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1 Emil de Souza Sánchez Filho, D. Sc. ALVENARIA ESTRUTURAL FUNDAÇÕES PROFUNDAS Classificação: 1) tubulões a céu aberto;2) tubulões a ar comprimido. São fundações de grande diâmetro e elevada capacidade de carga. Tubulões 2 Φ≥70 cm D H α P h 15 a 20 cm a São poços com bases alargadas escavados até a camada do subsolo com a resistência especificada em projeto. A tensão admissível σadm do sistema tubulão-solo é calculada de modo análogo ao das fundações rasas. Os recalques também são calculados com o formulário para cálculo dos recalques das sapatas. Fuste Base alargada Cota de assentamento Cota de arrasamento Rodapé Tubulões 3 Cálculo das dimensões do tubulão (sem armaduras) 1 σ σ α αtg ct adm sendo o ângulo em radiano. 10 f σ ckct Diâmetro do fuste: 1,8 f π0,85 4P ck d Diâmetro da base: admπσ 4P D Altura da base: h=h*+15 (ou 20) cm α.tgD 2 1 h* Adotar α=600 e fck=20 MPa. Tubulões 4 Tensão admissível Tubulão longo: MPa 30 SPT σ Médioadm Tubulão curto: MPa 40 SPT σ Médioadm O valor do SPTMédio é calculado na região localizada entre a cota de apoio do tubulão e o término do bulbo de tensões, cuja profundidade situa- se no intervalo 2B≤z≤3B. Os valores limites para a tensão admissível são: a) argila: σadm≤0,6 MPa; b) areia: σadm≤0,8 MPa. Tubulões 5 γγγ.B. 2 1 SNSq.NSc.Nσ qqccR ... γ ´ γγ.B. 2 1 SNSq.NSc.Nσ q ´ qc ´ c ´ R ... Considerando-se a forma da base do tubulão a capacidade de carga é dada por: γS S S q c ruptura geral (solo compacto ou rígido) ruptura local (solo fofo ou mole) fatores de forma da base do tubulão. Quando a tensão admissível for calculada com a formulação de Terzaghi adota-se F.S.=3. Tubulões 6 Fatores de Forma Tubulão Circular Falsa elipse Sc 1,30 1,10 Sγ 0,60 0,90 Sq 1,00 1,00 Para solos argilosos verifica-se que a tensão de ruptura do solo: a) independe da largura do tubulão; b) independe da presença de água abaixo do base; c) está relacionada ao embutimento do tubulão no solo. Para solos arenoso verifica-se que a tensão de ruptura do solo: a) depende da largura do tubulão; b) a presença de água abaixo do base influencia a capacidade de carga do solo; c) está relacionada ao embutimento do tubulão no solo. 7 Tubulões Tubulão com o fuste e base armados O fuste é dimensionado como uma coluna de concreto simples solicitada à compressão centrada. Como as condições de concretagem são desfavoráveis deve-se adotar γc=1,8. 1,8 f π.0,85 1,4P4 ck Diâmetro do fuste: Diâmetro da base: adm π.σ 4P D O C.G. da seção transversal do fuste deve coincidir com o C.G. da base e o centro de força do pilar. Deve-se ter Φ≥70 cm ou 80 cm. Para tubulões executados com revestimento adota-se γc =1,4. O peso do tubulão não é considerado no dimensionamento, pois admite-se que a resistência lateral do fuste equilibre essa força. Adotar para a altura do tubulão: h≤2,00 m. 8 Tubulões Base circular armada As A*s 0,5r0,5DR 15h3π PrR Z f 1,4Z A yd s Deve-se dispor a armadura circular sem se atingir a projeção do pilar. Adotar para armadura radial 40% da armadura calculada. 9 Tubulões Tubulões a céu aberto São usados em solos coesivos acima do lençol de água. Para camada de assentamento abaixo do nível de água, por vezes é necessário usar anéis de concreto para contenção lateral. As bases podem ser circulares ou em falsa elipse. A falsa elipse é usada para o caso de pilares muito próximos ou em divisas. 10 Tubulões Tubulões a céu aberto Vistoria de tubulão. 11 Tubulões Tubulões a ar comprimido 12 Tubulões Tubulões a ar comprimido 13 Tubulões Tubulões a ar comprimido Os tubulões pneumáticos (a ar comprimido) são usados em solos onde não é possível esgotar o lençol de água para executar a fundação, sem que ocorram desmoronamentos. São executados com camisas de aço ou de concreto. Atualmente só se usa tubulões a ar comprimido em obras de arte, em geral com camisa de concreto, e em locais fora do perímetro urbano devido ao ruído. Máx≤ 34 m NA Pressão= 3,4 atm (340 kPa) Para pressões superiores a 150 kPa devem ser tomadas providências especiais para resguardar a saúde dos operários. 14 Tubulões 1,15 f A 1,5 0,85f A1,4P ´ yk s ck F Tubulão a ar comprimido com camisa de concreto O cálculo é análogo ao de pilares solicitados à compressão axial. MPa18fck AF= área do fuste. Devido à pressão do ar comprimido os estribos devem ser dimensionados para resistirem a uma pressão 30% superior à carga de trabalho, admitindo-se a inexistência de pressão externa (água ou solo). F F p Φ 2 1,3pF 1,15 f 1,4F A yk s As camisas de concreto não precisam ser ancoradas devido ao seu elevado preso próprio. 15 Tubulões Tubulão a ar comprimido com camisa de aço Deve-se descontar 1,5 mm da espessura da camisa metálica para considerar a corrosão. As espessuras das camisas devem atender às seguintes condições: ´´ mínF ´´ mínF 16 5 em1,50 4 1 em1,00 A espessura mínima (em mm) é dada por: 2 d 6,35e i onde di é o diâmetro interno da camisa (em mm). ´´´´ 8 3 e 4 1 16 Tubulões 1,15 f A 1,5 0,85f A1,4P ´ yk s ck F Tubulão a ar comprimido com camisa de aço A camisa de aço é considerada como armadura longitudinal. O cálculo da força resistente do tubulão efetuado no Estado Limite Último (E.L.U.) e no Estado Limite de Serviço (E.L.S.), adotando-se o menor dos dois valores. No E.L.U. o cálculo é análogo ao de um pilar comprimido com força axial, tal como no caso de tubulões a céu aberto: MPa18fck MPa240f ´ yk No E.L.S. considera-se apenas a seção de concreto: 1,5 0,85f A1,4P ckF 17 Tubulões im im dd edd Tubulão a ar comprimido com camisa de aço Entre a base e o fuste revestido pela camisa metálica usa-se uma armadura longitudinal de transição composta de barras. Essa armadura não tem estribos, e é cravada no concreto após a concretagem da base. L2 L1 di dm 1bdi ´ ydm Lfπdfedπ bd ´ yd 1 f f eL cm80L2 fbd=tensão de aderência aço-concreto (valor de projeto). 18 Tubulões Tubulões a ar comprimido Ancoragem da camisa metálica 4 πd pE 2 i Empuxo para cima provocado pelo ar comprimido. Para que não seja necessário ancorar a campânula deve-se ter: campânulatubo PP1,3E A campânula pesa entre 20 kN e 30 kN. sendo di e p, respectivamente, o diâmetro interno e a pressão interna na campânula. 19 Tubulões A reação do pilar de divisa é dada por: f 2 b re es s PR 11 Cálculo da base: adm 1 b σ R A tgα 2 2rx h 1,4 f 0,85 1,4R4 2r πrA xA2rxπr F ck 1 F 2 b b 2 20 Tubulões A reação do pilar central é dada por: tgα 2 h πσ 4R 1,4 f 0,85 1,4R4 2 ΔP PRPRΔP FB adm2 B ck 2 F 2211 OBS: 1) o valor de r depende das dimensões do equipamento usado na execução do tubulão (campânula de ar comprimido ou equipamento de perfuração mecânica); 2) os centros de gravidade do fuste e da base devem estar sobre o eixo da viga alavanca. 21 Tubulões Pilares próximos 1o caso: 2 2 22 adm 2 2 12 2r rπA x σ P A rsr Verificar se x<r2, em caso contrário adotar duas falsas elipses. OBS: os cálculos dos diâmetros dos fustes e as alturas das bases seguem a sistemática indicada anteriormente. 22 Tubulões 2o caso: Pilares próximos Adotar r1+ r2<s 22 2 2 22 2 adm 2 2 1 2 11 1 adm 1 1 3rx 2r rπA x σ P A 2r rπA x σ P A 23 Tubulões 3o caso: Pilares próximos Caso os pilares sejam muito próximos, então afastam-se os centros de gravidades dos tubulões e adota-se uma viga de transição. Pode-se usar, se necessário, dois tubulões sob três pilares alinhados, executando-se uma viga de transição. 24 Tubulões concretode metálicas madeirade Estacas Raiz abentoníticlamadeauxílioocomEscavada contínuaHélice Franki Strauss Broca concretodeEstacas As estacas são elementos esbeltos inseridos no solo por meio de percussão ou por perfuração do solo com posterior concretagem. Fundação profunda: a profundidade de assentamento é maior que 4 m. 25 Estacas Em função do modo de transmissão de carga aos solo as estacas se classificam em: RL Pu Rp Pu RL Rp Pu Resistência por atrito lateral (estacas flutuantes) Resistência de ponta Resistência por atrito lateral e ponta Em função da execução classificam-se em: 1) de deslocamento; 2) escavadas; 3) escavadas injetadas. 26 Estacas A capacidade de carga de uma estaca, ou carga última, Pu, pode ser determinada por meio de fórmulas teóricas, correlações ou provas de carga. Pu RL RP A capacidade de carga é decomposta em duas parcelas: Pu=RL+Rp RL=AL.μ a resistência lateral é o produto da área lateral pelo coeficiente de atrito solo-estaca. Rp=Ap.