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Disciplina GMG3201 – Fundamentos de Geologia e Mineralogia ATIVIDADE PRÁTICA: GEOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO INTRODUÇÃO: SÍNTESE DA HISTÓRIA GEOLÓGICA DO ESTADO DE SÃO PAULO A porção mais antiga do território paulista é representada pelas rochas ígneas e metamórficas aflorantes em sua porção sudeste. Tais rochas, agrupadas em unidades genericamente denominadas de "Complexos Cristalinos" ou "Complexos Ígneos e Metamórficos", apresentam idades superiores a 570 milhões de anos. São classificadas em "grupos", "formações" ou "complexos", de modo a agrupá-las em corpos de rocha com características particulares comuns. Assim, nos arredores da Grande São Paulo encontram-se unidades denominadas Grupo Açungui, Grupo São Roque, Complexo Embú, Complexo Amparo, etc. Estas unidades, originalmente formadas em profundidade, hoje se encontram expostas em superfície em virtude da erosão das camadas sobrejacentes. Em determinado momento, porém, teve início um processo de subsidência da porção NW do Estado, formando uma imensa área deprimida que foi invadida pelo mar proveniente da costa oeste da América do Sul. Nessa época os Andes ainda não existiam. A grande calha assim formada, atingindo também os estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, além de Paraguai e Argentina, é hoje denominada Bacia do Paraná. A área rebaixada tornou-se um local favorável à deposição de sedimentos que deram origem às rochas sedimentares hoje observadas. As rochas sedimentares mais antigas do Estado (excluídas as metassedimentares) são arenitos esbranquiçados, afossilíferos e folhelhos escuros ricos em fósseis constituindo, respectivamente, as formações Furnas e Ponta Grossa integrantes do chamado Grupo do Paraná. São sedimentos de origem marinha e sua idade é Devoniana (cerca de 400 milhões de anos), representativos de processo de transgressão marinha. Concomitante com a invasão do mar durante os períodos Carbonífero e Permiano Médio (entre 360-260 milhões de anos atrás) ocorreu uma grande glaciação no hemisfério Sul que produziu rochas de origem glacial na Bacia do Paraná. As rochas deste período, incluindo tilitos, diamictitos, alguns arenitos, varvitos e folhelhos, compõem o denominado "Grupo Tubarão". Os famosos "varvitos de Itú" datam desse período. Após a glaciação houve o recuo do mar (regressão marinha) e o ambiente da bacia transformou-se gradualmente em continental. A fase transicional, de planície de maré, é representada por folhelhos e calcários clásticos com fósseis da Formação Irati. A fase seguinte, já com maior influência continental, é representada por folhelhos, siltitos, argilitos e calcários de origem fluvial denominados "Formação Estrada Nova" ou "Corumbataí". Sobre elas depositaram-se arenitos e folhelhos de origem continental constituindo a Formação Rio do Rastro. Estas formações compõem o Grupo Passa Dois de idade Permiana Superior (260 a 250 milhões de anos). A tendência à continentalização acentuou-se com a formação de grandes espessuras de arenitos de origem fluvial/eólica (Fm. Pirambóia) e posteriormente eólica em ambiente desértico (Fm. Botucatu). Nesta época (há cerca de 230 a 125 milhões de anos) teve início a abertura do Oceano Atlântico com a separação da América do Sul e África. A magnitude do fenômeno produziu grandes fendas (rifts) na superfície dos continentes por onde houve ascensão de magmas basálticos. Os grandes derrames de basalto e diques e sills de diabásio assim formados na Bacia do Paraná recebem o nome de Formação Serra Geral. Juntamente com as duas anteriores, esta unidade faz parte do Grupo São Bento. Após a grande perturbação tectônica, nova calmaria voltou a se instalar na região propiciando a deposição de arenitos continentais, provavelmente em ambiente lacustre, do Grupo Bauru (Cretáceo, cerca de 100-60 milhões de anos). Ainda em decorrência dos processos tectônicos relacionados à abertura do Atlântico, instalaram-se ao longo da costa brasileira outras importantes bacias sedimentares que foram sendo gradativamente submersas. Atualmente, acumulam-se nessas bacias grandes espessuras de sedimentos (até 15 km na Bacia de Santos), e nelas se localizam as maiores jazidas de petróleo conhecidas no país (e.g. Bacias de Campos e de Santos). Paralelamente, a área continental adjacente foi soerguida (formando-se assim a Serra do Mar), e nela se instalaram algumas bacias alongadas menores, em depressões originadas por falhas de abatimento, orientadas em direção paralela à faixa litorânea: Bacias de Taubaté e São Paulo, que foram sendo preenchidas por sedimentos clásticos variados, originando arenitos, siltitos, argilitos e folhelhos. Mais recentes ainda são os sedimentos do cordão litorâneo (áreas submersas ou praias, lagunas, etc.), bem como das pequenas bacias aluvionares que se formam ao longo do curso dos rios. Em ambos casos, a deposição dos sedimentos é recente, com idades máximas da ordem de algumas centenas ou dezenas de milhares de anos, incluindo tempos históricos e atuais (“Recente”). INSTRUÇÕES PARA A PRÁTICA Você está recebendo alguns exemplares de rochas. Examine-os cuidadosamente e: 1. Com base em suas características estruturais, texturais e mineralógicas, subdivida as amostras em ígneas, sedimentares e metamórficas e atribua-lhes seus nomes específicos. 2. Com base nas informações da geologia do Estado de São Paulo, relacione cada amostra às possíveis unidades do mapa e do perfil esquemáticos dados. Instituto de Geociências – USP Disciplina GMG3201 – Fundamentos de Geologia e Mineralogia Nome: _______________________________________________________________________________________ Data: ____ / ___ / _________ Descreva e classifique as amostras de rocha recebidas segundo os quesitos abaixo. Procure identificar a qual grande grupo pertencem (ígneo, sedimentar, metamórfico), e a qual unidade geológica podem pertencer no mapa geológico do Estado de São Paulo em anexo Número Estrutura Textura, granulação Minerais (em ordem decrescente de frequência) Ambiente de formação Nome da rocha / Unidade(s) Estrutura: Maciça, Vesicular, Estratificada, Laminada, Foliada (Clivagem ardosiana, Xistosidade, Foliação Gnáissica, Foliação Milonítica) Textura: Afanítica, Fanerítica fina a grossa, Porfirítica com matriz..., Clástica, Cristalina, Lepido-, Nemato-, Granoblástica, Porfiroblástica com matriz..., Porfiroclástica com matriz... Granulação: Muito Fina (< 0,1 mm), Fina (0,1 - 1 mm), Média (1 – 5 mm), Grossa (> 5 mm) Ambiente de formação: ígnea plutônica ou vulcânica, sedimentar clástica, química ou biogênica, metamórfica de metamorfismo regional de baixo, médio ou alto grau ou de metamorfismo de contato ou dinâmico.
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