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Capítulo Normas Regulamentadoras (NRs) e Leis trabalhistas

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O monitoramento de riscos ambientais é uma etapa fundamental para as práticas de prevenção, no que está relacionado com a proteção da saúde dos trabalhadores e pessoas da comunidade em que a empresa está localizada. Esta etapa deve ser realizada de forma minuciosa e precisa atender aos requisitos solicitados na legislação correspondente.
O objetivo do monitoramento é a verificação das condições do ambiente de trabalho; devem estar adequadas e dentro dos padrões aceitáveis para que o espaço seja considerado saudável.
Algumas Normas Regulamentadoras (NRs) citam itens específicos sobre o monitoramento de riscos ocupacionais e este é o tema que vamos tratar neste tópico. Selecionamos as normas mais relevantes para o monitoramento dos riscos, são elas: 
NR-07, NR-09, NR-15, NR-17, NR-32 e NR-33. Cabe ressaltar que outras NRs também trazem informações sobre o monitoramento de riscos em atividades específicas, esse estudo mais detalhado deve ser realizado de acordo com o ramo de atuação da empresa em que o profissional Técnico em Segurança do Trabalho estará atuando.
Vamos iniciar o nosso estudo pela NR-07. Esta é a norma que estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
O PCMSO tem como objetivo a promoção e a preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Por meio da realização de exames médicos e da aplicação deste programa, é possível diagnosticar alterações na saúde física e mental dos trabalhadores que podem ser causadas pelos agentes presentes no ambiente de trabalho. Este programa é coordenado por um Médico do Trabalho, que é o profissional que estabelece as formas de controle das doenças ocupacionais e os monitoramentos necessários em relação à saúde dos trabalhadores.
Quando expostos a agentes ambientais, os trabalhadores devem ser monitorados individualmente, por meio de exames médicos, principalmente se levarmos em conta a suscetibilidade individual. Como sabemos, as pessoas são diferentes fisicamente e o organismo de cada um reage de maneira distinta a determinadas exposições, mesmo com a aplicação de medidas de segurança como, por exemplo, o uso de equipamentos de proteção coletiva e individual, o controle de cada trabalhador precisa acontecer.
Para ilustrar a importância do controle médico no monitoramento de riscos ocupacionais, vamos citar dois exemplos de acidentes do trabalho que podem ocorrer e que indicam que o trabalhador, vítima de exposição ao agente ambiental, precisa de acompanhamento médico. Observe:
 
mportante: o PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Na ocorrência de mudança de função, havendo riscos ambientais diferentes da atividade exercida anteriormente, o médico deverá inserir esta informação no PCMSO e solicitar os exames complementares necessários.
O controle médico é fundamental para zelar e promover a saúde dos trabalhadores no ambiente laboral. Com isso o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) tem um papel muito importante no controle e monitoramento da exposição aos agentes ambientais.
Outra NR específica do Ministério do Trabalho é a NR-32 que trata da Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Esta norma estabelece as diretrizes para a implementação de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores que atuam em hospitais, laboratórios e outras atividades relacionadas com a saúde e que estão constantemente expostos aos riscos biológicos.
De acordo com o item 32.2.1.1, consideram-se agentes biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons.
Os agentes biológicos estão presentes nas atividades desenvolvidas em contato com produtos de origem animal, indústria alimentícia, serviços de saúde (hospitais e laboratórios), reciclagem de lixo urbano, clínicas veterinárias, esgotos e outras funções que tenham contato direto com vírus, bactérias, protozoários, entre outros.
A equipe do Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), da qual você fará parte como Técnico em Segurança do Trabalho, deve estar atenta e informada, inclusive, sobre os agentes biológicos que podem afetar a região de localização da empresa, por exemplo, por meio de vírus e bactérias que costumam se proliferar com rapidez. Um exemplo é a gripe H1N1 que já causou muitas vítimas fatais na população em geral e gerou transtornos para a saúde dos trabalhadores, principalmente aqueles que atuam na área hospitalar.
A figura 3 apresenta exemplos de doenças que podem ser causadas por estes agentes:
A análise dos agentes biológicos é caracterizada com a avaliação qualitativa, ou seja, é necessário conhecer todos os processos realizados no ambiente de trabalho para determinar quais os principais agentes que estão presentes naquele local. Não é possível quantificar os agentes biológicos, pois não há instrumentos de avaliação para este tipo de análise. Deve ser levado em consideração, no momento desse levantamento, o tempo de exposição dos trabalhadores, a natureza desses agentes biológicos e a concentração no ambiente de trabalho. 