σu a resistência de ponta é o produto da área da ponta da estaca pela capacidade de carga do solo na cota de apoio da estaca. O atrito lateral é considerado positivo no trecho do fuste da estaca ao longo do qual o elemento de fundação tende a recalcar mais do que o solo circundante. As fórmulas teóricas, em geral, não são confiáveis para previsão da capacidade de carga de estacas. 27 Estacas A resistência lateral depende da: 1) resistência ao cisalhamento do solo; 2) resistência da estaca (momento de flexão e força cortante); 3) deformação excessiva do solo. Fórmula empírica para o pré-dimensionamento da capacidade resistente da estaca: 3 RArLu P L u= perímetro da estaca; L= comprimento da ficha (trecho resistente); A= área da seção transversal; rL = resistência de atrito; R= carga útil (carga de trabalho). Tipo de solo rL (MPa) Argila amarela 0,025 Aterro de terra 0,020 Areia e cascalho 0,015 Argila verde 0,010 Vasa 0,005 Tipo de estaca R (MPa) Cravada 3 a 4 Moldada in loco 2 a 3 28 Estacas Deformações num modelo de estaca Deformações ao redor de estacas prensadas 29 Estacas As figuras mostram os ensaios de uma estaca, indicando o movimento do solo em forma de cone com inclinação de 3:80 quando da cravação, e o acentuado deslocamento da camada superior do solo quando da solicitação axial da estaca. 30 Estacas O número n de estacas por pilar é determinado em função da carga admissível da estaca: estacadaadmissívelcarga pilardocarga n O centro de força do pilar deve coincidir com centro do estaqueamento. Para um pilar só devem ser usadas estacas de um mesmo tipo e mesmo diâmetro. O espaçamento entre as estacas é função do seu diâmetro: d= Divisa 2,5Φ≥60 cm para estacas pré-moldadas 3,0Φ≥60 cm para estacas moldadas in loco a Φ=diâmetro da estaca Para estacas quadradas adotar a dimensão Φ=b, sendo b a largura da estaca. 31 Estacas As distâncias d1, d2, d3, d4 devem atender aos limites prescritos para os espaçamentos entre as estacas. O espaçamento depende do tipo de estaca. d1 d3 d2 d4 32 Estacas Fórmulas dinâmicas h W Pilão Altura de queda Estaca XR.sW.h W=peso do pilão; R=resistência do solo; s=nega correspondente a altura h; X=perdas de energia. As perdas são: a) atrito do martelo nas guias; b) atrito dos cabos nas roldanas; c) repique do martelo; d) deformações elásticas do cepo (C1) e do coxim (C2); e) deformação elástica do solo (C3). 33 Controle de cravação Estacas cravadas por percussão Fórmula de Brix: 2 2 PWR P.hW s P=peso da estaca. F.S.=5 Fórmula dos Holandeses: PWR hW s 2 P=peso da estaca. F.S.=10 W P 0,7h 1,2PW0,7P Para estacas pré-moldadas de concreto adota-se: 34 Controle de cravação Controle da capacidade de carga pela nega Nega mínima= 10 mm. Para estacas com suplemento adota-se 5 mm. Nega: é a medida da penetração da estaca no solo após 10 golpes do martelo caindo de uma altura constante. A nega indicará se a estaca atingiu uma camada resistente na ponta e/ou resistência lateral, atendendo o limite de resistência à fadiga da estaca. A nega, deformação plástica, é calculada usando-se as fórmulas dinâmicas de Brix ou dos Holandeses. 35 Controle de cravação O repique corresponde à parcela elástica do deslocamento máximo de uma seção da estaca, decorrente da aplicação de um golpe do pilão. Controle da capacidade de carga pelo repique s=nega para um golpe. K K É dado pelo traçado marcado numa folha de papel por meio de lápis que pode se mover lenta e continuamente ao longo do topo da régua durante a aplicação dos golpes. C3C2k Repique. C2=deformação elástica do topo da estaca (cepo e coxim); C3=deslocamento elástico do solo sob a ponta da estaca, em geral, assumido como igual a nega para um golpe do pilão. Essa expressão é aproximada pois os valores máximos de C2 e de C3 não ocorrem concomitantemente, o que pode ser comprovado por instrumentação da estaca. 36 Controle de cravação Controle da capacidade de carga pelo repique RL Rp Pu RL z Pu z O O Diagrama de força normal da estaca. RL Rp Pi Δzi iii ΔzP A.E 1 dzP A.E 1 C2 A.E 0,7L.P C2 Velloso (1987) recomenda a expressão: L 37 Controle de cravação A.E .PL C2 e δ.LLe A.E δ.L.P C2 Controle da capacidade de carga pelo repique Pilão W Guia metálica (capacete) Cepo de madeira dura Coxim de madeira mole Estaca Deformação elástica do topo da estaca (cepo e coxim): Comprimento efetivo da estaca: Valores do coeficiente adimensional: δ=0,50 para estacas longas; δ =0,70 para estacas médias; δ =1,00 estacas curtas em solo resistente. O repique é obtido com um único golpe do martelo na estaca. 38 Controle de cravação As estacas de madeira empregam-se em solos permanentemente secos ou úmidos uma vez que esse materialnão resiste às variações de umidade e seco, o que provoca a sua deterioração em pouco tempo. As estacas de madeira são feitas com madeira dura, roliça, porém descascada. O seu diâmetro varia em torno de 18 cm a 35 cm e o comprimento de 5 m a 8 m. Essas estacas podem recebem na sua extremidade inferior uma ponteira de aço para facilitar a penetração no solo, e na superior um anel provisório, também de aço, para evitar que sob as pancadas do martelo (peso), se esfacelem. As estacas de madeira devem ser retas, tolerando-se uma ligeira curvatura de 1% a 2 % do comprimento. A sua tensão de trabalho não deve exceder de 6 MPa. É difícil encontrá-las no comércio com o comprimento necessário, daí o uso de emenda, a qual se faz de topo ou a meia madeira e com chapas metálicas e parafusos. As emendas, sempre que possível devem ser evitadas, pois podem trazer problemas durante a cravação. 39 Estaca de madeira É constituída de troncos de árvores, bem retos, cilíndricos ou retangulares que se cravam no solo. O diâmetro médio dessas estacas varia de 20 cm a 30 cm, sendo que o mínimo na ponta deve ser de 15 cm e seu comprimento é, geralmente, limitado a 12 m. Para um comprimento maior é usual emendar duas estacas. A capacidade resistente fica entre 300 kN a 500 kN. A estaca de madeira deve ser usada sempre abaixo do lençol d´água para se garantir durabilidade devido a variação do nível da água. Deve-se adotar este tipo de estaca em regiões onde se tem abundância de madeira o que, obviamente, reduz o custo final da estaca. 40 Estaca de madeira Quanto à durabilidade do material, as estacas de madeira que estão submersas em água conservam-se sãs e duram indefinidamente, ainda que não sejam submetidas a tratamento algum. Há múltiplos exemplos que o demonstram, como São Marcos de Veneza: quando em 1902 se derrubou o campanário e verificou-se que as estacas de madeira (com uma antiguidade de 1.002 anos) se encontravam em boas condições, então os construtores optaram por mantê-las no seu lugar e construir a nova torre sobre elas. 41 Estaca de madeira A umidade, do ponto de vista mecânico, faz com que a madeira inche e isto melhora seu comportamento mecânico, e ao contrário, a madeira seca reduz seu volume, fazendo com que a resistência das estacas por fuste reduz consideravelmente, levando a assentamentos não previstos da fundação. No Brasil, em geral, são usadas em obras provisórias. Φi Φs Diâmetro médio: Φm=0,5(Φi+ Φs) L L (m) Φm(em cm + ou – 2 cm) <6 25 ≥6 20+L (com L em m) DIN 4026 42 Estaca de madeira Penetração na camada resistente (m) Carga admissível (kN) Diâmetro da ponta (cm) 15 20 25 30 35 3 100 150 200 300 400 4 250 200 300 400 500 5 - 300 400 500 600 DIN 4026 Os dados dessa tabela podem ser interpolados linearmente. Martelo em queda livre: 1,0 estacadaPeso martelodoPeso 43 Estaca de madeira É executada com um trado manual ou mecânico, sem o uso de revestimento. Só pode ser executado abaixo do nível da água se o furo puder ser seco antes da concretagem. Se a estaca for submetida à tração deve ser calculada como tirante (NBR 6118:2003), admitindo uma redução de 2 mm no diâmetro das barras longitudinais. O coeficiente de segurança global deve ser igual ou superior a 2. Pu RL RP Φ5 mm Φlong 20 cm O diâmetro da estaca varia entre 20 cm e 50 cm. O concreto deve ter uma consistência plástica, com consumo de cimento superior a 300 kg/m3 e fck≥15 MPa. Devido às condições desfavoráveis de concretagem adotar γc=1,8. A tensão de trabalho da estaca varia entre 3 MPa e 4 MPa. 44 Brocas de concreto São estacas moldadas in loco com revestimento recuperável e com diâmetros de 25 cm, 32 cm, 38 cm e 45 cm, executadas com equipamento elétrico ou diesel. Essas estacas foram imaginadas inicialmente como alternativa às estacas pré- moldadas cravadas por percussão, devido ao desconforto causado pelo processo de cravação (vibração e ruído). A tensão de trabalho é de 4 MPa. Não são indicadas quando da ocorrência de argilas muito mole. 45 Estaca Strauss 46 Estaca Strauss O equipamento é leve e econômico, sendo algumas vantagens desse tipo de estaca: 1) Ausência de trepidações e vibrações em prédios vizinhos. 