÃO DA LITERATURA
	
	X
	X
	X
	
	
	AMPLIAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
	
	
	X
	X
	
	
	ANÁLISE DO TEMA, PROLEMA, OBJETIVO E AMPLIAÇÃO DA JUSTIFICATIVA
	
	
	X
	X
	X
	
	AMPLIAÇÃO DO REFERÊNCIAL TEÓRICO
	
	
	X
	X
	X
	
	AMPLIAÇÃO DA METODOLOGIA
	
	
	
	X
	X
	
	REVISÃO GERAL DO PROJETO
	
	
	
	
	
	X
8. REFERÊNCIAS
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDE, Fernando. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 2002.
BODGAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação. 3. ed. Porto: Porto Editora, 1994.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em <mec.gov.br>. Acesso: 19 de fev. 2014.
BRASIL. Ministério da Educação: A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação. Secretaria de Educação Especial, MEC. SEESP, 2007.
BRASIL. Ministério da educação: Diretrizes nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Secretaria de Educação Especial. MEC. SEESP, 1995.
BRASIL. Ministério da educação: Diretrizes nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Secretaria de Educação Especial. MEC. SEESP, 2001.
BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2006.
BRASIL. Diretrizes gerais para o atendimento educacional dos alunos portadores de altas habilidades/superdotação e talentos. Brasília, 1995.
FREITAS, S. N; PÉREZ, S.G. P. B. Altas habilidades/superdotação: atendimento especializado. Marília, SP: ABPEE, 2010.
GARDNER, H. Estruturas da mente: a teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
GARDNER, H. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.
LAVILLE, Christian; DIONE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed, 2000.
LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MANTOAN, M. T. E. A hora da virada. Inclusão – Revista da educação especial. Brasília, 2005. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=64&ltemid=193. Acesso em 12/12/08.
MAZZOTTA, Marcos José Silveira. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 1996.
PIAGET, J. Seis Estudos de Psicologia. 22ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária Ltda, 1997.
PLETSCH, M. D.; FONTES, R. de S. A inclusão escolar de alunos com necessidades Especiais: diretrizes, práticas e resultados de uma experiência brasileira. Revista Educar, Jalisco, México, n. 37, p. 87-97, 2006.
RENZULLI, J. The three-ring conceptionof giftedness: a developmental model for creative productivity. In: RENZULLI, J.S.; REIS S. The triad reader. Connecticut: Creative Learning Press, 1986.
SIMONETTI, D. C. Altas habilidades: revendo concepções e conceitos. 2007. Disponível em: <http://www.altashabilidades.com.br/altashabilidades/index.htm>. Acesso em:12-03- 2007.
TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
VIRGOLIM, Angela M. R. Altas habilidades/superdotação: encorajando potenciais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007.

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