O PCMSO estudado anteriormente tem um papel fundamental nas áreas em que há exposição aos riscos biológicos, pois, por meio dos exames médicos, é possível controlar e diagnosticar alterações na saúde dos trabalhadores.
Conforme consta no item 32.2.3.1, do PCMSO, além do previsto na NR-07, deve contemplar:
	O reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos.
	A localização das áreas de risco, segundo os parâmetros do item 32.2.2 da NR-32.
	A relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua função, o local em que desempenham suas atividades e o risco a que estão expostos.
	A vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos.
	O programa de vacinação.
A NR-32 traz itens bem específicos para os trabalhadores expostos aos agentes biológicos, assim como as ações que as empresas desse ramo de atividade devem realizar para manter o ambiente de trabalho salubre.
ontinuando o nosso estudo sobre as NRs que tratam sobre o monitoramento dos riscos ocupacionais, destacamos a NR-09. Norma que determina todos os passos para a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) que tem como principal objetivo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais.
O PPRA é uma das ações mais importantes e completas para o controle de riscos ambientais dentro das empresas. É o principal instrumento de trabalho do profissional Técnico em Segurança do Trabalho, pois nele consta todo o planejamento para realizar de forma adequada a gestão dos riscos no ambiente laboral.
Cabe ressaltar que o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) é a base para a elaboração do PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional), sendo que cada programa desempenha o seu papel dentro dos objetivos da segurança do trabalho, sempre tendo como foco a prevenção de doenças relacionadas com o trabalho e a promoção da saúde.
Na elaboração de um PPRA é possível realizar um levantamento de todos os riscos químicos, físicos e biológicos que estão presentes no ambiente de trabalho. Algumas empresas também incluem no programa os riscos ergonômicos. Estes que vamos estudar na sequência.
O empregador é quem determinará o responsável pela elaboração deste programa, podendo ser os integrantes do SESMT, uma consultoria responsável ou outro profissional que seja considerado apto para realizar todas as etapas que a NR-09 solicita e que devem constar no PPRA. Também é fundamental a participação dos integrantes da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e o programa deve ficar disponível para todos
os trabalhadores da empresa, para que possam consultar quando tiverem dúvidas sobre os riscos inerentes à sua função, assim como as medidas preventivas que a empresa realiza para minimizar ou eliminar o risco do ambiente.
A fiscalização do Ministério do Trabalho também pode solicitar o PPRA, para verificar se os riscos descritos estão de acordo com a realidade da empresa e se as ações realizadas também são coerentes para a prevenção de doenças ocupacionais. A gestão dos riscos ambientais é uma atividade de extrema relevância na rotina do Técnico em Segurança do Trabalho, pois a partir deste controle, é possível ter uma visão ampla de todas as ações que precisam ser realizadas no decorrer do ano, já que o PPRA é revisado pelo menos uma vez ao ano, ou sempre que ocorrerem mudanças nos postos de trabalho e nos riscos ambientais.
Para que você possa compreender com mais detalhes o seu papel durante a elaboração e acompanhamento do PPRA, vamos utilizar um estudo de caso, trazendo várias situações que podem ocorrer no cotidiano do Técnico em Segurança do Trabalho, apresentando todas as etapas desse programa que é importante para a segurança dos trabalhadores e para o desempenho das atividades do SESMT.
Estudo do caso
Você foi contratado para trabalhar como Técnico em Segurança do Trabalho na empresa ABC – Consultoria em Segurança do Trabalho. O levantamento das informações para o monitoramento de riscos ocupacionais, em uma indústria calçadista, para inserir no PPRA, foi a primeira atividade solicitada para que você realizasse.
No ano anterior, a empresa já havia realizado o PPRA, com a consultoria ABC, então, neste ano, é necessário realizar uma análise global da empresa, incluindo os novos setores que foram construídos e verificar se nos demais ocorreram mudanças nas atividades, novas aquisições de maquinários e/ou alteração nos riscos ocupacionais.