2) Facilidade de locomoção dentro da obra. 3) Possibilidade de execuções da estaca com o comprimento projetado, permitindo cotas de arrasamento abaixo da superfície do terreno; 4) Possibilidade de verificar, durante a perfuração a presença de corpos estranhos no solo, matacões, etc., permitindo a mudança de locação antes da concretagem. 5) Possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do solo, pois a retirada de amostras permite a comparação com a sondagem a percussão; 6) Possibilidade de execução de estacas próximas à divisa, diminuindo assim a excentricidade nos blocos. 7) Possibilidades de execução em áreas construídas com pé-direito reduzido, diante da facilidade de adaptação do equipamento; 8) Possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas dimensões. 9) Possibilidade de executar estacas abaixo do lençol de água. 47 Estaca Strauss Essa estaca deve ser encamisada, pois a falta de uma camisa leva a uma perda na dosagem do concreto, e esse se contamina com a lama, criando imperfeições na estaca. Portanto, a estaca Strauss sempre deve ser totalmente encamisada. A estaca deve ser apiloada ao se retirar a camisa metálica, afim de evitar nichos e falhas na estaca. A estaca Strauss tem na ponta um bulbo de concreto, pois não resistem ao carregamento por atrito lateral Se o solo não tiver nível de água a solução economicamente viável é a estaca escavada, pois é a estaca ideal para solos secos e seu custo e bem menor. Essas estacas são mais econômicas do que as estacas pré-moldadas de concreto, e são menos profundas (economia em materiais e economia na mobilização de equipamentos). As armaduras são determinadas pelo calculista ou por especificação das empresas que executam esse tipo de estaca. 48 Estaca Strauss Perfuração Com o soquete é iniciada a perfuração até a profundidade de 1 m a 2 m, furo este que servirá de guia para a introdução do no terreno. primeiro tubo, dentado na extremidade inferior, chamado "coroa". Com a introdução da coroa, o soquete é substituído pela sonda de percussão, a qual, por golpes sucessivos e o auxílio de água, vai retirando o solo do interior e abaixo da coroa, e a mesma vai se introduzindo Quando estiver toda cravada, é rosqueado o tubo seguinte, e assim por diante, até atingir a camada de solo resistente e/ou que tenha um comprimento de estaca considerado suficiente para garantia de carga de trabalho da mesma. Procede-se a limpeza da lama e da água acumulada durante a perfuração, que ficam armazenadas no interior da sonda, com a inversão da mesma quando retirada da tubulação. Execução 49 Estaca Strauss Capacidade de carga (kN) Diâmetro nominal (cm) Diâmetro interno da tubulação (cm) Distância mínima do eixo da estaca à divisa (cm) 200 25 20 15 300 32 25 20 400 38 30 25 600 45 38 30 Equipamentos 1) tripé de aço, um guincho duplo ou simples acoplado a motor a explosão (diesel) ou elétrico; 2) uma sonda de percussão munida de válvula em sua extremidade inferior para retirada de terra; 3) um soquete com peso compatívelcom o diâmetro da estaca; 4) linhas de tubulação de aço, com elementos de 2 m a 3 m de comprimento, rosqueáveis entre si; 5) um guincho manual (para máquina simples) para retirada da tubulação; 6) roldanas, cabos e ferramentas. 50 Estaca Strauss Centralização da estaca O tripé é localizado de tal maneira que o soquete preso ao cabo de aço fique centralizado no piquete de locação. 51 Estaca Strauss Concretagem Nesta etapa, a sonda é substituída pelo soquete. É lançado concreto no tubo em quantidade suficiente para se ter uma coluna de aproximadamente 5 m. Sem puxar a tubulação, apiloa-se o concreto formando uma espécie de bulbo. Para a execução do fuste, o concreto é lançado dentro da tubulação e, à medida que é apiloado, esta vai sendo retirada com o emprego do guincho. Esta operação é realizada simultaneamente, para se evitar secção da estaca, que pode ocorrer caso a tubulação seja puxada e o concreto não seja apiloado. Para a garantia da continuidade do fuste, deve ser mantida, dentro da tubulação durante o apiloamento, uma coluna de concreto suficiente para que o mesmo ocupe todo o espaço perfurado e eventuais vazios no subsolo. 52 Estaca Strauss Concretagem Desta forma o pilão não tem possibilidade de entrar em contato com o solo da parede da estaca e provocar desabamentos e misturas de solo com concreto, o que pode comprometer a resistência da estaca. A concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da estaca, deixando-se um excesso para o corte do topo da estaca. O concreto utilizado deve consumir no mínimo 320 kg/m3. É importante frisar que a coluna de concreto plástico dentro das tubulações, devido ao seu próprio peso tende a preencher a escavação, e caso exista lençol de água, tende a equilibrar a pressão da água. 53 Estaca Strauss Colocação das armaduras A operação final será a colocação das armaduras de espera para amarração aos blocos e às vigas baldrames, sendo colocados 4 barras isoladas com 2 m de comprimento, que são simplesmente enfiadas no concreto. As barras servirão apenas para ligação da estaca com o bloco ou com a viga baldrame, não constituindo uma amadura propriamente dita. Quando houver necessidade de colocação da armadura para resistir à solicitações outras que não a de compressão, as estacas devem ser armadas adequadamente para resistir à essas solicitações. Deve ser executado o preparo do topo da estaca para a sua perfeita ligação com os elementos estruturais. 54 Estaca Strauss Colocação das armaduras O concreto do topo da estaca geralmente é de qualidade inferior, pois ao final da concretagem há subida de excesso de argamassa, ausência de pedra britada e possibilidade de contaminação com o barro em volta da estaca. Por isso a concretagem da estaca deve terminar no mínimo 20 cm acima da cota de arrasamento. A preparação ou "quebra" do topo da estaca, ou seja, a remoção do concreto excedente, deve ser feita com ponteiros, os quais devem ser aplicados verticalmente. Esse acabamento deverá ser feito com o ponteiro inclinado para se conseguir uma superfície plana horizontal. O emprego de equipamentos de rompimento, tais como marteletes e outros, é proibido, pois os mesmos podem danificar a estrutura da estaca inutilizando-a. A estaca deverá ficar embutida 5 cm dentro do bloco ou viga baldrame. Quando se usa lastro de concreto magro, abaixo do bloco ou viga baldrame, o topo da estaca deve ficar livre 5 cm acima do mesmo. 55 Estaca Strauss As estacas tipo Franki são as estacas moldadas in loco mais utilizadas. A estaca tipo Franki padrão tem as seguintes fases de execução: 1) cravação do tubo metálico; 2) determinação do término da cravação do tubo metálico; 3) execução da base alargada; 4) colocação da armadura executiva ou estrutural; 5) execução da concretagem do fuste com a extração do tubo metálico. 56 Estacas Franki Cravação do tubo metálico As estacas são executadas com um tubo de revestimento metálico que é recuperado, e que abrange todo o comprimento da estaca. O diâmetro externo desse tubo deverá ser igual ao diâmetro da estaca. Após a colocação do tubo na posição desejada (vertical ou inclinada), procede-se a sua cravação no solo por meio de um pilão de queda livre ou martelo automático. A extremidade do tubo é vedada com um bucha de brita e areia (quando for usado o pilão de queda livre), ou por uma chapa de aço (marmita) se for usado o martelo automático. Alguns cuidados devem ser tomados quando da cravação do tubo metálico em solos com camadas superiores muito resistentes, pois as vibrações ocasionadas no solo são muito fortes, e podem prejudicar as construções vizinhas. 57 Estacas Franki Pilões de queda livre Diâmetro da estaca (mm) Peso mínimo do pilão (kN) Diâmetro mínimo do pilão (mm) 300 10 180 350 15 220 400 20 250 450 25 280 520 28 310 600 30 380 Nega As negas das estacas são tiradas após se obter a energia de cravação do tubo: 1) nega para 10 golpes de 1,00 m de altura; 2) nega para 1 golpe de 5,00 m de altura. 58 Estacas Franki Diâmetro da estaca (mm) Espaçamento entre os eixos (m) Seis diâmetros (m) 300 1,10 1,80 350 1,20 2,10 400 1,30 2,40 450 1,40 2,70 520 1,50 3,10 600 1,70 3,60 700 2,00 4,20 As estacas de um grupo devem manter um espaçamento mínimo entre si, e devem ser disposta de modo que o perímetro exterior do grupo seja superior ao total dos perímetros das estacas do grupo. Para estacas tipo Franki, em geral, adota-se um espaçamento de 3,0Φ ou 3,5Φ, sendo Φ o diâmetro nominal da estaca. 59 Estacas Franki Diâmetro da estaca (mm) Força máxima de compressão (kN) 300 400 350 550 400 750 450 950 520 1.300 600 1.700 700 2.300 Cargas nominais das estacas Diâmetro da estaca (mm) Comprimento máximo (m) 300 16,00 350 16,00 400 22,00 450 25,00 Comprimentos máximos de utilização Por motivos executivos as estacas com diâmetro Φ≤450 mm têm os comprimentos máximos dados pela tabela. 60 Estacas Franki Energia mínima de cravação A energia necessária para a cravação do tubo metálico é dada por: E=n.W.h E=energia de cravação; n= número de golpes dados para serem cravados 50 cm do tubo; W= peso do pilão; h= altura de queda do pilão. Diâmetro da estaca (mm) Energia de cravação (kN.m) 300 1.800 350 2.300 400 3.000 450 520 4.000 4.500 600 5.000 700 6.500 61 Estacas Franki Execução da base alargada A execução da base alargada ocorre após ser atingida a profundidade adequada. Fixa-se o tubo nos cabos de aço para que não desçam durante o apiloamento da base com expulsão da bucha de brita e areia. Quando a bucha está totalmente expulsa introduz-se no tubo de pequenas quantidades de concreto de base (pelo menos uma caçamba), iniciando-se a abertura da base. Se a base da estaca estiver numa camada muito resistente ou em rocha, a expulsão da bucha e execução da base ficam impedidas. Levanta-se o tubo alguns centímetros de modo a permitir a expulsão da bucha. Nesses tipos de materiais utiliza-se um concreto com fator água-cimento 0,20≤a/c≤0,28, sendo a dosagem: 1 saco de cimento (50 kg)+ 90 litros de areia+ 140 litros de brita 2+brita 3. 62 Estacas Franki Bases Estacas (mm)300 350 400 450 520 600 700 Mínima 90 90 180 270 300 450 600 Normal 90 180 270 360 450 600 750 Forçada 180 270 360 450 600 750 900 Excepcional 270 360 450 600 750 900 1.050 Volume em litros das bases das estacas tipo Franki. 63 Estacas Franki Colocação da armadura A armadura é colocada no tubo metálico após o alargamento da base, ou durante a preparação desse alargamento. As estacas somente comprimidas têm armaduras longitudinais construtivas constituídas apenas de quatro diâmetros. Essas armaduras servem apenas para o controle da execução da concretagem do fuste. Se as estacas estiverem submetidas à tração e ao momento de flexão, então deverão ser dimensionadas pela NBR 6118:2014. 64 Estacas Franki O concreto deve ser seco, com fator água/cimento da ordem de 0,45. Como referência tem-se o traço básico: 1 saco de cimento+ 90 litros de areia 80 litros de brita no 1+ 80 litros de brita no 2. Caso ocorra algum acidente durante a cravação, tais como, penetração de água e/ou de solo no tubo, ou danos nas armaduras causados pelo pilão, a concretagem deve ser interrompida. Após a interrupção, a bucha deve ser refeita e se procede a execução da estaca desde o início, tal como se fosse uma nova estaca. O fuste da estaca deve ficar pelo menos 1 m acima da cota de arrasamento. O concreto em excesso sobre a cota de arrasamento deve ser removido. Para estacas Franki com Φ>450 mm é permitido o uso de martelo hidráulico leve, usado com pequena inclinação. 65 Estacas Franki Estaca Franki com compactação O concreto deve ser plástico com slump entre 8 cm e 12 cm . Como referência tem-se o traço básico: 1 saco de cimento+ 80 litros de areia 85 litros de brita no 1+ 35 litros de brita no 2. 66 Estacas Franki trilhos costura sem tubo retanguar) ou quadrada circular, (seção dobrada chapatubos múltiplosousimplessoldados,oulaminadosperfis Tipos As vantagens das estacas metálicas são: 1) material de excelente qualidade; 2) fornecimento pelo mercado de uma variedade de perfis, o que permite a otimização entre as cargas atuantes e as cargas resistentes; 3) facilidade de manipulação quando comparada com as estacas pré- moldadas de concreto; 4) otimização das perdas (permite o reaproveitamento de partes cortadas). 67 Estacas metálicas As estacas devem ser retilíneas e devem atender às seguintes condições: 1) R=400 m (raio de curvatura); 2) fmáx=0,3%L (flecha máxima). O próprio aço da estaca deve resistir à corrosão; em geral, quando integralmente enterradas em solo natural, independente do nível da água, dispensam tratamento superficial. Para as estacas parcialmente enterradas ou com trecho em aterro com materiais agressivos ao aço, a proteção superficial é obrigatória. Para as estacas com Padm≤1.000 kN cravadas com martelo de queda livre, com peso Gmartelo≥10 kN, deve ser atendida a seguinte condição: 0,5 estacadaPeso martelodoPeso O martelo com peso elevado pode levar a uma cravação excessiva. 68 Estacas metálicas As estacas metálicas quando em meio agressivo devem ter uma proteção: a) pintura: é o processo mais prático e usual; b) revestimento metálico: galvanização, metalização, eletrodeposição, etc.; a metalização com zinco fundido aplicado por meio de pistolas é o método mais utilizado; c) proteção catódica: uso de anodos de sacrifício com potencial de corrosão inferior ao do aço; d) aço ao cobre e aços de baixa liga: a adição de cobre entre 0,2% e 0,5% diminui e retarda o efeito da corrosão, pois surge um filme protetor aderente, compacto e pouco permeável, rico em componentes de cobre; os aços AR-COR35, graus A,B,C são indicados devido à sua alta resistência à corrosão. 69 Estacas metálicas Equipamentos de cravação: a) martelo de queda livre; b) martelo a vapor ou a ar comprimido; c) martelo a diesel; d) martelo vibrador. Capacidade de carga A tensão nominal de trabalho varia entre 80 MPa e 160 MPa. Se a estaca estiver totalmente enterrada dispensa-se a verificação à flambagem. A carga de ruptura é a carga máxima que a estaca resiste. Não se trata de ruptura estrutural da estaca, mas a carga vinculada ao recalque sem aumento sensível da carga atuante. 70 Estacas metálicas A Gerdau Açominas produz perfis estruturais laminados com aço ASTM A 572, com tensão de escoamento fy=345 MPa. A carga de trabalho de estacas com esse tipo de aço é dada por: 1,6 345A P 2 345A P útil máx útil máx métodos empíricos prova de carga As estacas metálicas penetram mais em solos resistentes do que as estacas de concreto. A estimativa de comprimento é efetuada em função do SPT, sendo que, em geral, tem-se L=ΣN=150. A nega da estaca é a penetração de 10 mm após 10 golpes, com o martelo caindo de uma altura constante, sendo fixada pela relação: martelo estaca queda P P H 71 Estacas metálicas As estacas metálicas podem ser emendadas desde que após a execução da emenda sejam cumpridas as condições relativas à sua linearidade. Mín.=20 cm Armadura de fretagem Bloco Estacas Estacas comprimidas Bloco 72 Estacas metálicas Estacas totalmente e permanentemente enterrada Descontar 1,5 mm por face. Área efetiva: Aef=Anominal-1,5.u (mm 2) Estacas tracionadas Bloco Armadura suplementar soldada para transmitir a força de tração para o bloco. Tração 73 Estacas metálicas Os trilhos usados ainda são muito empregados como estacas. Tri-trilho Configurações de dois trilhos soldados. Trilho 4 trilhos A tensão de trabalho é de aproximadamente 80 MPa. Deve ser verificado o grau de desgaste do trilho 74 Estacas metálicas Trilhos Dimensões A B C D TR-25 98,4 98,4 54,0 11,1 TR-32 112,7 112,7 61,1 12,7 TR-37 122,2 122,2 62,7 13,5 TR-45 142,9 130,2 65,1 14,3 TR-50 152,4 136,5 68,2 14,3 TR-57 168,3 139,7 69,0 15,9 TR-57 (trilho de 57 kg/m) 75 Estacas metálicas Trilho Área (cm2) Perímetro (cm) Área (cm2) Perímetro (cm) Área (cm2) Perímetro (cm) Área (cm2) Perímetro (cm) TR-25 74 35 148 51 265 76 394 102 TR-32 98 41 196 59 348 88 519 118 TR-37 112 43 224 62 401 93 597 124 TR-45 139 48 278 70 490 105 725 140 TR-50 155 53 310 79 546 118 806 158 TR-57 175 62 350 82 610 123 395 164 Configurações das estacas de trilhos 76 Estacas metálicas Perfis laminados mais utilizados Carga máxima (kN) Kg/m H 6´´ 400 37,1 I 8´´ 300 27,3 I 10´´ 400 37,7 I 12´´ 600 60,6 2I 10´´ 800 75,4 2I 12´´ 1200 121,2 As cargas da tabela foram calculadas com a tensão de trabalho aproximadamente igual a 120 MPa. Divisa Cunha Pranchão Perfil I Estacas cravadas na divisa servindo como escoramento. Área da ponta Perímetro 77 Estacas metálicas Emenda dos perfis por solda 78 Estacas metálicas As estacas tubulares metálicas se caracterizam por ser facilmente cravadas em quase todos os tipos de solo, e podem atingir elevada capacidade de carga e grandes profundidades pela facilidade de corte e emenda dos elementos. Quando inteiramente enterradas em solo natural, as estacas de aço dispensam tratamento especial. Em trecho desenterrado ou imerso em meio capaz de atacar o aço, é obrigatória a proteção com enchimento de concreto ou outro recurso como pinturaa base de resina epóxi, proteção catódica, etc. As estacas metálicas são cravadas por vibração ou percussão com martelos de queda livre ou diesel. A limpeza interna das estacas tubulares quando necessária, pode ser feita com perfuratriz rotativa. Neste caso a concretagem do trecho escavado é feita com funil utilizando-se a metodologia de concretagem submersa. Estaca tubular 79 Estacas metálicas bdiydm L.fπDe.fπD Estaca tubular Di e Essas estacas são cravadas do mesmo modo que os perfis, mas devem ser preenchidas com concreto, o qual é prolongado para fora da estaca, de modo a ser possível ligá- las ao bloco de coroamento. Os tubos têm espessuras muito finas. imim DDeDD equação de equilibro. 