Qual a primeira ação que você realizaria para verificar os riscos ambientais nesta empresa?
Se você respondeu que seria a avaliação qualitativa, a sua resposta está correta. Por meio da avaliação qualitativa é possível perceber quais são os riscos presentes no ambiente de trabalho, para então realizar, quando necessário, a avaliação quantitativa.
Na análise quantitativa será necessário o uso de equipamentos de medição, pois somente assim é possível quantificar a presença dos agentes ambientais nos postos de trabalho e/ou setores. Conforme item 9.3.4 da NR-09, a avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:
	Comprovar o controle da exposição ou a inexistência de riscos identificados na etapa de reconhecimento.
	Dimensionar a exposição dos trabalhadores.
	Subsidiar o equacionamento das medidas de controle.
Podemos citar como exemplos de agentes ambientais, que podem ser avaliados de forma quantitativa, no ambiente de trabalho, o ruído e o calor. Para quantificar o nível de ruído no ambiente de trabalho um dos equipamentos utilizados é o medidor de nível de pressão; já para verificar o calor, será usado o medidor de estresse térmico. Ambos os equipamentos serão estudados nesta unidade curricular, inclusive as especificações quanto ao uso correto, etapa fundamental para a precisão da análise dos riscos quantitativos.
Agora que já conhecemos os riscos ambientais que estão presentes no ambiente de trabalho, e temos os laudos quantitativos destes riscos, precisamos revisar as informações do ano anterior e realizar as alterações necessárias. Para que as ações de prevenção sejam eficazes, se faz necessário realizar um planejamento de todas as atividades que precisam ser realizadas de acordo com a realidade da empresa. Vamos iniciar elaborando um cronograma com as medidas de controle que precisam ser implementadas para controlar os riscos no ambiente de trabalho.
Vale lembrar que os locais que apresentam concentrações com níveis mais elevados dos agentes devem ser priorizados nas ações de eliminação ou neutralização dos riscos ambientais.
Posteriormente é necessário estabelecer como será realizado o monitoramento da exposição aos agentes ambientais, já que podem ser implementadas diversas medidas, incluindo exames médicos e novas medições no ambiente de trabalho. A implementação das medidas para controlar os agentes ambientais deve ter como objetivo:
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Eliminar
A proposta mais coerente com a prevenção de riscos à saúde do trabalhador é sempre a eliminação do risco no ambiente de trabalho.
Mas, como é possível eliminar os riscos ambientais?
Por meio de um estudo dos processos, em que se realize um levantamento das possibilidades de substituir o uso de determinado produto químico, máquina ou equipamento, sinalizado como fonte causadora dessa exposição. Como, por exemplo, a substituição das tintas à base de solvente, por tintas à base de água, nesta situação o agente químico, que pode causar transtornos para o trabalhador, foi substituído.
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Minimizar
Quando não é possível eliminar o risco do ambiente de trabalho, a próxima ação a ser tomada é a de tentar minimizar a exposição do trabalhador a esse risco. Essa medida de controle é possível através do uso de equipamentos de proteção coletiva e individual. Exemplo: uma máquina ou equipamento, que produz ruído acima dos limites de tolerância, pode ser enclausurada com um equipamento de proteção coletiva, o que irá minimizar esse agente, proporcionando mais conforto aos trabalhadores que estão expostos.
Controlar
A etapa de controle é realizada para aqueles agentes ambientais que fazem parte do processo de trabalho e que não podem ser eliminados ou mesmo minimizados, podendo causar algum dano para a saúde de quem está exposto, ou ainda podendo sofrer alterações em razão da demanda de atividades ou outro fator interno ou externo que possa causar alterações.
O controle dos riscos ambientais pode acontecer com a realização de exames médicos, solicitados pelo Médico do Trabalho e descritos no PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional) ou por meio de novas análises quantitativas no ambiente que pode estar sujeito a sofrer essas alterações.
Capacitar os trabalhadores é outro item que deve constar nas ações das medidas de controle dos riscos ambientais. Os trabalhadores devem ser informados sobre o uso de equipamentos de proteção coletiva e individual, para que tenham a consciência de que a empresa está realizando as ações preventivas, o que proporciona mais segurança e bem-estar na execução das atividades cotidianas. Além do uso adequado das proteções, informar é importante. Com as capacitações e com as campanhas educativas é possível demonstrar aos trabalhadores a importância da segurança do trabalho e do papel do Técnico em Segurança do Trabalho dentro da empresa. Nesta etapa, o planejamento de atividades criativas, motivacionais e didáticas são fatores essenciais para o alcance do objetivo principal, ou seja, a conscientização sobre a prevenção de acidentes e doenças diretamente relacionadas com a ocupação de cada indivíduo.