1,15 f f yk yd valor de projeto da tensão de escoamento à compressão do aço do tubo. 80 Estacas metálicas Tensão de aderência calculada de acordo com a NBR 6118:2014. 1,4 f f0,3ff fηηηf ctm ctd 3 2 ckctm ctd321bd nervuradasbarras2,25 dentadasbarras1,2 lisasbarras1,0 η1 aderênciamá0,7 aderênciaboa1,0 η2 mm32para1, mm32para 100 -132 η3 Estaca tubular 81 Estacas metálicas Estaca tubular bd yd f f eL comprimento do concreto para transferir a força das barras longitudinais por aderência. Φlong. Estaca tubular L Concreto no interior da estaca Bloco de coroamento 5 cm Para se evitar problemas quando da escavação deve- se adotar uma espessura mínima para a o tubo: 30 D 6,35e com D em cm e a espessura e em mm. 82 Estacas metálicas Encurvamento de estacas metálicas durante a cravação. 83 Estacas metálicas protendidoconcreto armadoconcreto Tipos O concreto pode ser vibrado ou centrifugado. Para as estacas de concreto protendido deve-se ter fck≥35 MPa. vibração prensagem percurssão execuçãodeModos As seções maciças são quadradas e circulares. As seções vazadas são fabricadas por centrifugação ou extrusão, e têm seções circulares ou sextavadas. 84 Estacas pré-moldadas O comprimento das estacas pré-moldadas de concreto varia entre 4 m e 12 m. Nas estacas resistentes à tração não deve ser considerada a resistência de ponta. A estimativa de comprimento é efetuada em função do SPT, sendo, que em geral, tem-se L=ΣN=100. Essas estacas têm algumas desvantagens: 1) sobras (diferentes comprimentos cravados em função do tipo de solo e proximidade de outras estacas já cravadas ); 2) quebras; 3) vibrações e ruídos em excesso; 4) baixa produtividade (em torno de 100 m por dia). 85 Estacas pré-moldadas O dimensionamento estrutural das estacas pré-moldadas de concreto devem considerar as seguintes situações: 1) a estaca funcionar como pilar submetido à diversas solicitações, e se tiver parte fora do solo deve ser considerada a flambagem; 2) a estaca funciona como viga durante o seu levantamento, transporte e estocagem. Quando fabricadas no canteiro de obras são, em geral, maciças. As armaduras devem ser simétricas. Deve-se considerar uma carga uniformemente distribuída um pouco superior ao peso próprio para considerar as ações dinâmicas de pequena magnitude. No levantamento são suspensas por um, dois ou três pontos: 0,71 L 0,29 L 0,207 L 0,207 L 0,556 L 0,138 L 0,138 L 0,367 L 0,367 L 86 Estacas pré-moldadas As armaduras longitudinais são dimensionadas para ações devidas ao manuseio e às devidas ao solo. Os estribos funcionam como armadura à força cortante e confinam o concreto no topo da estaca elevando a resistência da estaca aos choques do martelo durante a cravação. Nos extremos da estaca o espaçamento dos estribos deve se menor. As estacas estocadas funcionam como vigas, daí ser necessário posicionar apoios de madeira nos locais considerados no cálculo estrutural das armaduras: Apoios de madeira Estacas 87 Estacas pré-moldadas Bate estaca sob roletes. Bate estaca sob lagartas. 88 Estacas pré-moldadas Martelos h G Martelo Altura de queda Estaca Para martelo com maior peso G e altura de queda h menor tem-se maior eficiência na cravação. Para estacas com Padm≤1.000 kN, quando empregado martelo de queda livre, com G≥15 kN, deve ser atendida a seguinte relação: 0,70 estacadaPeso martelodoPeso 89 Estacas pré-moldadas Emendas A emenda deve garantir que a estaca se mantenha retilínea. Anéis metálicos Soldar os dois anéis Anéis soldados: garantem a continuidade estrutural Luva metálica Luva metálica: gera uma rótula na emenda. 90 Estacas pré-moldadas Bate estacas sob roletes em operação de cravação de estacas pré- moldadas de concreto. Execução de emendas por meio de solda elétrica nos anéis metálicos fixados nos extremos das estacas. 91 Estacas pré-moldadas Estacas de concreto centrifugado. Estacas dotadas de ponteiras metálicas na extremidade, com o objetivo de atravessar camadas resistentes, possibilitam a cravação em argilas médias e duras sem provocar levantamento das estacas vizinhas, e permitem a execução de fundações apoiadas em rocha sem romper o elemento de concreto. 92 Estacas pré-moldadas A estacas escavadas são utilizadas em obras com grandes cargas nas fundações. Podem alcançar 80 m de profundidade, dependendo dos cabos que sustentam o Clam Shell (equipamento de escavação). A estaca escavada é executada por escavação mecânica, com uso ou não de lama bentonítica, ou uso de revestimento total ou parcial, e posterior concretagem. Vantagens 1) execução sem vibração e ruídos; 2) possibilidade de atravessar camadas do solo de grande resistência devido as ferramentas de escavação; 3) execução rápida; 4) possibilidade de atingir grandes profundidades; 5) possibilidade de resistir a grandes cargas com um único elemento de fundação, reduzindo deste modo o volume dos blocos; 6) executada com ferramenta mecânica Clam Shell. 93 Estaca diafragma A carga admissível de uma estaca escavada com a ponta apoiada no solo deve atender simultaneamente às seguintes condições: a) a resistência de atrito lateral do fuste não pode ser inferior a 80% da carga de trabalho da estaca; b) a resistência total não pode ser inferior a duas vezes a carga de trabalho da estaca. Se a estaca tiver a sua ponta embutida em rocha, com contato perfeito entre o concreto e a rocha, toda carga pode ser absorvida pela resistência de ponta, admitindo-se F.S.>3. Deve-se ter fck≥ 20 MPa e γc= 1,9. Esse coeficiente de segurança elevado deve-se ao fato da concretagem ser executada em condições desfavoráveis. 94 Estaca diafragma .Para as estacas submetidas apenas a compressão, se a tensão média de compressão for σc≤5 MPa, adota-se no trecho superior uma armadura mínima de As= 0,5 % da área de concreto. Distribuição possível das estacas As dimensões transversais são: largura x 250 cm. As estacas tracionadas devem ser armadas de acordo com as prescrições da NBR 6118:2003, admitindo-se uma redução de 2 mm no diâmetro das barras longitudinais. O coeficiente de segurança global deve ser superior a dois. 95 Estaca diafragma Equipamento de escavação 96 Estaca diafragma 1) Colocação da camisa guia escavação com Clam Shell, completando comlama o volume escavado. 2) Atingida a profundidade prevista, coloca-se a armadura e o air-lift ou bomba de submersão para a troca da lama usada por nova. 3) Colocação do tubo de concretagem e da bomba de submersão e tem-se início da concretagem submersa com concreto plástico. 4) Terminada a concretagem procede-se o aterro da parte superior e a retirada da camisa guia. Execução 97 Estaca diafragma Camisa guia As principais funções da camisa guia são: 1) locar a posição da estaca a ser escavada; 2) guiar a ferramenta de escavação; 3) conter o solo no trecho inicial da escavação devido a grande variação do nível de lama bentonítica pela entrada e saída da ferramenta de escavação; 4) garantir uma altura de lama bentonítica compatível com o nível do lençol de água; a diferença mínima do nível entre a lama bentonítica e o nível da água de ser 2,00 m. A camisa guia normalmente é de concreto armado. A altura da camisa varia entre 1,50 m e 2,00 m. 98 Estaca diafragma Escavação com Clam Shell observando-se a existência da camisa guia de concreto. Camisa guia 99 Estaca diafragma Bentonita: é um argila produzida a partir de jazidas naturais, sendo em alguns casos beneficiadas. A predominância do argilo mineral montmorilonita sódica é responsável pela tendência ao inchamento. As lamas tixotrópicas são preparadas com bentonita. Tixotropia: é o comportamento da lama bentonítica se comportar com fluido, porém, capaz de formar um gel. Solo natural Cake Escavação Cake: é uma película impermeável formada junto às paredes laterais da escavação. 100 Estaca diafragma Ação tixotrópica da lama A pressão exercida pela lama bentonítica é sempre maior do que a pressão da água em qualquer cota da escavação, então a lama penetra nos vazios do solo. Com o aumento da resistência á penetração da lama nos vazios do solo, essa tende a ficar em repouso e sua rigidez aumenta, formando uma película (cake) que colmata as partículas do solo, aumentando a resistência do solo ao cisalhamento. Essa penetração não é uniforme, e varia em função do tipo de solo, do seu índice de vazios, da viscosidade da lama e da água do solo. O cake evita também a perda de lama no interior do solo. 101 Estaca diafragma Contato da lama com o solo. Mecanismo de formação do cake e do filme protetor A lama penetra no solo. 102 Estaca diafragma A lama atinge a profundidade máxima e mantém-se em repouso. Mecanismo de formação do cake e do filme protetor A lama em repouso adquire rigidez, daí formar-se um filme protetor que distribui melhor a pressão da lama ao solo. 103 Estaca diafragma N.A. N.T. Solo Lama h1 ha q (kN/m) Tensões resistentes Tensões atuantes z σh,lama σh, a Ação estabilizadora da lama σha, s σha, sc h1= profundidade do nível da lama σha, sc=tensão normal, horizontal, ativa, exercida pelo solo devido à sobrecarga. σha, s=tensão normal horizontal, ativa, exercida pelo solo devido ao peso próprio. σh, a=tensão normal, horizontal exercida pela água σh,lama ≥σha,s+ σha,sc+ σh,a 104 Estaca diafragma Requisito Valor Resíduos em peneira no200 ≤1% Teor de umidade ≤15% Limite de liquidez ≥440 Viscosidade Marsh 1500/1000 da suspensão a 60 em água destilada ≥40 Decantação da suspensão a 60 em 24 h ≤2% Água separada por pressofiltração de 450 cm3 da suspensão a 6% nos primeiros 30 min, à pressão de 0,7 MPa ≤18 cm2 pH da água filtrada 7 a 9 Espessura do cake no filtoprensa ≤2,5 cm Especificações da bentonita. 105 Estaca diafragma Parâmetros Valores Equipamento para ensaio Densidade 1,025 g/cm3 a 1,10 g/cm3 Densímetro Viscosidade 30 s a 90 s Funil Marsh pH 7 a 11 Papel pH Cake 1,0 mm a 2,0 mm Filter press Teor de areia Até 305 Baroid sand content ou similar Parâmetros para a lama bentonítica. A espessura do cake deve ser determinada ao menos uma vez por partida da bentonita. Os demais parâmetros devem ser determinados em amostras retiradas do fundo de cada estaca, imediatamente antes da concretagem. Às vezes são adicionados produtos químicos à bentonita para melhorar suas condições. 106 Estaca diafragma COMPONENTES EM PESO (kg) EM VOLUME (litros) Cimento Portland 400 290 Areia 720 570 Brita nº1 980 630 Água 240 litros 240 Plastiment VZ 1,2 litros 1,2 Concreto O concreto utilizado na concretagem submersa tem como característica principal uma alta plasticidade: slump entre 18 e 22 cm. O consumo de cimento mínimo é de 400 kg/m³. A lama bentonítica é uma mistura de bentonita com água pura, processada num misturador de alta turbulência, com a concentração variável em função da viscosidade e da densidade que se pretende obter. 107 Estaca diafragma A armadura longitudinal é constituída por barras soldadas em estribos fechados. Para o içamento são usadas alças. que devem ser posicionadas após o mergulho na escavação. Para as estacas com a tensão de compressão média no concreto σc ≤ 5 MPa a armadura é colocada apenas no trecho superior da estaca. 108 Estaca diafragma Para as estacas com a tensão de compressão média no concreto σc> 5 MPa o trecho armado é aquele necessário para a transferência para o solo, por meio do atrito lateral, da parcela de carga que excede a tensão média de 5 MPa na seção transversal da estaca. Quando as estacas estão submetidas a momentos de flexão e forças horizontais, a armadura e o comprimento das mesmas devem ser calculados de modo usual pela NBR 6118:2003. 109 Estaca diafragma O concreto é mais denso do que a lama bentonítica expulsando-a, ocorrendo o preenchimento da estaca de baixo para cima. A concretagem deve ser contínua e feita logo após o término da perfuração, sendo tomadas as providências referentes à lama bentonítica e às armações. Caso haja interrupção da concretagem, devem ser avaliados criteriosamente as providências a serem adotados, e em caso extremo o abandono da estaca pode ser cogitado. 110 Estaca diafragma DIMENSÕES (cm x cm) ÁREA (m²) PERÍMETRO (m) SUBIDA DO CONCRETO PARA 1m³ (m) CARGA NA ESTACA (kN) PARA TENSÃO DE COMPRESSÃO DO CONCRETO σc (M Pa) 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 30X250 0,75 5,60 1,33 2250 2630 3000 3380 3750 40x250 1,00 5,80 1,00 3000 3500 4000 4500 5000 50x250 1,25 6,00 0,80 3750 4380 5000 5630 6250 60x250 1,50 6,20 0,87 4500 250 6000 6750 7500 70x250 1,75 6,40 0,57 5250 6130 7000 7880 8750 80x250 2,00 6,60 0,50 6000 7000 8000 9000 10000 90x250 2,25 6,80 0,44 6750 7870 9000 10120 11250 100x250 2,50 7,00 0,40 7500 8750 10000 11250 12500 120x250 3,00 7,40 0,33 9000 10500 12000 13500 15000 Dados geométricos e mecânicos 111 Estaca diafragma As estacas raiz são moldadas in loco, na direção vertical ou inclinada, usando-se perfuratrizes rotativas ou roti-percurssivas. Em geral, usa-se revestimento ao longo do furo para garantir a integridade do fuste. Após a perfuração coloca-se a armadura e a estaca é concretada usando-se ar comprimido e retirando-se o tubo de revestimento. A seção da armadura pode ser variável ao longo do fuste, em função do diagrama de atrito lateral. A concretagemé executada de baixo para cima aplicando-se uma pressão inferior a 0,5 MPa. Essa pressão aumenta o atrito lateral e garante a integridade do fuste, e desse modo permite considerar a resistência da argamassa no dimensionamento estrutural, reduzindo a área da armadura. 112 Estaca raiz Aplicações: 1) fundação em local de difícil acesso; 2) fundações em solos com blocos de rocha, solo concrecionado ou antigas fundações; 3) reforço em fundações; 4) estacas raiz em substituição parede diafragma; 5) fundações em locais próximos a construções em estado precário ou com restrições de barulho; 6) fundações de equipamentos industriais; 7) estacas ancoradas com estaca raiz. 113 Estaca raiz 114 Estaca raiz 115 Estaca raiz Dimensionamento Adota-se um fator de segurança superior a 2. As estacas são divididas em dois grupos: a) estacas com aço com armadura de aço CA 25 e ρs≤6%, devem ser dimensionados com pilar de concreto armado, considerando-se a flambagem e admitindo-se a contribuição da argamassa (ou da nata) reduzindo-se da sua área a área da armadura 6%ρpara 0,765f0,9f f0,65D-2P A s ckyk ck 2 s D=diâmetro da estaca. b) estacas com aço com armadura de aço CA 50 ou CA 60 e ρs> 6%, despreza-se a resistência da argamassa (ou nata), sendo a carga resistida apenas pela armadura yk s 0,9f 2P A 116 Estaca raiz 117 Estaca raiz Vantagens: a) alta velocidade de execução; b) ausência de vibração; c) ausência de ruídos excessivos. Desvantagens: a) impossibilidade do controle de arrasamento; b) perdas excessivas de concreto (em torno de 20%). 118 Estaca hélice contínua Perfuração O trado hélice é introduzido no solo por meio de sua rotação até a profundidade de projeto. A penetração da ponta do trado limita- se a solos coesivos muito duros com SPT>50 e em alterações de rocha. Os trados têm comprimentos entre 18 m e 24 m. A perfuração deve ser contínua, pois o peso da hélice e do solo nela contido são necessários para a escavação. A retirada do material escavado em etapas alivia as pressões laterais das estacas. 119 Estaca hélice contínua Concretagem Executada com concreto bombeado após se erguer um pouco o trado para possibilitar a retirada da tampa inferior, retirando-se o trado juntamente com a concretagem. O concreto é composto por areia+pedrisco+cimento, com consumo de cimento entre 380 kg/m3 e 450 kg/m3. A velocidade de subida e a pressão de injeção devem ser controladas para evitar o consumo excessivo de materiais ou vazios no preenchimento da estaca. É usual também a retirada do concreto acima da cota de arrasamento com o auxílio de baldes, de modo a diminuir o volume de demolição do concreto em excesso. 