Em várias situações, ao falarmos da segurança dos trabalhadores e medidas de controle, os profissionais leigos sempre lembram dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Para você, profissional prevencionista, a opção do uso do EPI sempre deve ser a última alternativa para a proteção do trabalhador, pois o EPI não elimina o risco e muitas vezes causa desconforto ao trabalhador que precisa usá-lo.
O EPI é importante e temos que conscientizar o trabalhador sobre a importância do seu uso, mas na hierarquia de medidas de controle de riscos ambientais, ele deve ser a última opção no seu plano de ação.
Plano de ação
No plano de ação vamos realizar todo o planejamento das ações corretivas e preventivas para a saúde e segurança no ambiente de trabalho.
	Ação corretiva: tem como objetivo eliminar a causa-raiz das fontes dos agentes ambientais.
	Ações preventivas: buscam evitar as inconformidades em relação aos agentes ambientais, ou seja, evitar que seus limites de tolerância
sejam alterados ou que surjam novos agentes no ambiente de trabalho.
É importante que se estabeleça ações e prazos possíveis de serem realizados pela empresa, pois o PPRA é um mapeamento dos riscos existentes na empresa e apresenta as medidas de controle que devem ser realizadas. Quando essas ações não são cumpridas podem ser consideradas um passivo trabalhista.
Não há um modelo pronto para o plano de ação, mas as informações devem estar descritas todas de forma clara e objetiva, estabelecendo as datas para a realização e os profissionais responsáveis, assim como a meta a ser alcançada. No tópico planilhas e relatórios, há modelos e exemplos disponíveis sobre um plano de ação para implantação do PPRA.
Ainda sobre as normas específicas do Ministério do Trabalho, destacamos também a NR-17 e suas orientações quanto à iluminação.
A iluminação no ambiente de trabalho deve ser adequada para as atividades que são desempenhadas naquele local. Uma iluminação inadequada pode acarretar em problemas na visão do trabalhador, olhos ressecados, cansaço e até mesmo acidentes de trabalho.
Distribuir as luminárias de forma adequada, escolher a lâmpada correta para o local e as cores que compõem o ambiente de trabalho, são requisitos essenciais para tornar o ambiente confortável aos que ali desempenham as atividades.
A luz natural sempre deve prevalecer no ambiente:
Fomos projetados e dimensionados para trabalhar com a luz natural. À luz do dia, com céu claro e sem nebulosidades; o chamado céu de brigadeiro é composto de 90 % de luz solar direta e 10 % de luz difusa. Sempre que possível os postos de trabalho devem ser planejados para o máximo de aproveitamento possível da luz natural. Neste ponto é interessante citar alguns números: em um dia nublado de inverno é possível encontrarmos de 10.000 a 30.000 lux em locais abertos, já em dias de verão os valores chegam a 100.000 lux (MORAES Jr., 2012, p. 01).
Ressaltando que a unidade lux, expressa na citação acima, é a unidade de iluminamento presente nos ambientes.
Para verificar o nível de iluminamento no ambiente de trabalho, é necessário utilizar o luxímetro, um equipamento que possui um display numérico de LCD, o qual demonstra o nível de iluminamento presente no ambiente. Um fio em formato de mola é acoplado à fotocélula que capta o iluminamento.
A iluminação já fez parte da NR-15. Havia um anexo com os níveis adequados que deveriam estar presentes no ambiente de trabalho. Este anexo foi revogado e hoje estes níveis estão na NBR (Norma Brasileira) 5413 e também estão citados na NR-17 que trata da ergonomia.
Os níveis de iluminamento no ambiente de trabalho também precisam ser monitorados, pois influenciam diretamente no desenvolvimento das atividades e podem causar impactos negativos na rotina das empresas. Algumas empresas incluem essas informações no PPRA, mas este não é um item obrigatório deste programa.