120 Estaca hélice contínua Armação Colocada após a limpeza da estaca; composta por bitolas de grande diâmetro, sendo colocada na estaca por gravidade. L Comprimento da armação (m) Slump mínimo (cm) L<3,00 20 3,00<L<6,00 22 6,00<L<9,00 24 9,00<L<12,00 26 121 Estaca hélice contínua 122 Estaca hélice contínua A monitoração da estaca é realizada por computador: a) durante a perfuração faz-se o controle o trado 1− inclinação; 2 − rotação; 3 − torque para introdução no solo; 4 − velocidade; 5 − profundidade. b) durante a concretagem 1 − profundidade da ponta do trado; 2 − pressão do concreto na ponta do trado; 3 − volume de concreto injetado (total e parcial); 4 − velocidade da subida do trado; 5 − perfil estimado da estaca. 123 Estaca hélice contínua Folha de controle de execução de estaca hélice contínua 124 Estaca hélice contínua A NBR 6122:2010 prescreve os seguintes métodos de cálculo: 1) métodos estáticos: teóricos ou semi-empíricos; 2) métodos experimentais: provas de carga; 3) métodos dinâmicos: dados obtidos durante a cravação da estaca. Os métodos dinâmicos são usados para garantir a qualidade (homogeneidade) do estaqueamento por meio da observação do comportamento das estacas durante o processo de cravação. 125 Capacidade de carga Métodos estáticos teóricos 126 Capacidade de carga No Brasil são muito utilizados os métodos empíricos fundamentados em correlações estatísticas. Método de Aoki-Velloso (1975) rL rp ΔL Pu Pu=RL+Rp Rp=Ap.rp RL=(Σu.ΔL).rL u=perímetro da estaca. Os valores de rp e rL são calculados por meio da resistência de ponta do CPT ou por correlação com o índice de penetração dinâmica do SPT. SL=Σu.ΔL 127 Capacidade de carga 1 p p F kN r 2 L L F α.kN r O valor de Np é o SPT da cota de apoio da estacas, e NL é o SPT da camada atravessada pela estaca. O efeito escala entre a estaca (protótipo) e o cone do CPT (modelo) é considerado por meio dos coeficientes adimensionais F1 e F2. Os coeficientes k e α dependem do tipo de solo. A carga última da estaca é dada por: L 2 L p 1 p u S F kNα A F kN P o somatório se refere às camadas consideradas no cálculo do atrito lateral. 128 Capacidade de carga Tipo de solo k (MPa) α (%) Areia 0,73 0,21 Areia siltosa 0,68 2,3 Areia silto argilosa 0,63 2,4 Areia argilo siltosa 0,57 2,9 Areia argilosa 0,54 2,8 Silte arenoso 0,50 3,0 Silte areno argiloso 0,45 3,2 Silte 0,48 3,2 Silte argilo arenoso 0,40 3,3 Silte argiloso 0,32 3,6 Argila arenosa 0,44 3,2 Argila areno siltosa 0,30 3,8 Argila silto arenosa 0,33 4,1 Argila siltosa 0,26 4,5 Argila 0,25 5,5 B 7B 3,5B qps qpi 2 qq q pi(médio)ps(médio) últp, No método de Aoki-Velloso com as adaptações de Paulo Frederico Monteiro deve-se ter SPT N≤40. Nkq qAR últp,pp A resistência de ponta da estaca é dada por: 129 Capacidade de carga Tipo de estaca F1 F2 Franki de fuste apiloado 2,3 3,0 Franki de fuste vibrado 2,3 3,2 Metálica 1,75 3,5 Pré-moldada de concreto cravada à percussão 2,5 3,5 Pré-moldada de concreto cravada por prensagem 1,2 2,3 Escavada com lama bentonítica 3,5 4,5 Raiz 2,2 2,4 Strauss 4,2 3,9 Hélice contínua 3,0 3,8 O método de Aoki-Velloso adota um fator de segurança global. Adotar F.S.=2 para cálculo da carga admissível. 2 P P uadm Para estacas tipo Franki a área da base alargada, admitida como uma esfera de volume V, é dada por: 3 2 p 4π 3V πA A área da ponta Ap das estacas pré- moldadas são fornecidas nos catálogos. Para as estacas metálicas tem-se: 2 p mmem1,5u-AA A=seção transversal; u=perímetro. 130 Capacidade de carga RL Rp Pu Método de Décourt-Quaresma (1978) As correlações desse método foram inicialmente obtidas para estacas pré-moldadas de concreto, mas são aplicadas a todos os tipos de estacas. Pu=RL+Rp Rp=Ap. α.qp RL=SL. β.qL A capacidade de carga do solo junto à ponta da estaca é dada por: qp=k.Np(médio) Np(médio) é obtido com os valores do SPT correspondentes ao nível da ponta da estaca , o imediatamente anterior e o imediatamente posterior. 131 Capacidade de carga 2L(médio) L kN/m1 3 N 10q K é o fator característico do solo. A adesão média ao longo do fuste é dada por: NL (médio) é o valor médio do SPT ao longo do fuste, sem consideraros adotados no cálculo da resistência de ponta. Se N≤3 ou N≥50, adotar, N=3 e N=50, respectivamente. Tipo de solo k (kN/m2) Argila 120 Silte argiloso 200 Silte arensoso 250 Areia 400 132 Capacidade de carga Solo Estacas escavadas Estacas em geral Escavada com lama bentonítica Hélice contínua Estaca raiz Argila 1,0 0,80 0,90 1,00 1,50 Solo intermediário 1,0 0,65 0,75 1,00 1,50 Areias 1,0 0,50 0,60 1,00 1,50 Fator β para correção da resistência lateral. Solo Estacas escavadas Estacas em geral Escavada com lama bentonítica Hélice contínua Estaca raiz Argila 1,0 0,80 0,85 0,30 0,85 Solo intermediário 1,0 0,65 0,60 0,30 0,60 Areias 1,0 0,50 0,50 0,30 0,50 Fator α para correção da resistência de ponta. 133 Capacidade de carga O método de Décourt e Quaresma adota fatores de segurança parciais: Fp= relativo aos parâmetros do solo; Ff= relativo à formulação adotada; Fd= relativo às deformações excessivas; Fc= relativo às cargas. Para o atrito lateral esses autores sugerem, respectivamente: 1,1; 1,0; 1,0; 1,2. Desse modo resulta para o atrito lateral: F.S.= 1,1x1,0x1,0x1,2=1,32 Para a resistência de ponta com os valores sugeridos tem-se: F.S.= 1,35x1,0x2,5x1,2=4,05 4,0 R 1,3 R R pL u A carga admissível é dada por: 134 Capacidade de carga Método de Velloso (1981) fL qp ΔL Pu Df L Db Pu=RL+Rp Rp=α.β. qp.Ap RL=α.λ.u.Σ(fL.ΔL) α = fator de execução da estaca α=1,0 para estacas cravadas; α=0,5 para estacas escavadas. Este método foi inicialmente concebido em função dos dados do ensaio do CPT. 135 Capacidade de carga β = fator de carregamento β =0 para estacas tracionadas para Db=Df. c b d D 0,0161,016β dc = diâmetro da ponta do cone do ensaio CPT (3,6 cm no cone holandês). A capacidade de carga do solo sob a ponta da estaca é dada por: 2 qq q c2(médio)c1(médio) p λ = fator de carregamento λ =1,0 para estacas comprimidas; λ =0,5 para estacas tracionadas. 136 Capacidade de carga qc1= média dos valores medidos na resistência de ponta no ensaio CPT, numa espessura igual a 8Db logo acima da ponta da estaca; quando L<8Db deve-se adotar valores nulos para qc acima do nível do solo. qc2= média dos valores medidos na resistência de ponta no ensaio CPT, numa espessura igual a 3,5Db logo abaixo da ponta da estaca. O atrito lateral médio em cada camada do solo, com espessura ΔL, atravessada pela estaca é dado por: fL=fc fc= atrito lateral medido na haste do ensaio CPT. No caso do uso dos dados do ensaio SPT seguem-se as seguintes correlações: qc=a.N b fc=a ´.Nb´ 137 Capacidade de carga a; b;a´; b´= parâmetros de correlação entre a sondagem à percussão (SPT) e e o ensaio CPT; são definidos para os solos do canteiro de obra. O professor Dirceu de Alencar Velloso fornece a seguinte tabela para uma obra onde foi aplicado o seu modelo: (1) refinaria Duque de Caxias (RJ); (2) área da Açominas-MG. Solo Ponta Atrito a (kN/mm2) b a´ (kN/mm2) b´ Areias sedimentares submersas (1) 600 1 5,0 1 Argilas sedimentares submersas (1) 250 1 6,3 1 Solos residuais de gnaisse areno siltosos submersos (1) 500 1 8,5 1 Solos residuais de gnaisse silto arenosos submersos 400 (1) 1 (1) 8,0 (1) 1 (1) 472 (2) 0,96 (2) 12,1 (2) 0,74 (2) 138 Capacidade de carga O solo inicialmente em equilíbrio sob seu peso próprio passa a se adensar e atua como carga adicional na estaca, ao invés de resistir à carga aplicada. Ocorre com frequência em solos compostos de argila mole não adensada e nos solos formados de sedimentos orgânicos compressíveis. O atrito lateral é considerado negativo no trecho em que o recalque do solo é maior do que o da estaca. Esse fenômeno ocorre no caso de o solo estar em equilíbrio em processo de adensamento, provocado pelo peso próprio ou por sobrecargas lançadas na superfície, ou amolgamento decorrente da execução de estaqueamento. Amolgamento é a perda da capacidade resistente da argila. 139 Atrito negativo O atrito negativo pode ocorrer nos seguintes casos: a) existe uma camada de solo compressível acima da camada resistente, na qual as estacas estão cravadas; b) existe uma sobrecarga de grande magnitude aplicada ao nível do solo no qual as estacas estão cravadas; c) o nível de água está sujeito a variações, ou é rebaixado (neste caso as estacas são “puxadas” para baixo devido ao aumento do peso específico do solo); d) as estacas são cravadas num solo compressível antes da sua consolidação; e) o solo pode vir a ser compactado por vibrações devidas ao tráfego ou por máquinas usadas na construção; f) a construção posterior de sapatas perto das estacas. 140 Atrito negativo A magnitude do atrito negativo depende do: 1) material da estaca; 2) método de execução da estaca; 3) natureza do solo; 4) recalque total e taxa de recalque entre o solo e a estaca. O atrito negativo pode ser reduzido com pintura de betume ou asfalto. O betume é atacado por ações bacteriológicas em argilas marinhas. As estacas pintadas têm apenas 14% de atrito negativo em relação às não pintadas. As pinturas devem ser executadas apenas nos trechos de atrito negativo, senão diminuem a resistência ao atrito das estacas. O atrito negativo é basicamente um problema de recalque. 141 Atrito negativo P RL Rp Aterro Camada compressível Camada resistente a) O aterro carrega a camada de solo superior que recalca. P RL Rp Argila muito mole Camada resistente b) A cravação da estaca amolga o solo aumentando a sua compressibilidade. Solo amolgado 142 Atrito negativo P Aterro Camada compressível Camada resistente c) Rebaixamento do nível de água Material arenoso N.A. P RL Rp N.A. ΔP O rebaixamento do nível de água atua como uma sobrecarga ΔP sobre a camada compressível. 143 Atrito negativo Ponto neutro Para determinar o atrito negativo total e necessário estimar a posição do ponto neutro, ou seja, o nível no qual o recalque da estaca se iguala ao recalque do solo ao seu redor. δ z O δestaca δsolo Zona de transição τs fn Ponto neutro 144 Atrito negativo )( s1 )( L2pu 1,5PP2RRP Ponto neutro Resistência de ponta Resistência entre o ponto neutro e a ponta Força que pode ser aplicada no topo da estaca Força devida ao atrito negativo ms1 σtgkq tensão cisalhante devido ao atrito negativo (estaca isolada). K=coeficiente de empuxo; φ=ângulo de atrito solo-estaca; σm= pressão média ao longo do trecho sujeito ao atrito negativo osenrocament0,40 spedregulhoeareias0,35 deplasticidamédiaebaixacomadensadasenormalmentargilas0,30 deplasticidaaltacomadensadasargilas0,20 tgk 145 Atrito negativo Método de De Beer e Wallays elcompressív camadaaterro 0 ANANAN γ ´ γγ γ γ A tgπDdk e1 1dAAN e1pAAN 0 A tgπDdk A tgπDdk 000 0 0 0 P p0 d γ´ D 4 πd A 16 πd A 2 0 2 γ tgsen1tgk 0 atrito solo-estaca. p0=sobrecarga no topo da camada compressível. 146 Atrito negativo Ábaco para se calcular a cota até onde atua o atrito negativo (ponto neutro). 147 Atrito negativo Método de De Beer e Wallays: grupo de estacas a b b b 0,5b 0,9.(0,5d) a a 0,5a 0,9.(0,5d) 0,9.(0,5d) 0,5a 0,9.(0,5d) 0,5b Áreas de influência para as estacas num grupo. 0,5a0,5d0,9.AA 0,5b0,5d0,9.AA 4 0,9db.0,9da AA a.bAA 0 0 0 0 γ γ γ γ 148 Atrito negativo As estacas solicitadas axialmente à tração se tendem a se deslocar de sua parte inferior para o seu topo, sendo impedida pelo solo. Se o atrito lateral que ocorre ao longo do fuste da estaca ou aderência solo- estaca for maior do que a força de tração esse deslocamento é impedido. A capacidade de carga da estaca é igual a atuação conjunta do peso de um cone com o semi-ângulo λ, que é função do ângulo de atrito do solo, da razão L/r (profundidade/raio da estaca), da resistência ao cisalhamento do solo ao longo da superfície de ruptura e o peso da fundação (estaca+bloco). λ 1 2 c,γ, φ q Devem ser considerados dois tipos de ruptura: a) ruptura na interface solo-estaca; b) ruptura por superfície cônica. 149 Estacas tracionadas Para a ruptura na interface solo-estaca devem ser usadas as fórmulas para cálculo do atrito lateral tal como no caso das estacas comprimidas. Para a ruptura por meio de uma superfície cônica tem-se: μ c 3 L qLπμP 22u γ tgμ coeficiente de atrito do solo q= sobrecarga γ= peso específico do solo. c= coesão do solo. A favor da segurança despreza-se o peso da estaca. Para solos com c=0 (arenosos) com q=0 tem-se: 3 L πμP 3 2 u γ peso do cone de solo com semi- ângulo λ. 150 Estacas tracionadas α q Estacas inclinadas α < φ c,γ, φ μ αtg1c αtg1 3 L q LπμP 2 2 22 u γ F.S.=2,0 G Grupo de estaca tracionadas Adotar o menor dos dois valores: 1) P=ΣPi (somatório das cargas das estacas isoladas); 2) peso G do solo envolvido pelo grupo de estacas. 151 Estacas tracionadas O comportamento de um grupo de estacas depende do: 1) método de execução das estacas; 2) tipo do modo dominante de transferência de carga (por resistência de ponta ou por atrito lateral); 3) tipos dos materiais; 4) geometria tridimensional do bloco de fundação; 5) rigidez da estrutura, das estacas e do solo. As causas do recalque do grupo de estacas são a: 1) deformação axial da estaca; 2) deformação do solo na interface estaca-solo; 3) deformação de compressão no solo entre as estacas; 4) deformação de compressão na camada de solo abaixo das pontas das estacas. 152 Grupo de estacas Bulbo de pressão Bulbo de pressão P s s s P P P P Bulbo de pressão do grupo Os bulbos de pressão são calculados pela fórmula de Boussinesq. 153 Grupo de estacas (%)100 nP P E1 grupodoestacasdasaresistêncidasoma estacasdegrupodoaresistênci E i g gg Fator de eficiência do grupo de estacas 0,5Φ s (a-1).s (b-1).s 0,5Φ u=perímetro n=a.b é o número de estacas com diâmetro Φ espaçadas de s. 154 Grupo de estacas 41b1a2su bπa 42ba2s E Lfn Lf42ba2s E g s s g π Se o espaçamento s aumenta o fator de eficiência η aumenta. O limite s≤3Φ é definido por questões econômicas (dimensões do bloco). Perímetro: fs =coeficiente de atrito solo-estaca. Fator de eficiência do grupo de estacas 155 Grupo de estacas O recalque é o critério limitante de projeto para grupos de estacas, em areias ou argilas. A seguinte desigualdade deve ser atendida: δgrupo≤ δadm O recalque do grupo de estacas é calculado por meio do modelo da sapata equivalente, que somente é válido para estacas verticais. Esse modelo é função do tipo de solo: argila ou areia. Os modelos, para argila e areia, admitem que a dissipação, ou espraiamento das pressões das seguintes maneiras: 1) abaixo do bloco de coroamento com uma inclinação 1:4 para levar em conta a parcela da carga transferida por atrito lateral; 2) abaixo do comprimento 2/3 L ou 2/3 La (no caso de areia) tem-se a base da sapata equivalente para o cálculo do recalque, a partir da qual a dissipação de pressão ocorre com a inclinação 1:2, para levar em conta o incremento das pressões verticais. 156 Grupo de estacas 1:4 1:4 1:2 1:2 2/3 L L Camada de argila Base da sapata equivalente Sapata equivalente para argilas 157 Grupo de estacas Sapata equivalente para areias 1:4 1:4 1:2 1:2 2/3 La La L Camada de areia Base da sapata equivalente La=espessura da camada de areia. 158 Grupo de estacas Classificação das estacas quanto à sua rigidez d Le Aterro Camada compressível Camada resistente 5 L d e Estacas flexíveis: O momento fletor máximo diminui com o aumento da espessura da camada compressível, pois a estaca se deforma em juntamente com o solo, donde a pressão lateral diminui. A rigidez da estaca depende do seu comprimento total, do comprimento do trecho em aterro e camadas compressíveis, da geometria da sua seção transversal e das características do solo da camada resistente, 159 Rigidezes das estacas 4 L d e Estacas rígidas: O momento fletor máximo aumenta com o aumento da espessura da camada compressível. ou 5 L d e 12 E G solosolo módulo de elasticidade transversal. EI =rigidez à flexão da estaca. 4 solo e G EI L comprimento efetivo da estaca. 160 Rigidezes das estacas O comportamento das estacas submetidas à forças horizontais e momentos de flexão é mais complexo do que o das estacas carregadas com forças axiais. As características da estaca pouco influenciam no comportamento estrutural, e, em geral, a ruptura ocorre no solo adjacente à estaca. Para estacas apenas com carregamento axial as características do fuste e da base da estaca influenciam tanto a capacidade de carga quanto o solo adjacente à estaca, e a ruptura, em geral, ocorre por flexão da estaca. 161 Forças horizontais Efeito Tschebotarioff A ação horizontal do solo sobre estacas gera uma solicitação nas mesmas; esse efeito é denominado efeito Tschebotarioff. Camada compressível Aterro Camada resistente Levantamento do solo Camada compressível 162 Forças horizontais Solo pouco compressível Argila mole Δh N.T.2 N.T.1 Empuxo lateral=ph Estaca O desnível Δh gera um carregamento assimétrico na estaca, que provoca uma pressão lateral ph na estaca. Aterro ph=k0cvD D t P cv1 Cv cv2 k0= coeficiente de empuxo ativo no repouso. k0 =0,70 a 0,75 para argilas. k0=0,40 a 0,50 para areias. cv=cv1-cv2 Método deTschebotarioff 163 Forças horizontais O método de Tschebotarioff se aplica apenas às estacas rígidas. Deficiências do método:1) não leva em conta o
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