As informações sobre o nível de iluminamento no ambiente de trabalho devem fazer parte da Análise Ergonômica do Trabalho, sendo que a NR-17 determina todos os itens que devem compor este documento.
Além das questões de iluminamento, outro risco ambiental que deve ser considerado é o que deriva do trabalho realizado em espaço confinado. A NR específica do Ministério do Trabalho que trata deste tipo de risco ambiental é a NR-33.
De acordo com a NR-33, “espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio”.
O monitoramento dos riscos ambientais presentes nesse tipo de atividade deve ser constante e deve atender a todos os requisitos presentes nesta norma. Podemos citar como exemplos de espaços confinados as atividades desenvolvidas em silos, galerias de esgoto e tubulações.
Antes da entrada de trabalhadores em espaços confinados é necessário seguir uma série de procedimentos, que são descritos na Permissão de Entrada e Trabalho (PET). Um dos itens descritos na PET são os gases presentes no espaço confinado e todos os equipamentos que serão utilizados para monitorar o ambiente de trabalho, antes da entrada dos trabalhadores e durante o desenvolvimento das atividades.
Os trabalhadores que desempenham atividades em espaços confinados devem executar as suas atividades com o acompanhamento de um vigilante de espaço confinado, profissional que precisa ser capacitado de acordo com a NR-33 e que irá prestar toda a assistência para a prevenção de acidentes, monitoramento dos riscos e ações de primeiros socorros, caso seja necessário.
A escolha dos equipamentos corretos para avaliar o ar atmosférico no espaço confinado, assim como a forma de utilização desses equipamentos, é fundamental para garantir a segurança dos trabalhadores que irão desempenhar as suas atividades nesse ambiente de trabalho perigoso e impróprio para a ocupação humana.
De acordo com o item 33.3.2, as principais medidas técnicas de prevenção são:
	Identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas.
	Antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados.
	Proceder a avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos.
	Prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem e implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos em espaços confinados.
	Avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para verificar se o seu interior é seguro.
	Manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado.
	Monitorar, continuamente, a atmosfera nos espaços confinados nas áreas em que os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições deacesso e permanência são seguras.
	Proibir a ventilação com oxigênio puro.
	Testar os equipamentos de medição antes de cada utilização.
	Utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequência.
Lembrando que todos os espaços confinados da empresa devem estar devidamente identificados e com acesso restrito somente para pessoas autorizadas. Nos espaços confinados a atividade de monitoramento dos riscos é fundamental para a segurança dos trabalhadores que precisam ocupar este local para desempenhar o seu trabalho. Cabe aos profissionais de segurança do trabalho buscar as capacitações e informações adequadas para assegurar que as atividades em espaços confinados sejam realizadas de forma segura.
Para encerrarmos o nosso estudo sobre as NRs mais relevantes para o monitoramento de riscos ocupacionais, vamos estudar a Norma Regulamentadora 15 (NR-15) do Ministério do Trabalho que trata da insalubridade. Este é um tema de grande importância para a segurança do trabalho, pois envolve o pagamento de adicional aos trabalhadores, além da exposição a agentes ambientais, que devem ser comprovados por meio da emissão de laudo técnico.
A insalubridade é uma das principais causas de ações trabalhistas, por esta razão, vamos estudar, neste tópico, a importância de monitorar de forma adequada os riscos que geram esse adicional aos trabalhadores, além dos prejuízos que podem causar à saúde de quem está exposto.
Além da NR-15, o tema insalubridade também é citado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no artigo 189:
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição
aos seus efeitos.
Outra legislação que reforça a importância deste tema é a Constituição Federal de 1988, no artigo 7º, neste artigo cita os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, o adicional de remuneração para aqueles praticam atividades penosas, insalubres ou perigosas.
Antes de continuarmos o nosso estudo sobre a NR-15, vamos refletir sobre a diferença das atividades citadas acima.
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Atividade penosa
São atividades que causam algum tipo de desconforto físico ou psicológico ao trabalhador, ou seja, que causa sofrimento e/ou dano ao corpo humano. Não há um conceito único formado sobre este tipo de atividade, em que autores de diferentes áreas consideram apenas algumas atividades específicas como tendo esta classificação, assim como este tipo de atividade, sendo o pagamento do adicional citado apenas na Constituição Federal, não havendo outra legislação aprovada até o momento sobre a penosidade. Este adicional normalmente é pago conforme estabelecido em acordos ou convenções coletivas e corresponde à categoria que o profissional se enquadra. Exemplo de uma categoria profissional que recebe o adicional de penosidade: agentes que atuam em fundações que abrigam crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Reforçando que os profissionais acima citados, em algumas cidades/estados, recebem este adicional, mas pode haver exceções, de acordo com o acordo e a convenção coletiva estabelecida com o sindicato.
Atividade perigosa
São determinadas atividades que expõe o trabalhador ao perigo constante de acidentes e/ou morte.
Nesta categoria estão incluídas somente algumas atividades específicas, conforme consta na NR-16 que trata da periculosidade, são elas:
	Atividades e operações com explosivos
	Atividades e operações com inflamáveis
	Atividades e operações perigosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial
	Atividades e operações perigosas com energia elétrica
	Atividades perigosas em motocicleta
	Atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas
Os trabalhadores expostos a atividades perigosas devem receber o adicional de 30% sobre o seu salário.
Atividade insalubre
São aquelas atividades que podem ser prejudiciais à saúde. A NR-15 determina alguns critérios específicos para definir um ambiente insalubre, em que se destacam as atividades elaboradas acima dos limites de tolerância.
Podemos citar como exemplo de profissão que sofre exposição em ambientes insalubres os profissionais da área da saúde; enfermeiros e médicos, por exemplo, que têm contato direto com riscos biológicos.
As atividades insalubres garantem ao trabalhador exposto adicional de 10%, 20% ou 40%, incidente sobre o salário mínimo da região, este valor deve ser somado ao salário nominal.
As atividades insalubres e o monitoramento dos riscos ocupacionais, que tornam o ambiente insalubre, serão o foco dos nossos próximos estudos.
É importante que você, profissional prevencionista, compreenda a diferença entre esses adicionais, já que poderá ser questionado pelos trabalhadores e possivelmente em algum momento das suas atividades como Técnico em Segurança do Trabalho, precisará explicar principalmente sobre a diferença entre a insalubridade e a periculosidade. O tema periculosidade será trabalhado com mais profundidade no decorrer do curso.
A partir de agora vamos aprofundar o nosso aprendizado sobre a NR-15 e a importância desta norma para o monitoramento dos riscos ocupacionais.
As atividades ou operações insalubres são aquelas realizadas acima dos limites de tolerância.
Mas o que é limite de tolerância?
É a concentração ou intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
Ao ler o conceito de limite de tolerância, podemos destacar três das suas principais características:
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Concentração - ou intensidade - máxima ou mínima
Na concentração ou Concentração - ou intensidade - máxima ou mínima
Na concentração ou intensidade é quando verificamos, com o uso de equipamentos de medição, a quantidade de agente presente naquele ambiente.
intensidade é quando verificamos, com o uso de equipamentos de medição, a quantidade de agente presente naquele ambiente.
Natureza da exposição ao agente
Tempo de exposição
Natureza da exposição ao agente
A natureza da exposição ao agente é a forma ou fonte como esse risco é gerado no ambiente de trabalho.
Tempo de exposição
O tempo de exposição é expresso em minutos ou horas e é parte essencial para caracterizar ou não um ambiente ou a exposição ao agente insalubre no ambiente de trabalho.
Para exemplificar o limite de tolerância, vamos utilizar o agente ruído para a verificação. Veja o exemplo:
Na indústria calçadista são utilizadas muitas máquinas que geram ruído, esta etapa define a natureza do agente. Esse ruído consequentemente gera desconforto nos trabalhadores e pode ser prejudicial para a audição, interferir na concentração ou pode ser agente causador de outros males. Ao realizar o levantamento dos riscos ambientais para a elaboração do PPRA foi verificado que o nível do ruído estava acima dos limites de tolerância, marcando 90dB (decibéis) na dosimetria individual para uma jornada de trabalho de 8h por dia.
Conforme consta no Anexo I da NR-15, para uma jornada de 8 horas diárias, o nível de ruído não deve ultrapassar 85db (decibéis) ou a jornada de trabalho deveria ser reduzida para 4 horas diárias, se a exposição ao ruído de 90 dB for mantida.
Por meio desse comparativo, entre o nível de exposição ao agente e o limite de tolerância, é possível realizar o monitoramento dessa exposição e propor as ações de controle, sempre tendo como objetivo principal o de zelar pela saúde dos trabalhadores expostos. 
Nessa situação específica, podemos sugerir como medida de controle o enclausuramento de alguma máquina que produz ruído mais elevado ou a substituição por alguma máquina mais moderna, a qual não produza ruído tão elevado. Caso não tenha como realizar as etapas anteriores sugeridas, o uso do protetor auricular se faz necessário como forma de atenuar a exposição dos trabalhadores. 
Cabe ressaltar que no exemplo citado, estamos tratando de ruído contínuo ou intermitente. A NR-15 também cita o ruído de impacto, que possui outros parâmetros para a avaliação e monitoramento no ambiente de trabalho, o que pode ser verificado no Anexo 02 da mesma norma. 
Ao analisarmos os riscos no ambiente de trabalho, com o objetivo de propor ações de controle e monitoramento, precisamos utilizar conhecimentos diversos. Neste momento é possível verificar que as normas regulamentadoras e as demais legislações se complementam, de forma a estabelecer ações de prevenção de doenças no ambiente de trabalho. 
Para compreendermos o monitoramento de riscos ocupacionais, vamos retomar um dos itens da NR-09, do Ministério do Trabalho, sobre o nível de ação.
De acordo com o item 9.3.6.1, da NR-09, considera-se nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição.
Digamos que o nível de ação é uma espécie de alerta para quem está realizando o monitoramento dos riscos ocupacionais, e a partir destes resultados já deverão ser iniciadas ações de controle.
Todas as situações que apresentem exposição ocupacional, acima dos níveis de ação, devem ser controladas de acordo com as seguintes orientações:
	Para os agentes químicos usa-se a metade dos limites de exposição ocupacional, quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição aos trabalhadores
excederem os valores dos limites previstos na NR-15. Na ausência de limites previstos na NR-15, deve ser usado como referência os valores estipulados pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists (ACGIH).
	Para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na NR-15, Anexo I, item 6.
Quando diagnosticado o nível de ação dos agentes ambientais, cabe aos profissionais prevencionistas, implementar ações de controle por meio do monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico.
Vamos utilizar o exemplo da exposição a ruído, citado anteriormente, como exemplo de análise.
Retomando as informações
A exposição verificada no ambiente de trabalho é de 90dB.
De acordo com a NR-15, o limite de tolerância da exposição ao ruído para uma jornada de 8h é de 85dB.
Nesta situação o nível de ação será correspondente a 80dB, já que para o agente ruído, a cada 5dB a exposição dobra ou reduz.
Concluímos que, a partir de 80dB, a empresa deve implementar ações de controle e monitoramento deste agente no ambiente de trabalho.
Importante: não são todos os agentes ambientais que possuem limite de tolerância e consequentemente também não possuem nível de ação, por exemplo: a umidade.
Existem, também, agentes com limite de tolerância que não possuem nível de ação.
Quando vamos monitorar os agentes químicos no ambiente de trabalho, se faz necessário o entendimento de mais alguns critérios de análise, para que seja possível propor medidas mais adequadas e atender ao que é solicitado na legislação brasileira e internacional.
Os agentes químicos, presentes em muitas atividades profissionais e causadores de doenças ocupacionais, precisam ser avaliados, seguindo além do limite de tolerância, os seguintes critérios:
Valor teto
No valor teto os limites de tolerância não podem ser ultrapassados em hipótese alguma, conforme consta no Anexo 11, da NR-15, pois podem causar danos para a saúde dos trabalhadores que estão expostos, sendo que os agentes especificados podem agir com rapidez no organismo.
Exemplos: exposição ao tolueno.
O tolueno está presente em diversos produtos usados na rotina das pessoas, sendo um dos destaques a gasolina, usada como combustível em automóveis.
Valor máximo
O valor máximo, também citado na NR-15, deve ser calculado usando o valor do limite de tolerância e o fator de desvio, sendo que é preciso multiplicar os dois valores, chegando então ao valor máximo. Este cálculo já foi exemplificado na Unidade Curricular 02 (UC2).
Este valor não pode ser ultrapassado em nenhuma das amostragens coletadas, pois poderá acarretar risco grave e iminente aos trabalhadores expostos a este tipo de agente.
Fator de desvio
O fator de desvio é um valor determinado no quadro 02 da NR-15 e deve ser usado para calcular o valor máximo de exposição a determinado agente químico.
	Valor máximo = LT (limite de tolerância) x FD (fator de desvio)
	Limite de Tolerância (partes por milhão ou miligrama por metro cúbico)
	Fator de desvio
	0 < LT < 1
	3,00
	1 < LT < 10
	2,00
	10 < LT < 100
	1,50
	100 < LT < 1.000
	1,25
	LT > 1.000
	1,10
Tabela 01 - Quadro n° 2 do anexo 11, da NR- 15: fator de desvio para cálculo do valor máximo.
Fonte: BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos e físicos. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2006. Página: 69.
Para calcularmos o valor máximo é necessário multiplicar o limite de tolerância pelo fator de desvio.
Podemos concluir que o monitoramento adequado no ambiente de trabalho é fundamental para prevenir doenças ocupacionais e manter o local o mais saudável possível, mesmo sendo caracterizado como ambiente insalubre. 
Cabe ressaltar que a comprovação da insalubridade deve ser realizada por meio de laudo técnico emitido por Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, devidamente apto para estabelecer os adicionais, quando o risco não puder ser eliminado ou neutralizado. 
O Técnico em Segurança do Trabalho deve fazer parte das ações de eliminação, controle e monitoramento dos riscos ocupacionais, indicando as alternativas mais adequadas para garantir a qualidade de vida no ambiente de trabalho e fazer com que a empresa cumpra os seus deveres legais. 
Os laudos técnicos são comprobatórios para o benefício da aposentadoria especial, e os fiscais da Previdência Social levam em conta, nas perícias realizadas nos locais de trabalho, os equipamentos utilizados, os certificados de calibração e a forma como a avaliação dos agentes insalubres foram realizados. Com esta informação, reforçamos a importância da análise e monitoramento adequado dos riscos ocupacionais, já que podem interferir diretamente em direitos dos trabalhadores, assim como, implicar em complicações judiciais para a empresa. 
Vamos praticar?
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O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) é uma das ações mais completas quando falamos em segurança e saúde no ambiente de trabalho. Monitorar os agentes ambientais que os trabalhadores estão expostos é uma medida relevante e que possui três objetivos, quais são eles?
Resumindo:
O estudo realizado neste tópico, sobre o monitoramento dos riscos ocupacionais, apresentou as principais NRs que servem como base para realizar os controles adequados desses agentes. Outras legislações internacionais também são utilizadas para realizar esses monitoramentos, inclusive são referenciadas em algumas das normas regulamentadoras.
O Técnico em Segurança do Trabalho deve realizar essa etapa de monitoramento dos riscos ocupacionais com muita atenção e cuidado, pois, como vimos, estes levantamentos podem causar prejuízos aos trabalhadores que estão expostos e também podem ser causa de passivos trabalhistas para a empresa.
As normas regulamentadoras possuem força de lei e os itens que constam nelas são fiscalizados pelos auditores do Ministério do Trabalho, que podem interditar setores, máquinas e equipamentos que considerem como risco ou que sejam causadores de danos para a saúde dos trabalhadores ou mesmo podem ser responsáveis por acidentes, assim como também podem gerar multas. Nestas situações se faz necessário, e é essencial, comprovar os investimentos realizados pela empresa, por meio de monitoramento dos riscos ocupacionais. É exatamente este conceito que queremos que você compartilhe nas empresas, pois a segurança do trabalho deve ser vista como um investimento e não apenas como mais um custo.
Monitorar os riscos ocupacionais no ambiente de trabalho é uma atividade que envolve tempo, planejamento, dedicação e empenho da equipe do SESMT, além do investimento financeiro que a empresa precisa disponibilizar. Lembre-se de que ao planejar estas etapas de monitoramento o foco deverá ser sempre a segurança, a saúde e a integridade física e mental dos seres humanos que nestes espaços desenvolvem a atividade laboral.
Dica: sugerimos a leitura na íntegra das NRs estudadas neste material, assim como a pesquisa de vídeos que explicam e demonstram como essas normas são aplicadas na prática do profissional Técnico em Segurança do Trabalho.

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